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Toxicologia – Amanda Longo Louzada 1 SÍNDROMES TÓXICAS INTRODUÇÃO: Grupos de sinais e sintomas muito característicos que podem ser produzidos por doses e grupos de agentes tóxicos Geralmente associados com determinados agentes tóxicos Compreender os mecanismos fisiopatológicos que ocorrem em cada síndrome Permitem a suspeita diagnostica Identificar as condutas terapêuticas adequadas para o tratamento de cada síndrome Auxiliam nos pacientes que não se sabe qual agente toxico SÍNDROME COLINÉRGICA AGUDA: Muito frequente O neurônio pré-sináptico tem o estimulo, a neurotransmissão acontecendo, e assim uma despolarização com influxo de cálcio para o neurônio pré-sináptico, e este empurra as vesículas cheias de acetilcolina para as extremidades da célula, onde ocorre a ruptura destas e assim a acetilcolina é liberada na fenda A acetilcolina é acoplada ao seu receptor colinérgico que pode ser nicotínico, muscarínico ou no SNC Na síndrome colinérgica aguda, agentes tóxicos bloqueiam a ação da acetilcolinesterase, que é a enzima que degrada a acetilcolina em colina + acetato Colina: reutilizada pelo neurônio pré-sináptico na formação de novas acetilcolinas A enzima bloqueada causa acumulo de acetilcolina na fenda, com hiperestimulação dos receptores colinérgicos nicotínicos e muscarínicos Os sintomas colinérgicos são causados pela atividade excessiva da acetilcolina, porém, variam de acordo com o receptor estimulado: Muscarínico Nicotínico Colinérgico central AGENTES CAUSADORES: É muito frequente porque um dos agentes que causa é o chumbinho (do grupo carbamatos, inibidores da colinesterase), que é um agrotóxico ilegalmente comercializado como raticida, muito usado para rato ou suicídio Organofosforados também é um agrotóxico, que causa a inibição da colinesterase Principais agentes: Inseticidas organofosfarados Inseticidas carbamatos Medicamentos: neostigmina, fisostigmina Ciguatoxina (peixe marinho) SEMIOLOGIA MARCANTE: Miose Bradicardia Acumulo de secreções Fasciculação muscular SINTOMAS: Efeitos Muscarínicos: São mais frequentes que nicotínicos, pela maior presença dos receptores muscarínicos – então predominância da sintomatologia muscarínica Manifestações nicotínicas associada a muscarínicas traduz gravidade – sugere dose alta Receptores muscarínicos estão relacionados com hiperestimulação das fibras pré e pós ganglionares parassimpática que estão localizadas nas glândulas exócrinas, TGI, respiratório, cardiovascular e olhos – paciente geralmente vai estar “encharcado” Não são todos os sintomas e sinais que estarão Sistema Respiratório: hipersecreção brônquica, rinorreia, broncoespasmo, dispneia, cianose – pode evoluir com edema agudo de pulmão, que indica gravidade e precisa de IOT Trato Gastrintestinal: náuseas, vômitos, diarreia, tenesmo, dor e cólicas abdominais, incontinência fecal Glândulas exócrinas: sialorreia, sudorese, lacrimejamento – aumento de produção da glândula Sistema cardiovascular: bradicardia, hipotensão Olhos: miose, visão turva, hiperemia conjuntival Geralmente o paciente evolui com óbito Efeitos Nicotínicos: Músculo esquelético: fasciculações (localizadas ou generalizadas em casos graves) e fraqueza muscular, cãibras, paralisia, tremores) Sistema cardiovascular: taquicardia, hipertensão, palidez Não são comuns, então se aparecerem indicam gravidade Em geral o paciente não evolui com óbito Efeitos do SNC: Cefaleia, ansiedade, inquietude, apatia Labilidade emocional Insônia ou sonolência, voz pastosa Tremor, ataxia, incoordenação de marcha Confusão mental, fraqueza, torpor Convulsões e coma nos casos graves TRATAMENTO: Carbamatos, chumbinho e organofosforados fazem recirculação enterohepática Descontaminação: LG e CA – se dentro de 2 horas, faz de forma seriada, uma dose para tentar diminuir a absorção e as subsequentes para aumentar a eliminação Sintomático e suporte Antagonista: Atropina (OF e