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Distúrbios neurológicos Distúrbios neuromusculares • Nervos periféricos e junção neuromuscular – sinais de neurônio motor inferior – paresia/paralisia flácida • Diferenciais: o Polineuropatias (idiopática/ aguda/ inflamatória/ autoimune) o Botulismo o Miastenia gravis o Paralisia do carrapato – EUA e Australia • Músculo esquelético o Miosite mastigatória o Polimiosite idiopática o Polimiopatia hipocalêmica – gatos são mais sensíveis (ventroflexão do pescoço) o Tétano (paralisia espástica) Polirradiculoneurite aguda • Inflamação de várias nervosas – consequentemente atinge neurônio motor inferior, resultando em tetraparesia/ paralisia flácida o Imunomediada – próprio sistema imune atacando as raízes nervosas e causando sinais clínicos o Infecções antigênicas – TGI, respiratórias, infecciosas (erliquia, parvo, cino, FIV/FeLV) toxoplasmose o Vacinações (antirrábica) – recente o Saliva de guaxinim (EUA) – paralisia do Coonhound • Inflamação de axônios e bainha de mielina das raízes nervosas ventrais – paresia ou paralisia de neurônio motores inferiores • Doença aguda e progressiva • Tende a ser autolimitante – animais melhoram espontaneamente após 2/3 semanas • Sinais clínicos: o Tem uma progressão rápida o Andar rígido que começa principalmente em membros pélvicos e de forma muito rápida ele progride pra uma tetraparesia/ tetraplegia flácida o Redução do tônus muscular o Reflexos espinhais reduzidos ou ausentes o Atrofia muscular progressiva o Não há envolvimento de nervos cranianos (reflexos normais) – apesar de que em casos mais graves, em que tem uma progressão muito rápida e grave pode ter o envolvimento desses nervos e até paralisia dos músculos respiratórios o Hiperestesia – aumento do tônus, dos reflexos dependendo dos estímulos – diferencia de botulismo e paralisia do carrapato o Comportamento normal (não tem afecção de encéfalo e meninges), funções vesicais e retais normais, movimento da cauda normal • Diagnóstico: o Histórico – infecções antigênicas recentes, vacinação 7 a 14 dias antes o Sinais clínicos o Eletromiografia – identifica denervação difusa o Biopsia do nervo – padrão ouro, mas não é realizada frequentemente • Tratamento: o Doença autolimitante em casos mais leves, que são a maioria o Não existe ▪ Sintomático e de suporte, manejo (limpeza do paciente), fisioterapia pra evitar atrofia muscular • Fluidoterapia, oferecer suporte nutricional o AIE contraindicados – associado com aumento de mortalidade Miastenia Gravis • Não é tão comum na rotina, mas pode acontecer e é um diferencial importante das tetraparesias flácidas • Falha na junção neuromuscular e redução dos receptores de acetilcolina (Ach) na membrana pós- sináptica – fraqueza muscular generalizada • Congênita: Rara em cães e gatos Deficiência hereditária de receptores de Ach Começam apresentar sinais clínicos de fraqueza generalizada em torno de 6 a 8 semanas de idade • Adquirida: Mais comum Imunomediada – liberação de anticorpos contra os receptores de Ach e a Ach não consegue se ligar PA, Golden, Labrador, Dachshund Adultos jovens e idosos • Focal: o Musculatura lisa do esôfago – megaesôfago, mas sem fraqueza generalizada – 40% cães e 14% gatos o SC: regurgitação, fraqueza da faringe, músculos faciais • Generalizada: o Mais clássica o Fraqueza muscular generalizada que piora com o exercício (fraqueza súbita) e melhora com o repouso o Pode apresentar megaesôfago o Atividade mental, reações posturais e reflexos dos membros normais o Pode ter uma leve atrofia muscular por conta da fraqueza generalizada, dependendo de quanto tempo