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1 TITULO Sub Título Motivação e Entrevista Motivacional Silvia Leite Pacheco Psicóloga MOTIVAÇÃO A motivação é um estado de prontidão para a mudança, que pode oscilar de tempos em tempos ou de uma situação para a outra (Miller); Acredita-se que as pessoas possuem um potencial para as mudanças. Sua tarefa como terapeuta é libertar esse potencial, como um facilitador dos processos já inerentes ao indivíduo. São cinco estágios. Para cada um deles, há uma conversa mais efetiva e adequada Estágios Motivacionais Pré-contemplação Contemplação Preparação Ação Manutenção 5 6 Pré contemplação Não planeja mudar seu comportamento num futuro próximo O indivíduo mostra-se resistente a qualquer orientação e não tem a intenção de mudar. Não há a consciência de que existe algum problema e, se houver, a responsabilidade nunca é dele e sim de outras pessoas. Acredita que os benefícios do uso compensam um possível e eventual custo. Os aspectos negativos do uso da droga são subestimados por falta de informação, de insight ou negação. 7 Contemplação Custo benefício do uso da substância pode ser avaliado de uma forma um pouco mais realista e a possibilidade de considerar algumas mudanças de comportamento Há o reconhecimento do problema. O paciente apresenta ambivalência. Cogita sobre a mudança, mas ainda os efeitos positivos da substância são mais valorizados. Este estágio pode demorar minutos ou mesmo anos. Conflito aproximação e evitação. 8 Preparação Desenvolvendo um plano ou estratégias para mudança de comportamento. Reconhece que o uso causa problemas e se propõe a mudar 9 Ação Geralmente leva de 3 a 6 meses para se completar O indivíduo está decidido a mudar (já faz alguma coisa para a modificação de seu comportamento). Ocorre a intenção de aprender habilidades na prevenção de recaída. Faz-se necessário um planejamento de ação. Visto que esta fase pode durar pouco tempo, é indispensável uma intervenção efetiva para a 10 Mudanças concretas podem ser feitas. Estas mudanças podem ser das mais variadas: o paciente pode tentar diminuir o consumo por si mesmo, pode conversar com alguém importante sobre seu problema ou pode procurar um médico . Deve-se avaliar a força e os níveis de comprometimento do paciente Uma avaliação sólida e realista do nível de dificuldade e uma dedicação gradual a tornar essa mudança uma prioridade são bons indicadores 11 Manutenção As mudanças realizadas são consolidadas. Modificou o comportamento e o manteve por mais de 6 meses As mudanças significativas no estilo de vida devem ser feitas para consolidar a nova forma de comportamento sem a substância. Elogiar pelo sucesso da mudança de comportamento e reforçar as estratégias de enfrentamento Ajudar a identificar e a utilizar estratégias de prevenção a recaída 12 Recaída Acontece o retorno ao consumo após um período de abstinência. O paciente terá que retomar o processo, mas não necessariamente no estágio inicial. A maioria dos dependentes químicos apresenta recaídas durante o processo de tratamento A recaída deve ser trabalhada como objeto de aprendizagem É papel do terapeuta promover a autoeficácia do paciente (que está enfraquecida) e ajudá-lo a retomar o caminho da mudança 13 Tarefas e Metas para Cada Estágio de Mudança 14 Pré-contemplação TAREFAS: Aumentar a percepção da necessidade de mudança e preocupação sobre o padrão atual de comportamento; considerar a possibilidade de mudança. METAS: Consideração séria de mudança para este comportamento. 15 Pré-contempladores os 4 Rs 1-Relutante A pessoa por inércia ou falta de conhecimento, não quer considerar a mudança. A informação ou o impacto do problema ainda não são totalmente conscientes. Metas: oferecer feedback de forma empática e sensível. 16 Pré-contempladores os 4 Rs 2-Rebelde A pessoa faz um investimento pesado no comportamento problema e em tomar decisões. Ela resiste a ser instruída sobre o que fazer. Assim, reagindo de forma hostil e resistente a mudança. Técnica: Oferecer opções. Tentar deslocar um pouco da energia para a ponderação da mudança 17 Pré contempladores 4 RS 3-Resignados Falta de energia e investimento. A pessoa desistiu da possibilidade da mudança e parece absorvida pelo problema. Se percebem sem controle. Técnica: Criar esperança e explorar as barreiras à mudança 18 Pré-contempladores os 4 Rs 4-Racionalizador A pessoa não está considerando a mudança porque já concluiu quais são os seus riscos pessoais ou tem muitas razões que considera que o problema não é um problema. Ou é um problema para os outros e não para ela. Técnica: Empatia e escuta reflexiva. 