carbamatos) – antagonista da acetilcolina somente de receptores muscarínicos, em que ela tenta secar Toxicologia – Amanda Longo Louzada 2 SÍNDROMES TÓXICAS a secreção que o paciente está em excesso; só tem indicação de fazer quando tem quadro cardiorrespiratório Efeitos: ressecamento de secreção pulmonar, ressecamento de saliva, aumento da FC > 80bpm, rubor e midríase, quando tiver esses sintomas para a atropina na ausência de ausculta anormal Ação: inibe competitivamente os efeitos muscarínicos da ACH Via: EV, endotraqueal, IM Adulto: 2-5mg IV, dobrar a dose entre 5 a 10 minutos até reverter sinais muscarínicos Criança: 0,02-0,05mg/kg até reverter sinais muscarínicos Teste diagnóstico: 0,25 a 1,0mg OF: doses mais elevadas/maior tempo Antídoto: Pralidoxima – Contrathion (OF) Atualmente não tem mais no Brasil Normalmente o paciente chega com manifestação muscarínica, o que realmente vai converter é o uso da atropina, então a pralidoxina não tem muito efeito SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA: Agentes tóxicos que vão promover o antagonismo da acetilcolina, de forma competitiva, nos receptores muscarínicos Atropina – antagonista que atua por competição nos receptores muscarínicos Só se usa atropina se tiver manifestações cardiorrespiratórias que indiquem o uso EFEITO NICOTÍNICO NÃO USA O efeito anticolinérgico pode ser um efeito adverso PRINCIPAIS AGENTES: Medicamentos: Alcalóides Beladonados: Atropina Antiespasmódicos: Hioscina, Escopolamina Cicloplégicos: Ciclopentolato, Tropicamida Antihistamínicos: Dimenidrinato, Prometazina Antiparksonianos: Biperideno, Amantidina, Triexifenidil Antipsicóticos: Clorpromazina, Quetiapina Tricíclicos: Amitriptilina, Nortriptilina Miorrelaxantes: Ciclobenzaprina Plantas: Alcalóides Beladonados: Atropina, hioscina, hiosciamina, escopolamina Alcalóides anticolinérgicos: Atropa belladonna Brugmansia spp, Cestrum spp, Datura spp Hyoscyamus niger, Solanum spp, derivados tropânicos (alcalóides de solanáceas) SINTOMAS: Ocular: Pupilas dilatadas não reativas – midríase, diplopia; fotofobia; visão embaçada, aumento da pressão intraocular Pele e mucosas: quente e seca, rubor facial, hipertermia, língua, lábios e garganta seca, dificuldade de deglutição AGI: Diminuição da motilidade, constipação intestinal, redução de ruídos, distenção abdominal às vezes náuseas AGU: Retenção urinária, distensão vesical, bexigoma ACV: Taquicardia, HAS moderada; arritmias AR: Taquipneia; estridor, retração intercostal SNC: Agitação psicomotora, agressividade, alucinações visuais, auditivas e/ou olfativas; delírio, convulsões, torpor e coma Neuromuscular: Mioclonia, rabdomiólise REGRA MNEUMÔNICA: Blind as a bat: Completamente cego Hot as hell: Quente como o inferno Red as a beet: Vermelho como beterraba Dry as a bone: Seco como osso Mad as a hatter: Louco varrido TRATAMENTO: Descontaminação: LG (não recomenda) e CA Sintomáticos e suporte Medidas físicas: hipertermia (compressão gelada) Sedação: agitação Diazepam 5-10mg (max 30mg total) Crianças: 0,25-0,4mg/kg (max 5mg < 5 anos e 10mg > 5 anos) Sondagem vesical: bexigoma Antídoto: Fisostigmina (não disponível) Inibidor da colinesterase Não tem no Brasil Adultos: 1-2mg, podendo repetir em 40 minutos Crianças: 0,5mg, podendo repetir em 40 minutos SÍNDROME METEMOGLOBINEMIA TÓXICA: Metemoglobina é causada por determinadas agentes tóxicos que promovem a oxidação do Fe2+ da hemoglobina, passando para a forma metemoglobina Fe3+, que está oxidado aumenta a afinidade pelo oxigênio, desvia a curva de dissociação Hb para esquerda e reduz a Hb livre para transportede oxigênio Mecanismos de redução MHB: transformar o Fe3+ para 2+ = hemoglobina que consegue transportar oxigênio Oxidação (antioxidantes): Glutationa, ác. Ascórbico Redução sistema redutase: NADP – 95% da redução, NADH – 5% (importante porque o antidoto usado em algumas situações, atua nessa via) Valores normais de metemoglobina 1%; acima de 3% é considerado