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Carolina Barcha T18 farmacologia antitumorais objetivos · Conhecer os fármacos que atuam na síntese, estabilidade e manutenção do genoma · Conhecer os mecanismos moleculares da ação dos fármacos antitumorais Ciclo celular: · dividido em: · interfase · mitose · G1 · S · G2 · Mitose · G0: neurônios e musculo estriado. Estado quiescente, no qual as células adultas maduras podem ficar por tempo indeterminado. Células se mantém metabolicamente ativas sem que entrem em mitose · Mitógeno => sinais para expressão de genes de inicio imediato => tradução de Myc => indução da expressão de genes de resposta tardia => expressão de ciclina G1 => ativação de G1-cdk => fosforilação de pRb => liberação de E2F => E2F penetra no núcleo => estímulo a transcrição de genes de fase S (ex: ciclina A e E) => ativação de cdks e inicio à fase S · Pontos de checagem: · Final de G1: verifica a qualidade do meio · Transição G2/M: verifica se os cromossomos estão alinhados corretamente na placa equatorial e se o fuso mitótico está preso nos cromossomos (quando fibras do fuso se ligam ao cinetócoro, libera-se cdc20 a qual ativa o complexo APC/C. este induz ubiquitinação de quinases de modo a permitir progressão do ciclo) · Ciclinas: · G1- ciclinas: G1-cdk ativa a produção de ciclina E, levando a atuação de G1/S-cdk. Fosforila pRb, liberando E2F, G1/S-cdk e S-cdk · G1/s-ciclinas: ativa G1/S-cdk, após liberada pela pRb, auxilia a desencadear o processo de início de liberação de E2F, seus níveis diminuem em S. · S-ciclina: ativa S-cdk após o processo de início. Auxilia no estímulo de replicação do DNA. Nível se mantém elevado até o fim de G2 · M-ciclinas: ativam M-cdk, auxilia na indução da célula para ela entrar em mitose. Níveis diminuem na metáfase · Cdc6 e cdt 21: cadeados da replicação Complexo ciclina- cdk ciclina Cdk G1-cdk D 4 e 6 G1/S-cdk E 2 S-cdk A 2 e 1 G2 A 1 G2/M M m-cdk ou MPF M-cdk B 1 · Controle negativo do ciclo · Fosforilação inibitória por Wee1 e cdc25 · Proteínas inibidoras de cdk (cki’s) · P53: · Induz produção de cki · É inibida por mdm2 até ser fosforilada · Liga-se a DNA danififcado · Ativa p21, a qual inibe cdk2, parando a fase S · Arf ativada quando há elevada produção de Myc. Arf se liga a mdm2, liberando p53 · Checagem da replicação do material genético: · Aminoacidos discriminadores: verificam se nucleotídeos incorporados são de DNA · Helicase: cliva ligações de hidrogênio, deixando as fitas de DNA separadas · Primase: RNA polimerase especializada em sintetizar pequenos iniciadores de RNA · Proteína SSB: impede que as bases nitrogenadas rompidas pela helicase se conectem · Grampo deslizante: proteína que se associa a DNA polimerase, aumentando a velocidade e a taxa da síntese e auxilia as histonas a se reorganizarem · DNA-ligase: une os fragmentos de Okasaki formados na fita de replicação descontinua, tornando a fita continua · RNA-se: cliva os primers de RNA · Topoisomerases 1 e 2: clivam aa ligações fosfodiester da fita para diminuir a tensão gerada pela abertura das fitas durante a replicação e depois religam a fita · Reparo no DNA · Telômeros e Telomerase · Atividade da DNA polimerase (excisão de bases ) · Rompimento da fita caso aja junção de extremidades não homologas · Recombinação homologa carcinogênese · Qualquer falha nos pontos de checagem podem levar a erros que promovem a carcigonênese · “As neoplasias são inicialmente clonais, porem desenvolvem heterogenicidade à medida que novas mutações aumentam a variedade genética das células-filhas”. · “A carcinogênese ocorre em 3 etapas principais: · Transformação => mudança do