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Resumo IESC GO M2 4ª Etapa

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Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Conhecer sobre o diagnóstico de gravidez (presunção/ probabilidade e certeza) e fisiologia da 
gestação. 
SINAIS CLÍNICOS 
A gravidez deve ser suspeitada sempre que uma mulher em idade reprodutiva apresentar atraso menstrual, 
principalmente quando maior que uma semana. A suspeita clínica devida ao atraso menstrual é mais forte 
se seus ciclos menstruais são regulares e as relações sexuais são sem uso ou com uso inconsistente de 
contracepção. No entanto, mesmo as mulheres que relatam uso consistente de contracepção podem 
engravidar, porque nenhum método é 100% efetivo. 
O atraso da menstruação pode ser um sintoma difícil de avaliar, porque algumas mulheres têm ciclos 
menstruais irregulares. Além disso, o sangramento de pequena monta é relativamente comum na gravidez 
precoce normal, e muitas vezes ocorrendo no mesmo período em que seria esperada a menstruação 
(Ananth e Savitz, 1994; Harville et al., 2003). Em um estudo prospectivo, em torno de 9% das mulheres 
experimentaram pelo menos um dia de sangramento vaginal durante as primeiras oito semanas de gravidez 
(Harville et al., 2003). 
Didaticamente, os achados na gravidez podem ser divididos em sinais de presunção, probabilidade e 
certeza. 
Sinais de presunção: 
• Náuseas e vômitos; 
• Polaciúria; 
• Atraso menstrual até 14 dias; 
• Aumento da sensibilidade álgica mamária; 
• Cloasma gravídico ou máscara gravídica: manchas provocadas pelo aumento da produção de 
melanina circundando parte da testa, ao redor do nariz, bochecha e lábio superior; 
• Linha nigra: pigmentação da linha alba; 
• Sinal de Halban: aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo; 
• Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas hipertrofiadas nas aréolas; 
• Rede de Haller: aumento da vascularização venosa na mama; 
• Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola primária e aparecimento da aréola secundária com 
limites imprecisos. 
Sinais de probabilidade: 
• Atraso menstrual maior que 14 dias; 
• Amolecimento do colo uterino percebido pelo toque (semelhante à consistência labial) a partir de seis 
semanas de gestação; 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• Sinal de Hegar: amolecimento do istmo uterino (durante o toque bimanual, a sensação é semelhante 
à separação do corpo da cérvice); 
• Sinal de Piskacek: assimetria uterina à palpação; 
• Sinal de Nobile-Budin: percepção pelo toque do preenchimento do fundo de saco pelo útero gravídico 
(útero se torna globoso); 
• Sinal de Osiander: percepção do pulso da artéria vaginal ao toque vaginal; 
• Sinal de Jacquemier: coloração violácea do meato urinário e da vulva, entre 8 e 12 semanas; 
• Sinal de Kluge: coloração violácea da vagina, entre 8 e 12 semanas; 
• Alterações do muco cervical: torna-se viscoso, mais espesso e não se cristaliza; 
• Aumento do volume uterino: o útero aumenta de tamanho em cerca de 1 cm por semana após quatro 
semanas de gestação. A correlação entre o tamanho uterino e a idade gestacional é frequentemente 
descrita em termos de fruta (por exemplo, tamanho de seis a oito semanas = pera pequena, tamanho 
de 8 a 10 semanas = laranja, tamanho de 10 a 12 semanas = toranja ou grapefruit). O útero 
permanece um órgão pélvico até aproximadamente 12 semanas de gestação, quando se torna 
suficientemente grande para se palpar abdominalmente logo acima da sínfise do púbis, a menos que 
a mulher seja obesa. Na 16ª semana, o fundo uterino é palpável a meio caminho entre a sínfise do 
púbis e o umbigo. 
Sinais de certeza: 
• Ausculta dos batimentos cardiofetais com o estetoscópio de Pinard (a partir de 20 semanas) ou o 
sonar (a partir de 10 a 12 semanas); 
• Percepção de partes e movimentos fetais pelo examinador: por meio da palpação abdominal, é 
possível perceber movimentos do feto a partir de 18 a 20 semanas; 
• Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino): durante o exame bimanual, um discreto impulso no útero, 
por meio do fundo de saco anterior, deslocará o feto no líquido amniótico para longe do dedo do 
examinador. A tendência do retorno do feto faz com que ele seja novamente palpável. 
FONTE: FEBRASGO. 
Realizar o cálculo de idade gestacional e data provável do parto. 
ID – O que é e como calcular: 
A ID é a idade gestacional da gestante que você 
vai acompanhar. Para que possamos realizar o 
seu cálculo, precisamos ter conhecimento quanto 
à data da última menstruação – a DUM. Essa 
data deve ser referente ao primeiro dia da 
menstruação, que será o último ciclo menstrual. 
Porém, para podermos realizar esse cálculo, a 
mulher deve ter certeza do dia, e o método só deve 
ser utilizado se a mesma tiver um ciclo menstrual 
regular e não fizer uso de anticoncepcional. 
O cálculo é feito da maneira a seguir. Utilizaremos 
um calendário, pois vamos realizar o cálculo 
contando os dias entre a DUM e o dia da consulta: 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• Pegue a DUM e conte quantos dias até o 
dia da consulta; 
• Após achar o total de dias, vamos dividir 
esse valor por 7 – que equivalem aos dias 
da semana; 
• O resultado que obtiver será a quantidade 
de semanas e o que restar da divisão é 
referente aos dias da semana em que se 
encontram. 
Vamos para um exemplo: 
DUM = 02/06/2020 
Data da consulta = 14/07/2020 
Temos = 28 dias de junho + 14 dias de julho 
Total: 42 dias/7 = 6 semanas 
A ID também pode ser calculada com 
o gestograma, que é um disco em que se coloca 
a seta voltada para o dia e mês do último ciclo 
menstrual, e se tem as semanas indicadas no dia 
e mês da consulta. 
Quando a mulher não tem certeza do dia que veio 
sua última menstruação mas conhece o período 
do mês, estima-se 5,15 e 25 para fazer o cálculo, 
usando um dos métodos acima. 
Caso a data e o período sejam desconhecidos, a 
ID e a DPP serão dadas por aproximação, 
medindo-se a altura do fundo do útero e também 
por toque vaginal. 
Se não for possível determinar a IG, é solicitado 
uma ultrassonografia. 
Ciclo regular e irregular 
O ciclo menstrual é aquele que dura de 25 a 30 
dias, considerado também um ciclo regular. Ele é 
divido em duas fases, a fase folicular, aquela em 
que a mulher é preparada para uma possível 
gestação e fase lútea período em que ocorre uma 
queda nos hormônios da mulher e se não ocorre 
fecundação a mulher vem a menstruar. 
O ciclo irregular é aquele que os dias do período 
duram menos que 25 dias ou mais que 30 dias. 
DPP – O que é e como calcular: 
A DPP é a data provável do parto. Podemos 
descobrir ela por três meios também: 
• Utilizando um calendário e levando em 
consideração a duração de uma gestação 
(que costuma ser de 280 dias ou 40 
semanas) – contaremos sempre a partir da 
DUM; 
• Pelo gestograma: colocamos a seta sobre 
o dia e mês da última menstruação e 
vemos onde a seta indica como dia e mês 
como DPP; 
• Ou, podemos calcular também através da 
Regra de Näegele: somamos 7 dias ao 
primeiro dia da DUM e subtraímos 3 meses 
do mês que ocorreu a última menstruação 
– no caso dos meses de abril a dezembro, 
e se for de janeiro a março, adicionamos 9 
meses. Se por acaso o resultado 
encontrado for superior aos dias do mês, 
passamos o que resta para o mês 
seguinte, adicionando 1 ao cálculo final do 
mês. 
Vamos ao exemplo da Regra de Näegele: 
• Exemplo com mês entre abril e dezembro: 
DUM: 13/09/2019 
Dia: 13+7 = 20 
Mês: 9 – 3 = 6 
Ano: 2020 (Ter atenção de colocar o ano correto, 
já que vai ocorrer mudança de ano) 
DPP: 20/06/2020 
• Exemplo com mês de janeiro a março: 
DUM: 10/02/2020 
Dia: 10+7 = 17 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Mês: 2+9 = 11 
Ano: 2019 (Ter atenção, o ano continuará o 
mesmo) 
DPP: 17/11/2020 
• Exemplo quando excede os dias do mês: 
DUM: 27/01/2020 
Dia: 27+7 = 34 (Aqui ultrapassou os dias do mês, 
ter atenção) 
34 dias – 31 dias = 3 – Referente ao dia da DPP 
Mês: 1+9+1 = 11 (Aqui, adiciono 1 a soma por ter 
ultrapassado aos dias do mês)Ano: 2020 
DPP: 03/11/2020 
Conhecer sobre as rotinas da assistência pré-natal nas UBS. 
 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
 
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Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Realizar a anamnese obstétrica. 
 
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Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Identificar os dados de exame físico da primeira consulta e consultas de seguimento 
 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
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Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
Realizar classificação de risco gestacional. 
FATORES DE RISCO INDICATIVOS DE REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO 
FATORES RELACIONADOS ÀS CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E ÀS CONDIÇÕES 
SOCIODEMOGRÁFICAS DESFAVORÁVEIS 
• Idade menor que 15 e maior que 35 anos. 
• Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse. 
• Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de 
adolescente. 
• Situação conjugal insegura. 
• Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular). 
• Condições ambientais desfavoráveis. 
• Altura menor do que 1,45 m. 
• IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade. 
Atenção: deve ser redobrada a atenção no acompanhamento de mulheres negras, indígenas, com baixa 
escolaridade, com idade inferior a 15 anos e superior a 35 anos, em mulheres que tiveram pelo menos um 
filho morto em gestação anterior e nas que tiveram mais de três filhos vivos em gestações anteriores. 
FATORES RELACIONADOS À HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR 
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado. 
