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Resumo de IESC M2 – Duda Valio Conhecer sobre o diagnóstico de gravidez (presunção/ probabilidade e certeza) e fisiologia da gestação. SINAIS CLÍNICOS A gravidez deve ser suspeitada sempre que uma mulher em idade reprodutiva apresentar atraso menstrual, principalmente quando maior que uma semana. A suspeita clínica devida ao atraso menstrual é mais forte se seus ciclos menstruais são regulares e as relações sexuais são sem uso ou com uso inconsistente de contracepção. No entanto, mesmo as mulheres que relatam uso consistente de contracepção podem engravidar, porque nenhum método é 100% efetivo. O atraso da menstruação pode ser um sintoma difícil de avaliar, porque algumas mulheres têm ciclos menstruais irregulares. Além disso, o sangramento de pequena monta é relativamente comum na gravidez precoce normal, e muitas vezes ocorrendo no mesmo período em que seria esperada a menstruação (Ananth e Savitz, 1994; Harville et al., 2003). Em um estudo prospectivo, em torno de 9% das mulheres experimentaram pelo menos um dia de sangramento vaginal durante as primeiras oito semanas de gravidez (Harville et al., 2003). Didaticamente, os achados na gravidez podem ser divididos em sinais de presunção, probabilidade e certeza. Sinais de presunção: • Náuseas e vômitos; • Polaciúria; • Atraso menstrual até 14 dias; • Aumento da sensibilidade álgica mamária; • Cloasma gravídico ou máscara gravídica: manchas provocadas pelo aumento da produção de melanina circundando parte da testa, ao redor do nariz, bochecha e lábio superior; • Linha nigra: pigmentação da linha alba; • Sinal de Halban: aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo; • Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas hipertrofiadas nas aréolas; • Rede de Haller: aumento da vascularização venosa na mama; • Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola primária e aparecimento da aréola secundária com limites imprecisos. Sinais de probabilidade: • Atraso menstrual maior que 14 dias; • Amolecimento do colo uterino percebido pelo toque (semelhante à consistência labial) a partir de seis semanas de gestação; Resumo de IESC M2 – Duda Valio • Sinal de Hegar: amolecimento do istmo uterino (durante o toque bimanual, a sensação é semelhante à separação do corpo da cérvice); • Sinal de Piskacek: assimetria uterina à palpação; • Sinal de Nobile-Budin: percepção pelo toque do preenchimento do fundo de saco pelo útero gravídico (útero se torna globoso); • Sinal de Osiander: percepção do pulso da artéria vaginal ao toque vaginal; • Sinal de Jacquemier: coloração violácea do meato urinário e da vulva, entre 8 e 12 semanas; • Sinal de Kluge: coloração violácea da vagina, entre 8 e 12 semanas; • Alterações do muco cervical: torna-se viscoso, mais espesso e não se cristaliza; • Aumento do volume uterino: o útero aumenta de tamanho em cerca de 1 cm por semana após quatro semanas de gestação. A correlação entre o tamanho uterino e a idade gestacional é frequentemente descrita em termos de fruta (por exemplo, tamanho de seis a oito semanas = pera pequena, tamanho de 8 a 10 semanas = laranja, tamanho de 10 a 12 semanas = toranja ou grapefruit). O útero permanece um órgão pélvico até aproximadamente 12 semanas de gestação, quando se torna suficientemente grande para se palpar abdominalmente logo acima da sínfise do púbis, a menos que a mulher seja obesa. Na 16ª semana, o fundo uterino é palpável a meio caminho entre a sínfise do púbis e o umbigo. Sinais de certeza: • Ausculta dos batimentos cardiofetais com o estetoscópio de Pinard (a partir de 20 semanas) ou o sonar (a partir de 10 a 12 semanas); • Percepção de partes e movimentos fetais pelo examinador: por meio da palpação abdominal, é possível perceber movimentos do feto a partir de 18 a 20 semanas; • Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino): durante o exame bimanual, um discreto impulso no útero, por meio do fundo de saco anterior, deslocará o feto no líquido amniótico para longe do dedo do examinador. A tendência do retorno do feto faz com que ele seja novamente palpável. FONTE: FEBRASGO. Realizar o cálculo de idade gestacional e data provável do parto. ID – O que é e como calcular: A ID é a idade gestacional da gestante que você vai acompanhar. Para que possamos realizar o seu cálculo, precisamos ter conhecimento quanto à data da última menstruação – a DUM. Essa data deve ser referente ao primeiro dia da menstruação, que será o último ciclo menstrual. Porém, para podermos realizar esse cálculo, a mulher deve ter certeza do dia, e o método só deve ser utilizado se a mesma tiver um ciclo menstrual regular e não fizer uso de anticoncepcional. O cálculo é feito da maneira a seguir. Utilizaremos um calendário, pois vamos realizar o cálculo contando os dias entre a DUM e o dia da consulta: Resumo de IESC M2 – Duda Valio • Pegue a DUM e conte quantos dias até o dia da consulta; • Após achar o total de dias, vamos dividir esse valor por 7 – que equivalem aos dias da semana; • O resultado que obtiver será a quantidade de semanas e o que restar da divisão é referente aos dias da semana em que se encontram. Vamos para um exemplo: DUM = 02/06/2020 Data da consulta = 14/07/2020 Temos = 28 dias de junho + 14 dias de julho Total: 42 dias/7 = 6 semanas A ID também pode ser calculada com o gestograma, que é um disco em que se coloca a seta voltada para o dia e mês do último ciclo menstrual, e se tem as semanas indicadas no dia e mês da consulta. Quando a mulher não tem certeza do dia que veio sua última menstruação mas conhece o período do mês, estima-se 5,15 e 25 para fazer o cálculo, usando um dos métodos acima. Caso a data e o período sejam desconhecidos, a ID e a DPP serão dadas por aproximação, medindo-se a altura do fundo do útero e também por toque vaginal. Se não for possível determinar a IG, é solicitado uma ultrassonografia. Ciclo regular e irregular O ciclo menstrual é aquele que dura de 25 a 30 dias, considerado também um ciclo regular. Ele é divido em duas fases, a fase folicular, aquela em que a mulher é preparada para uma possível gestação e fase lútea período em que ocorre uma queda nos hormônios da mulher e se não ocorre fecundação a mulher vem a menstruar. O ciclo irregular é aquele que os dias do período duram menos que 25 dias ou mais que 30 dias. DPP – O que é e como calcular: A DPP é a data provável do parto. Podemos descobrir ela por três meios também: • Utilizando um calendário e levando em consideração a duração de uma gestação (que costuma ser de 280 dias ou 40 semanas) – contaremos sempre a partir da DUM; • Pelo gestograma: colocamos a seta sobre o dia e mês da última menstruação e vemos onde a seta indica como dia e mês como DPP; • Ou, podemos calcular também através da Regra de Näegele: somamos 7 dias ao primeiro dia da DUM e subtraímos 3 meses do mês que ocorreu a última menstruação – no caso dos meses de abril a dezembro, e se for de janeiro a março, adicionamos 9 meses. Se por acaso o resultado encontrado for superior aos dias do mês, passamos o que resta para o mês seguinte, adicionando 1 ao cálculo final do mês. Vamos ao exemplo da Regra de Näegele: • Exemplo com mês entre abril e dezembro: DUM: 13/09/2019 Dia: 13+7 = 20 Mês: 9 – 3 = 6 Ano: 2020 (Ter atenção de colocar o ano correto, já que vai ocorrer mudança de ano) DPP: 20/06/2020 • Exemplo com mês de janeiro a março: DUM: 10/02/2020 Dia: 10+7 = 17 Resumo de IESC M2 – Duda Valio Mês: 2+9 = 11 Ano: 2019 (Ter atenção, o ano continuará o mesmo) DPP: 17/11/2020 • Exemplo quando excede os dias do mês: DUM: 27/01/2020 Dia: 27+7 = 34 (Aqui ultrapassou os dias do mês, ter atenção) 34 dias – 31 dias = 3 – Referente ao dia da DPP Mês: 1+9+1 = 11 (Aqui, adiciono 1 a soma por ter ultrapassado aos dias do mês)Ano: 2020 DPP: 03/11/2020 Conhecer sobre as rotinas da assistência pré-natal nas UBS. Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Realizar a anamnese obstétrica. Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Identificar os dados de exame físico da primeira consulta e consultas de seguimento Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Realizar classificação de risco gestacional. FATORES DE RISCO INDICATIVOS DE REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO FATORES RELACIONADOS ÀS CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E ÀS CONDIÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS DESFAVORÁVEIS • Idade menor que 15 e maior que 35 anos. • Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse. • Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente. • Situação conjugal insegura. • Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular). • Condições ambientais desfavoráveis. • Altura menor do que 1,45 m. • IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade. Atenção: deve ser redobrada a atenção no acompanhamento de mulheres negras, indígenas, com baixa escolaridade, com idade inferior a 15 anos e superior a 35 anos, em mulheres que tiveram pelo menos um filho morto em gestação anterior e nas que tiveram mais de três filhos vivos em gestações anteriores. FATORES RELACIONADOS À HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR • Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado. • Macrossomia fetal. • Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas. • Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos. • Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos). • Cirurgia uterina anterior. • Três ou mais cesarianas. Resumo de IESC M2 – Duda Valio FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL • Ganho ponderal inadequado. • Infecção urinária. • Anemia. FATORES DE RISCO INDICATIVOS DE ENCAMINHAMENTO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO FATORES RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES PRÉVIAS • Cardiopatias. • Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica não controlada). • Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados). • Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, hipotireoidismo e hipertireoidismo). • Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia). • Doenças neurológicas (como epilepsia). • Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses, depressão grave etc.). • Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses). • Alterações genéticas maternas. • Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. • Ginecopatias (malformação uterina, tumores anexiais e outras). • Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras ISTs (condiloma). • Hanseníase. • Tuberculose. • Anemia grave (hemoglobina < 8). • Isoimunização Rh. • Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. FATORES RELACIONADOS À HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR • Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de causa desconhecida. • Abortamento habitual (duas ou mais perdas precoces consecutivas). • Esterilidade/infertilidade. • História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome HELLP, eclâmpsia, internação da mãe em UTI). FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL o Restrição do crescimento intrauterino. o Polidrâmnio ou oligodrâmnio. o Gemelaridade. o Malformações fetais ou arritmia fetal. o Evidência laboratorial de proteinúria. o Diabetes mellitus gestacional. o Desnutrição materna severa. o Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante para avaliação nutricional). o NIC III. o Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com Bi-RADS III ou mais. Resumo de IESC M2 – Duda Valio o Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão gestacional ou transitória). o Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite (toda gestante com pielonefrite deve ser inicialmente encaminhada ao hospital de referência para avaliação). o Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso. o Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis, como o condiloma), quando não há suporte na unidade básica. o Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na gestação atual. o Adolescentes com fatores de risco psicossocial. o Síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento prematuro de placenta, placenta prévia), independentemente da dilatação cervical e da idade gestacional. o Nunca realizar toque antes do exame especular, caso o contexto exija avaliação médica. o Suspeita de pré-eclâmpsia: pressão arterial > 140/90 (medida após um mínimo de cinco minutos de repouso, na posição sentada) e associada à proteinúria. o Pode-se usar o teste rápido de proteinúria. Edema não é mais considerado critério diagnóstico. o Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas: escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito. o Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia). o Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular/corioamnionite ou outra infecção que necessite de internação hospitalar. o Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes (dor no membro inferior, sinais flogísticos, edema localizado e/ou varicosidade aparente). o Situações que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma etc. o Crise hipertensiva (PA > 160/110) o Amniorrexe prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em pequena ou grande quantidade, mas de forma persistente), podendo ser observada mediante exame especular com manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal. o Trabalho de parto prematuro (contrações e modificação de colo uterino em gestantes com menos de 37 semanas). o IG a partir de 41 semanas confirmadas. o Hipertermia (tax ≥ 37,8 ºC), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de IVAS. o Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes. o Investigação de prurido gestacional/icterícia. o Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento sistêmico com menos de 20 semanas. o Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre. o Restrição de crescimento intrauterino. o Oligodrâmnio. o Óbito fetal. Conhecer as recomendações de acompanhamento da gestante até o nascimento: rotinas das consultas; número de consultas; imunização; identificação de situações de urgências; preparação para o aleitamento materno. Resumo de IESC M2 – Duda Valio Situações clínicas de urgência/emergência obstétrica • Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento. • Anemia grave (hemoglobina ≤ 8g/dL). • Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia • intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma etc.. • Crise hipertensiva (PA ≥ 160/110 mmHg). • Sinais premonitóriosde eclâmpsia (escotomas cintilantes, • cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no • hipocôndrio direito com ou sem hipertensão arterial grave e/ou Resumo de IESC M2 – Duda Valio • proteinúria). • Eclâmpsia/convulsões. • Edema agudo de pulmão. • Hipertermia (T axilar ≥ 37,8 °C), na ausência de sinais ou • sintomas clínicos de infecção das vias aéreas superiores. • Suspeita de trombose venosa profunda. • Suspeita/diagnóstico de abdome agudo. • Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra • infecção que necessite de internação hospitalar. • Prurido gestacional/icterícia. • Hemorragias na gestação (incluindo descolamento prematuro de • placenta, placenta prévia). • Idade gestacional de 41 semanas ou mais. PREPARANDO AS MAMAS PARA A AMAMENTAÇÃO A amamentação depende de reflexos instintivos do recém-nascido, combinados com o comportamento materno, encorajado e apoiado socialmente e guiado por conhecimento e informação (pré-natal). É importante que a mulher receba todas as orientações sobre as vantagens do aleitamento materno e o manejo do aleitamento. O obstetra tem várias oportunidades de atuação desde a préconcepção, do início do pré-natal até o final do puerpério, de modo que as condutas podem se constituir em poderosas armas a favor do aleitamento materno. Devemos levar em consideração a importância de valorizar o vínculo materno incentivando sempre a amamentação durante o pré-natal (Mazzei et al., 2004). Conhecer as relações útero/fetais. Definição e Epidemiologia Trata-se da interação entre o feto, a bacia e o útero. Por convenção, a orientação fetal na cavidade uterina é descrita em relação à situação, apresentação, atitude e posição fetais. Estes pontos podem ser estabelecidos clinicamente por palpação abdominal, exame vaginal e ausculta do feto. O Feto A cabeça fetal é representada pelo polo cefálico, que se divide em crânio e face. • Ossos do Crânico: 02 ossos parietais, 02 frontais, 02 temporais, 01 occipctal, 01 esfenoide, 01 etmoide. • Suturas: o Metópica: sutura que separa os ossos frontais; o Sagital: entre os ossos parietais; o Coronal: entre os frontais e os parietais; o Lambdoide: entre os parietais e occipital; o Temporal: entre os parietais e temporais; • Principais fontanelas associadas a estática fetal: o Bregmática: o encontro entre a sutura sagital e coronal apresentando formato de losângulo. Resumo de IESC M2 – Duda Valio o Lambdoide: encontro entre os ossos parietais e occipital apresentando formato triangular. Atitude Fetal Ao final da gestação o feto assume uma postura característica descrita como atitude ou hábito, sendo assim, atitude diz respeito a relação do feto com seu proprio eixo. O feto torna-se dobrado ou curvado sobre si mesmo, esta postura característica resulta do modo de crescimento fetal e sua acomodação à cavidade uterina. • Eixo anteroposterior (fletido e defletido) • Eixo laterolateral (Sinclitismo e Assinclitismo) o Sinclitismo- encaixamento do polo cefálico fetal com a sutura sagital com a mesma distância entre a sínfise púbica e o promontório sacral. o Assinclitismo- flexão lateral da cabeça do feto; sutura sagital não está na linha média; pequenos assinclitismos são normais; graus extremos levam a distócia; importante fator na aplicação do forceps. ▪ obliquidade de Litzmann (pube); ▪ obliquidade de Nägele (sacro). Situação É a relação entre o eixo longitudinal fetal e o da mãe, sendo longitudinal ou transversal. O casionalmente os eixos fetal e materno podem cruzar em um ângulo de 45 graus, formando uma situação óbliqua, instavel e que sempre se torna longitudinal ou tranversal no momento do parto. • Logitudinal (cefálica e pelvica)> 90% dos casos • Transversal ~ 1% Posição É a relação do dorso fetal com pontos de referências do abdome materno. Resumo de IESC M2 – Duda Valio • Esquerda: quando o dorso do feto se apresenta à esquerda do abdome materno. • Direita: quando o dorso do feto se apresenta à direita do abdome materno. • Anterior: quando o dorso do feto é voltado para diante do abdome materno. • Posterior: quando o dorso do feto é voltado para trás do abdome materno. Apresentação É a relação entre o polo fetal e estreito superior da pelve materna. Em geral, até o sexto mês de gestação, a cabeça fetal é comumente encontrada no fundo uterino (apresentação pélvica). Após essa idade gestacional, é comum a ocorrência de um movimento circular do feto sobre seu eixo, quando ele assume a apresentação cefálica. • Cefálica (O – fletida, B- bregma, N- fronte, M-face) Três diâmetros do polo cefálico merecem destaque: Fletido (O) à Diâmetro occipitofrontal: 11 cm. Defletido 1º grau (B) àDiâmetro suboccipitobregmático: 9,5 cm. Defletido 2º grau (N) à Diâmetro occipitomentoniano: 13,5 cm à Contra-indica parto via vaginal. Defletido 3º grau (M) àDiâmetro submentobregmático: 9,5cm. Resumo de IESC M2 – Duda Valio • Pélvica (S) (incompleta modo nádegas, completa, incompleta modo pés); • Transversa (A) (córmica) o acromioesquerda-anterior (AEA) o acromiodireita-anterior (ADA) Variedade de Posição Para orientação ainda mais exata considera-se a relação de determinada porção da parte apresentada com a porção anterior, a transversal ou a posterior da pelve materna. Como a parte apresentada nas posições direita ou esquerda pode estar direcionada anteriormente (A), de forma transversal (T) ou posteriormente (P), existem seis variedades de cada uma destas três apresentações. Assim, em uma apresentação de occipúcio, a apresentação, posição e variedade podem ser abreviadas, de maneira horária como: Exames Diagnósticos Palpação abdominal → Manobra de Leopold; Exame vaginal→Toque; Imagem → Ultrassonografia e radiografia. Apresentar estatísticas atualizadas em relação número de partos vaginais e cesarianas no Brasil. Contextualizar sobre dados encontrados Neste período ocorreram mais de 8 milhões de nascimentos no Brasil e a taxa de cesáreas foi de 56%, sendo o Centro-Oeste a região com maior taxa e o Norte a com menor. O grupo 5 foi o que mais evoluiu para parto cesárea, refletindo o quanto a presença de uma cesárea anterior é grande fator de risco para um Resumo de IESC M2 – Duda Valio novo parto cirúrgico. Entre as regiões, a proporção de mulheres em cada grupo variou, sendo predominante o grupo 5 no Sul, Sudeste e Centro-oeste, enquanto no Norte e Nordeste o grupo 3 foi maior, composto por multíparas sem cesárea anterior e com início de trabalho de parto espontâneo. Definir trabalho de parto: inicio, sinais e sintomas presentes Informações e comunicação Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso às informações baseadas em evidências e serem incluídas na tomada de decisões. Para isso, os profissionais que as atendem deverão estabelecer uma relação de confiança com as mesmas, perguntando-lhes sobre seus desejos e expectativas. Devem estar conscientes da importância de sua atitude, do tom de voz e das próprias palavras usadas, bem como a forma como os cuidados são prestados. Para estabelecer comunicação com a mulher os profissionais devem: - cumprimentar a mulher com um sorriso e uma boa acolhida, se apresentar e explicar qual o seu papel nos cuidados e indagar sobre as suas necessidades, incluindo como gostaria de ser chamada; - manter uma abordagem calma e confiante, demonstrando à ela que tudo está indo bem; - bater na porta do quarto ou enfermaria e esperar antes de entrar, respeitando aquele local como espaço pessoal da mulher e orientar outras pessoas a fazerem o mesmo; - perguntar à mulher como ela está se sentindo e se alguma coisa em particular a preocupa; - se a mulher tem um plano de parto escrito, ler e discutir com ela, levando-se em consideração as condições para a sua implementaçãotais como a organização do local de assistência, limitações (físicas, recursos) relativas à unidade e a disponibiidade de certos métodos e técnicas; - verificar se a mulher tem dificuldades para se comunicar da forma proposta, se possui deficiêcia auditivia, visual ou intelectual; perguntar qual língua brasileira (português ou libras) prefere utilizar ou, ainda, para o caso de mulheres estrangeiras ou indígenas verificar se compreendem português; - avaliar o que a mulher sabe sobre estratégias de alívio da dor e oferecer informações balanceadas para encontrar quais abordagens são mais aceitáveis para ela; - encorajar a mulher a adaptar o ambiente às suas necessidades; - solicitar permissão à mulher antes de qualquer procedimento e observações, focando nela e não na tecnologia ou documentação; - mostrar à mulher e aos seus acompanhantes como ajudar e assegurar-lhe que ela o pode fazer em qualquer momento e quantas vezes quiser. Quando sair do quarto, avisar quando vai retornar; - envolver a mulher na transferência de cuidados para outro profissional, tanto quando solicitar opinião adicional ou no final de um plantão. Durante o pré-natal informar as mulheres sobre os seguintes assuntos: - riscos e benefícios das diversas práticas e intervenções durante o trabalho de parto e parto (uso de ocitocina, jejum, episiotomia, analgesia farmacológica, etc.); - a necessidade de escolha de um acompanhante pela mulher para o apoio durante o parto. Este acompanhante deve receber as informações importantes no mesmo momento que a mulher; - estratégias de controle da dor e métodos disponíveis na unidade, descrevendo os riscos e benefícios de cada método (farmacológicos e não farmacológicos); - organização e indicadores assistenciais do local de atenção ao parto, limitações (física, recursos disponíveis) relativos à unidade, bem como disponibilidade de certos métodos e técnicas; - os diferentes estágios do parto e as práticas utilizadas pela equipe para auxiliar as mulheres em escolhas bem informadas. Resumo de IESC M2 – Duda Valio Apoio físico e emocional Todas as parturientes devem ter apoio contínuo e individualizado durante o trabalho de parto e parto, de preferência por pessoal que não seja membro da equipe hospitalar. O apoio por pessoal de fora da equipe hospitalar não dispensa o apoio oferecido pelo pessoal do hospital. Uma mulher em trabalho de parto não deve ser deixada sozinha, exceto por curtos períodos de tempo ou por sua solicitação. As mulheres devem ter acompanhantes de sua escolha durante o trabalho de parto e parto, não invalidando o apoio dado por pessoal de fora da rede social da mulher (ex. doula). Dieta durante o trabalho de parto Mulheres em trabalho de parto podem ingerir líquidos, de preferência soluções isotônicas ao invés de somente água. Mulheres em trabalho de parto que não estiverem sob efeito de opióides ou não apresentarem fatores de risco iminente para anestesia geral podem ingerir uma dieta leve. Os antagonistas H2 e antiácidos não devem ser utilizados de rotina para mulheres de baixo risco para anestesia geral durante o trabalho de parto. As mulheres que receberem opióides ou apresentarem fatores de risco que aumentem a chance de uma anestesia geral devem receber antagonistas H2 ou antiácidos. Medidas de assepsia para o parto vaginal A água potável pode ser usada para a limpeza vulvar e perineal se houver necessidade, antes do exame vaginal. Medidas de higiene, incluindo higiene padrão das mãos e uso de luvas únicas não necessariamente estéreis, são apropriadas para reduzir a contaminação cruzada entre as mulheres, crianças e profissionais. Avaliação do bem-estar fetal A avaliação do bem-estar fetal em parturientes de baixo risco deve ser realizada com ausculta intermitente, em todos os locais de parto: Utilizar estetoscópio de Pinard ou sonar Doppler: - realizar a ausculta antes, durante e imediatamente após uma contração, por pelo menos 1 minuto e a cada 30 minutos, registrando como uma taxa única; - registrar acelerações e desacelerações se ouvidas; - Palpar o pulso materno se alguma anormalidade for suspeitada para diferenciar os batimentos fetais e da mãe. Alívio da dor no trabalho de parto Experiência e satisfação das mulheres em relação à dor no trabalho de parto Os profissionais de saúde devem refletir sobre como suas próprias crenças e valores influenciam a sua atitude em lidar com a dor do parto e garantir que os seus cuidados apoiem a escolha da mulher. Estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto Sempre que possível deve ser oferecido à mulher a imersão em água para alívio da dor no trabalho de parto. Os gestores nacionais e locais devem proporcionar condições para o redesenho das unidades de assistência ao parto visando a oferta da imersão em água para as mulheres no trabalho de parto. Se uma mulher escolher técnicas de massagem durante o trabalho de parto que tenham sido ensinadas aos seus acompanhantes, ela deve ser apoiada em sua escolha. Se uma mulher escolher técnicas de relaxamento no trabalho de parto, sua escolha deve ser apoiada. A injeção de água estéril não deve ser usada para alívio da dor no parto. Resumo de IESC M2 – Duda Valio A estimulação elétrica transcutânea não deve ser utilizada em mulheres em trabalho de parto estabelecido. A acupuntura pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica durante o trabalho de parto, se houver profissional habilitado e disponível para tal. Apoiar que sejam tocadas as músicas de escolha da mulher durante o trabalho de parto. A hipnose pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica durante o trabalho de parto, se houver profissional habilitado para tal. Por se tratar de intervenções não invasivas e sem descrição de efeitos colaterais, não se deve coibir as mulheres que desejarem usar audio-analgesia e aromaterapia durante o trabalho de parto. Os métodos não farmacológicos de alívio da dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de métodos farmacológicos. Analgesia inalatória O óxido nitroso a 50% em veículo específico pode ser oferecido para alívio da dor no trabalho de parto, quando possível e disponível, mas informar às mulheres que elas podem apresentar náusea, tonteiras, vômitos e alteração da memória. Analgesia intramuscular e endovenosa Os opióides não devem ser utilizados