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Bioquímica Aplicada à Enfermagem Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Fabrício Ribeiro de Campos Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Água e Carboidratos Água e Carboidratos • Conhecer as principais composições químicas da água e dos carboidratos; • Conhecer as estruturas e ligações químicas desses compostos; • Conhecer a classificação dos carboidratos e suas funções biológicas. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • A Água; • Funções da Água; • Características da Molécula de Água; • Carboidratos: Introdução e Definição. UNIDADE Água e Carboidratos A Água Você sabe qual a importância da água para os seres vivos? Como a água participa dos processos bioquímicos do nosso organismo? Para ajudá-lo(a) a elucidar um pouco essas questões, acesso o link a seguir e faça uma leitura do artigo “Importância da água e suas propriedades para a vida” de Eleonora Cano Carmona. Disponível em: https://bit.ly/2LLVGTy Os primeiros organismos vivos da Terra com certeza nasceram em um ambiente aquoso e a evolução das espécies ao longo do tempo tem sido moldada por esse ambiente (aquoso). Figura 1 – A água Fonte: Fotolia A água é responsável pela composição de mais de 70% do peso nos organis- mos vivos. Para compreendermos as ações das biomoléculas, necessitamos primeiramente entender como as forças de atração entre as moléculas de água e seus produtos de ionização, H+ e OH–, interferem na estrutura, organização e nas propriedades dos componentes celulares, nas proteínas, carboidratos, ácidos nucléicos e lipídeos. A água como solvente universal influencia na conformação, na resistência e na especificidade das biomoléculas, devido à sua capacidade de formar ligações (através de pontes de hidrogênio) com outras moléculas de água e também com solutos. Sendo assim, é a partir da água e de suas propriedades de ligação que as estruturas biológicas e as reações bioquímicas orgânicas ocorrem. 8 9 Figura 2 – Molécula de água Fonte: Getty Images No organismo humano, ela é responsável por manter em equilíbrio o meio interno, promovendo distribuição homogênea do total da água no corpo; pela manutenção do pH dos compartimentos corporais; e pela concentração adequada dos eletrólitos. A seguir, apresentamos a estrutura molecular da água e suas pontes de hidrogênio (ligações covalentes). Figura 3 – Moléculas de água formando uma estrutura em rede, através de ligações de hidrogênio (marcadas a preto) Fonte: Wikimedia Commons Círculos maiores em vermelho: átomos de oxigênio. Círculos menores, em azul: átomos de hidrogênio. Além disso, em nível celular, dois terços do volume da água compõem o fluido intracelular e um terço restante compõe o fluído extracelular (plasma). Você consegue imaginar como o nosso corpo é composto bioquimicamente? E quais elementos químicos estão presentes em nossa constituição? Acesse a figura a baixo e vamos observar uma breve exemplificação dos compostos químicos do nosso corpo. Composição química do corpo humano. Acesse em: https://bit.ly/2TpMkku 9 UNIDADE Água e Carboidratos A compreensão das funções da água nos sistemas biológicos é crucial para o entendimento dos processos bioquímicos do nosso corpo. Por isso, a seguir, iremos listar algumas das suas principais funções. Funções da Água A água desempenha várias funções que são vitais para o bom funcionamento do organismo humano; dentre elas, podemos citar: • solvente para grande parte das substâncias que existem nas células; • via de excreção de substâncias metabolizadas pelo organismo; • transporte de substâncias (nutrientes) para dentro e fora das células; • meio pelo qual ocorrem reações químicas celulares; • participa da regulação térmica. Características da Molécula de Água A molécula de água é constituída por dois átomos de hidrogênio ligados co- valentemente a um átomo de oxigênio. Esses átomos estão dispostos de forma angular (104,45°) e não de forma linear como em outras moléculas. Tal fato se deve ao oxigênio possuir elevada carga eletronegativa em relação ao hidrogênio, isso faz com que os elétrons compartilhados estejam