• Macrossomia fetal. 
• Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas. 
• Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos. 
• Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos). 
• Cirurgia uterina anterior. 
• Três ou mais cesarianas. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL 
• Ganho ponderal inadequado. 
• Infecção urinária. 
• Anemia. 
FATORES DE RISCO INDICATIVOS DE ENCAMINHAMENTO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
FATORES RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES PRÉVIAS 
• Cardiopatias. 
• Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica não controlada). 
• Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados). 
• Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, hipotireoidismo e hipertireoidismo). 
• Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia). 
• Doenças neurológicas (como epilepsia). 
• Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses, depressão grave 
etc.). 
• Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses). 
• Alterações genéticas maternas. 
• Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. 
• Ginecopatias (malformação uterina, tumores anexiais e outras). 
• Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, 
sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras ISTs (condiloma). 
• Hanseníase. 
• Tuberculose. 
• Anemia grave (hemoglobina < 8). 
• Isoimunização Rh. 
• Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. 
FATORES RELACIONADOS À HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR 
• Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de causa 
desconhecida. 
• Abortamento habitual (duas ou mais perdas precoces consecutivas). 
• Esterilidade/infertilidade. 
• História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou 
perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome HELLP, 
eclâmpsia, internação da mãe em UTI). 
FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL 
o Restrição do crescimento intrauterino. 
o Polidrâmnio ou oligodrâmnio. 
o Gemelaridade. 
o Malformações fetais ou arritmia fetal. 
o Evidência laboratorial de proteinúria. 
o Diabetes mellitus gestacional. 
o Desnutrição materna severa. 
o Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante para 
avaliação nutricional). 
o NIC III. 
o Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com Bi-RADS III ou mais. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
o Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão 
gestacional ou transitória). 
o Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite (toda gestante com 
pielonefrite deve ser inicialmente encaminhada ao hospital de referência para avaliação). 
o Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso. 
o Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis 
terciária (USG com malformação fetal) e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis, 
como o condiloma), quando não há suporte na unidade básica. 
o Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na gestação atual. 
o Adolescentes com fatores de risco psicossocial. 
o Síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento prematuro de placenta, placenta prévia), 
independentemente da dilatação cervical e da idade gestacional. 
o Nunca realizar toque antes do exame especular, caso o contexto exija avaliação médica. 
o Suspeita de pré-eclâmpsia: pressão arterial > 140/90 (medida após um mínimo de cinco 
minutos de repouso, na posição sentada) e associada à proteinúria. 
o Pode-se usar o teste rápido de proteinúria. Edema não é mais considerado critério 
diagnóstico. 
o Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas: escotomas cintilantes, cefaleia 
típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito. 
o Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia). 
o Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular/corioamnionite ou outra infecção que 
necessite de internação hospitalar. 
o Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes (dor no membro inferior, sinais 
flogísticos, edema localizado e/ou varicosidade aparente). 
o Situações que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais 
neurológicos, crise aguda de asma etc. 
o Crise hipertensiva (PA > 160/110) 
o Amniorrexe prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em pequena ou grande 
quantidade, mas de forma persistente), podendo ser observada mediante exame especular 
com manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal. 
o Trabalho de parto prematuro (contrações e modificação de colo uterino em gestantes com 
menos de 37 semanas). 
o IG a partir de 41 semanas confirmadas. 
o Hipertermia (tax ≥ 37,8 ºC), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de IVAS. 
o Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes. 
o Investigação de prurido gestacional/icterícia. 
o Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento sistêmico com 
menos de 20 semanas. 
o Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre. 
o Restrição de crescimento intrauterino. 
o Oligodrâmnio. 
o Óbito fetal. 
Conhecer as recomendações de acompanhamento da gestante até o nascimento: rotinas 
das consultas; número de consultas; imunização; identificação de situações de 
urgências; preparação para o aleitamento materno. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
Situações clínicas de urgência/emergência obstétrica 
• Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento. 
• Anemia grave (hemoglobina ≤ 8g/dL). 
• Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia 
• intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma etc.. 
• Crise hipertensiva (PA ≥ 160/110 mmHg). 
• Sinais premonitóriosde eclâmpsia (escotomas cintilantes, 
• cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no 
• hipocôndrio direito com ou sem hipertensão arterial grave e/ou 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• proteinúria). 
• Eclâmpsia/convulsões. 
• Edema agudo de pulmão. 
• Hipertermia (T axilar ≥ 37,8 °C), na ausência de sinais ou 
• sintomas clínicos de infecção das vias aéreas superiores. 
• Suspeita de trombose venosa profunda. 
• Suspeita/diagnóstico de abdome agudo. 
• Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra 
• infecção que necessite de internação hospitalar. 
• Prurido gestacional/icterícia. 
• Hemorragias na gestação (incluindo descolamento prematuro de 
• placenta, placenta prévia). 
• Idade gestacional de 41 semanas ou mais. 
PREPARANDO AS MAMAS PARA A AMAMENTAÇÃO 
A amamentação depende de reflexos instintivos do recém-nascido, combinados com o comportamento 
materno, encorajado e apoiado socialmente e guiado por conhecimento e informação (pré-natal). É 
importante que a mulher receba todas as orientações sobre as vantagens do aleitamento materno e o 
manejo do aleitamento. O obstetra tem várias oportunidades de atuação desde a préconcepção, do início 
do pré-natal até o final do puerpério, de modo que as condutas podem se constituir em poderosas armas a 
favor do aleitamento materno. Devemos levar em consideração a importância de valorizar o vínculo materno 
incentivando sempre a amamentação durante o pré-natal (Mazzei et al., 2004). 
Conhecer as relações útero/fetais. 
Definição e Epidemiologia 
Trata-se da interação entre o feto, a bacia e o útero. Por convenção, a orientação fetal na cavidade uterina 
é descrita em relação à situação, apresentação, atitude e posição fetais. Estes pontos podem ser 
estabelecidos clinicamente por palpação abdominal, exame vaginal e ausculta do feto. 
O Feto 
A cabeça fetal é representada pelo polo cefálico, que se divide em crânio e face. 
• Ossos do Crânico: 02 ossos parietais, 02 frontais, 02 temporais, 01 occipctal, 01 esfenoide, 01 
etmoide. 
• Suturas: 
o Metópica: sutura que separa os ossos frontais; 
o Sagital: entre os ossos parietais; 
o Coronal: entre os frontais e os parietais; 
o Lambdoide: entre os parietais e occipital; 
o Temporal: entre os parietais e temporais; 
• Principais fontanelas associadas a estática fetal: 
o Bregmática: o encontro entre a sutura sagital e coronal apresentando formato de losângulo. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
o Lambdoide: encontro entre os ossos parietais e occipital apresentando formato triangular. 
 
Atitude Fetal 
Ao final da gestação o feto assume uma postura característica descrita como atitude ou hábito, sendo assim, 
atitude diz respeito a relação do feto com seu proprio eixo. O feto torna-se dobrado ou curvado sobre si 
mesmo, esta postura característica resulta do modo de crescimento fetal e sua acomodação à cavidade 
uterina. 
• Eixo anteroposterior (fletido e defletido) 
• Eixo laterolateral (Sinclitismo e Assinclitismo) 
o Sinclitismo- encaixamento do polo cefálico fetal com a sutura sagital com a mesma distância 
entre a sínfise púbica e o promontório sacral. 
o Assinclitismo- flexão lateral da cabeça do feto; sutura sagital não está na linha média; 
pequenos assinclitismos são normais; graus extremos levam a distócia; importante fator na 
aplicação do forceps. 
▪ obliquidade de Litzmann (pube); 
▪ obliquidade de Nägele (sacro). 
Situação 
É a relação entre o eixo longitudinal fetal e o da mãe, sendo longitudinal ou transversal. O casionalmente os 
eixos fetal e materno podem cruzar em um ângulo de 45 graus, formando uma situação óbliqua, instavel e 
que sempre se torna longitudinal ou tranversal no momento do parto. 
• Logitudinal (cefálica e pelvica)> 90% dos casos 
• Transversal ~ 1% 
Posição 
É a relação do dorso fetal com pontos de referências do abdome materno. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• Esquerda: quando o dorso do feto se apresenta à esquerda do abdome materno. 
• Direita: quando o dorso do feto se apresenta à direita do abdome materno. 
• Anterior: quando o dorso do feto é voltado para diante do abdome materno. 
• Posterior: quando o dorso do feto é voltado para trás do abdome materno. 
Apresentação 
É a relação entre o polo fetal e estreito superior da pelve materna. Em geral, até o sexto mês de gestação, 
a cabeça fetal é comumente encontrada no fundo uterino (apresentação pélvica). Após essa idade 
gestacional, é comum a ocorrência de um movimento circular do feto sobre seu eixo, quando ele assume a 
apresentação cefálica. 
• Cefálica (O – fletida, B- bregma, N- fronte, M-face) 
 
Três diâmetros do polo cefálico merecem destaque: 
 Fletido (O) à Diâmetro occipitofrontal: 11 cm. 
 Defletido 1º grau (B) àDiâmetro suboccipitobregmático: 9,5 cm. 
 Defletido 2º grau (N) à Diâmetro occipitomentoniano: 13,5 cm à Contra-indica parto via vaginal. 
 Defletido 3º grau (M) àDiâmetro submentobregmático: 9,5cm. 
 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• Pélvica (S) (incompleta modo nádegas, completa, incompleta modo pés); 
 
• Transversa (A) (córmica) 
o acromioesquerda-anterior (AEA) 
o acromiodireita-anterior (ADA) 
Variedade de Posição 
Para orientação ainda mais exata considera-se a relação de determinada porção da parte apresentada com 
a porção anterior, a transversal ou a posterior da pelve materna. Como a parte apresentada nas posições 
direita ou esquerda pode estar direcionada anteriormente (A), de forma transversal (T) ou posteriormente 
(P), existem seis variedades de cada uma destas três apresentações. Assim, em uma apresentação de 
occipúcio, a apresentação, posição e variedade podem ser abreviadas, de maneira horária como: 
 
Exames Diagnósticos 
Palpação abdominal → Manobra de Leopold; 
Exame vaginal→Toque; 
Imagem → Ultrassonografia e radiografia. 
