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Controladoria 5 • Conceitos • A Ciência Contábil • A Ciência Administrativa E, para entendermos com profundidade a importância desse conhecimento, é importante conhecer a evolução histórica das empresas e suas funções na sociedade ao longo do tempo. Atualmente, não podemos imaginar nossa vida sem as empresas, mas essa influência tão forte na nossa vida deve-se a um desenvolvimento que já vem de séculos passados. · a) os conceitos de controle, controladoria e Controller; · b) a relação da controladoria com a contabilidade; · c) a relação da controladoria com a tecnologia da informação; · d) a relação da controladoria com outras ciências, como a administração, a a economia, a estatística, a psicologia; · e) os sistemas de informação e de apoio à gestão empresarial; · f) os objetivos da Controladoria no ambiente empresarial; · g) o papel do Controller. Conceitos, Objetivos e Aplicação • A Ciência Econômica • A Ciência da Psicologia • A Ciência Estatística • A Ciência da Tecnologia da Informação • Principais papéis dos Sistemas de Informação • Aplicação • Objetivos 7 Conceitos Vamos iniciar o nosso estudo sobre a “Controladoria” e, para isso, antes de tudo, é importante questionarmos o porquê de estarmos estudando esse tema e o que isso trará para nosso futuro profissional. Muito se diz, nos mercados, sobre controladoria. Vemos, frequentemente, nas empresas, departamentos (em alguns casos, separados do departamento de contabilidade) de controladoria e profissionais que se identificam como “controllers” que são bem remunerados e, normalmente, possuem grande influência sobre as decisões do corpo gerencial. Veja que esta disciplina que você está estudando neste exato momento tem o nome de “controladoria” e, entre as diversas opções de atuação profissional que os contadores e gestores financeiros têm à sua disposição atualmente, uma delas poderá levar você, em um futuro bem próximo, a trabalhar diretamente ou indiretamente com esse tema! Mas... o que significa a palavra controladoria? Onde, como e por que foi formada? Controladoria e contabilidade são sinônimos? Para Pensar Existe diferença entre “contabilidade” e “controladoria”, entre “contador” e “controller”? Muitos são os questionamentos sobre a controladoria: se é possível aplicá-la em todo tipo e porte de empresa; se é eficiente; se é relevante para a empresa. Você estudará, ao longo desta unidade e das demais, o quanto essa ciência é capaz de contribuir para o crescimento e/ou, até mesmo, para a permanência de uma empresa no mundo empresarial, que, nos dias de hoje, é altamente competitivo, quer devido à globalização, quer devido aos avanços da tecnologia ou à exigência dos consumidores. Enfim, mudanças ocorridas na sociedade, direta ou indiretamente, resultam em mudança nas estratégias empresariais, um vez que serão também essas novas estratégias que contribuirão (ou não) para a solidificação das empresas. Ou, em não raros casos, para a sobrevivência das empresas no mercado. Ideias Chave Em controladoria, preste muita atenção aos conceitos de “estratégia” e, principalmente, de “relevância”. Mas... vamos nos dedicar primeiro às respostas aos questionamentos iniciais, Tudo bem? Nesse sentido, é possível entendermos que a palavra controladoria deriva da palavra controle. Então vamos ao dicionário: segundo Michaelis (2012, p.224), controle significa ato de dirigir qualquer serviço, fiscalizando-o e orientando-o do modo mais conveniente. 8 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação Outros significados poderão ser atribuídos à palavra controle, porém todos levarão ao mesmo sentido, ou seja, aquilo que necessita de fiscalização e orientação. Mas, imagino que você deva estar se perguntando: fiscalizar e orientar o quê? Para ajudar a responder a essa pergunta, veja a seguinte foto: Foto: Uma rodovia no Estado do Sergipe, em uma situação de rotina. Fonte: http://senoticias.com.br/se/?p=47746 No Brasil, existe um ordenamento jurídico que orienta o comportamento dos motoristas em uma rodovia como essa de Sergipe. Em qualquer rodovia do Brasil ou do exterior, existe um limite adequado de velocidade com a finalidade de prevenir acidentes e, em alguns casos, como vemos na Alemanha, não existe um limite de velocidade, mas sim a exaltação da responsabilidade do motorista pela sua própria vida e pela vida de outros usuários da rodovia. Porém, instituir uma lei, norma ou regulamento não é controle. Sabe-se que alguns indivíduos, por conta de seus interesses, gostos ou decisões, irão desrespeitar as normas impostas. Para não alegarem desconhecimento, são disponibilizadas placas informativas. Mas elas também não são controles. Os controles em uma rodovia são ações efetivas, como disponibilizar um policial para fiscalizar o trânsito e/ou instalar equipamentos que realizem um monitoramento constante do comportamento dos usuários, para advertir e/ou punir eventuais infratores, conhecer o que está ocorrendo e possibilitar um melhoramento contínuo das condições de serviço. Da mesma forma, em uma empresa, o objeto, ou seja, o assunto a ser fiscalizado e orientado deverá ser de conhecimento de todos os envolvidos, desde o presidente da empresa, passando pelos gerentes e chegando aos funcionários que executam os trabalhos ou serviços. Todos precisam conhecer o que devem fazer e como devem fazer. Ao mesmo tempo, já podemos adiantar que tal objeto estará vinculado ao objetivo que a empresa pretende atingir, por exemplo: expansão das atividades, inserção no mercado internacional, constituição de filiais, entre outros. Assim, uma empresa que tiver como interesse o crescimento no mercado terá objetos de controle provavelmente diferentes de uma empresa que já tem uma boa posição no mercado e que quer manter essa posição. Um hospital, por exemplo, que queira ser conhecido como 9 o melhor hospital do planeta especializado no tratamento de algum tipo específico de doença, certamente, terá objetos de controles diferentes de um pronto-socorro (ou pronto- atendimento), estruturado para atender a todo e qualquer caso de urgência rapidamente. Apesar de estarmos no início dos nossos estudos, já é possível irmos construindo o nosso conhecimento e percebendo a complexidade que envolve o tema “controladoria”. Ou seja, como um fator imprescindível para o nosso trabalho, teremos que conhecer o(s) objetivo(s) que a empresa pretende alcançar para, daí, prepararmos as ações em busca desse(s) objetivo(s). Para a resposta ao segundo questionamento (Onde, como e por que foi formada?), é necessário realizar um breve e rápido estudo histórico. Como foi formada a palavra controladoria já vimos: trata-se de uma derivação da palavra controle. Já, para responder à pergunta: onde e como foi formada tal palavra, encontramos inúmeras respostas na literatura contábil-administrativa sobre o assunto. Em termos gerais, pode-se entender que a controladoria nasceu da necessidade dos proprietários e acionistas de manter (e/ou expandir) seus investimentos nas empresas nas quais depositaram seu capital. Ainda, considerando que toda empresa é um organismo complexo, por ser composto de diversos departamentos, áreas que interagem o tempo todo, interna e externamente, a criação de um departamento que pudesse se articular com os demais surgiu naturalmente, provavelmente a partir de 1920, com a expansão do mercado norte-americano, no qual o crescimento do conhecimento contábil, tanto em auditoria como em mensuração e gestão, tornou-se imprescindível. Figura: Controle de unidades de serviços ou de suporte Fonte: Nilsson, Olve e Parment (2011 p. 257) Observe como as diversas áreas de uma empresa interagem constantemente, em uma situação de rotina. Kaplan e Norton (1997, p. 21) resumem, em uma frase, esse contexto de interação constante que precisa, para ser eficiente e eficaz, ser controlado: “O que não pode ser mensurado não pode ser gerenciado”. 10 Unidade: Conceitos, Objetivose Aplicação Para Pensar Os autores de administração costumam dizer, geralmente, que “eficiência” é fazer as coisas de forma correta, dentro das especificações, e eficácia é fazer as coisas corretas. É uma espécie de “trava-línguas” mental, não é mesmo? Mas, pense um pouco: É possível uma empresa inteira fazer “direitinho” coisas que não seriam as melhores para serem feitas? E ao contrário, é possível fazer de forma errada coisas que são corretas? PENSE! Vamos, agora, para a terceira questão: controladoria e contabilidade são sinônimos? Talvez seja a pergunta sobre o assunto “controladoria”, mais comum no meio empresarial. Vamos responder com as palavras de Padovese (2003, p.3): “A Controladoria pode ser definida, então, como a unidade administrativa responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência Contábil dentro da empresa. Como a Ciência Contábil é a ciência do controle em todos os aspectos temporais – passado, presente, futuro - e como a Ciência Social exige a comunicação de informação, no caso, a econômica, à Controladoria cabe a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e coordenar todo o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas suas mais diversas necessidades”. Em outras palavras, pode-se entender que a Controladoria se utiliza das informações proporcionadas pela Contabilidade, logo não são sinônimos. Porém, Padovese apud Mosimann (2003, p.3) completa: a controladoria não depende somente da informação contábil; ela se completa por meio de um conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos de outras ciências – Administração, Economia, Psicologia e Estatística. Você Sabia ? A engenharia de produção também é uma área das mais importantes para o relacionamento com a controladoria. Em empresas que adotam o custo padrão, por exemplo, a recomendação que vemos de muitos autores da área, como Eliseu Martins (2003) e Michiharu Sakurai (1997), é a de