Buscar

MONOGRAFIA - MARCELO 02 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL DO NORDESTE
CURSO PEDAGOGIA
MARCELO BATISTA FONTENELE 
ESCOLA E FAMÌLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÀRIA NAS TURMAS DE TERCEIRO ANO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL FRANCISCO MARQUES VIEIRA
SOBRAL– CEARÁ
2019
MARCELO BATISTA FONTENELE
ESCOLA E FAMÌLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÀRIA NAS TURMAS DE TERCEIRO ANO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL FRANCISCO MARQUES VIEIRA
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, pelo IDES- Instituto de Desenvolvimento Educacional e Social do Nordeste, sob orientação do professor doutor, Raimundo Nonato Neto. 
SOBRAL-CEARÁ
2019
MARCELO BATISTA FONTENELE
ESCOLA E FAMÌLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÀRIA NAS TURMAS DE TERCEIRO ANO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL FRANCISCO MARQUES VIEIRA.
Monografia julgada e aprovada, como parte das exigências para a obtenção do título de Licenciatura em pedagogia pela Faculdade IDES- Instituto de Desenvolvimento Educacional e Social do Nordeste, sob orientação do professor doutor, Raimundo Nonato neto. 
Aprovado em____/____/____
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Professor Doutor Raimundo Nonato Neto 
Orientador 
___________________________________________ 
Prof. 
Examinador 1
___________________________________________ 
Prof.
Examinador 2
Dedico a Deus, primeiramente, que me concedeu até o presente momento, vida, saúde e sabedoria para continuar nesta caminhada. Aos meus familiares e amigos que me proporcionaram intenso prazer social e acreditaram na breve conquista que estou trabalhando para realizar.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que trouxe ao mundo a lei do amor, saúde, força e perseverança no decorrer dessa caminhada e iluminou meus passos nos momentos mais difíceis dessa jornada. A minha família pelo incentivo e assistência das quais eu precisava nos momentos de dificuldade. Aos meus colegas pelas palavras amigas, pelo auxilio nos trabalhos. À você prof. Raimundo Nonato, pelas orientações e compreensão e por estar disposto sempre em ajudar.
A todos vocês, meu obrigado! 
A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda. 	
 
 Paulo Freire.
RESUMO
Percebe-se atualmente uma preocupação no meio educacional com a aprendizagem em todos os níveis, com uma atenção especial para aprendizagem das crianças que envolvem elementos fundamentais além da escola, como a família e sua vivência nesse meio familiar. A família é o primeiro e principal contexto de socialização dos seres humanos, é um entorno constante na vida das pessoas, sendo que este primeiro contexto já se dá a aprendizagem e formação da criança e é fundamental que haja uma parceria entre família e escola, pois ambas possuem papel relevante nesta formação da criança, a escola se organiza de forma democrática, oportunizando uma vivência cidadã. A família é o primeiro grupo social de pertencimento do indivíduo, é, por excelência, em nossa sociedade, o espaço em que este aprendizado ocorre. As constatações acima retiram da escola a responsabilidade de ser a única responsável pelo bom desempenho escolar dos alunos. Sendo assim, a metodologia aplicada foi de cunho qualitativa de natureza exploratória com pesquisa de campo e coleta de dados em forma de questionário que teve como objetivo verificar a importante relação entre família e escola, destacando as contribuições dessa parceria na vida escolar dos alunos. A revisão da literatura contou com o aporte teórico de autores como Evangelista (2003), Bock (2002), entre outros, dos quais, subsidiaram o referido trabalho. Foi possível visualizar através dos resultados obtidos que os objetivos propostos inicialmente foram atingidos, uma vez que estes se configuraram numa reflexão sobre a importância da família e escola estarem caminhando juntas em prol de uma educação eficácia para filhos e alunos e isso ficou comprovado através dos questionamentos realizados durante a pesquisa empírica.
Palavras-chaves: Família. Escola. Ensino aprendizagem. 
LISTA DE TABELAS
 Tabela1 Identificação dos docentes........................................................................ 28
 Tabela 2 Identificação dos pais .............................................................................. 29
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 
 
O envolvimento da família no processo educativo do aluno é fundamental para que o aprendizado aconteça de maneira significativa. É muito importante a parceria entre a escola e o grupo familiar, pois quando essas duas instituições integram estimulando as crianças, seus conhecimentos se expandem, podendo assim avançar no processo educacional.
Partindo desse contexto, o referido trabalho trás o seguinte questionamento: até que ponto a influência da família está presente nos problemas escolares e como deve ser a relação das famílias e escola no sentido de atuarem juntas pela melhoria do ensino dos filhos?
Desta forma, tem como objetivo geral, refletir sobre a importância da família e escola estarem caminhando juntas em prol de uma educação eficácia para filhos e alunos. Os objetivos específicos são: identificar as possíveis causas da ausência da família com relação à escola, tendo em vista serem estes os responsáveis diretos no acompanhamento da aprendizagem e atitudes dos filhos; Investigar estratégias utilizadas pelos professores e comunidades escolar para aproximar a família da escola; colaborar na conscientização da participação da família no processo da construção dos saberes em parceria com a escola.
É importante um trabalho de conscientização com professores e pais para a necessidade de se estabelecer uma parceria entre escola e família, pois é necessário que os professores tenham um olhar voltado para as famílias, devendo assim procurar conhecer os alunos. Quando isso acontece, as atividades cotidianas das crianças são enriquecidas, sugerindo condições para que o ambiente familiar seja influenciado pelo contexto escolar e aconteça uma troca mútua de valores.
Pais e professores lutam pelo mesmo sonho: tornar seus filhos e alunos felizes, saudáveis e sábios. Este pensamento reflete os estudos de Cury (2008). Outra fonte de pesquisa para a elaboração deste estudo foram as análises de Tiba (1996) ao tratar que o ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos e a escola deve ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno. 
O referido trabalho tem como eixo central, abrir as portas para o âmbito social do contexto educacional e proporcionar um conhecimento maior sobre o tema abordado, esclarecendo que família tem que ter uma parceria necessária a escola, no intuito de ajudar os alunos a terem sucesso na vida escolar e colaborar no contexto educacional. O motivo pelo qual levou-se a escolha do referido tema foi o fato de no período do estágio ter observado alguns reclames de professores junto ao núcleo gestor e ter atuado enquanto professor substituto uma escola pública e ter sentido o quanto se faz importante a parceria das famílias e escola. Algumas crianças não aprendem, ou aprendem mal, outras apresentam dificuldades de adaptação à escola por algum motivo intrigante de o pai ou a mãe não gostarem do professor “A” ou “B”.
Partindo desse contexto, como hipótese para tentar responder à problemática apresentada no referido trabalho pressupõe-se que a família como instituição responsável pelo desempenho vital de seus agregados como alunos na escola; esta deverá encaminhá-los a instituição de formação científica. Tendo o papel de acompanhar o aprendiz em todos os momentos de dificuldades e sucessos. Vale ressaltar que esta pesquisa é de cunho qualitativa de natureza exploratória e foi realizada noperíodo de 04 (quatro) meses, ou seja, de dezembro de 2018 a abril de 2019. 
O seguinte trabalho é de grande importância, portanto, abrange um contexto que família e escola caminhem juntas, objetivando sempre a conscientização do aluno na construção do seu conhecimento, como também da sua autonomia frente ás decisões necessárias para o sucesso do processo ensino aprendizagem. A metodologia utilizada foi do tipo qualitativa de natureza exploratória com questionário aplicado aos sujeitos envolvidos no processo investigativo.
A referida monografia está dividida em três capítulos, no primeiro capítulo deste trabalho apresentar-se-á uma abordagem falando sobre a família e a formação do ser na sociedade, tratando da importância da família na formação inicial da criança e a necessidade de manter os vínculos afetivos entre pais e filhos saudáveis sem faltas e sem excessos.
No segundo capitulo, será apresentada a relação entre família e a escola, uma aliança fundamental na construção do cidadão, ressaltando as responsabilidade e função de ambas as instituições.