fenótipo de uma célula com controle normal de seu crescimento para uma célula com crescimento descontrolado · Proliferação => aumento do numero de células. Pode ser por mutação nos genes de regulação das CKs e/ou ciclinas · Fração de crecimento: relação entre o numero de células que estão em fase de proliferação e o numero de células no tumor · Canceres com elevada fração de crescimento ex: leucemias · Metástase · Os alvos da maioria dos agentes antineoplasicos são células em proliferação aumentada fármacos que atuam na sintese, estabilidade e manutenção do genoma “os tumores são mais sensíveis à quimioterapia quando apresentam crescimento rápido, basicamente pelo fato de estarem progredindo através do ciclo celular. Por conseguinte, essas células metabolicamente ativas são suscetíveis aos fármacos que interferem no crescimento e na divisão das células (hipótese da mitotoxicidade).” · Os fármacos antitumorais são tóxicos para as células normais. Em primeiro momento, procura-se em cada pulso quimioterápico aumentar as células tumorais como alvo e assim se diminuir a toxicidade às células normais · Fármacos ciclo-específicos: interferem no ciclo celular em determinada fase. · Ex: antimetabólitos, antagonistas da via de folatos e inibidores de topoisomerases (inibidores da síntese e da integridade de DNA), · Fármacos não ciclo-específicos: atuam independentemente do ciclo celular. · Ex: taxanos e alcaloides da vinca (inibidores da função dos microtubulos), · Ex: derivados/complexos de platina, agentes alquilantes (causam lesão no DNA) “Os agentes que provocam lesão do DNA alteram sua estrutura e, conseqüentemente, promovem a apoptose da célula. Esses fármacos incluem os agentes alquilantes (que acoplam grupos alquila de modo covalente a sítios nucleofílicos no DNA), antibióticos antitumorais (que provocam lesão do DNA com radicais livres) e complexos de platina (que estabelecem ligações cruzadas no DNA). Os inibidores da síntese e integridade do DNA bloqueiam etapas intermediárias na síntese de DNA; esses agentes incluem antimetabólicos e inibidores da via do folato (que inibem o metabolismo das purinas e das pirimidinas) e inibidores da topoisomerase (que induzem lesão do DNA durante o enrolamento e desenrolamento). Os inibidores da função dos microtúbulos interferem no fuso mitótico, que é necessário para divisão da célula. Esse grupo de fármacos inclui os alcalóides da vinca, que inibem a polimerização dos microtúbulos, e os taxanos, que estabilizam os microtúbulos polimerizados. A figura não mostra outras classes de agentes antineoplásicos — como hormônios, anticorpos monoclonais específicos contra tumores, antagonistas dos receptores de fatores de crescimento, inibidores da transdução de sinais, inibidores dos proteassomos e inibidores da angiogênese.” · Inibidores da síntese de purinas: · Inibem a interconversao entre nucleotídeos de purina · 6- mercaptopurina: atua na inosina monofosfato desidrogenase Adenil succinato sintetase · Azatioprina(pro fármaco, convertida em mercaptopurina) · Inibirores da síntese de pirimidinas · São Inibidores da timedilato sintase, · Capecitabina => entra como nucleotídeo usado pela enzima (“falso-nucleotideo”) e também pode ser convertido em 5-FU · 5-fluorouracil (5-FU) gera inibição da enzima por formar um complexo enzima-substrato, formando uma ligação covalente com o sitio ativo da enzima, estabilizando-a. “A 5-fluoruracila inibe a síntese de dTMP através da inibição da timidilato sintase”. Assim, pode levar a uma síntese incorreta do nucleotídeo. Inibe a síntese de DNA. Obs: “A 5-FU também pode ser metabolizada em trifosfato de floxuridina (FUTP), que pode ser incorporado ao mRNA em lugar do uridilato, podendo interferir, assim, no processamento do RNA” · Pemetrexede => entra como nucleotídeo usado pela enzima. (“falso-nucleotideo”). Inibe a timedilato sintase por meio da ligação ao sítio do co-fator (MTHF) da enzima · Inibidor de ribonucleotideo redutase · Hidroxiuréia. Impede a conversão de UMP em dUMP e impede a conversão de CTP em dCTP impedindo a formação de DNA. “inibe a ribonucleotídio redutase ao eliminar um radical tirosil no sítio ativo da enzima. Na ausência desse radical livre, a ribonucleotídio redutase é incapaz de converter nucleotídios em desoxinucleotídios, com conseqüente inibição da síntese de DNA.” · Analogos de purinas e pirimidinas que se incorporam ao DNA· Pirimidina: azacitidina, citarabina, gencitabina, · Purinas: tioguanina (análogo da guanina), fludarabina (um análogo de nucleotídio de purina fluorado , também inibe a DNA polimerase e a ribonucleotídio redutase e, portanto, diminui a síntese de nucleotídios e de ácidos nucléicos nas células.) , cladribina (incorpora-se ao DNA, causando quebras de suas fitas) · Agentes alquilantes · “capazes de induzir remissões em neoplasias malignas até então intratáveis” · “são moléculas eletrofílicas que são atacadas por sítios nucleofílicos no DNA, resultando em fixação covalente (estabilização) de um grupo alquila ao sítio nucleofílico” · ciclofosfamida, a mecloretamina, a melfalana, a clorambucila e a tiotepa · “A alquilação dos resíduos de guanina também pode resultar em clivagem do anel de guanina imidazol, no emparelhamento anormal de bases entre a guanina alquilada e a timina, ou em despurinação (isto é, excisão do resíduo de guanina)” · agentes que modificam diretamente a estrutura do DNA · ligação cruzada de bases de guanina intrafita · altera a conformação do DNA · cisplatina, carbaplatina, oxaliplatina · bleamicina => liga-se ao oxigênio e quela o Fe3+, liga-se ao DNA e resulta em ruptura da fita através da geração de intermediários oxidativos agentes inibidores de topoisomerase · mecanismo de ação (geral): inibição de topoisomerase, levando na quebra das fitas de DNA. · topoisomerase 1: · camptotecinas: ex: topotecana e irinotecana. Mecanismo de ação: estabilização do complexo de DNA fragmentado, impedindo a religação da fita pela topoisomerase 1, tornando suscetível à quebra da outra fita de DNA por outras enzimas que se ligam ao complexo camptotecina-DNA-topoisomerase · topoisomerase 2: · epidofilotoxinas: etoposídeo e teniposídeo. Mecanismo de ação: liga-se à topoisomerase 2 e DNA, retendo o complexo em seu estado clivado por inibir a liberação do ADP e a hidrólise do ATP. Inibem a religação das rupturas de fitas duplas do DNA mediada pela topoisomerase · antraciclinas: são antibióticos antitumorais naturais, ex: doxorrubicina, epirrubicina, daunorrubicina. Mecanismo de ação: intercalação no DNA, interferindo na ação da topoisomerase 2, de modo a resultar em lesões do DNA (ex: cisão da fitas) e morte celular. inibidores de microtúbulos “Sem a capacidade de modificar rapidamente o seu comprimento, os microtúbulos quase não desempenham nenhuma função, a não ser fornecer um suporte estrutural para uma célula em repouso” · inibidores de polimerização dos microtúbulos (da tubulina, dessa forma impedem a extensão dos microtúbulos)=> alcaloides da vinca · vimblastina (faulblastina) · vincristina (oncvin) · inibidores de despolimerização dos microtúbulos (estabilização dos microtubulos em estado polimerizado interrompe as células em mitose)=> taxanos: · paclitaxel · docetaxel fármacos que atuam na transdução de sinais · objetivos: · conhecer