que os contadores trabalhem em perfeita sintonia com os engenheiros. De acordo com o avanço tecnológico presente em todas as áreas, pode-se afirmar que a controladoria também depende da tecnologia da informação para gerar relatórios cada vez mais rápidos e precisos e, assim, permitir que as decisões ocorram na mesma velocidade. Porém a inserção de dados continua sendo de responsabilidade das pessoas que compõem uma organização empresarial; a tecnologia da informação irá apenas processá-las. 11 Explore Segundo Saramelli (2010), a vinculação da contabilidade com a Tecnologia da Informação, atual- mente, é tão grande que ocorre uma “hibridização” ou a formação de um conhecimento comparti- lhado, em que os contadores desenvolvem um excelente conhecimento de tecnologia da informação e os profissionais de TI desenvolvem um excelente conhecimento de controladoria. Procure ler qualquer artigo que aborde o relacionamento da controladoria com a TI. Explore A partir das três respostas apresentadas, você, talvez, esteja se perguntando: então a “Controladoria” pode ser também considerada uma ciência? Antes de responder a essa pergunta, vamos conceituar a palavra ciência, que, segundo Michaelis (202, p.182), significa: um conjunto de conhecimentos organizados sobre determinado assunto. Sendo assim, a controladoria é também uma ciência, por reunir conhecimentos de outras ciências (contábil, administração, economia, psicologia, estatística e a tecnologia da informação) a partir das quais organiza os conhecimentos de tal maneira para que possam resultar numa tomada de decisão, tendo sempre como foco a meta estabelecida no planejamento estratégico de qualquer organização empresarial: pequena, média ou grande, com ou sem fins lucrativos, pública ou privada. Observação: A Ciência Social é composta, basicamente, pelas seguintes ciências: antropologia, sociologia e política. Dessa forma, resta-nos definir a própria ciência da controladoria, que, segundo Padovese (2003, p.6), se trata do estágio evolutivo da Ciência Contábil, uma vez que a Contabilidade praticamente deixou de ser a teoria do lucro - na qual a preocupação recaía somente na mensuração e na informação de resultados - e tornou-se a teoria da decisão. Sobre as diversas situações que envolvem uma decisão empresarial, recomenda- se a leitura de Administração no Século XXI – O Estilo de Gerenciar hoje e no Futuro, de Subir Chowdhury, tradução de Maria Lúcis G. L. Rosa – Editora Pearson Education, São Paulo, 2003, que mostra como devem ser o líder, os processos e a organização do século XXI. Para um melhor entendimento sobre a implantação da controladoria numa organização empresarial, faremos uma breve apresentação de cada ciência que compõe a controladoria, ou seja: a ciência contábil, administrativa, econômica, além da psicologia, da estatística e da tecnologia da informação. 12 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação A Ciência Contábil Falar do nascimento e da evolução da ciência contábil é o mesmo que falar da humanidade, ou seja, desde que o mundo é mundo, o homem (no sentido de humanidade) já contava e controlava sua riqueza. Desde a época em que controlava as ovelhas em seu rebanho até os dias de hoje, o homem continua controlando os seus bens. Para alguns autores, a contabilidade nasceu na Itália, mas sabemos que lá nasceram as “Partidas Dobradas” (técnica para registrar as operações ocorridas na Igreja Católica) genialmente elaboradas por Luca Pacioli, que dedicou a esse assunto um capítulo em uma de suas obras, Summa de aritmética, geometria, proporção e proporcionalidade, em 1494. Apesar de terem sido criadas em 1494, as Partidas Dobradas são, até hoje, a única forma de registrar as operações ocorridas não só na Igreja Católica como em toda e qualquer organização, mas, principalmente, nas organizações empresariais. Estas utilizam-se do “Débito e Crédito”, em que, por convenção, os saldos das contas a crédito representam as dívidas e/ou receitas e os saldos das contas a débito são os bens e direitos e/ou despesas. Após o registro, as operações são avaliadas e apresentadas nas mais diversas demonstrações financeiras exigidas quer pelos usuários internos das informações contábeis quer pelos externos. Considerando-se este breve relato sobre a importância da contabilidade na vida empresarial, pode-se entender que a base da controladoria está nas informações contábeis, porém a controladoria também dependerá de outras ciências para cumprir o seu papel de fiscalizar e orientar a empresa em busca do objetivo proposto em seu planejamento estratégico. Para melhor conhecer a vida de Luca Pacioli, Frei da Igreja católica que tanto contribuiu para a ciência contábil, recomenda-se a leitura de sua biografia no seguinte endereço eletrônico: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/LucaPaci.html A Ciência Administrativa A Teoria da Administração (TA) foi desenvolvida pelos engenheiros Taylor e Faylor a partir de uma abordagem científica, ou seja, por meio de métodos experimentais e técnicas de trabalho que levassem a produzir uma maior quantidade num menor espaço de tempo - o estudo de tempos e movimentos. As tarefas passaram a ser elaboradas pelo operários a partir da organização racional do trabalho. Cada movimento era estudado e medido em tempo, com a finalidade de padronizar cada operação necessária para execução do trabalho geral. As tarefas mais complexas deveriam ser subdivididas em tarefas mais simples, a fim de facilitar sua racionalização e padronização. 13 A fragmentação das tarefas levou à especialização dos trabalhadores. Cada operário se tornou “peça de uma engrenagem” que, em conjunto com outros operários (momento em que homens e máquinas se confundiram), elevou a eficiência na produtividade, reduzindo principalmente os custos de produção. As técnicas desenvolvidas pela Escola da Administração Científica, apresentadas por Taylor e Fayol, revolucionaram as indústrias no mundo todo e são utilizadas até hoje. A Escola de RelaçõesHumanas, defendida pelos seus precursores Elton Mayo e Kurt Lewin (por volta de 1930), que enfatizava, como principal agente do sistema empresa, as pessoas e não estruturas e tarefas, como determinavam Taylor e Fayol (Escola Clássica), não foi suficiente para colocar o homem a serviço da organização chamada empresa. Chiavenato (1998, p.25) aponta que “nessa escola, contudo, prevalecia ainda o pressuposto de que o homem é um instrumento a ser usado pela organização, ao invés de se encarar a organização como instrumento do homem: conceito de relações humanas tem sido utilizado mais como fachada para a manipulação dissimulada dos indivíduos do que propriamente como uma filosofia administrativa sadia e limpa”. A partir das Escolas Clássica e de Relações Humanas, a Administração chegou ao patamar de ciência. Sua teoria tornou-se imprescindível para as empresas como um todo, por mostrar que, somente com pessoas, é possível fazer uma empresa prosperar, e, assim, pode-se afirmar que “Administrar é fazer as coisas por meio das pessoas”, o que nos leva a entender que o desempenho de qualquer organização empresarial está pautado no desempenho de seus administradores, conforme aponta Stoner e Freeman (1985, p.5): “Para uma organização ser bem-sucedida em alcançar seus objetivos, satisfazer suas responsabilidades sociais, ou ambas as coisas, ela depende dos administradores. Se os administradores fazem bem seu trabalho, a organização provavelmente atingirá suas metas. E se as grandes organizações de uma nação realizam seus objetivos, a nação como um todo irá prosperar. O sucesso econômico do Japão é uma evidên- cia clara deste fato. A aplicação do trabalho dos administradores (do desempenho gerencial) e do desempenho organizacional (o trabalho das organizações) é tema de muitos debates, análises e confusão nos Estados Unidos e em outros países. Assim, discutiremos muitos critérios e concepções diferentes para avaliar os administrado- res e as organizações. Servindo de base a muitas dessas discussões estão dois con- ceitos sugeridos por Peter Drucker, um dos mais respeitados autores que escrevem sobre administração: eficiência e eficácia”. Ele define eficiência como “fazer certo as coisas” e eficácia como “fazer a coisa certa” (STONER e FREEMAN, 1985, p. 5). Aprofundar-se na ciência administrativa irá contribuir muito para o entendimento sobre a “Controladoria”. Sendo assim, recomenda-se a leitura de obras sobre o assunto, dentre as quais a bibliografia apresentada ao final desta unidade. 