de rotina pois estes oferecem alívio limitado da dor e apresentam efeitos colaterais significativos para a mulher (náusea, sonolência e tonteira) e para a criança (depressão respiratória ao nascer e sonolência que pode durar vários dias) assim como interferência negativa no aleitamento materno. Diante da administração de opióides (EV ou IM) utilizar concomitantemente um anti-emético. Até duas horas após a administração de opióides (EV ou IM) ou se sentirem sonolentas, as mulheres não devem entrar em piscina ou banheira. Analgesia com opióides é acompanhada de aumento na complexidade da assistência ao parto, como por exemplo: maior necessidade de monitorização e acesso venoso. Uma vez que a segurança da realização de analgesia farmacológica no ambiente extra- hospitalar ainda não foi estabelecida, esta é restrita ao complexo hospitalar, seja bloco cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós- parto). Analgesia regional A analgesia regional deve ser previamente discutida com a gestante antes do parto, e seus riscos e benefícios devem ser informados. As seguintes informações devem ser oferecidas à mulher: - a analgesia regional só está disponível no ambiente hospitalar; - é mais eficaz para alívio da dor que os opióides; - não está associada com aumento na incidência de dor lombar; - não estáassociada com primeiro período do parto mais longo ou aumento na chance de cesariana; - está associada com aumento na duração do segundo período do parto e na chance de parto vaginal instrumental; - necessita de nível mais elevado de monitoração e a mobilidade pode ser reduzida. Uma vez que a segurança da realização de analgesia farmacológica no ambiente extra- hospitalar ainda não foi estabelecida, esta é restrita ao complexo hospitalar, seja bloco cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós- parto). A solicitação materna por analgesia de parto compreende indicação suficiente para sua realização, independente da fase do parto e do grau de dilatação. Isto inclui parturientes em fase latente com dor intensa, após esgotados os métodos não farmacológicos. A analgesia peridural e a analgesia combinada raqui – peridural (RPC) constituem técnicas Resumo de IESC M2 – Duda Valio igualmente eficazes para alívio da dor de parto. A escolha entre elas será influenciada pela experiência do anestesiologista com a técnica. Iniciar a analgesia peridural com as substâncias usuais (bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína) diluídas na dose: volume 13 a 20 ml em concentração de 0,0625% a 0,1%, acrescidos de fentanila (2 mcg/ml), ou opióide lipossolúvel em dose equipotente. Quando se pretende fornecer alívio rápido da dor, sem elevação da dose de anestésico, a via intratecal é a técnica de escolha. Quando se utilizar a RPC, adequar a dose ao momento do parto: - fase não avançada do parto (doses próximas a 15 mcg de fentanila intratecal ou outro opióide lipossolúvel em dose equivalente); - fase avançada do parto (bupivacaína 1,25 mg intratecal ou outro anestésico em dose equivalente, associada ao opioide lipossolúvel). A manutenção da analgesia via cateter peridural deve ser iniciada com a menor concentração efetiva de cada anestésico; como exemplo bupivacaína 0,0625% ou ropivacaína 0,1%, ambos acrescidas de fentanila (2 mcg/ml) ou doses equipotentes de outro opióide lipossolúvel. A manutenção da analgesia via cateter peridural deve ser iniciada com volumes próximos a 10 ml/h. A manutenção da analgesia via cateter peridural deve ser individualizada, levando em consideração a resposta à solução inicial, assim como particularidades da mulher. Mediante resposta insatisfatória na primeira hora de infusão, deve-se elevar a dose de anestésico, aumentando a taxa de infusão de forma escalonada até no máximo 20 ml/h. Mediante resposta persistentemente insatisfatória deve-se elevar a concentração do anestésico, após revisar posicionamento do cateter. A manutenção da analgesia peridural em bolus intermitente ou sob regime de PCA (“analgesia peridural controlada pela paciente”) são os modos preferidos de administração para a manutenção da analgesia peridural. A utilização de um ou outro modo dependerá da disponibilidade de recursos locais. Não se recomendam rotineiramente altas concentrações de soluções de anestesia local (0,25% ou acima de bupivacaína ou equivalente) para estabelecer ou manter a analgesia peridural. Antes da realização da analgesia regional de parto deve haver acesso venoso pré-estabelecido. Pré-hidratação não deve ser utilizada de forma rotineira mas apenas em casos selecionados. Toda gestante após analgesia regional deve ser avaliada quanto à ocorrência de hipotensão arterial, sendo a necessidade de hidratação ou suporte com substâncias vasoativas avaliada individualmente. A manutenção da hidratação deve obedecer a recomendação citada no ítem dieta no trabalho de parto. Convém ressaltar que, em função da administração de opióides, a oferta de dieta com resíduos é proscrita após anestesia regional. A gestante sob analgesia peridural, quando se sentir confortável e segura, deve ser encorajada a deambular e adotar posições mais verticais. A administração da solução peridural não deve ser interrompida no intuito de se otimizar desfechos, mas deve obedecer as necessidades e desejo materno, ainda que no período expulsivo. O cateter peridural, instalado durante o parto, poderá ser utilizado no terceiro estágio do parto, como, por exemplo, na reparação perineal. Após confirmados os 10 cm de dilatação, não se deve incentivar a gestante a realizar puxos, exceto se tardiamente (sugere-se no mínimo após 1 hora de dilatação total) ou quando a cabeça fetal se tornar visível. Os puxos devem ser sempre durante a contração. Após constatado 10 cm de dilatação, devem ser estabelecidas estratégias para que o nascimento ocorra em até 4 horas, independente da paridade. A administração de ocitocina após analgesia regional não é recomendada de rotina e deve Resumo de IESC M2 – Duda Valio obedecer as recomendações referentes ao uso de uterotônicos expostas nas seções específicas. A técnica de analgesia no parto deve visar o controle adequado da dor com o menor comprometimento possível das funções sensoriais, motoras e autonômicas. Para isto a iniciação e manutenção da analgesia com baixas concentrações de anestésico local constitui fator fundamental, particularmente importante para que as parturientes se mantenham em movimento. Toda gestante submetida a analgesia de parto deverá estar com monitorização básica previamente instalada (Pressão Arterial Não Invasiva - PANI a cada 5 minutos e oximetria de pulso). Estando sob monitorização, após 15 minutos da administração do(s) agente(s), a gestante deverá ser avaliada quanto à resposta (nível do bloqueio, sensibilidade perineal, testes de função motora , teste do equilíbrio e de hipotensão postural). Caso a avaliação seja desfavorável à mobilização ou se constate “estado de anestesia” (hiposensibilidade e bloqueio motor) a gestante deverá permanecer no leito sob vigilância constante até nova reavaliação. Caso a avaliação seja favorável, somente “estado de analgesia“, a gestante estará sem impedimentos para deambular e assumir a posição que desejar. Caso a avaliação seja desfavorável à mobilização ou se constate estado de anestesia (hiposensibilidade e bloqueio motor), os quais persistem mesmo após o terceiro estágio, a gestante deverá ser encaminhada a SRPA (Sala de Recuperação Pós-Anestésica) e permanecer no leito sob vigilância constante até alta pelo médico anestesiologista A rotina de monitoração para iniciação da analgesia de parto deve ser repetida nos momentos de doses de resgate via cateter peridural. Se após 30 minutos do início da analgesia ou dose de resgate for constatada inefetividade, o anestesiologista deverá considerar falha técnica ou revisar individualmente as necessidades de alívio da parturiente. Uma vez realizada analgesia de parto, ainda que não ocorram doses de resgate, o anestesiologista deverá acompanhar a parturiente, com avaliação horária, até o terceiro período. Considerando a possibilidade de complicações, todo cateter peridural deve ser retirado pelo médico anestesiologista. A gestante não poderá receber alta do bloco obstétrico, unidade PPP ou SRPA com cateter instalado, exceto com a autorização do anestesiologista. Toda parturiente submetida a início de analgesia regional ou doses adicionais de resgate, seja qual for a técnica, deve sersubmetida a ausculta intermitente da FCF de 5 em 5 minutos por no mínimo 30 minutos. Uma vez alterado devese instalar CTG, assim como proceder a cuidados habituais como decúbito lateral esquerdo e avaliar necessidade de otimização das condições respiratórias e circulatórias. Caso não ocorra melhora, seguir diretrizes próprias para conduta no estado fetal não tranquilizador. Se ocorrerem anormalidades graves da FCF, não transitórias, considerar outra causa que não analgesia regional e seguir diretrizes próprias para conduta no estado fetal não tranquilizador. Rupturaprematura de membranas (RPM) no termo Não realizar exame especular se o diagnóstico de ruptura das membranas for evidente. Se houver dúvida em relação ao diagnóstico de ruptura das membranas realizar um exame especular. Evitar toque vaginal na ausência de contrações. Explicar às mulheres com ruptura precoce de membranas no termo que: - o risco de infecção neonatal grave é de 1%, comparado com 0,5% para mulheres com membranas intactas; - 60% das mulheres com ruptura precoce de membranas