estiver com os sinais • Fulminante aguda: o Mais rara o Fraqueza generalizada super aguda, causa insuficiência dos músculos respiratórios e o animal acaba indo a óbito por insuficiência respiratória aguda • Diagnóstico: o Resenha histórico o Diagnóstico terapêutica ▪ Cloreto de Edrofônio – 0,1-0,2 mg/kg IV – inibidor da acetilcolinesterase de curta duração – aumenta a concentração e duração da Ach na fenda pós-sináptica muscular – resultado em 30 a 60 seg. (não é fácil de achar, 50% chance de dar falso negativo) ▪ Metilsulfato de Neostigmina – 0,01 mg/kg (mesmo mecanismo de ação do Edrofônio) – ação em 5 a 20min. – mais usado na rotina, pode dar falso negativo também o Eletrodiagnóstico (eletromiografia) – redução gradual dos potenciais de ação muscular à estimulação muscular repetida (não está disponível convencionalmente) o Titulação de anticorpos anti-AchRs (receptores de Ach) por radioimunoensaio – padrão ouro, mas não é todo laboratório que faz, é mais caro • Tratamento: o Anti Acetilcolinesterases de ação longa ▪ Brometo de Piridostigmina 1-3mg/kg TID/VO – cães ▪ Xarope de brometo de Piridostigmina 0,25-1mg/kg BID/VO – gatos ▪ Metilsulfato de Neostigmina 0,04mg/kg IV TID/QID – megaesôfago o Terapia imunossupressora ▪ Prednisona 0,5mg/kg SID/VO, aumento da dose gradual até chegar a 3mg/kg ▪ Azatioprina 2mg/kg SID/VO – cães (ciclosporina p/ gatos) (associar com pred. quando ela não tem o efeito benéfico) o Suporte – megaesôfago – alimentação elevada • Prognóstico: o Depende da forma clínica o Sem megaesôfago – reservado o Ruim quando megaesôfago grave – pneumonia aspirativa o Ruim em aguda fulminante Botulismo • Paralisia flácida • Ingestão de endotoxina Clostridium botulinum – associado com carcaças • Neurotoxina pré-formada tipo C – bloqueia a liberação de Ach na junção neuromuscular – paralisia flácida neurônio motor inferior • Inácio em horas a dias após a ingestão • Potencial causa de morte • Sinais clínicos: o Passos lentos, curtos, arrastados – decúbito lateral 1 a 4 dias o Tônus muscular reduzido o Reflexos espinhais ausentes o Movimento da cauda preservado o Não há atrofia muscular o Propriocepção e nocicepção normais o Déficits de nervos cranianos – midríase, redução reflexo palpebral, sialorreia, disfagia, diminuição tônus mandibular, disfonia o A gravidade dos sinais clínicos depende da quantidade de toxina ingerida o Dias a semanas – óbito por insuficiência respiratória • Diagnóstico: o Histórico e achados clínicos – ingestão de carniças, lixo o Teste do camundongo – não é mais aprovado pelo comitê de ética o Eletromiografia – observa redução da amplitude do potencial de ação muscular o ELISA, PCR – detecção da toxina botulínica no sangue o Identificação do C. botulinum nas fezes? – não é indicado • Tratamento: o Não existe tratamento específico – sintomático e de suporte o Laxantes, carvão ativado – aumentar evacuação e absorção intestinal, mas não tem um efeito tão importante o Antitoxina C – Tem efeito somente na toxina circulante, mas quando o animal chega, a toxina já não está mais circulante o Fluidoterapia, suporte nutricional, alimentação elevada, sondas nasogástricas ou esofágicas, troca de decúbito, sonda uretral, higiene o Suporte ventilatório – casos graves de insuf. respiratória o Se presente, tratamento de pneumonia aspirativa • Prognóstico: o Reservado ▪ Maioria recuperação em 1 a 3 semanas com suporte, mas em casos mais graves pode levar a insuficiência respiratória e óbito Miosite dos músculos mastigatórios • Reação imunomediada contra os músculos mastigatórios – apenas um tipo de fibra muscular, que está presente nos