mais presentes no lado do oxigênio que do hidrogênio, gerando dois dipolos elétricos na molécula de água, um ao longo de cada ligação O—H (hidrogênio carrega cargas positivas e oxigênio carga negativa). Por isso, há uma atração eletrostática maior entre o átomo de oxigênio de uma molécula de água e o hidrogênio de outra molécula; a essa ligação dá-se o nome de ligação de hidrogênio ou pontes de hidrogênio. O conhecimento dessas ligações é fundamental para compreendermos os processos bioquímicos celulares. Figura 5 – A molécula de água Fonte: Wikimedia Commons 10 11 Os átomos dispõem-se formando um ângulo de 104,5º. A diferença de ele- tronegatividade entre os dois tipos de átomos provoca a existência de um dipolo elétrico, com uma concentração de carga negativa na vizinhança do átomo de oxigênio. As moléculas de água, ao se aproximarem, são atraídas pela carga elétrica positiva do hidrogênio de uma molécula e a carga elétrica negativa do oxigênio de outra molécula, resultando em uma ligação denominada ponte de hidrogênio. As ligações químicas entre os elementos químicos que compõem a molécula de água (hidrogênio e oxigênio) são cha- madas de ligações covalentes. Acesse em: https://bit.ly/2XgXnO6 Outra característica importante da molécula de água é a sua propriedade como solvente. Devido às suas características moleculares, tais como a natureza polar e as pontes de hidrogênio, torna-se com grande poder de interação como solvente univer- sal, já que é um dos constituintes principais da célula viva. Nesse ponto, é importante observar que algumas moléculas podem ser solúveis em meio aquoso e outras não. Se forem solúveis, recebem o nome de hidrofílicas e se não forem solúveis, recebem o nome de hidrofóbicas. No geral, as moléculas polares são consideradas hidrofílicas e as apolares hidrofó- bicas. Por exemplo, a molécula de água dissolve sais como o NaCl – sal de cozinha - (molécula hidrofílica) por hidratação e estabilização dos íons Na+ e Cl–, enfraquecendo suas ligações e, assim, impedindo a associação para formar uma rede cristalina. A seguir, a solubilidade de NaCl em água. Figura 5 – À medida que as moléculas de água se ligam aos íons Na+ e Cl – a força eletrostática necessária para a formação da rede cristalina de NaCl é desfeita Fonte: Wikimedia Commons Outro exemplo seriam os fosfolipídeos (moléculas hidrofóbicas), são constituintes da membrana celular e possuem duas extremidades (polar – cabeça e apolar – cauda). Devido a essa capacidade, possibilitam o transporte de moléculas do meio interno e externo da célula e também separam o meio aquoso interno do externo. 11 UNIDADE Água e Carboidratos Figura 6 – Camada fofolipídica da membrana celular Fonte: Wikimedia Commons Ionização da Água A molécula de água é considerada neutra, porém pode apresentar-se com um certo grau de ionização (dissociação) e a sua ionização pode ser descrita através de uma constante de equilíbrio. Essa tendência em ionizar-se produz um íon hidrogênio (H+) e um íon hidróxido, ocorrendo, assim, o equilíbrio: H2O ⇌ H+ + OH– A ionização corresponde a quando uma molécula qualquer se torna carregada, seja por cargas positivas ou negativas. Geralmente, pequenas proporções de molé- culas de água se dissociam; a 25°C apenas 2 em cada 109 moléculas na água pura são ionizadas para formar íons hidrogênio (H+) e hidroxila (OH–). A constante de equilíbrio para ionização reversível da água segue esta fórmula: [ ] – 2 eq H OH K H O + = Na água pura a 25°C, a concentração é 55,5 M – gramas de H2O em 1 litro divididos pela massa molecular da mesma – 1000 / 18 = 55,5 M. Portanto, na expressão constante de equilíbrio, o valor 55,5 M pode ser substituído, gerando: [ ] – 55,5eq H OH K + = Recalculando, isso se torna: ( )( ) –55,5 eq wM K H OH K+ = = 1213 Onde Kw = produto (55,5M) (Keq), que significa o produto iônico da água a 25°C. O valor da condutividade elétrica da água a 25°C é 1,8 X 10-16, que corresponde ao valor para Keq. Portanto, temos: ( )( )– 16 14 255,5 1,8 10 1,0 10wK H OH M X M X M+ − − = = = Sendo assim, o produto de [H+] e [OH–] em solução aquosa a 25°C é sempre igual a 1 X 10-14 M2 – enquanto