14 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação A Ciência Econômica A Economia estuda como as pessoas e a sociedade empregam os recursos escassos, considerando-se as necessidades humanas no presente e, principalmente, no futuro. Assim, a decisão de quanto e como produzir para atender a essa sociedade fundamenta-se no estudo da economia, relacionada à lei da oferta e procura. Diversos economistas considerados clássicos, apesar de divergirem em alguns aspectos, tinham como premissa básica a crença no livre funcionamento dos mercados (lei da oferta e procura), fundamentados na propriedade privada dos meios de produção, ou seja, o Estado não deveria interferir no mercado. Dentre esses economistas, destacam-se: Smith (1723- 1790) David Ricardo (1772-1823), Thomaz Robert Malthus (1766-1834) e John Stuart Mills (1806-1873), Características das principais estruturas de mercado Estrutura Quantidade Tipo de Condições Influência Alguns de empresas produto de entrada sobre o preço exemplos ofertantes e saída Concorrência Muitas Produto Fácil Nenhuma (são perfeita homogêneo tomadoras de preço) Produto Monopólio Uma única único sem Difícil Forte Serviços substituto telefônicos próximo Concorrência Muitas Produto Fácil Leve Comércio monopolística diferenciado varejista, restaurantes Homogêneo Oligopólio Poucas ou Difícil Considerável Cimento, diferenciado automóveis Fonte: Passos; Nogami, 2005, p. 355 Explore Para melhor entendimento sobre o papel da economia na formação do capitalismo, recomenda-se a leitura da obra clássica de Adam Smith, Riqueza das nações: Investigação sobre sua Natureza e suas Causas- Volume I e II, tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultural, 1988. Explore 15 A Ciência da Psicologia A psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano quer individualmente ou em grupo. Há diversas correntes para este estudo, porém todas elas são preocupadas em entender como as pessoas pensam, sentem e agem. Na organização empresarial, a psicologia poderá ser empregada para diversos fins, desde a seleção dos empregados para o exercício dos mais diversos cargos até a observação do dia a dia da empresa, evidenciando traços de comportamentos que, certamente, influenciarão as atitudes e, consequentemente, as decisões que serão tomadas. Porém deve-se se levar em conta o cargo a ser ocupado na organização, como, por exemplo, o comportamento de um gestor será sempre diferente do de um empregado a ser contratado para a área de produção ou limpeza. Assim, a Psicologia, enquanto ciência do comportamento, irá colaborar com os gestores em relação à busca do aumento contínuo da eficiência das pessoas numa organização empresarial, tendo como base a liderança e a motivação, itens que contribuem para a excelência na gestão empresarial. Para conhecer mais sobre a aplicação da psicologia no ambiente empresarial, recomenda-se a leitura da obra Psicologia para administradores: integrando teoria e prática, de José Osmir Fiorelli, 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004; A Ciência Estatística A partir de Ronald Fisher (1890-1962), a estatística passou a ser tratada como ciência. Ele demonstrou, em seus trabalhos, que o papel da estatística não é somente reunir dados em planilhas ou gráficos e que é possível ajudar a planejar a obtenção de dados e, em seguida, interpretá-los, facilitando, assim, as mais diversas tomadas de decisão, inclusive no meio empresarial. Conforme aponta Tavares (2007, p.7), didaticamente, podemos dividir a estatística em duas partes: a estatística descritiva e a inferência estatística. “A estatística descritiva preocupa-se com a forma pela qual podemos apresentar um conjunto de dados em tabelas e gráficos, e também resumir as informações contidas nestes dados mediante a utilização de medidas estatísticas. Já a inferência estatística baseia-se na teoria das probabilidades para estabelecer conclusões sobre todo um grupo (chamado população), quando se observou apenas uma parte (amostra) representativa dessa população”. 16 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação Numa sociedade globalizada e altamente competitiva, um gestor com conhecimentos estatísticos torna-se um profissional diferenciado e que contribuirá muito para o processo decisório da organização, uma vez que as decisões não serão tomadas somente com base em seus conhecimentos profissionais e/ou experiência, mas serão pautadas em dados cientificamente elaborados e interpretados. Explore Para conhecer mais sobre a aplicação da estatística nas mais diversas decisões empresariais, reco- menda-se a leitura da obra Estatística Aplicada com Excel: para cursos de Administração e Econo- mia, de Ricardo Braule, Rio de Janeiro: Campus, 2001. O conhecimento do uso do aplicativo Excel, muito utilizado pelos gestores, contribuirá como uma importante ferramenta para a aplicação da estatística. Recomenta-se também a leitura da publicação do Professor Marcelo Tavares sobre a Esta- tística Aplicada à Administração, disponível no seguinte endereço eletrônico: https://goo.gl/NLFtQC A Ciência da Tecnologia da Informação Segundo O´Brien (2007, p.8), a tecnologia de informação está cada vez mais importante no mercado competitivo, uma vez que os gestores necessitam de informações rápidas, e os sistemas de informação, por desempenharem papéis vitais na empresa, colaboram com esses gestores, nos seguintes aspectos: “Apoio às Operações Empresariais.De contabilidade até acompanhamento de pedidos de clientes, os sistemas de informação fornecem suportes à administração nas operações do dia a dia empresarial. À medida que reações rápidas se tornam mais importantes, torna-se fundamental a capacidade dos sistemas de informação de coletarem e integrarem as informações com as funções empresariais. Apoio à Tomada de Decisões Gerenciais. Assim como os sistemas de informação podem combinar uma informação para ajudar a administrar melhor a empresa, a mesma informação pode ajudar os gerentes a identificarem tendências e a avaliarem o resultado de decisões anteriores. O sistema de informação ajuda os gerentes a tomarem decisões melhores, mais rápidas e mais informadas. Apoio à Vantagem Estratégica. Sistemas de Informação projetados em torno dos objetivos estratégicos da companhia ajudam a criar vantagens competitivas no mercado”. 17 Principais papéis dos Sistemas de Informação e o apoio que podem dar às empresas O´Brien (2007), para explicar os papéis dos sistemas de informação no sistema empresa, dividiu esses papéis em uma pirâmide com três níveis, de acordo com a importância ou hierarquia que cada nível traz de influência. Essa pirâmide pode ser verificada a seguir: Explore Para conhecer mais sobre o uso da tecnologia da informação também no ambiente empresarial, recomenda-se a leitura da seguinte obra: O´BRIEN, James A. Sistemas de informação. São Paulo: Saraiva, 2005. Explore Objetivos A controladoria, conforme estamos estudando, pode ser aplicada em qualquer tipo de empresa, pequena, média ou de grande porte, com ou sem fins lucrativo, voltada para iniciativa privada ou pública. Porém, considerando que a maioria das empresas é constituída a partir da iniciativa privada, em um sistema econômico capitalista e com a obtenção de um retorno sobre o capital aplicado, vamos focar o estudo da controladoria tendo como foco empresas privadas com fins lucrativos. 18 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação Você Sabia ? Apesar de os estudos da controladoria e da contabilidade terem uma preocupação predominante com um ambiente capitalista, conforme vemos em Iudícibus et al., 2010, também foram usados em ambientes socialistas para fins de controle, como na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e ainda continuam a ser usados em países como Coreia do Norte, Cuba e China. O controller deverá desenvolver suas atividades com base na estratégia empresarial adotada pela empresa. Mas o que é estratégia? A estratégia, palavra de origem militar e que permeia a política, é, muitas vezes, definida de forma errada ou exageradamente deturpada, conforme vemos em Saramelli (2010). Nem tudo pode ser considerado “estratégico” em uma empresa; decisões de rotina, envolvendo aspectos do dia a dia e das dificuldades de ocasião e conjunturais não são estratégias. Para algo ser estratégico, precisa vir de um pensamento elevado sobre a forma como os executivos de uma empresa pensam o presente e o futuro de uma empresa, seu relacionamento e permanência no mercado. Assim, as empresas costumam comunicar a sua estratégia para o mercado por meio de sua missão, crenças e valores. Como exemplos de missões empresariais, segue, abaixo, um quadro com as missões de duas conhecidas empresas do ramo automobilístico, a FIAT e a FORD: Quadro: Missões empresariais relatadas pelas empresas automobilísticas FIAT e FORD (Uma de origem e cultura europeia e a outra de origem e cultura norte-americana). A missão da FIAT no mercado é: Desenvolver, produzir e comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham orgulho de possuir, garantindo a criação de valor e a sustentabilidade do negócio. https://goo.gl/uijMS1 E a da FORD é: Somos uma família global e diversificada, com um legado histórico do qual nos orgulhamos e estamos verdadeiramente comprometidos em oferecer produtos e serviços excepcionais, que melhorem a vida das pessoas. https://goo.gl/GR9Yk7 Fontes: Visitas aos sites que as empresas mantêm no mercado, com consulta em dezembro de 2017. 19 Observe, nesse quadro, que, apesar de as duas empresas, tecnicamente, produzirem o mesmo produto, ou seja, veículos, a visão das duas é um tanto diferente. Uma quer se orgulhar de oferecer um produto de qualidade e a outra quer que seus clientes tenham orgulho dos produtos que fabricam, no entanto ambas mostram forte comprometimento com as necessidades, desejos e expectativas dos clientes. Certamente, ambas as empresas têm fortes planos (e aqui entra a estratégia) de permanecer no mercado, apesar de saberem que enfrentam uma acirrada concorrência. Nesse sentido, o Controller (contador gerencial), independente do tipo de empresa em que está atuando, deve estar sempre atento ao que se espera dele como profissional e às declarações de objetivos, e pronto para ajudar a empresa a cumprir seus objetivos. Isso significa que o controller deve observar o que os gestores da empresa estão fazendo. No entanto, há casos em que nem mesmo os gestores conhecem a estratégia da empresa! É o que vemos em Nilsson, Olven e Parment (2011 p.9): “Estamos ligeiramente preocupados que uma série de controllers que conhece- mos, inclusive em organizações mais bem sucedidas, descreve finanças e con- trole como um mundo próprio, e não parece ter muito contato com questões de estratégia. Em muitos casos eles nem mesmo entendem o que deviam entender. Estratégia? Terei de examinar e ver o que o Conselho diz sobre isso. Não se trata de algo que verifico todos os dias. (Firma de engenharia) Para ser honesto, não discutimos estratégias por vários anos... mas, certamente, o CEO lhe informará diferentemente (Departamento contábil e financeiro) Os membros da Diretoria sabem mais sobre nossa situação competitiva. (Firma de engenharia)”. Evidentemente, temas ligados à estratégia e missão empresarial não são fáceis de serem discutidos porque, não raramente, geram reflexões difíceis de serem realizadas. Mas, certamente, toda e qualquer empresa tem uma estratégia, nem que seja baseada nas ideias, atos e procedimentos de seus donos, sócios e fundadores. É necessário, então, que o Controller “traduza” esses aspectos para o sistema contábil e gerencial da empresa. Então, para “traduzir” essas complexidades, o Controller precisa estar bem preparado. Em Nilsson, Olven e Parment (2011 p.29), vemos a descrição de Tillman e Goddard (2008) sobre os controllers de uma grande multinacional alemã que estavam tentando criar um sistema de controle gerencial estratégico: “Um contador administrativo precisa não apenas saber tudo sobre contabilidade financeira e gerencial, mas também ter conhecimento interdisciplinar a fim de ser capaz de entender os contextos externo e interno. Assim, esses profissionais deveriam ser capazes de pensar e comunicar de forma interdisciplinar e, também, necessitavam ser capazes de entender as complexas ligações e inter-relações existentes na própria empresa. Consequentemente, havia uma necessidade de um maior processo de aprendizado e socialização que envolvia a exposição desses novos profissionais a uma série de situações e, portanto, possibilitando que os mesmos aperfeiçoassem suas técnicas bem como suas habilidades intangíveis. Esse era, portanto, um processo de “transformação” num contador administrativo estratégico”. 