19 Pré-contemplação Metas de tratamento e estratégias: Rótulos, confrontação e conselhos sobre o que a pessoa pode fazer para mudar (opções de ações) podem ser contra produtivos neste momento. Ofereça informações e feedback personalizado para despertar atenção para o problema, aumentar a percepção da pessoa quanto aos riscos e problemas do comportamento atual e discutir a possibilidade de mudança. 20 Contemplação TAREFAS: análise dos prós e contras do padrão de comportamento atual e dos custos e benefícios da mudança. Tomada de decisão. METAS: uma considerável avaliação que leve a decisão de mudar. Trabalhar a Ambivalência Auxiliar na avaliação para o paciente tomar uma decisão firme. É a fase para alavancar a decisão! É onde o paciente percebe que a mudança de comportamento vai trazer mudanças positivas para sua vida! Construir auto confiança no indivíduo, mostrando que eles podem mudar. 21 Contemplação ( paciente está pensando) Metas de tratamento e estratégias: Visa pesar a balança decisional a favor da mudança. Obter razões para mudar, riscos de não mudar, e fortalecer a confiança do paciente (autoeficácia) para mudar o comportamento atual. Exercício da balança decisional pode explorar as razões da pessoa a favor e contra a mudança. Ir direto a estratégias de ação (ex. passos que o paciente pode dar para mudar) possivelmente irá gerar resistência nesta fase 22 Intervenção contemplação Psicoterapeuta (PT): “Vamos fazer uma lista dos prós e contras em continuar com o seu consumo de álcool, que você considera que não seja um problema, contando com a insatisfação da sua família diante do seu consumo.” 23 Preparação TAREFAS: Aumentar o comprometimento e criar um plano de mudança. META: Um plano de ação para ser implementado num futuro próximo. 24 Preparação (preparando‐se para mudar ) Metas de tratamento e estratégias: Auxiliar o paciente a fortalecer o comprometimento e motivação para mudar. Ajudá‐lo a encontrar uma estratégia de mudança que seja aceitável, acessível e efetiva. Ajudar a pessoa a fazer escolhas e se comprometer com um plano e estratégia. 25 Ação TAREFAS: Implementar estratégias para mudança; revisar o plano quando for preciso; manter comprometimento quando encontrar dificuldades. METAS: Ação bem sucedida para mudar o padrão atual. Novo padrão estabelecido por um período de tempo significativo (3 a 6 meses). 26 Ação – pronto para fazer a mudança Metas de tratamento e estratégias: Afirmar o comprometimento do paciente para mudar. Ajudar a pessoa a identificar passos e habilidades necessárias para a mudança. Verificar a adequação do plano, habilidades e, preparação. Auxiliar a pessoa a identificar recursos adicionais que possam ser úteis. 27 Manutenção TAREFAS: Manter a mudança através do tempo e no decorrer de uma ampla série de situações diferentes. METAS: Mudança sustentável do antigo padrão a longo prazo e estabelecimento de um novo padrão de comportamento.28 Manutenção - continuar apoiando a mudança de comportamento Metas de tratamento e estratégias: Reforçar o comprometimento da pessoa e esforços para mudar; apoiar a auto eficácia. Acentuar os benefícios vistos desde a mudança de comportamento. Ajudar a identificar potenciais situações tentadoras e desenvolver estratégias para prevenir recaídas. Prover referênciais necessários e recursos. 29 Recaída e Reinício Retorno ao comportamento anterior e tentativa de retomar a mudança Características: A pessoa está novamente implicada no comportamento anterior, embora o grau possa variar. A pessoa pode sentir‐se fracassada e ser desencorajada sobre sua capacidade de mudar. Deve‐se apoiá‐la 30 Recaída e Reinício Metas de tratamento e estratégias: Esclarecer que lapsos e recaídas são normais e podem ser superados. Ajudar a rever lapsos como experiências de aprendizagem. Auxiliar o paciente a não se sentir desencorajado ou desmoralizado. Ajudar a renovar determinação e confiança para retomar a força de mudar. 31 Entrevista Motivacional: 32 A EM foi desenvolvida por Miller e Rollnick e tem como objetivo principal auxiliar o indivíduo nos processos de mudanças comportamentais, eliciar a resolução da ambivalência em relação a essas mudanças e estimular o comprometimento para sua realização por meio de abordagem psicoterapêutica convincente e encorajadora. A EM surgiu a partir de experiências clínicas com dependentes de álcool, e sua eficiência é consagrada para o beber problemático e outras dependências químicas. O objetivo da EM é buscar as razões para a mudança e não impor ou tentar persuadir a pessoa a mudar. 