no termo entrará em trabalho de parto dentro de 24 horas; Resumo de IESC M2 – Duda Valio - a indução do trabalho de parto é apropriada dentro das 24 horas após a ruptura precoce das membranas. Até que a indução do trabalho de parto seja iniciada ou se a conduta expectante for escolhida pela gestante para além de 24 horas: - aconselhar a mulher a aguardar em ambiente hospitalar; - medir a temperatura a cada 4 horas durante o período de observação e observar qualquer alteração na cor ou cheiro das perdas vaginais; - se a mulher optar por aguardar no domicílio manter as mesmas recomendações anteriores e informá-la que tomar banho não está associado com um aumento da infecção, mas ter relações sexuais pode estar. Avaliar a movimentação fetal e a frequência cardíaca fetal na consulta inicial e depois a cada 24 horas após a ruptura precoce das membranas, enquanto a mulher não entrar em trabalho de parto, e aconselhá-la a comunicar imediatamente qualquer diminuição nos movimentos fetais. Se o trabalho de parto não se iniciar dentro de 24 horas após a ruptura precoce das membranas, a mulher deve ser aconselhada a ter o parto em uma maternidade baseada em hospital, com serviço de neonatologia. Eliminação de mecônio imediatamente antes ou durante o trabalho de parto Não se aconselha o uso de sistemas de gradação e classificação de mecônio para a conduta na eliminação de mecônio imediatamente antes ou durante o trabalho de parto, exceto quando se considerar a amnioinfusão ou como critério de transferência. Tanto a monitoração eletrônica contínua da frequência cardíaca fetal, se disponível, como a ausculta fetal intermitente, seguindo técnicas padronizadas, podem ser utilizadas para avaliação do bem-estar fetal diante da eliminação de mecônio durante o trabalho de parto. Considerar a realização de amnioinfusão diante da eliminação de mecônio moderado a espesso durante o trabalho de parto, se não houver disponibilidade de monitoração eletrônica fetal contínua. Não existem evidências para recomendar ou não recomendar a cesariana apenas pela eliminação isolada de mecônio durante o trabalho de parto. Assistência no primeiro período do parto Diagnóstico do início do trabalho de parto e momento de admissão para assistência ou início da assistência no domicílio Incluir o seguinte quando da avaliação precoce ou triagem de trabalho de parto em qualquer local de assistência: - indagar à mulher como ela está e sobre os seus desejos, expectativas e preocupações; - indagar sobre os movimentos da criança, incluindo qualquer mudança nos mesmos; - oferecer informações sobre o que a mulher pode esperar na fase de latência do trabalho de parto e o que fazer se sentir dor; - oferecer informações sobre o que esperar quando procurar assistência; - estabelecer um plano de cuidados com a mulher, incluindo orientação de quando e com quem contatar posteriormente; - oferecer orientação e apoio para o(s) acompanhante(s) da mulher. Se uma mulher busca orientação ou assistência em uma maternidade ou unidade de parto extra, peri ou intra-hospitalar: • E não está em trabalho de parto estabelecido (≤ 3 cm de dilatação cervical): - ter em mente que a mulher pode estar tendo contrações dolorosas, sem mudanças cervicais, e embora ainda não esteja em trabalho de parto ativo, ela pode sentir que está pela sua própria definição; - oferecer apoio individual e alívio da dor se necessário; Resumo de IESC M2 – Duda Valio - encorajar e aconselhar a mulher a permanecer ou retornar para casa, levando em consideração as suas preocupações, a distância entre a sua casa e o local do parto e o risco deste acontecer sem assistência. • Estar em trabalho de parto estabelecido (≥ 4 cm de dilatação cervical): - Admitir para assistência Definição e duração das fases do primeiro período do trabalho de parto Para fins destas Diretrizes, utilizar as seguintes definições de trabalho de parto: • Fase de latência do primeiro período do trabalho de parto – um período não necessariamente contínuo quando: - há contrações uterinas dolorosas E - há alguma modificação cervical, incluindo apagamento e dilatação até 4 cm. • Trabalho de parto estabelecido – quando: - há contrações uterinas regulares E - há dilatação cervical progressiva a partir dos 4 cm. A duração do trabalho de parto ativo pode variar: - nas primíparas dura em média 8 horas e é pouco provável que dure mais que 18 horas; - nas multíparas dura em média 5 horas e é pouco provável que dure mais que 12 horas. Observações e monitoração no primeiro período do parto Registrar as seguintes observações no primeiro período do trabalho de parto: - frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora; - pulso de 1 em 1 hora; - temperatura e PA de 4 em 4 horas; - frequência da diurese; - exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma preocupação com o progresso do parto ou em resposta aos desejos da mulher (após palpação abdominal e avaliação de perdas vaginais). Um partograma com linha de ação de 4 horas deve ser utilizado para o registro do progresso do parto, modelo da OMS ou equivalente. Transferir a mulher para uma maternidade baseada em hospital ou solicitar assistência de médico obstetra, se o mesmo não for o profissional assistente, se qualquer uma das seguintes condições forem atingidas, a não ser que os riscos da transferência superem os benefícios. • Observações da mulher: - pulso >120 bpm em 2 ocasiões com 30 minutos de intervalo; - PA sistólica ≥ 160 mmHg OU PA diastólica ≥ 110 mmHg em uma única medida; - PA sistólica ≥ 140 mmHg OU diastólica ≥ 90 mmHg em 2 medidas consecutivas com 30 minutos de intervalo; - proteinúria de fita 2++ ou mais E uma única medida de PA sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥ 90 mmHg; - temperatura de 38°C ou mais em uma única medida OU 37,5°C ou mais em 2 ocasiões consecutivas com 1 hora de intervalo ; - qualquer sangramento vaginal, exceto eliminação de tampão; - presença de mecônio significativo; - dor relatada pela mulher que difere da dor normalmente associada às contrações; - progresso lento confirmado do primeiro e segundo períodos do trabalho de parto; - solicitação da mulher de alívio da dor por analgesia regional; - emergência obstétrica – incluindo hemorragia anteparto, prolapso de cordão, convulsão ou Resumo de IESC M2 – Duda Valio colapso materno ou necessidade de ressuscitação neonatal avançada. • Observações fetais: - qualquer apresentação anômala, incluindo apresentação de cordão; - situação transversa ou oblíqua; - apresentação cefálica alta (-3/3 De Lee) ou móvel em uma nulípara; - suspeita de restrição de crescimento intra-uterino ou macrossomia; - suspeita de anidrâmnio ou polihidrâmnio; - frequência cardíaca fetal (FCF) < 110 ou > 160 bpm; - desacelerações da FCF à ausculta intermitente. Se mecônio significativo (verde escuro ou preto, grosso, tenaz, contendo grumos) estiver presente assegurar que: -profissionais treinados em suporte avançado de vida neonatal estejam presentes no momento do parto. Se mecônio significativo estiver presente, transferir a mulher para uma maternidade baseada em hospital de forma segura desde que seja improvável que o parto ocorra antes da transferênciase completar. Intervenções e medidas de rotina no primeiro período do parto O enema não deve ser realizado de forma rotineira durante o trabalho de parto. A tricotomia pubiana e perineal não deve ser realizada de forma rotineira durante o trabalho de parto. A amniotomia precoce, associada ou não à ocitocina, não deve ser realizada de rotina em mulheres em trabalho de parto que estejam progredindo bem. As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem as posições que lhes sejam mais confortáveis no trabalho de parto. Falha de progresso no primeiro período do trabalho de parto Se houver suspeita de falha de progresso no primeiro estágio do trabalho de parto levar em consideração: - o ambiente onde a mulher está sendo assistida; - a atitude da mulher, se postura mais ativa ou não; - estado emocional da mulher; - o tipo de apoio e suporte físico e emocional que a mulher estiver recebendo; - paridade; - dilatação e mudanças cervicais; - contrações uterinas; - altura e posição da apresentação; - necessidade de referência ou solicitação de assistência profissional apropriada. Se houver suspeita de falha de progresso na fase ativa do trabalho de parto considerar também para o diagnóstico todos os aspectos da evolução do trabalho de parto , incluindo: - dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas para as primíparas; - dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas ou um progresso lento do trabalho de parto para as multíparas; - descida e rotação do pólo cefálico; - mudanças na intensidade, duração e frequência das contrações uterinas. Diante da suspeita de falha de progresso no primeiro estágio do trabalho de parto, considerar a realização de amniotomia se as membranas estiverem íntegras. Explicar o procedimento e avisar que o mesmo irá diminuir o trabalho de parto por cerca de 1 hora e pode aumentar a intensidade e dor das contrações. Se a amniotomia for ou não realizada, realizar um exame vaginal após 2 horas e confirmar falha de Resumo de IESC M2 – Duda Valio progresso se a dilatação progredir menos que 1 cm. Se for confirmada falha de progresso no primeiro estágio do parto: - A mulher deve ser transferida para assistência sob responsabilidade de médico obstetra, se não estiver sob seus cuidados. O mesmo deverá realizar uma revisão e diagnosticar a falha de progresso e decidir