No terceiro capitulo retrata a análise de dados coletados de natureza qualitativa e através de uma revisão bibliográfica sobre o tema do estudo. Vários recursos foram utilizados como o questionário para a coleta de dados dos professores e pais desta instituição escolar, possibilitando que os mesmos pudessem expor suas ideias objetivando, com isso, conhecer as visões e práticas que eles têm sobre a importância da família com a escola para o desenvolvimento de um ensino aprendizagem com qualidade e por fim, realizou-se um breve apanhado da temática discutida e em seguida as considerações finais.
2 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO SER NA SOCIEDADE
A família é a mais antiga instituição e cumpre um papel vital na sociedade humana. Sendo ela à base de uma formação completa do indivíduo e papel decisivo na formação de caráter, deve ter participação direta na educação das crianças. E é a melhor provisão para criar filhos que se tornem adultos responsáveis:
A família é responsável pela sobrevivência física e psíquica do indivíduo, constituindo-se no primeiro grupo de mediação do indivíduo com a sociedade. É na família que ocorrem os primeiros aprendizados dos hábitos e costumes da cultura. (BOCK, 2002, p.249).
Desse modo percebe-se que o ser humano é um ser social desde os seus primórdios, sendo seu primeiro convívio social com a família ao participar das atividades desta, interagindo com os membros da mesma. O grupo familiar tem fundamental importância na formação do ser humano, ela é a base para a construção da personalidade da criança. É no seio familiar que se desenvolve autoestima, proteção da emoção, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, de filtrar estímulos estressantes, de dialogar, de ouvir.
Através de aspectos observados e estudos realizados podem-se constatar vários fatores que contribui para uma família feliz. De acordo com Cury (2008, p.15) “Os filhos não precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar-lhes o coração”. 
A família executa um papel relevante na formação do indivíduo, pois permite e possibilita a construção de sua essencialidade. É nela que o homem concebe suas raízes e torna-se um ser capaz de elaboração de competências próprias. Dela depende em grande parte a personalidade do adulto que a criança virá a ser. Os pais precisam preparar os filhos com ideias importantes que contribua para o desenvolvimento e crescimento de um cidadão atuante na sociedade em que está inserido:
Muitos pais trabalham para dar o mundo aos filhos, mas se esquecem de abrir o livro de sua vida para eles. Sabe-se que pais que vivem em função de dar presentes aos filhos são lembrados por um momento e os que se preocupam em dar a sua história se tornam inesquecíveis. Aqueles pais que têm coragem de falar sobre sua história de vida transformam a relação com seus filhos numa aventura. Pois as experiências aprendidas são muito importantes. (CURY 2008, p.16).
Um ambiente familiar harmonioso, com pais compreensivos, certamente haverá uma troca de experiências entre pais e filhos, sendo de fundamental relevância, pois filhos necessitam de referências e exemplos, evidentemente os pais podem ajudar fundamentalmente nesse sentido mantendo um diálogo com seus filhos, mostrando-lhes suas histórias de vida, situações complicadas pelas quais passaram e como saíram os melhores caminhos a serem seguidos.
A família pode ser definida nas palavras de Gimeno (2003) como sendo o conjunto de pessoas em interação, um grupo primário, de convivência Inter geracional com relações de parentesco e com uma experiência de intimidade que se prolonga no tempo. Entendida ainda como uma “unidade” no sentido de totalidade, já que as pessoas que configuram o sistema não funcionam como elementos isolados, pelo que qualquer mudança num elemento do sistema causa mudanças internas nos restantes membros e modifica o sistema no seu conjunto.
 Sabe-se, no entanto que, a natureza humana faz com que o recém-nascido seja incapaz de sobreviver por si mesmo e, esse período de desenvolvimento é o mais longo e mais intenso de todas as espécies, todavia, a família organiza a sua vida para cumprir duas funções básicas: o desenvolvimento pessoal dos filhos e a socialização. 
Embora a família não seja o único agente de socialização, mas influi diretamente, pois desenvolve na pessoa um sistema de valores, atitudes, crenças, reportados aos aspectos mais importantes da vida, protegendo a intimidade dos seus membros, mantendo os estranhos a uma distância considerável e atenuando as mudanças sociais, criando um marco espacial e temporal que facilita assimilação das mudanças externas pelo indivíduo.
Segundo BOWLBY (1991) citado por (GIMENO, 2003), se forem seguros os vínculos afetivos da primeira etapa de vida, irão proporcionar a base do desenvolvimento afetivo, social e cognitivo da criança em etapas subsequentes e até mesmo em adultos bem como a motivação para atingir objetivos, competência social, responsabilidade. 
Ademais, sendo o homem um ser sociável, necessita de interagir em "grupos" de modo a garantir sua sobrevivência. Um dos primeiros grupos em que o homem se insere é a família. Em todas as sociedades, a família é o meio próximo onde ocorre o desenvolvimento da personalidade individual e a implicação dos pais e mães, tais como são interpretados pelos filhos, são a variável que mais influência tem no desenvolvimento da autoestima e satisfação pessoal. Facilitar a auto realização é uma meta que deve abarcar toda a família e os laços que por via dela se criam entre indivíduos e grupos, constituem elementos fundamentais de agrupamento e diferenciação social.
Deste modo, segundo Baumrind ((1967 apud MENEZES 1990, p. 45)) refere que as estruturas familiares podem agrupar-se em quatro "estilos de práticas educativas", ou seja, quatro dinâmicas pelas quais se podem caracterizar, de modo geral a família, como podemos observar: 
· Autoritário - Caracterizada por atitudes de restrição e controle, centralizando a aprendizagem no respeito pela autoridade parental. O clima afetivo é frio, distante e baseado em relações emocionais ameaçadoras; tendendo os indivíduos a ser conformistas.
· Permissivo - A disciplina, utilizada pouquíssimas vezes, é inconstante e imprevisível. Normalmente todos os desejos são satisfeitos, sendo os indivíduos caracterizados, de modo geral, por determinada insegurança e egoísmo.
· Negligentes - As expressões de afeto e de autoridade são variáveis, dependendo do humor dos pais. As regras de comportamento são pouco claras e muitas vezes ilógicas: Os indivíduos manifestam muita hostilidade e agressão antissocial direta. 
· Democrático - As expectativas e fronteiras de ação estão bem delimitadas. Punição e recompensa têm sempre em conta o fator afetivo.
Desta maneira, segundo as palavras de Menezes (1990), o diálogo é fomentados, denotando-se normalmente indivíduos autoconfiantes, autocontrolados, responsáveise geralmente extrovertidos. No entanto e sobrepondo-se a estas "atmosferas familiares", a mudança social afeta de modo geral não só comportamentos tipo, como a própria essência e conceito de família, independentemente dos padrões de exercícios da autoridade. 
O núcleo familiar hoje, como outrora, é o elo essencial e primeiro, entre o indivíduo a natureza e a cultura.	É preocupante quando vemos a pressão da sociedade pós-industrial, em que jovens casais precisam trabalhar fora (tanto o homem quanto a mulher) e não sabem com quem deixar as crianças, muitas vezes colocadas em creches, quando possível. 
Nesses casos, desde a mais tenra idade, estas crianças ficam aos cuidados de instituições públicas, longe dos pais, recebendo influências externas num período que deveriam receber uma atenção integral em casa, no seio de sua família. Mas não é esta a realidade que hoje vivemos, cuja situação deixa lacunas com desdobramentos imprevisíveis no futuro de cada criança vulnerável a esta terceirização. 
Mesmo assim, vemos muitos pais assumirem seu papel na educação dos filhos com dedicação e até heroísmo. Apesar das dificuldades apresentadas por uma realidade cada vez mais fragmentada e individualista, muitos pais se esforçam para dar a seus filhos o afeto e a atenção necessária, e os conhecimentos que precisam para serem pessoas de bem, com princípios e valores que os fazem assumir os desafios da vida com responsabilidade.
	 Tais valores devem levar os filhos, quando adultos, a serem pessoas participativas e solidárias, ajudando a sociedade a se desenvolver, isto porque tiveram um bom desenvolvimento pessoal, com o apoio efetivo dos pais. E educar, frise-se, é colocar limites. Não é permitir a filosofia do laissez-faire, do “cada um pra si e Deus pra todos” e só alisar a cabecinha de crianças e adolescentes mimados. Isto tem dado resultados catastróficos. Educar é estar presente com amor, carinho e valorização, mas sem permitir que os filhos cruzem a “linha vermelha”.