33 A EM propõe intervenções terapêuticas individualizadas adequadas a cada estágio, com vistas a aumentar a adesão ao tratamento e prevenir possíveis recaídas em pacientes com comportamentos considerados dependentes, como transtornos alimentares, tabagismo, jogo patológico e dependência de substâncias, bem como foca em comportamentos sadios com vistas à promoção de saúde.2-5 Em resumo, orienta os pacientes a tornarem-se conscientes sobre as mudanças necessárias, indo em busca da melhora. 34 É uma ferramenta para ajudar as pessoas a reconhecer e fazer algo a respeito de seus problemas presentes ou potenciais. É muito útil para pessoas que relutam em mudar e que estão ambivalentes (quero X não quero) quanto à mudança. A ambivalência é aceita como uma parte normal da experiência humana 35 O terapeuta não é normativo: a responsabilidade pela mudança é do paciente Suporte e persuasão. Objetivo: criar um ambiente positivo e motivador 36 OBJETIVO INICIAL Ajudar a resolver a ambivalência e colocar a pessoa em movimento no caminho para a mudança. Despertá‐la! OBJETIVO FINAL Aumentar a motivação interna do paciente. É o paciente que apresenta os argumentos para a mudança. 37 Nesta perspectiva não se deve….. …..assumir um papel autoritário. ……..É necessário enfatizar a responsabilidade do paciente à mudança. ……evitar usar técnicas coercitivas e argumentativas, mas sim encorajadoras. 38 Metodologia da entrevista motivacional 39 1- Perguntas abertas A intenção é facilitar o cliente a falar o máximo possível e explorar sua ambivalencia. Perguntas fechadas podem evocar resistência Perguntas abertas, para abrir a discussão Você bebe bastante, não é verdade? (Conte-me como é seu consumo de álcool em uma semana típica? ) Parece que você tem um problema com o jogo, não concorda? (O que você mais gosta no jogo? ) Você não acha que seu hábito de usar cocaína é a causa deste problema? (Como é que a cocaína se enquadra aqui?) Fazer as perguntas de maneira natural e direta O cliente deve ser quem fala mais 40 2- Eliciar afirmações automotivacionais O papel do terapeuta é estimular afirmações auto motivacionais no paciente, gerando discrepância e visando a elaboração da ambivalência. Você considera o seu consumo de droga um problema? Como você se sente em relação ao uso do álcool? O que o fez achar que estava na hora de procurar ajuda? Por que você acha que há possibilidade de parar de beber? 41 3- Escuta reflexiva Quanto mais o terapeuta apoia e escuta o paciente, mais ele muda. É uma habilidade fundamental. Trata-se de averiguar o que o paciente quer dizer e “devolver” a fala dele por meio de afirmações A maioria das afirmações podem ter sentidos múltiplos É a maneira de verificar, em vez de pressupor que você sabe o que o outro quer dizer 42 4-Reforço Positivo Elogios e afirmações de apreciação e compreensão de comportamentos emitidos pelo paciente visando o fortalecimento da sua autoestima e autoeficácia 5-Resumir Fazer resumos esporádicos é um forte indício para o paciente de que ele foi ouvido atentamente pelo profissional, além de dar uma visão mais geral ao paciente sobre os seus próprios comentários. 43 Estratégias Gerais da motivação 44 Praticar a Empatia: a empatía terapéutica é um aspecto que facilita a motivação, por meio da escuta reflexiva, para a mudança e a diminuição da resistência por parte do paciente. Aconselhamento: o terapeuta como agente facilitador (para que o paciente consiga identificar o problema) e orientador (fornecer informações claras sobre a importância da mudança de comportamento e sugestões sobre mudanças específicas). Remoção de Barreiras: auxiliar o paciente a identificar e superar de forma prática as barreiras existentes, que possam comprometer a motivação para o início do tratamento. Após identificá-las, o terapeuta tem a função de ajudar o cliente a removê-las. É possível que essa remoção exija um número maior de informações 45 Proporcionar Escolhas: permitir que o paciente sinta-se livre e responsável pelas escolhas, oferecendo-lhe alternativas motivadoras disponíveis considerando as necessidades e desejos dele para a adesão e condução do tratamento. Diminuir o Aspecto Desejável do Comportamento: cabe ao terapeuta identificar os elementos que incentivam o paciente a querer manter o comportamento de uso de uma substância e promover uma reflexão sobre esse comportamento a partir de uma balança decisória que aborda as vantagens e desvantagens do