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Maria Clara Cavalcante ABDOME AGUDO PEDIÁTRICO Definição: • Abdome agudo é definido como dor abdominal de início súbito, não traumático, havendo a necessidade de diagnóstico e tratamento imediato • Pode ser o sintoma inicial de doenças graves, como acidose metabólica, cetoacidose diabética, pielonefrite, pneumonia de base, pancreatite aguda e porfiria, e das emergências cirúrgicas Sinais indicativos para avaliação cirúrgica em dor abdominal aguda: • Dor abdominal súbita e recidiva, com despertar noturno ou que interrompe brincadeiras • Dor abdominal + vômitos + sintomas sistêmicos + alterações físicas • Vômitos persistentes, em jato (não é precedido por náuseas), biliosos (esverdeado escuro) e concomitantes à dor • Evacuações com características de melena (sangue diferido nas fezes, sangramento mais “alto”, bastante fétido), enterorragia ou com sangue e muco APENDICITE AGUDA ➔ INTRODUÇÃO: Causa mais comum de dor abdominal de origem cirúrgica em crianças e adolescentes Principal causa de laparotomia de urgência em > 2 anos Mais frequente após os 4 anos (6% em <4 anos) 4 apresentações dela que costumam confundir o médico, precisando de exame de imagem e exames laboratoriais, sendo elas: neuropatas, imunossuprimidos, gastroenterites e < 4 anos Apendicite em menores de 4 anos é comum, mas com a apresentação incomum para a faixa etária Incidência maior entre 8-12 anos ➔ ETIOPATOGENIA E FISIOPATOLOGIA: É uma doença inflamatória e não infecciosa, porém, quando há a obstrução e a proliferação bacteriana, se torna infecciosa – logo, inicialmente é inflamatória. Ela acontece por quê? Porque a luz do apêndice é muito fina, podendo ser facilmente obstruída Causas de obstrução: fecalito, sementes, hiperplasia linfóide, verminoses Obstrução -> proliferação bacteriana -> hiperperistalse -> processo inflamatório agudo -> dor Bactérias usuais da flora fecal: aeróbico e anaeróbico gram negativos: • E. coli • Peptostreptococcus species • Bacteroides fragilis • Pseudomonas Menos comum, infecções virais podem ser a causa por hiperplasia linfóide: • Rubéola • EBV 4 fases evolutivas do processo: Edematosa, flegmonosa, gangrenosa e perfurada. As duas primeiras: 24 a 36 horas (apendicites em fase inicialnão complicadas). As restantes: após 2 a 3 dias de história (apendicites em fase avançada - complicadas). ➔ SINAIS E SINTOMAS: • Hiporexia • Dor periumbilical com migração para a FID em < 24h – percussão é dolorosa • Dor ao movimento (típico) • Vômitos • Febre < 38 (baixa) ➔ SINAIS DE LOCALIZAÇÃO OU PERITONITE GENERALIZADA: • Dor em FID após tosse ou descompressão brusca • Contração involuntária (defesa abdominal) • Sinal de Rovsing (palpação da FIE, mas com dor na FID) • Sinal do Obturador (pélvico) • Sinal do Iliopsoas (retrocecal) • Plastrão (3-4 dias de evolução) – resulta do bloqueio do processo inflamatório pelas defesas peritoneais (deixando a infecção localizada) • Sepse (buscar evitar ao máximo) • Vômitos biliosos e fecalóides com distensão abdominal Obs: ausência de migração da dor em 50% dos pacientes, ausência de anorexia em 40% e descompressão brusca negativa em 52%. ➔ ANAMNESE E EXAME FÍSICO: • História familiar • Tempo de evolução • Anorexia • Dor que piora com tosse ou movimento! (seja ele até o veicular) • Posição antálgica – (posição fetal) há alívio da dor (não extensão completa do membro) ➔ DIAGNÓSTICO: Maria Clara Cavalcante • É clínico e deve ser suspeitado em toda criança com dor abdominal – em algumas exceções usa exames de imagem • Em caso de dúvida, reexaminar o paciente de forma seriada • Classificar em baixo, médio e alto risco BAIXO RISCO: Poucos sintomas e sinais Se causa alternativa: tratamento Sem causa alternativa e sem dor em FID: altas orientações Com dor em FID: reavaliação em 12-24h RISCO MODERADO: Alguns sinais/sintomas: febrícula, vômitos ou anorexia, sensibilidade em FID, exames laboratoriais alterados ou normais Parecer CIPE, imagem, exames físicos seriados Nesse caso pode pedir exames de imagem – exame de imagem ideal é a TC, mas USG é bom! ALTO RISCO: Achados clássicos, com início há 24-48h, com dor migrando da região periumbilical para FID, exames laboratoriais alterados Não é necessário pedir exames laboratoriais para todos Na apendicite aguda, no hemograma pode haver leucocitose moderada com desvio à esquerda até 18.000. Se a taxa estiver > 20.000 normalmente se associa a ruptura do apêndice. Avaliação cirúrgica prioritária a exames de imagem Cirurgia é o tratamento! ➔ IMAGEM: Típicas: avaliação de cirurgia antes de imagem Baixo risco: pode ser usado, porém com exame físico seriado Atípicas: provavelmente necessite de imagem Radiografia: O que está circulado é um fecalito! Níveis hidroaéreos – obstrução intestinal ➔ DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: • Gastroenterites • Obstrução abdominal por áscaris • Intussepção • Adenite mesentérica • Neoplasias malignas • Torção ovariana, gravidez ectópica O que é laparotomia branca? É quando abre o paciente achando que tem uma apendicite, mas, na verdade, não tem nada. ➔ DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS NÃO-CIRÚRGICOS: • SHU • Cetoacidose diabética • Peritonite primária • Pneumonia • Nefrolitíase • Faringites ➔ CONDUTA: Hidratação venosa + antibioticoterapia + cirurgia para TODOS com diagnóstico! ➔ APENDICITE PRECOCE (sem evidência de perfusão) TTO: Apendicectomia Tratamento clínico com antibióticos sistêmicos é realizado em alguns centros • Dor localizada < 48h • Leucócitos < 18.000 • PCR normal • SEM apendicolito no RX • Diâmetro do apêndice < 1,1 • Sem sinal de perfuração em exames de imagem Antigamente era considerada emergência pediátrica Risco de perfuração não aumenta em pacientes em antibioticoterapia e operados em <24h do diagnóstico Priorizar tempo de sintomas ao invés de tempo de diagnóstico! Se o paciente estiver em boa condição clínica e sem exames alterados, pode esperar para operar pela manhã! ➔ ANTIBIOTICOTERAPIA: Maria Clara Cavalcante Metronidazol (cobre anaeróbicas) + gentamicina (cobre gram-negativas) Ceftriaxona (opção que pode substituir gentamicina) Piperacilina/tazobactam ➔ PÓS-OPERATÓRIO: Analgesia, dieta oral o mais precoce possível e em alguns centros alta c=em 24-48h. ➔ APENDICITE AVANÇADA: Sem abscesso ou massa palpável -> apendicectomia urgente Prevenir sepse e choque séptico Lavagem X limpeza da cavidade Antibioticoterapia sistêmica reduz significativamente a chance de abscesso e necrose intra-abdominal Ceftriaxona + metronidazol; piperacilina/tazobactam Duração: afebril, controle de dor, tolera dieta oral, deambula e exame abdominal normal ➔ MASSA PALPÁVEL OU ABSCESSO: Aparência doente: abordagem urgente Boa aparência: urgente ou atb prévio (depende do médico) ➔ CIRURGIA: Laparoscópica – em locais que possuem material adequado Aberta em casos de apêndice perfurado ou complicado por plastrão ➔ COMPLICAÇÕES: • Sepse • Abscesso cavitário • Bridas ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO ➔ DEFINIÇÃO: Condição congênita que afeta RN e lactentes (<12 semanas) Espessamento anormal da musculatura lisa do piloro Resulta em alongamento e estreitamente persistente do canal pilórico ➔ ETIOLOGIA: Ainda não esclarecida – multifatorial – predisposição genética está bem estabelecida (se o pai tem, o filho tem altas chances) ➔ EPIDEMIOLOGIA: Acomete mais homens Causa + comum de obstrução gastrointestinal em RN e lactentes (<12 semanas de vida) Uso da eritromicina (pela mãe - toxoplasmose) tem sido associado ao aumento da incidência – comprovado! ➔ QUADRO CLÍNICO: Vômitos nãobiliosos (e sim leitoso), em jato, pós- alimentares (30-60min) e