Apresentar estatísticas atualizadas em relação número de partos vaginais e cesarianas no 
Brasil. Contextualizar sobre dados encontrados 
Neste período ocorreram mais de 8 milhões de nascimentos no Brasil e a taxa de cesáreas foi de 56%, 
sendo o Centro-Oeste a região com maior taxa e o Norte a com menor. O grupo 5 foi o que mais evoluiu 
para parto cesárea, refletindo o quanto a presença de uma cesárea anterior é grande fator de risco para um 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
novo parto cirúrgico. Entre as regiões, a proporção de mulheres em cada grupo variou, sendo predominante 
o grupo 5 no Sul, Sudeste e Centro-oeste, enquanto no Norte e Nordeste o grupo 3 foi maior, composto por 
multíparas sem cesárea anterior e com início de trabalho de parto espontâneo. 
Definir trabalho de parto: inicio, sinais e sintomas presentes 
Informações e comunicação 
Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas 
com respeito, ter acesso às informações baseadas 
em evidências e serem incluídas na tomada de 
decisões. Para isso, os profissionais que as 
atendem deverão estabelecer uma relação de 
confiança com as mesmas, perguntando-lhes 
sobre seus desejos e expectativas. Devem estar 
conscientes da importância de sua atitude, do tom 
de voz e das próprias palavras usadas, bem como 
a forma como os cuidados são prestados. 
Para estabelecer comunicação com a mulher 
os profissionais devem: 
- cumprimentar a mulher com um sorriso e uma 
boa acolhida, se apresentar e explicar qual o seu 
papel nos cuidados e indagar sobre as suas 
necessidades, incluindo como gostaria de ser 
chamada; 
- manter uma abordagem calma e confiante, 
demonstrando à ela que tudo está indo bem; 
- bater na porta do quarto ou enfermaria e esperar 
antes de entrar, respeitando aquele local como 
espaço pessoal da mulher e orientar outras 
pessoas a fazerem o mesmo; 
- perguntar à mulher como ela está se sentindo e 
se alguma coisa em particular a preocupa; 
- se a mulher tem um plano de parto escrito, ler e 
discutir com ela, levando-se em consideração as 
condições para a sua implementaçãotais como a 
organização do local de assistência, limitações 
(físicas, recursos) relativas à unidade e a 
disponibiidade de certos métodos e técnicas; 
- verificar se a mulher tem dificuldades para se 
comunicar da forma proposta, se possui deficiêcia 
auditivia, visual ou intelectual; perguntar qual 
língua brasileira (português ou libras) prefere 
utilizar ou, ainda, para o caso de mulheres 
estrangeiras ou indígenas verificar se 
compreendem português; 
- avaliar o que a mulher sabe sobre estratégias de 
alívio da dor e oferecer informações balanceadas 
para encontrar quais abordagens são mais 
aceitáveis para ela; 
- encorajar a mulher a adaptar o ambiente às suas 
necessidades; 
- solicitar permissão à mulher antes de qualquer 
procedimento e observações, focando nela e não 
na tecnologia ou documentação; 
- mostrar à mulher e aos seus acompanhantes 
como ajudar e assegurar-lhe que ela o pode fazer 
em qualquer momento e quantas vezes quiser. 
Quando sair do quarto, avisar quando vai retornar; 
- envolver a mulher na transferência de cuidados 
para outro profissional, tanto quando solicitar 
opinião adicional ou no final de um plantão. 
Durante o pré-natal informar as mulheres 
sobre os seguintes assuntos: 
- riscos e benefícios das diversas práticas e 
intervenções durante o trabalho de parto e parto 
(uso de ocitocina, jejum, episiotomia, analgesia 
farmacológica, etc.); 
- a necessidade de escolha de um acompanhante 
pela mulher para o apoio durante o parto. Este 
acompanhante deve receber as informações 
importantes no mesmo momento que a mulher; 
- estratégias de controle da dor e métodos 
disponíveis na unidade, descrevendo os riscos e 
benefícios de cada método (farmacológicos e não 
farmacológicos); 
- organização e indicadores assistenciais do local 
de atenção ao parto, limitações (física, recursos 
disponíveis) relativos à unidade, bem como 
disponibilidade de certos métodos e técnicas; 
- os diferentes estágios do parto e as práticas 
utilizadas pela equipe para auxiliar as mulheres 
em escolhas bem informadas. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Apoio físico e emocional 
Todas as parturientes devem ter apoio contínuo e 
individualizado durante o trabalho de parto e parto, 
de preferência por pessoal que não seja membro 
da equipe hospitalar. 
O apoio por pessoal de fora da equipe hospitalar 
não dispensa o apoio oferecido pelo pessoal do 
hospital. 
Uma mulher em trabalho de parto não deve ser 
deixada sozinha, exceto por curtos períodos de 
tempo ou por sua solicitação. 
As mulheres devem ter acompanhantes de sua 
escolha durante o trabalho de parto e parto, não 
invalidando o apoio dado por pessoal de fora da 
rede social da mulher (ex. doula). 
Dieta durante o trabalho de parto 
Mulheres em trabalho de parto podem ingerir 
líquidos, de preferência soluções isotônicas ao 
invés de somente água. 
Mulheres em trabalho de parto que não estiverem 
sob efeito de opióides ou não apresentarem 
fatores de risco iminente para anestesia geral 
podem ingerir uma dieta leve. 
Os antagonistas H2 e antiácidos não devem ser 
utilizados de rotina para mulheres de baixo risco 
para anestesia geral durante o trabalho de parto. 
As mulheres que receberem opióides ou 
apresentarem fatores de risco que aumentem a 
chance de uma anestesia geral devem receber 
antagonistas H2 ou antiácidos. 
Medidas de assepsia para o parto vaginal 
A água potável pode ser usada para a limpeza 
vulvar e perineal se houver necessidade, antes do 
exame vaginal. 
Medidas de higiene, incluindo higiene padrão das 
mãos e uso de luvas únicas não necessariamente 
estéreis, são apropriadas para reduzir a 
contaminação cruzada entre as mulheres, 
crianças e profissionais. 
Avaliação do bem-estar fetal 
A avaliação do bem-estar fetal em parturientes de 
baixo risco deve ser realizada com ausculta 
intermitente, em todos os locais de parto: 
 Utilizar estetoscópio de Pinard ou sonar 
Doppler: 
- realizar a ausculta antes, durante e 
imediatamente após uma contração, por pelo 
menos 1 minuto e a cada 30 minutos, registrando 
como uma taxa única; 
- registrar acelerações e desacelerações se 
ouvidas; 
- Palpar o pulso materno se alguma anormalidade 
for suspeitada para diferenciar os batimentos 
fetais e da mãe. 
Alívio da dor no trabalho de parto 
Experiência e satisfação das mulheres em 
relação à dor no trabalho de parto 
Os profissionais de saúde devem refletir sobre 
como suas próprias crenças e valores influenciam 
a sua atitude em lidar com a dor do parto e garantir 
que os seus cuidados apoiem a escolha da 
mulher. 
Estratégias e métodos não farmacológicos de 
alívio da dor no trabalho de parto 
Sempre que possível deve ser oferecido à mulher 
a imersão em água para alívio da dor no trabalho 
de parto. 
Os gestores nacionais e locais devem 
proporcionar condições para o redesenho das 
unidades de assistência ao parto visando a oferta 
da imersão em água para as mulheres no trabalho 
de parto. 
Se uma mulher escolher técnicas de massagem 
durante o trabalho de parto que tenham sido 
ensinadas aos seus acompanhantes, ela deve ser 
apoiada em sua escolha. 
Se uma mulher escolher técnicas de relaxamento 
no trabalho de parto, sua escolha deve ser 
apoiada. 
A injeção de água estéril não deve ser usada para 
alívio da dor no parto. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
A estimulação elétrica transcutânea não deve ser 
utilizada em mulheres em trabalho de parto 
estabelecido. 
A acupuntura pode ser oferecida às mulheres que 
desejarem usar essa técnica durante o trabalho de 
parto, se houver profissional habilitado e 
disponível para tal. 
Apoiar que sejam tocadas as músicas de escolha 
da mulher durante o trabalho de parto. 
A hipnose pode ser oferecida às mulheres que 
desejarem usar essa técnica durante o trabalho de 
parto, se houver profissional habilitado para tal. 
Por se tratar de intervenções não invasivas e sem 
descrição de efeitos colaterais, não se deve coibir 
as mulheres que desejarem usar audio-analgesia 
e aromaterapia durante o trabalho de parto. 
Os métodos não farmacológicos de alívio da dor 
devem ser oferecidos à mulher antes da utilização 
de métodos farmacológicos. 
Analgesia inalatória 
O óxido nitroso a 50% em veículo específico pode 
ser oferecido para alívio da dor no trabalho de 
parto, quando possível e disponível, mas informar 
às mulheres que elas podem apresentar náusea, 
tonteiras, vômitos e alteração da memória. 
Analgesia intramuscular e endovenosa 
Os opióides não devem ser utilizados de rotina 
pois estes oferecem alívio limitado da dor e 
apresentam efeitos colaterais significativos para a 
mulher (náusea, sonolência e tonteira) e para a 
criança (depressão respiratória ao nascer e 
sonolência que pode durar vários dias) assim 
como interferência negativa no aleitamento 
materno. 
Diante da administração de opióides (EV ou IM) 
utilizar concomitantemente um anti-emético. 
Até duas horas após a administração de opióides 
(EV ou IM) ou se sentirem sonolentas, as mulheres 
não devem entrar em piscina ou banheira. 
