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Coesão e Intertextualidade na Literatura

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07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 1/8
Questão 1
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu
 entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e
tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a
terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro,
como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o
rapaz atirou-se
 à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer,
que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em
cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha.
 AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 2
 
 Com base nos termos destacados no texto, pode-se dizer que tratam-se de processos de
a. coesão homônima e sequencial.
b. coesão referencial e sinonímica.
c. coesão referencial e sequencial.
d. coesão sequencial e hiperonímia.
e. coesão sequencial e homônima.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 2/8
Questão 2
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
A maioria dos teóricos da paródia remontam a raiz etimológica do termo ao substantivo grego
parodia, que quer dizer "contra-canto", e ficam-se por aí. Se olharmos mais atentamente para essa
raiz obteremos, no entanto, mais informação. A natureza textual ou discursiva da paródia (por
oposição à sátira) é evidente no elemento odos da palavra, que significa canto. O prefixo para tem
dois significados, sendo geralmente mencionado apenas um deles - o de "contra" ou "oposição".
Desta forma, a paródia torna-se uma oposição ou contraste entre textos. Este é, presumivelmente, o
ponto de partida formal para a componente de ridículo pragmática habitual da definição: um texto é
confrontado com outro, com a intenção de zombar dele ou de o tornar caricato. [...] No entanto, para
em grego também pode significar "ao longo de" e, portanto, existe uma sugestão de um acordo ou
intimidade, em vez de um contraste. É este segundo sentido esquecido do prefixo que alarga o
escopo pragmático da paródia de modo muito útil para as discussões das formas de arte
modernas[...]. Mas, mesmo em relação à estrutura formal, o carácter duplo da raiz sugere a
necessidade de termos mais neutros para a discussão. Nada existe em parodia que necessite da
inclusão de um conceito de ridículo, como existe, por exemplo, na piada, ou burla, do burlesco. A
paródia é, pois, na sua irónica "transcontextualização" e inversão, repetição com diferença. Está
implícita uma distanciação crítica entre o texto em fundo a ser parodiado e a nova obra que
incorpora, distância geralmente assinalada pela ironia. Mas esta ironia tanto pode ser apenas bem-
humorada, como pode ser depreciativa; tanto pode ser criticamente construtiva, como pode ser
destrutiva. O prazer da ironia da paródia não provém do humor em particular, mas do grau de
empenhamento do leitor no "vai-vém" intertextual (bouncing) para utilizar o famoso termo de E. M.
Forster, entre cumplicidade e distanciação.
 HUTCHEON, Linda. Uma teoria da paródia. Rio de Janeiro: Edições, 1985, p. 47-48
 
 Com base nesses apontamentos de Linda Hutcheon sobre como o texto se constrói às vezes como
paródia, é possível dizer que
a. uma releitura do texto pode ser um exemplo de intertextualidade.
b. uma deformação do texto pode implicar na sua destruição.
c. uma releitura do texto pode promover sua deformação.
d. uma reescrita do texto pode promover sua deformação.
e. uma visita nova ao texto pode iluminar outros pontos.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 3/8
Questão 3
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
TEXTO I
 
 
Trecho do poema de "Sete Faces" de Carlos Drummond de Andrade
 
 "Quando nasci, um anjo torto
 desses que vivem na sombra
 disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida."
 
 ANDRADE, C.D. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 58
 
 TEXTO II
 
 Trecho do poema "Até o fim" de Chico Buarque
 
 "Quando nasci veio um anjo safado
 O chato do querubim
 E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim"
 BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989
 
 Tendo como base os processos de relação intertextual, construção e reconstrução de sentidos,
pode-se dizer que o poema "Até o fim", de Chico Buarque
a. revisita "Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade.
b. dialoga com "Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade.
c. corta laços com "Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade.
d. continua a poética apresentada em "Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade.
e. promove uma continuidade irônica com "Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 4/8
Questão 4
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Questão 5
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
A progressão referencial é realizada por intermédio da introdução de novos referentes no texto, por
meio de elementos do contexto - que envolvem os elementos de coesão - ou ainda, anáforas e
catáforas. A realização de referenciação, por meio de elementos do próprio texto, criam as cadeias
referenciais que, uma vez presentes no enunciado, "garantem não só a progressão e a continuidade
referencial, como exercem papel de relevância na orientação argumentativa do texto, e, por
decorrência, na construção textual do sentido" (KOCH, 2014, p. 127)
 KOCH, I. V. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2014, p. 127
 
 Ao considerarmos os apontamentos de Koch, é possível observar que a progressão textual constrói
a. uma ideia de interrupção, de modo que a ação da personagem é interrompida por uma
sequência de acontecimentos.
b. uma ideia de progressão, de modo que sua ação inicial dá continuidade a outras.
c. uma ideia de conclusão, de maneira que seu primeiro movimento encerra uma sequência
de acontecimentos.
d. uma ideia de explicação, uma vez que sua primeira ação justifica as ações posteriores.
e. uma ideia de oposição, já que sua primeira ação é realizada em oposição aos
acontecimentos seguintes.
Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu oficio. Elas
começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o
pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas
vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano
na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma
só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no
varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita
para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.
 RAMOS, Graciliano. Apud SILVEIRA, JOEL. Rio de Janeiro:Editora Mauad, 1998, p. 77
 
