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2º grupo, sala 10 Gusenga Right Inês Moreira Jorge Manuel Palmira Baptista Luís Significado da aula e sua estrutura didactica Universidade Púnguè Chimoio, 2021 2º grupo, sala 10 Gusenga Right Inês Moreira Jorge Manuel Palmira Baptista Luís Significado da aula e sua estrutura didactica Universidade Púnguè Chimoio, 2021 Trabalho de pesquisa a ser entregue na faculdade de letras, ciências sociais e humanidade, departamento de linguística e tradução, referente a cadeira de didactica geral, sob orientação da docente Argentina Lopes. Índice 1.0. Introdução .............................................................................................................. 4 2.0. Conceito de aula e tipos de aulas ........................................................................... 5 2.1. Significado de Aula: ambiente de aprendizagem .............................................. 5 2.2. Estrutura didáctica da aula: fases e inter-relação dinâmica e dialéctica ............ 9 2.2.1. Introdução e Motivação ............................................................................ 10 2.2.2. Mediação e Assimilação ........................................................................... 11 2.2.3. Domínio e Consolidação .......................................................................... 11 2.2.4. Controlo e Avaliação ................................................................................ 12 2.3. Plano de aula ................................................................................................ 12 2.3.1. Cabeçalho e identificação ......................................................................... 14 2.3.2. Objectivos ................................................................................................. 14 2.3.3. Características dos objectivos bem delineados ......................................... 15 2.3.4. Conteúdos ................................................................................................. 15 2.3.5. métodos de ensino .................................................................................... 16 3.0. Conclusão ............................................................................................................ 18 4.0. Referências bibliográficas ................................................................................... 19 4 1.0. Introdução O processo de ensino-aprendizagem é geralmente tido como um acto que acontece em sala de aula mediante condições que comummente são considerados necessários para que ocorra uma aula com é do caso da existência de um edifício escolar com salas equipadas para o efeito, contudo este não é o panorama geral do significado de aula, pois a aula engloba em si actos formais como é o caso das escolas e centros de formação profissional assim como lugares de lazer e comuns do nosso dia-a-dia. Embora a aula pode ocorrer em qualquer lugar e mediante situações diferenciadas, é foco intrínseco do presente trabalho abordar a aula mais como uma acção didáctica, com isso, São objectivos do trabalho conceituar a aula, caracterizar o ambiente da aula, apresentar a estrutura da aula didactica e classificar as fases da aula, onde para se atingir tais objectivos, recorreu-se ao uso do método de pesquisa bibliográfica para a selecção do conteúdo que a seguir será apresentado. 5 2.0. Conceito de aula e tipos de aulas Para LIBANEO(1994) a aula é um conjunto de meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da actividade própria do aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e activa dos conteúdos. Segundo o autor o processo de ensino, através das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a matéria de ensino, preparada didacticamente no plano de ensino e nos planos de aula. A realização de uma aula ou conjunto de aulas requer uma estruturação didáctica, isto é¸ etapas ou passos mais ou menos constantes que estabelecem a sequencia do ensino de acordo com a matéria ensinada, características do grupo de alunos e de cada aluno e situações didácticas especificas. Nas aulas se conjugam diversas formas didácticas, por meio das quais é estabelecida a correspondência entre tipos de aulas e métodos de ensino. Para este autor as tarefas do docente visam organizar a assimilação activa, o estudo independente dos alunos, a