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Como fazer um inventário extrajudicial passo a passo _ EXAME

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30/03/2015 Como fazer um inventário extrajudicial passo a passo | EXAME.com
http://exame.abril.com.br/seu­dinheiro/noticias/como­fazer­um­inventario­extrajudicial­passo­a­passo 1/5
São Paulo - Só quem já perdeu alguém próximo sabe o quanto a burocracia do
processo de sucessão pode tornar tudo muito pior. Mas, desde 2007, a possibilidade de
realização do inventário extrajudicial, feito em cartório, tornou o procedimento menos
penoso. 
O inventário é o processo que sucede a morte, no qual se apuram os bens, os direitos e
as dívidas do falecido para chegar à herança
(http://www.exame.com.br/topicos/heranca) líquida, que é o que será de fato
transmitido aos herdeiros.
Ele pode ocorrer de duas formas: extrajudicialmente ou judicialmente.  No primeiro
caso, o inventário é feito em cartório, por escritura pública, e é muito mais rápido,
podendo demorar apenas um ou dois meses. A lei que o instituiu é a de número
11.441, de 2007.
Já o inventário judicial é feito com o acompanhamento de um juiz e deve ocorrer em
três casos: quando o falecido deixou um testamento; quando há interessados incapazes
(menores ou interditados); e quando há divergência quanto à partilha entre os
herdeiros.
“O inventário judicial costuma levar mais de um ano, por mais simples que seja, pois há
muita burocracia envolvida”, afirma Rodrigo Barcellos, sócio do escritório Barcellos e
Tucunduva Advogados.
Por ser mais rápido e menos custoso, o inventário extrajudicial é o procedimento mais
recomendável quando não há impedimentos.  Veja a seguir os principais passos da
realização dessa modalidade de inventário. 
Escolha do cartório e contratação do advogado
Os primeiros passos do inventário são a escolha de um Cartório de Notas onde será
realizado todo o procedimento e a contratação de um advogado
(http://www.exame.com.br/topicos/advogados), que é obrigatória e pode ser comum ou
individual para cada herdeiro ou interessado.
Como fazer um inventário
extrajudicial passo a passo
Seu Dinheiro 29/01/2014 06:00
30/03/2015 Como fazer um inventário extrajudicial passo a passo | EXAME.com
http://exame.abril.com.br/seu­dinheiro/noticias/como­fazer­um­inventario­extrajudicial­passo­a­passo 2/5
Os honorários advocatícios são tabelados pela Ordem dos Advogados (OAB
(http://www.exame.com.br/topicos/oab)) e variam de acordo com o estado. Mas,
segundo Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do Instituto Brasileiro do Direito da
Família (IBDFAM), nem sempre os preços praticados seguem a tabela da OAB.
“Em muitos casos o preço é cobrado de acordo com o trabalho que vai dar”, afirma.
Segundo ele, em um inventário extrajudicial bem simples, que envolva apenas a
transmissão de um apartamento, um bom advogado pode cobrar cerca de 10 mil reais.
Mas quando o tabelião (oficial do cartório) realiza boa parte do procedimento, pode ser
negociada uma redução dos honorários.
De acordo com Rogério Portugal Bacellar, presidente da Anoreg-BR (Associação dos
Notários e Registradores do Brasil), em muitos casos a família se dirige ao cartório e só
contrata o advogado depois. “Muitas vezes o cartório analisa quase todo o inventário e
o próprio tabelião faz toda a documentação, tira as certidões e faz a partilha de bens.
Só depois a família contrata um advogado”, diz.
Nomeação do inventariante
A família deve nomear um inventariante, que será a pessoa que administrará os bens
do espólio (conjunto de bens deixados pelo falecido). Ele ficará  responsável por
encabeçar todo o processo e pagar eventuais dívidas
(http://www.exame.com.br/topicos/dividas-pessoais), por exemplo.  “O inventariante
costuma ser a esposa ou o filho”, afirma Rodrigo Barcellos.
Levantamento das dívidas e dos bens 
Após o início do processo, o tabelião levanta as eventuais dívidas deixadas pelo
falecido. Conforme Barcellos explica, todas as dívidas devem ser quitadas com o
patrimônio (http://www.exame.com.br/topicos/patrimonio-pessoal) do falecido, até que
os débitos se esgotem ou até o limite da herança.
Para verificar a existência ou ausência de pendências, o cartório reúne as certidões
negativas de débito, documentos que atestam que o falecido não deixou dívidas em
quaisquer esferas públicas.
“É preciso reunir também as dívidas com credores particulares. Se elas não forem
declaradas, podem acabar aparecendo. Mesmo se não constarem no inventário, depois
o credor pode ir atrás do herdeiro”, diz Barcellos. 
Além das dívidas, a família deve informar todos os bens deixados pelo falecido para que
sejam reunidos, pelo tabelião ou pelo advogado, os documentos de posse atualizados,
como matrículas de registro de imóveis, o Documento Único de Transferência (DUT) dos
carros, etc. Se não houver irregularidades sobre os bens, como ônus ou ausência de
algum registro, o procedimento é bem simples.
Pagamento do imposto
Para que o processo do inventário seja finalizado e oficializado no cartório, é preciso
pagar o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD), imposto
30/03/2015 Como fazer um inventário extrajudicial passo a passo | EXAME.com
http://exame.abril.com.br/seu­dinheiro/noticias/como­fazer­um­inventario­extrajudicial­passo­a­passo 3/5
(http://www.exame.com.br/topicos/impostos) estadual cuja alíquota varia de estado
para estado, podendo chegar a até 8%. 
