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174 A AIDS foi descrita pela primeira vez pelo Center for Disease Control (CDC) em 1981. Caracteriza-se pela perda da imunidade celular com supressão dos linfócitos T - CD4. Com isso, o organismo torna-se altamente susceptível ao desenvolvimento de infecções oportunistas, tumores, doença constitucional e complicações neurológicas. Seu agente etiológico é o HIV (Human Immunodeficiency Vírus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) que foi isolado em 1983 e que pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, fluído pré-seminal, fluído vaginal, leite materno e outros fluídos que contenham sangue. O fluído cerebroespinhal ao redor do cérebro e da medula espinhal, o líquido sinovial que circunda as articulações ósseas e o líquido amniótico que circunda o feto são outros fluídos que podem transmitir o HIV. Saliva, lágrimas e urina não contêm HIV suficiente para a infecção. A transmissão perinatal contribui com cerca de 3 a 5 % dos casos de infecção, porém esta transmissão pode ser drasticamente reduzida (para apenas 1%) com o uso correto de anti-retrovirais (Chemin). ESTAGIOS DA INFECÇÃO PELO HIV Após a exposição e transmissão do HIV para o hospedeiro, o vírus espalha-se por todo o corpo e a contagem de células CD4+ cai drasticamente. Uma reação imunológica pode restabelecer a contagem de CD4+ ao normal e equilibrar a replicação de HIV – período de latência. O período aparente de estado de latência pode durar em torno de 8 a 10 anos até que a replicação do HIV reduza novamente as células CD4+ e aumente o risco de Infecções Oportunistas. Segundo Chemin a doença divide-se em 3 estágios. Estágio inicial da doença (Chemin) Poucos sintomas perceptíveis. Pode durar de meses até 10 anos. Contagem de células CD4 > 500 células / mm³ Declínio da contagem de CD4 de 50 células/mm³ por ano Sintomatologia: dermatites e linfadenopatia Estágio intermediário da doença (Chemin) É quando os sintomas aparecem. Contagem de células CD4 entre 200 e 500 células/mm³ Sintomatologia: - candidíase oral e vaginal, neuropatia periférica, displasia cervical, herpes zoster e febre. Condições associadas à imunodeficiência grave / Estágio final (Chemin) Diagnóstico reservado a indivíduos com pelo menos uma das condições clínicas bem definidas e com ameaça de vida associada à imunossupressão induzida pelo HIV – infecções oportunistas, doenças neurológicas, tumores, etc. Contagem de células CD4< 200 células/mm³ Quantidade não considerável de indivíduos infectados pelo HIV não exibe sinais de progressão da doença mesmo após 12 nos ou mais (infecção por uma linhagem menos virulenta ou características protetoras do sistema imunológico). INFECÇÕES OPORTUNISTAS E COMPLICAÇÕES. São comuns as infecções oportunistas por bactérias, fungos e protozoários ou vírus. São, geralmente, a causa de febre, diarréia, má absorção, perda de peso, entre outros sintomas. Podem gerar rápida depleção nutricional por aumentar as necessidades metabólicas simultaneamente à diminuição da ingestão protéico- calórica. (Chemin) Doença Maligna O Sarcoma de Kaposi (SK), os linfomas não-Hodgkin e o câncer cervical são determinantes da AIDS para um indivíduo HIV. O SK é uma doença maligna das endoteliais, que se manifesta como nódulos purpúricos que podem ser indolores ou causar queimação quando presentes no TGI. As lesões de SK na cavidade oral e esôfago podem causar dor e dificuldade de mastigação e deglutição, além de estar associadas a náuseas e vômitos, e as lesões no TGI têm sido implicadas na diarréia e obstrução intestinal. Os linfomas podem envolver o intestino delgado, e ocasionar má absorção, diarréia, ou obstrução intestinal. O linfoma primário no cérebro pode causar alterações na personalidade e nas habilidades motoras e cognitivas. Doenças Neuromusculares Imediatamente após a infecção, o HIV entra no cérebro e pode resultar em encefalopatia do HIV (demência por AIDS), mielopatia, neuropatia e neuropatia periférica. Os sintomas de demência por AIDS podem ser: deterioração cognitiva (concentração, recordação, desenvolvimento de nova memória, linguagem), função motora (coordenação, modo de andar, controle da bexiga) e comportamento (psicose, depressão, afastamento). A mielopatia (doença da medula espinhal) pode ocorrer em até 25% daqueles com doença avançada por HIV e pode resultar em paralisia parcial das extremidades inferiores (paraparesia). TRATAMENTO MÉDICO A progressão da doença varia de indivíduo para indivíduo, e as decisões sobre o tratamento devem ser individuais. As metas gerais do tratamento médico do HIV são: 1) Prolongar e melhorar a qualidade de vida a longo prazo; 2) Restaurar e preservar a função imunológica; 3) Maximizar a supressão de replicação viral. 