aquisição de métodos de pensamento, a consolidação do aprendido. Isto significa que, sempre de acordo com os objectivos e conteúdos da matéria, as aulas poderão ser previstas em correspondência com etapas ou passos do processo de ensino. Ele tipifica as aulas em: Aulas de preparação e introdução da matéria (no inicio de uma unidade); Aulas de tratamento mais sistematizado da matéria nova; Aulas de consolidação (exercícios, recordação, sistematização, aplicação); Aulas de verificação da aprendizagem para avaliação diagnostica ou de controle. Em qualquer destes tipos de aulas, entretanto, deve existir a preocupação de verificar das condições previas, de orientação dos alunos para os objectivos, de consolidação e de avaliação. 2.1. Significado de Aula: ambiente de aprendizagem Para CORDEIRO (2007), buscar entender a aula é, acima de tudo, reflectir sobre os espaços onde ela acontece. Na educação actual, salvo pequenas excepções, as aulas acontecem nas salas de aula, espaços limitados e limitadores, herméticos, fechados em um cómodo que foi construído ou adaptado para este fim. 6 Se levarmos em conta que sala de aula pode ser chamada de espaço de aprendizagem, precisamos repensar sua estrutura física também. Sala de aula como espaço de aprendizagem será todo o espaço físico onde ocorre a aprendizagem. Ao acompanhar a mãe ao mercado, visualizando marcas, produtos, dinheiro, a criança passa por um aprendizado fora do espaço formal da sala de aula. Quando recebe os valores básicos da educação está aprendendo, desenvolvendo-se enquanto cidadão e ser aprendente. Da mesma forma, na escola, durante o intervalo, ao receber orientações, está aprendendo acerca de convivência, de higiene pessoal, entre outras possibilidades. Diante desses pequenos exemplos, reforçamos que o acto de aprender não se dá apenas nas chamadas salas de aula, mas em todo espaço de convivência onde haja estímulo e solicitação para que a criança assimile uma informação nova, um facto ou mesmo um conceito. Se por um lado, chamamos a atenção para a aprendizagem informal, desenvolvida em diversos espaços e situações, por outro, abordamos a funcionalidade da aula planejada para os espaços formais e dentro dos postulados pedagógicos esperados em uma escola. (ROBSON & INFORSATO, 2011) Para MORAIS (1991) a aula não se refere ao aglomerado de situações, técnicas, estratégias e recursos que apenas se estabelecem como elementos suficientes que desenvolvem a real aprendizagem. Essa concepção representa uma mera “maquiagem” para um acto que deve ir muito além para se constituir plenamente. LIBÂNEO (1994) diz que devemos entender a aula como o conjunto dos meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da actividade própria do aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e activa dos conteúdos. Em outras palavras, o processo de ensino, através das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a matéria de ensino, preparada didaticamente no plano de ensino e nos planos de aula. A definição apresentada se ocupa de objectivos instrucionais, valoriza a acção do aluno e aponta a assimilação consciente por parte dele, mas não se refere aos aspectos afectivos e socioculturais presentes no universo da aula. Ao aceitarmos a aula como um conjunto demeios e condições, não podemos deixar de levar em conta que tais condições incluem aquelas ligadas aos aspectos sócio-afectivos dos alunos e professores para que a aula aconteça de forma a atingir seu propósito. Se entendermos que aprender é construir, não podemos deixar de considerar os múltiplos 7 aspectos desta construção, pois, se assim o fizermos, estaremos excluindo os aspectos do ser e supervalorizando os aspectos do currículo escolar para este ou aquele ano, segmento ou estágio da divisão estabelecida pelo sistema educacional. Na concepção de uma aula mais humana, que entenda e respeite as habilidades e limitações dos alunos, a aprendizagem deve contribui para o desenvolvimento integral do ser e não pode se reduzir a cópias ou reproduções de uma realidade, na qual a escola se encontra inserida. A aula é o centro do processo pedagógico, momento organizado para a ocorrência da aprendizagem do aluno por meio das actividades de ensino. (RANGEL, 2005)Trata-se de organizar os espaços e os tempos, a aula, como acto pedagógico, precisa ser planejada e pensada para a