Analgesia com opióides é acompanhada de 
aumento na complexidade da assistência ao parto, 
como por exemplo: maior necessidade de 
monitorização e acesso venoso. 
Uma vez que a segurança da realização de 
analgesia farmacológica no ambiente extra-
hospitalar ainda não foi estabelecida, esta é 
restrita ao complexo hospitalar, seja bloco 
cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós-
parto). 
Analgesia regional 
A analgesia regional deve ser previamente 
discutida com a gestante antes do parto, e seus 
riscos e benefícios devem ser informados. 
As seguintes informações devem ser 
oferecidas à mulher: 
- a analgesia regional só está disponível no 
ambiente hospitalar; 
- é mais eficaz para alívio da dor que os opióides; 
- não está associada com aumento na incidência 
de dor lombar; 
- não estáassociada com primeiro período do 
parto mais longo ou aumento na chance de 
cesariana; 
- está associada com aumento na duração do 
segundo período do parto e na chance de parto 
vaginal instrumental; 
- necessita de nível mais elevado de monitoração 
e a mobilidade pode ser reduzida. 
Uma vez que a segurança da realização de 
analgesia farmacológica no ambiente extra-
hospitalar ainda não foi estabelecida, esta é 
restrita ao complexo hospitalar, seja bloco 
cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós-
parto). 
A solicitação materna por analgesia de parto 
compreende indicação suficiente para sua 
realização, independente da fase do parto e do 
grau de dilatação. Isto inclui parturientes em fase 
latente com dor intensa, após esgotados os 
métodos não farmacológicos. 
A analgesia peridural e a analgesia combinada 
raqui – peridural (RPC) constituem técnicas 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
igualmente eficazes para alívio da dor de parto. A 
escolha entre elas será influenciada pela 
experiência do anestesiologista com a técnica. 
Iniciar a analgesia peridural com as substâncias 
usuais (bupivacaína, ropivacaína e 
levobupivacaína) diluídas na dose: volume 13 a 20 
ml em concentração de 0,0625% a 0,1%, 
acrescidos de fentanila (2 mcg/ml), ou opióide 
lipossolúvel em dose equipotente. 
Quando se pretende fornecer alívio rápido da dor, 
sem elevação da dose de anestésico, a via 
intratecal é a técnica de escolha. 
Quando se utilizar a RPC, adequar a dose ao 
momento do parto: 
- fase não avançada do parto (doses próximas a 
15 mcg de fentanila intratecal ou outro opióide 
lipossolúvel em dose equivalente); 
- fase avançada do parto (bupivacaína 1,25 mg 
intratecal ou outro anestésico em dose 
equivalente, associada ao opioide lipossolúvel). 
A manutenção da analgesia via cateter peridural 
deve ser iniciada com a menor concentração 
efetiva de cada anestésico; como exemplo 
bupivacaína 0,0625% ou ropivacaína 0,1%, 
ambos acrescidas de fentanila (2 mcg/ml) ou 
doses equipotentes de outro opióide lipossolúvel. 
A manutenção da analgesia via cateter peridural 
deve ser iniciada com volumes próximos a 10 ml/h. 
A manutenção da analgesia via cateter peridural 
deve ser individualizada, levando em 
consideração a resposta à solução inicial, assim 
como particularidades da mulher. Mediante 
resposta insatisfatória na primeira hora de infusão, 
deve-se elevar a dose de anestésico, aumentando 
a taxa de infusão de forma escalonada até no 
máximo 20 ml/h. 
Mediante resposta persistentemente insatisfatória 
deve-se elevar a concentração do anestésico, 
após revisar posicionamento do cateter. 
A manutenção da analgesia peridural em bolus 
intermitente ou sob regime de PCA (“analgesia 
peridural controlada pela paciente”) são os modos 
preferidos de administração para a manutenção 
da analgesia peridural. 
A utilização de um ou outro modo dependerá da 
disponibilidade de recursos locais. 
Não se recomendam rotineiramente altas 
concentrações de soluções de anestesia local 
(0,25% ou acima de bupivacaína ou equivalente) 
para estabelecer ou manter a analgesia peridural. 
Antes da realização da analgesia regional de parto 
deve haver acesso venoso pré-estabelecido. 
Pré-hidratação não deve ser utilizada de forma 
rotineira mas apenas em casos selecionados. 
Toda gestante após analgesia regional deve ser 
avaliada quanto à ocorrência de hipotensão 
arterial, sendo a necessidade de hidratação ou 
suporte com substâncias vasoativas avaliada 
individualmente. 
A manutenção da hidratação deve obedecer a 
recomendação citada no ítem dieta no trabalho de 
parto. Convém ressaltar que, em função da 
administração de opióides, a oferta de dieta com 
resíduos é proscrita após anestesia regional. 
A gestante sob analgesia peridural, quando se 
sentir confortável e segura, deve ser encorajada a 
deambular e adotar posições mais verticais. 
A administração da solução peridural não deve ser 
interrompida no intuito de se otimizar desfechos, 
mas deve obedecer as necessidades e desejo 
materno, ainda que no período expulsivo. 
O cateter peridural, instalado durante o parto, 
poderá ser utilizado no terceiro estágio do parto, 
como, por exemplo, na reparação perineal. 
Após confirmados os 10 cm de dilatação, não se 
deve incentivar a gestante a realizar puxos, exceto 
se tardiamente (sugere-se no mínimo após 1 hora 
de dilatação total) ou quando a cabeça fetal se 
tornar visível. 
Os puxos devem ser sempre durante a contração. 
Após constatado 10 cm de dilatação, devem ser 
estabelecidas estratégias para que o nascimento 
ocorra em até 4 horas, independente da paridade. 
A administração de ocitocina após analgesia 
regional não é recomendada de rotina e deve 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
obedecer as recomendações referentes ao uso de 
uterotônicos expostas nas seções específicas. 
A técnica de analgesia no parto deve visar o 
controle adequado da dor com o menor 
comprometimento possível das funções 
sensoriais, motoras e autonômicas. Para isto a 
iniciação e manutenção da analgesia com baixas 
concentrações de anestésico local constitui fator 
fundamental, particularmente importante para que 
as parturientes se mantenham em movimento. 
Toda gestante submetida a analgesia de parto 
deverá estar com monitorização básica 
previamente instalada (Pressão Arterial Não 
Invasiva - PANI a cada 5 minutos e oximetria de 
pulso). 
Estando sob monitorização, após 15 minutos da 
administração do(s) agente(s), a gestante deverá 
ser avaliada quanto à resposta (nível do bloqueio, 
sensibilidade perineal, testes de função motora , 
teste do equilíbrio e de hipotensão postural). 
Caso a avaliação seja desfavorável à mobilização 
ou se constate “estado de anestesia” 
(hiposensibilidade e bloqueio motor) a gestante 
deverá permanecer no leito sob vigilância 
constante até nova reavaliação. Caso a avaliação 
seja favorável, somente “estado de analgesia“, a 
gestante estará sem impedimentos para 
deambular e assumir a posição que desejar. 
Caso a avaliação seja desfavorável à mobilização 
ou se constate estado de anestesia 
(hiposensibilidade e bloqueio motor), os quais 
persistem mesmo após o terceiro estágio, a 
gestante deverá ser encaminhada a SRPA (Sala 
de Recuperação Pós-Anestésica) e permanecer 
no leito sob vigilância constante até alta pelo 
médico anestesiologista 
A rotina de monitoração para iniciação da 
analgesia de parto deve ser repetida nos 
momentos de doses de resgate via cateter 
peridural. 
Se após 30 minutos do início da analgesia ou dose 
de resgate for constatada inefetividade, o 
anestesiologista deverá considerar falha técnica 
ou revisar individualmente as necessidades de 
alívio da parturiente. 
Uma vez realizada analgesia de parto, ainda que 
não ocorram doses de resgate, o anestesiologista 
deverá acompanhar a parturiente, com avaliação 
horária, até o terceiro período. 
Considerando a possibilidade de complicações, 
todo cateter peridural deve ser retirado pelo 
médico anestesiologista. 
A gestante não poderá receber alta do bloco 
obstétrico, unidade PPP ou SRPA com cateter 
instalado, exceto com a autorização do 
anestesiologista. 
Toda parturiente submetida a início de analgesia 
regional ou doses adicionais de resgate, seja qual 
for a técnica, deve sersubmetida a ausculta 
intermitente da FCF de 5 em 5 minutos por no 
mínimo 30 minutos. Uma vez alterado devese 
instalar CTG, assim como proceder a cuidados 
habituais como decúbito lateral esquerdo e avaliar 
necessidade de otimização das condições 
respiratórias e circulatórias. Caso não ocorra 
melhora, seguir diretrizes próprias para conduta 
no estado fetal não tranquilizador. 
Se ocorrerem anormalidades graves da FCF, não 
transitórias, considerar outra causa que não 
analgesia regional e seguir diretrizes próprias para 
conduta no estado fetal não tranquilizador. 
Rupturaprematura de membranas (RPM) no 
termo 
Não realizar exame especular se o diagnóstico de 
ruptura das membranas for evidente. 
Se houver dúvida em relação ao diagnóstico de 
ruptura das membranas realizar um exame 
especular. Evitar toque vaginal na ausência de 
contrações. 
Explicar às mulheres com ruptura precoce de 
membranas no termo que: 
- o risco de infecção neonatal grave é de 1%, 
comparado com 0,5% para mulheres com 
membranas intactas; 
- 60% das mulheres com ruptura precoce de 
membranas no termo entrará em trabalho de parto 
dentro de 24 horas; 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
- a indução do trabalho de parto é apropriada 
dentro das 24 horas após a ruptura precoce das 
membranas. 