toxico Causas hereditárias: Hemoglobina M, déficit NADH-redutase Idade: < RN até 4 m Fatores adquiridos Toxicologia – Amanda Longo Louzada 3 SÍNDROMES TÓXICAS PRINCIPAIS AGENTES: Anestésicos locais e tópicos – a base de benzocaína e alguns de lidocaína Sulfonamidas e sulfonas – bactrim Dapsona – medicamento para hanseníase, mesmo em dose terapêutica, em caso de uso prolongado Anilina Cloroquina – tratamento de malária, pode causar por overdose e efeitos adversos Fenazopiridina Nitroprussiato de sódio – principalmente pessoas que bebem agua de poço e ela está contaminada por fertilizante a base de nitroprussiato de sódio Nitritos / nitratos: diarreias bacterianas; Solo e água contaminados Antineoplásico Metoclopramida Paracetamol SINTOMAS: A princípio o paciente chega com cianose Chega pouco oxigênio na célula e no tecido = hipóxia Não responde a oxigênio, o sangue fica mais escurecido, com saturação elevada e PO2 normal ou elevada Diagnostico diferencial: emergências cardiopulmonares Primeiro a se fazer com paciente em hipoxemia e a cianótico, tem que ofertar oxigênio a 100% - espera 5 minutos e assim avalia, se tiver melhora, provavelmente é de causa cardiopulmonar, se não melhorar, suspeita de intoxicação Metemoglobina é um pigmento mais escuro, mudando a cor do sangue DIAGNÓSTICO: Quando suspeitar? Cianose central + baixa leitura de saturação ao oxímetro de pulso = oferecer oxigênio 100% Excluir causas cardiopulmonares A gasometria mostra: PaO2 normal ou alta (o problema é no transporte) + SaO2 normal (valores bem acima daqueles indicados pelo oxímetro de pulso) Oxímetro de Pulso: mede absorção de luz de acordo com o comprimento de onda emitido (diferentes nos diversos tipos de hemoglobina) - não é o ideal pois não mede metemoglobina, o certo seria o co-oximetro MH redução do cálculo de saturação Suspender oxímetro após diagnóstico A co-oximetria Mede a concentração dos diferentes tipos de Hb no sangue através da espectrofotometria, utilizando diferentes comprimentos de onda Dosagem MTHb sangue TRATAMENTO: Medidas de descontaminação, em casos de intoxicação por abuso – CA em dose única Em casos de reação adversa por uso prolongado – Dapsona, cloroquina, bactrim suspende o medicamento e avalia a necessidade do antidoto < 30%: resolução espontânea em 24-72 h, então só observa ANTÍDOTO: Azul de metileno 1% Indicação: concentração de MHb > 30% ou MHb a 20% fortemente sintomático Via: EV Melhora em 15 min e uma dose pode ser o suficiente para reverter Complicação: hemólise, cianose, dispneia Pode ser repetido Reduz o ferro e forma a hemoglobina Usado na via NADPH, que está relacionada com o G6PD e se o paciente tiver deficiência dele, não pode usar o azul de metileno, tendo complicações SÍNDROME NARCÓTICA: Opiáceos: São substâncias (alcaloides) derivadas do ópio, como a morfina e algumas semissintéticas como a codeína Opioide: São todas as drogas naturais ou sintéticas com propriedades semelhantes à morfina incluindo peptídeos endógenos Analgésicos e anestésicos Não é frequente RECEPTORES: Localização: SNC, SNP, TGI Diferem entre si quanto às propriedades farmacológicas e distribuição μ (Miu): Maioria dos efeitos analgésicos Depressão respiratória, euforia, sedação e dependência к (Kappa): Analgesia em nível medular Podem induzir sedação e disforia, sem dependência δ (Delta): Mais importantes na periferia Alteração comportamento afetivo CLASSIFICAÇÃO: Derivados naturais: Ópio Tintura de ópio Morfina e codeína Papaverina Derivados semi-sintéticos: Heroína Elixir paregórico Toxicologia – Amanda Longo Louzada 4 SÍNDROMES TÓXICAS Antidiarreicos (difenoxilato e loperamida) – imozec Derivados sintéticos: Meperidina Metadona Fentanil Propoxifeno, pentazocina Antagonistas: Naltrexona, Naloxona – derivado do ópio, antidoto para síndrome narcótica – para depressão respiratória e neurológica USO: Dores agudas severas origem traumática (fentanil, morfina) Dores medias origem