ocorrência do processo ensino- aprendizagem, de forma a desenvolver nos alunos as condições para que continuem a aprender mesmo fora do ambiente escolar, com autonomia e reflexão, como seres aprendentes que adquirem certas habilidades de organização do pensamento e da acção, as quais os preparam para continuar aprendendo sempre. O investimento na aula deve ser maior do que em outros elementos da escola como um todo, pois de nada adianta investir em outros aspectos se o cerne de todo o processo não for repensado de forma coerente e com espaços para as discussões que conduzam a novas práticas pedagógicas que realmente atinjam os alunos. não é possível desenvolver uma educação de qualidade se a aula não for pensada e planejada com a mesma qualidade que se espera atingir. Esse planejamento, repetimos, não se limita a encher a sala de aula de aparatos e tecnologias avançadas. Antes de mais nada, a aula deve ser planejada de forma a produzir aprendizagem significativa nos alunos. Toda a educação, para ser eficaz, precisa ter sentido para o aluno, particularmente na educação formal. Esse sentido está vinculado com a sensação de bem-estar, pois se assim for, o aluno colocar-se-á em prontidões de sempre querer saber mais, ir além do que lhe é transmitido de maneira directa, que, aliás, é o propósito de toda boa educação. Portanto, o fazer pedagógico não pode ser dissociado da provocação do prazer, do qual o corpo aprendente dele precisa para que o aprendizado ocorra. Conduzir alunos ao prazer durante as aulas é propiciar condições de aprendizagem que se integrarão em seus corpos, atingindo seus centros de interesse e potencializando-os à assimilação de novos conhecimentos. Assim, prazer e aprender se combinam na consolidação de aprendizagens efectivas. 8 Por outro lado, dissociar aprender de prazer é reduzir o acto pedagógico à consecução de meros objectivos instrucionais, deixando de lado todas as demais dimensões presentes nas relações de ensino-aprendizagem. É impedir que a vida penetre no ambiente escolar, tornando-o estéril/improdutiva, impróprio para relações de vivência e de aprendizagem. Uma aula de mera transmissão unilateral de conteúdos é algo sem vitalidade, vazio de significados que desestimula a reflexão dos alunos e mesmo dos professores, os quais se acomodam em situações que lhes parecem quotidianas, utilizando-se de práticas ultrapassadas, sem avaliar a eficácia delas para os tempos actuais. Se quiser-se ensinar algo a alguém, a preparação da aula tem de levar em conta essa dupla de componentes, algo a ensinar e alguém a ser ensinado, sendo que este último é o protagonista do processo. A relação ensino-aprendizagem gera vínculos pessoais e de conhecimentos, e a partir dessas relações pode-se potencializar no aluno uma ânsia por sua autonomia, para que haja continuidade nos diálogos com os múltiplos processos de ensino-aprendizagem que ele deverá ter ao longo de sua vida, não apenas nos ambientes escolares. Nesse sentido, vale reforçar o que nos afirmou Paulo Freire (1998, p. 52): “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Para isso, é preciso que, no acto de se pensar o ensino, se leve em conta as múltiplas dimensões nele existentes, além das dimensões ontológica, epistemológica, política, ética, pedagógica – há testemunhos e vivências, posto que o ensino se dá nas relações humanas. Diante disso, planejar a aula é muito mais do que o mero preenchimento de formulários de planos de ensino, seguir aspectos burocráticos para atender às demandas dos coordenadores e directores. Planejar significa levar em conta a vida na sala de aula e preparar situações que permitam que a vida se faça no ambiente escolar, facilitando assim o aprender dos alunos e a retomada de estratégias e metodologias com vistas ao progresso das relações travadas no ambiente escolar, tanto as cognitivas, quanto as emocionais que, muitas vezes, são deixadas de lado, relegadas ao esquecimento por não estarem ligadas aos aspectos quantitativos valorizados pela escola. Na aula, o professor perpetua o papel de organizador de situações de aprendizagem e da sua necessidade de estudar, e preparar tais situações. Falar da necessidade de uma aula que leve em conta as dimensões humanas não descarta ou diminui a figura e o papel do professor. Uma aula que leve em conta os aspectos humanos do ser reaproxima