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Patologias Benignas da Mama e CA de mama

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Patologias Benignas da Mama 
Distúrbios congênitos e adquiridos 
Mamilo invertido: 
Primeiramente precisamos entender que os ductos mamários 
abrem-se na fosseta mamária. Esta se torna elevada e 
transforma-se em mamilo após o nascimento devido à 
proliferação do Mesênquima subjacente ao mesmo. 
Na situação de mamilo invertido, não há elevação dessa 
fosseta, consistindo, portanto, de uma malformação 
congênita. 
 
Amastia: 
Representa uma anomalia clínica rara, sendo unilateral mais 
comum que a bilateral. Refere-se à ausência congênita de 
glândulas mamárias por defeito autossômico dominante. 
Hipomastia: 
Caracteriza-se pelo subdesenvolvimento da mama. Possui 
etiologia congênita, endócrina, iatrogênica (biopsia ou 
exérese do broto mamário) e outras causas, como trauma, 
queimadura e radioterapia. 
Síndrome de Poland: 
Representa um defeito congênito raro unilateral da mama, 
associado a defeitos da parede torácica, musculatura 
ipsilateral, tecidos subcutâneos e braquissindactilia (dedos 
curtos e unidos). 
Sua manifestação clínica é extremamente variável, podendo 
ser caracterizada por ausência parcial ou total dos músculos 
peitoral maior, peitoral menor, serrátil e da mama e do 
complexo areopapilar. 
 
 
Telarca prematura e Hipertrofia Juvenil (macromastia): 
Telarca prematura é o desenvolvimento isolado da mama 
antes dos 8 anos, isolado pois quando há desenvolvimento de 
pelos associado chamamos de puberdade prematura. 
Já a sensibilidade aumentada da mama resulta na hipertrofia 
juvenil. 
Politelia e Polimastia: 
Essa é uma anomalia congênita pequena capaz de 
responder a flutuações hormonais de maneira fisiológica. 
Estão sujeitas a doenças das mamas normais. 
Podem associar-se a outras doenças congênitas, como 
anomalias vertebrais, arritmias cardíacas ou renais. 
A polimastia, também é conhecida como mamas 
supranumerárias, e é a condição de ter uma mama adicional, 
que podem ser com ou sem mamilos ou aréolas. Já a politelia, 
também chamado de mamilo supranumerário, ocorre 
quando há mamilos extras. 
Anisomastia: 
Representa uma assimetria mamária, que ocorre por uma 
resposta não síncrona do tecido mamário e também devido 
à concentração variável de receptores hormonais no tecido. 
Seu tratamento é cirúrgico principalmente para efeitos 
estéticos e emocionais. 
 
Doenças Inflamatórias e Infecciosas 
Mastite: 
Representa uma inflamação por germes cutâneos que 
invadem os ductos mamários. A mastite pode ser um processo 
agudo ou crônico, bastante comum no período gestacional e 
puerperal. 
As mamas ficam vermelhas e quentes, e a paciente pode ter 
febre. 
Os agentes infecciosos mais comuns são: S. aureus e 
Streptococcus. 
Já as complicações mais comuns são: 
- Abscesso agudo e crônico. 
O tratamento baseia-se em uso de antibióticos, sendo a 
primeira escolha cefalosporina de 1ª geração (cefalexina 1 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
comprimido, 500 mg, 6/6 horas por 7 dias) e depois 
penicilina/amoxicilina. 
Doença de Zuscas: 
Representa um abscesso subareolar crônica redicivante, 
causado pelo tabagismo, de modo que as substâncias do 
cigarro irritam o epitélio simples da mama, gerando um 
epitélio estratificado por metaplasia. Nesse contexto, o 
epitélio que se tornou mais espesso, até que em um dado 
momento fecha a luz do ducto, entupindo, de modo que as 
células mortas ficam retidas e a estase leva a uma 
inflamação crônica. Seus principais sintomas são: 
- Calor; 
- Eritema; 
- Rubor; 
- Flutuação: quando há existe a formação de abscessos. 
No processo agudo pode-se utilizar cefalexina e AINES (para 
dor) e caso não drene espontaneamente, iremos promover 
uma drenagem, além de orientar a paciente a cessar o 
tabagismo. 
Lesões da Mama 
As lesões benignas da mama, que possuem alto risco e são 
consideras pré-malignas são: 
- Alterações fibrocísticas/funcionais benignas da mama 
(AFBM); 
- Fibroadenoma simples; 
- Fibroadenoma hipercelular (tumor de Phylloides); 
- Lipoma; 
- Papiloma intraductal; 
- Fibroma; 
- Fibroadenolipoma (tumor misto); 
- Hiperplasias epiteliais. 
Alterações fibrocísticas/funcionais benignas da mama 
(AFBM): 
Representam um conjunto de modificações do tecido 
mamário, sendo alterações benignas, não neoplásicas, que 
acometem o lóbulo mamário e possui natureza hormonal. 
As manifestações clínicas são: 
- Aumento da sensibilidade mamária; 
- Mastalgia: cíclica x acíclica. 
Grau 0 Ausência de Mastalgia 
Grau 1 (leve) Pouco dolorosas, sem 
interferência com atividades 
normais; 
Grau 2 (moderado) Moderadamente dolorosas, 
altera qualidade de vida, mas 
não interferem com atividades. 
Grau 3 (intenso) Intensamente dolorosas, 
impedindo atividades habituais. 
- Nodulações mais frequentes na menopausa; 
- Descarga papilar: 
 Galactorreia; 
 Descarga papilar anormal: sangue ou 
serosanguinolenta. 
- Cistos: podendo ser simples (ausência de conteúdo no 
interior do cisto) ou complicados/mistos (presença de 
conteúdo no interior no cisto). 
 