houver concentrações iguais de H+ e OH–, tal como a água pura, podemos afirmar que a solução está com pH neutro. Sendo o produto iônico da água constante, quando [H+] é maior que 1 X 10–7 M, a concentração de [OH–] é menor que 1 X 10–7 M, e vice-versa. Assim, quando a concentração de [H+] é extremamente alta, como no ácido clorídrico, a concentração de [OH–] é muito baixa. Portanto, para água neutra a 25°C, a concentração de íons [H+] e [OH–] é 1 x 10–7 M. A escala de pH representa as concentrações de H+ e OH–, o termo pH é definido pela expressão: 1log – logpH H H + + = A letra p significa “logaritmo negativo de”. Em uma solução neutra a 25°C, a concentração de íons de hidrogênio tem o valor de 1 x 10–7 M, o pH é calculado da seguinte forma: 7 1log 7,0 1,0 10 pH X − = = Portanto, para a água neutra a 25°C, o pH e o pOH são iguais a 7. Quando o pH cai, a concentração de íons H+ sobe e o OH– cai; quando o pH sobe, a concentração de H+ cai e OH– sobe. A seguir, a escala de pH. Figura 7 – A escala de pH e pOH Fonte: Wikimedia Commons Quanto menor o pH, mais ácida é uma solução: a acidez do suco gástrico ajuda a digestão. O sangue humano tem um pH ligeiramente superior a 7. Produtos comerciais de limpeza têm muitas vezes caráter alcalino. 13 UNIDADE Água e Carboidratos A medida do pH é um dos procedimentos mais importantes e utilizados na bioquímica. O pH interfere na estrutura molecular e na atividade das macromoléculas biológicas. Por exemplo, as atividades das enzimas em nosso organismo são alteradas e influenciadas pela ação do pH. Na prática médica, as medidas do pH do sangue e da urina são constantemente utilizadas. O pH sanguíneo dos diabéticos com glicemia alterada e não controlada é abaixo do valor normal de 7,4, a esse evento chamamos de acidose; em outras doenças, quando o pH sanguíneo aumenta acima desse valor, ocorre uma condição chamada de alcalose. Tanto a acidose quanto a alcalose são eventos que prejudicam a vida e o equilíbrio do organismo. Agora que já discutimos um pouco sobre a importância da água e suas caracte- rísticas principais, vamos aprender um pouco mais sobre outro composto orgânico extremamente importante para todos os seres vivos, o nome dele é carboidrato! Vamos estudar um pouco mais sobre ele? Você já parou para pensar como nosso organismo obtém energia através da alimentação? E qual composto químico em nossa dieta alimentar é responsável por nos fornecer tal energia? Será que o carboidrato é capaz de nos fornecer toda essa energia que faz a máquina celular funcionar? Essas e outras questões discutiremos a seguir! Carboidratos: Introdução e Definição Os carboidratos são também chamados de hidratos de carbono e são as biomolé- culas mais presentes em nosso planeta. Alguns carboidratos possuem sabor adocica- do e por isso são chamados também de açúcares, são exemplos: a frutose, sacarose e a glicose, presentes em nossa alimentação. Para se aprofundar mais no assunto sobre os carboidratos. Acesse: https://bit.ly/3bPCz5B Figura 8 – Glicose, Frutose e Sacarose Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 14 15 Os açúcares e o amido são os principais componentes da dieta de muitas pessoas no mundo, e a degradação desses compostos constitui a principal via de obtenção de energia pelas células vivas não fotossintéticas. Além disso, como função, os carboi- dratos constituem elementos estruturais e protetores da parede celular de bactérias e dos vegetais e funcionam também como sinalizadores em nosso organismo quando associados a uma proteína ou a um lipídeo. São também lubrificantes das articula- ções esqueléticas e fornecem coesão entre as células. Os carboidratos, portanto, são definidos como poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxi- cetonas, substâncias que quando hidrolisadas formam dois grupos: aldeídos ou cetonas. Muitos carboidratos possuem a fórmula empírica (CH2O)n, outros possuem em sua constituição a presença de outros elementos químicos, como nitrogênio, fósforo e enxofre. A seguir, iremos compreender como os carboidratos são classificados. Classificação dos Carboidratos Os carboidratos são divididos em três