inflamatória (codeína, pentazocina, propoxifeno) Dores severas crônicas (morfina) Dores crônicas neuropáticas não respondem (amitriptilina) SINTOMATOLOGIA MARCANTE: Miose puntiforme bilateral Depressão respiratória – hipoventilação e apneia Depressão neurológica – rebaixamento de nível de consciência com Glasgow < 8, sonolência, torpor e coma Convulsões: intoxicação por morfina, meperidina e propoxifeno Distúrbios psíquicos e sensoriais: euforia, disforia Miose puntiforme bilateral; Calor, rubor facial ou prurido (liberação histamina) Náusea, vômito, retardo esvaziamento gástrico, constipação Hipotensão arterial, taqui ou bradicardia, arritmia em casos mais severos Rabdomiólise, IRA Bexigoma TRATAMENTO: Sintomático e suporte LG+ CA + ANTÍDOTO (não indica em todos os casos) Antagonista: Naloxone 1mL/0,4mg Adultos: 0,4 a 2,0 mg Crianças: 0,03mg/kg, EV Repetir em intervalos de minutos, se necessário Dose máxima 20mg Pode ser utilizado mesmo na duvida Antagonista puro dos narcóticos Receptores do SNC VIA: SC, IM, ET, EV Efeito adverso: arritmia ventricular, EAP, convulsões Quando o paciente está evoluindo com depressão neurológica ou respiratória Naloxone pode precipitar Síndrome Abstinência em dependentes de derivados do ópio: vômito, dor abdominal, agitação, diaforese e piloereção SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL: Muito frequente Situações que paciente tenta suicídio com antipsicóticos e as pessoas que usam de forma terapêutica e tem os sintomas da síndrome por efeito adverso (MUITO COMUM) Atua no aparelho locomotor, não interfere no nível de consciência Duas vias no corpo estriado: via dopaminérgica que promove relaxamento da musculatura e a via colinérgica, que promove a contratura da musculatura, e fisiologicamente essas vias estão em equilíbrio para funcionarem juntas. No caso da síndrome extrapiramidal, o agente toxico, bloqueia os receptores dopaminérgicos – a dopamina relaxa a musculatura, e com o bloqueio, vai ter uma hiperatividade com contração da musculatura PRINCIPAIS AGENTES: Fenotiazinicos: Clorpromazina: sedação, manifestações anticolinérgicas e autonômicas (distúrbios extrapiramidais menos expressivos) Tioridazina, trifluperazina e flufenazina Butirofenonas: haloperidol Antieméticos: metoclopramida e bromoprida SINTOMATOLOGIA: Crise oculógira Distorção facial: Ocorre por contração muscular Crise oculógira – contratura do musculo do globo ocular unilateral, desvio para um ponto fixo, “para o vago”, muito frequente em crianças Espasmo de mandíbula e garganta, espasmo ou protusão de lábios e língua Distorções faciais, caretas, tics, movimentos mastigatórios Torcicolo, opistótono – hipercontração, que o paciente fica apoiado com a cabeça e a ponta dos pés, contrações musculares dos membros superiores, postura bizarra Hipertonia Espasmos musculares Parkinsonismo: Face de mascara Fala lenta e monótona Rigidez, catatonia, gesticulação diminuída Postura bizarra, tremores Toxicologia – Amanda Longo Louzada 5 SÍNDROMES TÓXICAS Movimentos de rolar os dedos Oscilações rítmicas das extremidade Acatisia: pouco frequente em crianças Desejo incoercível de se movimentar Incapacidade de permanecer sentado Movimento das pernas e sacudidas de joelho quando em posição sentada Ansiedade e sem capacidade de controle Pode acontecer quando um paciente aumenta a dose terapêutica e a acatisia por ser motivo de abandono de tratamento Precisa de um único sinal ou sintoma para dar o diagnóstico TRATAMENTO: Se acontecer a síndrome por dose terapêutica, então tem que fazer descontinuação da medicação e tratar de acordo com a sintomatologia A síndrome pode acontecer até 24h depois da exposição, então na história não pode ficar preso somente no dia que aconteceu as manifestações clínicas, e perguntar sobre o dia anterior – isso em situações de dose terapêutica Descontaminação, se indicação Sintomáticos e suporte Parkinsonismo e distonias: Biperideno (0,04mg/kg IM) Tem