20 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação A esta altura, você deve ter percebido que o trabalho de um contador gerencial (controller) não é dos mais simples, necessita, como disseram os pesquisadores, além de um excelente conhecimento de contabilidade e finanças propriamente dito, de um conhecimento e relacionamento interdisciplinar altamente desenvolvido. Portanto, o controller é um elo dos mais importantes no universo empresa, e, em algumas situações, é imprescindível, porque, sem ele, a empresa simplesmente não consegue desenvolver suas atividades. Isso lhe traz alguma motivação?Espero que sim! A seguir vamos continuar a estudar os importantes aspectos da controladoria. Aplicação Conforme aponta Padovese (2003, p.57), o foco da controladoria é a criação de valor para as empresas a partir de informações geradas pela contabilidade e originadas das mais diversas operações realizadas pela empresa em determinado período. Mas, considerando-se que as empresas surgem a partir dos recursos financeiros de seus proprietários, a controladoria, na verdade, está focada na criação de valor para os proprietários dessas empresas. Antes de estudarmos as diversas ferramentas que levam ao conhecimento e/ou à criação de valor para empresas, apresentaremos um breve histórico sobre o surgimento das empresas, considerando o momento histórico da sociedade mundial. Um breve histórico sobre o surgimento das empresas O assunto empresa, de imediato, remete-nos ao trabalho organizado, sistematizado e controlado por alguém. Porém, o trabalho organizado sempre existiu, conforme aponta Chiavenato (1998). Foi a partir das descobertas científicas (era do Iluminismo) que as empresas tomaram um impulso, saindo da organização artesanal para a industrial, na qual o trabalho é elaborado a partir de sistemas e controles, possibilitando as produções em grande escala. O autor divide a história das empresas em seis fases: • 1ª) Fase artesanal: da Antiguidade até aproximadamente 1780, quando ocorreu a descoberta da máquina a vapor por James Watt (1736-1819), iniciando-se, assim, a 1ª Revolução Industrial (Inglaterra). Na fase artesanal, a produção ocorria em pequenas quantidades, em oficinas com ferramentas rudimentares e trabalho baseado no sistema escravo, predominando tanto o sistema feudal quanto o comercial – o escambo (trocas de mercadorias, inclusive na agricultura). • 2ª) Fase da transição do artesanato à industrialização: esta fase iniciou-se com a 1ª Revolução Industrial (1780-1860), a chamada era da mecanização. As ferramentas artesanais foram substituídas por máquinas não só aplicadas nas empresas, mas também na agricultura. O carvão tornou-se a maior fonte de energia, por servir de base para as máquinas a vapor. A rigor, foi o trabalho braçal que cedeu lugar à máquina. 21 E o ferro passou ser o material mais utilizado na indústria, principalmente na confecção de trilhos, contribuindo para o desenvolvimento do transporte ferroviário e, consequentemente, para a formação de novas vilas e cidades. Era o trem a vapor (1807) abrindo estradas e fábricas ao mesmo tempo. Com tais descobertas, o tear manual foi substituído pelo hidráulico. As descobertas não pararam: surgiu, por exemplo, a máquina de descaroçar o algodão, provocando também uma maior produtividade no campo agrícola. A comunicação fez-se necessária e, assim, o telégrafo elétrico (1835) e o selo postal (1840) foram também fruto da 1ª Revolução Industrial, marco da história da humanidade. 3ª) Fase do desenvolvimento industrial: entrou em cena 2ª Revolução Industrial (1860- 1914). Os maiores representantes do avanço tecnológico dessa época foram o aço e a eletricidade. Assim, as máquinas que eram movidas a vapor passaram a funcionar com motores elétricos (1873). A produtividade cresceu nas empresas, ou seja, uma maior quantidade de unidades era produzida num menor tempo. Era a ciência a favor do homem. O surgimento do automóvel (1880) e do avião (1906) estreitaram as fronteiras entre os países, e o telégrafo sem fio e o cinema também fizeram parte desse avanço tecnológico comandado pelo homem. Com a ampliação dos mercados e o acúmulo de riquezas advindas do capitalismo industrial, surgiu o capitalismo financeiro, ou seja, uma nova modalidade de empresa – as instituições financeiras – que, além de servirem de “guardiãs” do excesso de capital provocado pelas empresas industriais, passaram a fornecer créditos (empréstimos) para que outras empresas se constituíssem e/ou expandissem suas operações. Foi a partir da 2ª Revolução Industrial que o processo de burocratização se fez presente nas empresas. O sistema capitalista estava sedimentado, porém, sem um poder de controle instaurado, a sobrevivência do próprio sistema estaria comprometida. 4ª) Fase do gigantismo industrial: nada freava o progresso tecnológico. Era o acúmulo da riqueza que prevalecia, era o sistema capitalista que ditava as normas para essa sociedade que surgiu e se transformou a partir dele. Contudo, existia um agente – o homem, que, até, então era o principal membro dessa nova era, a era científica, a era da razão – que começava a receber de forma direta (uma vez que indiretamente já estava sendo concebido como se fosse máquina, ou seja, produzindo cada vez mais num menor espaço de tempo, provocando o acúmulo do capital a qualquer preço) os efeitos nocivos produzidos por ele mesmo. Foi o período que marcou as duas Grandes Guerras Mundiais, sustentadas pelo avanço tecnológico bélico. A destruição provocada pela 1ª guerra culminou na primeira grande depressão econômica ocorrida em 1929 nos Estados Unidos. Se nada freava o progresso, as empresas retomaram seu crescimento, dessa vez no âmbito internacional, intensificando suas operações a partir do aprimoramento tecnológico dos transportes e novas descobertas na comunicação – rádio e televisão. Era o mundo tornando-se menor e complexo. Ao mesmo tempo, ocorria a internacionalização da economia: culturas eram invadidas, deixando o homem a cada dia refém de si mesmo. • 5ª) Fase moderna: foi a fase do pós-guerra, de 1945 a 1980, que dividiu o mundo em três blocos: países desenvolvidos (ou industrializados), países em desenvolvimento e os subdesenvolvidos, ou países não industrializados. A tecnologia continuou ditando as ordens para uma sociedade que tinha, nas empresas, a base para todo o desenvolvimento da humanidade. Era o capital que comandava, uma vez que as pesquisas passaram a ser encomendadas pelas empresas 22 Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação (incluindo as agrícolas) com fins específicos, ou seja, era a ciência que determinava a direção que a sociedade devia tomar. Tecnologias foram substituídas, as elétricas pelas eletrônicas, circuitos integrados ocuparam o lugar de peças com menor potência; não havia como frear o progresso. Porém, crescia a dependência por produtos industrializados vindos, principalmente, do petróleo (combustíveis, plásticos, dentre outros) e dois choques foram marcados (1973 e 1979) pela sua recessão, desencadeando uma crise mundial (os países estavam, cada dia mais, dependentes uns dos outros devido à internacionalização da economia por meio do aumento das exportações e/ou importações dos mais variados produtos e/ou serviços). A comunicação precisava ser mais rápida e assim surgiram os computadores de grande porte e, num curto espaço de tempo, os computadores chamados de domésticos. Porém, todo esse avanço tecnológico levou o mundo a uma incerteza, gerada pelas mudanças tecnológicas provocadas pelo próprio homem. • 6ª) Fase da incerteza: após 1980 e até os dias de hoje, por conta dos desafios que as empresas enfrentam, como concorrência, dificuldades de diversos gêneros (vender e não receber, ter o produto copiado por outra empresa, não conhecer a real necessidade do consumidor devido ao grande número de produtos similares oferecidos, etc.). As empresas, tomando como base o próprio avanço tecnológico, sabem que o mundo mudou. A comunicação é em tempo real, logo a maneira de administrar uma empresa também mudou. Estamos, portanto, conforme aponta Chiavenato (1998), na 3ª Revolução Industrial – a Revolução da Informação por meio dos computadores. Agora é o cérebro humano que é substituído pela máquina eletrônica; até então eram apenas os músculos. As seis fases da história das empresas 1ª Fase artesanal Antiguidade até a pré-Revolução Até 1780 2ª Fase de transição para a Industrialização 1ª Revolução Industrial 1780 a 1860 3ª Fase do desenvolvimento Industrial Após a 2ª RevoluçãoIndustrial 1860 a 1914 4ª Fase do gigantismo Industrial Entre as duas Grandes Guerras Mundiais 1914 a 1945 5ª Fase moderna Pós-guerra até a atualidade 1945 a 1980 6ª Fase da incerteza Momento atual – 3ª Revolução Industrial Após 1980 Fonte: Chiavenato, adaptado (1998, pg.8). Controladoria 5 • Introdução • Papel do Controller • Estratégia, dos Pontos de Vista Militar e Empresarial Cada pessoa tem sua forma particular de estudar. Uns gostam de ler e reler o texto várias vezes. Alguns gostam de entender profundamente os contornos teóricos, as pesquisas que dão fundamento ao que estamos discutindo. Já outros gostam de ler uma única vez e fazer exercícios práticos. Por isso, podemos listar várias abordagens ou “estratégias” (ou melhor táticas) de estudo. É neste ponto que eu advirto que, nesta unidade, tanto quem gostar de estudos práticos ou de conhecer os contornos teóricos, deve ter uma abordagem completamente diferente! Desvencilhe-se de suas preocupações do dia a dia e pense em algo crucial, algo fundamental, que seria inegociável mesmo na mais difícil das difíceis situações. Pronto, agora você está pronto(a) para estudar “estratégia”. Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre esse tema antes. Sempre que algo é muito importante, crucial, que você deve fazer ou aceitar de qualquer jeito, alguém fala que é “estratégico”. Dessa forma, usando essa mesma expressão, é “estratégico” que além dos exemplos e casos que estamos trazendo para este livro, você observe casos de empresas e situações que ocorreram no passado e estão ocorrendo no presente. Nesta unidade, aguce a sua curiosidade com a seguinte pergunta: O que eles fizeram para conseguir isso? Ou por que eles perderam isso? · A estratégia é algo importante, tão importante, que torna-se imprescindível no universo dos negócios. Vamos estudar o que significa “estratégia” e como o controller lida com essa questão. O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico • Controladoria Estratégica e Planejamento Estratégico • Planejamento Estratégico 7 A Missão de um controller e o seu papel, ou “o que um controller faz” nós estudamos na unidade anterior. Agora, iremos estudar: • Como exatamente ele trabalha. • Que instrumentos, medidas, técnicas ele utiliza? • E o quê exatamente apresenta para os outros profissionais de uma empresa? • Assim sendo, a partir desta unidade iremos responder a essas perguntas. Convido-o(a), então, a relembrar o significado de “controladoria” para dar início a essa nossa nova fase de estudo: Para Padoveze, (2003 p. 3, repetido em p. 33), controladoria é a “unidade administrativa dentro da empresa que, através da Ciência Contábil e do sistema de Informação de controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica da empresa.” Por essa definição, vemos que o campo ou “teatro” de atuação do trabalho do controller é na empresa, ajudando na sua correta administração e na melhoria dos seus resultados, sempre vinculado a esse departamento de “controladoria”. Padoveze (2003 p. 33) enfatiza que o controller não é o profissional que irá liderar as decisões, mas irá ajudar na condição dos negócios da empresa. É difícil visualizar o trabalho de um controller porque é um profissional que não aparece muito na sociedade. (Embora a tendência é disso mudar rapidamente, o que veremos durante nossos estudos). É muito mais fácil visualizar o trabalho de um advogado ou um engenheiro, porque sabemos o que esses profissionais representam. Embora, muitas vezes, o trabalho de advogados ou engenheiros modernos também sejam um tanto diferente daquilo que normalmente imaginamos, no caso do controller não costumamos ter referências. Mesmo internamente, nas empresas, é complicado expor o trabalho do controller. Por isso, Padoveze (2003 p. 33) traz uma comparação técnica do controller com o comando de um navio, usada por Peleias (1991), Heckert & Wilson (1963) e bem antes por Fayol! Padoveze (2003 p. 33) apud Heckert e Wilson (1963) dizem, então, que “ à controladoria não compete o comando do navio, pois esta tarefa é do primeiro executivo, representa, entretanto, o navegador que cuida dos mapas de navegação. É sua finalidade manter informado o comandante quanto à distância percorrida, ao local em que se encontra, à velocidade da embarcação, à resistência encontrada, aos desvios da rota, aos recifes perigosos e aos caminhos traçados nos mapas, para que o navio chegue ao destino.” Introdução Glossário “Comparação Técnica“ é um proces- so muito usado no processo de pesqui- sa científica, principalmente nos métodos qualitativos, onde uma situação é compara- da com outra completamente diferente, às vezes pode ser uma comparação incomum ou até chocante, exótica, o que facilita no processo de análise e entendimento. 8 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Essa comparação técnica nos mostra que o navegador, embora cumpra ordens do comandante, tem uma função extremamente importante dentro da equipe que compõe o navio. O comandante traça uma rota e um objetivo, no entanto, é o navegador quem irá definir o caminho e aconselhar o comandante. Uma pessoa que estiver observando o trabalho de uma equipe de navegação na ponte de comando sem conhecer exatamente qual é o trabalho de cada um dos profissionais, em alguns momentos, poderá vir a pensar que o comandante segue ordens do navegador! Isso porque o comandante deve ouvir o navegador a todo instante, aceitar sugestões e jamais tomar uma decisão sem consultá- lo! Quem, então, seria o líder ou o “chefe” em uma equipe de navegação? A resposta é o comandante, que ouve a todos e tem a responsabilidade de tomar as decisões. Se o navegador tomar uma decisão incorreta, não deve culpar o navegador, deve assumir o erro para si. Assim, por meio dessa comparação bastante interessante e apropriada, Peleias (1991) disse que “a missão da controladoria é dar suporte à gestão de negócios da empresa, de modo a assegurar que esta atinja os seus objetivos, cumprindo assim sua missão”. Padoveze (2003 p. 33) comparou essa definição de Peleias (1991) com uma mais antiga, de Henri Fayol, o fundador da Teoria Clássica da Administração e ao lado de Taylor e Ford, um dos pais da administração! Sobre a contabilidade, assim disse Fayol: “... deve permitir que se saiba a todo instante onde estamos e para onde vamos”. Voltando a nossa exposição sobre a pessoa que observa o trabalho de um comandante na ponte de comando de um navio, o navegador não se limita a seguir ordens, sendo um profissional em uma posição passiva, ele também tem responsabilidades sobre o navio e se coloca em uma posição ativa. Padoveze (2003 p. 33) nos explica isso, analisando a definição de contabilidade de Fayol: “Ao mesmo tempo, é a visão do controle permanente e do alerta permanente. Controlar, informar, influenciar, para assegurar a eficácia empresarial, nunca é uma posição passiva, mas ativa, sabendo da responsabilidade que tem a Controladoria de fazer acontecer o planejado.” Padoveze (2003 p. 33) expõe as funções do controller usando a posição de Horngren, (1985 p.9) que assim se referiu sobre o papel do controller: Para Pensar Vendo essa comparação com o comandante de um navio, observe que a interação entre o comandante e o navegador e sua equipe em geral é de muita confiança e profissionalismo. Com o tempo, os profissionais conhecem a personalidade e os gostos e preferências, um do outro e passam a trabalhar de uma forma que seja o mais eficiente e produtiva possível, evitando conflitos e eventuais situações negativas que sabidamente nada acrescentariam ao trabalho. Glossário “Ponte de comando“ é a sala em um navio, onde a tripulação trabalha sob as or- dens do comandante. 9 Padoveze (2003 p. 33) complementa essa exposição de Horngren, (1985 p.9) com Heckert e Willson (1963 p. 9) que dizem: Heckert e Willson (1963 p. 9) nos ajudam a entender que o controller realizaum complexo trabalho intelectual de ordenar os dados e fatos e não apenas apresentá-los para análise do comandante da empresa, ou melhor, do gestor (presidente, diretor, superintendente, ou qualquer cargo correlato), mas para que esses dados sejam usados para o futuro das atividades da companhia. Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 190) expõe esse importante papel sobre do controller dizendo que “uma característica básica da Controladoria é o conceito de integração da empresa, em que ela pode ser vista como área de apoio à gestão, área de interação entre sistemas de gestão (processos de informação e de gestão) e de integração entre sistemas econômico-financeiros (contabilidade, orçamento e padrões)” e complementam essa exposição com Nakagawa (1993, p. 16) e Catelli (1999 p. 372) de que “é por excelência uma área coordenadora de informações”. Segundo esses autores Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 191), é grande a complexidade do trabalho do controller que tem funções amplas como “tarefas relacionadas com a auditoria, orçamento, contabilidade de custos, análise financeira, demonstrações financeiras (Contábeis), Controle de Ativos Permanentes, Procedimentos e Políticas de Controle, Análise de Processos, Arquivamento de Documentos, tributação Geral e Escrituração contábil. Diálogo com o Autor “O Controller. O Título de controller se aplica a diversos cargos na área de contabilidade, cujo nível e responsabilidades variam de uma empresa para outra (...) Neste livro, o termo controller (às vezes, escrito com p , comptroller, derivado do francês compte, que quer dizer conta) significa o principal executivo da área de contabilidade administrativa. Já vimos que o controller moderno não faz controle, algum em termos de autoridade de linha, exceto em seu próprio departamento. Contudo, o conceito moderno de controladoria sustenta que, num