músculos mastigatórios – reação de IgG – inflamação, dor, resistência • Raças de grande porte – Pastor Alemão, Retrievers, Doberman, jovens e adultos • Sinais clínicos o Edema e dor em mm. temporal e masseter, febre, linfadenopatia submandibular, disfagia, anorexia, depressão o Com o passar do tempo, desenvolve de forma rápida uma atrofia e fibrose muscular na região de mm. temporal e masseter – aparência de “caveira”▪ Pode ser simétrica ou assimétrica • Diagnóstico o Sinais clínicos – dor ao abrir a boca, mandíbula tensa o Hemograma: leucocitose neutrofílica o Bioquímico: CK, AST (lesão muscular) e globulinas (reação autoimune) aumentadas o Eletromiografia: miosite nos músculos mastigatórios de forma isolada o Histopatologia + imuno-histoquímica – padrão ouro • Tratamento o Prednisona 1-2mg/kg BID com redução gradual durante 4 a 6 meses o Azatioprina 2mg/kg VO/SID o Ciclosporina 6mg/kg VO/BID • Prognóstico: o Bom quando tratamento adequado, pode haver recaídas Associar com pred. quando a resposta não for efetiva Tétano • Tetraparesia espástica • Clostridium tetani e toxina tetanospasmina • Ferida aberta – contaminação por esporos de C. tetani – ambiente de anaerobiose – produção da toxina tetanospasmina – ação direta nos nervos periféricos – ascende até a medula espinal – bloqueio liberação de neurotransmissores inibitórios – tetania (tetraparesia espástica) • Cães mais suscetíveis • Todos os reflexos aumentados • Hiper-reatividade ao ambiente • Sinais clínicos: o Tetraparesia espástica ▪ Membros pélvicos e torácicos espásticos, rígidos e estendidos ▪ Pescoço e músculos da região facial – orelhas eretas, pode ter também uma ereção do músculo supra orbitário ▪ Riso sardônico – muito característico • Diagnóstico: o Sinais clínicos e histórico de ferimento recente • Tratamento: (atb + suporte) o Localização da ferida e limpeza abundante com água e sabão (uso de água oxigenada ajuda bastante) – eliminar o ambiente de anaerobiose e parar a produção de esporos o Penicilina 40000 UI/kg TID ou metronidazol 10-15mg/kg IV/TID 2 semanas o Antitoxina tetânica 0,1ml SC seguida de 200-1000UI/kg IV (aplicar SC primeiro reduz a chance de efeitos colaterais) o Diazepam, acepromazina, fenobarbital – espasmos, convulsões o Suporte geral – fluidoterapia, suporte nutricional, ambiente escuro e silencioso, fisioterapia, enema • Prognóstico ruim, principalmente quando não tem antitoxina e o animal está com os sinais há muito tempo, o animal pode vir a óbito por paralisia respiratória Distúrbios intracranianos • Diferenciais para distúrbios intracranianos o Intoxicações o Encefalopatias metabólicas ▪ DRC, insuficiência hepática importante o Traumatismo cranioencefálico (TCE) – acidentes, quedas o Acidentes vasculares cerebrais (AVC) – não são tão comuns, talvez por não ser diagnosticado de forma ideal, podem ser consequências de algumas alterações como HAS o Más-formações congênitas ▪ Hidrocefalia ▪ Hipoplasia cerebelar • Acomete animais bem jovens (<1 ano), apresentam sinais neurológicos desde que nascem, relacionados principalmente com falta de equilíbrio, rolamento (sinais vestibulares, que estão relacionados com o sistema do cerebelo) Atividade mental anormal, delírio, convulsão o Encefalites (infecções e inflamações do encéfalo) – encefalites, encefalomielite, meningoencefalite ▪ Infecção viral como cinomose, toxo, neosporose, PIF, FIV/FeLV e também tem as causas inflamatórias como meningoencefalite granulomatosa, elas geralmente são identificadas em alterações de hemograma (infec. viral, bacteriana) e principalmente analise do líquor (liquido do encéfalo meningeano) ▪ Filhotes-adultos jovens, sinais sistêmicos (febre, leucocitose/linfopenia), sinais agudo- progressivos, sinais SNC ▪ Tratamento: antibioticoterapia (sulfas (sulfametoxazol com trimetoprim), metro, clindamicina, doxi) e AIE o Neoplasias – idosos, sinais neurologicos crônico-progressivos, sinais SNC, metástase. ▪ Diagnóstico mais difícil: TC, RM, líquor. ▪ Tratamento: AIE, quimioterapia. Traumatismo Cranioencefálico (TCE) • Emergência neurológica com potencial risco de morte • Abordagem rápida e emergencial para evitar sequelas (epilepsia, distúrbio da regulação do sistema nervoso autônomo, como por exemplo distúrbios involuntários de micção, defecação, do sistema cardiovascular) • Limitação do espaço craniano – aumento PIC e redução pressão de perfusão cerebral (diminuição da oxigenação e vasculatura cerebral devido ao aumento de pressão, por conta do edema e aumento do volume do órgão que está contido dentro da calota craniana • Sinais clínicos: o Sinais de PIC aumentada: ▪ Anisocoria (pupila de tamanho diferente), midríase não responsiva, rigidez de descerebração (SC grave, o cérebro não recebe mais os sinais da medula espinhal, animal adota uma postura com membros torácicos muito espásticos, decúbito lateral não ambulatório e pescoço estendido) o Resposta de Cushing: ▪ Aumento de PIC terminal – aumento de PAS, redução de FC e aumento de FR – emergência o Principais efeitos que precisa cuidar: hipóxia, hipoventilação e hipotensão • Escala de coma de Glasgow modificada – sistema de pontuação que permite graduar o estado neurológico e fazer o monitoramento (está no final) – quanto menor a pontuação, pior o estado do paciente o Pontuação <8 – associado a uma probabilidade de sobrevida muito baixa (-50%) mesmo instituindo o manejo emergencial e recomendado • Manejo: o Manejo inicial: ABCDE o Angulação do paciente 15 a 30º – garante e facilita retorno venoso jugular pro SNC (cabeça mais baixa que o nível do corpo) o Aporte de oxigênio 2 horas (mesmo que esteja com respiração normal) – evitar lesões por hipóxia o Manutenção de PAS o Fluidoterapia (pode ser suplementada com solução hipertônica ou de manitol, com intenção de diminuir o edema cerebral) – auxiliam diminuindo o liquido e a PIC ▪ Aumento de PIC + aumento de PAS: manitol (vasodilatação e estimular diurese) • 5-15ml/kg em 10-20 min. no máximo por 3d, até TID ▪ Aumento de PIC + PAS normal ou diminuída: hipertônica 7,5% • 4ml/kg em 15 min. 1/3 salina 20% + 2/3 fisiológica 0,9% - normalmente faz uma aplicação só e vai monitorando a pressão ▪ Só usar manitol ou hipertônica se o paciente estiver hidratado, caso não esteja faz fluido simples por alguns minutos e depois associa um dos dois o Pode associar furosemida 2mg/kg IV em casos graves – animais que não tiveram boa resposta com manitol ou hipertônica • Tratamento da convulsão (aula de epilepsia) • Não é recomendado uso de corticoide – efeitos colaterais • Pode fazer analgesia com opioide • Prognóstico: o Muito reservado o Agilidade no diagnóstico e instituição terapêutica o Manutenção da PIC e PAS o Pontuação escala de coma Pacientes que geralmente ficam internados por bastante tempo. As primeiras 48/72h envolvem principalmente o controle da PIC e PAS, e depois a gente cuida da sequela, que pode ser tanto temporária como permanente, devido a baixa oxigenação e aumento da PIC. Então são animais que vão precisar de um suporte de hidratação, alimentar e nutricional muito adequado (sondagem nasogástrica ou esofágica), fisioterapia, acupuntura. É importante conversar com o tutor que pode desenvolver sequela que vai ficar pro resto da vida Escala de coma de