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ÚLCERAS VASCULARES Dra. Giovana Bergheme Franciscon de Lemos Objetivos do módulo Estudar os tipos, a fisiopatologia e avaliação das úlceras vasculares; Fazer o diagnóstico diferencial entre as úlceras arteriais e úlceras venosas; Estudar a neuropatia diabética e o pé diabético Conhecer as terapias físicas envolvidas para o tratamento dessas afecções; Verificar a importância da prevenção; Identificar a importância da atuação da equipe multiprofissional para um melhor resultado do tratamento das úlceras Úlceras de Membros Inferiores Problema Social Sofrimento e Incapacidade Alto custo tratar, prevenir e desacelerar a doença Epidemiologia PREVALÊNCIA Em torno de 2% Çhegando a 5% em maiores de 65 anos Brasil 2.3% Homens e 4% Mulheres - Após 65 anos 3 mulheres e 1 Homem EUA : 4 a 6 milhões - abstinência do trabalho; 1 bilhão- custos sociais Epidemiologia Estudo observacional de 2 anos promovido pela Associação Italiana de Cutânea Úlceras (AIUC) Cinquenta e nove sites em 14 diferentes regiões italianas foram envolvidas no estudo, com 1.333 pacientes (1.163 pacientes totalmente avaliados e acompanhados por 9 meses). A predominância do sexo feminino (62%) foi observada com uma idade média de 70 anos e uma taxa elevada de hipertensão (62%), diabetes (38%) e obesidade (29%). Úlcera venosa foi mais frequente (55%), seguido por mista (25%) e diabética (3%). De acordo com Orosco; Martins, o enfermeiro exerce papel importante no tratamento de lesões por ser o profissional que tem condições de avaliar o cuidado diariamente, incorporando princípios técnico científicos e valores éticos indispensáveis à prática profissional. Orosco SS, Martins EAP. Avaliação de feridas: uma descrição para sistematização da assistência. Enfermagem Brasil. Janeiro/Fevereiro 2006;5(1). Conceito A úlcera de perna é uma síndrome caracterizada pela perda circunscrita ou irregular do tegumento (derme ou epiderme), podendo atingir subcutâneo e tecidos subjacentes, que acomete as extremidades dos membros inferiores e cuja causa está, geralmente, relacionada ao sistema vascular arterial ou venoso. Classificação Úlceras de membros inferiores resultam, normalmente, de condições patológicas e são classificadas como: Venosa Arterial Neurotrófica (Pacientes portadores de Hanseníase) Linfática Origem maligna Infecciosa Inflamatória Traumática Insuficiência venosa (45-60%) Insuficiência arterial (10-20%) Diabetes (15-25%) Combinação de todos (10-15%) Úlceras Venosas Ocorre pela deficiência de drenagem do sangue ou líquidos de um segmento do corpo. Geralmente acomete os MMII e está associada à Insuficiência Venosa Crônica – “refluxo” Uma revisão…. Rede venosa superficial : Drenagem de 80% de sangue nos MMSS Drenagem de 20% do sangue dos MMII Rede Venosa profunda Principal responsável pela drenagem dos MMII Acompanham as artérias em todo seu trajeto, sendo duplas na perna e no antebraço Veias perfurantes: Localizadas nos MMII - conectam as veias profundas com as superficiais Presença de válvulas Uma revisão… O funcionamento adequado do sistema venoso periférico depende da permeabilidade dos vasos contendo uma série de válvulas de sentido único e bombas musculares. Em posição ereta, o sangue que entra na extremidade inferior no sistema venoso deve viajar contra a gravidade e outras pressões para voltar à circulação central. Em posição supina, a pressão nas veias profundas chega a quase 0mmHg, quando em pé, aumenta drasticamente, geralmente cerca de 80mmHg a 90mmHg e ao deambular essa pressão cai para 30mmHg. Em suma, a função fisiológica, é dependente da integridade anatômica das veias, da competência do sistema valvular