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Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento Urgências Urológicas PRIAPISMO Definição: Ereção persistente, frequentemente dolorosa e nem sempre associada a estímulo sexual 1,5 por 100.000 pessoas⁄ ano Classificação: Baixo fluxo ou isquêmico: o Mais comum e importante, paciente pode causar perda irreversível dos tecidos e disfunção erétil permanente. Pode estar relacionada por uso de drogas intracavernosas. A dor vem por falta de oxigenação. o Causas: vasodilatadores intra-cavernosos, anemia falciforme, leucemia, psicofármacos, agentes anestésicos, abscesso de corpo cavernoso, tumores infiltrativos do pênis, uso de nutrição parenteral (principalmente quando é rica em lipídeos), drogas ilícitas e de causa idiopática o Leucemia, Anemia Falciforme e qualquer condição clínica que leve a hipercoagulabilidade • Diagnóstico: o História clínica o Gasometria cavernosa: pressão parcial de O2 < 40mmHg (de aspecto como sangue venoso) o Rastrear possíveis causas • Tratamento: o Ambulatorial: ▪ 1a conduta: punção e aspiração do sangue do corpo cavernoso, as vezes é suficiente para detumescência; ▪ Injeção de um agonista alfa-adrenérgico (pode ser feita até 03 vezes) – tomar cuidado com pacientes HAS porque pode ter uma emergência hipertensiva iatrogênica (melhor pular essa etapa); ▪ Punção dos corpos cavernosos e vai realizar a lavagem do mesmo com soro fisiológico ou com solução diluída de adrenalina; ▪ Se após 1 hora não houver resolução deve-se considerar o tratamento cirúrgico. o Cirúrgico: ▪ Estabelecer fístulas entre o corpo cavernoso e o corpo esponjoso ▪ Proximais (fístula esponjo-cavernosa perineal e fistula safeno- cavernosa) ▪ Distais (Chester Winter – uma comunicação entre o corpo cavernoso e o esponjoso e, Al Ghorab – incisão subglandar, abre o corpo cavernoso Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento e criação de comunicação permanente entre cavernoso e esponjoso risco: disfunção erétil) Alto fluxo: o Raro na emergência, é uma condição mais crônica que acontece decorrente de algum trauma perineal ou peniano (como a queda cavalheiro) e cria uma formação de um shunt – ligação de uma artéria com uma veia; o A ereção não é tão rígida como no priapismo isquêmico; o Ereção rica em sangue arterial, vermelho vivo. E como não tem isquemia, o paciente geralmente não refere dor; o Não requer tratamento de emergência. • Diagnóstico: o História clínica o Gasometria Cavernosa: pressão parcial de O2 > 80mmHg o Doppler do pênis (as vezes consegue identificar onde existe a comunicação arteriovenosa) o Arteriografia seletiva • Tratamento: o Sem tratamento imediato / resolução espontânea o Tratado com radiologia intervencionista - Embolização seletiva temporária da artéria lacerada Recorrente: o Raro o Frequentemente baixo fluxo – pacientes jovens com anemia falciforme é comum o Inicialmente indolor • Tratamento: o Depende da patologia de base que levou ao quadro - Difícil tratamento o Prociciclina, clonazepam, terbutalina, etilefrina, estilbestrol, análogos do LHRH, baclofen e implante de fenilefrina Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento ESCROTO AGUDO Torção do cordão espermático: o O aumento do volume escrotal, endurecimento, edema e dor em criança ou adolescente necessitam investigação rápida e precisa; o O Vernáculo longo predispõe a torção testicular (alteração anatômica); o Ausência de reflexo cremastérico ou posicionamento não habitual; o Causas: trauma, atividade física ou repouso; o Dor escrotal aguda de forte intensidade; o Exploração em até 6-8 horas permite manutenção do testículo; o Diagnóstico: USG com doppler, o testículo está horizontalizado, repuxado e com baixo fluxo sanguíneo; o Cirurgia: Exploração testicular bilateral – Tem que fixar o outro testículo para não correr o risco de torção; ▪ Se não retirar o testículo comprometido, o organismo cria anticorpos que atingem o testículo viável e isso causa infertilidade. Torção intermitente do cordão espermático: o Adolescentes com episódios de dor testicular aguda de forte intensidade com melhora espontânea Torção de apêndice testicular e epididimário: o Adolescentes; o O reflexo cremastérico está presente, e o testículo é móvel; o Dor geralmente não tão intensa. Orquiepididimite: o Patógeno mais frequentemente: Clamídia, mas também pode ser por E.Coli em sexo anal desprotegido; o Pouco frequente em crianças e adolescentes; o Instalação mais lenta, associado a disúria, piúria, febre, antecedente de atividade sexual, instrumentação uretral, cirurgia, disfunção miccional ou secreção uretral; o Hiperemia escrotal bilateral, aumento de volume, sinais flogisticos; o Diagnóstico: Bacteriúria (40-90%), ultrassom com doppler (fluxo aumentado devido a