os fármacos antitumorais que atuam na transdução de sinais · conhecer os mecanismos moleculares de ação dos fármacos antitumorais que atuam na transdução de sinais · classes: · antagonistas dos receptores de fatores de crescimento e transdução de sinais · inibidores de proteossomos · inibidores de angiogenese · anticorpos monoclonais específicos antagonistas dos receptores de fatores de crescimento e de transdução de sinais · antagonistas do receptores do EGF (protoncogene, ): · gefitinibe e erlotinibe: inibidores reversível da atividade da tirosinoquinase => compete com a ligação do ATP ao domínio de tirosinocinase citoplasmático do EGFR · cetuximabe e trastuzumabe: anticorpos monoclonais com alta afinidade ao domínio extracelular de ligação de ligante do receptor. Cetuximabe liga-se ao EGFR (ErbB1). Trastuzumabe é dirigido contra EbrB2 (HER-2), impedindo amplificação de sinal · inibidores do BCR-ABL/C-KIT/PDGFR: · imatinibe: inibidor de tirosinocinase de pequeno peso molecular específico contra o PDGFR, ABL-quinases e proteína de fusão BCR-ABL (a proteína BCR-ABL ativa a via de Ras). Portanto, inibe a ativação da via Ras pelo fator de crescimento (agente estimulador). · dasatinibe e nilotinibe: ligam-se ao sítio de ligação ATP da ABL, inibindo sua ativação e portanto, impede ativação da via Ras · sorafenibe: inibe a enzima Raf (proteína transdutora de sinal) da via Ras/MAP-quinases · inibidores de proteassomo: · bortezomibe. Liga-se a subunidade catalítica do proteassomo, induzindo a inibição do crescimento e a apoptose das células tumorais. (a ativação de Nf-Kb gera a indução de fatores antiapoptóticos. Se ocorre bloqueio do proteassomo, NF-kb permanece na forma inativa, tornando a célula mais suscetível à apoptose. · Inibidores de angiogênese · Sunitinibe: inibidor direto dos receptores de fator de crescimento para angiogênese VEGFR 1 e 2 · Bevacizumabe: anticorpos monoclonais dirigido contra o VEGF Anticorpos monoclonais específicos contra tumores O desenvolvimento de anticorpos monoclonais quiméricos contra vários desses antígenos forneceu a oportunidade de uma terapia específica com anticorpos em muitos desses distúrbios. Embora o mecanismo de ação dos anticorpos monoclonais não esteja ainda totalmente elucidado, ele está provavelmente relacionado com a indução de citotoxicidade mediada por células anticorpo-dependentes e de apoptose a uma célula especifica (tumoral). · Classes: · Bevacizumabe: anticorpo monoclonal direcionado ao VEGF (anti-VEGF) · Alentuzumabe: anticorpo monoclonal humanizado dirigido contra o antígeno pan-leucocitário CD52 do linf. B tumoral, ativando e opsonizando para a citotoxicidade mediada por células NK · Rituximabe: anticorpo monoclonal IgG1 anti-CD20 · Tositumomabe: anticorpo monoclonal anti-CD20 · Ibritumomabe: anticorpo monoclonal conjugado ao iodo anti-CD20 => radioterapia espefícica a uma célula mediada pelo anticorpo. Leva o isótopo radioativo diretamente à célula tumoral, levando à morte dessa célula · Gentuzumabe: anticorpo monoclonal conjugado a ozogamicina (antibiótico antitumoral calicheamicina) dirigido contra CD33 (encontrado na superfície dos blastos leucêmicos) · Trastuzumabe: interage com o receptor do fator de cresc epidérmico (ErbB), impedindo a ativação da via de transdução de sinal (Ras, BCR-ABL) OBS: DENILEUCINA DIFTITOX (Ontak)=> biofármaco que promove a introdução da toxina diftérica na célula tumoral. Proteína de fusão da toxina diftérica e IL-2. A toxina diftérica tem seu domínio B retirado e substituído por IL-2, que é reconhecido pela célula tumoral e endocitado. 5
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