e do bom funcionamento da bomba periférica É a falha nesse mecanismo que desencadeia a hipertensão venosa em deambulação, levando a um acúmulo excessivo de líquido e de fibrinogênio no tecido subcutâneo, resultando em edema, lipodermatosclerose e, finalmente ulceração. Teste de Trendelenburg Objetivo: Avaliar Insuficiência Venosa Método: Paciente em decúbito dorsal e membro inferior afetado elevado a 45° Aplicar um torniquete ao redor da região proximal da coxa; Paciente de pé por 1 minuto; Registrar o tempo em que ocorre a distensão venosa Libera o torniquete e repete o procedimento; Interpretação: Distensão venosa após 20 segundos na posição de pé = Incompetência de veias profundas ou perfurantes Distensão venosa que ocorre 10 segundos após a retirada do torniquete= Incompetência das veias superficiais Pedioso - presente Tibial posterior - presente Avaliação dos Pulsos An Bras Dermatol. 2006;81(6):509-22. Índice de Pressão Tornozelo/ Braço (ITB) Objetivo: Diagnóstico diferencial para Insuficiência Arterial Medida Indireta da perfusão tecidual periférica Cálculo: ITB= pressão sistólica de MI/ pressão sistólica de MS Método: Aplicar manguito para avaliação da pressão sanguínea ao redor do MI imediatamente acima dos maléolos Aplicar gel para ultra-som na região da artéria tibial posterior Cabeçote do Doppler em ângulo de 45° com a superfície da pele, mover o cabeçote até ouvir o som característico do pulso; Inflar o manguito a pelo menos 20mmHg acima do ponto em que o som do pulso não seja mais audível Desinflar o manguito e registrar a pressão na qual o som característico do pulso é novamente escutado ( pressão sistólica do tibial posterior) Interpretação: Índice de Pressão Tornozelo/ Braço (ITB) A terapia de compressão não deve ser usada se o ITB estiver abaixo de 0.8. > 1,1 Calcificação vascular 0,9 a 1,1 Normal 0,7 a 0,9 Insuficiência arterial leve 0,5 a 0,7 Insuficiência arterial moderada <0,5 Insuficiência arterial grave O ITB pode estar artificialmente elevado em pacientes com diabetes ou calcificação arterial Teorias Grahan e cols, citado por Maffei, sugerem que a hipertensão venosa de longa duração eventualmente seria a causa dessa alterações vasculares. Dodd e Cockett, também citado por Maffei, opinam que o fator fundamental para a hipertensão venosa é a insuficiência das veias perfurantes da região do tornozelo. Browse e Burnand, citado por Yamada e Santos acreditam que ao longo do tempo, aspressões elevadas no interior dos vasos provocam alterações na microcirculação. As paredes dos vasos são danificadas, acarretando um aumento da permeabilidade capilar com liberação de macromoléculas do seu interior para a pele, o que provoca as alterações cutâneas observadas sob a forma de edema, eczema, hiperpigmentação, lipodermatoesclerose e culminando na ulceração do tecido. Teorias “White cell trapping” ou teoria dos leucócitos foi descrita por Coleridge Smith e colaboradores em 1988: Propõem que a hipertensão venosa reduz o fluxo sangüíneo no capilar, permitindo que as células brancas agrupem-se na parede do endotélio e ocluam os capilares causando isquemia local e bloqueando a passagem do oxigênio pelas hemáceas. Os neutrófilos aderidos ativam-se e liberam radicais livres, citoquinas e substâncias quimiotáxicas que causam danos à vasculatura da derme e a resposta inflamatória resultante leva à morte tecidual e à formação da úlcera. Teorias Hipótese alternativa proposta por Falanga e Eaglstein, e publicada em 1993: “Trap growth factor hypothesis” O fibrinogênio e outras macromoléculas como a albumina e alpha 2–macroglobulina, liberadas na derme em decorrência da hipertensão venosa, agrupam-se a fatores de crescimento e outras substâncias estimuladoras ou homeostáticastornando-os indisponíveis para a manutenção da integridade do tecido e para o processo de reparação.