comportamento 46 Proporcionar Feedback: comumente as pessoas deixam de mudar por conta da falta de um retorno claro (feedback suficiente) acerca de seus comportamentos atuais. Tanto o uso de resultados de testes objetivos (ex testagem de urina, neuropsicológico) ou a realização de um diario de automonitoramento (ex. registro diario da ocorrência ou não do uso da substância), assim como, manifestações de preocupação de familiares e amigos constituem formas de feedback. Esclarecer Objetivos: estudos apontam que auxiliar as pessoas a establecer metas definidas colaboram com a mudança. As metas e o feedback atuam junto na geração de motivação para a mudança. Esclarecer feedback refere-se aonde a pessoa está e aos objetivos a serem alcançados. 47 Ajudar Ativamente: Apesar da mudança ser uma decisão do paciente, normalmente, o terapeuta exerce influência nas tomadas de decisões. Não deve haver por parte do terapeuta a preocupação de não tomar iniciativas por receio em assumir a responsabilidade pela mudança de seu cliente. 48 Existem algumas premissas básicas que auxiliam o profissional na prática da entrevista motivacional Adoção de um estilo calmo Espírito colaborativo no aumento da motivação para a mudança; Considerar a ambivalência natural. A motivação para a mudança não deve ser imposta; Profissional é diretivo em auxiliar o paciente a examinar e resolver a ambivalência. 49 Relacionamento paciente e profissional deve ser amigável e colaborativo; Paciente é responsávelpelo seu progresso. O profissional atua como um facilitador no processo, estimulando e apoiando a auto eficácia do paciente; Abstinência é a meta mais segura. Porém, nem sempre a melhor escolha, principalmente com pacientes em pré- contemplação ou contemplação. 50 Armadilhas: 51 Armadilha Pergunta / Resposta: Elaborar perguntas que levem o paciente a responder com frases curtas e simples. Manter o paciente numa condição passiva não facilita a reflexão e preparação por parte dele. Como regra geral, deve-se valorizar a construção de perguntas abertas e a escuta reflexiva. 52 Armadilha Confrontar a Negação: é a mais usual das armadilhas a serem evitadas. Quanto mais o paciente for confrontado com a própria situação, maior será a resistência e relutância dele para a mudança. Armadilha Assumir o Papel de “Expert”: preparar um ambiente que favoreça o paciente a assumir um papel passivo, conduta contrária à abordagem da Entrevista Motivacional. 53 Armadilha Rotular: classificar um paciente com rótulos, que muitas vezes exercem certo tipo de estigma sobre as pessoas ("Você é um dependente de crack"). Os problemas podem ser avaliados sem que seja necessário definir rótulos, que suscitem resistência desnecessária. Armadilha Culpar: Demandar tempo e energia para definir de quem é a culpa do problema coloca o paciente em posição defensiva. A atribuição de culpa é irrelevante e é prudente enfrentá-la de forma reflexiva e sem juízo de valor. 54 Armadilha Focalização Prematura: foco prematuro no assunto que pareça mais importante quando o paciente quer falar sobre outros assuntos que lhe digam respeito e que são mais extensos. É recomendável permitir que o paciente inicie o atendimento com questões que ele considera mais preocupantes ou relevantes no momento. É possível que o paciente se distancie e permaneça na defensiva caso o foco da discussão seja direcionado rapidamente para o uso de substâncias. 55 Atividades UTILIZAR A BALANÇA DECISÓRIA PRÓS E CONTRAS DO COMPORTAMENTO-PROBLEMA PRÓS E CONTRAS DA MUDANÇA 56 QUADRO DE VANTAGENS E DESVANTAGENS Usando a substância Gosto de mim _________________________________________________________________________________ Não gosto de mim _________________________________________________________________________________ SEM USAR Gosto de mim _________________________________________________________________________________ Não gosto em mim 57 Quadro da última recaída O que você estava SENTINDO, PENSANDO, FAZENDO Antes Durante Depois 58 Um exemplo de uma "sessão" de Entrevista Motivacio 1-Defina a Agenda: Encontre o comportamento alvo (por exemplo, “usar”, fumar, fazer exercícios) Esclareça a agenda em torno de um comportamento alvo sobre o qual há ambivalência. 