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Patologia Aula 1 Prof. Fábio Netto Ferreira E-mail: nettofabiodr@hotmail.com A patologia tem sua história dividida em fases. Estas fases descrevem os conceitos usados para explicar a origem das doença vigentes em um determinado intervalo de tempo . Fases: humoral, orgânica, tecidual, celular e ultracelular. 2 O mecanismo da origem das doenças se explicava, pelo desequilíbrio de humores. Os humores são os líquidos do corpo, em particular, a água, o sangue e a linfa. Os deuses tinham o poder de controlar esse desequilíbrio, bem como de restituir a normalidade do organismo. Essa visão mítica de doença foi criada principalmente pela civilização antiga grega. 3 Existe o predomínio da observação dos orgãos do corpo, feita principalmente às custas das atividades de necrópsia(estudo do cadáver) ou de autópsia (estudo de si mesmo). 4 A Fase Tecidual enfatiza a estrutura e a organização dos tecidos. Nesse período que se iniciam os primeiros estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e suas relações com os desequilíbrios funcionais. 5 Com o predomínio da visão morfológica, somada à aplicação do microscópio óptico às pesquisas médicas, segue-se a Fase Celular, período considerado "inicial à Patologia Moderna". A preocupação com o estudo da célula, principalmente de suas alterações morfológicas e funcionais, é determinante na busca da origem de todo processo mórbido. 6 A Fase Ultracelular é a fase atual do pensamento conceitual sobre Patologia, envolvendo conceitos sobre biologia molecular e sobre as organelas celulares. Os avanços bioquímicos e a microscopia eletrônica facilitam o desenvolvimento dessa linha de estudo. 7 1953 Criado o Ministério da Saúde Década de 60 Crise do Sistema Nacional de Saúde devido a crescente pressão da massa assalariada, por ampliação e melhoria dos serviços, e a escassez financeira do Estado e a falta de prioridade para o setor da saúde, com elevação dos custos da assistência à saúde baseada na maior utilização de medicamentos, diagnósticos e equipamentos médicos. 8 Década de 70 Presença de doenças infecto contagiosas e crônico-degenerativas (tuberculose, hanseníase, malária). Ações de observação, monitoramento e controle de doentes e meio ambiente vão se diferenciando, as ações de controle principalmente as transmissíveis vão se organizando em torno da Vigilância Epidemiológica, as práticas de saneamento passam para outros setores. 9 Em 1975 crise sanitária, epidemia de meningite meningocócica , aumento da mortalidade infantil e grande aumento dos acidentes de trabalho, se dá a organização do Sistema Nacional de Saúde . Cria-se o Sistema de Vigilância Epidemiológica, Plano Nacional de Imunização e o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, consolidando as ações de saúde coletiva. 10 Patologia Pathos = doença, sofrimento Logos = estudo Estudar as causas funcionais e estruturais das doenças humanas Causas –Etiologia Mecanismos de seu desenvolvimento –Patogenia Alterações morfológicas Medicina x Patologia DOENÇA Prevenir, minorar ou curar os sofrimentos produzido pelas doenças Causas, mecanismos, as sedes e alterações morfológicas e funcionais das doenças 11 A patologia fornece as bases para o entendimento de outros elementos essenciais das doenças: Manifestações clínicas; Diagnósticos: Evolução; Prognóstico. 12 SAÚDE: Estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, de modo que o indivíduo se sente bem (saúde subjetiva)e não apresenta sinais ou alterações orgânicas (saúde objetiva). 13 DOENÇA Estado de falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo se sente mal (sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais). 14 Etiologia (estudo das causas); Patogênese (estudo dos mecanismos); Anatomia patológica (estudo das alteraçõesmorfológicas dos tecidos que, em conjunto,recebem o nome de lesões); Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais dos órgãos e sistemas afetados); Propedêutica ou semiologia (avaliação – sinais e sintomas das doenças - diagnóstico). 