 Todo texto é produzido tendo como princípios diferentes elementos da comunicação, a intenção de
quem o produz, o sentido preterido e os recursos utilizados para atingir determinado sentido. Tendo
isso em mente, pode-se dizer que a comparação utilizada por Graciliano Ramos
a. promove uma associação entre lavar roupa e escrever.
b. promove um distanciamento entre lavar roupa e escrever.
c. promove uma abstração entre lavar roupa e escrever.
d. promove uma crítica a quem quer escrever de qualquer forma.
e. promove uma ressignificação do ato da escrita na prática de lavar roupa.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=3460545/8
Questão 6
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Questão 7
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Julia Kristeva cunha o termo "intertextualidade", ao analisar os apontamentos de Bakhtin sobre o
caráter dialógico da linguagem. Para a crítica literária, a intertextualidade seria "escritura simultânea
como escritura e comunicabilidade[capaz de criar]espaço textual múltiplo, cujos elementos são
suscetíveis de aplicação no texto poético concreto".
 KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 71
 
 A partir do texto, pode-se afirmar que todo texto
a. é construído via mera cópia e duplicação de um outro texto.
b. é construído via plágio e cópia de um outro texto.
c. é construído via emulação e reinvenção de um outro texto.
d. é construído via absorção e transformação de um outro texto.
e. é construído via negação e modificação de um outro texto.
A orientação dialógica é naturalmente um fenômeno próprio a todo discurso. Trata-se da orientação
natural de qualquer discurso vivo. Em todos os seus caminhos até o objeto, em todas as direções, o
discurso se encontra com o discurso de outrem e não se pode deixar de participar, com ele, de uma
interação viva e tensa. Apenas o Adão mítico que chegou com a primeira palavra num mundo
virgem, ainda não desacreditado, somente este Adão podia realmente evitar por completo esta
mútua orientação dialógica od discurso alheio para o objeto. Para o discurso humano, concreto e
histórico, isso não é possível: só em certa medida e convencionalmente é que pode dela se afastar.
 BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 88.
 
 Tomando como base a questão 22, por que Bakhtin usa a figura de "adão" como metáfora para
abordar a característica intrinsecamente dialógica da linguagem?
a. Por que Adão, num primeiro momento, teria proferido discursos que não eram resposta a
outros.
b. Por que Adão não tinha ninguém com quem conversar.
c. Por que Adão era autônomo para criar seus próprios enunciados.
d. Por que Adão não emitia enunciados.
e. Por que Adão dava ordens, não precisava responder a ninguém.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 6/8
Questão 8
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
.
 Impotência
 
 Ouviu a resposta afirmativa com o suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a
polícia, chamasse ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre
os escombros, na enxurrada, ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis
telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardine e um
chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara, os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse
conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um
grande monstro débil.
 BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas. 3. ed. Rio de Janeiro: BestBolso. 2011, p. 14
 
 Tomando como base os elementos utilizados para construir a progressão narrativa do texto, pode-se
dizer que, para que a construção da coesão e o sentido original do texto sejam mantidos, a
conjunção "mas" em "Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara" pode ser
substituída por
a. "também", dando continuidade à sequência de ações anteriores.
b. "deste modo", indicando um fato inevitável naquela situação.
c. "por conseguinte", assegurando a ideia de incompatibilidade.
d. "porém", mantendo o valor contrastivo.
e. "logo", transmitindo uma ideia de inevitabilidade da tragédia anunciada.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 7/8
Questão 9
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
.
 O lobo e o leão
 
 Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à
conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se
daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
 No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no
caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a
ovelha.
 O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom
injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por
direito me pertence!"
 O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como
o Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar
uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou,
por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?"
 ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1997, p. 122
 
 O texto acima é uma das famosas fábulas de Esopo. A fábula é uma narrativa fantástica na qual
animais falam e contam uma narrativa em prol de um valor moral. Ao ler essa fábula sobre o viés da
produção de enunciados significativos, pode-se dizer que o diálogo entre o leão e o lobo
a. promove uma discussão irônica sobre o conceito de "direitos" e, por consequência,
sobre o sistema judiciário.
b. traz uma visão diferenciada sobre a ideia de propriedade privada.
c. repete as relações sociais que envolvem os mais fracos reclamando com os mais
poderosos.
d. coloca em xeque as relações sociais do mundo dos homens.
e. promove uma aproximação irônica entre o sistema comercial dos homens.
07/06/2022 23:00 Atividade 2 (A2): Revisão da tentativa
https://ambienteacademico.com.br/mod/quiz/review.php?attempt=783810&cmid=346054 8/8
Questão 10
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Não obstante, ao lado dele a mulher roncava, de papo para o ar, gorda, estrompada de serviço,
tresandando a uma mistura de suor com cebola crua e gordura podre. Mas
 João Romão nem dava por ela; só o que ele via e
 sentia era todo aquele voluptuoso mundo inacessível vir descendo para a terra, chegando-se para o
seu alcance, lentamente, acentuando-se. Houve um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar
de dentro uma frase que, no entanto, era a única ideia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal,
depois de coçar mais vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços.
 AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 20
 
 Tendo como base a característica inerentemente intertextual da linguagem, e como esta, ao se
autorreferenciar, criar mecanismos para conectar seus significados e significantes, pode-se dizer
que, no texto acima, o que promove uma progressão nas ideias são
a. os nomes.
b. os paralelismos.
c. os vocativos.
d. os verbos.
e. os conectivos.

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