2.1 A FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
A maioria das pessoas reconhece a importância da família no que diz respeito aos cuidados primários que se deve ter com uma criança, ou seja, os pais são os primeiros educadores, responsáveis pela educação e o bem- estar tanto físico e como também emocional, dando lhes segurança e bases sólidas de amor e afeto, envolvendo a parte religiosa, intelectual e moral. 
A família é o berço de formação de regras, princípios e valores, outras instituições assim como a escola, possuem também papel muito importante nesta formação moral, a escola se organizando de forma democrática, oportunizando uma vivência cidadã. Dessa forma promovem o nascimento e o crescimento mútuo e o desenvolvimento da autonomia, ingrediente para a formação moral. (LUY, 2016, p.09).
Conforme descrito acima sobre o papel fundamental da instituição familiar na formação moral das crianças, os pais são os responsáveis por transmitirem uma primeira noção desta formação moral a qual se encontrará formada na fase adulta, conta desta formação inicial a apresentação de regras a serem cumpridas pelas crianças limites a serem obedecidos. 
[...] pode-se definir a criança como a unidade genética, histórica e social da humanidade, que possui um particular e especial sistema biopsicodinâmico individualizante, que responde a um processo evolutivo de determinada base biológica, historicamente determinada e não poucas vezes circunstancial. (KNOBEL, 1996, p.80).
Assim, deve-se entender que nesta fase de vida, é de grande relevância que os pais ou responsáveis reflitam na complexidade que a infância representa, pois atitudes impensadas hoje podem se refletir na fase da infância ou nos vindouros, de forma comprometedora e negativa.
A formação e o desenvolvimento de um indivíduo e da sociedade estão relacionados a vários fatores que este mesmo indivíduo vai viver e formar. Lembrando que uma sociedade evolui de acordo com a evolução das pessoas que a constituem. Como se pode observar na citação a seguir, quando o autor postula que:
As famílias que tem um bom preparo emocional, falam baixo e com calma, dando aos filhos as informações de que eles realmente necessitam. É a família que aponta para a criança por meio de gestos, olhares, observações, sorrisos, conselhos e outras formas de expressões os conceitos de direito e dever. Percebe-se então que as ações partem da família e continuam na sociedade onde a criança vive. (GOTTMAN 1996, p. 116).
Assim sendo, os pais devem repassar para seus filhos hábitos e costumes que esperam que eles apresentem costumeiramente os pais reclamam das atitudes dos seus filhos, porém não se atentam ao fato de que são eles mesmos os responsáveis pela formação das crianças.
2.1.1 Necessidades indispensáveis do ser humano
 
Várias pessoas reconhecem a relevância da família no que diz respeito aos cuidados essenciais como: cuidar e alimentar, a família protege, educa e também forma identidade de cada criança. A interação é muito importante entre pais e filhos como as brincadeiras, pois permite um maior contato entre as partes e isso estimula o desenvolvimento agradável no meio familiar havendo um diálogo satisfatório.
E para que as crianças viessem a serem preservadas e respeitadas no decorrer do movimento histórico da sociedade brasileira, foram criados mecanismos que viessem a garantir que esses direitos fossem respeitados. Como no Artigo 227da Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988 e mais recentemente no Estatuto da Criança e do Adolescente, no capítulo III, seção I, no seu artigo 19, quando afirma que:
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da família e, excepcionalmente, em família substituta, assegura a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. (BRASIL, 1990, p. 26). 
Mesmo existindo as leis com inúmeras formas de divulgação, infelizmente ainda hoje se depara com cenas deploráveis e relatos de descasos e violências praticadas contra crianças, principalmente pelos responsáveis diretos das mesmas. Apesar de haver programas voltados para a divulgação de informações que contribuam com o bem estar das mesmas, em geral, à incidência de casos de violência contra crianças, acontece em todas as classes sociais, nos mais diversificados ambientes e nas diferentes formações familiares. 
Portanto não basta o pai ou a mãe se preocupar com a alimentação da criança, saúde e outros aspectos materiais, mas oferecerem um ambiente de respeito mútuo e atitudes éticas no seu cotidiano:
Ensinar uma criança os bons sentimentos é ensinar-lhe ética, moral, virtudes, que ela precisará ter em conta a sua vida, em qualquer tempo e onde quer que esteja, pois o respeito pelo outro a cortesia, a educação a solidariedade a percepção clara dos limites, são normas essenciais a todos em qualquer época e em qualquer lugar. (ANTUNES 2005, p. 18.)
As crianças absorvem exemplos deixados pelos pais, pois os mesmos estão sempre tomando como base as atitudes e comportamentos da família, daí a necessidade dos pais repassarem atitudes corretas e modos de vida saudável. Pois, as crianças tem maior capacidade de assimilar e compreender o mundo a sua volta.
2.1.1.2 O vínculo de afeto entre pais e filhos
Um ponto indispensável para qualquer relacionamento humano e é o que gera a prática de todos os outros valores humanos, o respeito é um dos aspectos relevantes no vínculo entre pais e filhos.
Sendo que o respeito começa no seio familiar uma relação que vai muito além da vida. Permeia todas as situações de vivência do ser humano. Muito antes, um dos pontos essenciais que caracterizava a educação das crianças era o respeito. Esse valor humano tão relevante parece que, com o passar do tempo, foi esquecido, ou melhor, deixando de ter sua importância na educação dos filhos. 
Segundo Cury (2008, p.17) “os vínculos definem a qualidade da relação”. Diariamente os comportamentos dos pais são arquivados pelas crianças, sendo elas inteligentes ou estúpidas.Às vezes os pais não percebem, mas eles os estão analisando a cada instante. Pois, o que gera os vínculos inconscientes não é o que os pais dizem, mas também que eles veem.
Vários pais falam coisas profícuas, mas no cotidiano apresentam péssimas atitudes. Pois, com isso cria-se um abismo emocional entre pais e filhos. Com pouco afeto, mas muitos atritos e críticas.
Portanto, Cury (2008, p. 18) diz: “ensine seus filhos a fazer do palco da sua mente um teatro de alegria, e não um palco de terror leve-os a perdoar as pessoas que os decepcionam”. 
Uma família cercada de afeto, união e respeito, em que seus membros, principalmente as crianças devam se sentir protegidas e amadas. Além do vínculo de afeto familiar entre pais e filhos é relevante que as crianças desenvolvam esse vínculo na escola com professores, colegas de classe, funcionários, ou seja, com a sociedade na qual esteja inserido.
Assim, é importante ser valorizado junto á criança a relevância de se sentir parte de um grupo social, onde podem encontrar apoio, carinho, amor e proteção, ou seja, observa-se que sempre há um motivo para valorizar os outros, corrigi-los, o que não é nada fácil. Porém não existem críticas construtivas, mas sim críticas com afeto, que faz toda diferença, educando assim as emoções.
Para Cury (2008, p.145) “antes de criticar, devemos dizer a criança o quanto ela é importante, pois ao elogiá-la antes de mostrar seu defeito, ela acolherá melhor às observações que lhes serão feitas”:
Uma crítica habilidosa pode ser uma proveitosa mensagem, pois se concentra no que a pessoa fez ou pode fazer e não em um ataque de caráter, colocando a criança na defensiva, se fechando, e não se motivando pra fazer melhor as coisas. (GOTTMAN 1996, p.168)
O fato de realizar críticas ou corrigir as crianças, isso para a grande maioria dos pais é um ato muito complicado, por um lado muitos pais não conseguem ser firmes com seus filhos por sentirem culpa ao não satisfazerem as vontades e almejos dos mesmos. Também de outro lado temos pais que são extremamente hostis no momento de corrigir seus filhos, enaltecendo sempre os seus defeitos e nunca as qualidades:
 
 A educação da criança deve primar a dominação dos instintos, uma vez que tem que inibir, proibir, reprimir. Sabe-se que a ausência de restrições e de orientações pode deseducar em vez de promover uma educação saudável. As angústias são inevitáveis, mas a repressão excessiva dos impulsos pode originar distúrbios neuróticos. O problema, portanto, é encontrar um equilíbrio entre proibições e permissão – eis a questão fundamental da educação. (KUPFER 1989, p.46).