 Tratamento dos cistos: 
 Cisto simples: Seguimento  MEV, evitando 
uso de xantina (alimentos escuros) e evitar 
sal para reduzir o inchaço; 
 Cisto complicado: Punção Aspirativa: se o 
cisto for complicado; 
 Cisto complicado: Cirurgia. 
As orientações e tratamento para tal alteração da mamária 
são: 
- Afastar câncer; 
- Sustentar a mama: para evitar a movimentação da mama e 
consequentemente reduzir a dor; 
- Uso de ácido gama-linolenico e linolênico  melhora o 
parênquima mamário; 
- Uso de óleo de prímula e óleo de boragem  melhora o 
parênquima mamário. 
- Vitamina E. 
Já o tratamento medicamentoso consiste em: 
- Uso de AINES tópicos; 
- Tamoxifeno: é mais potente e tem ação antiestrogênica; 
- Danazol: antigonadotrófico, contudo não mostrou 
superioridade ao Tamoxifeno; 
- Bromocriptina; 
- Análogos de GnRH: gera alterações menstruais, eleva 
oleosidade, gera irritabilidade e cefaleia  última opção, 
pois tem ação mais potente; 
- Interromper menstruação + efeito diurético: uso de ACO, 
como Yaz e Yasmin; 
- Medicamentos que inibem a prolactina. 
Tumores benignos: 
Primeiro precisamos saber qual a conduta para tais tumores: 
- Se fibroadenoma típico e calcificado: observar; 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Se fibroadenoma duvidoso: fazer uma biopsia transcutânea 
excisional; 
- Se há aumento de tamanho ou suspeita de malignidade: 
fazer uma biopsia excisional para estudar microscopicamente 
a massa. 
- Papiloma intraductal: representa uma lesão no interior do 
ducto mamário, cerca de 2-3 mm, o qual aumenta de 
tamanho pela secreção interna e pelo conteúdo sólido. O 
líquido é escurecido, serosanguinolento (50% dos casos) e 
sanguinolento (50% dos casos). É mais comum em mulheres 
de 30-50 anos. 
 Manifestações clínicas: 
 Secreção mamilar serosa ou sanguinolenta; 
 Presença de pequeno tumor subareolar 
com poucos mm de diâmetro; 
 Retração do mamilo  raro. 
 
- Fibroadenomas: são os tumores benignos mais comuns. São 
mamas móveis de contornos lisos, arredondados ou ovais 
com pseudocápsula. 
 Comum entre mulheres jovens 20-35 anos; 
 Geralmente são múltiplos; 
 Fibroadenomas velhos tendem a calcificar, 
formando calcificações grosseiras ou em pipoca; 
 A cirurgia conversadora é feita até os 35 anos e a 
partir dos 35 anos recomenda-se a retirada se 
palpável; 
 
