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PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR CÂNCER DE MAMA CONCEITO O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. ANATOMIA E HISTOLOGIA DA MAMA As mamas encontram-se superficiais e proeminentes na parede torácica anterior. As mamas consistem em glândulas mamárias, pele e tecido conjuntivo associado. Glândulas Mamárias são glândulas sudoríferas modificadas na fáscia superficial anteriormente aos músculos peitorais e à parede torácica anterior. As glândulas mamárias consistem em uma série de ductos e lóbulos secretores associados. Estes convergem para formar de 15 a 20 ductos lactíferos, que se abrem independemente na papila mamária. A papila mamária é rodeada por uma área circular pigmentada chama aréola da mama. Um estroma bem desenvolvido de tecido conjuntivo circunda os ductos dos lóbulos das glândulas mamárias. Em certas regiões, ele se condensa para formar ligamentos bem definidos, os ligamentos suspensores da mama, que a sustentam e são contínuo com a derme da pele. Na mulher não lactante, o componente predominante das mamas é a gordura, enquanto o tecido glandular é mais abundante nas mulheres lactantes. A mama situa-se na fáscia profunda relacionada ao músculo peitoral maior e a outros músculos ao redor. Uma camada de tecido conjuntivo frouxo (o espaço retromamário) separa a mama da fáscia profunda e confere certo grau de movimento sobre as estruturas subjacentes. A base, ou superfície fixa, de cada mama estende- se verticalmente das costelas II a VI e transversalmente do esterno até a linha axilar média lateralmente. Dividindo-se a mama em quatro quadrantes, temos a seguinte prevalência quanto a localização dos tumores: 50% no quadrante superior externo; 11% no quadrante inferior externo; 15% no superior interno; 6% no inferior interno. Na região retromamilar, temos a incidência de 18% dos tumores. Não há diferenças importantes entre a incidência na mama esquerda ou direita na literatura. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL A mama está relacionada à parede torácica e às estruturas associadas ao membro superior; portanto, a irrigação e a drenagem vascular podem ocorrer por múltiplas vias. Lateralmente, através de vasos da Artéria Axilar – Artéria Torácica Superior, Toracoacromial, Torácica Lateral e Subescapular; PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR Medialmente, através de ramos da Artéria Torácica Interna; Da segunda Artéria Intercostal até a quarta, através de ramos que perfuram a parede torácica e o músculo sobrejacente. DRENAGEM VENOSA As veias que drenam a mama são paralelas às artérias torácicas e tem como objetivo drena para as Veias Axilar, Torácica Interna e Intercostal. DRENAGEM LINFÁTICA A drenagem linfática da mama ocorre da seguinte maneira: Aproximadamente 75% da drenagem ocorre através de vasos que drenam lateral e superiormente para Linfonodos Axilares. A maior parte da drenagem restante ocorre pelos Linfonodos Paraesternais profundos à parede torácica e associados à Artéria Torácica Interna. Alguma drenagem pode ocorrer através dos vasos linfáticos que seguem os ramos laterais das artérias intercostais posteriores e conectam-se aos linfonodos intercostais situados perto das cabeças e colos das costelas. Os Linfonodos Axilares drenam para os Linfonodos Subclávios; os Linfonodos Paraesternais drenam para os Troncos Broncomediastinais; e os Linfonodos Intercostais drenam para o Ducto Torácico ou para os Troncos Broncomediastinais. EPIDEMIOLOGIA Estimativa de novos casos: 66.280 (2021 - INCA) Número de mortes: 18.295, sendo 18.068 mulheres e 227 homens (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM). FATORES DE RISCO História Familiar é um fator importante: mulheres que têm parentes de primeiro grau (mãe, irmãs e tias) com esta neoplasia, apresentam 3 vezes mais chances de desenvolver este câncer. Rotina de Vida cotidiana da mulher moderna pode ter aumentado o risco e a incidência de câncer de mama: estresse diário, má alimentação, gravidezes mal planejadas, etc. Além do mais, mulheres, hoje em dia, fumam, bebem e fazem uso de terapia anticoncepcional prolongada mais do que fariam mulheres no passado. Multíparas têm duas vezes mais risco. O mesmo ocorre com as mulheres que têm filho após os 35 anos de idade e com as que não amamentam. Menarca Precoce (antes dos 12 anos de idade) e a Menopausa Tardia (após os 55 anos) também estão relacionadas ao citado aumento do risco. Estímulo Estrogênico na ausência de progesterona o que ocorre comumente em ciclos anovulatórios durante a época da menarca e da menopausa favorece a indução do câncer de mama. Raça Branca. Anticoncepcionais Combinados podem significar fator de risco se utilizados em idade precoce e durante mais de quatros anos antes da primeira gravidez. Contudo, ainda é um assunto controverso. Terapia