sentido especial, o controller realmente controla: fazendo relatórios e interpretando dados pertinentes, o controller exerce uma força ou influência ou projeta uma atitude que impele a administração rumo a decisões lógicas e compatíveis com os objetivos”. Diálogo com o Autor “Essencial para a compreensão apropriada da função de controladoria é uma atitude mental que energiza e vitaliza os dados financeiros por aplicá-los ao futuro das atividades da companhia. É um conceito de olhar para a frente – em um enfoque analiticamente treinado, que traz balanço entre o planeja- mento administrativo e o sistema de controle” 10 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Dessa forma, Aquino, Mário e Cardoso (2007 p.191 e 192) enfatizam com o pensamento de Pipkin (1989 p.10-18) o sentido de centralidade do trabalho do Controller, por ser ele o responsável pela Inteligência Financeira da empresa. Coloca o Controller como o catalisador de todo o processo de mudança e adequação da empresa que participa efetivamente do processo de tomada de decisão da empresa, segundo a missão declarada, como suporte direto do processo estratégico da Direção ou Conselho. Para tal, deveria fornecer informação acurada, em tempo hábil, no formato adequado, para auxiliar na tomada de decisão pela melhor rentabilidade. Padoveze (2003 p. 35), em uma tentativa de resumir a missão da controladoria na organização e suas relações com as demais áreas empresariais preparou a seguinte figura: Figura: Missão da Controladoria e as demais áreas da empresa Fonte: Padoveze (2003 p. 35) Atenção Observe que Pipkin (1989 p. 10-18) usa o termo “Inteligência Financeira” para descrever o que Heckert e Willson (1963 p. 9) citam como “atitude mental que energiza e vitaliza os dados finan- ceiros por aplicá-los ao futuro das atividades da companhia.” Esse trabalho, por sua vez, precisa ter entregue no momento mais apropriado, de forma correta, em tempo hábil e no formato adequado, condições básicas para que a informação surta efeito. Atenção Informação Observe que a Controladoria se situa em uma posição de base, alicerçando, dando suporte às demais áreas da empresa. 11 Também nesse sentido, Nilsson, Olve e Parment (2011 p. XXIII) prepararam a seguinte figura para demonstrar o local onde o controller se situa dentro da empresa. Figura: O Papel Central do Controller (dentro dos conceitos-chave e relações abordada no livro desses autores) Fonte: Nilsson, Olve e Parment (2011 p. XXIII) Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 191), adicionalmente e mostrando problemas que podem ser verificados em empresas brasileiras comentam que “informação é poder dentro da empresa” e que em algumas situações e organizações nem todas as informações seriam disponibilizadas ao controller para que determinadas “áreas” ou “pessoas” não corram o risco de perder poder. E também questionam se o fato de tanta informação e poder serem concentrados na controladoria, o que criaria uma espécie de “guardião da informação”, não ocorrendo uma “democratização” do uso da informação, mas esses questionamentos e problemas mostram o quão importante e crucial é o trabalho do controller para a empresa. Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 195) realizam ainda uma análise muito apropriada da exposição de Padoveze (2003 p.4) sobre as duas abordagens que se têm na Contabilidade em relação ao controle: o conceito de controle econômico da Escola Italiana e o de Comunicação de informação econômica da Escola Norte-americana. Segundo Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 195) que chamam a abordagem de Padoveze “muito interessante” descrevem essa abordagem da seguinte forma: Informação Observe que, nessa figura, o controller se situa exatamente no meio do diagrama Pense Se em uma empresa todos os executivos tiverem um bom relacionamento, certamente o papel do controller será também mais simples e efetivo, mas isso nem sempre ocorre. Imagine a rotina de trabalho de um controller tendo que lidar muitas com interesses divergentes e conflitos entre os executivos, como esse trabalho não se torna muito mais difícil! 12 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico “a Controladoria assume ambos os conceitos, uma vez que atua no processo de medição ou avaliação de resultados e de desempenho para fins de produzir informação interna para a gestão da empresa. Talvez isso justifique o porquê de a contabilidade ter abraçado o estudo da Controladoria e sua disseminação, uma vez que esta utiliza as mesmas teorias preconizadas pela teoria contábil quer sejam as Teorias da Decisão, da Mensuração e da Informação. As semelhanças delas são muitas, especialmente no caso do enfoque da comunicação dos eventos por meio de um processo sistematizado que gera uma informação padronizada, em um relatório a ser analisado.” Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 195) chegam a comentar que a “Contabilidade alcançou sua plenitude como Controladoria”. E se, hoje, a controladoria seria um trabalho voltado aos usuários internos, nada impediria que suas informações também viessem a atingir os usuários externos. Ou como eles perguntaram: “Irá a Controladoria assumir todas as facetas da contabilidade para usuários externos, além dos internos? Atenção A literatura sobre controladoria apresenta o controller como um contador voltado às necessidades internas da empresa. Como um formador de “contabilidade gerencial”, as informações que prepara jamais seriam usadas por usuários externos. No entanto, temos visto que muitos controllers tam- bém precisam lidar e fornecer informações para controllers e executivos de outras empresas que trabalham em cadeia ou sob contrato em um mesmo empreendimento (Joint ventures, OSCIPS, consórcios, etc). A introdução das Normas Internacionais de Contabilidade acelerou a necessidade de geração de informações tanto qualitativas como quantitativas para uso nas demonstrações Fi- nanceiras (Contábeis) e em alguns casos, quando existe uma situação de “crise”(motivada por um acidente ou uma complicação que foi levada a público) com jornalistas e a mídia em geral. Assim, um pouco dessa pergunta de Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 195) já vem sendo respondida! A Controladoria em alguns casos já está assumindo facetas da contabilidade para usuários externos! Atenção Dentro dessa comparação técnica com a figura do comandante de um navio e o navegador, sugiro ler as matérias a seguir, que em particular mostram casos de mulheres brasileiras que vem alcançando importantes cargos de comando em navios: • https://goo.gl/5Nz0T • https://goo.gl/LW9a3f Em todas essas matérias jornalísticas, é possível verificar a rotina e a responsabilidade desses cargos de comando. Além dessa comparação técnica realizada por Padoveze (2003) e outros autores, Saramelli (2010) realiza uma outra comparação técnica com o universo da música, onde o primeiro violinista - Spalla também tem uma função muito importante dentro de uma orquestra sendo um importante apoio para o maestro e podendo inclusive assumir a responsabilidade por uma orquestra em alguns momentos, como em ensaios, por exemplo. Procure pesquisar sobre a função do “Spalla”! 13 Segundo Padoveze (2003 p. 33 e 34) apud Heckert e Willson (1963 p. 13/17), as funções do controller são as seguintes: • A função de planejamento. • A função de controle. • A função de reporte. • A função contábil. Horngren (1985 p. 14) e outros autores citam como função do controller: • Planejamento e controle. • Relatórios internos. • Avaliação e consultoria. • Relatórios externos. • Proteção de ativos. • Avaliação econômica. Roehl-Anderson e Bragg (2000 p. 2-5) apud Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 191) expõe as funções do Controller elencadas da seguinte forma: 1. Planejamento (responsável por determinar quem faz o quê e em quanto tempo na contabilidade e nos demais departamentos, no tocante ao orçamento). 2. Organização (responsável por determinar os recursos necessários para que se mantenha a qualidade dos serviços da controladoria). 3. Direção (responsável por manter um trabalho sinergético de todos os funcionários e departamentos). 4. Mensuração (responsável por mensurar o desempenho de todos os aspectos chaves em termos de padrões, excessos e/ou erros, bem como sua correção). 5. Análise financeira (Responsável por rever, interpretar e gerar recomendações sobre o desempenho financeiro e corporativo, o que requer excelentes estratégias de comunicação oral e escrita, além de convergência de informações entre a equipe de controladoria e de gestão). 6. Análise de processos (responsável por coordenar a revisão e avaliação, periodicamente, os processos principais da empresa, buscando manter o custo-benefício e a eficiência). Papel do Controller Glossário A palavra reporte em “função de reporte” ou de “reportar”, acima é um estrangeiris- mo com origem na língua inglesa, do verbo to report que traduzindo para o português seria demonstrar, mostrar, dizer, informar. Em algumas áreas, como na publicidade ou na militar, existe o termo briefing, que também significa dizer, informar. 