15 Áreas : Fisiologia Fisiopatologia Anatomia macroscópica Histologia Hematología Bioquímica 16 PatogêneseÉ o mecanismo pelo qual se origina a doença. A etiopatologia compreende o conjunto de fatores que favorecem o aparecimento da doença: Alterações moleculares Alterações bioquímicas Alterações metabólicas Alterações fisiológicas 17 CAUSA ou ETIOLOGIA: 1- Genética ou Primária: o indivíduo já nasce com determinada doença ex: Síndrome de Down 2- Adquirida ou Secundária: é quando a doença é adquirida ao longo da vida ex: Tuberculose 18 Patologia geral: Aborda os aspectos comuns às diferentes doenças no que se refere às suas causas,mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e alterações da função. ex: tuberculose e meningite Causadas por bactérias. 19 Analisa aspectos das doenças de um determinado órgão ou sistema (patologia do sistema cardíaco, patologia da cavidade bucal etc.) ou estuda as doenças agrupadas por suas causas (patologias das doenças infecciosas, patologia das doenças causadas por radiações etc.) 20 21 ASPECTOS CRONOLÓGICOS DE UMA DOENÇA Dia “através de” + gnosis “conhecimento” História do paciente e sinais que este apresenta. Estudo da morfologia de células e tecidos removidos do organismo. Imagem obtidas por exames radiológicos. Padrão bioquímico de fluidos corpóreos. 22 23 Etiologia Patogênese Alterações Morfológicas Alterações Bioquímicas Alterações funcionais História natural 1 - Etiologia: parte da patologia que estuda as causas das lesões; 2 - Patogenia: parte da patologia que estuda o mecanismo de formação das lesões; 3 - Morfopatologia: que se subdivide em: * Anatomia patológica: parte da patologia que estuda as características macroscópicas das lesões; * Histopatologia: parte da patologia que estuda as características microscópicas das lesões; 4 - Fisiopatologia: parte da patologia que se dedica ao estuda das alterações das funções de órgãos lesados. 24 Diagnóstico: Natureza do processo Grau: Intensidade da variação do normal Estágio: Extensão da doença Grau + Estágio = Gravidade 25 AGRESSÃO X RESPOSTA EQUILÍBRIO = HOMEOSTASIA a) Coleta de Informações: - Anamnese - Exame Clínico Sinais Sintomas b) Exames complementares - laboratoriais - radiográfico - biópsia histopatológico Consiste em um procedimento cirúrgico que remove parte ou toda lesão de um indivíduo vivo para o exame histopatológico. • PROGNÓSTICO: avaliação antecipada que se faz da doença a partir do diagnóstico, em função da sua evolução. - bom ou favorável - reservado - limitações - sombrio • TRATAMENTO • PROSERVAÇÃO: observação e controle do paciente pós tratamento. • CURA CLÍNICA: ausência de sinais e sintomas. • SOBREVIDA: é o período que o paciente vive desde o diagnóstico até a sua morte. SINAL SINTOMA EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS • Quando o indivíduo nota a doença é porque está sentindo ou percebendo alguma diferença no seu corpo. · O período patogênico é caracterizado pelo aparecimento de sinais e sintomas perceptíveisque vão evoluir de acordo com o tipo de doença, tipo do paciente e inúmeros fatores, até a cura ou a morte. EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS SINAIS - São manifestações objetivas. SINTOMAS - São manifestações subjetivas. SINTOMATOLOGIA OU QUADRO CLÍNICO - conjunto de sinais e sintomas presentes em determinada doença. Em um exame clínico os diversos sinais e sintomas levantados formam um quadro que, quando interpretado, associado a fatores como função, evolução no tempo, formam o quadro nosológico, que permite identificar a etiopatogenia da doença. EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS Síndrome - conjunto de sinais e/ou sintomas que caracterizam certa doença. Ex. Down EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS PERÍODOS DA DOENÇA 1. Período de incubação - período que transcorre entre o momento em que o organismo sofre a influência da causa morbígena e o momento em que aparecem os primeiros sinais e sintomas. É um período de mutismo clínico - sem manifestações objetivas ou subjetivas. 