Glasgow modificada Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) • Derrames cerebrais • Ocorrem de forma muito ocasional e muitas vezes não é diagnosticado • Sinais neurológicos hiperagudos • Isquêmicos – tromboembolismo o Resultam da oclusão de um vaso sanguíneo intracraniano em decorrência de um trombo ou embolia o Foco séptico (miocardite, endocardite), neoplasias primarias ou metástases, vasculite (infecciosas), dirofilariose, doença cardíaca, HAS crônica • Hemorrágicos o TCE, coagulopatias, neoplasia mais hemorrágicas (hemangiossarcoma), HAS • Diagnóstico o Difícil diferenciar de inflamatórias do snc ou neoplasia o Mensuração PAS, retinoscopia o Exames laboratoriais, provas de coagulação o TC (muito agudo, hemorrágico), RM (isquêmicos – mais comuns) • Tratamento o Causa base, HAS o Sinais de aumento de PIC o Anti-inflamatórios esteroidais – Prednisona/Dexametasona1-2mg/kg SID/BID • Prognóstico o Leve a moderado – bom, melhora em 3-5 dias Hidrocefalia • Obstrução do fluxo de liquido cefalorraquidiano (LCR) – dilatação do sistema ventricular cerebral • Pode acontecer como consequência de inflamação, neoplasia, hemorragia ou congênita na maioria das vezes • Maltês, Yorkshire, buldogue inglês, chihuahua, lhasa apso, spitz alemão, poodle toy, pug, chow chow, pequinês • Sinais clínicos: o Cabeça ampliada, fontanelas persistentes, suturas cranianas abertas e palpáveis o Dificuldade de aprendizado o Depressão – apáticos o Andar em círculos o Convulsões esporádicas o Tetraparesia o Head tilt o Nistagmo • Diagnóstico: o Resenha, histórico, alterações clínicas o Visualização da dilatação ventricular e acúmulo do LCR o US – Fontanelas abertas (dois ventrículos dilatados e cheio de liquido) o TC, RM – fontanelas fechadas • Tratamento: o Clínico – redução da produção de LCR e da PIC ▪ Manitol ou solução hipertônica ▪ Drenagem – fontanelas abertas ▪ Acetazolamida 10mg/kg VO/TID ▪ Omeprazol ▪ Prednisona 0,5mg/kg SID/VO, redução gradual até 0,1mg/kg a cd 48h ▪ Controle de convulsões o Drenagem cirúrgica e desvio ventriculoperitoneal – alta taxa de complicações e mortalidade ▪ Adulto, fontanelas fechadas, muitos sinais clínicos e baixa qualidade de vida • Prognóstico o Ruim – sequelas neurológicas o Se for um animal que apresenta sinais de aumento de PIC grave, muitas convulsões, não consegue controlar com tratamento clinico, não tem condição de realizar o tratamento ideal, a eutanásia acaba sendo uma opção Distúrbios vestibulares Sistema Vestibular • Funções: o Manter o equilíbrio na posição quadripedal o Posicionamto de olhos, cabeça, tronco e membros • Afecções do sistema vestibular vai trazer sinais clínicos como: o Inclinação da cabeça o Ataxia o Andar em círculos o Nistagmo espontâneo Sinais vestibulares periféricos • Estado de consciência normal • Reações posturais normais – testes de protocepções normais • Ataxia vestibular – quedas, rolamentos, head tilt, head turner • Inclinação da cabeça – para o lado da lesão • Nistagmo horizontal ou rotatório (fase rápida é pro mesmo lado da lesão) • Surdez, síndrome de horner, paralisia facial quando tiver acometimento de ouvido médio/interno o Síndrome de Horner: ▪ Miose ou midríase não responsivo ▪ Anisocoria ▪ Prolapso de 3ª pálpebra ▪ Nistagmo ▪ Estrabismo ▪ Paralisia facial 2 ou mais em conjunto está passando por síndrome de Horner Sinais vestibulares centrais • Alteração da consciência, sonolência – sistema de vigília (região de tronco encefálico) • Inclinação da cabeça para lado da lesão – head tilt • Nistagmo – qualquer direção – vertical (só acontece em central), rotatório ou horizontal • Estrabismo posicional • Déficits de NMS – espasticidade dos membros • Paresia ipsolateral – para o lado da lesão • Déficits de reações posturais • Déficits proprioceptivos • Decúbito, rolamento para o lado da lesão Abordagem diagnóstica • Diferenciar periférico X central • Anamnese o Evolução aguda (infecção) x crônica (otite interna ou neoplasia), progressiva ou não o Ototoxicidade, infecções, trauma • Exame físico e exame neurológico o Reações de face, ouvido – pra descartar síndrome de Horner Diferenciais para Doença Vestibular Periférica: o Otite média/interna o Pólipos o Ototoxicidade o Trauma ouvido interno o Neuropatia periférica (hipotireoidismo) o Doença vestibular congênita o Neoplasias de nervos periféricos Otite média/ interna • Histórico de otite externa crônica • Síndrome de Horner, paralisia do nervo facial • Diagnóstico: o Otoscopia – ruptura da membrana timpânica/estenose do conduto o Radiografia da bula timpânica – sobreposições de ossos de crânio e face o TC, RM o Citologia e cultura otológica • Tratamento: o Antibioticoterapia sistêmica mínimo 6 semanas – cultura + antibiograma ▪ Atb que ultrapasse barreira hematoencefálica (metro, amox. com clavulanato) o Antifúngico sistêmico – cultura fúngica o Miringotomia (romper a bula timpânica) + lavagem do conduto auditivo – sol. fisiológica morna o Analgesia, anti-inflamatórios • Prognóstico bom se tratamento precoce e correto raras Síndrome vestibular idiopática canina • Cães idosos, Golden, labrador, schnauzer, cocker • Sinais vestibulares agudos –24 a 48 horas • Ausência de síndrome de Horner ou paralisia facial • Degeneração da fibras do sistema vestibular periférico natural por conta da idade • Etiologia desconhecida • Exames diagnósticos normais – por exclusão • Sinais clínicos: delirar, começa latir pro nada, andar durante a noite • Tratamento sintomático o Antieméticos e protetores gástricos o Flunarizina (Vertix) – ajuda a diminuir a incoordenação motora o Revimax (descartar neoplasia) – vasodilatador de SNC (+ O2 + vascularização) • Prognóstico bom – melhora espontânea na maioria dos casos Diferenciais doenças vestibulares centrais • Doenças inflamatórias: cinomose, MEG, MEN • Doenças infecciosas: Toxoplasmose, PIF • Toxicidade ao metronidazol • Trauma • Hipotireoidismo • Deficiência de tiamina – muito raro, devido a alimentação balanceada Doenças inflamatórias • Cinomose – replicação viral no SNC • Meningoencefalite Granulomatosa (MEG) – relacionada com neutrófilos na região de meninge e encéfalo o Cães 2 a 6 anos, raças pequenas toys, terriers o Massas focais, multifocais ou difusas o SC: relacionado com SNC • Meningoencefalite Necrotizante – MEN o Pug, Yorkshire, maltês • Diagnóstico: análise do LCE – predominância de células inflamatórias (neutrófilos) e proteínas • Tratamento: prednisona 0,5 a 1mg/kg BID, SID, cd. 48 horas – no mínimo 15 dias, acompanha sinais clínicos pra saber quando pode parar Encefalomielites por protozoários e fungos • Toxoplasmose, Neosporose o Manifestações sistêmicas e multifocais – febre, apatia, prostração o Diagnóstico: testes sorológicos, coproparasitológico o Tratamento: sulfa + trimetoprim, clindamicina, pirimetamina • Criptococose o Sinais neurológicos e sistêmicos o Diagnóstico: cultura LCE ou sorologia o Tratamento: Itraconazol 5mg/kg VO BID 6 meses Convulsão e epilepsia • Convulsão – sinal clínico o Período de função cerebral anormal paroxística com grande variação na manifestação clínica • Epilepsia – doença o Síndrome de convulsões recidivantes de origem intracraniana Estado epilético (Status epilepticus): convulsão com duração > 30 min. Convulsão em grupo (Cluster seizures): > 2 convulsões em 24 horas • Por que ocorrem as convulsões? o Algum fator que diminui o limiar convulsivo (alguns anestésicos por exemplo) o “Kindling: fenômeno em que um estímulo elétrico ou químico, fraco, que normalmente não causaria resposta comportamental importante, quando administrado várias vezes, desencadeia o processo” o Estímulos – disparo Manifestações clínicas • Perda total ou parcial na consciência ou memória • Alteração do tono muscular – totalmente desequilibrado, espasticidade • Transtorno da função autonômica – micção e defecção involuntária • Eventos psíquicos • Principais diferenciais: síncope, paresia episódica, distúrbios do movimento, tremores • Apresenta tremores, movimento de pedalagem, espasticidade dos membros, movimento de mordedura Fases • Pródromo – antecede o evento em meses ou dias (diminuir alguns estímulos, alteração de comportamento, alteração de consciência de forma leve e gradual) – dificilmente identificado • Aura – alterações de consciência que antecede a crise convulsiva em horas, dias ou minutos – animal fica “esquisito” – perda de equilíbrio, olha pro nada, vai pra lugar estranho, andar mais rígido, • Icto – a crise convulsiva • Pós-icto – tem bastantealteração (diferencia da síncope) – tem cansaço, ofegante, demora pra sair do lugar e responder a chamado Classificação • Parciais o Atividade motora alterada uni ou bilateral – face (temor em alguma região do corpo) o Consciência preservada o Aura presente o Duração variável – pode durar o dia inteiro o Anormalidade estrutural intracraniana – neoplasia, trauma, infecção, inflamação pródromo aura icto pós-icto • Generalizadas – tônicas (espasticidade) e/ou clônicas (pedalagem) o Aura presente*** o Inconsciência o Sinais autonômicos o Dura normalmente de 1 a 2 minutos – mas pode durar até 30 em Status epilepticus o Causada principalmente por epilepsia primária e distúrbios tóxicos ou metabólicos • Parciais com generalização secundária – anormalidade intracraniana Causas Extracranianas • Intoxicações Estricnina Organofosforados Carbamatos Chumbo Micotoxinas • Metabólicas Hipoglicemia Hipocalcemia Policitemia (gatos) Encefalopatia urêmica Encefalopatia hepática Hipertermia Abordagem diagnóstica • Responder duas questões: 1) É realmente uma convulsão? 2) Se sim, qual a causa? • Excluir causas intracranianas – anamnese, exame físico e neurológico (nunca após crise, esperar pelo menos 24h), hemograma e bioquímicos, análise de LCR, TC, RM, EEG • Se exames normais – exclui causas extracranianas – epilepsia 1ª Resenha • • Idade x etiologia: o < 1 ano de idade: ▪ Hipoglicemia, má formações congênitas do SNC, intoxicações, inflamações/infecções (cinomose, PIF), epilepsia juvenil (cocker), hipóxia, trauma o 1 a 5 anos de idade: ▪ Epilepsia primária, inflamações/infecções, neoplasias intracranianas, trauma, intoxicações o > 5 anos de idade: ▪ Neoplasias intracranianas, epilepsia, inflamações/infecções, insulinoma (hipoglicemia), encefalites senis, AVC (raro) Intracranianas • Funcionais Epilepsia primária Cães > gatos Beagle, Teckel, Labrador, Collie, Poodle, PA, Cocker, São Bernardo • Secundária Tumores MEG Viral, fúngica, bacteriana protozoários, riquétsias Congênitas TCE Hipóxia + comuns Anamnese • Descrever como foi a crise – antes, durante ou depois • Histórico de vacinações – descartar infecciosas • Descrição do ambiente – possibilidade de intoxicações • Doenças anteriores, uso de fármacos que possam causar distúrbios metabólicos • Histórico familiar – epilepsia hereditária, malformações congênitas Tratamento • Objetivo – controle e redução da frequência