4) Otimizar e estender a utilidade das terapia atualmente disponíveis; 5) Minimizar a toxicidade das drogas; 6) Controlar seus efeitos colaterais. AIDS Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br 175 Terapia Anti-Retroviral (TAR) O objetivo principal da terapia anti-retroviral é a prevenção da replicação viral, suprimindo o vírus ao nível mais baixo possível e assim a progressão da doença por HIV, com a utilização de diferentes drogas que agem em vários estágios de replicação do HIV. Para Chemin, é consenso que o tratamento anti-retroviral específico deva ser composto de uma associação de, no mínimo, 3 drogas. A combinação de 2 inibidores de transcriptase reversa com um inibidor de protease é a associação mais freqüente. É necessário ao menos 95% de adesão à terapia medicamentosa para que ela apresente a eficácia adequada (Dan, 2009). 1) Inibidores da Transcriptase Reversa drogas que bloqueiam a ação da enzima transcriptase reversa que age convertendo o RNA viral em DNA, inibindo a replicação do vírus. Exemplos: zidovudina (AZT), didanosina, zalcitabina, lamivudina, estavunida, nevirapina, delavirdina. 2) Inibidores da Protease drogas que agem no último estágio da formação do HIV impedindo a ação da enzima protease, fundamental para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV. Exemplos: ritonavir, indinavir, saquinavir, nelfinavir. Os efeitos colaterais gastro-intestinais são os mais precoces no uso destas drogas. Os efeitos irritantes menos significativos frequentemente diminuem após as primeiras semanas do início do tratamento. - Chemin: nauseas, vômitos, desconforto abdominal, neuropatia periférica, tonturas e efeitos sobre o SNC. O uso de terapias anti-HIV potentes, principalmente inibidores de proteases, tem aumentado, a longo prazo, a incidência de obesidade, resistência à insulina, DM2, hipercolesterolemia, pancreatite, hipertrigliceridemia e lipodistrofia na população com HIV/AIDS (Chemin). RELAÇÃO ENTRE SUBNUTRIÇÃO E AIDS A desnutrição desempenha papel independente e significante na morbidade e mortalidade (Dan, 2009). Problemas que levam à subnutrição podem envolver ingestão, absorção, digestão, metabolismo e uso de nutrientes, além de dispnéia, doença neurológica ou alterações da boca e do esôfago e também infecções e febre, que aumentam drasticamente as necessidades nutricionais (Chemin). O metabolismo e o transporte de lípides também pode ser afetado pelas infecções oportunistas, provocando perda de massa corporal (Chemin). Modelos de Subnutrição: Dan 2009: Apresenta 2 modelos. Desnutrição protéico-calórica (DPC), que ocorre devido à da ingestão alimentar e/ou má absorção e que com a oferta calórica promove-se aumento do peso e anabolismo e; (Dan) Wasting Syndrome (Síndrome Consuptiva) – que é uma complicação que pode ocorrer em todos os estágios da infecção pelo HIV (é diagnóstica para AIDS nos indivíduos HIV positivos em que não foi identificada outra causa para os sintomas) Segundo o Dan, esta é uma síndrome multifatorial com etiologia na inadequada ingestão calórica, má absorção, alterações metabólicas e atividades de citocinas. Está associada a capacidade de usar gordura para produção de energia, perdas desproporcionaisde massa magra e relativa preservação da água corpórea extracelular. CheminConsideram apenas o segundo modelo descrito acima. Definição de Síndrome Consuptiva: Dan 2009; Chemin - Perda de peso não intencional de 10% ou mais do peso usual; - Diarréia (> 02 evacuações líquidas por > 30 dias), - Fraqueza crônica, - Febre por mais de 30 dias intermitente ou constante e - Perda de massa celular corpórea. A perda de peso de 10 a 15% na AIDS é comum e uma perda de peso de apenas 05% tem sido associada a maior risco de infecções oportunistas e morte. Atualmente, com as terapias antiretrovirais de alta eficiência, as complicações caquetizantes da AIDS passaram a ser mais raras, desde que ocorra adesão ao tratamento. Ainda assim, a desnutrição ainda é freqüente e está relacionada à maior morbi-mortalidade, menor tolerância ao tratamento e maior tempo e reincidência de internações hospitalares. Os problemas nutricionais que surgem estão relacionados à própria infecção pelo vírus, à terapia medicamentosa, incidência de infecções oportunistas e de tumores. As infecções oportunistas levam á anorexia e à perda de peso e aumentam a taxa metabólica basal, piorando a desnutrição e criando um círculo vicioso. Na Tab. 01, podemos observar os principais sinais e sintomas relacionados à desnutrição na AIDS e seus possíveis motivos e na Tab. 02 a Terapia nutricional para enteropatia perdedora de proteínas da AIDS. (Dan) Pacientes com AIDS são hipermetabólicos, pois têm sua taxa metabólica basal aumentada. Além disso, os pacientes podem apresentar deficiências de nutrientes específicos como zinco, selênio, vitamina A, E, C, B6 e B12 que podem alterar a resposta imune com diminuição de células CD4, progressão da doença e problemas neuropsiquiátricos. 