OBS: A ultrassonografia permite diferenciar se é um conteúdo 
cístico ou sólido como o fibroadenoma, já a mamografia não 
promove essa distinção. 
OBS1: Solicitaremos mamografia para pacientes acima de 40 
anos. 
 Macroscopia: 
 Mamas de consistência firme, de cor 
branco acastanhada uniforme, pontuada 
por manchas rosa-amareladas mais moles; 
 Diagnósticos diferenciais: 
 Tumor filoide; 
 Câncer tubular, medular e papilar; 
 Linfomas; 
 Sarcomas; 
 Metástases.- Tumor filoide: é um tumor do tipo fibroadenoma, porém é 
hipercelular com potencial maligno e deve ser sempre 
retirado cirurgicamente com margem de segurança. 
 Seu crescimento geralmente é rápido e unilateral. 
- Hiperplasia do epitélio: os ductos e lóbulos normais são 
revestidos por 2 camadas de células epiteliais. No caso da 
hiperplasia há presença de mais camadas. 
 Macroscopia: 
 Lesões fibrosas e císticas coexistentes; 
 Pode produzir microcalcificações na 
mamografia. 
Câncer de Mama 
Primeiro precisamos entender que o câncer de mama é o 
que tem a maior incidência entre as mulheres no Brasil, 
possuindo cerca de 16,4% de risco de morte. 
Rastreamento do câncer 
Mamografia anual: 
Realizada em mulheres sem risco para câncer de mama, 
sendo a primeira vez feita aos 35 anos, tornando-se anual a 
partir dos 40 anos. 
Ultrassonografia mamária/axilas: 
É feita anualmente ou semestralmente e feita sempre 
complementar a mamografia de mamas densas ou Birads 0. 
 
Anatomia 
A mama é dividida em 4 quadrantes, de modo que observa-
se a maior quantidade de ductos está no quadrante superior 
externo da mama (próximo a axila). 
É neste local que ocorre a maioria dos tumores malignos da 
mama, cerca de 50% dos casos. 
 
 
4 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Diagnóstico 
O diagnóstico é feito da seguinte maneira: 
- Anamnese e exame físico bem feitos: 
 Avaliar tumor; 
 Alterações na pele e no bico do peito; 
 Avaliar se há úlcera; 
 Se há uma mama com consistência em casa de 
laranja; 
 Avaliar axilas; 
- Expressão papilar: avaliar é se sanguinolenta ou em água de 
rocha; 
Complementarmente podemos utilizar: 
- Exame citológico de derrame papilar; 
- Mamografia: para tumores de 1 mm a 10 cm de tamanho. 
 Fase pré-mamográfica: detecção de 
microcalcificações <1 mm, frequentemente 
associadas a lesões malignas. 
 Presença de mais que 5 microcalcificações 
por campo significa 25% de risco para CA 
de mama. 
 Fase clínica: tumor de 1 cm (visível na USG) ou 
presença de tumor de 2,5 cm que é palpável, sendo 
que metade possui comprometimento de linfonodos. 
OBS: No exame de imagem o câncer apresenta-se com 
nodulações sólidas, com bordas imprecisas e espiculada. 
 
BI-RADS 
Representa a classificação mamográfica, que consiste na 
padronização dos laudos, levando-se em consideração a 
evolução diagnóstica e a recomendação da conduta. 
Categoria 0: Avaliação Incompleta  USG complementar; 
Necessita de avaliação adicional de imagem ou 
mamografias prévias para comparação. 
Geralmente nesses casos solicita-se uma USG complementar. 
Categoria 1: Negativo  Avaliação anual; 
É considerada negativa. As mamas são simétricas, sem 
massas, sem distorções ou microcalcificações. 
Categoria 2: Benigno  Avaliação anual; 
Achados benignos. Deve-se descrever os achados benignos, 
como fibroadenomas calcificados, lipomas, calcificações 
vasculares, linfonodos intramamários e implantes, etc. 
Categoria 3: Provavelmente benigno  Avaliação semestral; 
Achado provavelmente benigno. Um controle de intervalo 
curto é sugerido. 
Os achados possuem menos de 2% de risco de malignidade, 
como massa sólida circunscrita não calcificada, assimetria 
focal, calcificações agrupadas redondas e puntiformes. 
Categoria 4: Suspeito de malignidade  Fazer biopsia; 
Anormalidade suspeita. Recomendam-se procedimentos 
diagnósticos invasivos e complementares. 
Subdivididos segundo o risco em: 
- 4A: baixo- 2 a 10%; 
- 4 b: moderado- 11 a 50%; 
- 4C: elevado- 51-95%. 
Categoria 5: Altamente suspeito para malignidade  Biopsia; 
Altamente sugestivo de malignidade. Considerar tratamento 
cirúrgico sem biopsia prévia ou cuidados oncológicos no caso 
de nódulos sentinela ou quimioterapia prévia, pois o tempo é 
precioso. 
OBS: Linfonodo sentinela: primeiro linfonodo que recebe a 
metástase da mama. É feito com corante que impregna no 
linfonodo e assim poderemos retirá-lo para enviar para 
análise. Se estiver comprometido, devemos retirar toda 
cadeia axilar, caso não esteja comprometido, retiraremos 
apenas o tumor mamário. 
Categoria 6: Maligno. 
Já tem um diagnóstico de Malignidade anterior a terapia 
definitiva. 
 
Estadiamento- Sistema TNM

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