Para as crianças se tornarem adultos equilibrados e saudáveis do ponto de vista emocional, são necessárias as críticas e correções. Portanto deve ser bem planejada a forma de ser corrigido para não causar o menor desconforto possível a elas, evitando desta forma um afastamento entre pais e filhos: 
A criança precisa ser sempre muito elogiada em seus acertos, pois isso estimulará a sua capacidade de se sentir alegre, lhe dando coragem para suplantar as dificuldades que encontra em seu caminho: e que não se deve confundir elogio a “mimo”, pois sendo elogiada a criança percebe o quanto ela é importante e capaz. Portanto a família deve se preocupar em escolher palavras positivas dando conta da força delas, para assim construir um vínculo afetivo entre pais e filhos. (ANTUNES 2005, p. 20).
Muito interessante na citação acima é da relevância de elogiar as crianças, isso fortalece os vínculos entre pais e filhos abrindo espaço para o diálogo e a conversa entre ambos. Porém o autor faz uma diferenciação relevante entre mimo e elogio, sendo que o mimo não traz muitos resultados nas crianças.
2.1.1.2.1 A relação escola e família: uma aliança fundamental na construção do cidadão 
Ao saber da relevância da família na formação do ser humano pode-se dizer que hoje em dia existe cada vez mais a necessidade da escola estar em perfeita sintonia e atribuir muitas das dificuldades de aprendizagem escolar das crianças a uma origem familiar. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de todos. É daí que surge a possibilidade de solução de tais problemas com uma aliança destas instituições.
Para Vygotsky (1998, p.110): “O aprendizado das crianças começam antes de frequentarem a escola, qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia”. 
De acordo com o autor, a família é a instituição que oferece proteção necessária e contribui para o desenvolvimento de cada indivíduo. Pois pais e educadores são responsáveis pela educação integral da criança, responsáveis pelo modo como vai se relacionar consigo mesma, com os outros e com tudo que a cerca. O convívio familiar terá grande influência nas atitudes que essa criança vai apresentar ao longo da vida:
Na verdade, a criança tem necessidade de que a tranquilizemos, de que lhe provemos que ela tem meios de fazer o que lhe é proposto, de que lhe provemos que ela fez bem o que o professor lhe pediu para fazer, não de que lhe compliquemos a vida já bastante complicada. (CHARMEUX,2000, p.127.
Percebe-se que há uma discussão profícua sobre os benefícios da aliança entre família e escola no processo educativo. Há vários avanços neste sentido, as escolas tem buscado envolver as famílias no processo educativo para solucionar e até evitar muitos problemas na aprendizagem dos alunos, de forma que ao estabelecer essa aliança entre família/escola melhorias e vantagens podem ser alcançadas: 
Quem acredita em participação, estabelece uma disputa com o poder. Trata-se de reduzir a repressão e não de montar a quimera de um mundo naturalmente participativo. Assim, para realizar participação, é preciso encarar o poder de frente, partir dele, e, então, abrir os espaços de participação, numa construção arduamente levantada, centímetro por centímetro, para que não se recue nenhum centímetro. (DEMO 2001 p. 20).
É interessante destacar que a família é a maior aliada da escola, procura-se evidenciar a importância dessa aproximação, pois vivemos em uma época que a conturbação e a desintegração dos valores são os maiores obstáculos para o ser humano, em que a sociedade fundamenta-se no individualismo e o coletivo fica banido a uns poucos sobreviventes, é de fundamental importância um trabalho de resgate para que os pais\família se conscientizem da importância familiar na vida educacional dos alunos.
Nesse sentido é importante citar Tiba (1996, p. 140) que diz: “o ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno”.
 Entretanto dar-se ênfase á presença da família no âmbito escolar, bem como da relevância da participação e da coletividade entre essas situações muito importantes e essenciais para o processo de ensino e aprendizagem dos educandos. Nesse sentido, percebe-se que o ponto de partida para a promoção do sucesso escolar é promover a integração entre família e escola, partilhando direitos e deveres de forma, dinâmica e inovadora.
2.1.1.2.1.1 A importância da escola na formação do cidadão
A escola é uma instituição que complementa a família e uma depende da outra, na tentativa de ser um lugar de interação plena, agradável e afetivo para alunos\filhos. Ambas precisam uma da outra para alcançar seu objetivo maior, influir no cognitivo da criança para que ela aprenda e assim ter um futuro melhor:
A educação pode ser definida como sendo o desenvolvimento artificial da criança. [...] A educação não se limitar somente ao fato de influenciar o processo de desenvolvimento, mas ela reestrutura de maneira fundamental todas as funções do comportamento. (VYGOTSKY 1984, p.107).
De acordo com a citação acima, pode-se perceber que deve existir um estabelecimento de relações positivas entre escola e família para que aconteça uma aprendizagemsignificativa, evitando o fracasso escolar e também na vida pessoal, para que isso aconteça, é necessário que a criança tenha um desempenho saudável e adequado dentro do ambiente escolar e consequentemente no social.
Conforme Bonet (2000, p. 9) “a motivação, ou o motivo, é aquilo que move uma pessoa ou que a põe em ação ou a faz mudar de curso”. Daí a importância da interação das duas principais instituições da sociedade. A escola deve respeitar as emoções e as necessidades individuais, proporcionando desafios e atividades que levem o educando a uma crescente elevação de sua racionalidade, já a família deve contribuir incentivando e encorajando os educando para um bom desenvolvimento. Isso contribui para a criança uma motivação a escola, consequentemente pelo ato de aprender.
Um aspecto importante é o estudo da parceria família/escola, onde o educador/professor se esmera em considerar o educando, não perdendo de vista a globalidade da pessoa, é de extrema relevância a relação entre professor e aluno, pois esta relação é a base, é o fio condutor, o suporte afetivo para a construção do processo de ensino aprendizagem significativo.
Segundo Cury (2008, p. 28): “Uma das coisas mais importantes na educação é levar um filho a admirar seu educador”.
É de extrema importância a citação do autor acima, portanto só teremos uma aprendizagem satisfatória se nos sentirmos bem perto das pessoas que admiramos e gostamos, e se os alunos admiram e gostam do seu educador, eles com certeza vão ter prazer de participar das atividades escolares, tendo assim, um bom desempenho.
Segundo Almeida (1999, p.14) “Se o professor souber lidar com as circunstâncias emocionais na sala de aula, principalmente na faixa etária da pré- escola contribuirá e muito para um bom desenvolvimento das atividades escolares”. 
Concorda-se com o autor, pois o educador\professor tem o poder da conquista e quando isso acontece, ele não só contribui com o desenvolvimento da escola, e sim com o desenvolvimento pessoal do cidadão.
O educando\aluno como todo ser humano precisa ser valorizado e ao entrar para a escola não deixa os aspectos afetivos que compõem a sua personalidade fora da sala de aula, já o professor é o modelo a ser seguido e tudo que ele transmitir afetuosamente será mais bem assimilado e compreendido por todos.
Por isso para Freire (1996, p.86) “é fundamental entre professores e alunos, além de momentos explicativos e narrativos, o diálogo, para que a aprendizagem não ocorra de uma forma passiva, enfadonha, mas aberta, curiosa, indagadora”. 
É fundamental que os educadores ao planejar suas aulas estejam atentos para a necessidade de elaborar atividades criativas que tire o cansaço de aulas explicativas e teóricas, criando e mantendo um espaço descontraído e prazeroso dentro da sala de aula.
A escola tem seus objetivos a ser alcançada, para isso ela planeja e organiza tarefas na intenção de reforçar conceitos trabalhados, retomar conteúdos, aprofundar conhecimentos e desenvolver o hábito do estudo sistemático e prazeroso em casa. Para isso faz-se óbvio acompanhamento dos professores em sala de aula na construção das atividades e essencialmente o apoio da família nas atividades extraescolares:
Cabe ao professor o papel de mediador na formação do processo de evolução da afetividade da criança, cumprindo assim uma função pedagógica, levando-se em conta a importância da reciprocidade entre afetividade e inteligência. (ALMEIDA, 1999, p.16).