¹ Avaliação da Úlcera Venosa A avaliação física da úlcera venosa deve estar focada no estado vascular, com atenção para sinais clínicos específicos da IVC tais como edema, eczema, hiperpigmentação, espessamento do tornozelo, veia varicosas, lipodermatosclerose, dor e outros. DOR de origem venosa Distensão das paredes venosas Aumento da tensão nos tecidos aumento da pressão venosa • Ortostase • Sedestação • Membros Pendentes • Aumento de temperatura (período menstrual) Dilatação Vascular O que piora: EDEMA 3a. Queixa mais comum dos doentes com doenças venosas Abrupto e unilateral : TVP Edema Venoso: região perimaleolar terço médio da perna Geralmente a região metatársica não é atingida ( o que ocorre nos linfedemas) Avaliação Posicionamento do paciente: Ortostase ( Porque as veias se enchem) Inspeção: Veias varicosas Alterações de cor vermelhidão devido à flebite Pigmentação do membro Hiperpigmentação ou Dermite Ocre Observada em casos de Insuficiência venosa de duração mais longa Hemossiderina ( produto de degradação das hemáceas extravasadas através dos poros interendoteliais ou rupturas de vênulas e capilares) A coloração da pigmentação não desaparece à compressão Dermatite Ocre AVALIAÇÃO Cianose Membros pendentes ou posição ortostética Desaparece à compressão Edema Edemas iniciais: sinal de Cacifo ou Godet Perimetria do membro AVALIAÇÃO Alterações troficas Hipertensão venosa de longa duração pele do terço distal da perna: descamativa, com vesículas ou rachaduras e sinais de escarificações pelo prurido. Fibrose da pele e subcutâneo: lipodermatoesclerose Aguda: região bem delimitada, acastanhada e discretamente saliente endurecida, dolorosa e quente Crônica: pele brilhante e lisa, hiperpigmentada pele esticada, endurecida, presa num subcutâneo duro Caractereísticas da Úlcera venosa (Úlcera de estase) Superficial Localizada no centro da placa endurecida Tendem a se localizar pouco acima dos maléolos tamanhos variados Fundo liso ou pouco irregular Coberto com exsudato seroemático ( Se infectada, seropurulento) Borda Irregular Evolução lenta Quando em cicatrização: borda arroxeada com declive suave * Úlceras com fundo granuloso, avermelhado , que sangram facilmente ao toque bem irrigadas e com bom potencial de cicatrização. * Úlceras com fundo pálido, fibrosos, com pouco ou nenhum tecido de granulação fibrose intensa com pouca irrigação Caractereísticas da Úlcera venosa (Úlcera de estase) Caractereísticas da Úlcera venosa (Úlcera de estase) An Bras Dermatol. 2006;81(6):509-22. CEAP : Clínica, Etiologia, Anatomia , Patologia Pontuação Clínica das Doenças Venosas Sintoma ou sinal Dor 0= não 1= moderada 2= intensa Edema 0= não 1= moderado 3= intenso Claudicação Venosa 0= não 1=moderada 3= intensa Veias varicosas 0=não 1= moderadas 3= intensas Pigmentação 0= não 1= localizada 3= extensa Dermatofibrose 0= não 1= localizada 3= extensa Úlcera - Tamanho 0= não 1= <2 cm 3= > 2cm -Duração 0= não 1= <3 meses 3= > 3 meses -Recorrência 0= não 1= 1 vez 3= > 1 vez - Número 0= não 1= única 3= múltiplas Pontuação de Incapacidade 0 – Assintomático 1 – Sintomático 2 – Pode trabalhar 8 horas/ dia somente com suporte elástico 3 – Incapacitado para o trabalho, mesmo com suporte elástico Tratamento No caso da úlcera venosa, o tratamento deve estar amparado em quatro condutas: Tratamento da estase venosa, utilizando o repouso e a terapia compressiva; Terapia tópica, com escolha de coberturas locais que mantenham úmido e limpo o leito da ferida e sejam capazes de absorver o exsudato; Controle