14 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Analisando essas funções, Padoveze (2003 p. 34) traz o pensamento de Peleias (1991) em um esforço para resumir as funções do controller: “Podemos dizer que hoje é a Controladoria a grande responsável pela coordenação de esforços com vista à otimização da gestão de negócios das empresas e pela criação, implantação, operação e manutenção de sistemas de informação que deem suporte ao processo de planejamento e controle.” Padoveze (2003 p. 36), então, expõe que o Controller atua por meio de persuasão e influência. Para muitos, o fato do Controller reunir uma série de informações, sendo o “guardião da informação” e por isso também do poder como comentaram Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 191), não é a forma do controller exercer sua função de controle. O Controller não é um profissional coercitivo, punitivo, ou desagregador, ele deve atuar “no sentido de informar, formar, educar, influenciar e persuadir, nunca impor, de tal forma que todos ajam coordenadamente com os propósitos da empresa e, por conseguinte, obtenham eficiência nas suas áreas de responsabilidade; com isso, a empresa será lucrativa e eficaz. Dessa forma, Padoveze (2003 p. 37) argumenta que o Controller por conhecer a empresa como um todo, ter conhecimentos da ciência e gestão econômica, a ele são conferidas condições de exercer uma influência e persuasão sobre as demais áreas. Adverte que o Controller não tem responsabilidade em alcançar os resultados planejados, quem tem essa responsabilidade são os gestores! Assim, cabe a Controladoria monitorar esses resultados em relação ao que foi planejado em uma atitude de apoio, mas não de responsabilidade final em atingir os resultados traçados. Além disso, resume esse papel do controller da seguinte forma: • Monitoramento dos sistemas de informação gerenciais. • Apoio aos demais gestores. • Influência. • Persuasão. • Não toma decisões operacionais, exceto das da sua área. Em complemento ao estudo da função do Controller conforme expostas por Padoveze (2003) e Aquino, Mário e Cardoso (2007), temos uma interessantíssima abordagem de Nilsson, Olve e Parment (2011 p.274), autores de origem sueca, que expõem ”quatro funções do controller”, em uma matriz de dois por dois, que servem como ferramentas de análise com duas dimensões conforme havia sido proposto por um autor da área contábil ainda em 1931 (Jordan 1931), a seguir: Ao lado da Alemanha, a Suécia é um país com forte presença no Brasil, por meio de subsidiárias de suas principais empresas. 15 A seguir, uma figura com as “quatro funções do controller”: Figura: As funções do Controller e estratégias de negócios. Fonte: Nilsson, Olve e Parment (2011 p.281) Surge com esse conceito, quatro funções denominadas de: • Contador • Analista • Educador • Coach Diálogo com o Autor – Atenção a processos de grupo Os contatos e trajetórias de influência referentes à operação comercial a qual atua o controller. À esquerda há uma função mais tradicional, em que isso é essencialmente executado pelo gerente imediato do controller; à direita o controller interage com todos que sejam ativos na organização num nível operacional. Quando são tomadas decisões centralmente, o controller geralmente contribui com informações relevantes (na parte esquerda do diagrama); quando os problemas são decididos localmente o controller influencia as condições concernentes a como a decisão deve ser tomada, e a responsabilidade, assumida (na parte direita). – Número de fontes de informação As informações com que o controller trabalha. Na parte inferior, há uma função mais tradicio- nal, em que as informações são extraídas da contabilidade; na superior, todas as informações relevantes são utilizadas, tanto as financeiras como as não-financeiras. Isso corresponde à nos- sa diferenciação entre métricas vinculadas e relatórios financeiros, métricas analítico-financeiras e métricas não-financeiras. 16 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Sendo que: • O “Contador” são atividades ligadas estritamente com a contabilidade, incluindo as funções financeiras. • O “Analista” usa outras informações relevantes, mas que não são contábeis. • O “Educador” é o tempo consumido pelo Controller para disseminar conceitos financeiros para toda a organização. • O “Coach” é um exame, desenvolvimento e disseminação de informações e incentivos. Com base nessas quatro funções, o Controller apresenta as seguintes estratégias e funções de grupo, por exemplo, para uma situação envolvendo estratégias de negócios: Figura: As funções do Controller e estratégias de negócios. Fonte: Nilsson, Olve e Parment (2011 p.281) Observe que aqui, já estamos estudando sobre a atuação ou influência do controller sobre oplanejamento “estratégico”. É impossível prosseguirmos nossos estudos sem antes entendermos, afinal de contas, o que quer dizer “estratégia”? Segundo Aquino, Mário e Cardoso (2007 p. 197 e 198), as pessoas nem sempre pensam em qual é a melhor forma de realizar ou executar a maioria das tarefas do dia a dia. Poucas vezes, nos dedicamos a pensar ou raciocinar por exemplo, em qual é a melhor “estratégia” para tomar nosso banho, apesar disso representar um custo para nós. Dependendo das nossas decisões, podemos desperdiçar água que é fundamental ao meio ambiente, queimar combustíveis para aquecer a água. Ao utilizar produtos de higiene pessoal, não raramente utilizamos produtos químicos danosos ao meio ambiente. Estratégia, dos Pontos de Vista Militar e Empresarial 17 Mas... como é bom tomar um belo banho, não é mesmo? Um banho, ainda mais depois de um extenuante dia de trabalho pode ser muito prazeroso e reconfortante. Ou mesmo que não estejamos cansados, é prazeroso mesmo assim! Muitas vezes, demoramos e evitamos ao máximo entrar no banho, mas depois não queremos mais sair! Essa sensação de prazer e muitas outras, como o simples escovar de dentes ou comprar um presente para dar para uma pessoa querida são o que chamamos de “recompensas” ou em inglês “payoff”. O payoff, por sua vez, nos faz pensar que o custo-benefício de nossas ações tende a ser vantajoso, sem pensar nas consequências e principalmente, nas eventuais desvantagens. Aquino, Mário e Cardoso (2007 p.198) nos explicam que por isso temos “um comportamento estratégico de manutenção da ‘rota’ ”, ou seja, agimos por hábitos. Esses autores nos dizem que a tentativa [das empresas] é “provocar uma alteração no rumo a seguir, para que se obtenha êxito ou uma vantagem na competição de mercado”. Aquino, Mário e Cardoso (2007 p.198) comentam, assim como vários autores que abordam o tema da “estratégia” como Caminha (1982) que esse termo é de origem grega strategía e militar, significa o “escritório do general”, ou o local onde fisicamente o general ficava e portanto, pensava e formulava ações sobre o que fazer. Como dizem Aquino, Mário e Cardoso (2007 p.198) seria uma “arte de planejamento e execução para fins de alcançarem os objetivos, que em sua origem eram os de guerra, como escolher, onde, quando e com quem guerrear”. Esse termo, de origem essencialmente militar, com o tempo foi sendo usado em outras áreas como a política, a administração e a economia. Mas se difundiu tanto, que acabou de uma certa forma, como diz Caminha (1982), se banalizando. Tudo acabou virando “estratégico”. Segundo esse autor, “por causa da ampliação do círculo de influência da estratégia também aos meios políticos e devido a ausência de uma terminologia para tratar problemas de ação e decisão, a palavra caiu em um uso comum, sendo usada na administração pública, nas empresas privadas, em partidos políticos e até mesmo em associações esportivas.” De acordo com Eccles (1968), apud Caminha (1982), é lamentável a utilização da palavra estratégia em termos mais amplos: “Quando qualquer documento desprovido de menor importância recebe o rótulo de estratégia, em vez de simplesmente, norma ou plano, o significado da palavra estratégia degrada-se”. Nesse tom de lamento, Caminha (1982) diz que decisões rotineiras foram elevadas inadequadamente à égide de “estratégia” o que resultou na falsa ideia de que a estratégia “é uma atividade intelectual que surge quando há alguma dificuldade a vencer, uma confusão com a arte da tomada de decisão”. Para Caminha (1982), então, o termo Estratégia seria apenas de uso militar. É o que ele diz: “Caracterizam as situações a serem consideradas pela estratégia, além da existência de objetivos amplos de possível conflitância, a presença de vontades antagônicas, a existência de meios que poderão ser empregados de forma violenta e a existência, nos dois campos confrontantes, de estruturas de comandos habilitadas a desencadearem ações planejadas com os elementos disponíveis do Poder”. 18 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Sob essa definição militar, de fato, não haveria estratégia na área administrativa e comercial, porque apenas militares tem condições de lidar com conflitos onde existam vontades antagônicas e provável uso de poder e meios violentos. No entanto, sabe-se que no mundo dos negócios existem situações que podem ser comparadas com a estratégia militar, Assim, a estratégia empresarial absorveria os mesmos significados do meio essencialmente militar. Por exemplo, pode ocorrer hostilidade entre concorrentes. É claro que nenhuma empresa irá empregar meios violentos em suas ações, isso seria um absurdo, mas um empresário não hesitaria em eliminar um concorrente do mercado. Os executivos então precisam saber lidar com ambientes e situações hostis, em um processo comparável ao dos militares. Mas é com Hafsi e Martinet (2008) que vemos um outro aspecto da estratégia empresarial que se inspira não no ambiente militar, mas na medicina! Hafsi e Martinet (2008) comentam que um século atrás, a Harvard Business School foi criada com o objetivo de se criar uma profissionalização dos empresários, mas nesse momento os professores não sabiam como ensinar administração. A dificuldade estaria em entender o sucesso empresarial, já que as empresas não obedecia a regras, mudavam o tempo todo. Inspirados na medicina, os professores da Harvard Business School descobriram uma abordagem prática enunciada por Hipócrates, que segundo as palavras de Roethlisberger (1977): “O primeiro elemento do método é um trabalho difícil, persistente, ininterrupto, no quarto do paciente e não na biblioteca; uma adaptação completa do médico à sua tarefa, uma adaptação que não era simplesmente intelectual. O segundo elemento do método apoia-se em observações precisas das coisas e dos acontecimentos, na escolha, guiada por um juízo baseado no conhecimento e na experiência, dos fenômenos recorrentes e que ressaltam, além da sua classificação e da exploração metódicas. O terceiro elemento é a construção judiciosa de uma teoria – não de uma teoria filosófica, nem tampouco um grande esforço de imaginação, nem um dogma quase-religioso, mas um modesto processo pedestre ou talvez, dever-se-ia dizer, um bastão útil para a caminhada e a sua utilização posterior”. Hafsi e Martinet (2008) expõem que a Harvard Business School começou a usar “estudos de casos”, método inspirado em Hipócrates e o que se chamou posteriormente de bâton d´aveugle (bengala de cego) em alusão ao bastão citado por Hipócrates. A base do ensino na Harvard Business School (até os dias atuais) são os estudos de caso que logo foram ordenados em um guia popularizado como o Conceito de Estratégia Corporativa de Harvard, ou “modelo de Andrews”. Aquino, Mário e Cardoso (2007 p.198) comentam que em Economia, utiliza-se a figura dos jogos competitivos, onde “a estratégia é o plano de ação ou regra para participar de um jogo (econômico)”. João Carlos Gonçalves Caminha é um autor da área militar, sendo Vice-almirante na época em que escreveu um livro sobre estratégia militar. 