o 9 professor de sua dimensão humana de sonhos, frustrações, dificuldades e múltiplas habilidades, dando-lhe condições de também actuar como ser entre seres, na condição de condutor e de aprendiz, vivendo as relações travadas nas salas de aula, em múltiplos espaços de aprendizagem e não apenas naquelas de formato rectangular, com lousa, cartazes etc. Os alunos aprendem quando menos esperamos, nos seus tempos, nos seus momentos e desejos, mas isso raramente acontece sem as acções do professor, sem a sua interferência humana atenta. Contudo, para que a aula seja um conjunto de espaço e tempo propício à aprendizagem do aluno, é necessária a preparação dos docentes, quer nos aspectos dos conteúdos de determinada disciplina, quer na didáctica exigida para a transmissão de tais conteúdos. Um e outro exigem do docente uma visão aberta do que seja ensinar, pois o conhecimento que se deve transmitir é algo que se organizou no tempo para que os seres humanos nele instruídos tivessem uma visão mais ampla do mundo, mas ele não é inerte e nem está estabelecido como verdade permanente; já a didáctica, mais do que conjunto de técnicas e métodos para se transmitir, deve ser tomada em sua finalidade de se construir acções suficientes que conduzam ao aprendizado e ao desenvolvimento dos alunos. Portanto, aula, muito além dos processos burocráticos que tentam traduzi-la nos planos de ensino, constituem acções organizadas, práticas, que conduzem o aluno ao aprender contínuo em um processo reflexivo de constante reconstrução de conhecimentos prévios, de mudança de atitudes frente ao saber organizado que a escola lhe propicia. 2.2. Estrutura didáctica da aula: fases e inter-relação dinâmica e dialéctica Para NIVAGARA (S/D) a educação especialmente organizada realiza-se, nas escolas, sobretudo através das aulas que em si, constituem um conjunto de meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da actividade própria do aluno no processo de aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e activa dos conteúdos. Por outras palavras, o processo de ensino, através das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a matéria de ensino, preparada didacticamente no plano de ensino e nos planos de aula. A realização de uma aula ou conjunto de aulasrequer uma estruturação didáctica, isto é, etapas ou passos mais ou menos constantes 10 que estabelecem a sequência do ensino de acordo com a matéria ensinada, características do grupo de alunos e de cada aluno e situações didácticas especificas. As diferentes etapas são apresentadas sucessivamente e, ao mesmo tempo, PILETTI (1987) chama atenção para a interligação existente entre elas. Trata-se das etapas, também chamadas funções didácticas, que segundo RODRIGUES et al (2007) são as seguintes: Função Didáctica de Introdução e Motivação Função Didáctica de Mediação e Assimilação Função Didáctica de Domínio e Consolidação Função Didáctica de Controle e Assimilação. 2.2.1. Introdução e Motivação Para LIBANEO (1996) a função didáctica “Introdução e Motivação” é a primeira, e portanto, corresponde ao momento inicial da aula. É um momento crucial de preparação psicológica dos alunos para o processo de mediação do conhecimento na sala de aula. Assim, numa determinada aula, seja ela aula teórica ou prática, este momento não deve faltar, pois trata-se dos minutos iniciais e, são destinados a uma breve introdução e motivação dos alunos. Por outras palavras, o professor deve propiciar aos seus alunos boas e suficientes razões para que estes realmente se interessem pelo tema a ser abordado neste dia e assim, continuem a participar no desenvolvimento da aula. Uma nota importante é o facto de que o professor ao seleccionar o elemento de introdução e motivação, deverá sempre prestar atenção aos interesses dos seus alunos. Por outras palavras, é preciso saber o interessa aos alunos. Não deve ser introdução, um tema que esteja fora do que vai ser tratado na aula, deve-se olhar sobre o conteúdo a ser leccionado no presente dia, pois o objectivo da introdução e motivação é criar um desafio, uma provocação de forma a despertar curiosidades e assim, motivar os alunos. Para casos de se tratar de uma continuação da aula anterior, a motivação pode incluir algumas perguntas para averiguar se o conteúdo anterior foi assimilado. Quanto ao tempo em que a introdução e motivação deve perdurar, dependerá do professor, mas não deve perder muito tempo nesta etapa. Alguns autores explicam que 11 deve ser no máximo de 5 minutos. E dependendo das circunstâncias e necessidades, este momento de introdução e motivação pode ser excluído na fase inicial da aula, mas durante a aula deverá existir a motivação. Ou seja, a introdução e motivação não se aplica apenas nos primeiros minutos da aula, mas em quase toda aula, contando piadas, relacionando o conteúdo da aula com a realidade do dia-a-dia, fazendo coisas engraçadas em todo o processo para manter a motivação dos alunos. 