da infecção com antibioticoterapia sistêmica, conforme resultados do gram, cultura e antibiograma Prevenção de recidivas. Limpeza da Ferida Desbridamento Terapias Físicas (Laser, Leds, Microcorrentes, Alta Frequência) LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation LUZ AMPLIFICADA POR EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO LASER Monocromaticidade Coerência Unidirecionalidade CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE LASER DE BAIXA POTÊNCIA Tipo de laser Forma de emissão Percepção do feixe HeNe 632,8 nm Contínua Visível AlGaInP 670 nm (630-685) Contínua Visível AsGa 904 nm Pulsada Não visível AsGaAl 830 nm (780-870) Contínua Não visível Mecanismo de Ação Luz Laser Epiderme cromóforos Efeito Luminoso Cascata de Fotobioestimulaç ão - ATIVAÇÃO DO METABOLISMO CELULAR - CICATRIZAÇÃO Parâmetros Vamos discutir!! laser ASGA, 25 w, cujo comprimento de onda era de 904nm e densidade de energia de 0,3 J/cm², pontualmente nas bordas da ferida, onde a ponteira da caneta laser era coberta com papel filme PVC para que esta pudesse ser tocada no tecido sem transmitir contaminação ao mesmo. Esse protocolo foi realizado três vezes por semana no decorrer de um mês. A partir do segundo mês de tratamento foi modificada a densidade de energia para 0,5 J/cm², com o intuito de acelerar ainda mais o processo de cicatrização. Tal protocolo teve duração de dois meses, sendo mantido até o final do tratamento. Doses compreendidas entre 3-6 J/cm2 parecem ser mais eficazes e que doses acima de 10 J/cm2 estão associadas a efeitos deletérios. Os comprimentos de onda compreendidos entre 632,8- 1000nm seguem como aqueles que apresentam resultados mais satisfatórios no processo de cicatrização tecidual. ULTRASSOM 3 MHz – Superficial : atinge até tecido subcutâneo 5MHz – Mais superficial Epiderme e derme ALTA FREQUÊNCIA Ação Alta Frequência Ozônio (O3) O2 + O PELE OXIGENANTE DESINFETANTE EFEITOS FISIOLÓGICOS Efeito Térmico Vasodilatação Melhora do Fluxo Sanguíneo Melhora do Trofismo Melhora da Oxigenação Aumento do Metabolismo Hiperemia MICROCORRENTES Após antissepsia, úlceras foram tratadas com sondas a 3J/cm2, 30seg, 2x/semana seguido pelo curativo diário com sulfadiazina de prata a 1% por 12 semanas. A fototerapia acelerou a cicatrização das úlceras de perna em pacientes diabéticos. LEDS INDICAÇÕES Azul 470 nm acne e hipercromias Verde 530 nm micoses e FEG Âmbar 590 nm rejuvenescimento e antiglicante Vermelho 660 nm rejuvenescimento, FEG e GL Infravermelho 810 nm olheiras, FEG e GL A luz semicondutora desses recursos, ao entrar em contato com as células, estimula a síntese de colágeno, elastina, a formação de novos vasos, além de promover efeito analgésico (MEYER et al., 2010). Além disso, é considerado seguro, atérmico, atóxico, não- invasivo, e com um mínimo de efeitos colaterais (DOURADO et al., 2011). Laser e Led O Laser e o LED são tipos de fototerapia, que atuam na cicatrização de feridas, devido a sua ação anti-inflamatória, estímulo a produção de colágeno e neovascularização. A fototerapia com uso do LED e Laser de baixa potência associado a outros recursos nos estudos apresentados nesta revisão demonstraram resultados positivos na cicatrização, redução da dor e do edema em pacientes portadores de úlcera venosa. LED O LED é um diodo semicondutor que emite luz em comprimentos de onda que variam de 405 nm (azul) a 940 nm (infravermelho) e possui ação antimicrobiana e anti-inflamatória (PORTO et al., 2015). Os diodos de luz mais utilizados são: azul (400-470nm), verde (470-550nm), vermelho (630-700nm) e Infravermelho(700- 1200nm). Seus efeitos biológicos irão depender dos parâmetros utilizados: comprimento