19 A identificação da melhor estratégia será baseada na capacidade de aumentar sua recompensa em relação ao esperado, e obviamente esse será ou tenderá a ser o comportamento dos demais envolvidos nessa competição econômica. Estudados esses importantes aspectos sobre “estratégia”, que são imprescindíveis para o nosso estudo, vamos agora explorar como o controller lida com a estratégia empresarial. Padoveze (2003 p. 91) argumenta que a controladoria na estratégia, ou a participação da Controladoria no Planejamento Estratégico das empresas é um tema que vem sendo objeto de polêmica atualmente. Alguns autores entendem que deve existir um ramo ou tipo de controladoria específica para lidar com estratégia, o que seria a “Controladoria Estratégica”. Explore O jogo de xadrez, conforme nos dizem Aquino,Mário e Cardoso (2007 p.198), é muito interessante para entender estratégia, porque simula uma batalha onde por meio do equilíbrio entre defesa-ata- que é possível vencer uma batalha. Observe que para obter uma vitória no xadrez é necessário fazer sacrifícios (custos). Alguns games de estratégia também tem essa mesma conotação! Em Síntese Ou seja, o que usamos em estratégia empresarial é algo diferente da definição clássica de estratégia militar, mas que guarda algumas semelhanças com o meio militar (principalmente as vontades antagônicas a “hostilidade” entendida como concorrência), embora haja outras influências significativas como a medicina com seus métodos “pedestres” de experimentação, aprendizado e escolha daquilo que é mais efetivo e a Teoria dos Jogos, onde o que importa é o aumento das recompensas em relação ao esperado. À parte, as influências, entende-se que “estratégia empresarial” não são decisões de rotina ou um exercício de resolução de problemas, são pensamentos elevados, por vezes para lidar com situações muito difíceis e que ajudam a empresa a lidar de forma eficiente com a competição. No Filme “Tropa de Elite” há uma cena muito interessante, onde o Capitão Nascimento chama os seus soldados para treinamento no meio da madrugada, sendo que todos estavam exaustos, para falar justamente das definições de “estratégia”, do ponto de vista militar! Veja esse filme e essa cena, que traz um ensinamento muito interessante sobre trabalho em equipe e confiança. Tropa de Elite, Brasil, 2007 José Padilha 118 min. Controladoria Estratégica e Planejamento Estratégico 20 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Martins (2003), em uma atitude que ele chamou de “semente”, disse que o contador precisa conhecer o plano estratégico da empresa monitorando suas ações, propiciando meios para que os gestores tenham uma melhor atuação, ou uma postura mais proativa. Segundo o autor, essa tarefa não seria limitada a empresa, mas também envolveria a cadeia de valor, onde podem estar oportunidades para a empresa aumentar a sua competitividade. Em uma definição impressionantemente simples, Roslender e Hart (2003) dizem que a controladoria estratégica seria: Fazer a contabilidade gerencial ser mais estratégica! Padoveze (2003 p. 93) argumenta ainda que o trabalho de Planejamento Estratégico normalmente é reservado a poucas pessoas na empresa e que participar desse processo requer do profissional um conhecimento adicional. Além do conhecimento necessário para efetivar o exercício de sua função, ele deve ter conhecimentos profundos de todos os outros fatores que são necessários para entender e tomar decisões estratégicas. Além disso, lista alguns conhecimentos importantes para realizar o planejamento estratégico: – Competitividade. Segundo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), apud Nakagawa (1993 p. 5-6): “Competitividade de uma empresa pode ser definida, em sentido amplo, como sua capacidade de desenvolver e sustentar vantagens competitivas que lhe permitam enfrentar a concorrência. Esta capacidade competitiva empresarial é condicionada por um amplo conjunto de fatores internos e externos à empresa. Em nível interno, a competitividade empresarial resulta, em última instância, de decisões estratégicas, através das quais são definidas suas políticas de investimento, de marketing, tecnológica, de gestão da produção, financeira, de recursos humanos, etc. O objetivo de tais decisões deve ser atingir padrões de preço, qualidade e prazo de entrega competitivos com os padrões vigentes nos mercados atendidos pela empresa”. Essa definição do BNDES nos enseja conhecer os conceitos de Estratégia Competitiva e Vantagem Competitiva. Como Estratégia competitiva, Padoveze (2003 p. 93) cita: Para Pensar Observe como essa simples definição de Roslender e Hart (2003) traz em seis palavras um conjunto enorme de ações e um verdadeiro desafio para o controller: Como a contabilidade gerencial pode ficar mais estratégica? Não é simples de responder a essa pergunta, mas é possível comentar que o contador deve observar o que os outros executivos estão fazendo e entregar a eles nos momentos corretos, com rapidez e acurácia informações que vão fazer diferença na hora de uma decisão. Não é nada fácil! 21 Padoveze (2003 p. 94) diz que para Thompson (1995) “estratégias são meios para fins e estes fins relacionam-se com os propósitos e objetivos da organização”. Nesse sentido, a administração estratégica é “o processo pelo qual as organizações determinam seus objetivos e níveis desejados de consecução, decidem sobre ações para atendimento desses propósitos em uma escala de tempo apropriada e frequentemente em um ambiente de mudança, implementam as ações e asseguram progressos e resultados”. Padoveze (2003 p. 94) lista três “elementos essenciais da administração estratégica” a seguir: • Percepção – conhecimento da situação estratégica • Formulação – escolha das estratégias apropriadas • Implementação – fazer acontecer a estratégia escolhida Padoveze (2003 p. 94) lista três níveis de estratégias, que são ligados e interdependentes, conforme Thompson (1995): Diálogo com o Autor Estratégia competitiva: Cursos de ação específicos que são desenvolvidos para criar vantagens competitivas sustentáveis em produtos particulares ou mercados identificados na persecução de objetivos identificados. Vantagem Competitiva: É distinta e idealmente sustentável sobre os competidores ou concorrentes. É mais do que uma ideia de uma estratégia competitiva, que pode ou não ser distintamente comprovada. Porter (1996) diz que ela pode provir de: • Liderança de custo (quando a empresa consegue preços ao redor da média do mercado e lu- cros superiores, porque seus custos são menores do que aqueles de seus rivais). • Diferenciação (quando o valor é adicionado nas áreas de significância real para os clientes que estarão, então, desejando pagar um prêmio pela distinção ou diferenciação. Isto é possível através de uma faixa de produtos ou serviços diferenciados, cada qual desenhado para dar um apelo a um segmento diferente, assim como focar apenas num segmento). Diálogo com o Autor • A estratégia competitiva - Relacionada com a criação e manutenção de uma vantagem competitiva em cada uma das diversas áreas dos negócios da empresa. Ela pode ser consegui- da dentro de uma única função ou em uma combinação de várias funções. • A estratégia funcional - Para cada atividade funcional, tais como: produção, marketing e recursos humanos. É crítico que essas estratégias funcionais sejam planejadas e administradas de um modo coordenado, uma vez que são inter-relacionadas com outras e, ao mesmo tempo, permitindo coletivamente que as estratégias competitivas sejam propriamente implementadas. • A estratégia corporativa - Relacionada com a decisão de quais negócios a organização deve participar e como o grupo de atividades pode ser estruturado e administrado. Uma organização pode escolher focar em um único produto ou serviço, concentrando-se em produtos e serviços que sejam relacionados- seja através de tecnologia, seja mediante marketing-, ou diversificar em negócios não relacionados. 22 Unidade: O Papel da Controladoria no Planejamento Estratégico Padoveze (2003 p. 95) cita a “estratégia da sobrevivência” de Ansoff (1990) como uma condição imprescindível para a empresa: “... quando qualquer OSA (Organização a Serviço do Ambiente) se confronta com a perspectiva de extinção, concentra toda sua energia na busca de uma estratégia de sobrevivência”. Padoveze (2003 p. 95), com base no trabalho de Ward (1996 p. 33) lista uma série de trabalhos comumente realizados nas empresas por controllers, ao qual denominou de focos de atuação da Controladoria/Contabilidade Estratégica, para atender a diversos propósitos ou tipos estratégicos: Para Pensar De fato, embora
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