176 Tabela 1 - Sintomas, causas e recomendações para Desnutrição na AIDS (Dan 2009) Sintomas Causa Recomendações Perda de peso Inadequada ingestão calórica (náuseas/vômitos, disfagia, depressão, ansiedade) Má absorção Gasto energético (por infecções, p. ex) (Dan) Adequações da dieta oral, uso de suplementos ou TNE. Indicação da terapia Nutricional (Dan, 2009): Perda de peso > 5% em 3 m ou Perda de MCC >5% em 3 m e Redução do IMC para < 18,5 Kg/m² Anorexia Deficiência de vitamina A, B6 ou Zn Disfunções comuns da doença como GI e metabólicas Medicações (Uso de AZT ageusia) Distúrbios neuropsiquiátricos (depressão, isolamento social, perda da vontade de viver) Anormalidades endócrinas (insuficiência da adrenal, causada por citomegalovírus causa apetite e perda de peso, mas a terapia com corticóide reverte anorexia e promove peso) Conseqüência da rádio e quimioterapia Ação das citocinas Atenção! Dan, 2009 adiciona: Induzida por FNT : Transitória Induzida por interferon e IL-1: Persistente e grave. Avaliação Nutricional e cálculo ingestão nutricional Elaborar cardápio com fracionamento e volume Usar estimulantes de apetite, se necessário Verificar necessidade de suplementos orais e TNE Ver outras dicas em terapia nutricional Alterações Cavidade Oral e Esofágica Candidíase Oral dor, odinofagia, diafagia, disgeusia Herpex simples vírus, citomegalovírus (CMV) disfagia odinofagia Herpes-zóster dor unilateral, erupção vesicular Criptosporidiose disfagia Periodontite destruição óssea Gengivite halitose, sangramento gengival Úlcera esofágica --. odinofagia Lesões de sarcoma de Kaposi, Linfoma Não- Hodgin disfagia, obstrução Disgeusia deficiência nutricional Drogas Produção excessiva de muco Falta de salivação Encorajar alimentação oral com modificações dietéticas (evitar ácidos e condimentados, preferir os macios e úmidos temperatura ambiente-evitar quentes e gelados) Oferecer peq. quant. de alimentos frios Manter higiene oral e dentária adequada Estimular produção de saliva Evitar alimentos de alta viscosidade (purês) quando existir descoordenação na deglutição Dan Considerar NE quando lesão oral impedir alimentação por 03 dias Considerar NPP (7-10 dias) em pacientes com úlceras esofágicas, hospitalizados, que não podem passar sonda Considerar gastrostomia endoscópica em pacientes domiciliares ou para períodos de jejum > 10 dias. Náuseas e Vômitos Geralmente são temporários Efeitos colaterais da terapia e infecções oportunistas no TGI Identificar toler. alimentar por tentativa e erro Oferecer alimentos de fácil digestão, evitar gordura e condimentos Evitar líquidos junto com as refeições Equilibrar o horário da medicação indutora de náuseas/vômitos em relação ao horário da alimentação Evitar deitar após as refeições Administrar anti-eméticos antes da refeição Considerar NPT quando ingestão alimentar baixa por 07 dias ou com vômito intratável. Má absorção Radioterapia Terapia medicamentosa Infecção TGI Correlaciona-se com grau de supressão imune e com mudanças no IMC Hipoalbuminemia Monitorar e repor albumina sérica, que se baixa, pode contribuir para piora da diarréia. Ver tabela 02 para condutas nutricionais para acometimento de AIDS no intestino Infecção/Sepse Baixa imunidade Tratamento habitual Alterações Neurológicas Quadro demencial atinge 60% dos pacientes (infecção cerebral pelo HIV) Infecções oportunistas (Toxoplasma gondii, Cryptococcus neoformans e CMV) Diagnosticar a causa Suplementar vitaminas para afastar causas relacionadas a nutrição Verificar se apetite normal Averiguar capacidade de alimentar-se Adotar cuidados para prevenir aspiração gástrica que tem seu risco 177 Na AIDS ocorrem mudanças metabólicas semelhantes a SEPSE com desarranjo metabólico intermediário e perda de proteínas (mesmo com ingestão alimentar adequada). (Dan). A hipertrigliceridemia de jejum pode ocorrer e relaciona-se com níveis de de -interferon circulante. (Dan) Tabela 2 –Dietoterapia para Acometimento intestinal em AIDS (A diarréia crônica pode persistir na ausência de patógenos identificáveis e é conhecida como enteropatia da AIDS) (Dan 2009) Comprometimento Dietoterapia Nutrição Enteral Nutrição Parenteral Total do intestino delgado Gordura < 20% Fibra Resíduo e lactose Evitar cafeína Iniciar com reversão parcial ou total do acomentimento. Resíduo Lactose Dieta elementar (gordura < 5%) Optar por ela, inicialmente Parcial do intestino delgado Gordura < 20% Indicada com características iguais a anterior Raramente indicada Do intestino grosso Gordura ou usar TCM Fibra Resíduo e lactose Evitar cafeína Resíduo e Fibra Lactose Gordura Raramente indicada Enteropatia inespecífica Gordura (observar tolerância) Lactose Incluir pectina líquidos Gordura (observar tolerância) Lactose Raramente indicada Avaliação Nutricional e