De Reposição Hormonal com estrógenos e progestágenos na menopausa, se utilizada por longos períodos. Alimentação rica em gordura e a obesidade também estão relacionadas como fatores de risco: nas pacientes obesas, estariam aumentadas a conversão de andrógenos em estrógenos que ocorre no tecido adiposo e a transformação de colesterol em estrógenos por bactérias do intestino grosso. Alto Consumo De Álcool é citado como fator de risco por alguns autores: 30 a 70g de álcool/dia aumentam, de maneira importante, a incidência. Contudo, esses resultados são contestados por outros autores. Adenose Esclerosante e o Papiloma Intraductal apresentam risco aumentado em duas vezes para o aparecimento do câncer de mama, enquanto que na hiperplasia atípica ductal e lobular o aumento passa a ser cinco vezes. Radiações Ionizantes podem ser cancerígenas, efeito diretamente proporcional à dose e inversamente proporcional à idade. Radioterapia prévia na mama ou no tórax. Alguns casos de câncer de mama estão associados à transmissão de um gene dominante autossômico: o gene BRCA-1 e/ou BCRA-2 do cromossomo 17 que, mutante, estaria relacionada ao aparecimento do tumor na mama. PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR Aleitamento Materno reduz a incidência. TIPOS DE CÂNCER DE MAMA Dos três principais tecidos que constituem a mama (pele, parênquima e estroma), todos podem apresentar células neoplásicas e, assim, desenvolver câncer, sendo o parênquima o componente mais prevalente. De acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde para os tumores malignos da mama, temos: Tumores malignos epiteliais: Não-invasivos: carcinoma ductal in situ e carcinoma lobular in situ. Vale lembrar que o termo in situ designa uma lesão neoplásica que não atravessou a membrana basal. Invasivos: carcinoma ductal invasivo (o tipo mais frequente), carcinoma lobular invasivo, carcinoma mucinoso, carcinoma medular, carcinoma papilífero, carcinoma tubular, carcinoma adenocístico, carcinoma secretor, carcinoma apócrino, carcinoma metaplásico, carcinoma inflamatório, carcinoma de células em anel de síntese. Tumores mistos epiteliais mesenquimais: tumor linfoide maligno e carcinossarcoma. Tumores malignos diversos: sarcoma, angiossarcoma, linfoma, mieloma, melanoma maligno, carcinoma epidermoide. Doença de Paget: lesão maligna que acomete o mamilo, sendo caracterizado por prurido, hiperemia e descamação. O tipo mais frequente de tumormaligno de mama é o carcinoma ductal invasivo (cerca de 80% do total). No geral, os demais são menos frequentes e apresentam, com relação ao estadiamento, um prognóstico melhor, exceção feita ao carcinoma inflamatório (epitelial invasivo) que, podendo assemelhar-se a uma mastite (hiperemia inflamatória, dor, pele com aspecto grosseiro), é um tipo de tumor muito agressivo. Os tumores não invasivos são assim denominados por respeitarem a membrana basal. O carcinoma ductal in situ pode apresentar tamanho variável, de focos microscópicos a alguns centímetros, quando torna-se palpável: pode determinar descarga hemorrágica pelo mamilo e necrose, com posterior calcificação. O carcinoma lobular in situ é de difícil diagnóstico, pois, ao contrário do carcinoma intraductal, não forma tumor palpável, não produz descarga sanguinolenta pelo mamilo e nem necrose com posterior microcalcificação. Tende a ser multifocal, multicêntrico e bilateral. Os carcinomas invasivos surgem quando as células epiteliais malignas ultrapassam a membrana basal, invadindo o estroma mamário. O carcinoma ductal infiltrante é o mais comum, correspondendo a 80% dos carcinomas mamários. SINAIS E SINTOMAS Na fase inicial, o câncer de mama geralmente é assintomático, o que dificulta sua detecção precoce. Na maioria dos casos, pode ser detectado por meio dos seguintes sinais e sintomas: Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja Alterações no bico do peito (mamilo) Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer. É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para avaliação diagnóstica. A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama. ANAMNESE E EXAME FÍSICO O diagnóstico do câncer começa com a anamnese, quando devem ser valorizadas pelo médico as queixas do paciente. O exame físico será de grande importante para a suspeita diagnóstica e orientação dos exames complementares. Este compreende inspeção (estática e dinâmica) e a palpação. INSPEÇÃO ESTÁTICA PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR Na inspeção estática, a paciente fica sentada em frente ao médico, com os braços abaixados, apoiados sobre o joelho; será então observado se há alguma das alterações na pele da mama, coloração, simetria das mamas, aréolas e mamilos, etc. INSPEÇÃO DINÂMICA Na inspeção dinâmica, a paciente ergue os braços acima da cabeça; nesta posição podem surgir retrações de mamas, aréolas ou mamilos