de onda, dose (fluência), intensidade (densidade de potência), tempo de irradiação e modo contínuo ou pulsado da onda. Pode ser utilizado para terapia isolada ou em conjunto com outros recursos, acelerando consideravelmente o processo de cicatrização de feridas, através da diminuição do risco de infecção, estímulo à síntese de colágeno e a angiogênese, dentre outras vantagens (DOURADO et al., 2011). LASER O Laser de baixa potência, cuja luz se apresenta sob a forma de luz visível (vermelha) e invisível (infravermelha) também possui efeitos anti-inflamatórios e antimicrobianos e quando aplicado em um tecido lesionado, especificamente sob a forma de luz visível, gera efeitos bioestimulantes, através da proliferação de tecidos epiteliais, endoteliais e de vasos sanguíneos. Além disso, estimula a síntese de colágeno e aumenta a fagocitose exercida pelas células de defesa, acelerando o processo cicatricial (LINS et al., 2010). TERAPIA COMPRESSIVA TERAPIA COMPRESSIVA -MEIAS 20 – 30 mmHg – Utilizada para insuficiência venosa inicial e varizes leves. Pode ser adquirida sem receita médica. c) 30 – 40 mmHG –. Meia de pressão mais freqüentemente prescrita para a doença venosa marcante e pessoas com úlceras venosas cicatrizadas. Para pessoas com úlceras venosas pequenas, ela pode ser usada como parte do protocolo de tratamento de feridas com um curativo protegendo a úlcera. d) 40 – 50 mmHg – Às vezes utilizada por pessoas com problemas de úlcera venosa crônica. Essas meias são extremamente apertadas e apresenta dificuldade de uso para a maioria das pessoas. A pressão da meia é cumulativa. Por exemplo, uma pessoa pode usar dois pares de meias de 15 – 20 mmHg para obter 30 – 40 mmHg. TERAPIA COMPRESSIVA – BOTA DE UNA http://www.tvenfermagem.com/tv/index.php?option=com_content&view=article&id=11 34%3Aterapia-compressiva&catid=6%3Areportagens&Itemid=7 A CURA DA ÚLCERA NÃO É A CURA DO PROBLEMA!!! PREVENÇÃO É O DIFERENCIAL NÓS SOMOS AGENTE DE SAÚDE Recursos que otimizam o Retorno Venoso RA Godoy Massagem de Retorno Venoso Massagem Drenante Drenagem Linfática? Recursos que otimizam o Retorno Venoso Recursos que otimizam o Retorno Venoso Recursos que otimizam o Retorno Venoso CUIDADOS COM A PELE Apoio Familiar Mulher preocupada com a estética; Depilação com cera quente? Despigmentantes? Banhos quentes e prolongados? EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Úlceras Arteriais Ocorrem devido à perfusão tecidual inadequada para os membros inferiores, afetando as artérias de grande, médio e pequeno calibre. Úlceras Arteriais É um processo oclusivo e progressivo; Na maioría das vezes permanece latente até que a luz do vaso se oclua em 70% A etiología mais frequente é a Arterioesclerose e Ateromatose. O sinal clínico mais relevante é a ausência ou diminuição dos pulsos distais e a claudicação intermitente. Doença Arterial Obstrutiva Periférica É causada pelo depósito de placas de gordura nas artérias dos membros inferiores (aterosclerose). Esse estreitamento do vaso diminui a irrigação de sangue rico em oxigênio para a musculatura das pernas e dos pés. O suprimento sanguíneo cutâneo não é adequado para atender às necessidades do metabolismo tecidual local e resulta em ruptura da pele. https://www.youtube.com/watch?v=Ht2IJQ_ImJ4 A diminuição do aporte sangüíneo proveniente da isquemia, além da redução do fornecimento de oxigênio e nutrientes gera um retardo na resposta inflamatória, nas defesas imunológicas e nas demais fases do processo de cicatrização. Presume-se que 16% da população com mais de 55 anos é portadora da doença aterosclerótica periférica. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Prevalência da Doença Arterial Obstrutiva Aumenta com a idade Mais comum em homens < 2 % para homens com menos de 50 anos > 5% para homens com mais de 70 anos Fatores de Risco Hipertensão arterial Hipercolesterolemia Tabagismo Obesidade Diabetes Melitus Hipertrigliceridemia Estresse Sedentarismo Quadro Clínico Claudicação intermitente Dor tipo cãimbra ou aperto Desencadeada pelo exercício Melhora com o repouso Distância varia com extensão e gravidade da obstrução arterial Quadro Clínico Dor isquêmica de repouso Repouso com pé pendente Estágio mais avançado de isquemia Lesões tróficas Espontâneas Pós-traumáticas Exame Físico Inspeção estática Rarefação de pêlos Pele brilhante Edema de extremidades Palidez Cianose Atrofia muscular Lesões atróficas Exame Físico Inspeção dinâmica Palidez de extremidades à elevação Tempo de enchimento venoso prolongado Diminuição de pulsos de acordo com território Sopros sistólicos nos trajetos vasculares Avaliação da Úlcera Arterial Localização: Região distal retro maleolar, Calcâneo; Pododáctilos; Dor: Muito dolorosa Com piora à elevação Claudicação: intermitente Exsudato: Pouco exsudativa Avaliação da Úlcera Arterial Profundidade: presença de esfacelo ou escara; profunda envolvendo músculo e tendão Bordas: regulares e arredondadas Tipos de tecido: Desvitalizado, amarelo ou preto, tipo esfacelo ou escara, tecido granulado pálido Avaliação da Úlcera Arterial Avaliação Clínica Geral Claudicação intermitente Dor em repouso Alterações da biomecânica Ausência ou diminuição do pulso pedioso tibial posterior e poplíteo Palidez à elevação das pernas Pés frios com presença de cianose Ausência de pêlos Alteração do crescimento ungueal Diagnóstico Diferencial Eco-Doppler Angiorressonância magnética Arteriografia Tratamento Evitar bandagens compressivas – restringem o fluxo sanguíneo Evitar medicamentos tópicos sensibilizantes Remover pressão – área de ruptura de pele Exercícios aeróbicos de rotina (na ausência de lesão) Cuidados Após higiene dos pés, secar bem a região interdigital Hidratação da pele, menos na região interdigital Proteção Aquecimento Corte de unha na forma reta Não cortar as cutículas Curativos adequados, de acordo com avaliação da ferida Em presença de necrose ou gangrena, rever primeiro qual será o tratamento empregado: Tratamento Reduzir fatores de risco: • abolir o fumo • controlar HAS e DM • controle rígido da dislipidemia • manter IMC = 20 a 25 kg/m2 • uso de anti-plaquetário Úlcera Venosa x Arterial Úlcera de Pressão Alta/ Úlcera Hipertensiva de Martorel Fisiopatologia Diminuição da pressão de perfusão cutânea; Aumento localizado da resistência vascular e incapacidade de vasodilatação estreitamento arteriolar causado pela hipertensão arterial Proliferação da camada íntima com redução da luz do vaso Úlcera diabética Perfazem mais da metade das amputações de membros inferiores Alto gasto 60 a 70% dos pacientes diabéticos têm neuropatia diabética Algumas estatísticas… Metade de todas as amputações é causada pelo diabetes O risco aumenta em 40 vezes no diabetes 70% das pessoas morrem 5 anos após a amputação Os problemas nos pés são responsáveis por 40% dos serviços de assistência médica em países em desenvolvimento; 15% em países desenvolvidos 85% de todas as amputações têm início com uma úlcera Os problemas nos pés custam USD$ 6 bilhões/ano nos EUA 49-85% das amputações podem ser evitadas "Pé Diabético" é a infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados com anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascularperiférica no membro inferior. Internacional Consensus on the diabetic foot by the Internacional Working Group on the diabetic foot. May, 1999. Amsterdam, Netherlands. Uma