2. Período de invasão - Prodrômico - decorre do aparecimento dos primeiros sinais e sintomas, durante o qual eles crescem de intensidade até sua estabilização. É a exacerbação dos sinais e sintomas. EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS PERÍODOS DA DOENÇA 3. Período de estado - dromo - período em que os sinais/sintomas conservam mais ou menos o mesmo grau de intensidade. Pode ser de três tipos: a) Estado remitente: há um período de queda: REMISSÃO, onde o desaparecimento é incompleto; com períodos de volta: ACESSO. Nem sempre é regular; varia em cada manifestação. b) Estado intermitente: A REMISSÃO se confunde com a linha base. O indivíduo parece estar curado. c) Estado contínuo: os sinais e sintomas se mantém praticamente constantes. EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS PERÍODOS DA DOENÇA 4. Período de declínio ou cura: caracterizada pela diminuição dos sinais/sintomas. a) Declínio em crise: evolui rapidamente, declínio brusco, desaparece completamente em 24h. b) Declínio em lise: evolui lentamente, declínio gradual- dias ou meses. EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS Classificação das doenças do ponto de vista fisiopatológico AGUDAS CRÔNICAS • curta duração (horas ou dias) • longa duração (semanas ou meses) ação enérgica e rápida da provocação ou do agente etiológico sobre o hospedeiro • ação moderada e contínua da provocação. reação conservadora viva, intensa reação conservadora menos expressiva (fraca, atenuada) EVOLUÇÃO DAS DOENÇAS INCIDENTES NO CURSO DAS ENFERMIDADES RECAÍDA: repetição da doença sem que tivesse havido reprodução das causas primitivas. A doença é contínua. RECIDIVA OU REINCIDÊNCIA - reaparecimento da doença após um período de cura mais ou menos longo. Repetição da doença com reprodução da causa. É uma nova doença. Lesão ou processo patológico: Alterações morfológicas,moleculares e/ou funcionais que surgem nas células e tecidos após a agressão. Podem ser observadas macroscopicamente ou ao microscópio de luz ou eletrônico. Detectadas por métodos bioquímicos e de biologia molecular. 41 Fenômenos fisiopatológicos são problemas de ordem funcional que aparecem por alterações na função das células, tecidos , órgão ou sistemas. Lesões dinâmicas: começam,evoluem e tendem para a cura ou para a cronicidade, e também são conhecidas por processos patológicos. 42 Ação direta: alterações moleculares que se traduzem em modificações morfológicas; Ação indireta: através de mecanismos de adaptação que, ao serem acionados para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que resultam em modificações morfológicas. 43 Ao atingirem o organismo as lesões comprometem: Tecido (ou um órgão) Células Componentes Intercelulares Cir. sanguínea e linfática Inervação 44 Após agressão: COMPONENTES AFETADOS Lesões celulares Danos ao interstício transtornos locais Distúrbios locais da inervação ou alterações de muitos componentes teciduais ou todos eles. 45 As lesões celulares 1. Lesões não letais: as células continuam vivas, podendo ocorrer volta ao estado de normalidade após término da agressão. Lesões que podem gerar acúmulo de substância intracelulares ou podem alterar os mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular, originando as hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias,hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias. 46 2. Lesões letais: Necrose (morte celular seguida de autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise). 47 Envolvem as alterações da substância fundamental amorfa e das fibras elásticas, colágenas e reticulares, que podem sofrer alterações estruturais e depósito de substâncias vindas da circulação. 