Necessidades Nutricionais A avaliação nutricional pode ser realizada pelos métodos convencionais, porém, a utilização de contagem total de linfócitos e teste cutâneo de sensibilidade retardada não devem ser utilizados, pois estas funções estão prejudicadas nesta população que é imunodeprimida e, portanto, não são indicativos do estado nutricional. O aconselhamento nutricional é um componente essencial no tratamento da emaciação associada ao HIV. De maneira simples, manter e recuperar o peso e a massa magra corporal requer (1) eliminar ou amenizar os efeitos deletérios do agente infeccioso; (2) fornecer ampla ingestão calórica nutricional; e (3) realizar quantidade suficiente de exercício físico. Quando há inadequada ingestão oral de nutrientes, sugerem-se algumas intervenções para corrigi-la: 1)Orientação nutricional; 2) Uso de orexígenos e 3) Uso de suplementos orais. A AIDS é incurável e a TN não pode evitar o resultado final da doença, mas pode melhorar a resposta ao tratamento, minimizar a piora da função imunológica, diminuir a perda de massa corpórea e melhorar a qualidade de vida do paciente. (Dan 2009) A American Dietetic Association (ADA) recomenda intervenção e educação nutricional em todos os estágios da infecção pelo vírus HIV. (Dan) Tab. 05 Recomendações nutricionais para indivíduos com HIV/AIDS Nutrientes Pacientes Assintomáticos Pacientes SintomáticosCalorias Chemin () - 30 - 35 kcal/kg peso atual ao dia Dan (2009) As necessidades não são diferentes de outros grupos de pacientes. Chemin () - 40 kcal/kg de peso ao dia Dan (2009) As necessidades não são diferentes de outros grupos de pacientes Proteína Chemin () – 1,2 g proteína/kg peso ao dia Dan (2009) Fases estáveis da doença: 1,2 a 1,5 g/Kg/dia Chemin () - 2 g proteína/kg de peso ao dia Dan (2009) Fases da doença aguda: 1,5 g/kg/dia Relação Kcal não protéica / g nitrogênio Chemin () - 120:1 relação kcal não protéicas:g nitrogênio - Gordura Se dislipidemia, seguir recomendações para esta patologia Usar TCM se má absorção Se dislipidemia, seguir recomendações para esta patologia Carboidratos Se diabetes seguir recomendações para esta patologia Se diabetes seguir recomendações para esta patologia OBS Dan (2009): Durante a fase de recuperação após infecção oportunista, o hipermetabolismo e as necessidades energéticas permanecem aumentados entre 20 – 30%. Micronutrientes: entre 100 e 150% da RDA, com atenção especial aos antioxidantes. OBS: A oferta de proteínas deve atender esta recomendação em pacientes com sobrepeso. Entretanto, a ingestão energética deve ser adaptada ao peso desejado do paciente. Recomendações para alcançar adequada Terapia Nutricional: Nutrição oral ad libidum sem intervenção se o peso e as condições estiverem adequadas; 178 Usar suplementos orais se perda de peso > que 10% em 6 meses (aumentar a ingestão energética em 50% do paciente desnutrido); Em casos de diarréia, usar fórmulas de baixo peso molecular e suplementar sódio até 2400mgL. Considerar também o uso de fibras solúveis. Quanto à Terapia Nutricional, faz ainda mais algumas considerações: Para cálculo da necessidade energética, utiliza-se a equação de Harris Benedict, multiplicando-se pelo fator estresse e de atividade ( 1,25). Quando possível deve-se utilizar calorimetria indireta. Macronutrientes carboidratos e gorduras devem seguir as recomendações normais para idade. No caso de má absorção manifestada por diarréia recomenda-se dieta hipolipídica e utilização de TCM e fórmula com peptídeos. Estudos utilizando ácidos graxos ômega 3 demonstram efeitos benéficos na diminuição da hipertrigliceridemia e melhora da massa corporal magra em pacientes com AIDS. A utilização de fórmulas imunomoduladoras tem mostrado melhora da resposta imunológica e diminuição da perda de massa magra nos pacientes com AIDS. As necessidades de vitaminas e minerais podem estar aumentadas nestes pacientes. As recomendações encontram-se no quadro a seguir. Chemin também coloca alguns aspectos práticos que devem ser cuidados durante a TN do indivíduo HIV positivo: A ênfase na higiene de mãos é indispensável para evitar as infecções oportunistas; Orientar o pacientes sobre a importância de higiene oral adequada; A água deve ser mineral e filtrada quando não for possível, deve ser fervida e clorada; Os legumes, verduras e frutas devem ser lavadas em água corrente e depois deixadas de molho em solução clorada por cerca de 15 minutos; Carnes cruas ou mal passadas e peixes crus devem ser evitados. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral As indicações para TN em pacientes com AIDS são as mesmas que em qualquer outro paciente. Aos pacientes que conseguem ingerir alimentação oral, mas não atingem adequadamente suas necessidades nutricionais recomenda-se suplementação oral. Quando o VET não é alcançado por via oral, apesar dos esforços pode ser usada a nutrição enteral (NE) exclusiva ou em associação com a via oral ou parenteral, quando o TGI está preservado. Ela está indicada especialmente quando existem lesões orais ou esofágicas e o paciente não consegue comer adequadamente. Se o paciente apresentar diarréia e má absorção (em geral, causada pela perda excessiva de sais biliares), pode-se usar uma fórmula a base de peptídeos e uma parte da gordura como TCM. Se o suporte nutricional durar 4-6 semanas deve ser feito com sonda gástrica, se não providenciar uma enterostomia. A nutrição parenteral total (NPT) pode ser usada quando o paciente não tolera via oral nem nutrição enteral em quantidades suficientes para atingir suas necessidades nutricionais ou na vigência de diarréia intratável, obstrução intestinal, vômito incoercível ou na contra-indicação de NE. De uma maneira geral sugere-se que a NPT em AIDS: (Dan) É útil em pacientes com doenças infecciosas susceptíveis ao tratamento antimicrobiano e na síndrome de má absorção com diarréia, na ausência de patógeno definido de infecção oportunista; É de difícil manuseio em pacientes com afecções pulmonares devido a complicações relacionadas com volume hídrico e carga metabólica; A incidência de infecções bacterianas ligada a cateter de NPT de longa permanência em AIDS é superior à outras populações de doentes; Não deve ser indicada rotineiramente em pacientes definidos como em “fase final”, sendo estas situações seu uso discutido com paciente e família dentro de uma perspectiva realista; Não existem evidências que o uso de NPT como medida isolada prolongue a vida do paciente internado por AIDS. Orexígenos São os medicamentos usados para melhorar a ingestão de nutrientes e estimular a retenção calórica e nitrogenada. É importante lembrar que para assegurar o ganho de massa magra é necessário exercício físico adequado. . 179 Orexígeno Efeito Efeitos colaterais Estimulante do apetite Acetato de Megestrol Derivado da progesterona, estimula o apetite (mais eficaz sem infecções ou lesões que podem interferir com ingestão e absorção de nutrientes) Melhora sensação de bem-estar (Dan, 2009). lipogênese, testostenora, peso e a gordura, mas não massa magra (Dan, 2009) Efeitos colaterais: Trombose venosa profunda Amenorréia REVERSÍVEL (mulheres) Impotência REVERSÍVEL (homens) Supressores de Citocinas Ácidos graxos -3 Pentoxifilina Talidomida Sem resultados claros / Ganho de peso não significativo Sem resultados claros / Ganho de peso não significativo Promove significativo do peso Talidomida Promove de peso. Eficácia em estudos por curto período de tempo, sem estudos a longo prazo (Dan, 2009). - - Sonolência e outros efeitos neurológicos, não usar em grávidas Agentes Anabolizantes Hormônio do Crescimento IGF-1 Esteróides Anabolizantes peso, massa magra ( oxidação de proteínas) e gordura ( oxidação de lipídios), excreção urinária de nitrogênio, desempenho físico e qualidade de vida Não estimula apetite ou GE, massa magra pelo uso de gordura para energia Insuline-like Growth Factor 1 – estimula massa magra em < grau que o GH Oxandrolona – derivado da testosterona para uso oral peso, massa magra, apetite, atividade física. Decanoato de nandrolona - peso e massa magra, porém não aprovado para uso, somente em anemia por IRC. Diarréia, artralgias, mialgias e edema de membros inferiores - Requerem ingestão calórica adequada e exercícios de resistência progressivos para manter e maximizar o aumento de massa magra. Dan (2009) A síndrome consuptiva não é uma indicação aprovada para o uso destes agentes. 181 Lipodistrofia Periférica Em alguns anos, os problemas clínicos de achados de desnutrição mudaram para o achado de atrofia de gordura subcutânea e acúmulo de gordura visceral frente ao uso das novas medicações, principalmente inibidores de protease. O uso de terapia anti-retroviral atual leva a mudanças corpóreas e uma série de anormalidades metabólicas. A síndrome é composta de 03 fatores principais: 1) mudança na forma do corpo; 2) hiperlipidemia e 3) resistência à insulina. A presença de complicações morfológicas podem mascarar a desnutrição –conhecida como Wasting Syndrome. Pacientes tratados com inibidores de protease podem silenciosamente perder massa celular corpórea (MCC), enquanto o ganho de peso acontece às custas de gordura corpórea sem modificações na massa magra (MM) (Dan, 2009). As medidas de CC, CQ e RCQ, CB, C busto e C pescoço, além de peso, devemser realizadas a cada 3 a 6 meses. As mudanças metabólicas e na forma do corpo (Figura 2) consistem em: Aumento da cintura e afinamento das extremidades ( tecido adiposo visceral e tecido adiposo subcutâneo); Proeminência das veias das pernas e braços; Nas mulheres, aumento das mamas e diminuição das coxas; Mudanças na face incluem traços de pele acentuados, perda de gordura lateral e dobra