Deve-se levar em conta que a escola é como qualquer outra instituição social, um espaço de vivências, disseminadora de saberes e ideologias, bem como, é um ambiente construído para a heterogeneidade de ideias, valores e crenças, e que a falta da afetividade nessa relação pode não só comprometer o aprendizado como mudar uma história de vida.
2.1.1.2.1.1.2 A importância dos pais na vida escolar dos filhos
A família sendo a base de uma formação completa do ser, tendo papel decisivo na formação de caráter, deve ter participação direta na educação dos filhos. E devem ter consciência de que a escola como a família deve andar lado a lado contribuindo uma com a outra na aprendizagem das crianças e com sua formação ética, bem como ajudá-las a se tornarem indivíduos felizes, seguros, competentes e amorosos:
A família, como primeiro grupo de pertencimento do indivíduo, é, por excelência, em nossa sociedade, o espaço em que este aprendizado ocorre, embora possa ocorrer também em qualquer grupo humano do qual participe em seus primeiros anos de vida. (BOCK, 2002 p.253).
Desse modo percebe-se que o ser é um indivíduo social desde seu nascimento, sendo seu primeiro convívio social com a família, seja pais naturais e biológicos ou adotivos, mas são responsáveis que se enquadram na formação familiar e que se apresentam no contexto da sociedade em que vivemos:
A família é o primeiro e principal contexto de socialização dos seres humanos, é um entorno constante na vida das pessoas; mesmo que ao longo do ciclo vital se cruze com outros contextos como a escola e o trabalho. Essas pessoas vivem normalmente uma relação afetiva. Com isso compreendemos que uma parceria saudável entre escola e família contribua para uma aprendizagem satisfatória. (EVANGELISTA, 2003, p.203).
É fundamental que aconteça uma parceria entre escola e família, e que juntas possam alcançar o objetivo em comum, de formar cidadãos que aprendam a valorizar o conhecimento, e que saibam como viver no mundo atual, e para que isso aconteça é preciso que os exemplos sejam dados por nós, adultos. Dessa forma, podemos dizer que:
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam. (TIBA, 1996, p.111).
É importante a presença dos pais na vida escolar dos filhos e que compartilhem experiências junto aos professores, entendendo e trabalhando as questões envolvidas no seu cotidiano. Portanto, tanto a convivência quanto o relacionamento familiar são fatores fundamentais para o desenvolvimento individual:
O sistema familiar possui um papel bastante relevante no referente à educação, mas deverá haver um inter-relacionamento contínuo com o sistema escolar, mesmo que nem sempre sejam obtidas atuações adequadas, já que, muitas vezes, agem como sistemas contrapostos mais do que sistemas complementares. (BASSEDAS,1993, p.26).
A família participando e colaborando de forma eficaz nas atividades escolares, os filhos se sentirão seguros e se dedicarão nos estudos com mais empenho, obtendo assim sucesso na vida escolar e diminuir alguns problemas. Portanto, percebe-se que a família tem um papel imprescindível na vida e na aprendizagem de seus filhos. 
2.1.1.2.1.1.2.1 O papel da família integrada a escola
As instituições família e escola são de grande relevância, portanto, abrangem um contexto que ambas caminhem juntas, objetivando sempre a conscientização do aluno/filho na construção do seu conhecimento, como também da sua autonomia frente às decisões necessárias para o ensino aprendizagem.
Ambas as instituições têm papéis formadores e são ambientes comuns de convivência das crianças. Um processo contínuo das formações e gerações para o coletivo, para o respeito aos outros, começa muito cedo no seio familiar e se completa na escola. Escola e família para que funcionem, é necessário que cada uma execute bem a sua respectiva função, buscando reconstruir suas relações de atividades da melhor forma possível, para que os objetivos sejam atingidos.
A busca de uma boa parceria entre as duas instituições deve fazer parte de qualquer trabalho educativo e que estejam abertas para o diálogo tendo como foco principal a criança. As reuniões de pais não são sós para as assinaturas de boletins, pois a escola também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, informado, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, construindoassim, oportunidades valiosas e colaboração mútua, que venham a promover uma educação integral da criança.
A aproximação entre a família e a escola não deveria ser reduzida somente as reuniões de pais e professores de cunho mais burocrático do que pedagógico, mas deveria envolver toda a vida da criança, com momentos de troca de ideias e participação de vida escolar de cada um. Segundo Demo (2001, p.18), “Dizemos que participação é conquista para significar que é um processo, no sentido legítimo do termo; infindável, em constante vir a ser, sempre se fazendo”. 
Sabe-se que o acompanhamento da vida escolar pela família é muito relevante e nada justifica a sua ausência, pois a participação dos pais na carreira escolar das crianças é imprescindível, mas ao mesmo tempo, é preciso que este acompanhamento seja de qualidade, o essencial é a qualidade do tempo em que os pais se envolvem com a escola e não apenas a quantidade de tempo em que eles fazem isso. Uma participação saudável é o que causa uma aprendizagem satisfatória do aluno.
O educador Chalita (2001, p.119) diz: “A educação é um processo lento de lapidação de uma pedra bruta de inestimável valor, que precisa ter um grande número de facetas polidas para que faça brilhar que realcem sua beleza intrínseca”.
Compara-se a criança as essas “pedras” que tem um imenso valor e que necessitam ser bem cuidadas, monitoradas e protegidas, ou seja, uma base sólida, com pais que se interessam e, até mesmo, ajudam na execução das tarefas escolares faz com que estas crianças rendam mais em todos os âmbitos de sua carreira escolar. Portanto família e escola devem se integrar e caminhar juntas de mãos dadas, seguindo em parceria, incentivando, estimulando, contribuindo de forma significativa para a aprendizagem das crianças.
3 METODOLOGIA 
O estudo foi realizado com a observação na escola Francisco Marques Vieira ao abordar a temática Escola e Família: uma aproximação necessária nas turmas do 3º ano, pretendendo-se, com isto, ter uma visão mais próxima das questões que envolvam a temática em estudo. Esta pesquisa é de cunho qualitativa de natureza exploratória e foi realizada no período de 04 (quatro) meses, ou seja, de dezembro de 2018 a abril de 2019. 
As estratégias utilizadas foram às observações durante o período de observação na escola selecionada, e o método utilizado foi o questionário aplicado aos professores e pais de alunos. A observação é uma estratégia que abrange todo um conjunto de técnicas metodológicas implicando uma grande inclusão do pesquisador na situação estudada.
Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema do estudo e utilizadas algumas técnicas como a observação participante. Vários recursos foram utilizados como o questionário para a coleta de dados dos professores e pais desta instituição escolar, possibilitando que os mesmos pudessem expor suas ideias objetivando, com isso, conhecer as visões e práticas que eles têm sobre a importância da família com a escola para o desenvolvimento de um ensino aprendizagem com qualidade. 
O referido trabalho se caracterizou como estudo de caso que se constituiu no delineamento e na configuração dos pontos essenciais que orientaram a coleta de dados e posteriormente sua análise. A referida opção foi feita como forma de investigar o objeto de estudo desse trabalho, foi por dispor de um grande acervo de dados de natureza qualitativo.
Os sujeitos desta pesquisa foram três professores que lecionam no 3º ano do ensino fundamental e cinco pais de alunos da escola selecionada. Esse questionário se caracterizou em nove questões aos pais e aos educadores. 
As questões aplicadas na entrevista foram escolhidas de modo a perceber o que realmente estava por trás da pergunta chave: Qual a importância da aproximação entre escola e família na eficácia do processo ensino aprendizagem nas turmas do 3º ano na escola de ensino fundamental Francisco Marques Vieira? E o objetivo do questionário foi chegar o mais perto possível da resposta e da confirmação de algumas questões levantadas na observação de campo realizada.