iniciam a partir da 2ª-3ª semana de vida Fome insaciável com sucção voraz logo após vômito (criança vomita e já quer comer depois) Perda de peso e desidratação Constipação (porque não tem o que evacuar, já que coloca tudo p/ fora) Icterícia (bilirrubina indireta) – interfere na absorção hepática da bilirrubina Casos graves: alcalose metabólica hipocalêmica e hipoclorêmica Distúrbio hidroeletrolítico ➔ DIAGNÓSTICO: Clínico + exames complementares (obrigatoriamente!) - USG abdominal Palpação da oliva pilórica na região epigástrica USG abdominal RX simples, mas nunca de forma isolada Principal diagnóstico diferencial é DRGE • Toda criança tem refluxo, mas o normal é o fisiológico, onde não há perda de peso. ➔ ULTRASSONOGRAFIA: Altamente sensível Tem sido usado como método de escolha diagnóstico! Vantagens: pouco invasivo, fácil acesso, visualização tridimensional, localização do piloro Desvantagens: operador-dependente, dificuldade em detalhar a imagem Comprimento do canal pilórico > 16mm Sensibilidade 100% e especificidade 84% Maria Clara Cavalcante Se o USG resolve, não tem para que pedir endoscopia! ➔ TRATAMENTO: Dieta zero por 8-12h SNG - somente se vômitos Correção eletrolítica antes de enviar para o centro cirúrgico Cirurgia – mas não é emergência cirúrgica Técnica de Fredet-Ramstedt: excisão longitudinal e dissecção romba do músculo pilórico (rápida e sedação com gás) INVAGINAÇÃO INTESTINAL (INTUSSEPÇÃO) ➔ DEFINIÇÃO: Invaginação de porção proximal do intestino em um segmento adjacente distal – Quando uma alça do intestino entra dentro da outra Mais comum emergência abdominal em crianças pequenas (<2 anos) Maioria são idiopáticas ➔ EPIDEMIOLOGIA: Principal causa de obstrução intestinal entre 3m-6 anos, com pico entre 5-9 meses Aproximadamente 60% são < 1 ano Associada a alguma hiperplasia linfóide Mais comum em crianças bem nutridas Mais comum em meninos ➔ TIPOS: Ileocólicas: envolvendo a junção ileocólica e corresponde a 90% dos casos (+ comum) Ileo-ileal, jejuno-jejunal, jejuno-ileal ou cólico-cólico Considerada idiopática se não for identificado um ponto principal ➔ PATOGÊNESE: Idiopática: 75% Fator viral: incidência aumentada junto com aumento de gastroenterites Associado à vacina rotavírus – o benefício da vacina é superior ao risco Aproximadamente 30% têm pródromos virais Gastroenterites virais podem estimular linfonodos a serem ponto de intuscepção ➔ PONTOS DE INTUSSEPÇÃO: • Divertículo de Meckel • Pólipos • Hiperplasia linfonodal • Hematoma • Fibrose cística, causando espessamento de secreção • Doença celíaca ➔ CLÍNICA: Cólica intermitente/contínua, progressiva, forte intensidade, choro inconsolável, posição fetal Ep. de dor com duração de 15-20 min Vômitos não biliosos inicialmente, progredindo com obstrução (podendo ser biliosos) – alimentares e posteriormente biliosos Massa em formato de salsicha, palpável em hemiabdome direito Fezes com sangue e muco (fezes em framboesa). Por que sangue? Pq tem um trauma. Pq muco? Se tiver necrose, terá muco ➔ DIAGNÓSTICO: Clínico + USG (procedimento usual) ➔ TRATAMENTO: Sinais vitais bons e sem evidência de perfuração: não cirúrgico Aparência ruim ou perfuração: cirúrgico • Cirurgia também é indicada em casos de insucesso no tratamento não cirúrgico ➔ REDUÇÃO NÃO CIRÚRGICA: Usa pressão hidrostática ou pneumática por enema Escolha no tipo ileocólica em pacientes estáveis Não precisa de antibioticoprofilaxia, embora seja feita em alguns locais (pois se está fazendo o tratamento não cirúrgico é porque tem certeza de que não há perfuração, logo, não há acúmulo bacteriano) Maria Clara Cavalcante Sucesso é indicado pelo fluxo livre de ar ou contraste pelo intestino ➔ RISCOS E COMPLICAÇÕES: Perfuração (ocorre em1% dos pacientes) Risco de perfuração aumenta quando: • <6m • > 3 dias de sintomas (pode ter sofrimento de alça) • Uso