categorias: • Monossacarídeos; • Oligossacarídeos; • Polissacarídeos. O termo sacarídeo significa açúcar e é derivado do grego sakcharon. Os monossacarídeos, também conhecidos como açúcares simples, são constituídos por uma molécula de polihidroxialdeído ou polihidroxicetona. A fórmula geral dos monossacarídeos é: CnH2nOn onde n ≥ 3. A glicose (C6H12O6) é o monossacarídeo mais abundante da natureza, chamado também de dextrose. De acordo com o seu número de átomos de carbonos mais a terminação “ose”, os monossacarídeos podem receber diversos nomes, tais como: • 3 carbonos = triose (C3H6O3); • 4 carbonos = tetrose (C4H8O4); • 5 carbonos = pentose (C5H10O5); • 6 carbonos = hexose (C6H12O6); • 7 carbonos = heptose (C7H14O7). Os monossacarídeos são representados pelos grupos aldeídos e cetonas com duas ou mais hidroxilas, sendo a glicose e a frutose com cinco grupos hidroxila. Caso o grupo carbonila (C=O) esteja em uma das extremidades da molécula de carbono, ela é conhecida como um aldeído, chamada de aldose; caso o grupo carbonila (C=O) esteja no meio da cadeia carbônica ou em qualquer posição menos nas extremida- des, recebe o nome de cetona, chamada de cetose. A seguir, veremos a diferença entre ambas as cadeias. 15 UNIDADE Água e Carboidratos Figura 9 – Glicose (aldose) e frutose (cetose) Fonte: Wikimedia Commons Monossacarídeos aldoses: Figura 10 – Projeção de Fischer das aldoses Fonte: Wikimedia Commons (1) gliceraldeído; (2a) eritrose; (2b) treose; (3a) ribose; (3b) arabinose; (3c) xilose; (3d) lixose; (4a) allose; (4b) altrose; (4c) glucose; (4d) manose; (4e) gulose; (4f) idose; (4g) galactose; (4h) talose. 16 17 Monossacarídeos cetoses: CH2OH CH2OH C=O Di-hidroxiacetona D-Eritrulose D-XiluloseD-Ribulose D-Psicose CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH C=O C=O H OH H OH H OH CH2OH CH2OH C=O H OH H OH H OH D-Frutose CH2OH CH2OH C=O HHO H OH H OH D-TagatoseD-Sorbose CH2OH CH2OH C=O H H OH HO H OH CH2OH CH2OH C=O HHO HHO H OH CH2OH CH2OH C=O HHO H OH Figura 11 – Estrutura das D-cetoses Fonte: Adaptado de BRUICE, 2006 Os monossacarídeos comuns com cinco ou mais átomos de carbono em seu esqueleto possuem formas cíclicas (anel), e não linear, através da reação entre o grupamento álcool (-OH) com o grupamento aldeído (originando hemiacetais) ou grupamento cetona (originando hemicetais). Figura 12 – Formação de hemiacetal Fonte: Wikimedia Commons 17 UNIDADE Água e Carboidratos Figura 13 – Formação de hemicetal Fonte: Wikimedia Commons Os oligossacarídeos são açúcares formados por um pequeno grupo de monossa- carídeos unidos por ligações covalentes chamadas de glicosídicas. Essas ligações são realizadas entre duas hidroxilas de duas moléculas de monossacarídeo com a perda de uma molécula de água. Observe na Figura 14 essas interações. Figura 14 – Ligação glicosídica entre dois monossacarídios Fonte: Wikimedia Commons Dos oligossacarídeos, os mais comuns são os dissacarídeos, açúcares que por hidrólise fornecem duas moléculas de monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação glicosídica. Podemos citar como exemplo os dois dissacarídeos mais comuns: a sacarose, formada pela ligação α 1,2 entre uma molécula de glicose e uma frutose – a sacarose é encontrada no açúcar de mesa ou açúcar de cana; e a lactose, outro dissacarídeo formado pela ligação β 1,4 entre uma molécula de glicose e uma de galactose - ela está presente no leite eseus derivados. A seguir apresentamos essas moléculas. Figura 15 – Estrutura da sacarose Fonte: Wikimedia Commons 18 19 Figura 16 – Estrutura da lactose Fonte: Wikimedia Commons Assim como os monossacarídeos, os dissacarídeos também possuem terminologia com sufixo “ose”, conforme visto anteriormente. Os polissacarídeos são compostos por centenas ou milhares de monossacarídeos, sendo a glicose o mais prevalente deles. São as formas de carboidratos mais encon- tradas na natureza e são também chamados de glicanos, diferindo-se uns dos outros pela composição e tipo de monossacarídeos, pelo tamanho das cadeias carbônicas, tipos de ligações químicas e o grau de ramificação. A seguir apresentamos a estrutura de um polissacarídeo – celulose. Figura 17 – Parte da estrutura da celulose (polissacarídeo) Fonte: Wikimedia Commons Os polissacarídeos podem ser chamados de Homopolissacarídeos ou Hetero- polissacarídeos. Os homopolissacarídeos são constituídos por apenas um tipo de unidade mono- mérica. Alguns deles, como o amido e o glicogênio, funcionam como reserva de energia, o amido nas células vegetais e o glicogênio em células animais; e outros, como a celulose e quitina, constituem a parede celular de plantas e exoesqueleto de alguns animais. 