comprimido, mas não resolve, tem que ser IM Alternativa: benzodiazepínico – tem ação de relaxamento muscular Indicações: presença de reações extrapiramidais Ação: agente anticolinérgico que antagoniza por competição a acetilcolina nos receptores muscarínicos – como a dopamina está bloqueada, diminui também o efeito da acetilcolina para promover o equilíbrio Apresentação: 5mg/ml Indicações: presença de reações extrapiramidais, intoxicações por neurolépticos (haloperidol, fenotiazinas), metoclopramida Ação: agente anticolinérgico que antagoniza por competição a acetilcolina nos receptores colinérgicos Dose: adulto 2ml IM ou EV; criança 0,04mg/kg/dose IM ou EV – dose máxima 0,16mg/kg/dia SÍNDROME SEROTONINÉRGICA: Neurotransmissor regula: humor, sono, atividade sexual, apetite, função neuroendócrina, temperatura corporal Atua na hemostasia, excitação musculatura lisa, controle cardíaco, respiratória e motor Síndrome clínica resultante da estimulação excessiva de receptores serotoninérgicos centrais e periféricos Por conta da depressão ser muito frequente, e ter como base o tratamento de medicações que aumentam o nível de serotonina Causas: iatrogenia, interação medicamentosa – duas ou mais substancias que aumentam o nível de serotonina, intoxicação, reação adversa – efeitos mais passageiros Tríade: Mudanças do estado mental, funções motoras e autonômicas PRINCIPAIS AGENTES: ↑ Produção SRTN (triptofano) ↑ Liberação SRTN estocada (anfetamínicos, bromocriptina,cocaína, l-dopa) ↓ Recaptação SRTN pelo neurônio pré-sináptico: Dextrometorfano, nefazadona, petidina (meperidina), inibidores seletivos da recaptação da serotonina – ISRS (fluoxetina, paroxetina, sertralina, etc.), Venlafaxina e antidepressivos tricíclicos; Inibição da monoaminoxidase (MAO) Estimulação do receptor pós-sináptico da serotonina: dietilamida do ácido lisérgico (LSD); Aumento da resposta pós-sináptica à estimulação causada pela serotonina: lítio MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: DIAGNÓSTICO: A síndrome está relacionada com hiperatividade neuromuscular, instabilidade autonômica e alteração motora Tem diagnóstico clínico com uso da serotonina relacionado, com dois ou mais moduladores da serotonina Os sintomas de instabilidade autonômica se confundem com o quaro da síndrome anticolinérgica Alterações neurológicas se confundem da síndrome extrapiramidal Alterações mentais se confundem com a síndrome anticolinérgica, hipertermia maligna, síndrome neuroléptica maligna DIAGNÓSTICO = AGENTE CAUSA TRATAMENTO: Suspensão imediata do agente causal Descontaminação gastrintestinal Suporte respiratório e hemodinâmico Monitorização cardíaca Bloqueadores inespecíficos dos receptores 5-HT: Ciproheptadina; Clorpromazina Tratamento sintomático: Convulsão ou rigidez muscular: Diazepam Hipertermia: medidas físicas HA Toxicologia – Amanda Longo Louzada 6 SÍNDROMES TÓXICAS Taquicardia: Nitroprussiato, Esmolol SÍNDROME SIMPATOMIMÉTICA: É relativamente frequente por causa das drogas de abuso Está diretamente relacionada com agentes que vão promover a estimulação da atividade simpática Anorexígenos, estimulantes, alucinógenos É determinada por agentes que promovem estimulação da atividade simpática através de: Aumento de liberação de catecolaminas (anfetaminas) Bloqueio da recaptação (cocaína) Interferência no metabolismo (inibidores da MAO) Estimulação direta de receptor (adrenalina) Os efeitos são no SNC e cardiovascular PRINCIPAIS AGENTES: Anfetaminas Ecstasy Cocaína Teofilina Descongestionantes nasais – no frio é frequente o uso, e a nafasolina causa a síndrome, mas com sintomatologia diferente do esperado, cursando com hipotermia, bradicardia, sonolência, principalmente em crianças por causa do índice terapêutico curto, e por isso não deve ser usada na pediatria Efedrina, pseudoefedrina Cafeína SINTOMAS: Midríase Hipertermia Agitação psicomotora Alucinações, delirium Paranoia: mania de perseguição Sudorese