Até que a indução do trabalho de parto seja 
iniciada ou se a conduta expectante for escolhida 
pela gestante para além de 24 horas: 
- aconselhar a mulher a aguardar em ambiente 
hospitalar; 
- medir a temperatura a cada 4 horas durante o 
período de observação e observar qualquer 
alteração na cor ou cheiro das perdas vaginais; 
- se a mulher optar por aguardar no domicílio 
manter as mesmas recomendações anteriores e 
informá-la que tomar banho não está associado 
com um aumento da infecção, mas ter relações 
sexuais pode estar. 
Avaliar a movimentação fetal e a frequência 
cardíaca fetal na consulta inicial e depois a cada 
24 horas após a ruptura precoce das membranas, 
enquanto a mulher não entrar em trabalho de 
parto, e aconselhá-la a comunicar imediatamente 
qualquer diminuição nos movimentos fetais. 
Se o trabalho de parto não se iniciar dentro de 24 
horas após a ruptura precoce das membranas, a 
mulher deve ser aconselhada a ter o parto em uma 
maternidade baseada em hospital, com serviço de 
neonatologia. 
Eliminação de mecônio imediatamente antes 
ou durante o trabalho de parto 
Não se aconselha o uso de sistemas de gradação 
e classificação de mecônio para a conduta na 
eliminação de mecônio imediatamente antes ou 
durante o trabalho de parto, exceto quando se 
considerar a amnioinfusão ou como critério de 
transferência. 
Tanto a monitoração eletrônica contínua da 
frequência cardíaca fetal, se disponível, como a 
ausculta fetal intermitente, seguindo técnicas 
padronizadas, podem ser utilizadas para avaliação 
do bem-estar fetal diante da eliminação de 
mecônio durante o trabalho de parto. 
Considerar a realização de amnioinfusão diante da 
eliminação de mecônio moderado a espesso 
durante o trabalho de parto, se não houver 
disponibilidade de monitoração eletrônica fetal 
contínua. 
Não existem evidências para recomendar ou não 
recomendar a cesariana apenas pela eliminação 
isolada de mecônio durante o trabalho de parto. 
Assistência no primeiro período do parto 
Diagnóstico do início do trabalho de parto e 
momento de admissão para assistência ou 
início da assistência no domicílio 
Incluir o seguinte quando da avaliação precoce ou 
triagem de trabalho de parto em qualquer local de 
assistência: 
- indagar à mulher como ela está e sobre os seus 
desejos, expectativas e preocupações; 
- indagar sobre os movimentos da criança, 
incluindo qualquer mudança nos mesmos; 
- oferecer informações sobre o que a mulher pode 
esperar na fase de latência do trabalho de parto e 
o que fazer se sentir dor; 
- oferecer informações sobre o que esperar 
quando procurar assistência; 
- estabelecer um plano de cuidados com a mulher, 
incluindo orientação de quando e com quem 
contatar posteriormente; 
- oferecer orientação e apoio para o(s) 
acompanhante(s) da mulher. 
Se uma mulher busca orientação ou assistência 
em uma maternidade ou unidade de parto extra, 
peri ou intra-hospitalar: 
• E não está em trabalho de parto estabelecido (≤ 
3 cm de dilatação cervical): 
- ter em mente que a mulher pode estar tendo 
contrações dolorosas, sem mudanças cervicais, e 
embora ainda não esteja em trabalho de parto 
ativo, ela pode sentir que está pela sua própria 
definição; 
- oferecer apoio individual e alívio da dor se 
necessário; 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
- encorajar e aconselhar a mulher a permanecer 
ou retornar para casa, levando em consideração 
as suas preocupações, a distância entre a sua 
casa e o local do parto e o risco deste acontecer 
sem assistência. 
• Estar em trabalho de parto estabelecido (≥ 4 cm 
de dilatação cervical): 
- Admitir para assistência 
Definição e duração das fases do primeiro 
período do trabalho de parto 
Para fins destas Diretrizes, utilizar as seguintes 
definições de trabalho de parto: 
 • Fase de latência do primeiro período do trabalho 
de parto – um período não necessariamente 
contínuo quando: 
- há contrações uterinas dolorosas E 
- há alguma modificação cervical, incluindo 
apagamento e dilatação até 4 cm. 
• Trabalho de parto estabelecido – quando: 
- há contrações uterinas regulares E 
- há dilatação cervical progressiva a partir dos 4 
cm. 
A duração do trabalho de parto ativo pode variar: 
- nas primíparas dura em média 8 horas e é pouco 
provável que dure mais que 18 horas; 
- nas multíparas dura em média 5 horas e é pouco 
provável que dure mais que 12 horas. 
Observações e monitoração no primeiro 
período do parto 
Registrar as seguintes observações no primeiro 
período do trabalho de parto: 
- frequência das contrações uterinas de 1 em 1 
hora; 
- pulso de 1 em 1 hora; 
- temperatura e PA de 4 em 4 horas; 
- frequência da diurese; 
- exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver 
alguma preocupação com o progresso do parto ou 
em resposta aos desejos da mulher (após 
palpação abdominal e avaliação de perdas 
vaginais). 
Um partograma com linha de ação de 4 horas deve 
ser utilizado para o registro do progresso do parto, 
modelo da OMS ou equivalente. 
Transferir a mulher para uma maternidade 
baseada em hospital ou solicitar assistência de 
médico obstetra, se o mesmo não for o profissional 
assistente, se qualquer uma das seguintes 
condições forem atingidas, a não ser que os riscos 
da transferência superem os benefícios. 
• Observações da mulher: 
- pulso >120 bpm em 2 ocasiões com 30 minutos 
de intervalo; 
- PA sistólica ≥ 160 mmHg OU PA diastólica ≥ 110 
mmHg em uma única medida; 
- PA sistólica ≥ 140 mmHg OU diastólica ≥ 90 
mmHg em 2 medidas consecutivas com 30 
minutos de intervalo; 
- proteinúria de fita 2++ ou mais E uma única 
medida de PA sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica 
≥ 90 mmHg; 
- temperatura de 38°C ou mais em uma única 
medida OU 37,5°C ou mais em 2 ocasiões 
consecutivas com 1 hora de intervalo ; 
- qualquer sangramento vaginal, exceto 
eliminação de tampão; 
- presença de mecônio significativo; 
- dor relatada pela mulher que difere da dor 
normalmente associada às contrações; 
- progresso lento confirmado do primeiro e 
segundo períodos do trabalho de parto; 
- solicitação da mulher de alívio da dor por 
analgesia regional; 
- emergência obstétrica – incluindo hemorragia 
anteparto, prolapso de cordão, convulsão ou 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
colapso materno ou necessidade de ressuscitação 
neonatal avançada. 
• Observações fetais: 
- qualquer apresentação anômala, incluindo 
apresentação de cordão; 
- situação transversa ou oblíqua; 
- apresentação cefálica alta (-3/3 De Lee) ou 
móvel em uma nulípara; 
- suspeita de restrição de crescimento intra-uterino 
ou macrossomia; 
- suspeita de anidrâmnio ou polihidrâmnio; 
- frequência cardíaca fetal (FCF) < 110 ou > 160 
bpm; 
- desacelerações da FCF à ausculta intermitente. 
Se mecônio significativo (verde escuro ou preto, 
grosso, tenaz, contendo grumos) estiver presente 
assegurar que: 
-profissionais treinados em suporte avançado de 
vida neonatal estejam presentes no momento do 
parto. 
Se mecônio significativo estiver presente, 
transferir a mulher para uma maternidade baseada 
em hospital de forma segura desde que seja 
improvável que o parto ocorra antes da 
transferênciase completar. 
Intervenções e medidas de rotina no primeiro 
período do parto 
O enema não deve ser realizado de forma rotineira 
durante o trabalho de parto. 
A tricotomia pubiana e perineal não deve ser 
realizada de forma rotineira durante o trabalho de 
parto. 
A amniotomia precoce, associada ou não à 
ocitocina, não deve ser realizada de rotina em 
mulheres em trabalho de parto que estejam 
progredindo bem. 
As mulheres devem ser encorajadas a se 
movimentarem e adotarem as posições que lhes 
sejam mais confortáveis no trabalho de parto. 
Falha de progresso no primeiro período do 
trabalho de parto 
Se houver suspeita de falha de progresso no 
primeiro estágio do trabalho de parto levar em 
consideração: 
- o ambiente onde a mulher está sendo assistida; 
- a atitude da mulher, se postura mais ativa ou não; 
- estado emocional da mulher; 
- o tipo de apoio e suporte físico e emocional que 
a mulher estiver recebendo; 
- paridade; 
- dilatação e mudanças cervicais; 
- contrações uterinas; 
- altura e posição da apresentação; 
- necessidade de referência ou solicitação de 
assistência profissional apropriada. 
Se houver suspeita de falha de progresso na fase 
ativa do trabalho de parto considerar também para 
o diagnóstico todos os aspectos da evolução do 
trabalho de parto , incluindo: 
- dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas 
para as primíparas; 
- dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas ou 
um progresso lento do trabalho de parto para as 
multíparas; 
- descida e rotação do pólo cefálico; 
- mudanças na intensidade, duração e frequência 
das contrações uterinas. 
Diante da suspeita de falha de progresso no 
primeiro estágio do trabalho de parto, considerar a 
realização de amniotomia se as membranas 
estiverem íntegras. Explicar o procedimento e 
avisar que o mesmo irá diminuir o trabalho de 
parto por cerca de 1 hora e pode aumentar a 
intensidade e dor das contrações. 
Se a amniotomia for ou não realizada, realizar um 
exame vaginal após 2 horas e confirmar falha de 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
progresso se a dilatação progredir menos que 1 
cm. 
Se for confirmada falha de progresso no primeiro 
estágio do parto: 
- A mulher deve ser transferida para assistência 
sob responsabilidade de médico obstetra, se não 
estiver sob seus cuidados. O mesmo deverá 
realizar uma revisão e diagnosticar a falha de 
progresso e decidir sobre as opções de conduta, 
incluindo o uso de ocitocina. 