não visíveis na inspeção estática ou ocorrer a acentuação de pequenas alterações já existentes. A seguir, a paciente coloca as mãos sobre os quadris, que são pressionados, levando à contração dos músculos peitorais, o que poderá evidenciar tumorações fixas ao músculo. PALPAÇÃO A palpação deve ser feita com a paciente deitada e com as mãos sob a cabeça. Nesta posição, a palpação contra o gradil costal favorece a percepção de pequenos nódulos ou espessamentos. O aparecimento de nódulo de consistência elástica e móvel pode sugerir na dependência da idade e das queixas da paciente a presença de cisto ou de fibroadenoma. As neoplasias malignas geralmente apresentam-se como nódulos de consistência mais endurecida, às vezes pétrea, de pouca mobilidade ou como um espessamento endurecido e um pouco difuso. Com a paciente sentada, palpam-se as axilas e as fossas supraclaviculares na procura de linfonodos com aumento de tamanho e consistência. Aliás, toda a cadeia linfática pertinente a drenagem da mama deve ser avaliada: linfonodos cervicais, supraclaviculares e axilares. PREVENÇÃO PRIMÁRIA Quimioprevenção: A quimioprevenção é o termo usado para o uso de tamoxifen na prevenção primária ao câncer de mama. O tamoxifen funciona como um competidor do estrógeno pelos receptores hormonais presentes nas glândulas mamárias e nas células neoplásicas. Na realidade, o tamoxifen é uma droga análoga ao estrógeno, mas que realiza uma ação contrária a este hormônio nos receptores das células mamárias neoplásicas. O uso deste tratamento preventivo faz com que a célula mamária deixe de ser estimulada pelo estradiol. Este tratamento é utilizado apenas para mulheres que apresentam risco iminente em desenvolver tumores de mama, como mutações genéticas nos genes BRCA-1 e BRCA-2 que, quando sofrem mutação, os riscos aumentam em até 90% para que a mulher, durante a vida, desenvolva câncer de mama. Mastectomia profilática: outra maneira de prevenção para aqueles casos de maiores riscos é a mastectomia profilática que é mais viável para aqueles casos em que há mutação dos genes BCRA. Nesta cirurgia, retira-se o parênquima mamário, buscando preservar a pele e o mamilo. RASTREIO (PREVENÇÃO SECUNDÁRIA) E DIAGNÓSTICO Enquanto que a prevenção primária consiste na tentativa de eliminar as chances de manifestar a doença, a prevenção secundária consiste no diagnóstico precoce, sendo necessária, para isso, a realização de exames específicos. Os principais exames que servem para a realização de diagnóstico precoce são: Autoexame das mamas: serviu mais como uma campanha para suprir a dificuldade do sistema de saúde no Brasil. Mamografia (MMG): a mamografia como método de detecção precoce deve ser realizada (conforme orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia), primeiramente, aos 35 anos (mamografia de base), bianualmente dos 40 aos 49 e anualmente a partir dos 50 anos. A radiação na realização da denominada mamografia de alta resolução é mínima (0,1 rad por incidência), o que não constitui risco para a paciente. Este tipo de mamografia permite analisar pequenas estruturas de até 0,2mm, como as microcalcificações. Está indicada para as pacientes com idade acima dos 35 anos, porque nas pacientes mais jovens o parênquima mamário é muito mais denso e radiopaco, o que dificulta sua interpretação. Os principais sinais radiológicos da malignidade são: Microcalcificações (sinal mais precoce, mas que representam alterações benignas em 80% dos casos) PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR Nódulos de contornos especulados, estrelados ou lobulados, com densidade aumentada e com forma irregular; Alterações do padrão arquitetural da mama Espessamento cutâneo Retração da pele e do complexo aréolo-papilar. Para um melhor entendimento da mamografia, criou-se a classificação BI-RADS, que padroniza os resultados e determina condutas a partir das chances de malignidade. Ultrassonografia: É um bom método propedêutico que pode ser utilizado por pacientes com idade abaixo de 35 anos, pois, diferentemente da mamografia, permite uma melhor avaliação do parênquima mamário jovem, detectando nódulos em mamas mais densas, sendo importante também para o diagnóstico diferencial entre nódulos sólidos e cistos. Este método não detecta nódulos menores do que 0,5 cm e nem microcalcificações. Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética: São exames menos vantajosos do que a mamografia em termos de diagnósticos do tumor mamário. Contudo, podem ser complementares no estadiamento, permitindo umestudo mais detalhado dos linfonodos da axila, fossa supraclavicular e mediastino. Biópsia O diagnóstico definitivo é feito pela biópsia e exame citológico ou histológico. A biópsia de lesões suspeitas de malignidade, porém impalpáveis, detectadas pela mamografia, necessita ser realizada com a participação do radiologista. É realizada então uma biópsia excisional, sob anestesia local e incisão periareolar, sempre que possível, com retirada da área de tecido mamário ao redor do gancho (para identificação do tipo do tumor); o material é imediatamente radiografado e, no caso de ausência de lesão suspeita, uma nova ressecção deve ser realizada, mais ampla, ao redor da área anteriormente retirada. Confirmado pela radiologia, o material é então encaminhado para exame histopatológico. O diagnóstico das metástases por via sanguínea pode ser feito com a realização de radiografias de tórax, cintilografias ósseas e cerebral, ultrassonografia abdominal e pélvica, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. É realizada também a dosagem dos marcadores CA 15.3 e antígeno cárcino- embrionário (CEA). ESTADIAMENTO O estadiamento do câncer de mama é de fundamental importância para o planejamento terapêutico e o prognóstico. A mais atual e utilizada classificação é a do Sistema TNM (Tumor linfonodos metástases a distância), correlacionada ao estádio clínico e preconizadas pela AJCC (American Joint Committee of Cancer Staging) e UICC (Union Internationale Contre le Cancer). TRATAMENTO O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências). As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em: Tratamento local: cirurgia e radioterapia. Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. CIRURGIA Exceção feita a um pequeno grupo de neoplasias malignas da mama, a cirurgia deve ser o primeiro meio de cura deste câncer. PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR MASTECTOMIA RADICAL A cirurgia consiste na retirada da lesão neoplásica e no restante da mama, incluindo, na maioria das vezes, a retirada de linfonodos axilares (esvaziamento axilar). QUADRANTECTOMIA Retirada do quadrante mamário acometido pelo tumor, linfadenectomia axilar e radioterapia de mama. Efeitos colaterais: edema no membro superior correspondente, tendência à celulite, dor, erisipela, dormência. Para avaliar a real necessidade da retirada desses linfonodos, faz-se a técnica do linfonodo sentinela: cerca de 3 a 4 horas antes da cirurgia de mastectomia, o cirurgião injeta um corante (como o azul de metileno) na região. Como toda a drenagem linfática da mama passa pelos linfonodos axilares, observa-se que o primeiro linfonodo a se corar é o chamado linfonodo sentinela. Nesse momento, o cirurgião retira o linfonodo e repassa-o para o patologista (presente na sala de cirurgia), o qual realizará, por meio de um processo conhecido como congelação, a avaliação desse linfonodo, vasculhando possíveis células metastáticas que porventura teriam alcançado a corrente linfática daquela mama. Se o resultado for negativo, o cirurgião pode decretar a cirurgia como encerrada, sem ser necessária a retirada dos linfonodos, partindo apenas para a ressecção da lesão na mama. Caso contrário, é aconselhável a realização da quadrantectomia radical. RADIOTERAPIA A radioterapia do câncer de mama está geralmente associada aos demais procedimentos terapêuticos, estando indicada após a cirurgia conservadora da mama. QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA Este tratamento compreende a quimioterapia adjuvante (realizada após a cirurgia, com o intuito de destruir as micrometástases existentes), a quimioterapia neoadjuvante ou primária (com a finalidade de reduzir tumores volumosos, facilitando o procedimento cirúrgico e melhorando os resultados de sobrevida e intervalo livre de doença) e a quimioterapia do câncer metastático. ENDOCRINOTERAPIA (HORMONIOTERAPIA) Pode ser ablativa ou aditiva, adjuvante ou para tratamento de doença metastática. É indicada principalmente para aqueles tumores que ainda apresentam receptores de estrógeno e progesterona (avaliados pela imunohistoquímica), isto é, receptores hormonais positivos. Endocrinoterapia ablativa: é realizada através da ooforectomia, nas pacientes em pré-menopausa e, em alguns casos, da adrenalectomia. Endocrinoterapia aditiva: é realizada com o tamoxifen (droga sintética de ação antiestrogênica, que, competindo com o estrógeno, liga-se aos receptores deste hormônio formando o complexo receptor-tamoxifen que, translocado para o núcleo da célula, impede a divisão celular) e o acetato de megestrol (é um agente progestagênico que apresenta atividade antitumoral mediada através dos receptores de progesterona, tendo também in vitro uma ação citotóxica direta em cultura de células malignas humanas de câncer de mama). PREVENÇÃO Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: Praticar atividade física Manter o peso corporal adequado Evitar o consumo de bebidas alcoólicas Amamentar seu bebê Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer. Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que podem contribuir para a prevenção do câncer de mama.
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