das crises • Quando iniciar o tratamento: o + de 3 convulsões generalizadas em 24 horas; o 2º crise em menos de 6 a 8 semanas o Convulsões em grupo (+2 em 24h) o Convulsão com duração > 5 minutos Tratamento manutenção • Fármacos de escolha para cães o Fenobarbital o Brometo de potássio ou sódio o Levatiracetan – muito caro, seria o de escolha pra cão com hepatopatia • Fármacos de escolha para gatos o Fenobarbital o Diazepan Fenobarbital • Potencializa a via GABA (neurotransmissor inibitório do SNC) e antagoniza o glutamato na fenda sináptica (diminui a possibilidade de sofrer estímulos) • Eficaz, seguro, baixo custo, uso BID • VO, IM, IV • Metabolização hepática e excreção renal – competência hepática e renal e acompanhamento das enzimas • Cães: 2,5 – 10mg/kg • Gatos: 1,5 – 2,5mg/kg • [ ] sérica ideal: 20 – 40 ug/ml – 2 semanas para atingir (pode se perder ao longo do tempo ou estar elevada) • NÃO EXISTE CONTROLE DE EPILEPSIA SEM AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DOS NÍVEIS SÉRICOS • Desvantagens: o Sedação, PU/PD o Dependência o Hepatotoxicidade o Supressão de MO o Hiperexcitabilidade o Requer monitoramento de níveis séricos e enzimas renais e hepáticas – 6/6 meses Brometo de potássio • Hiperpolarização membrana • Inicial ou associação com Fenobarbital – quando o feno já está na dose máx. e não está mais surtindo efeito • Somente CÃES • Eficaz, seguro, baixo custo • Excreção renal intacto – não hepatotóxico • Pode ser utilizado SID • Sem toxicidade • Dose cães: 30 – 40mg/kg SID • [ ] sérica estável após 120 dias • Desvantagens: o Sofre interferência do sal na dieta – dieta específica o Apenas VO e manipulado o Mensuração da [ ] difícil o Sedação, PU/PD, diarreia o Ataxia MPs, alterações comportamentais o Contraindicado quando nefropatia Diazepam • Segunda escolha para tratamento contínuo em gatos (0,2 – 1mg/kg BID ou TID) • Não usar contínuo em cães – tto emergencial • Necrose hepática • Administração intra-retal em casa – crise Terapias adjuvantes • Gabapentina 10 – 20mg/kg VO/TID – potencializa a ação inibitória • Ômega 3 2g/dia – reduz 85% das crises em pacientes refratários à terapia convencional • Acupuntura Tratamento emergencial • Status epiléticus – hipóxia, edema cerebral, aumento da PIC, perda da capacidade de autorregularão dos fluxos sanguíneos, sequelas permanentes – risco de óbito • Tratamento agressivo – diminuir chance de sequelas • Dexametasona IV – não ajuda diminuir crise, mas controla inflamação edema cerebral hipotensão... diazepam • 0,5 - 1 mg/kg IV •0,1 ml/kg •Bolus a cada 20 minutos •Máximo 3 bolus diazepam ou midazolam •0,5 - 1 mg/kg/h infusão continua fenobarbital •6-8 mg/kg IV/TID - controlando retira o midazolam, controlando faz feno VO proprofol •1 – 3,5mg/kg IV bólus •0,1 – 0,3mg/kg/min IC - reduzindo dose •Depressão respiratória, hipotensão... •Se precisa por mais de 4h já tem chance de eutanasia Resumindo • EMERGÊNCIA – mais precoce a terapia, melhor prognóstico, menor risco de sequelas • Sempre buscar uma causa – descartar infecção, inflamação, neoplasia, trauma • 1º: LCE; 2º: RM • Cão entre 1-5 anos, exames normais – epilepsia primária • Gatos – não tem epilepsia primária, sempre buscar causas potenciais – PIF, FIV, FeLV • Fenobarbital é escolha primária tanto pra cães como pra gatos • Acompanhamento regular de exames e níveis séricos de fenobarbital • Nunca deixe o paciente sozinho na emergência, nem no internamento o Longe dos outros cães, como mínimos de estímulos possíveis, gaiolinha acolchoada, acesso venoso, dose de Diazepam escrito na gaiola
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