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Material aula 1_ 11-03-2015

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Escola Politécnica de Pernambuco – UPE 
Disciplina: Direito para Engenheiro
Professora: Dilane Martins
dilanemartins@poli.br
		Aula 01 – 11/03/2015
1 - Introdução: Breves comentários sobre o Direito
	Desde os primórdios da humanidade, o homem vive em agrupamentos sociais. Esse fato fez com que ele percebesse que não poderia ter uma liberdade plena de comportamentos e vontades porque, em algum momento, seus interesses iriam colidir com os comportamentos e vontades dos seus semelhantes.
	Então, desde as primeiras civilizações, o homem percebeu que, para conviver em harmonia, deveria obedecer a certas regras de conduta social. É aí que nasce o Direito, conforme o seguinte brocardo (ditado) latim: “UBI HOMMINIS, IB SOCIETAS; UBI SOCIETAS, IB JUS” (onde está o homem, está a sociedade; onde está a sociedade, está o direito).
	E foi a partir de então que surgiram as normas de conduta social, que se subdividem em:
1. Norma moral – põe o homem frente a ele mesmo, frente aos seus Princípios éticos;
2. Norma religiosa – vincula, pela fé, o homem ao seu criador;
3. Norma costumeira – põe o homem frente ao ambiente social freqüentado;
4. Norma jurídica – difere-se das demais porque obriga uma conduta objetiva do indivíduo, exigindo-lhe que faça ou deixe de fazer algo. A norma jurídica atribui responsabilidades, direitos e obrigações. Quando não cumprida gera uma punição.
Todas essas normas podem ter conteúdo híbrido entre si, ou seja, uma norma jurídica também pode ter conteúdo de norma moral, costumeira e assim sucessivamente. 
	A norma jurídica possui 05 características específicas:
4.1 – Bilateralidade – Se há um direito para um indivíduo, então existe uma contrapartida, uma obrigação imposta para outra pessoa ou para o Estado;
4.2 – Generalidade – A norma é igual perante todos;
4.3 – Abstratividade – A norma é criada para regular modelos de situação e não após um fato concreto; 
4.4 - Imperatividade - A norma obriga um indivíduo a praticar ou deixar de praticar determinado ato, sob pena de punição; 
4.5 – Coercibilidade - Quem descumpre a norma sofre uma sanção, uma penalidade.
	O direito, portanto, compreende um sistema, um conjunto de normas bilaterais, gerais, abstratas, imperativas e coercitivas que regem o agir social humano, objetivando a justiça e o bem comum.
	É um sistema porque é um conjunto organizado de normas estruturadas hierarquicamente. Temos a Constituição Federal (CF/88), que é a principal norma do nosso ordenamento jurídico. É a partir dela que nascem os princípios e direitos fundamentais, sociais, políticos, a estrutura da nossa organização social, dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), as previsões para as demais leis, decretos, etc.
	Tradicionalmente, para fins acadêmicos, o direito sofria uma classificação dicotômica, ou seja, dividia-se em dois grandes grupos: direito público e direito privado. O direito público traz uma relação do indivíduo com o poder público ou com a coletividade (como exemplo, temos o direito constitucional, que rege a estrutura do Estado Brasileiro, rege os direitos do cidadão frente a sociedade; temos o direito administrativo, que rege os servidores públicos, rege a licitação, etc.) O direito privado, por sua vez, rege o indivíduo enquanto particular, não envolvendo o Estado de forma direta (como exemplo, temos o direito civil, que trata da relação de pai para filho, comprador e vendedor, etc.)
	Atualmente essa separação do direito entre público e privado encontra-se superada. É que estamos vivenciando a denominada “constitucionalização do direito privado”, diante da influência do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana nas relações privadas. 
	Quanto às fontes do direito, não existe um consenso entre os estudiosos sobre quais seriam as fontes do direito, mas normalmente são citadas as seguintes fontes:
I – Lei – essa é fonte primária, principal. É norma jurídica escrita, elaborada segundo processo formal estabelecido por legislador competente. Havendo lei tratando de determinado assunto, é ela que vai ser aplicada.
II – Jurisprudência – Norma jurídica que nasce dos julgamentos dos juízes e Tribunais a respeito de determinada matéria. 
III – Doutrina – nasce da opinião e obras de grandes estudiosos a respeito de um assunto jurídico.
IV – Costume jurídico – é norma jurídica não escrita e surge da repetição constante e prolongada de um hábito na sociedade. É fonte secundária do direito brasileiro, mas no direito inglês é considerada fonte maior.
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