“A grande dificuldade do inventário extrajudicial é o pagamento do ITCMD, porque ele
que só acontece se estiver tudo resolvido", diz Rodrigo da Cunha Pereira.
O inventariante, com o auxílio do advogado ou tabelião, deve preencher a declaração
do ITCMD no site da Secretaria da Fazenda do seu estado. O documento funciona como
um resumo dos bens deixados, dos herdeiros envolvidos e dos valores a serem pagos. 
Por isso, nesta fase, a divisão de bens já deve ter sido acordada com a família, os
registros e certidões negativas devem ter sido providenciados, e as informações sobre
os herdeiros e a partilha devem ter sido reunidas.
O imposto é calculado sobre o valor venal dos bens. Por isso, no preenchimento da
declaração do ITCMD são informados os valores de mercado de cada bem. No caso dos
imóveis, por exemplo, o valor informado é aquele que aparece no carnê do IPTU.
Após preenchida a declaração, o sistema emite uma guia de recolhimento do imposto
para cada herdeiro, já com o valor que cada um deve pagar.
Divisão dos bens
Como o inventário extrajudicial parte do pressuposto de que os familiares concordam
com a forma como foi feita a partilha, a função do advogado e do tabelião é apenas de
explicar à família quais são os direitos de cada herdeiro, o que fica explicitado na
declaração do ITCMD.
“O ideal é sempre conseguir um acordo no qual cada um fique com uma coisa sozinho.
Se o patrimônio for de duas casas de 50 mil reais, fica um imóvel de 50 mil reais para
um filho e outro imóvel de 50 mil reais para outro, por exemplo", afirma Rodrigo
Barcellos.
Porém, em muitos casos a parte que cabe a cada herdeiro não corresponde
exatamente ao valor de cada bem. Quando for assim, na declaração de ITCMD e no
inventário deve constar as condições diferentes de partilha. Por exemplo, que cada filho
ficará com 50% de um imóvel e que posteriormente definirão o que vão fazer com ele -
se vão vendê-lo e dividir o dinheiro ou se um vai vender sua parte ao outro.
Encaminhamento da minuta
Com a declaração do ITCMD finalizada e todos os documentos reunidos, o cartório ou o
advogado envia a minuta da escritura, que é um esboço do inventário, à procuradoria
estadual.
“Em muitos casos, os cartórios entregam o serviço pronto para o advogado só
assessorar o procedimento, mas alguns advogados se empenham e fazem a minuta
também”, afirma Rogério Bacellar, presidente da Anoreg.
A procuradoria então avalia as informações, conferindo sobretudo as declarações dos
bens do espólio e seus valores para que não haja erro no cálculo do imposto, e autoriza
30/03/2015 Como fazerum inventário extrajudicial passo a passo | EXAME.com
http://exame.abril.com.br/seu­dinheiro/noticias/como­fazer­um­inventario­extrajudicial­passo­a­passo 4/5
a realização da escritura do inventário. Esse processo demora cerca de 15 dias, segundo
Bacellar.
Alguns estados, no entanto, como é o caso de São Paulo, já não exigem mais o envio da
minuta para aprovação quando a escritura for lavrada em um cartório do estado. 
Lavratura da Escritura
Depois de recebida a autorização da procuradoria e entregue toda a documentação, é
agendada no cartório uma data para a lavratura da Escritura de Inventário e Partilha
pelo tabelião, que encerra o processo.
Todos os herdeiros e respectivos advogados devem estar presentes, munidos de uma
série de documentos (veja a lista completa
(http://www.cnbsp.org.br/AtosNotariais.aspx?
AtoID=10&AspxAutoDetectCookieSupport=1)), tais como: a certidão de óbito;
documentos de identidade das partes e do autor da herança; as certidões do valor
venal dos imóveis; certidão de regularidade do ITCMD etc. 
Registro dos bens nos nomes dos herdeiros
Se houver imóveis envolvidos na partilha, os herdeiros devem levar a certidão do
inventário aos Cartórios de Registros de Imóveis onde estão matriculados os imóveis
para que ocorra a transferência da propriedade.
“Feito o inventário, os bens deixam de ser dos mortos e passam a ser dos herdeiros,
que devem ir aos respectivos cartórios e registrar a posse dos bens”, explica o
presidente do IBDFAM.
A certidão do inventário, portanto, poderá ser apresentada ao Detran para a
transferência de propriedade de veículos, e às repartições públicas e empresas para
regularizar a nova propriedade do titular dos bens, direitos e ações.
Prazo
Segundo o artigo 983 do Código de Processo Civil, o processo de inventário e partilha
deve ser aberto dentro de 60 dias a contar da abertura da sucessão (falecimento).
Mas, conforme afirma o presidente da Anoreg, o prazo é dificilmente cumprido  na
prática. “Pelo Código de Processo Civil existe o prazo de 60 dias, mas ele não é
cumprido e não tem muita jurisdição sobre isso. Muitas famílias procuram o advogado
depois de seis meses e até hoje eu nunca vi nenhum juiz estipular multas por isso”, diz.
Existem também prazos para o pagamento do ITCMD, que variam de acordo com o
estado. Em São Paulo, por exemplo, se a declaração do ITCMD não for feita dentro de
60 dias após a data do óbito, o imposto é calculado com o acréscimo de multa
equivalente a 10% do valor do tributo, e se o atraso exceder 180 dias, a multa é de 20%.
*Texto atualizado às 15h15 do dia 30/01/2014.

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