4 ANALISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA 
A escola utilizada na pesquisa pertence à rede municipal pública com gerência que segue uma linha democrática, tem uma característica e exigências próprias com o intuito de promover um envolvimento, o comprometimento e a participação de todos, exercendo funções e fortalecendo a presença e a atuação de todos envolvidos. O modo democrático abrange o exercício do poder, incluído os processos de planejamento, a tomada de decisões e a avaliação dos resultados alcançados. 
A Escola Pública Municipal de Ensino Fundamental I Francisco Marques Vieira, está localizada à Rua José Cristino da Costa, S/N, situada no distrito de Campanário, Uruoca- CE. Recebeu este nome em homenagem a um agricultor, pois o referido fez a doação do terreno para que a mesma fosse construída. A mesma teve autorização para dar início aos seus trabalhos no dia 12 de março de 1996. Sendo fundada no ano de 1973, na gestão do Prefeito Martins Jacinto.
 A referida escola tem como missão contribuir para constante melhoria das condições educacionais da população, visando assegurar uma educação de qualidade aos alunos num ambiente criativo, inovador e de respeito ao próximo.
 Seus objetivos estratégicos são: melhorar as práticas pedagógicas da escola elevando o desempenho acadêmico dos alunos e oferecendo um bom atendimento aos educandos, dando oportunidade de usufruí-los de uma aprendizagem satisfatória e de qualidade e dinamizar a gestão escolar. 
A visão de futuro da instituição é continuar sendo reconhecida pela inovação do trabalho, pela maneira como é estabelecida uma parceria com a comunidade atendida, exercendo um trabalho com responsabilidade em exercício da democracia, levando esclarecimento ao corpo discente e proporcionando uma educação de qualidade para todos.
Fazem parte de sua equipe escolar, gestores, coordenação pedagógica, corpo docente do ensino fundamental 3º, 4º e 5º segmento. Diante disso, o projeto político pedagógico brota da construção coletiva da educação escolar. Ele é a tradução maior da organização pedagógica que a instituição faz de suas finalidades, a partir das necessidades que lhes estão colocadas diante de recursos humanos e materiais. O Projeto Político Pedagógico ganha coerência e estabilidade á medida que apresenta a realidade na qual se insere, destacando como são organizadas as práticas pedagógicas que serão adotadas pelo educador.
Como foi mostrado 	no estudo bibliográfico, as instituições família e escola são de grande relevância, portanto, um contexto que ambas caminhem juntas, objetivando sempre a conscientização do aluno/filho na construção do seu conhecimento, como também da sua autonomia frente às decisões necessárias para o sucesso do ensino aprendizagem, portanto o referido trabalho foi desenvolvido através da aplicação de questionários ao corpo docente e pais de alunos da escola.
Na tabela 1, são apresentadas algumas características do perfil dos professores envolvidos na pesquisa. 
TABELA 1: Identificação dos professores.
	
	PROFESSOR C
	PROFESSOR
F
	PROFESSOR
W
	Idade
	 30
	 32
	 32
	Formação Acadêmica
	Especialista em
Psicopedagogia
	Especialista em Psicopedagogia
	Especialista em
Psicopedagogia
	Tempo em que atua no magistério.
	 11
	 11
	 13
	Situação profissional
	 Efetivo
	 Efetivo
	 Efetivo
Fonte: Escola de ensino Fundamental Francisco Marques Vieira, 2018. 
Os professores entrevistados encontram-se na faixa etária de 30 a 32 anos, todos graduados e especializados em psicopedagogia, com tempo de atuação de onze a treze anos de magistério, todos já têm experiência e atuam nesta modalidade do ensino há bastante tempo, e todos os professores que participaram como sujeitos da pesquisa são concursados efetivos da rede pública municipal de Uruoca Ceará.
Os dados da tabela 2 proporcionaram uma identificação dos pais de alunos da Escola de Ensino FundamentalFrancisco Marques Vieira.
TABELA 2: Identificação dos pais.
	
	 Idade
	Grau de instrução
	 Profissão
	 Mãe AR
	 36 anos
	Superior incompleto
	 Professora
	 Mãe SK
	 32 anos
	 Superior
	 Professora
	Pai RK
	 31 anos 
	Especialista em Psicopedagogia
	 Professor
	 Mãe SC
	 32 anos
	Especialista em Psicopedagogia
	 Professora
	 Mãe VY
	 34 anos
	Especialista em Psicopedagogia
	 Coordenadora
Fonte: Escola de ensino Fundamental Francisco Marques Vieira, 2018.
Os pais estão na faixa etária de 30 a 36 anos, um dos pais está lecionando na escola mencionada na pesquisa e os demais são professores e atuam em outras escolas, um dos pais possui curso superior incompleto, outro com superior completo e três pais são graduados e especialistas em psicopedagogia. Observa-se que os pais envolvidos na pesquisa são pessoas que participam do sistema educacional (professores), o mesmo aconteceu em razão de outros pais convidados a responderem o questionário terem se negado. 
Para análise de dados, foi escolhido um critério de seleção dos nomes a serem usados para proteger a identidade dos participantes. Foram usadas as iniciais dos nomes dos filhos com as iniciais dos pais entrevistados. Com isso, as categorias de análise foram divididas em quatro: o entendimento sobre o conceito da participação e a importância da família na formação do cidadão; opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na escola; deveres dos pais e do professor referentes a educação do filho/aluno; integração dos pais e educadores com a escola.
Ao ser questionado sobre o conceito de participação, a mãe AR disse que “é participar ativamente do que a escola lhe propõe”, para o pai RK “é fazer parte de algo, (...) participar é estar presente nas reuniões que a escola promove (...) mas dar sua contribuição sempre que necessário.” Enquanto que a mãe SK “é estar por dentro de todos os acontecimentos e dar sua parcela de contribuição”. Para a mãe SC, “(...) uma interação que há entre a comunidade escolar e família vivendo em parceria”. Já a mãe VY, “é uma hipótese da própria aprendizagem”. 
Em relação ao docente C, participação é “uma interação de pessoas em algo que está sendo realizado”. Enquanto o professor F diz que “é estar presente (...) em ativa nas atividades escolares”. Para o educador W “é o envolvimento individual ou em grupo no desenvolvimento de ações revelando dinamismo e capacidade de influenciar a tomada de decisões em relação aos diversos aspectos da ação organizacional”.
Ao se tratar da importância da família na formação do cidadão, a mãe AR relata que “A família é à base de tudo, então, tem sua fundamental importância”. O pai RK comenta que “A família é de fundamental importância, por ser a primeira instituição da qual a criança faz parte. É onde aprendemos a pronunciar as primeiras palavras e temos o carinho e a atenção que precisamos enquanto ainda somos dependentes dos outros. (...) os pais devem dar bons exemplos para que as crianças venham a se tornarem realmente bons cidadãos”. A mãe SK diz: “Família é a base, sustentação na formação de um cidadão”. Para a mãe SC “A família é à base da criança, pois uma família com uma estrutura fixa facilita na construção do ser”. Enquanto a mãe VY fala que “é de grande importância, pois uma boa educação dentro de casa garante uma base mais sólida e segura no contato com as adversidades culturais e sociais”. 
Analisando os depoimentos desses pais, pode-se perceber que eles têm um entendimento do que seja participação, embora de forma restrita. O pensamento deles se aproxima do conceito dado por Demo (2001, p.18), “dizemos que participação é conquista para significar que é um processo, no sentido legítimo do termo; infindável, em constante vir a ser, sempre se fazendo.” Quando confirma o que os pais vêm dizendo durante toda essa pesquisa, que participação é um processo e como um processo precisa de acompanhamento diário e inacabado, mas não se pode achar que a participação é algo corriqueiro, que acontece sem obstáculos. Observa-se que os docentes comungam com a mesma opinião dos pais.
Percebe-se com esses depoimentos que é importante a família andar em parceria com a escola, e da sua importância para o desenvolvimento de seu filho. O que precisa ficar claro para esses pais é que a escola e a família educam de forma diferente, não há como uma substituir a outra. A escola visa à formação intelectual e profissional do aluno e a família a formação de caráter.