2.2.2. Mediação e Assimilação A Mediação e Assimilação é o segundo momento da aula. É uma função didáctica muito visível dentro do processo de ensino-aprendizagem. A função do professor é de mediar a construção do conhecimento por parte dos alunos. O professor é considerado como o facilitador, organizador e orientador do processo de ensino-aprendizagem (PEA). O cria condições psicológicas, pedagógicas e didácticas para que ocorra a aprendizagem. Assim, uma vez apresentado no quadro os conteúdos em forma de problema a ser resolvido e mediante questões, trocas de experiências, colocação de possíveis soluções, o professor poderá fazer uma colocação didáctica dos objectivos, tendo em conta que estes vão orientar a condução da aula. Na verdade, nesta função didáctica, após o professor ter introduzido ou apresentado o tema a ser leccionado, segue-se o momento em que deve explicar os contornos envolventes do tema, deve explicar tudo sobre o conteúdo para que os alunos percebam. Para tal, o professor deverá apoiar-se em várias técnicas e estratégias: conversar com os alunos em volta do assunto, analisar exercícios já resolvidos seja de forma individual ou em grupo, fazer ilustrações e atribuir breves exercícios. Enfim, nesta função didáctica, o professor deve fazer a exposição e interacção do conteúdo. Por essa razão, um dos métodos a usar pode ser o método expositivo, na qual o professor apresenta o tema e começa a explicar e o interactivo ou de elaboração conjunta em que os alunos juntamente com o professor vão tecendo o conteúdo. 2.2.3. Domínio e Consolidação A função didáctica “Domínio e Consolidação”, muitas vezes é representada pelos exercícios de consolidação que podem seguir diferentes formas ou podem apresentar várias modalidades. Nesta fase é de suma importância que os conhecimentos sejam 12 organizados, aprimorados e fixados pelos alunos, a fim de que estejam disponíveis para orientá-los nas situações concretas do estudo e da vida. Deve-se ter em conta que em paralelo com os conhecimentos e através deles, é preciso aprimorar a formação de habilidades, hábitos e costumes para a utilização independente e criadora desses conhecimentos. Para a consolidação e a formação de habilidades é fundamental que se incluam exercícios práticos de fixação, que podem ir desde simples perguntas até a recapitulação dos tópicos principais da aula. As actividades de recordação, sistematização e os exercícios devem criar oportunidades ao aluno para estabelecer relações entre o conteúdo estudado e as situações novas, comparar conhecimentos obtidos com os factos da vida real, apresentar problemas ou questões de forma diferente de como foram tratados, pôr em prática as habilidades desenvolvidas durante o estudo. 2.2.4. Controlo e Avaliação No processo de ensino-aprendizagem recomenda-se que a avaliação seja contínua e permanente, pois permite identificar avanços e recuos e tomada de decisões sobre as referidas actividades implementadas e a implementar. A avaliação permite saber os efeitos da metodologia adoptada, revela os níveis de assimilação de cada aluno em particular no processo e da turma em geral. A função didáctica “Controlo e Avaliação” visa informar como está a decorrer a aprendizagem dos alunos, visa informar se os alunos estão a ser conduzidos em direcção aos objectivos traçados e é aplicada continuamente no decorrer da aula, de modo a acompanhar na íntegra o processo. Por outras palavras, esta função didáctica é marcada por exercícios constantes e apresentação de dúvidas e respostas. Para o efeito, o aluno serve-se de vários procedimentos e instrumentos de mensuração tais como: observação, testes, exercícios teóricos e práticos, trabalhos de casa entre outras formas, que de certa forma proporcionam dados quantitativos e qualitativos. 