inflamação – fecha diagnóstico) e radioisótopos; o Tratamento: repouso, uso de antibióticos, anti-inflamatórios e suspensório escrotal – em adultos jovens trata como se fosse Clamídia com doxiciclina associada a ceftriaxona pensando em gonococo; o Sem pacientes idosos que tem histórico renal, fez uso de sonda, o tratamento já será com Clavulin. * Sinal de Prehn: se o paciente referir melhora da dor: orquiepididimite senão, torção Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento FRATURA PENIANA Condição subnotificada que consiste na ruptura da túnica albugínea do corpo cavernoso e ocorre após um trauma contuso contra o pênis ereto só quando em atividade sexual - perda imediata da ereção após a fratura (forma de diferenciar quadro de rompimentos de vasos). Diagnóstico: o História Clínica e Exame Físico (hematoma, dor, estalido e edema); o Alguns exames podem ser utilizados: cavernosonografia, ultrassonografia, ressonância magnética, dopplerfluxometria, uretrografia retrógrada, uretroscopia e angiografia Tratamento conservador: conservador consistia, basicamente, em antibioticoterapia, além do emprego de agentes para evitar a ereção. Tratamento cirúrgico: o Desenluvamento peniano a incisão mais utilizada o Após uma exposição adequada, deve-se realizar a remoção do hematoma com solução salina. o Sutura do defeito da túnica com pontos interrompidos, usando-se fios absorvíveis 2-0 ou 3-0 SÍNDROME DE FOURNIER É uma fasceite necrosante sinérgica do períneo e parede abdominal, que tem origem no escroto e no pênis, em homens, e na vulva e na virilha, em mulheres Comum em diabéticos descompensados e idosos, de progressão rápida e alta morbimortalidade Patógenos: RMN com extravasamento de sangue no corpo cavernoso D Uretrografia com extravasamento de contraste na uretra peniana USG com presença de hematoma intracavernoso (sinal do olho grego) Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento Tratamento: o Antibioticoterapia venoso de amplo espectro (Cef de terceira), longo tempo de internamento; o Necessita de desbridamento precoce (as vezes vai até a aponeurose, mas a glande tem outra circulação e é pouco acometida) CÓLICA NEFRÉTICA 1 a 15% em áreas tropicais, entre 3a e 5a década de vida. Supersaturação da urina Causas: o Desidratação (hidratação venosa piora cólica renal); o Proteus, Klebsiella, Pseudomonas e Staphylococcus; o Excesso de purinas ou oxalato na dieta; o Sedentarismo ou imobilização prolongada; o Doenças hereditárias (acidose tubular renal, cistinúria, oxalúria); o Hipercalcemia (hiperparatireoidismo, uso de corticoides); o Uso de medicações (tiazídicos, indinavir) e antieméticos (bromoprida, plasil, vonau). Tipos de cálculos: o Oxalato de cálcio (80-85%) o Ácido úrico (7-10%) o Estruvita (ou fosfato amônio-magnesiano) e fosfato de cálcio (5-10% cada) o Cistina (1-3%) Quadro clínico⁄ Diagnóstico: o Dor lombar + flanco,irradiando para FI e escrotal/grandes lábios o Náuseas e vômitos o Rotina de laboratório: Leucocitúria, Leucocitose o Exames de Imagem: USG, Rx ou TC S/C (a TC tem vantagem sob a USG por conseguir ver o terço médio que no USG não consegue ver) o Em USG com ureter proximal dilatado com hidronefrose, pelve dilatada e ureter distal fino (quando o cálculo está em terço médio – aí pede TC) * Cuidado com paciente que chega com cólica renal e febre pois pode evoluir para uma sepse a qualquer momento. Tratamento ambulatorial: o Antiemético o AINES o Tansulosina Restringir hidratação Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento Tratamento Intervencionista: Cálculos de 8mm tem 90% de chance de sair espontaneamente, pode ficar em tratamento ambulatorial. Urologia Aluna: Priscila Behrens Prof. Dr. Bruno Sarmento RETENÇÃO URINÁRIA AGUDA Muito comum em pós operatório de cesariana e cirurgia ginecológica baixa (pélvicas e perineais) Quadro Clínico: Paciente com dor violenta hipogástrica com parada de eliminação de urina e presença de globo vesical. Causas: o Crianças: Malformações congênitas, Parafimose; o Adulto Jovem: Estenose de uretra, Prostatite aguda; o >50 anos: HPB; o Outras causas: anticolinérgicos, antidepressivos, descongestionantes nasais e antigripais Tratamento: o Sondagem vesical de alívio; o Sondagem vesical permanente – sonda de foley; o Cistostomia (quando paciente tem a uretra obstruída). PARAFIMOSE Dor, edema e congestão vascular da glande por retração do prepúcio com anel estenótico para trás da glande Ocorre quando o paciente tem fimose fisiológica (prepúcio comprimido com óstio meato no prepúcio bem fechado) e não consegue retornar ao normal. Causa um edema no sulco coronal. Tratamento: o Redução manual; o Prepuciotomia para desinchar e depois fazer a correção definitiva da fimose.
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