- Explicar que o uso de ocitocina após a ruptura 
das membranas irá diminuir o tempo para o parto 
mas não influenciará no tipo de parto ou outros 
desfechos. 
Se as membranas estiverem íntegras e o 
diagnóstico de falha de progresso for confirmado, 
aconselhar à mulher a ser submetida a uma 
amniotomia e repetir o exame vaginal 2 horas 
após, independente do estado das membranas. 
Oferecer apoio e controle efetivo da dor a todas as 
mulheres com falha de progresso no primeiro 
estágio do trabalho de parto. 
Informar às mulheres que a ocitocina irá aumentar 
a freqüência e intensidade das contrações e que a 
criança deverá ser monitorada continuamente ou 
com mais freqüência. 
Oferecer analgesia peridural, se disponível, se for 
indicado o uso de ocitocina. 
Se a ocitocina for utilizada assegurar que os 
incrementos na dose não sejam mais frequentes 
do que a cada 30 minutos. Aumentar a dose de 
ocitocina até haver 4-5 contrações em 10 minutos. 
Realizar exame vaginal 4 horas após o início da 
ocitocina: 
- se a dilatação cervical aumentou menos que 2 
cm após 4 horas, uma revisão obstétrica adicional 
deve ser realizada para avaliar a necessidade de 
cesariana; 
- Se a dilatação cervical aumentou 2 cm ou mais 
após 4 horas, continuar observação do progresso 
do parto. 
Assistência no segundo período do parto 
Ambiente de assistência, posições e imersão 
em água 
Deve-se desencorajar a mulher a ficar em posição 
supina, decúbito dorsal horizontal, ou posição 
semi-supina no segundo período do trabalho de 
parto. A mulher deve ser incentivada a adotar 
qualquer outra posição que ela achar mais 
confortável incluindo as posições de cócoras, 
lateral ou quatro apoios 
Informar às mulheres que há insuficiência de 
evidências de alta qualidade, tanto para apoiar 
como para desencorajar o parto na água. 
Puxos e manobra de Kristeller 
Deve-se apoiar a realização de puxos 
espontâneos no segundo período do trabalho de 
parto em mulheres sem analgesia, evitando os 
puxos dirigidos. 
Caso o puxo espontâneo seja ineficaz ou se 
solicitado pela mulher, deve-se oferecer outras 
estratégias para auxiliar o nascimento, tais como 
suporte, mudança de posição, esvaziamento da 
bexiga e encorajamento. 
Em mulheres com analgesia regional, após a 
confirmação da dilatação cervical completa, o 
puxo deve ser adiado por pelo menos 1 hora ou 
mais, se a mulher o desejar, exceto se a mulher 
quiser realizar o puxo ou a cabeça do bebê estiver 
visível. Após 1 hora a mulher deve ser incentivada 
ativamente para realizar o puxo durante as 
contrações. 
A manobra de Kristeller não deve ser realizada no 
segundo período do trabalho de parto. 
Definição e duração do segundo período do 
trabalho de parto 
Para fins destas Diretrizes, o segundo período do 
parto deverá ser definido como: 
•fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem 
sensação de puxo involuntário ou parturiente com 
analgesia e a cabeça do feto ainda relativamente 
alta na pelve; 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
•fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê 
visível, contrações de expulsão ou esforço 
materno ativo após a confirmação da dilatação 
completa do colo do útero, na ausência das 
contrações de expulsão. 
Se a dilatação completa do colo uterino for 
confirmada em uma mulher sem analgesia 
regional e não for identificado puxo, uma nova 
avaliação mais aprofundada deverá ser realizada 
em 1 hora para identificação da fase do segundo 
período. 
A distribuição dos limites de tempo encontrados 
nos estudos para a duração normal da fase ativa 
do segundo período do trabalho parto é a 
seguinte: 
• primíparas: cerca de 0,5–2,5 horas sem peridural 
e 1–3 horas com peridural. 
• multíparas: até 1 hora sem peridural e 2 horas 
com peridural. 
Para a conduta na falha de progresso do segundo 
período deve-se considerar a paridade, da 
seguinte maneira: 
• Nulíparas: 
- na maioria das mulheres o parto deve ocorrer no 
prazo de 3 horas após o início da fase ativa do 
segundo período; 
- a confirmação de falha de progresso no segundo 
período deve ser feita quando este durar mais de 
2 horas e a mulher deve ser encaminhada, ou 
assistência adicional solicitada, a médico treinado 
na realização de parto vaginal operatório, se o 
nascimento não for iminente. 
• Multíparas: 
- na maioria das mulheres o parto deve ocorrer no 
prazo de 2 horas após o início da fase ativa do 
segundo período; 
- A confirmação de falha de progresso no segundo 
período deve ser feita quando este durar mais de 
1 hora e a mulher deve ser encaminhada, ou 
assistência adicional solicitada, a médico treinado 
na realização de parto vaginal operatório, se o 
nascimento não for iminente. 
Falha de progresso no segundo período do 
parto 
Se houver prolongamento do segundo período do 
trabalho de parto, ou se a mulher estiver 
excessivamente estressada, promover medidas 
de apoio e encorajamento e avaliar a necessidade 
de analgesia/anestesia. 
124 Se as contrações forem inadequadas no início 
do segundo período, considerar o uso de ocitocina 
e realização de analgesia regional. 
Para as nulíparas, suspeitar de prolongamento se 
o progresso (em termos de rotação ou descida da 
apresentação) não for adequado após 1 hora de 
segundo período ativo. Realizar amniotomia se as 
membranas estiverem intactas. 
Para as multíparas, suspeitar de prolongamento 
se o progresso (em termos de rotação oudescida 
da apresentação) não for adequado após 30 
minutos de segundo estágio ativo. Realizar 
amniotomia se as membranas estiverem intactas. 
Um médico obstetra deve avaliar a mulher com 
prolongamento confirmado do segundo período do 
parto antes do uso de ocitocina. 
Após a avaliação obstétrica inicial, manter a 
revisão a cada 15-30 minutos. 
Considerar o uso de parto instrumental (vácuo-
extrator ou fórceps) se não houver segurança 
quanto ao bem estar fetal ou prolongamento do 
segundo período. 
Reconhecer que, em algumas ocasiões, a 
necessidade de ajuda por parte da mulher no 
segundo estágio pode ser uma indicação para o 
parto vaginal assistido quando o apoio falhar. 
A escolha do instrumento para o parto 
instrumental dependerá das circunstâncias 
clínicas e da experiência do profissional. 
Por ser um procedimento operatório, uma 
anestesia efetiva deve ser oferecida para a 
realização de um parto vaginal instrumental. 
Se a mulher recusar anestesia ou a mesma não 
estiver disponível, realizar um bloqueio de 
pudendo combinado com anestesia local do 
períneo durante o parto instrumental. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Mesmo se houver preocupação com o bem-estar 
fetal, uma anestesia efetiva pode ser realizada 
mas, se o tempo não permitir, realizar um bloqueio 
de pudendo combinado com anestesia local do 
períneo durante o parto instrumental. 
Orientar a mulher e realizar uma cesariana se o 
parto vaginal não for possível. 
Cuidados com o períneo 
Não se recomenda a massagem perineal durante 
o segundo período do parto. 
Considerar aplicação de compressas mornas no 
períneo no segundo período do parto. 
Não se recomenda a aplicação de spray de 
lidocaína para reduzir a dor perineal no segundo 
período do parto. 
Tanto a técnica de ‘mãos sobre’ (proteger o 
períneo e flexionar a cabeça fetal) quanto a 
técnica de ‘mãos prontas’ (com as mãos sem tocar 
o períneo e a cabeça fetal, mas preparadas para 
tal) podem ser utilizadas para facilitar o parto 
espontâneo. 
Se a técnica de ‘mãos sobre’ for utilizada, controlar 
a deflexão da cabeça e orientar à mulher para não 
empurrar nesse momento. 
Não realizar episiotomia de rotina durante o parto 
vaginal espontâneo. 
Se uma episiotomia for realizada, a sua indicação 
deve ser justificada, recomendando-se a médio-
lateral originando na fúrcula vaginal e direcionada 
para o lado direito, com um ângulo do eixo vertical 
entre 45 e 60 graus. 
Assegurar analgesia efetiva antes da realização 
de uma episiotomia. 
Assistência no terceiro período do parto 
Reconhecer que o período imediatamente após o 
nascimento é um período bastante sensível, 
quando a mulher e seus acompanhantes vão 
finalmente conhecer a criança. Assegurar que a 
assistência e qualquer intervenção que for 
realizada levem em consideração esse momento, 
no sentido de minimizar a separação entre mãe e 
filho. 
Para efeito destas Diretrizes, utilizar as seguintes 
definições: 
O terceiro período do parto é o momento desde o 
nascimento da criança até a expulsão da placenta 
e membranas. 
• A conduta ativa no terceiro período envolve um 
conjunto de intervenções com os seguintes 
componentes: 
- uso rotineiro de substâncias uterotônicas; 
- clampeamento e secção precoce do cordão 
umbilical; e 
- tração controlada do cordão após sinais de 
separação placentária. 
• A conduta fisiológica no terceiro período do parto 
envolve um conjunto de cuidados que inclui os 
seguintes componentes: 
- sem uso rotineiro de uterotônicos; 
- clampemento do cordão após parar a pulsação; 
- expulsão da placenta por esforço materno. 
Considerar terceiro período prolongado após 
decorridos 30 minutos. Seguir recomendações 
164-172 no caso de placenta retida. 
Manter observação rigorosa da mulher, com as 
seguintes avaliações: 
- condição física geral, através da coloração de 
pele e mucosas, respiração e sensação de bem-
estar; 
- perda sanguínea 
Se houver hemorragia, retenção placentária, 
colapso materno ou qualquer outra preocupação 
quanto ao bem-estar da mulher: 
- solicitar assistência de médico obstetra para 
assumir o caso, se este não for o profissional 
assistente no momento; 
- instalar acesso venoso calibroso e informar a 
puérpera sobre a situação e os procedimentos 
previstos; 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
- se o parto ocorreu em domicilio ou unidade de 
parto extra ou peri-hospitalar, a puérpera deve ser 
transferida 
imediatamente para uma maternidade baseada 
em hospital. 