2.3. Plano de aula Está directamente relacionado ao plano de ensino, mas descreve uma sequência didáctica a ser seguida para o desenvolvimento integral e integrado da aprendizagem, diariamente, em cada aula ou actividade prática (laboratório, estágio, visita). Facilita a visualização da dinâmica da aula ou actividade, contribui para que outro docente possa 13 utilizar-se desta referência, em caso de impossibilidade ou ausência do docente responsável. Para LIBÂNEO (1994), “o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das actividades didácticas em termos de organização e coordenação em face dos objectivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”. Portanto, o planejamento de aula é um instrumento essencial para o professor definir as estratégias pedagógicas, conforme os objectivos a ser alcançado, criteriosamente adequado para as diferentes turmas, com flexibilidade suficiente, caso necessite de alterações. Na elaboração do plano de aula devemos nos atentar para: Clareza e objectividade; Actualização do plano periodicamente; Conhecimento dos recursos disponíveis na escola; Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado; Articulação entre a teoria e a prática; Utilização de metodologiasdiversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem; Sistematização das actividades de acordo com o tempo disponível (tempo/carga horária dimensionada, segundo cada etapa da aula/actividade); Flexibilidade frente a situações imprevistas; Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros; Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes. Ao elaborar o plano, é necessário fazer-se um diagnóstico inicial, respondendo a questões: Para quem vou ensinar? Quem são os estudantes? Quais as características (faixa etária, grau de maturidade, conhecimentos prévios, habilidades adquiridas, contexto social em que vivem (alunos trabalhadores com múltiplas jornadas de trabalho)). Por que ensinar? 14 Quais os objectivos da educação e da escola? Do módulo ou da aula? Quais a competências a serem desenvolvidas? Na educação, segundo FERRAZ (2010), decidir e definir os objectivos de aprendizagem significa estruturar, de forma consciente, o processo educacional para propiciar mudanças de pensamentos, acções e condutas. Essa estruturação resulta do planejamento directamente relacionado à selecção de conteúdos, de procedimentos, de actividades, de recursos disponíveis, de estratégias, de instrumentos de avaliação e da metodologia a ser adoptada no processo educativo, alinhados à formação das competências, de acordo com o perfil profissional delineado pela escola. Nessa perspectiva, em um modelo prático estruturalmente o Plano de Aula é constituído por: Identificação, Objectivos, Conteúdos, Metodologias e Recursos. 2.3.1. Cabeçalho e identificação Escola; Turma; Disciplina; Professor(a); Data; Horário; Duração; Tema. Segundo o atou são os dados mais imediatos para a identificação da aula. 2.3.2. Objectivos É necessário planejar criteriosamente as aulas. A elaboração de um plano de aula inicia- se com a formulação dos objectivos de aprendizagem, ou seja, a definição clara e precisa do que se espera que o estudante seja capaz de fazer após a conclusão da aula/disciplina (Gil, 2009). A elaboração de objectivos mais adequados ao ensino pode ser facilitada pelo uso da Taxonomia de Bloom (auxilia a identificação e a declaração dos objectivos). Uma 15 estrutura de organização hierárquica de objectivos educacionais. A classificação divide as possibilidades de aprendizagem em três grandes domínios: Cognitivo: abrangendo a aprendizagem intelectual (relacionado ao aprender, dominar um conhecimento); Afectivo: abrangendo os aspectos de sensibilização e gradação de valores (relacionado a sentimentos e posturas); Psicomotor: abrangendo as habilidades de execução de tarefas que envolvem o organismo muscular (relacionado a habilidades físicas específicas). Na elaboração dos objectivos, os verbos devem vir expressos no infinitivo que descreve o desempenho esperado do estudante. Ao seleccionar os verbos, precisamos considerar o que o estudante deverá ser capaz de realizar ou aprender. 2.3.3. Características dos objectivos bem delineados Orientados para os sujeitos da acção; Fornecem uma descrição dos resultados desejados; São claros e precisos; São facilmente compreendidos; São relevantes; São realizáveis. 