sobre as opções de conduta, incluindo o uso de ocitocina. - Explicar que o uso de ocitocina após a ruptura das membranas irá diminuir o tempo para o parto mas não influenciará no tipo de parto ou outros desfechos. Se as membranas estiverem íntegras e o diagnóstico de falha de progresso for confirmado, aconselhar à mulher a ser submetida a uma amniotomia e repetir o exame vaginal 2 horas após, independente do estado das membranas. Oferecer apoio e controle efetivo da dor a todas as mulheres com falha de progresso no primeiro estágio do trabalho de parto. Informar às mulheres que a ocitocina irá aumentar a freqüência e intensidade das contrações e que a criança deverá ser monitorada continuamente ou com mais freqüência. Oferecer analgesia peridural, se disponível, se for indicado o uso de ocitocina. Se a ocitocina for utilizada assegurar que os incrementos na dose não sejam mais frequentes do que a cada 30 minutos. Aumentar a dose de ocitocina até haver 4-5 contrações em 10 minutos. Realizar exame vaginal 4 horas após o início da ocitocina: - se a dilatação cervical aumentou menos que 2 cm após 4 horas, uma revisão obstétrica adicional deve ser realizada para avaliar a necessidade de cesariana; - Se a dilatação cervical aumentou 2 cm ou mais após 4 horas, continuar observação do progresso do parto. Assistência no segundo período do parto Ambiente de assistência, posições e imersão em água Deve-se desencorajar a mulher a ficar em posição supina, decúbito dorsal horizontal, ou posição semi-supina no segundo período do trabalho de parto. A mulher deve ser incentivada a adotar qualquer outra posição que ela achar mais confortável incluindo as posições de cócoras, lateral ou quatro apoios Informar às mulheres que há insuficiência de evidências de alta qualidade, tanto para apoiar como para desencorajar o parto na água. Puxos e manobra de Kristeller Deve-se apoiar a realização de puxos espontâneos no segundo período do trabalho de parto em mulheres sem analgesia, evitando os puxos dirigidos. Caso o puxo espontâneo seja ineficaz ou se solicitado pela mulher, deve-se oferecer outras estratégias para auxiliar o nascimento, tais como suporte, mudança de posição, esvaziamento da bexiga e encorajamento. Em mulheres com analgesia regional, após a confirmação da dilatação cervical completa, o puxo deve ser adiado por pelo menos 1 hora ou mais, se a mulher o desejar, exceto se a mulher quiser realizar o puxo ou a cabeça do bebê estiver visível. Após 1 hora a mulher deve ser incentivada ativamente para realizar o puxo durante as contrações. A manobra de Kristeller não deve ser realizada no segundo período do trabalho de parto. Definição e duração do segundo período do trabalho de parto Para fins destas Diretrizes, o segundo período do parto deverá ser definido como: •fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário ou parturiente com analgesia e a cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve; Resumo de IESC M2 – Duda Valio •fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão ou esforço materno ativo após a confirmação da dilatação completa do colo do útero, na ausência das contrações de expulsão. Se a dilatação completa do colo uterino for confirmada em uma mulher sem analgesia regional e não for identificado puxo, uma nova avaliação mais aprofundada deverá ser realizada em 1 hora para identificação da fase do segundo período. A distribuição dos limites de tempo encontrados nos estudos para a duração normal da fase ativa do segundo período do trabalho parto é a seguinte: • primíparas: cerca de 0,5–2,5 horas sem peridural e 1–3 horas com peridural. • multíparas: até 1 hora sem peridural e 2 horas com peridural. Para a conduta na falha de progresso do segundo período deve-se considerar a paridade, da seguinte maneira: • Nulíparas: - na maioria das mulheres o parto deve ocorrer no prazo de 3 horas após o início da fase ativa do segundo período; - a confirmação de falha de progresso no segundo período deve ser feita quando este durar mais de 2 horas e a mulher deve ser encaminhada, ou assistência adicional solicitada, a médico treinado na realização de parto vaginal operatório, se o nascimento não for iminente. • Multíparas: - na maioria das mulheres o parto deve ocorrer no prazo de 2 horas após o início da fase ativa do segundo período; - A confirmação de falha de progresso no segundo período deve ser feita quando este durar mais de 1 hora e a mulher deve ser encaminhada, ou assistência adicional solicitada, a médico treinado na realização de parto vaginal operatório, se o nascimento não for iminente. Falha de progresso no segundo período do parto Se houver prolongamento do segundo período do trabalho de parto, ou se a mulher estiver excessivamente estressada, promover medidas de apoio e encorajamento e avaliar a necessidade de analgesia/anestesia. 124 Se as contrações forem inadequadas no início do segundo período, considerar o uso de ocitocina e realização de analgesia regional. Para as nulíparas, suspeitar de prolongamento se o progresso (em termos de rotação ou descida da apresentação) não for adequado após 1 hora de segundo período ativo. Realizar amniotomia se as membranas estiverem intactas. Para as multíparas, suspeitar de prolongamento se o progresso (em termos de rotação oudescida da apresentação) não for adequado após 30 minutos de segundo estágio ativo. Realizar amniotomia se as membranas estiverem intactas. Um médico obstetra deve avaliar a mulher com prolongamento confirmado do segundo período do parto antes do uso de ocitocina. Após a avaliação obstétrica inicial, manter a revisão a cada 15-30 minutos. Considerar o uso de parto instrumental (vácuo- extrator ou fórceps) se não houver segurança quanto ao bem estar fetal ou prolongamento do segundo período. Reconhecer que, em algumas ocasiões, a necessidade de ajuda por parte da mulher no segundo estágio pode ser uma indicação para o parto vaginal assistido quando o apoio falhar. A escolha do instrumento para o parto instrumental dependerá das circunstâncias clínicas e da experiência do profissional. Por ser um procedimento operatório, uma anestesia efetiva deve ser oferecida para a realização de um parto vaginal instrumental. Se a mulher recusar anestesia ou a mesma não estiver disponível, realizar um bloqueio de pudendo combinado com anestesia local do períneo durante o parto instrumental. Resumo de IESC M2 – Duda Valio Mesmo se houver preocupação com o bem-estar fetal, uma anestesia efetiva pode ser realizada mas, se o tempo não permitir, realizar um bloqueio de pudendo combinado com anestesia local do períneo durante o parto instrumental. Orientar a mulher e realizar uma cesariana se o parto vaginal não for possível. Cuidados com o períneo Não se recomenda a massagem perineal durante o segundo período do parto. Considerar aplicação de compressas mornas no períneo no segundo período do parto. Não se recomenda a aplicação de spray de lidocaína para reduzir a dor perineal no segundo período do parto. Tanto a técnica de ‘mãos sobre’ (proteger o períneo e flexionar a cabeça fetal) quanto a técnica de ‘mãos prontas’ (com as mãos sem tocar o períneo e a cabeça fetal, mas preparadas para tal) podem ser utilizadas para facilitar o parto espontâneo. Se a técnica de ‘mãos sobre’ for utilizada, controlar a deflexão da cabeça e orientar à mulher para não empurrar nesse momento. Não realizar episiotomia de rotina durante o parto vaginal espontâneo. Se uma episiotomia for realizada, a sua indicação deve ser justificada, recomendando-se a médio- lateral originando na fúrcula vaginal e direcionada para o lado direito, com um ângulo do eixo vertical entre 45 e 60 graus. Assegurar analgesia efetiva antes da realização de uma episiotomia. Assistência no terceiro período do parto Reconhecer que o período imediatamente após o nascimento é um período bastante sensível, quando a mulher e seus acompanhantes vão finalmente conhecer a criança. Assegurar que a assistência e qualquer intervenção que for realizada levem em consideração esse momento, no sentido de minimizar a separação entre mãe e filho. Para efeito destas Diretrizes, utilizar as seguintes definições: O terceiro período do parto é o momento desde o nascimento da criança até a expulsão da placenta e membranas. • A conduta ativa no terceiro período envolve um conjunto de intervenções com os seguintes componentes: - uso rotineiro de substâncias uterotônicas; - clampeamento e secção precoce do cordão umbilical; e - tração controlada do cordão após sinais de separação placentária. • A conduta fisiológica no terceiro período do parto envolve um conjunto de cuidados que inclui os seguintes componentes: - sem uso rotineiro de uterotônicos; - clampemento do cordão após parar a pulsação; - expulsão da placenta por esforço materno. Considerar terceiro período prolongado após decorridos 30 minutos. Seguir recomendações 164-172 no caso de placenta retida. Manter observação rigorosa da mulher, com as seguintes avaliações: - condição física geral, através da coloração de pele e mucosas, respiração e sensação de bem- estar; - perda sanguínea Se houver hemorragia, retenção placentária, colapso materno ou qualquer outra preocupação quanto ao bem-estar da mulher: - solicitar assistência de médico obstetra para assumir o caso, se este não for o profissional assistente no momento; - instalar acesso venoso calibroso e informar a puérpera sobre a situação e os procedimentos previstos; Resumo de IESC M2 – Duda Valio - se o parto ocorreu em domicilio ou unidade de