reflexão… Como e quando as pessoas têm os pés examinados em seu país? Quais situações colocam as pessoas em risco elevado de ferimento em seu país? Neuropatia periférica – sensório- motora A forma mais comum de neuropatia Afeta aproximadamente 50% após 15 anos Afeta os nervos longos (pés e pernas) primeiro Bilateral Sintomas iguais em ambos os membros Neuropatia periférica diabética – fatores de risco Controle glicêmico insatisfatório Duração prolongada Idade Altura Consumo excessivo de álcool QUEIMAÇÃO. FORMIGAMENTO – FURADAS. PONTADAS – AGULHADAS – CHOQUES. LANCINANTE. HIPERALGESIA, ESFRIAMENTO/AQUECIMENTO ALTERNADOS, CÃIMBRAS E FRAQUEZA MUSCULAR. SURGIMENTO EM REPOUSO, EXACERBAÇÃO NOTURNA, MELHORA COM OS MOVIMENTOS. 1. Espessura dos tecidos plantares 2. Deformidade do pé 3. Calo 4. Limitação da mobilidade articular 5. Peso corporal 6. Parâmetros da Marcha: velocidade, espaçamento da marcha 7. Alterações tissulares antes da ulceração Mal perfurante plantar Sumpio B. N Engl J Med 2000;343:787-793 Biomechanics of Foot Ulcers - Monofilamento de Semmes-Weinstein - Teste com o diapasão e com o Biotesiometro - Avaliação de reflexos profundos - Raio X: rarefação óssea, falanges em taça invertida ou lápis Testes – PD neuropático Avaliação Insensibilidade em 4 dos 10 pontos Filamento de 10g A natureza indolor da doença do pé do diabético Dano do nervo sensorial Controle do diabetes Controle da pressão Suspensão do fumo Controle do colesterol e triglicérides Atividade física de rotina Inspecionar os pés diariamente Cuidado com água quente Creme hidrante em pés (evitar entre os dedos) Corte as unhas de forma reta Não faça “cirurgias” de banheiro Use meias secas Use meias à noite Olhar sapatos antes de calçar Use o tipo certo de meia Mantenha o pé quente e seco Nunca ande descalço Orientações de sapatos e Palmilhas Infeccioso Wagner Grau 0: pé com alto risco e sem lesões Grau 1: úlcera superficial e sem lesões Grau 2: úlcera profunda, com celulite e sem osteomielite e abscessos Grau 3: úlcera profunda com envolvimento ósseo ou abscesso plantar Grau 4: Gangrena localizada (dedo, antepé, calcâneo) Grau 5: gangrena de todo o pé Staphylococcus aureus Staphylococcus coagulase negativo streptococcus sp Enterococcus (associação gram negativo) Clostrídeos e Bacterióides Pseudomonas aeruginosa - Defeito na ação de leucócitos - Infecção polimicrobiana* - Coleta de material - Raio X do pé - Cintilografia - Tomografia - Ressonância magnética Pé diabético Infeccioso Leve Moderado Grave Osteomielite Não Não/Sim Sim Tamanho < 2 cm >2cm >2 cm Acometimento local Superficial Extenso Extenso, profundo Isquemia associada Não Não sim Pé diabético vascular Macroangiopatia: arteriosclerose obliterante – forma degenerativa. Associado a outros fatores de risco Microangiopatia: espessamento da membrana basal dos capilares. Necrose isquêmica: “artérias em candelabro de Spandholt” Lesões mais freqüentes em: Artéria poplítea infrapatelar Poupa artéria fibular Exame físico Doppler – Índice tornozelo- Braço Duplex scan Arteriografia FOTOS Causa da amputação diabética Pecararo Trauma Úlcera Falta de cicatrização Infecção Amputação Neuropatia ou doença vascular - Rutherford, 2000 15ºedição, volume1 - Maffei, 2002 3ª edição, volume 2 - Brito, 2002 volume 1 - Haimovici, 1999. 4ª edição, volume 2 - Projeto Diretrizes. AMB-CFM. - Transtornos na Extremidade Inferior do - Paciente Diabético - Levin e O’Neil, 2001 Manual de Cirurgia do Hospital Universitário-USP, 2002 - Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 2003 - Campbell. Tratamento do pé diabético. 1996 Bibliografia OBRIGADO gbergheme@hotmail.com
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