59 2. Pergunte sobre os aspectos positivos (coisas boas) sobre o comportamento alvo. Quais são algumas das coisas boas em relação a substância? As pessoas geralmente usam porque tem se beneficiado de alguma forma. Como é que você tem se beneficiado? O que é que te agrada nos efeitos da droga? Resumir os pontos positivos 60 3. Pergunte sobre os aspectos negativos do comportamento alvo: Você pode me dizer sobre o lado ruim? Quais são alguns aspectos que você não está tão feliz? Quais são algumas das coisas que você não sentiria saudade? Resumir os pontos negativos 61 4- Explorar objetivos de vida e valores. Estas metas serão o ponto central entre os custos e os benefícios. Que tipo de coisas são importantes para você? Você é a pessoa que gostaria de ser? Se as coisas acontecerem da melhor maneira possível para você, o que você estará fazendo daqui a um ano? 62 5. Solicitar a busca de uma decisão..... Repita o dilema dele ou a ambivalência, em seguida pergunte: Você disse que estava tentando decidir se quer continuar ou parar ... Após essa conversa, está mais claro para você o que gostaria de fazer? 63 6. Estabelecendo objetivos - Use metas moderadas (Especificas, significativas, acessíveis, realísticas, atualizadas) Qual será seu próximo passo? O que você vai fazer nos próximos dois dias? Quem estará te ajudando e te apoiando? Em uma escala de 1 a 10, quais são as chances de que você vai fazer o seu próximo passo? 64 Se não houver decisão ou se a decisão for continuar com o comportamento: Pergunte se existe algo mais que os ajudaria a tomar uma decisão? Pergunte se ele tem um plano para ativar, se não tomar uma decisão Pergunte se ele está interessado em reduzir alguns dos problemas, enquanto ele está pensando em uma decisão? Se a decisão é continuar com o comportamento, volte a explorar a ambivalência 65 Na primeira sessão..... Risco de abandono do tratamento é maior após a primeira sessão Simples contato após a consulta, aumenta em mais de seis vezes a taxa de retorno Expressões simples de preocupação e afeto podem ter um grande efeito na motivação de um paciente retornar para o tratamento A necessidade do paciente de contar sua história e ser ouvido é tão grande que a essência da sessão deve ser, simplesmente escutar de forma empática. 66 Desde que seja com o consentimento do paciente, um plano de ação público (divulgado para o cônjuge, familiares e outras pessoas indicadas pelo cliente) mostra um maior grau de comprometimento por parte do cliente. 67 Quando há determinação por parte do paciente para executar a mudança de comportamento, a ajuda do profissional é fundamental para fortalecer esse compromisso. 68 Considerações Finais: A EM estimula a auto eficácia a partir do momento em que o paciente consegue reconhecer seu problema e realizar as mudanças propostas. Essa técnica não confrontativa e semi- estruturada é apropriada para pacientes em todos os estágios de mudança. Por ser centrada nas necessidades e experiências do paciente, identifica e trabalha com a ambivalência e motivação dele, gerando um forte impulso para o comportamento de mudança. A efetividade da EM, está intimamente ligada ao estágio de motivação e à utilização de estratégias adequadas de maneira empática e objetiva. 69 Referências JUNGERMAN F.S. LARANJEIRA R. Entrevista motiva. São Paulo: CD UNIAD – UNIFESP, 1999 Beck AT, et al. Cognitive Therapy of Substance Abuse. New York - London: Guilford Press; 1993. CAHILL, M.; ADINOFF, B.; HOSIG, H.; MULLER, K.; PULLIAM, C. - Motivation for treatment preceding and following a substance abuse program. Addict Behav 28:67-79, 2003. FIGLIE, N.B.; DUNN J.; LARANJEIRA, R. - Estrutura Fatorial da Stages of Readiness and Treatment Eagerness Scale (Socrates) em dependentes de álcool tratados ambulatorialmente. Rev Bras Psiq 26(2):91-107, 2004. 70 MILLER, W.R.; TONIGAN, J.S. - Assessing drinkers` motivation for change: The stages of Change Readiness and Treatment Eagerness Scale (Socrates). Psychology of Addict Behav 10(2):81-9, 1996. MILLER, W.R; ROLLNICK, S. Entrevista Motivacional – preparando as pessoas para mudanças de comportamentos aditivos. 1 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. RUMPF, H.J.; HAPKE, U.; MEYER, C.; JOHN, U. - Motivation to change drinking behavior: Comparison of alcohol- dependent individuals in a General Hospital and a general population sample. Gen Hospl Psych 21:348-53, 1999. RYAN, R.M.; PLANT, R.W. - Initial motivations for alcohol treatment: relations with patient characteristics, treatment involvement and dropout. Addict Behav 20(3):279- 97, 1995. Tratamento do uso de substâncias químicas (Roanlado Laranjeira. Helena Sakiyama, M de fátima R Padin – Artmed – 2021) 71Conceitos Básicos em TCC 72 silviapacheco@cetcc.com.br 99632-1004 mailto:silviapacheco@cetcc.com.br
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