Palpitação, dor precordial Taquicardia, arritmias nos casos graves Hipertensão arterial (ou hipotensão nos casos graves) Tremores, convulsões Rigidez muscular, rabdomiólise Podem evoluir com IAM COCAÍNA – BODY PACKERS: As mulas são as pessoas que fazem o transporte da droga, que ingerem vários sacos contendo cocaína O grande problema é o rompimento, que é uma urgência de laparotomia de imediato Diagnostico pode ser feito com TC ou RX de abdome Tratamento: dieta laxativa para aumentar o transito, óleo mineral, irrigação intestinal com sorbitol, até que a droga seja eliminada pelas fezes TRATAMENTO: Descontaminação gastrintestinal Suporte respiratório e hemodinâmico Monitorização cardíaca Tratamento sintomático: Agitação ou convulsão: Diazepam Hipertensão: evitar betabloqueadores - provocam hipertensão paradoxal e aumentam a vasoconstrição coronariana Taquicardia: lidocaína, bicarbonato de sódio Angina: nitratos, bloqueador canais cálcio Monitorização prolongada de sinais vitais Casos de IAM: conduta padrão (exceto quanto aos beta-bloqueadores) SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA: É uma grave desordem neurológica, na maioria das vezes causada por uma reação adversa a medicamentos antipsicóticos Consiste de rigidez muscular, febre, instabilidade autonômica, e alterações cognitivas tais como delírio Mecanismo de Ação: bloqueio no receptor de dopamina Alteração genética dos receptores D2 da dopamina Agentes que podem causa Drogas antipsicóticas SINTOMAS: Assim que os sintomas aparecem, eles podem progredir rapidamente e atingir seu pico de intensidade em menos de três dias. Podem durar de 8h a vários dias Os sintomas musculares são provavelmente causados pelo bloqueio do receptor da dopamina D2 Diaforese Aumento da temperatura corporal > 38 °C; Alteração da consciência (agitação, delírio, coma) Rigidez muscular Desequilíbrio autonômico DIAGNÓSTICO: Sinais e sintomas História de uso por algum antipsicótico Aumento CPK Toxicologia – Amanda Longo Louzada 7 SÍNDROMES TÓXICAS TRATAMENTO: Emergência médica, se não tratada pode levar óbito Suspensão imediata do agente causal Descontaminação, se necessário Medidas físicas: Compressa de gelo Sintomático / Suporte Antidoto: Dantrolene (20 mg Frasco-Ampola) Rigidez muscular Ação: Bloqueia a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático das células musculares levando ao relaxamento muscular Bromocriptina (2,5 mg - comprimido) Ação: Agonista da dopamina HIPERTERMIA MALIGNA: Síndrome de origem genética, autossômica dominante, onde os indivíduos susceptíveis, quando expostos a determinados anestésicos (especialmente inalatórios)desenvolvem um quadro hipermetabólico, que caso não seja tratado imediatamente pode evoluir para óbito Pode ocorrer no momento da anestesia e mais raramente no pós anestésico Mecanismo de Ação O gene do receptor de rianodina (RyR-1), no braço longo do cromossomo 19 está envolvido na patogenia da doença Liberação maciça de cálcio do músculo esquelético, causando uma contratura muscular exacerbada, provocando aumento de temperatura e hipermetabolismo Doença genética AGENTES CAUSADORES: Halotano Enflurano Isoflurano Succinilcolina DIAGNÓSTICO: Biópsia Muscular MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: Hipermetabolismo Taquipnéia Taquicardia Rigidez muscular Cianose Acidose metabólica TRATAMENTO: Suspensão imediata do agente causal Sintomático/Suporte Medidas físicas: Compressa de gelo Dantrolene (20 mg Frasco-Ampola): Rigidez muscular Ação: Bloqueia a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático das células musculares levando ao relaxamento muscular DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Hemorragia e infarto encefálico Meningite Encefalite Sepse Hepatites Epilepsia e Estado pós-ictal Uremia Transtornos metabólicos e eletrolíticos Transtornos psiquiátricos Delirium tremens Encefalopatia de Wernicke
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