19 UNIDADE Água e Carboidratos Figura 18 – Molécula de glicogênio Fonte: Wikimedia Commons O amido é utilizado pelas plantas para armazenar energia, é constituído por dois tipos de polímeros da glicose: amilose e amilopectina. A amilose ( Figura 19) é cons- tituída por cadeias longas e não ramificadas, enquanto a amilopectina ( Figura 20) é amplamente ramificada. Figura 19 – Amilose: cadeia linear com ligações glicosídicas (α 1 – 4) Fonte: Wikimedia Commons Figura 20 – Amilopectina: cadeia ramifi cada; ligações glicosídicas (α1 – 4) e (α1 – 6) a cada 24 a 30 resíduos Fonte: Wikimedia Commons O glicogênio é o polissacarídeo de reserva de energia das células animais, no homem é armazenado no fígado, chegando a 7% do seu peso líquido, e também nos músculos esqueléticos. É um polímero composto por unidades de glicose unidas através de ligações (α1 – 4), com ligações (α1 – 6); é similar à amilopectina, porém mais densamente ramificado: cada ramo possui de 8 a12 resíduos. 20 21 Figura 21 – Molécula de glicogênio Fonte: Wikimedia Commons A celulose é outro homopolissacarídeo, constituído por uma substância fibrosa, rígida e insolúvel em água, presente na estrutura da parede celular dos vegetais (raízes, tronco e ramificações); é parecida com a amilose, linear e não ramificada, é formada por cerca de 10.000 a 15.000 moléculas de glicose, porém com configura- ção β, enquanto a glicose da amilose possui configuração α. Na celulose, as ligações glicosídicas são do tipo β1 – 4. Figura 22 – Molécula da celulose Fonte: Wikimedia Commons A quitina é um homopolissacarídeo linear, composto por polímero de N-acetil- -D-glicosamina, com ligações (β1–4). Principal componente do exoesqueleto de artrópodes, insetos, caranguejos, lagostas, é o segundo polissacarídeo mais abun- dante na natureza depois da celulose – cerca de 1 bilhão de toneladas de quitina são produzidas por ano na biosfera. Figura 23 – Molécula de quitina Fonte:Wikimedia Commons Já os heteropolissacarídeos são compostos por dois ou mais tipos diferentes de unidades monoméricas. Funcionam como suporte extracelular para os mais variados organismos vivos, conferindo proteção, forma e suporte para as estruturas celulares, órgãos e tecidos, e também como constituinte da camada rígida do envelope celular de bactérias (peptidoglicano). 21 UNIDADE Água e Carboidratos Figura 25 – Peptidoglicano Fonte: Wikimedia Commons Agora que você já estudou sobre a água e os carboidratos, suas principais fun- ções, ligações e estruturas químicas, podemos nos aprofundar mais um pouco sobre outras biomoléculas importantes também para nosso conhecimento, são elas os aminoácidos e as proteínas. No próximo capítulo, iremos conhecer essas biomoléculas e suas funções. Até breve e bons estudos! 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Biologia das células: origem da vida, citologia e histologia, reprodução e desenvolvimento AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das células: origem da vida, citologia e histologia, reprodução e desenvolvimento. 2ª ed. Moderna: São Paulo, 2004. Bioquímica VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013 . (e-book) Leitura Carboidratos: estrutura, propriedades e funções https://bit.ly/3bPCz5B Importância da água e suas propriedades para a vida https://bit.ly/2LLVGTy 23 UNIDADE Água e Carboidratos Referências MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica básica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. NELSON, D. L; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6ª ed. São Paulo: Artmed, 2014. 24
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