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Pancreatite - clínica cirúrgica

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Pancreatite 
Esse resumo refere-se a parte 1 de 2 da aula 6 de clínica cirúrgica – 8° Período 
Principais causas: 
Litíase biliar, álcool, dislipidemia, medicações 
(carbamazepina, tricíclicos, azatioprina), 
idiopática, CPRE, má formação, trauma (crianças, 
quedas), hipercalcemia, tumor. 
Fisiologia da secreção das enzimas 
pancreáticas: 
Com a alimentação, peptídeos e ácidos graxos dos 
alimentos desencadeiam a liberação de CCK. A CCK 
estimula a liberação de enzimas pancreáticas para 
o lúmen duodenal. Em contraposição as células S 
do duodeno liberam secretina em resposta a 
acidificação do duodeno. Essa secretina induz a 
secreção de HCO3 das células pancreáticas para o 
duodeno. 
Algumas substâncias excretadas pelo pâncreas: 
amilase, lipase, tripsinogênio (com ação da 
enteroquinase no duodeno gera tripsina), 
fosfolipase A2, etc. 
Fisiopatologia da pancreatite: 
Devido a alguns fatores, principalmente devido 
impactação de cálculo biliar na ampola de Vater, 
mas tbm pelas outras causas já citadas, ocorre a 
injúria do parênquima pancreático, pois as enzimas 
não conseguem passar normalmente pelo ducto 
pancreático (Wirsung), gerando inflamação com 
liberação de citocinas inflamatórias, onde as 
próprias enzimas formadas provavelmente 
agridem o próprio órgão (digerir). Podemos ter 
dois tipos de pancreatite aguda, a intersticial ou 
edematosa ou a necrotizante (necrose do 
parênquima, podendo ser estéril ou infectada) que 
é mais rara, mas com maior mortalidade. 
Quadro clínico: 
 Dor epigástrica e periumbilical com 
irradiação para o dorso – dor em barra 
ou em faixa 
 Náuseas e vômitos 
Em pancreatite mais grave pode ter desidratação, 
taquicardia, hipotensão e febre. O exame 
abdominal vai variar com a gravidade do caso. 
Quando pancreatite aguda grave, ou seja, 
necrotizante, podemos ter o sinal de Cullen (1 
palavra – no umbigo) e Grey-Turner (duas palavras, 
nos dois flancos), também ter icterícia e derrame 
pleural. 
 
Diagnóstico laboratorial: 
Para controle clínico: 
 Hemograma (pode ter leucocitose) 
 PCR (elevado) 
 TGO, TGP, GGT 
 Glicose 
 Ureia/creatinina 
 Lactato sérico 
 Gasometria arterial 
 Pro-calcitonina 
Para diagnóstico: 
 Amilase 
 Lipase 
 Triglicerídeos 
 Cálcio 
 Albumina 
Lembrando que na pancreatite a dosagem de 
enzimas pancreáticas devem estar 3x mais 
aumentadas que o valor basal. Ex: amilase VR 115 
(>345), Lipase VR 240 (>750). 
Entre lipase e amilase, preferimos a lipase, pois a 
amilase tbm é produzida pela parótida. Ela tem 
meia vida mais curta começando a alterar em 6h e 
com pico em 24h. 
Critério de Banks: 
Nesse critério temos que são necessários para 
comprovar o diagnóstico de pancreatite aguda 
apenas 2 de 3 critérios. E quais são esses 
critérios? 
 Clínica 
 Laboratório (amilase, lipase >3x) 
 Imagem 
Ou seja, para confirmar diagnóstico posso ter só 
clínica com laboratório, ou clinica com imagem ou 
laboratório com imagem apenas. 
Exame de imagem: 
 USG, permite análise de doença biliar, 
edema, inflamação, etc. 
 Radiografia, permite visualização de alça 
sentinela, distensão do transverso (sinal de 
Gobiet) e derrame pleural 
 TC, permite avaliar gravidade, edema 
mínimo, edema de maior volume, coleções 
líquidas, hemorragias, necrose, etc 
Na TC podemos classificar de acordo com o 
Escore de Balthazar. 
 
Resumindo: 
Balthazar A: pâncreas normal 
Balthazar B: edema de pâncreas 
Balthazar C: Coleção líquida única 
Balthazar D: Duas ou mais coleções ou presença de 
gás 
Avaliação de gravidade da pancreatite aguda: 
 Ranson 
 Apache II 
 Marshall 
 SOFA 
 Atlanta (leve, moderadamente grave e 
grave) 
 Petrov (leve, moderada, grave, crítica) 
Imediamente ao avaliar o paciente identificar 
se há Síndrome da Resposta Inflamatória 
Sistêmica (SIRS): FC>90, FR>20, Leucocitose 
>12.000 ou >10% bastões ou leocpenia <4.000 
(VAI CAIR NA PROVA!) 
Complicações: 
Coleções líquidas peripancreaticas, necrose 
pancreática, ascite, trombose venosa, falência 
renal, encefalopatia, hipocalcemia, etc. 
Tratamento: 
 Jejum absoluto 
 Hidratação 
 Ofertar O2 
 Analgesia 
 Uso racional de antibiótico 
 CPRE em caso de pancreatite biliar grave, 
colangite e obstrução biliar mantida 
 Colecistectomia VLP 
 Necrosectomia (aguardar organização do 
tecido, per cutânea, endoscopia, cirúrgica).

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