nasolabial; Aumento de gordura dorsocervical (buffalo hump - corcova de búfalo); (Obs. Dan, 2009 - pacientes sem uso de Inibidores de proteases também apresentaram buffalo hump) Aumento do LDL-colesterol e VLDL-colesterol, triglicerídeos (especialmente no uso de ritonavir) e diminuição de HDL-colesterol; Obs. Dan, 2009 – a terapia com inibidor de protease está associada com de LDL e VLDL, mas não com de HDL (ou seja, o HDL não se altera) Pode ocorrer HAS; Alteração no metabolismo glicídico, resistência à insulina, diabetes; Baixas concentrações de testosterona sérica em mulheres e homens Alterações no metabolismo ósseo (perda óssea, osteopenia e osteoporose) atribuídos a pouca massa corporal, definhamento, nutrição precária, uso de corticóide e deficiência hormonal, além da própria terapia antiretroviral. Necrose avascular ou osteonecrose atribuídos à hiperlipidemia, abuso de álcool, pancreatite, uso de corticóide e hipercoagulabilidade. Alterações mais encontradas: (Dan) Geral alterações na distribuição da gordura corporal, hipertrgliceridemia e resistência à insulina. Homens hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia e hipeglicemia. Diabetes mellitus, hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia devem ser tratados da mesma maneira que em outras circunstâncias clínicas, com dieta, atividade física e, se necessário, medicações. Fig 01. Fotos mostrando as alterações corporais ocasionadas pela lipodistrofia: A) Proeminência das veias no braço, B) Corcova de búfalo, C) Mudanças faciais e D) Afinamento dos braços e aumento da gordura abdominal. BA DC 182 183 184 185 EXERCÍCIOS HIV/AIDS 1) Quais as recomendações nutricionais de energia e proteína para os portadores do vírus HIV e assintomáticos? (Corpo de Saúde da Marinha, ) (A) 25 a 30 kcal/kg peso atual/dia e 0,8 a 1,25g proteína /kg peso atual/dia (B) 25 a 30 kcal/kg de peso atual/dia e 1,5 a 2,0g proteína/ kg peso atual/dia (C) 30 a 35 kcal/kg de peso atual/dia e 1,2 a 1,5g proteína/kg de peso atual/dia (D) 35 a 40 kcal/kg peso atual/dia e 1,2 a 1,5g proteína/kg peso atual/dia (E) 35 a 40 kcal/kd peso atual/dia e 1,5 a 2,0g proteína/kg peso atual/dia 2) Quando o paciente com SIDA apresenta náuseas e vômitos, o nutricionista pode orientar a ingestão de: (A) Alimentos doces e úmidos (B) 3 grandes refeições ao dia (C) Frutas como melão e melancia (D) Alimentos salgados e secos 3) A diarréia é o sintoma gastrintestinal inicial mais freqüente na SIDA. As modificações dietéticas adequadas para tratar este sintoma, no acometimento total do intestino delgado, são: (A) Teor de lipídeos < 20%; fibra solúvel; teor de resíduos diminuído; retirar lactose; evitar cafeína (B) Teor de lipídeos de 30%; fibra solúvel; teor de resíduos normal; manter lactose; manter cafeína (C) Teor de lipídeos > 20%; fibra solúvel; teor de resíduos normal; manter lactose; manter cafeína (D) Teor de lipídeos de 30 a 35%; fibra insolúvel; teor de resíduos normal; retirar lactose; evitar cafeína 4) O uso de medicações, inibidores de protease em pacientes HIV positivos pode cursar com lipodistrofia. As estratégias corretas para seu tratamento são: (Concurso da Residência Nutrição-HUPE 2004) (A) manutenção da medicação e suplementação de anti- oxidantes (B) manutenção da medicação e restrição dietética de gorduras saturadas (C) manutenção da medicação e suplementação de ácidos graxos ômega 3 (D) manutenção da medicação e restrição dietética de carboidratos simples 5) A introdução da terapia Antirretroviral Altamente Ativa (Highly Active Antiretroviral Therapy – HAART) modificou, drasticamente, o prognóstico dos pacientes com HIV/AIDS. Entretanto, essas drogas apresentam efeitos colaterais importantes, dentre os quais podemos citar: (Residência UFF ): (A) lipodistrofia, hipercolesterolemia e cetose. (B) hiperglicemia, hipertrigliceridemia e acidose láctica. (C) hiperglicemia, hipercolesterolemia e caquexia. (D) hipertrigliceridemia, hiperglicemia e cetose. 6) Sobre o tratamento nutricional de um paciente com HIV é correto afirmar que: (PMRJ-2001) (A) as necessidades protéicas são de 1,5 a 2,0g /kg para a manutenção do estado nutricional (B) as necessidades protéicas são de 0,8 a 1,25g /kg para manutenção do estado nutricional (C) a restrição protéica não e indicada em pacientes com doenças hepática severa (D) o uso de triglicerideos de cadeia media prejudica a absorção de gorduras (E) a reposição de líquidos e eletrólitos e desnecessária na presença de vômitos e diarréia 7) B.P.C., 35 anos, com diagnóstico de SIDA, apresentou perda ponderal involuntária de 20% do peso corporal, diarréia há 2 meses (4 evacuações ao dia) e febre intermitente. No momento, encontra-se em tratamento de pneumonia e candidíase oral. A oferta preconizada de energia e proteína é: (UERJ/UNIRIO 2005) (A) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 