Estudos nos mostram a relevância da presença da família na escola, as crianças que tem pais participantes têm um desenvolvimento melhor do que aqueles no qual os pais pouco frequentam. A troca de experiências entre as duas instituições escola e família favorecem ainda mais o desenvolvimento das crianças. Como foi falado anteriormente:
A família é o berço de formação de regras, princípios e valores, outras instituições assim como a escola, possuem também papel muito importante nesta formação moral, a escola se organizando de forma democrática, oportunizando uma vivência cidadã. Dessa forma promovem o nascimento e o crescimento mútuo e o desenvolvimento da autonomia, ingrediente para a formação moral. (SANDI, 2008, p.34).
É no lar que a criança aprende a controlar seus impulsos e emoções, respeitando pai, mãe, irmãos e as regras familiares para em seguida transferir para a sociedade.
Quando questionados aos pais como eles participam da educação escolar do seu filho, a mãe AR respondeu o seguinte: “Participo com assiduidade”. O pai RK diz que é “acompanhando nas tarefas de casa, levando para a escola, visitando a sala, conversando com as professoras, quando necessário”. SK diz que: “acompanha todas as reuniões e tarefas de meu filho, de sala e de casa, incentivando á leitura”. A mãe SC diz: “participando das reuniões propostas pelo núcleo gestor e acompanhando no dia-a-dia”. Enquanto que a mãe VY comenta “acompanhando ás atividades nas quais ela ainda não se sente segura, me prontificando a descobrir junto com minha filha novos conhecimentos”. 
Ao perguntar aos docentes qual era a participação que eles esperavam dos pais, a professora C comentou: “Participação ativa nas reuniões, acompanhamento das tarefas extras classes, apoio evitando que os filhos faltem aula, entre outros”. Enquanto a professora F afirmou: “Estar presente nas reuniões e incentivar os filhos”. Para o professor W “Uma participação mais ativa, incentivando e acompanhando a vida escolar de seu filho”. 
Analisando os dados observa-se que os pais AR, RK, SK, SC, VY compartilham da mesma opinião de forma sucinta, relatando que é participando das atividades de sala e extra sala, do dia-a-dia das crianças, das reuniões, e incentivando à leitura e com assiduidade. Percebe-se que os professores compartilham do mesmo pensamento, esperam das famílias participação nas reuniões, acompanhamento nas atividades de sala e extra sala, um acompanhamento a vida escolar de seus filhos. 
Ao questionar os pais sobre o que eles esperavam da escola do filho deles, a mãe AR respondeu o seguinte: “Que prepare não só em termos de passar de ano e sim como um todo”, para o pai RK, “Todos nós que temos filhos queremos uma escola com um ideal positivo para os mesmos, espero que os professores sejam preparados para o exercício de suas funções, como os demais funcionários, que tenham carinho, cuidado e acima de tudo procurem passar instruções úteis à convivência social”. Comenta a mãe SK: “Compromisso com educação e desenvolvimento do meu filho”. Relata a mãe SC: “Que seja uma instituição preparada para a construção do conhecimento”. Para a mãe VY: “Que a escola desenvolva meios de despertar nas crianças os mecanismos necessários para lidar com o crescente volume de informações disponíveis, transformando-as em conhecimentos que seja significativa para a vida”. 
Foi observado que todos os pais desejam que a escola tenha um bom ensino, no entanto a mãe VY deseja que a escoladesenvolva meios de despertar nas crianças os mecanismos necessários para lidar com o crescente volume de informações disponíveis, transformando-as em conhecimentos que seja significativa para a vida. 
Segundo Chalita (2001, p.119) diz: “a educação é um processo lento de lapidação de uma pedra bruta de inestimável valor, que precisa ter um grande número de facetas polidas para que faça brilhar e realcem sua beleza intrínseca”. Para Tiba (2007), ao falar da parceria entre escola e família, ele retrata que quando ambas falam a mesma linguagem todos lucram. A família e a escola devem demonstrar coerência e segurança, o que favorece o desenvolvimento do aluno/filho. Com isso, a educação é uma ação ou soma de atos educativos encandeados em função do desenvolvimento do ser humano, em vista de um fim.
Quando os pais foram questionados sobre os seus deveres como responsáveis pelo seu filho, cada pai mostrou sua particularidade. A mãe AR afirmou: “Eu acompanho meu filho lhe mostrando sempre o melhor caminho”. O pai RK afirmou: “Zelo sempre por uma boa educação, saúde, alimentação, lazer entre outros cuidados mostrando sempre o lado bom da vida, aconselhando, orientando e dando bom exemplo, pois o exemplo muitas vezes é mais importante que as palavras”. Já a Mãe SC afirmou o seguinte: “Acompanhar o desenvolvimento do filho e ajudar para que haja uma formação de caráter quando adulto”. Para a mãe SC “Os meus deveres é de acompanhar e dando as minhas contribuições para facilitar na aprendizagem do meu filho, e com isso oferecendo uma estrutura familiar estável”. Relata a mãe VY: “Devemos participar dos estudos dela, estudar com ela, cobrar resultados, tirar dúvidas, participar das reuniões”. 
Observa-se que os comentários dos pais condizem com o Estatuto quando se refere aos deveres em relação ao filho/aluno. Porque segundo o Estatuto, a sociedade, a família, a comunidade e o poder público têm o dever de acompanhar o desenvolvimento da criança para que os pais tenham uma visão melhor em relação á escola, é necessário que ele esteja bem informado e escutar á professora com toda experiência em sala de aula, com alunos que têm a mesma idade de seus filhos pode ser útil para a família, pois ambas podem trabalhar juntas as dificuldades e o melhoramento do filho/aluno.
Os professores a serem entrevistados sobre quais eram os deveres deles como professor na escola, o educador C relata: “atuar de forma dinâmica e criativa, trabalhando com um olhar pedagógico voltado para a aprendizagem das crianças”. Enquanto a docente F afirmou: “Seguir todas as normas e regras da instituição”. Para o professor W: “Muito compromisso, esforço e dedicação no trabalho que desenvolvo para que eu possa contribuir com a obtenção de bons resultados nos indicadores de aprendizagem dos meus alunos”. 
Observa-se que os professores entrevistados tem uma visão mútua do seu papel como educador, acreditando que eles não são só apenas um mero transmissor de conhecimentos e informações, mas com o compromisso social e ético: 
Cabe ao professor o papel de mediador na formação do processo de evolução da afetividade da criança, cumprindo assim uma função pedagógica, levando-se em conta a importância da reciprocidade entre afetividade e inteligência. (ALMEIDA,1999, p.16). 
Portanto é primordial e relevante à atividade profissional do docente e o papel que cumpre em relação a esse intermédio entre aluno e a sociedade, desenvolvendo habilidades e capacidades intelectuais, assim objetivando um ensino educativo na formação da personalidade para dominarem os métodos de estudo e trabalho para o futuro. 
Para finalizar a entrevista com os pais, questionou-se sobre sua integração com a escola de seu filho, a mãe AR afirmou: “Procuro me integrar à escola me fazendo receptiva em todos os sentidos”. “Estou à disposição da escola, sinto-me parte da mesma, e o que depender de mim, esforço-me para dar certo”, comenta o pai RK. Para a mãe SK é “Conversando com o núcleo gestor, professores e participando de reuniões e eventos”. “Participando das atividades extra e interna de sala e procurando sempre dialogar com a equipe pedagógica”, relata a mãe SC. Para a mãe VY é “com conversas direcionadas ao professor de minha filha e até mesmo com a direção, e quando possível participando das reuniões de pais”. 
Questionou-se aos docentes a importância da família integrada à escola, e a docente C relatou que: “A família, enquanto porto seguro para um ser tem papel vital que quando se interagi com a escola, a tendência é só sucesso”. Para a educadora F de forma sucinta comenta: “Importante é a cumplicidade”. Enquanto o professor W afirma: “A participação da família na escola é fundamental, e que estudos comprovam que crianças que tem um bom acompanhamento familiar na escola conseguem um melhor desempenho no desenvolvimento da aprendizagem”. 