parto extra ou peri-hospitalar, a puérpera deve ser transferida imediatamente para uma maternidade baseada em hospital. Explicar à mulher, antes do parto, as opções de conduta no terceiro período, com os riscos e benefícios de cada uma. Explicar à mulher que a conduta ativa: - encurta o terceiro período em comparação com a conduta fisiológica; - está associado a náusea e vômitos em cerca de 100 mulheres em 1.000; - está associado com um risco aproximado de 13 mulheres em 1.000 de uma hemorragia de mais de 1 litro; e - está associada com um risco aproximado de 14 em 1.000 de uma transfusão de sangue. Explicar à mulher que a conduta fisiológica: - está associada a náusea e vômitos em cerca de 50 mulheres em 1.000; - está associada com um risco aproximado de 29 mulheres em 1.000 de uma hemorragia de mais de 1 litro; e - está associada com um risco aproximado de 40 mulheres em 1.000 de uma transfusão de sangue. A conduta ativa é recomendada na assistência ao terceiro período do parto pois está associado com menor risco de hemorragia e transfusão sanguínea. Se uma mulher com baixo risco de hemorragia pós-parto solicitar conduta expectante, apoiá-la em sua escolha. Para a conduta ativa, administrar 10 UI de ocitocina intramuscular após o desprendimento da criança, antes do clampeamento e corte do cordão. A ocitocina é preferível, pois está associada com menos efeitos colaterais do que a ocitocina associada à ergometrina. Após a administração de ocitocina, pinçar e seccionar o cordão. • Não realizar a secção do cordão antes de 1 minuto após o nascimento, a menos que haja necessidade de manobras de ressuscitação neonatal. • Pinçar o cordão antes de 5 minutos após o nascimento para realizar a tração controlada do cordão como parte da conduta ativa. • Se uma mulher solicitar o clampeamento e secção do cordão após 5 minutos, apoiá-la em sua escolha. Após a secção do cordão realizar tração controlada do mesmo. A tração controlada do cordão, como parte da conduta ativa, só deve ser realizada após administração de ocitocina e sinais de separação da placenta. Documentar o momento do clampeamento do cordão tanto na conduta ativa quanto na conduta expectante. Mudar da conduta expectante para a conduta ativa se ocorrer: - hemorragia; - a placenta não dequitou 1 hora após o parto. Oferecer a conduta ativa, quando a mulher prefere encurtar o terceiro estágio do trabalho de parto. Não usar injeção de ocitocina na veia umbilical rotineiramente. As mulheres que apresentarem fatores de risco para hemorragia pós-parto devem ser orientadas a ter o parto em uma maternidade baseada em hospital, onde existem mais opções de tratamentos emergenciais; Se uma mulher apresentar fatores de risco para hemorragia pós-parto, isso deve ser registrado no seu prontuário e cartão de pré-natal, para que um plano de assistência no terceiro período do parto seja realizado. Retenção placentária Resumo de IESC M2 – Duda Valio Explicar para a mulher o que está acontecendo e quais serão os procedimentos necessários Providenciar um acesso venoso calibroso. Não usar Ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da placenta. Usar Ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da placenta, se houver hemorragia. Realizar exame vaginal minucioso. Oferecer analgesia para este procedimento e providenciar, se a mulher demandar. Providenciar transferência antes da exploração uterina,se o parto ocorreu em uma modalidade extra-hospitalar. Não realizar remoção manual ou cirúrgica sem analgesia adequada. Conhecer e interpretar um partograma. O partograma é um documento oficial que deve ser preenchido a partir do momento que a gestante entra em trabalho de parto. Como o partograma é parte do prontuário, ele deve ser corretamente preenchido e aberto na hora correta. Mas como sabemos isso? Existem dois critérios importantes para determinar o trabalho de parto: dilatação de pelo menos 3 centímetros e pelo menos 2 contrações efetivas. Como preencher um partograma O partograma compreende 4 partes, que devem ser preenchidas de hora em hora, ou quando a gestante for reavaliada. Identificação da paciente A primeira parte é a identificação da paciente. Cada serviço pode ter um cabeçalho especificado, mas normalmente temos o nome completo, documento/atendimento, idade da gestante e idade gestacional. Dilatação e altura do feto A segunda parte refere ao acompanhamento da dilatação e a altura do feto, duas informações que devem ser anotadas a cada toque vaginal que for realizado. O preenchimento é feito a partir da esquerda para a direita e além das outras duas informações, é necessário anotar a hora real e/ou a hora de registro. Vamos ver o que cada símbolo significa: Acesse tudo do Extensivo R1 2021 por 7 dias, de graça na plataforma Sanar residência médica • Metodologia Inovadora com professores padrão USP • +125 mil questões reais, centenas de provas na íntegra • Cronograma de estudos adaptável à sua rotina Preencha o formulário abaixo Sua etapa de formação* Experimentar agora Resumo de IESC M2 – Duda Valio • O triângulo é referente a dilatação e está correlacionado com a escala à esquerda. • Já o círculo representa a altura do feto, respeitando os planos de De Lee ou de Hodge. Temos também duas linhas: a linha de alerta e a linha de ação. Elas podem estar presentes ou não no partograma, se não estiverem será de responsabilidade de quem abre o partograma desenhá-las. Ambas estão em um ângulo de 45 graus e devem estar espaçadas em 4 quadrados. E a linha de alerta deve começar na segunda hora do partograma. ● Linha de Alerta: o trabalho de parto deve acompanhar a linha, por isso, se a representação do parto ultrapassar essa linha, devemos prestar atenção. ● Linha de Ação: mostra a necessidade de intervenção, não necessariamente cesárea! Batimentos Fetais A terceira parte é o registro de Batimentos Fetais e deve ser marcado apenas com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento do exame. Em seguida, há o registro das contrações. Para as contrações efetivas, deve-se preencher todo o quadrado. Se elas não forem efetivas, mas durarem entre 20 e 39 segundos, pinta-se apenas metade do quadrado, traçando uma linha na diagonal. O número de quadrados que pintar, representa a quantidade de contrações em 10 minutos. Uso (ou não) de ocitocina, aspecto do líquido amniótico e aspecto da bolsa Resumo de IESC M2 – Duda Valio A quarta e última parte, é onde será anotado se há ou não uso de ocitocina, o aspecto do líquido amniótico e o aspecto da bolsa. • BOLSA: A bolsa pode estar íntegra (I) ou rota (R) • LÍQUIDO AMNIÓTICO (LA): o líquido pode ser claro (LC) ou meconial (LM). Lembrando que apenas com o rompimento da bolsa é possível avaliar o líquido amniótico. • OCITOCINA: é importante marcar a dose que está sendo utilizada Atenção! O partograma faz parte do prontuário médico, portanto ao preencher uma coluna (correspondente a uma hora) o examinador deve assinar, indicando que ele realizou o exame. Discutir sobre elaboração de planos de parto PLANO DE PARTO Atualmente, o plano de parto é um documento em que a futura mãe manifesta suas preferências e escolhas no que diz respeito ao trabalho de parto, o parto e o pós-parto, que deverá ser elaborado de comum acordo com o obstetra durante as consultas pré-natais e com a equipe que irá assisti-la, sempre que possível. Tal procedimento faz parte do Plano de Valorização Profissional da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). Orientações gerais para o primeiro trimestre de gestação devem ser dadas no sentido de evitar os incômodos dos sintomas neurovegetativos, lembrando que a partir da 12ª semana está concluída a embriogênese, tendo então início a fase de crescimento e maturação, com aceleração do metabolismo materno, melhora dos sintomas iniciais e adaptação à gravidez. Dessa forma, podemos dizer que a assistência pré-natal deve levar em consideração vários fatores: conhecimento pregresso e atual de enfermidades, rastreamento endócrino-metabólico, cardiovascular e infeccioso materno, condições do trato genital e mamário, e perfil complementar bioquímico, biofísico e de imagem, do início ao fim do pré-natal. Na assistência pré-natal, bem como em outras áreas de atuação da medicina, os conceitos são dinâmicos. Verdades do passado não se sustentam no presente, mas nada nos garante que verdades do presente sejam mantidas no futuro. O contínuo aprimoramento tecnológico deve ser sempre suportado pelo imprescindível raciocínio clínico Indicações de parto Cesareo. Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Resumo de IESC M2 – Duda Valio Discutir sobre violência obstétrica. Violência Obstétrica caracteriza-se por abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde na hora do parto. Os maus tratos podem ocorrer como violência física ou psicológica, gerando vários traumas às mulheres. O termo não se refere apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também às falhas estruturais de clínicas e hospitais públicos ou particulares. Tipos de violência obstétrica Negação: Negar o tratamento durante o parto, humilhações verbais, desconsideração das necessidades e dores da mulher, práticas invasivas, violência física, uso desnecessário de medicamentos, intervenções médicas forçadas e coagidas, detenção em instalações por falta de pagamento, desumanização ou tratamento rude. Discriminação: A violência também pode se manifestar por discriminação baseada em raça, origem étnica ou econômica, idade, status de HIV, não-conformidade de gênero entre outros. Violência de gênero: Além de ser um tipo de violência que só afeta mulheres pelo simples fato de que apenas as mesmas passam pela experiência da gestação e do parto, atitudes desrespeitosas podem estar relacionadas a estereótipos ligados ao feminino. Profissionais de saúde podem se sentir na posição de ultrapassarem a normalidade aceitável de como uma gestante deve se comportar. Negligência: Impossibilidade de prover mãe e bebê com o atendimento necessário para garantir a sua saúde de ambos. Conselho Federal de Medicina Em setembro de 2019, o Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução Nº 2.232.O texto trata da recusa terapêutica, ou seja, o direito de um paciente recusar práticas sugeridas por seu médico. A recusa terapêutica é um direito do paciente a ser respeitado pelo médico, desde que esse o informe dos riscos e das consequências previsíveis de sua decisão e desde que esse paciente seja maior de idade, capaz, lúcido, orientado e consciente. Como denunciar Caso a mulher sofra violência obstétrica, ela pode denunciar nas secretarias Municipal, Estadual ou Distrital, CRM (Conselho Regional de Medicina) quando se tratar de profissional médico ou COREN (Conselho Regional de Enfermagem) quando a abordagem violenta venha de enfermeiro ou técnico de enfermagem. Denúncias também podem ser feitas pelo número 180 ou pelo Disque Saúde 136. Definição de puerpério e suas fases: Imediato, mediato, tardio e remoto O período pós-parto, também conhecido como puerpério, inicia-se após o nascimento do concepto e a saída da placenta. • O final do puerpério não é tão bem definido, sendo muitas vezes descrito comoseis a oito semanas após o parto, período em que as modificações anatômicas e fisiológicas do organismo materno, em especial do seu aparelho reprodutor, são marcadamente notadas: • o Dextrodesvio. • o Consistência firme e gradual involução uterina. • o Regeneração endometrial. • o Alongamento do colo uterino com retomada gradativa de imperviedade. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-2.232-de-17-de-julho-de-2019-216318370?fbclid=IwAR2QOo56N-DTaMMBnKvnTHXWYEuQAsqw4xZZYnoICIFw6a8Yjus7vrEcL00 Resumo de IESC M2 – Duda Valio • o Crise vaginal pós-parto (descamação atrófica de seu epitélio) acompanhada por processo de ressurgimento de pregueamento e tônus de suas paredes. • Didaticamente, o puerpério se divide em três etapas: • o Do 1º ao 10º dia – puerpério imediato • o Do 10º ao 45º dia – puerpério tardio • o Além do 45º dia – puerpério remoto MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Temperatura: fenômenos fisiológicos como ingurgitamento mamário (relacionado à apojadura) e proliferação com ascensão de bactérias vaginais à cavidade uterina justificam discreta elevação de temperatura por volta do 3º dia, cuja duração não excede 48 h. • Dor abdominal: tipo cólica, exacerbada durante as mamadas, de maior intensidade durante a 1ª semana. Decorre de contrações uterinas por ação local da ocitocina, liberada na hipófise posterior pelo reflexo de sucção mamilar. • Lóquios: secreção vaginal pós-parto composta por sangue, fragmentos deciduais, bactérias, exsudatos e transudatos vaginais. Apresenta odor forte e característico, com volume e aspecto influenciados por gradual redução do conteúdo hemático. • Aparelho urinário: edema e lesões traumáticas do trígono vesical e uretra podem acarretar retenção urinária. A esta, soma-se a maior capacidade vesical e eventual cateterismo para justificar predisposição à ocorrência de ITU. • Aparelho digestivo: comum o retardo na primeira evacuação, pelo relaxamento da musculatura abdominal e perineal, assim como pelo desconforto em caso de episiorrafia e hemorróidas. • Alterações psíquicas: breves crises de choro por instabilidade emocional, com marcantes mudanças de humor (disforia pós-parto ou blues puerperal) incidem em mais de 50% das pacientes nas duas primeiras semanas do puerpério. • Mamas: o colostro já pode estar presente desde a 2ª metade da gravidez, ou no mais tardar, surge nos primeiros dias pós-parto. Apojadura com ingurgitamento mamário por volta do 3º dia pós-parto. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS • Ascensão dos níveis de hemoglobina e hematócrito em relação à gestação. • Manutenção, por até uma semana, da leucocitose do trabalho de parto, em especial à custa de granulócitos. Não há desvio para esquerda. Linfopenia relativa e eosinopenia absoluta são comuns. • Maior prevalência de complicações tromboembólicas é atribuída à associação de fatores clínicos (em especial limitação de mobilização) e alterações na coagulação sanguínea (elevação de fibrinogênio e plaquetas com manutenção do nível elevado de fator VIII em relação ao final da gravidez). CONDUTAS NO PUERPÉRIO FISIOLÓGICO • Exame físico: • o verificação de sinais vitas (PA, frequência cardíaca, temperatura), avaliação de coloração da pele e mucosas. Resumo de IESC M2 – Duda Valio • o exame das mamas. • o palpação abdominal (importante que não ocorra manipulação voluntariosa do útero visando manutenção intra-cavitária dos coágulos imprescindíveis a trombotamponagem) e avaliação de peristalse. • o perdas vaginais: de relevância clínica destacam-se as variações na duração dos lóquios (não deve exceder o final da 2ª semana), constatação de redução diária de seu volume e eventual evolução patológica para padrão fétido de odor. • o inspeção perineal (se pós-parto vaginal). • o membros inferiores: descartar empastamento de panturrilhas. Orientações: • o Deambulação: deve ser estimulada desde as primeiras horas do pós-parto e permitida, com supervisão (devido a ocorrência de lipotímias), desde que cessados os efeitos da anestesia. O desconforto causado pela flacidez abdominal nos primeiros dias de puerpério pode ser minimizado com o uso de faixas ou cintas apropriadas. • o Alimentação: pode ser liberada logo após o parto transpélvico. Não há restrições alimentares. A dieta deve conter elevado teor de proteínas e calorias. Importante incentivar a ingesta hídrica. Após cesariana, ver capítulo específico. • o Higiene: a vulva e o períneo devem ser lavados com água e sabão após cada micção e evacuação; orientar a higiene sempre na direção do ânus e evitar o uso de papel higiênico • o Episiorrafia: desnecessária a prescrição rotineira de antissépticos e pomadas cicatrizantes; compressas de gelo na região perineal podem reduzir o edema e o desconforto da episiorrafia nas primeiras horas. • o Aleitamento: manutenção das mamas limpas e elevadas, através de sutiã apropriado; ingurgitamento mamário por ocasião da apojadura deve ser abordado com esvaziamento manual, compressa gelada após amamentação e, eventualmente, uso de ocitócico, spray nasal antes da mamada. Em caso de ingurgitamento mamário na ocasião da apojadura: Retirar o excesso de leite, após amamentação, por esvaziamento manual. Bombas de sucção devem ser evitadas. Compressa de gelo após amamentação por, no máximo, 10 minutos. • o Alta obstétrica: salvo intercorrências, pode ser autorizada após 48 horas. Em se tratando de parto vaginal, admite-se antecipá-la quando, além de evolução puerperal fisiológica em parto eutócico, constata-se ausência de comorbidade materna. • o Atividade sexual: liberada após 4 semanas do parto, respeitado o conforto e desejo da paciente. • o Revisão: consulta obstétrica deverá ser rotineiramente agendada para 30 a 40 dias após o parto, ocasião em que, demais do exame ginecológico, reassegura-se manutenção da amamentação e procede-se orientação individualizada quanto à contracepção. • Exames laboratoriais: • o Checagem sistemática da tipagem sanguínea materna, titulações de sífilis e HIV. • o Em caso de puérpera Rh negativo não sensibilizada (PAI negativa) torna-se obrigatória a verificação da tipagem sanguínea do recém-nato, além do Coombs direto. • o Em caso de paciente HIV positivo, suspensão da amamentação com comunicação imediata à pediatria. • o VDRL sugestivo de sífilis (sempre após análise comparativa com titulação pré-natal), contactar a pediatria. • Medicamentos • o Não faz parte da rotina a prescrição de ocitocina no pós-parto transvaginal, após a saída do CO. Resumo de IESC M2 – Duda Valio • o Sua utilização profilática na dose de 5 a 10 UI EV (fracionadas e diluídas nas etapas de cristalóides) no pós-operatório de cesariana se justifica por reduzir a incidência de hemorragia puerperal, por atonia uterina. • o Sulfato ferroso 300 mg/dia VO deve ser mantido pelo menos até o 3º mês de puerpério. CONDUTAS EM DISTÚRBIOS DO PUERPÉRIO • Hematomas de episiorrafia ou de ferida operatória de pequena monta podem ser acompanhados com vigilância clínica, aplicação local de compressa gelada e analgésico sistêmico. Deve-se proceder exploração digital da vagina em busca de hematoma no espaço pararretal (que impõe drenagem cirúrgica) em caso de dor mais intensa e sustentada, que pode estar acompanhada de instabilidade hemodinâmica. • Em caso de palpação da bexiga por via abdominal (“bexigoma”), deve-se realizar cateterismo vesical, caso a paciente seja incapaz de esvaziá-la. • Aparecimento ou agravamento de hemorróidas, comum nos primeiros dias que se seguem ao parto, são conduzidos com aplicação local de pomadas analgésicas e banhos de assento com água morna. • Suporte psicológico à puérpera que evolui com blues puerperal. • Para distúrbios da amamentação vide capítulo específico. • Distensão abdominal com timpanismo e íleo paralítico é comum, principalmente no pós-operatório
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