2,0 g de proteínas/Kg de peso/dia (B) 25 Kcal/Kg de peso/dia e 2,0 g de proteínas/Kg de peso/dia (C) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 1,25 g de proteínas/Kg de peso/dia (D) 30 Kcal/Kg de peso/dia e 1,0 g de proteínas/Kg de peso/dia (E) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 0,8 g d proteínas/Kg de peso/dia. 8) Qual o percentual de energia que deve ser acrescido na dieta para cada grau celsius de elevação da temperatura corporal acima do normal? (Comando da Marinha 2004) (A) 10% (B) 12% (C) 13% (D) 15% (E) 20% 9) Nos pacientes com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são encontradas, com certa freqüência, EXCETO: (A) dislipidemia e resistência insulínica. (B) desnutrição e perda de peso. (C) deficiência de vitaminas A, C, B12, B6 e dos minerais zinco e selênio. (D) alterações neurológicas. (E) esteatose hepática e constipação. 10) A terapia com inibidor de protease utilizada em pacientes com AIDS provoca, dentre outras, as seguintes alterações que poderão influenciar o acompanhamento nutricional: (A) Aumento da gordura abdominal e do LDL colesterol (B) Aumento da gordura periférica e do LDL colesterol (C) Aumento da gordura periférica e do HDL colesterol (D) Aumento da gordura abdominal e HDL colesterol 11) O hormônio do crescimento tem sido recomendado na terapia nutricional do paciente com AIDS, porque o mesmo: (A) Reduz gasto energético e aumenta massa corpórea magra (B) Aumenta o peso corpóreo e massa corpórea magra (C) Aumenta massa corpórea magra e adiposa (D) Reduz gasto energético e massa corpórea magra 12) A dieta destinada a paciente com AIDS, acometidos por mucosite e estomatite, deve ter: (A) Consistência reduzida, menor densidade calórica e redução no conteúdo de sal (B) Consistência normal, maior densidade calórica e redução do conteúdo de sal 186 (C) Consistência normal, menor densidade calórica, e aumento do conteúdo de sal (D) Consistência reduzida, maior densidade calórica, e redução no conteúdo de sal 13) Paciente apresenta o seguinte quadro: dislipidemia e resistência insulínica; desnutrição e perda de peso; deficiências de vitaminas A, C, B12, B6 e dos minerais zinco e selênio, e ainda, alterações neurológicas. È um quadro de paciente associada a redução de imunidade: (Prefeitura Municipal de Campo de Brito – 2005) (A) Com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS). (B) Com doença neoplásica (C) Politraumatizado. (D) Hipovolêmicos. (E) Com tuberculose intestinal. 14) A utilização de megadoses de vitaminas e minerais na terapia nutricional do paciente portador do HIV tem como fundamento: (Residência – HUPE/2000) (A) Fortificar o sistema imune (B) Reduzir a replicação do vírus (C) Possibilitar a redução de lipídeos (D) Prevenir infecções por leveduras (E) Propiciar menores casos dediarréia 15) Mulher de 25 anos, IMC de 16kg/m2, com diagnóstico de AIDS, internou com quadro de febre, diarréia intensa, tendo como causa Mycobacterium avium intracillulare. Sabendo que o exame radiológico apontou para um comprometimento parcial do intestino delgado, a terapia nutricional a ser adotada é a do tipo: (Residência – HUPE/2003) (A)Parenteral total (B)Enteral elementar (C)Parenteral periférica (D)Líquida sem resíduos 16) Pacientes com SIDA apresentam anormalidades séricas significantes de micronutrientes. A diminuição das células CD4, juntamente com a progressão da doença e o aumento da mortalidade estão associadas à deficiência da seguinte vitamina: (Residência – HUPE/2004) (A) A (B) B6 (C) B12 (D) C 17) Pacientes com SIDA, podem apresentar cardiomiopatia congestiva (Doença de Keshan), em decorrência da deficiência de: (Residência – HUPE/1998) (A) Fósforo (B) Selênio (C) Cobre (D) Zinco (E) Sódio 18) A gravidade da desnutrição em pacientes aidéticos aumenta com a progressão da infecção pelo HIV. Normalmente, instalam-se deficiências múltiplas, tais como: (Residência – HUPE/1996) (A) Cálcio, ferro e manganês (B) Vitamina E, glutamina e cobre (C) Magnésio, arginina e vitamina K (D) Riboflavina, vitamina D e vitamina A (E) Ácido fólico, ácido ascórbico e selênio 19) O tratamento nutricional de pacientes portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, sintomático e com uma contagem de células CD4< 250 células/mm³ deve ser efetuado com: (Prefeitura RJ/2008) (A) nutrição parenteral central, preferencialmente (B) suplementação de TG de cadeia longa (C) restrição de carboidratos complexos (D) 1,5 a 3 g de proteína/kg/peso dia 20) João Alberto tem 45 anos e foi encaminhado para avaliação no ambulatório de Nutrição em Aids de uma unidade de saúde. Sua contagem de CD4 mais recente é de 350 células/mm 3 . Seu peso no momento da consulta é de 65 Kg e altura de 1,68m. Durante a aplicação do recordatório de 24 horas relatou preferência por alimentos liquidificados em função de candidíase