2.3.4. Conteúdos A selecção dos conteúdos a serem trabalhados na aula deve responder a questão: Para alcançar os objectivos delineados quais conteúdos devem ser trabalhados? Mas também devem ser considerados os critérios abaixo: Vinculação aos objectivos; Validade (aplicável à vida real); Significância (relação com experiências pessoais dos sujeitos); Utilidade para os sujeitos (atender as necessidades e interesses dos estudantes); Adequado à diversidade dos sujeitos; Adequado ao tempo da acção. Para facilitar o delineamento dos conteúdos e selecção das estratégias de ensino, ZABALA (1998) propõe a tipologia dos conteúdos de aprendizagem: 16 Factuais: referem-se ao conhecimento de factos, acontecimentos, situações, dados e fenómenos concretos e singulares. Envolve memorização e repetição. Conceituais: relacionam-se com conceitos propriamente ditos e referem-se ao conjunto de factos, objectos ou símbolos que possuem características comuns. São mais abstractos e envolvem compreensão, reflexão, análise e comparação. Envolve compreensão e utilização dos conhecimentos. Procedimentais: Referem-se ao aprender a fazer, envolvem regras, técnicas, métodos, estratégias e habilidades. Como exemplos, temos: ler, desenhar, observar, classificar e traduzir. A aprendizagem envolve a realização de acções, ou seja, para aprender é preciso fazer e aplicar o conhecimento em diferentes contextos. Atitudinais: envolvem valores, atitudes e normas. Incluem-se nesses conteúdos, a cooperação, a solidariedade, o trabalho em grupo, o respeito, a ética e o trabalho com a diversidade. A aprendizagem desses conteúdos envolve a reflexão, tomada de posição e avaliação, o que pode ser facilitado por meio de estudos de casos, situações-problemas, júri simulado, etc. Deve Seleccionar-se os conteúdos, baseando-se no Plano de Ensino, estabelecendo uma sequência lógica para facilitar a integração dos demais conteúdos. Conforme o contexto pode-se estabelecer a abordagem dos aspectos mais gerais até os mais específicos, preferencialmente iniciando dos mais simples para os mais complexos. Certificando-se de que está-se contemplando o necessário para o momento, quantitativa e qualitativamente, sem exceder os limites, incluindo outros assuntos que podem ser abordados posteriormente, de maneira mais facilitadora, à compreensão e ao aprendizado. 2.3.5. métodos de ensino Corresponde aos caminhos/meios para atingir os objectivos. Para a selecção dos métodos de ensino é preciso responder a questão: Que situações de aprendizagem devo organizar para que o estudante atinja os objectivos delineados? Alguns critérios devem ser considerados na selecção dos métodos de ensino: Concepção pedagógica adoptada; Domínios dos objectivos; 17 Tipologia dos conteúdos; Características dos estudantes; Características do método; Características do professor; Características do assunto abordado; Tempo para desenvolvimento da acção; Recursos disponíveis: materiais, físicos, humanos e financeiros. PILLETI (1987) destaca 5 métodos de ensino de são: Método expositivo; Método interactivo/elaboração conjunta; Método de trabalho independente; Método de trabalho em grupo; Método de actividades especiais. Meios e recursos didácticos São os meios necessários à concretização da estratégia. Estão relacionados aos métodos de ensino e estratégias a serem utilizadas. Devem ser previstos os recursos materiais, físicos, humanos e financeiros. Os recursos variam desde quadro branco, pincel e apagador, projector de slides, filmes, mapas, cartazes, a aplicativos e softwares de última geração. É importante contemplar ainda manifestações artísticas na formação, tais como poesias, músicas, esculturas, pinturas, fotografias para aprimorar a inserção cultural dos estudantes. Isso faz com que estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com vistas a facilitar a compreensão e o aprendizado. Considere que a eleição de determinados recursos e estratégias metodológicas expressam as concepções pedagógicas adoptadas pelo docente e pela escola, bem como as intencionalidades subliminarmente identificadas no processo educativo. 