Explicar à mulher, antes do parto, as opções de 
conduta no terceiro período, com os riscos e 
benefícios de cada uma. 
Explicar à mulher que a conduta ativa: 
- encurta o terceiro período em comparação com 
a conduta fisiológica; 
- está associado a náusea e vômitos em cerca de 
100 mulheres em 1.000; 
- está associado com um risco aproximado de 13 
mulheres em 1.000 de uma hemorragia de mais de 
1 litro; e 
- está associada com um risco aproximado de 14 
em 1.000 de uma transfusão de sangue. 
Explicar à mulher que a conduta fisiológica: 
- está associada a náusea e vômitos em cerca de 
50 mulheres em 1.000; 
- está associada com um risco aproximado de 29 
mulheres em 1.000 de uma hemorragia de mais de 
1 litro; e 
- está associada com um risco aproximado de 40 
mulheres em 1.000 de uma transfusão de sangue. 
A conduta ativa é recomendada na assistência ao 
terceiro período do parto pois está associado com 
menor risco de hemorragia e transfusão 
sanguínea. 
Se uma mulher com baixo risco de hemorragia 
pós-parto solicitar conduta expectante, apoiá-la 
em sua escolha. 
Para a conduta ativa, administrar 10 UI de 
ocitocina intramuscular após o desprendimento da 
criança, antes do clampeamento e corte do 
cordão. A ocitocina é preferível, pois está 
associada com menos efeitos colaterais do que a 
ocitocina associada à ergometrina. 
Após a administração de ocitocina, pinçar e 
seccionar o cordão. 
• Não realizar a secção do cordão antes de 1 
minuto após o nascimento, a menos que haja 
necessidade de manobras de ressuscitação 
neonatal. 
• Pinçar o cordão antes de 5 minutos após o 
nascimento para realizar a tração controlada do 
cordão como parte da conduta ativa. 
• Se uma mulher solicitar o clampeamento e 
secção do cordão após 5 minutos, apoiá-la em sua 
escolha. 
Após a secção do cordão realizar tração 
controlada do mesmo. 
A tração controlada do cordão, como parte da 
conduta ativa, só deve ser realizada após 
administração de ocitocina e sinais de separação 
da placenta. 
Documentar o momento do clampeamento do 
cordão tanto na conduta ativa quanto na conduta 
expectante. 
Mudar da conduta expectante para a conduta ativa 
se ocorrer: 
- hemorragia; 
- a placenta não dequitou 1 hora após o parto. 
Oferecer a conduta ativa, quando a mulher prefere 
encurtar o terceiro estágio do trabalho de parto. 
Não usar injeção de ocitocina na veia umbilical 
rotineiramente. 
As mulheres que apresentarem fatores de risco 
para hemorragia pós-parto devem ser orientadas 
a ter o parto em uma maternidade baseada em 
hospital, onde existem mais opções de 
tratamentos emergenciais; 
Se uma mulher apresentar fatores de risco para 
hemorragia pós-parto, isso deve ser registrado no 
seu prontuário e cartão de pré-natal, para que um 
plano de assistência no terceiro período do parto 
seja realizado. 
Retenção placentária 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Explicar para a mulher o que está acontecendo e 
quais serão os procedimentos necessários 
Providenciar um acesso venoso calibroso. 
Não usar Ocitocina IV adicional de rotina para 
desprendimento da placenta. 
Usar Ocitocina IV adicional de rotina para 
desprendimento da placenta, se houver 
hemorragia. 
Realizar exame vaginal minucioso. Oferecer 
analgesia para este procedimento e providenciar, 
se a mulher demandar. 
Providenciar transferência antes da exploração 
uterina,se o parto ocorreu em uma modalidade 
extra-hospitalar. 
Não realizar remoção manual ou cirúrgica sem 
analgesia adequada. 
Conhecer e interpretar um partograma. 
O partograma é um documento oficial que deve ser preenchido a partir do momento que a gestante 
entra em trabalho de parto. Como o partograma é parte do prontuário, ele deve ser corretamente 
preenchido e aberto na hora correta. 
Mas como sabemos isso? Existem dois critérios importantes para determinar o trabalho de parto: dilatação 
de pelo menos 3 centímetros e pelo menos 2 contrações efetivas. 
Como preencher um partograma 
O partograma compreende 4 partes, que devem ser preenchidas de hora em hora, ou quando a gestante 
for reavaliada. 
Identificação da paciente 
A primeira parte é a identificação da paciente. Cada serviço pode ter um cabeçalho especificado, mas 
normalmente temos o nome completo, documento/atendimento, idade da gestante e idade gestacional. 
Dilatação e altura do feto 
A segunda parte refere ao acompanhamento da dilatação e a altura do feto, duas informações que 
devem ser anotadas a cada toque vaginal que for realizado. O preenchimento é feito a partir da esquerda 
para a direita e além das outras duas informações, é necessário anotar a hora real e/ou a hora de registro. 
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Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
• O triângulo é referente a dilatação e está correlacionado com a escala à esquerda. 
• Já o círculo representa a altura do feto, respeitando os planos de De Lee ou de Hodge. 
Temos também duas linhas: a linha de alerta e a linha de ação. Elas podem estar presentes ou não no 
partograma, se não estiverem será de responsabilidade de quem abre o partograma desenhá-las. 
Ambas estão em um ângulo de 45 graus e devem estar espaçadas em 4 quadrados. E a linha de alerta deve 
começar na segunda hora do partograma. 
● Linha de Alerta: o trabalho de parto deve acompanhar a linha, por isso, se a representação do parto 
ultrapassar essa linha, devemos prestar atenção. 
● Linha de Ação: mostra a necessidade de intervenção, não necessariamente cesárea! 
Batimentos Fetais 
A terceira parte é o registro de Batimentos Fetais e deve ser marcado apenas com um ponto na frequência 
que o feto apresenta no momento do exame. 
Em seguida, há o registro das contrações. Para as contrações efetivas, deve-se preencher todo o 
quadrado. Se elas não forem efetivas, mas durarem entre 20 e 39 segundos, pinta-se apenas metade do 
quadrado, traçando uma linha na diagonal. O número de quadrados que pintar, representa a quantidade de 
contrações em 10 minutos. 
 
Uso (ou não) de ocitocina, aspecto do líquido amniótico e aspecto da bolsa 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
A quarta e última parte, é onde será anotado se há ou não uso de ocitocina, o aspecto do líquido 
amniótico e o aspecto da bolsa. 
• BOLSA: A bolsa pode estar íntegra (I) ou rota (R) 
• LÍQUIDO AMNIÓTICO (LA): o líquido pode ser claro (LC) ou meconial (LM). Lembrando que apenas com 
o rompimento da bolsa é possível avaliar o líquido amniótico. 
• OCITOCINA: é importante marcar a dose que está sendo utilizada 
 
Atenção! O partograma faz parte do prontuário médico, portanto ao preencher uma coluna 
(correspondente a uma hora) o examinador deve assinar, indicando que ele realizou o exame. 
Discutir sobre elaboração de planos de parto 
PLANO DE PARTO 
Atualmente, o plano de parto é um documento em que a futura mãe manifesta suas preferências e escolhas 
no que diz respeito ao trabalho de parto, o parto e o pós-parto, que deverá ser elaborado de comum acordo 
com o obstetra durante as consultas pré-natais e com a equipe que irá assisti-la, sempre que possível. Tal 
procedimento faz parte do Plano de Valorização Profissional da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do 
Estado de São Paulo (Sogesp). Orientações gerais para o primeiro trimestre de gestação devem ser dadas 
no sentido de evitar os incômodos dos sintomas neurovegetativos, lembrando que a partir da 12ª semana 
está concluída a embriogênese, tendo então início a fase de crescimento e maturação, com aceleração do 
metabolismo materno, melhora dos sintomas iniciais e adaptação à gravidez. 
Dessa forma, podemos dizer que a assistência pré-natal deve levar em consideração vários fatores: 
conhecimento pregresso e atual de enfermidades, rastreamento endócrino-metabólico, cardiovascular e 
infeccioso materno, condições do trato genital e mamário, e perfil complementar bioquímico, biofísico e de 
imagem, do início ao fim do pré-natal. Na assistência pré-natal, bem como em outras áreas de atuação da 
medicina, os conceitos são dinâmicos. Verdades do passado não se sustentam no presente, mas nada nos 
garante que verdades do presente sejam mantidas no futuro. O contínuo aprimoramento tecnológico deve 
ser sempre suportado pelo imprescindível raciocínio clínico 
Indicações de parto Cesareo. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
 
 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
Discutir sobre violência obstétrica. 
Violência Obstétrica caracteriza-se por abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde 
na hora do parto. Os maus tratos podem ocorrer como violência física ou psicológica, gerando vários traumas 
às mulheres. O termo não se refere apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também às falhas 
estruturais de clínicas e hospitais públicos ou particulares. 
Tipos de violência obstétrica 
Negação: Negar o tratamento durante o parto, humilhações verbais, desconsideração das necessidades e 
dores da mulher, práticas invasivas, violência física, uso desnecessário de medicamentos, intervenções 
médicas forçadas e coagidas, detenção em instalações por falta de pagamento, desumanização ou 
tratamento rude. 
Discriminação: A violência também pode se manifestar por discriminação baseada em raça, origem étnica 
ou econômica, idade, status de HIV, não-conformidade de gênero entre outros. 
Violência de gênero: Além de ser um tipo de violência que só afeta mulheres pelo simples fato de que 
apenas as mesmas passam pela experiência da gestação e do parto, atitudes desrespeitosas podem estar 
relacionadas a estereótipos ligados ao feminino. Profissionais de saúde podem se sentir na posição de 
ultrapassarem a normalidade aceitável de como uma gestante deve se comportar. 