de altas pressões ➔ TAXA DE SUCESSO: É alta Cerca de 70-85% em ileocólica Maior em idiopáticas ➔ PÓS-PROCEDIMENTO: Não precisa de antibioticoterapia Dieta com líquidos claros (líquidos sem resíduos, como chá) Alta precoce 12-24h pós-procedimento Risco de recorrência maior em crianças > 1 ano, mas não aumenta com o tempo de sintomas ➔ CIRURGIA: Feita em: • Pacientes instáveis (perfurados, até que se prove o contrário) • Peritonite ou perfuração • Insucesso em tratamento não cirúrgico Ordenha e sem tração ➔ RESOLUÇÃO ESPONTÂNEA: Pode haver Pode acontecer em achado radiológico devido a dor abdominal a esclarecer Não precisa de terapia cirúrgica ou intervenção se nenhum ponto de intuscepção foi detectado DIVERTÍCULO DE MECKEL ➔ EPIDEMIOLOGIA/PATOGENIA: Ocorre em cerca de 2% da população Achado casual intra-operatório ou de necrópsia em cerca de 25% dos pacientes Falha na regressão do conduto onfalomesentérico, deixa persistente um pequeno segmento intestinal, localizado na borda antimesentérica do íleo distal Em 80% dos casos, o conteúdo é heterotópico, principalmente mucosa gástrica Mucosa anômala pode causar úlceras e hemorragias em TGI É mais comum na idade escolar ➔ QUADRO CLÍNICO: Sangramento intestinal baixo, obstrução intestinal e dor abdominal Sangramento em cerca de 25-56% com divertículo sintomático Na maioria das vezes o sangramento é discreto, porém pode ser profuso Todo sangramento intestinal impõe a pesquisa de divertículo de Meckel! ➔ DIAGNÓSTICO: Cintolografia (é o que fecha o diagnóstico) - diagnóstico muito difícil! Intra-operatório Cápsula endoscópica ➔ TRATAMENTO: Assintomáticos, mas se identificado durante exploração abdominal: • Resseção Sintomáticos: 1. Estabilização clínica 2. Descompressão - se sintomas obstrutivos 3. Se hemorragia - IBP 4. Resseção HÉRNIA INGUINAL ➔ EPIDEMIOLOGIA/APRESENTAÇÃO CLÍNICA: Meninos tem 6x mais risco, principalmente prematuros Indireta: persistência do conduto peritônio vaginal Risco de encarceramento é maior nos primeiros 6 meses de vida Maria Clara Cavalcante Edema na região inguinal, com eritema e dor – pode estar associado a sinais de obstrução intestinal ➔ DIAGNÓSTICO/TRATAMENTO: Clínico e, em alguns casos, ultrassonográfico Principal diagnóstico diferencial: Hidrocele (hidrocele é acúmulo de líquido no saco escrotal) - diagnóstico diferencial pode ser feito facilmente com uma lanterna. Se for só hidrocele, não verá nenhum material no testículo, só o líquido) Hérnia encarcerada é uma EMERGÊNCIA! Na maioria dos casos, realiza-se redução manual e, posteriormente, cirurgia eletiva TORÇÃO DE OVÁRIO ➔ QUADRO CLÍNICO: Dor intermitente e recorrente + náuseas + vômitos Exame físico inespecífico Sem sinais de peritonite (ou com) Em até 25% dos casos, o ovário normal e a torção ocorrem sem lesão anexia ➔ DIAGNÓSTICO: USG é o exame com a maior sensibilidade – a sua associação com o Doppler pode auxiliar ➔ TRATAMENTO: Duração da isquemia para dano irreversível não é bem definida (há relatos de que até 72h consegue-se manter o órgão viável) – o ovário aguenta um tempo maior de torção do que o testículo! Suspeita: laparotomia de emergência, mesmo decorrido longo intervalo desde início dos sintomas ➔ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Apendicite (em mulheres) • Mulheres em idade fértil com dor abdominal em FID ou FIE – gravidez ectópica TORÇÃO TESTICULAR ➔ QUADRO CLÍNICO: Escolares e adolescentes com dor unilateral em região escrotal, podendo estar associada a náuseas e vômitos Os sintomas são piores pela manhã Trauma local pode precederAumento da bolsa escrotal + eritema + dor intensa a manipulação + reflexo cremastérico ausente (reflexo cremastérico - quando faz um estímulo na face interna da coxa o testículo sobe) ➔ DIAGNÓSTICO: Diferenciar com orquiepididimite (inflamação do epidídimo e do testículo) USG + Doppler confirma e realiza o diagnóstico diferencial • Fluxo reduzido confirma o diagnóstico e indica a cirurgia ➔ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: • Orquiepididimite ➔ TRATAMENTO: Cirurgia (sempre) • Urgente e deve ser feito entre 4-8h do início dos sintomas (é mais urgente que a torção de ovário) TRAUMA ABDOMINAL 3ª causa de morte traumática na infância Principal causa de não reconhecimento de lesão no politraumatismo Criança é + vulnerável: • Fígado e baço anteriorizados e baixos • Diafragma horizontalizado • Arcos intercostais cartilaginosos e elásticos Cerca de 85% são fechados (colisões veiculares são as mais fatais) Lesão por guidão tem risco de envolver vísceras ocas (duodeno e pâncreas) ➔ EXAME FÍSICO: Preditores de lesão intra-abdominal: • Resistente à palpação • Equimoses e escoriações • Hematúria e baixa PAS Conduta inicial: 1. Descompressão gástrica e passar a sonda < 3 meses: Sonda OROGÁSTRICA > 3 meses: Sonda NASOGÁSTRICA 2. Toque retal (para verificar se há sangramento) 3. Exame físico seriado ➔ TRATAMENTO: Maria Clara Cavalcante Avanços no tratamento clínico permitiram o tratamento conservador não cirúrgico e o uso diagnóstico do FAST para o trauma FAST: É uma USG rápida realizado no politraumatizado – As janelas dele podem ser realizadas em qualquer ordem - Analisa 4 pontos em busca de líquido ou sangue, sendo: 1) Corte longitudinal em quadrante superior direito – visa analisar o fígado, rim direito e espaço de Morison = USG no espaço HEPATORRENAL 2) Corte longitudinal em quadrante superior esquerdo – visa analisar baço, rim esquerdo e espaço esplenorrenal = USG no espaço ESPLENORRENAL 3) Cortes na transversal da região suprapúbica (pelve) – visa analisar a bexiga = USG na janela SUPRAPÚBICA 4) Corte transverso subxifoide (subcostal) – visa analisar se há derrame pericárdico e lesões no lobo esquerdo hepático = USG no SACO PERICÁRDICO FAST + é líquido livre na cavidade abdominal! 1. FAST + e hemodinâmica instável – cirurgia imediata 2. FAST + e hemodinâmica estável – TC para classificar lesão 3. Hemodinamicamente estáveis, neurológico preservado e laboratório normal: FAST – e evita TC 4. Repetir FAST e exame físico durante a observação na emergência ASCARIDÍASE Obstrução intestinal Peritonite Apendicite Hepatobiliopancreática Fístulas enterocutâneas ➔ PATOGENIA: Tendência a conglomerar Causam obstrução mecânica da luz ou volume, levando a necrose ou volvo Pode penetrar em orifícios naturais Movimentação leva a processo irritativo e lesões em mucosas ➔ OBSTRUÇÃO INTESTINAL: Condição social precária Dor em cólica, progressiva Ascaris em vômitos Palpação de novelo Antecedente de eliminação de áscaris Semi-oclusão: diarreia ➔ DIAGNÓSTICO: Rx com sinais de obstrução intestinal ➔ TRATAMENTO: Óleo mineral 20ml de 4/4h + piperazina 75mg/kg/dia Dieta líquida SNG aberta (fechar de 4/4h, por 30min, após óleo mineral) Cirurgia: piora clínica e radiológica – obstrução intestinal completa BRIDAS OU ADERÊNCIAS Causas mais comuns de obstrução na criança com cirurgia abdominal prévia Pode ocorrer entre alças e parede abdominal ou entre alça e epiplon Limita-se ao Intestino DELGADO Aumenta incidência com uso de drenos ➔ MEDIDAS PROFILÁTICAS: Técnica delicada Pequenas incisões Evitar exposição de alças, desidratação e hipotermia Evitar uso de drenos e utilizar somente com indicações precisas REFERÊNCIAS: Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022. v1 165-171 Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022. v2 1284-1287; 1308- 1312 VO, J.N. & SATO, T.T. (2021) Intussusception in children. J. I. Singer (Ed.), Up to date. BRANDT, M.L. (2022) Acute appendicitis in children: Clinical manifestations and diagnosis. Monica E. L. (Ed.), Up to date. Maria Clara Cavalcante
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