Pode-se analisar que os sujeitos entrevistados têm uma boa interação a escola. Não se pode esperar que os pais, ensinem os bons modos e os professores apenas ensinem os conteúdos. Os papeis de ambos são vitais e vão muito além, sendo necessários para a aprendizagem e desenvolvimento dos filhos/alunos. Portanto, é importante e fundamental ferramenta a ser utilizada nessa aproximação é o diálogo:
É por meio de outros, por intermédio do adulto que a criança se envolve em suas atividades. Absolutamente, tudo no comportamento da criança está fundido, enraizado no social. (...) Assim, as relações da criança com a realidade são, desde o início, relações sociais. Neste sentido, poder-se-ia dizer que o bebe è um ser social no mais elevado grau. (VYGOTSKY, 1984, v.IV, p.281).
É fundamental que aconteça uma aproximação entre escola e família, e que juntas possam alcançar o objetivo em comum, de formar cidadãos que saibam como viver no mundo atual.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir do exposto, ficou evidente que o procedimento da pesquisa proporcionou observar além dos estudos teóricos ou estereotipados do ensino público e da participação dos pais no contexto escolar. A família e a escola são as pontes para ajudarem ao aluno perceber, através do espaço e do tempo, essas mudanças ocorridas no mundo, sem prejuízo para seu desenvolvimento humano.
A escola deve respeitar as emoções e as necessidades individuais, proporcionando desafios e atividades que levam o educando a uma crescente elevação de sua racionalidade, já a família devem contribuir incentivando e encorajando os educando para um bom desenvolvimento. Para isso Bock (2002, p. 253) diz que: “A família, como primeiro grupo de pertencimento do indivíduo, é, por excelência, em nossa sociedade, o espaço em que este aprendizado ocorre, embora possa ocorrer também em qualquer grupo humano do qual participe em seus primeiros anos de vida”.
No entanto é correto afirmar que nem a escola e nem a família podem trabalhar em desacordo e de forma solitária e nem uma é mais importante que a outra, pois ambas se completam e tem a sua relevância, de forma que não pode e nem deve substituir a outra.
 Com isso, percebe-se que as instituições família e escola são as pontes de sustentação ao ser humano, são pontos de apoio e marcos de referência existencial. Quanto melhor for a relação entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação tanto intelectual como moral do indivíduo. 
A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares e é importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano sem cair no julgamento “culpado/inocente”, porém buscando compreender as nuances de cada situação. 
Durante o período da buscativa na pesquisa empírica ficou evidente que os pais compreendem a importância da parceria entre família e escola, tomando como base as perguntas feitas durante o processo investigativo. Os pais sentiram-se valorizados ao perceber que a escola está lhe proporcionando opinar, trocar experiências,influir e ter mais espaço dentro da escola de seus filhos, além do que, conhecer e conversar abertamente com os pais proporcionou aos professores e a equipe pedagógica conhecimentos a respeito dos alunos que só foi possível mediante as reuniões realizadas com mais descontração. Foi possível visualizar através dos resultados obtidos que os objetivos propostos inicialmente foram atingidos, uma vez que estes se configuraram numa reflexão sobre a importância da família e escola estarem caminhando juntas em prol de uma educação eficácia para filhos e alunos e isso ficou comprovado através dos questionamentos realizados durante a pesquisa empírica.
 Sobre o que foi estudado de acordo com o referencial teórico, se pôde observar que o assunto de algumas questões avaliadas é que se cheguem num consenso entre as duas vertentes: família e escola sobre a importância da educação na vida de um cidadão, a responsabilidade familiar de educar e cuidar dos filhos e a consciência dos efeitos positivos da presença assídua da família na escola sobre o desempenho escolar dos filhos, porque como nos esclarece a Constituição Federal de 1988, 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e a convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990).
No entanto, os pais anseiam que se criem escolas, não diria mais no modelo tradicional, mas que tenham uma postura mais séria, de comprometimento com o ensino de qualidade e que sejam profissionais capacitados, no intuito de garantir para as crianças da rede pública condições para competir no mercado. Para a escola, precisa dessa participação assídua para que ambas possam chegar a um propósito que seja de educar conscientemente com a ajuda dos pais.
	 Portanto, conclui-se que o conceito de participação é muito complexo, que envolve conceitos sociais, pessoais, históricos, dentre tantos outros. Este estudo se torna relevante socialmente porque são as únicas instituições capazes de formar integralmente o ser humano para atuar em sociedade. Ademais, deve viabilizar a construção de uma relação em que seja compartilhado o compromisso e a garantia de uma educação de qualidade, na qual ambas as partes sintam-se responsáveis pela educação e pelo desenvolvimento cognitivo, social e emocional do aluno.
Enfim, espera-se que, a partir dos resultados obtidos por meio dos objetivos aqui traçados, que este trabalho sirva de alicerce para todas as famílias, educadores e/ou demais pesquisadores Para o campo acadêmico servirá de ponte para que outros trabalhos surjam nesse sentido e assim auxiliá-los como fonte de pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999. 
ANTUNES, C. A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores. Campinas: Papirus, 2005. 
BASSEDAS, E. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. São Paulo: Artmed, 1993. 
BOCK, A.M. B. et al. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. 
BONET, J. V. Autoestima: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2000.
BRASIL. Lei Federal nº8069, de 13 de julho de 1990. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 1990. 
CHALITA, G. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001.
CHARMEUX, E. E o papel dos pais em tudo isso. In: Aprender a ler: vencendo o fracasso. Tradução de Maria José Amaral Ferreira. 5. Ed. Cortez, São Paulo, 2000.
CURY, A. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
DEMO, Pedro. Participação é Conquista. São Paulo: Cortez, 2001.
EVANGELISTA, F.; GOMES, P. de T. (Orgs). Educação para o pensador. Campinas: Alínea, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 7ª edição, 1996.
GIMENO, S. J. O aluno com invenção. Porto Alegre: Artmed, 2003
GOTTMAN, J. Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996.
KNOBEL, M. Orientação Familiar. Campinas: Papirus, 1996.
KUPFER, M. C. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1989.
LUY, Doraci Sanger. A escola adentra a comunidade: superando a desigualdade social, promovendo a inclusão. Artigo apresentado à Universidade Federal do Paraná. Guarapuava, 2016. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/53661/R%20-%20E%20-%20DORACI%20SENGER%20LUY.pdf?sequence=1. Acesso em: 21/01/2019.
MENEZES, I. (1990). Desenvolvimento no Contexto Familiar. In Psicologia do Desenvolvimento e Educação de Jovens. Vol. I. Lisboa: Ed. Universidade Aberta. p. 50-90.
VISTA, Ponto de. Família; berço da Formação de regras, princípios e valores. Disponível em http://www.educacional.com.br/revista. Acesso em 20 de nov. de 2013.
TIBA, I. Quem ama educa!  São Paulo: Gente, 2002.VIGOTSKY, L. S. A formação Social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
.
ZAPOROZEC, A. V.; LISSINA, M. Vygotsky: sobranie socinenii. [Obras completas]. In: IVIC, I. Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Massangana, 2010.
 
APÊNDICES
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO COM OS PAIS/ E PROFESSORES 
 O referido questionário faz parte de um trabalho monográfico do formando Marcelo Batista Fontenele, do curso de licenciatura em Pedagogia do Ides- Instituto de Desenvolvimento Educacional e Social do Nordeste e tem como objetivo atender a um pré-requisito para a conclusão do referido curso. Solicitamos sua participação como sujeito de nossa pesquisa.
IDENTIFICAÇÃO:
Escola: _________________________________________________________ Idade:_______________________ Grau de instrução: _______________________
Profissão: ___________________________________________________________
1) Como você vê a instituição escolar de seu filho?
2) O que é participação?
3) O que você acha que a escola espera de você?
4) Quais são os seus deveres enquanto pai, mãe e responsável pelo seu filho?
5) De que forma você participa da educação escolar de seu filho?
6) Qual a importância da família na formação do cidadão?
7) Como você se integra a escola de seu filho?
8) O que você espera da escola de seu filho?
9) Você, realmente acompanha, participa e colabora com a aprendizagem e o desenvolvimento do seu filho? Como?

Continue navegando