Negligência: Impossibilidade de prover mãe e bebê com o atendimento necessário para garantir a sua 
saúde de ambos. 
Conselho Federal de Medicina 
Em setembro de 2019, o Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução Nº 2.232.O texto trata da 
recusa terapêutica, ou seja, o direito de um paciente recusar práticas sugeridas por seu médico. A recusa 
terapêutica é um direito do paciente a ser respeitado pelo médico, desde que esse o informe dos riscos e 
das consequências previsíveis de sua decisão e desde que esse paciente seja maior de idade, capaz, lúcido, 
orientado e consciente. 
Como denunciar 
Caso a mulher sofra violência obstétrica, ela pode denunciar nas secretarias Municipal, Estadual ou Distrital, 
CRM (Conselho Regional de Medicina) quando se tratar de profissional médico ou COREN (Conselho 
Regional de Enfermagem) quando a abordagem violenta venha de enfermeiro ou técnico de enfermagem. 
Denúncias também podem ser feitas pelo número 180 ou pelo Disque Saúde 136. 
Definição de puerpério e suas fases: Imediato, mediato, tardio e remoto 
O período pós-parto, também conhecido como puerpério, inicia-se após o nascimento do concepto e a saída 
da placenta. 
• O final do puerpério não é tão bem definido, sendo muitas vezes descrito comoseis a oito semanas após 
o parto, período em que as modificações anatômicas e fisiológicas do organismo materno, em especial do 
seu aparelho reprodutor, são marcadamente notadas: 
• o Dextrodesvio. 
• o Consistência firme e gradual involução uterina. 
• o Regeneração endometrial. 
• o Alongamento do colo uterino com retomada gradativa de imperviedade. 
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-2.232-de-17-de-julho-de-2019-216318370?fbclid=IwAR2QOo56N-DTaMMBnKvnTHXWYEuQAsqw4xZZYnoICIFw6a8Yjus7vrEcL00
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• o Crise vaginal pós-parto (descamação atrófica de seu epitélio) acompanhada por processo de 
ressurgimento de pregueamento e tônus de suas paredes. 
• Didaticamente, o puerpério se divide em três etapas: 
• o Do 1º ao 10º dia – puerpério imediato 
• o Do 10º ao 45º dia – puerpério tardio 
• o Além do 45º dia – puerpério remoto 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Temperatura: fenômenos fisiológicos como ingurgitamento mamário (relacionado à apojadura) e 
proliferação com ascensão de bactérias vaginais à cavidade uterina justificam discreta elevação de 
temperatura por volta do 3º dia, cuja duração não excede 48 h. 
• Dor abdominal: tipo cólica, exacerbada durante as mamadas, de maior intensidade durante a 1ª semana. 
Decorre de contrações uterinas por ação local da ocitocina, liberada na hipófise posterior pelo reflexo de 
sucção mamilar. 
• Lóquios: secreção vaginal pós-parto composta por sangue, fragmentos deciduais, bactérias, exsudatos e 
transudatos vaginais. Apresenta odor forte e característico, com volume e aspecto influenciados por gradual 
redução do conteúdo hemático. 
• Aparelho urinário: edema e lesões traumáticas do trígono vesical e uretra podem acarretar retenção 
urinária. A esta, soma-se a maior capacidade vesical e eventual cateterismo para justificar predisposição à 
ocorrência de ITU. 
• Aparelho digestivo: comum o retardo na primeira evacuação, pelo relaxamento da musculatura abdominal 
e perineal, assim como pelo desconforto em caso de episiorrafia e hemorróidas. 
• Alterações psíquicas: breves crises de choro por instabilidade emocional, com marcantes mudanças de 
humor (disforia pós-parto ou blues puerperal) incidem em mais de 50% das pacientes nas duas primeiras 
semanas do puerpério. 
• Mamas: o colostro já pode estar presente desde a 2ª metade da gravidez, ou no mais tardar, surge nos 
primeiros dias pós-parto. Apojadura com ingurgitamento mamário por volta do 3º dia pós-parto. 
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS 
• Ascensão dos níveis de hemoglobina e hematócrito em relação à gestação. 
• Manutenção, por até uma semana, da leucocitose do trabalho de parto, em especial à custa de 
granulócitos. Não há desvio para esquerda. Linfopenia relativa e eosinopenia absoluta são comuns. 
 • Maior prevalência de complicações tromboembólicas é atribuída à associação de fatores clínicos (em 
especial limitação de mobilização) e alterações na coagulação sanguínea (elevação de fibrinogênio e 
plaquetas com manutenção do nível elevado de fator VIII em relação ao final da gravidez). 
CONDUTAS NO PUERPÉRIO FISIOLÓGICO 
• Exame físico: 
• o verificação de sinais vitas (PA, frequência cardíaca, temperatura), avaliação de coloração da pele 
e mucosas. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• o exame das mamas. 
• o palpação abdominal (importante que não ocorra manipulação voluntariosa do útero visando 
manutenção intra-cavitária dos coágulos imprescindíveis a trombotamponagem) e avaliação de 
peristalse. 
• o perdas vaginais: de relevância clínica destacam-se as variações na duração dos lóquios (não deve 
exceder o final da 2ª semana), constatação de redução diária de seu volume e eventual evolução 
patológica para padrão fétido de odor. 
• o inspeção perineal (se pós-parto vaginal). 
• o membros inferiores: descartar empastamento de panturrilhas. 
Orientações: 
• o Deambulação: deve ser estimulada desde as primeiras horas do pós-parto e permitida, com 
supervisão (devido a ocorrência de lipotímias), desde que cessados os efeitos da anestesia. O 
desconforto causado pela flacidez abdominal nos primeiros dias de puerpério pode ser minimizado 
com o uso de faixas ou cintas apropriadas. 
• o Alimentação: pode ser liberada logo após o parto transpélvico. Não há restrições alimentares. A 
dieta deve conter elevado teor de proteínas e calorias. Importante incentivar a ingesta hídrica. Após 
cesariana, ver capítulo específico. 
• o Higiene: a vulva e o períneo devem ser lavados com água e sabão após cada micção e evacuação; 
orientar a higiene sempre na direção do ânus e evitar o uso de papel higiênico 
• o Episiorrafia: desnecessária a prescrição rotineira de antissépticos e pomadas cicatrizantes; 
compressas de gelo na região perineal podem reduzir o edema e o desconforto da episiorrafia nas 
primeiras horas. 
• o Aleitamento: manutenção das mamas limpas e elevadas, através de sutiã apropriado; 
ingurgitamento mamário por ocasião da apojadura deve ser abordado com esvaziamento manual, 
compressa gelada após amamentação e, eventualmente, uso de ocitócico, spray nasal antes da 
mamada. Em caso de ingurgitamento mamário na ocasião da apojadura: 
 Retirar o excesso de leite, após amamentação, por esvaziamento manual. 
 Bombas de sucção devem ser evitadas. 
 Compressa de gelo após amamentação por, no máximo, 10 minutos. 
• o Alta obstétrica: salvo intercorrências, pode ser autorizada após 48 horas. Em se tratando de parto 
vaginal, admite-se antecipá-la quando, além de evolução puerperal fisiológica em parto eutócico, 
constata-se ausência de comorbidade materna. 
• o Atividade sexual: liberada após 4 semanas do parto, respeitado o conforto e desejo da paciente. 
• o Revisão: consulta obstétrica deverá ser rotineiramente agendada para 30 a 40 dias após o parto, 
ocasião em que, demais do exame ginecológico, reassegura-se manutenção da amamentação e 
procede-se orientação individualizada quanto à contracepção. 
• Exames laboratoriais: 
• o Checagem sistemática da tipagem sanguínea materna, titulações de sífilis e HIV. 
• o Em caso de puérpera Rh negativo não sensibilizada (PAI negativa) torna-se obrigatória a 
verificação da tipagem sanguínea do recém-nato, além do Coombs direto. 
• o Em caso de paciente HIV positivo, suspensão da amamentação com comunicação imediata à 
pediatria. 
• o VDRL sugestivo de sífilis (sempre após análise comparativa com titulação pré-natal), contactar a 
pediatria. 
• Medicamentos 
• o Não faz parte da rotina a prescrição de ocitocina no pós-parto transvaginal, após a saída do CO. 
Resumo de IESC M2 – Duda Valio 
• o Sua utilização profilática na dose de 5 a 10 UI EV (fracionadas e diluídas nas etapas de cristalóides) 
no pós-operatório de cesariana se justifica por reduzir a incidência de hemorragia puerperal, por 
atonia uterina. 
• o Sulfato ferroso 300 mg/dia VO deve ser mantido pelo menos até o 3º mês de puerpério. 
CONDUTAS EM DISTÚRBIOS DO PUERPÉRIO 
• Hematomas de episiorrafia ou de ferida operatória de pequena monta podem ser acompanhados com 
vigilância clínica, aplicação local de compressa gelada e analgésico sistêmico. Deve-se proceder exploração 
digital da vagina em busca de hematoma no espaço pararretal (que impõe drenagem cirúrgica) em caso de 
dor mais intensa e sustentada, que pode estar acompanhada de instabilidade hemodinâmica. 
• Em caso de palpação da bexiga por via abdominal (“bexigoma”), deve-se realizar cateterismo vesical, caso 
a paciente seja incapaz de esvaziá-la. 
• Aparecimento ou agravamento de hemorróidas, comum nos primeiros dias que se seguem ao parto, são 
conduzidos com aplicação local de pomadas analgésicas e banhos de assento com água morna. 
• Suporte psicológico à puérpera que evolui com blues puerperal. 
• Para distúrbios da amamentação vide capítulo específico. 
• Distensão abdominal com timpanismo e íleo paralítico é comum, principalmente no pós-operatório

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