oral. O nutricionista que atendeu João Alberto prescreveu uma dieta com aporte diário de proteínas (em grama) e calorias (em Kcal) por Kg de peso, respectivamente, de: (Residência HUPE/2009) (A) 1,0 / 30 (B) 1,5 / 35 (C) 1,25 / 40 (D) 2,0 / 45 21)No caso de diarréia resultante de enteropatia da síndrome da imunodeficiência adquirida, uma intervenção nutricional correta é a: ( Itaocara, 2010) (A) aumentar o sorbitol, hexóis e manitol (suco de maça e pêra) (B) aumentar o teor lipídico da dieta para aumentar a oferta calórica (C) aumentar o consumo de bebidas cafeinadas (D) reduzir alimentos de alto teor de frutose sucos, uva, mel, nozes e refrigerante (E) aumentar a oferta de lactose para uma oferta adequada de proteínas 22) Homem, 35 anos com AIDS sintomática, apresentando quadro de candidíase esofagiana, perda ponderal recente associada com diarréia baixa. Dados do paciente: h=1,75m, h²=3,06 m², IMC=17,33kg/m². Calcule a necessidade energética e de proteína para esse paciente, conforme proposto por Silva e Mura (PMERJ 2010): (A) VET= 1855,7 kcak; proteína=42,41 g/dia (B) VET= 2385,9 kcal; proteína= 185,57 g/dia (C) VET=2120,8 kcal; proteína = 106,04g/dia (D) VET= 2651 kcal; proteína=79,52 g/dia 23) Com relação às alterações nutricionais nos pacientes com AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), julgue as assertivas assinalando (V), se forem verdadeiras e (F), se forem falsas (EAOT,) ( ) A desnutrição em pacientes soropositivos caracteriza- se pela perda ponderal e involuntária de 30% do peso corporal. ( ) Indivíduos com infecção pelo HIV/AIDS apresentam anormalidades séricas significativas dos seguintes micronutrientes: vitaminas D e C, e os minerais cálcio e magnésio. ( ) O isolamento social, a depressão e ansiedade são fatores psicológicos da doença que podem levar o paciente à anorexia. 187 ( ) Os pacientes com AIDS apresentam três tipos de alterações metabólicas: aumento do gasto energético, alterações proteicas e lipídicas. Assinale a alternativa que contém a sequência correta de letras, de cima para baixo. a) F – F – V – V b) V – V – V – V c) V – F – F – F d) F – V – V – F 24) Na doença causada pelo vírus da imunodeficiência adquirida, é comum a menor tolerância à gordura. Nesse caso, é recomendado (FIOCRUZ 2010): (A) o óleo de peixe associado ao óleo TCM (triglicerídeos de cadeia média), porque pode melhorar a função imunológica. (B) o uso proibido do TCM (triglicerídeos de cadeia média), pois é rapidamente absorvido. (C) o uso de suplementos com base em triglicerídeos de cadeia longa, para diminuir o nitrogênio nas fezes. (D) a ingestão normal de colesterol, independentemente dos níveis séricos. (E) a ingestão aumentada de gorduras trans. 25) São complicações decorrentes da infecção pelo HIV e comprometedoras do estado nutricional, exceto (Residência UFF ): (A) candidíase oral. (B) diarreia. (C) dislipidemia. (D) febre. 26)Trata-se de sugestão dietética usada para alívio dos sintomas apresentados pelo paciente portador de infecção pelo vírus HIV (Residência UFF ): (A) Dieta com baixo teor de gordura e lactose para corrigir a constipação. (B) Refeições pequenas e frequentes para aumentar a ingestão oral de nutrientes. (C) Alimentos macios e úmidos para alívio das náuseas. (D) Preparações salgadas para facilitar a ingestão de alimentos em caso de candidíase oral. 27) Quanto às necessidades nutricionais de pacientes infectados pelo HIV, o que se deve considerar? (Residência UFF ): (A) A necessidade de energia aumenta em 13% e a de proteínas em 10% para cada grau Celsius de elevação de temperatura acima do normal. (B) As necessidades de energia e de proteínas aumentam, e independem da progressão da doença e de complicações. (C) Em pacientes com diarreia, está indicada a suplementação de ácidos graxos de cadeia longa. (D) Os suplementos de minerais são contraindicados para esses pacientes. 28)Sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), é correto dizer: (Residência UFF ): (A) A diarreia pode persistir nesses pacientes, mesmo na ausência de patógenos e, devido a isso, não é indicada uma dieta com baixo teor de gordura para auxiliar o tratamento. (B) As necessidades proteicas nesses pacientes podem ser estimadas em 0,8 a 1,2g/kg de peso para manutenção e de 1,3 a 1,8g/kg de peso para recuperação. (C) As lesões do Sarcoma de Kaposi, quando acometem a cavidade oral ou o esôfago de alguns pacientes, podem causar dor e dificuldade à mastigação e deglutição (D) A necessidade de ingestão de líquidos nos indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana é maior. Além disso, a mesma é calculada como 35 a 40ml/kg de peso/dia. Gabarito: 1) A 2)D 3)A 4)B 5)B 6)B 7)A 8)C 9)E 10)A 11)B 12)D 13)A 14)A 15)B 16)A 17)B 18)E 19)D 20)B 21)D 22)C 23)A 24)A 25)C 26)B 27)A 28)C
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