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Feridas tróficas

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As feridas tróficas de perna constituem uma doença mutilante comum, que surge geralmente a partir de um pequeno trauma ou de uma infecção secundária em regiões da perna onde a pele está sob distúrbios nutricionais, insuficiência vascular apresentando assim uma difícil cicatrização.FERIDAS TRÓFICAS
Estas lesões podem ser caracterizadas pela existência de dois tipos principais de tecidos:
· Tecido de granulação avermelhado de regeneração 
· Plasma ou fibrina, o qual aparece na lesão de forma amarelada, creme normalmente causada por uma infecção bacteriana. 
· Tecido necrosado, de aparência escura e que representa um tipo de tecido morto.
ÚLCERAS
Pode atingir as camadas média e profunda do tecido conjuntivo, o desenvolvimento é geralmente vagaroso; pode ser devido a processos inflamatórios, infiltrativos, supurativos, abrindo-se para o exterior, como no caso de um furúnculo. As bordas da úlcera podem estar no mesmo nível da pele circunvizinha, sendo esta chamada de úlcera "estampada".
Ulceras de origem venosa: trata-se de uma insuficiência venosa crônica (IVC), o que significa uma incapacidade persistente, duradoura, das veias exercerem a sua função.
Ulcera de origem arterial: formadas a partir de um infarto isquêmico da derme; dolorosas e causadas comumente por aterosclerose obliterante periférica ou por tromboangite obliterante, podem ser observadas em regiões como nos dedos, dorso ou na borda externa dos pés e na região calcânea.
Ulcera de origem diabética: podem ser causadas devido a complicações neurológicas e vasculares, além da presença de diabetes no organismo. Esse tipo de ulceração pode ter a sua detecção retardada, com um conseqüente retardo no início do tratamento devido ao fato desse tipo de lesão não apresentar dor. O paciente pode, muitas vezes, nem sentir a presença da lesão e se deparar mais tarde com a mesma em um estágio já evoluído, o que pode levar a uma demora maior no processo de cicatrização.
Úlceras de Outras Origens 
· Úlceras linfáticas: são aquelas provenientes da obstrução de vasos linfáticos, podendo levar à ulceração devido ao engrossamento da pele e do tecido subcutâneo;
· Úlceras mistas: são as causadas por vários fatores etiológicos simultaneamente; 
· Úlceras de decúbito: são provocadas por pressões prolongadas sobre áreas do corpo, impedindo o suprimento sanguíneo necessário a estas áreas. São mais freqüentes em pacientes imobilizados no leito
Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para Cirurgia Vascular: 
· Síndrome pós-trombótica (insuficiência venosa secundária a trombose de membro inferior) 
· Sintomas persistentes (dor – edema - úlcera venosa) 
· Doença refratária ao tratamento conservador na APS (exercícios, elevação de membros, terapia compressiva) por 6 meses. 
· Insuficiência venosa crônica grave;
· Úlcera venosa crônica
· Doença arterial crônica avançada com sinais ameaçadores ao membro (dor crônica em repouso, úlcera arterial ou gangrena). 
· Doença arterial crônica sintomática com claudicação que limita as atividades diárias refratária ao tratamento conservador por 6 meses (uso de cilostazol, exercício físico apropriado, antiagregante plaquetário, controle de fatores de risco cardiovascular - cessar tabagismo, tratamento de diabetes, hipertensão e dislipidemia).
· Aneurisma sintomático não-roto da aorta abdominal, excluídas outras causas para os sintomas e não operados após avaliação em serviço de emergência; 
· Aneurisma da aorta abdominal assintomático: com diâmetro maior ou igual a 4,5 cm; ou com expansão rápida (maior do que 1 cm no ano ou 0,5 cm em 6 meses); 
· Pacientes com outros aneurismas periféricos (artérias ilíacas, femorais ou poplíteas)
Técnica Sutura Vascular
Sutura vascular é realizada com pontos separados , quando o vaso for de calibre relativamente fino e a sutura contínua (chuleio simples para vasos de maior calibre) para vasos de grosso calibre. A sutura é feita em um único plano (total) com pontos separados um do outro por poucos milímetros, a cerca de 2mm da boca anastomótica com os nós voltados para fora e não para a luz do vaso, o que poderia ocasionar uma trombose do vaso no local da sutura.
Fios para sutura vascular:
POLIPROPILENE (5-0 a 7-0): inabsorvível; monofilamentar sintético 
POLIDIOXANONE (5-0 a 7-0): absorvível; sintético: mostrou ser a melhor opção, entre os dois fios, para sutura de artérias em crescimento, pois causa pouca ou nenhuma restrição ao crescimento arterial na linha de sutura, mesmo quando se emprega a técnica contínua.
Estes são dotados de 2 agulhas atraumáticas exatamente para este tipo de sutura. Repara-se apenas um dos fios, pois o outro é utilizado para o chuleio simples até à metade anterior do vaso. Repete-se o procedimento com o outro fio, amarram-se os fios no ponto médio, o vaso não é retirado de seu lugar. Sutura-se primeiro sua porção anterior, inverte-se o vaso e se repete o procedimento do outro lado. Esta sutura requer heparinização loco-regional e a oclusão dos vasos com clampes vasculares atraumáticos.

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