18 3.0. Conclusão O conceito de aula é englobante e abrange a todo acto de aprender ou ensinar algo a alguém, cujo nesta abrangência não se limita a um espaço mas delimita umaideológica que nos insere no processo de ensino-aprendizagem, com isso, uma aula não ocorre somente em sala de aula mas pode ocorrer também em outros lugares onde se compartilhe um saber, pode ser este lugar em casa, no mercado, nas plataformas virtuais, etc. mas uma diferenciação notável é quando se particulariza esta aula a um contexto puramente didáctico que é o que acontece nas escolas, esta aula passa a ser uma acção planificada por um individuo formado e capacitado para moderar o processo de ensino-aprendizagem. Este processo segue certa estruturação que a orienta mas que não é imperativa o seu uso na ordem conhecida pois as mesmas interligam-se como estratégias pedagógicas para conduzir o processo de ensino-aprendizagem ao sucesso. 19 4.0. Referências bibliográficas CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007.. FERRAZ APCM, BELHOT RV. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gest. Prod. 17(2):421-31; 2010. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998. GIL AC. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2006. LIBÂNEO JC. Didática. São Paulo, Cortez, 1994. LIBANEO, José Carlos et al., Pedagogia da Educação. Editora Cortez, São Paulo, 1996. MORAIS, Regis de (Org.). Sala de aula: que espaço é esse? 5. ed. Campinas, SP: Papirus, 1991. NIVAGARA, Daniel Daniel. Didáctica Geral – Aprender a Ensinar. Módulo de Ensino à distância, Universidade Pedagógica. PILETTI, Claudino. Didáctica geral. São Paulo, Ática, 8.ed., 1987. RANGEL, Mary. Métodos de ensino para a aprendizagem e a dinamização das aulas. Campinas, SP: Papirus, 2005. ROBSON, A. S.; INFORSATO, E. C. Aula: o ato pedagógico em si. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de Formação: formação de professores didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. RODRIGUES et al., Psicopedagogia: a estruturação do ensino-aprendizagem e o papel do educador no século XXI. Modulo III. Instituto Superior Dom Bosco, 2007. ZABALA A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1998. anexo Escola: Secundária geral 7 de Abril Data: 23/10/2021 Unidade X: textos multiusos Disciplina: Português Classe: 10ª Tema: texto expositivo-argumentativo Duração: 45 min N o de alunos: 25 Semestre: II Professor: Gusenga Right Objectivos Conceituar textos expositivos-argumentativos Identificar a estrutura dessa tipologia textual identificar os tipos de discursos Temp o Funções didácticas Conteúdos Actividades Método Material/Recurso s Professor Aluno 7 Min Motivação/Introdu ção leitura do texto Apresentação do novo tema (texto Orientar a leitura do texto Apresentar Lerem e identificar a tipologia textual Elaboração conjunta Expositivo Texto argumentat ivo selecciona expositivo explicativo) o novo tema Escutarem a apresentação da nova aula do pelo professor 18 Min Mediação e assimilação Conceito de texto expositivo argumentativo Estrutura Tipos de argumentos Fazer perguntas de diagnóstico Explicar todos os conteúdos Orientar a interacção Fazer anotações no quadro Responder as perguntas de diagnóstico Escutar interagir fazerem anotações no caderno do aluno Expositivo Elaboração conjunta Texto argumentat ivo selecciona do pelo professor Quadro Marcador Apagador 10 Min Domínio e consolidação Resumo da aula Marcação dos exercícios Orientar o resumo Marcar os exercícios no quadro Fazerem o resumo Copiarem os exercícios Trabalho independent e Quadro O marcador Apagador 10 Min Controle e avaliação Resolução do exercício Apresentação dos exercícios Considerações finais Marcação do trabalho de casa Controle de presenças Orientar a resolução e apresentaçã o dos exercícios Fazer o controle de presenças Marcar o trabalho para casa Proferir as consideraçõ es finais Resolverem os exercícios Apresentarem os exercícios Responderem ao controle de presenças Anotarem o trabalho para casa Escutar as considerações finais Trabalho individual -------- idem ----- Exercícios 1. Identifique as partes que compõem os textos. 2. Indique pelo menos 3 argumentos e refira a tipologia de cada um, consoante o texto dado. 3. Retire pelo menos 3 tipos de marcas linguísticas do texto e seus respectivos exemplos a partir o texto. Tpc 1) Construa um texto expositivo-argumentativo da sua autoria, respeitando a estrutura e as marcas linguísticas desta tipologia textual.
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