48 1. Aumento, diminuição ou cessão do fluxo sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia); 2. Coagulação do sangue no leito vascular(trombose); 3. Aparecimento na circulação de substâncias que não se misturam ao sangue e causam oclusão vascular (embolia); 49 4. Saída de sangue do leito vascular(hemorragia); 5. Alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício (edema). 50 Representa lesões importantes, devido o papel integrador de funções que o tecido nervoso exerce. São alterações locais(estruturais) pouco conhecidas e abordadas. 51 Lesões celulares Alterações do intersticio Distúrbios da circulação Inflamação 52 Caracteriza-se por modificações locais da microcirculação e pela saída de células do leito vascular, acompanhadas por lesões celulares e do interstício, provocadas principalmente, pela ação das células fagocitárias e pelas alterações vasculares que acompanham o processo. 53 Diminuição de O2 - Hipóxia e Anóxia Causas: Obstrução vascular: diminuição do fluxo sanguíneo (isquemia) e diminuição da glicose; Insuficiência cardio-respiratória: diminuição da oxigenação do sangue; Diminuição da capacidade de carregar oxigênio no sangue: intoxicação com CO, anemia; Parada do fluxo sanguíneo: isquemia / anóxia 54 Diminuição de O2 = modificações metabólicas progressivas. ATP - Transporte pela Membrana; Síntese protéica, lipogênese. Isquemia Mitocôndria Diminuição da fosforilação oxidativaDiminuição do ATP: 55 1. Diminuição do ATP Diminui bomba de Na Aumenta o influxo de Ca++, H2O e Na+ Aumenta Efluxo de K+ Edema do retículo endoplasmático, Edema celular, perda de microvilosidades, formação de bolhas 2. Diminuição do ATPAumento da glicólise anaeróbica Diminui o glicogênio, Diminui o pHCondensação da cromatina nuclear 3. Outros efeitosRibossomos se soltam, etc. Diminui síntese de proteínas Decomposição de lipídios. 56 ACÚMULO DE RADICAIS LIVRES DERIVADOS DO OXIGÊNIO O2 é reativo com qualquer molécula (lipídios, proteínas, ácidos nucléicos lesão a célula) DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA Desequilíbrio osmótico, perda de proteínas, enzimas, ácidos nucléicos, ATP. 57 Estímulo danoso leva à: 1) Diminuição de ATPperda das funções celulares dependentes de energia 2) Dano a membrana: - Mitocôndriamorte celular e leva também a diminuição de ATP - Lisossomodigestão enzimática dos componentes celulares - Membrana plasmáticaperda do conteúdo celular 3) Acúmulo de Ca2+ intracelularproteólise (dano ao DNA) 4) Espécies reativas de oxigênio O2, H2O2, OH+ proteólise (dano ao DNA) 58 Estudo morfológico Imunoistoquímica Cultura celular Citometria MorfometriaAuto-radiografia Biologia molecular 59 EXAME CITOLÓGICO EXAME ANATOMOPATOLÓGICO NECROPSIA 60 É o método de exame do material obtido por uma das seguintes formas: Secreções contendo células naturalmente exfoliadas com swabs. Raspagem ou escoriação de superfícies com espátulas ou escovas. Lavagem e coleta de líquido. Aspiração, por agulha fina, em cavidades ou órgãos sólidos. 61 Procedimento que utiliza anticorpos com reagentes específicos detecção de antígenos presentes em células ou tecido. 62 Imunofenotipagem de neoplasias já classificadas pela morfologia. ex: linfomas B ou linfomas T. Identificar produtos de síntese das células neoplásicas,especialmente tumores endócrinos.ex: adenoma hipofisário Pesquisa de marcadores Ag de proliferação celular Detecção de antígenos de agentes infecciosos. 63 Consiste basicamente na manutenção e multiplicação in vitro de células vivas. 64 Consiste na determinação quantitativa de componentes celulares Emprego: determinação do conteúdo de DNA nuclear em neoplasias malignas. 65 AGUDA: início rápido, curta duraçã0Ex: Resfriado. CRÔNICA: evolução da enfermidade, longa duração ex: Tuberculose 66 LOCAL: bem delimitada, isolada ex: renite alérgica DISSEMINADA: dispersa em inúmeros e pequenos focos ex: Sarampo SISTÊMICA: acomete os sistemas do organismo ex: HIV GENERALIZADA: é difundida por todo o organismo ex: Infecção microbiana generalizada (Septicemia) 67 68
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