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Resenha critica do Filme Nise

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Curso de Psicologia 
Resenha crítica do filme
Nise: O coração da loucura 
Alunos 
Juliana Arruda
Renata de Sousa Silva
Roni 
Fortaleza/ Ceará
2022
O filme “Nise: O coração da loucura” é uma obra baseada em fatos reais que traz a história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, uma revolucionária na área da psiquiatria no Brasil em 1950 chega ao hospital no Rio de Janeiro depois de alguns anos afastada, ela acaba assumindo o setor de terapia ocupacional e se depara com um ambiente caótico, onde os pacientes com transtornos mentais eram tratados de formas desumanas, recebendo tratamentos como a lobotomia e o eletrochoque, ela promove uma revolução no tratamento dos pacientes chamados carinhosamente por de "clientes", ela traz grandes inovações nos tratamentos psicológicos, oferecendo uma forma humanizada de cuidados com os pacientes. Ela tratava cada um de seus pacientes de forma única e tinha como base os princípios da arte, do amor e do convívio com animais. 
Nise da Silveira, foi uma mulher além do seu tempo, formou-se em medicina, em uma época que não era de costume habitual as mulheres, pois muitas não tinham acesso, se especializou em psiquiatria na Bahia e foi a única mulher em um grupo de 158 homens de sua turma, logo podemos dizer que a mesma já tinha uma vasta experiência a lidar com ambientes masculinos e machistas, o que a ajudou a enfrentar as dificuldades que iria enfrentar em seu ambiente profissional, que era hostil e desagregador, ela enfrentou perseguição dos seus colegas de trabalho, mas não se deixou abater e foi à frente em suas convicções. Vale ressaltar que Nise não possuía recursos financeiros para colocar em prática seus objetivos, mas tinha conhecimento, empatia e boa vontade, montou uma equipe que embarcou junto com ela em seus objetivos de levar um tratamento digno aos seus "clientes", ela repudiava os tratamentos abordados em sua época e lutou contra eles, um deles era a lobotomia. 
A lobotomia, o eletrochoque dentre outros eram alguns dos tratamentos utilizados, pelos Psiquiatras e Neurologistas convencionais do Hospital, onde Nilse trabalhava nessa época a lobotomia era realizada com um picador de gelo o que tornava o procedimento ainda mais arcaico, esse consistia em "fazer dois orifícios no crânio e inserir um instrumento afiado no tecido cerebral. Ele então o movia para frente e para trás para cortar as conexões entre os lobos frontais e o resto do cérebro ``. explica o neurocirurgião e escritor Henry Marsh. Posteriormente esse procedimento foi duramente criticado pelos seus efeitos secundários graves, como demência, estado vegetativo e muitas vezes chegando a causar a morte do paciente, as lobotomias eram praticadas em pacientes com esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), depressão grave dentre outros, em alguns casos, em pessoas com dificuldades de aprendizagem ou de controle da agressão. Vale ressaltar que o responsável pelo desenvolvimento da leucotomia pré-frontal (mais tarde chamada de lobotomia, por conta dos cortes nos lobos) foi o neurologista português Egas Moniz chegando a ganhar o prêmio nobel de fisiologia/medicina em 1949 por sua descoberta, ele defendia que esse procedimento era para ser executado somente em doentes sem esperanças, porém Walter Rudolf Hess começou a usá-la indiscriminadamente disseminado pelo mundo a fora a sua prática. Houve um grande mal estar por esse prêmio por parte dos parentes de pacientes lobotomizados que tiveram consequências graves, eles lançaram um movimento para que o prêmio nobel de Egas Moniz fosse revogado, porém não obtiveram sucesso, pois o director-executivo da Fundação Nobel, Michael Sohl descartou completamente essa possibilidade, o que é um absurdo já que foram mais casos de insucesso com o procedimento do que de sucesso, podemos citar entre milhares de caso os da jovem Rosemary Kennedy que foi submetida a uma lobotomia e depois do procedimento perdeu sua capacidade de falar e andar, mesmo após anos de tratamento e acabou sendo isolada em instituições, necessitando de cuidados especiais por tempo integral, porém se serve como consolo, essa prática foi deixada de lado, com o adventos dos psicofármacos. 
Nise não aceitava esses métodos desumanos utilizados e incorporou aos seus tratamentos além do convívio com animais, amor e limpeza do ambiente a arte, os pacientes eram estimulados a pintar, num ambiente acolhedor e livre, logo ela percebe que eles conseguiam se expressar através dela, já que a esquizofrenia está associada a perda da linguagem lógica, os "clientes" passavam para as telas o que lhes ia na alma, suas memórias e seus desejos, logo essa metodologia de terapia ocupacional, envolvendo a arte como método de expressão, foi um grande avanço, na terapia dos envolvidos, pois possibilitou a comunicação tão atrasada em seus "clientes¨. Nise era uma mulher tão a frente do seu tempo e determinada em suas ideias que cria um setor de atelier de pintura e escultura, que é inaugurado em 1946, depois de um tempo a médica percebe que já tem material suficiente para organizar uma exposição de arte que acontece em 22 de dezembro de 1946 e tinha obras de adultos e crianças alcançadas pelo tratamento oferecido por Nise. O evento aconteceu no Centro Psiquiátrico Nacional e teve tanta visibilidade que as imagens foram transferidas ao edifício sede do Ministério da Educação, facilitando assim sua visitação, houve um grande interesse dos meios científicos, culturais e artístico, chamando assim a atenção do público e foi nessa época que ela recebeu a visita do crítico de arte Mário Pedrosa que deslumbrou-se com o que viu, logo pronunciando uma conferência denominada Arte, uma necessidade vital. Esse evento foi desencadeando vários outros, o que resultou no Museu de Imagens do Inconsciente que é inaugurado em 20 de maio de 1952. Nessa época acontece dois grandes marcos na história da psiquiatria no Brasil, primeiro o ateliê participa da do II Congresso Nacional de Psiquiatria, a exposição se intitulava: A esquizofrenia em imagens, essa exposição foi inaugurada por nada menos que o professor Carl Gustav Jung na manhã de 2 de setembro de 1957, ele mostrou grande interesse pelas obras examinou com cuidados as imagens, sem retoques e que confirmava suas descobertas referente a estrutura básica da psique, aqui demos o primeiro passo para introduzir a psicologia junguiana no Brasil, e também um novo caminho para compreender a psique e que a arte é um excelente meio para conhecermos os processos do obscuros do inconsciente. Vale ressaltar a importância da arte em todos os segmentos da nossa vida, nessa pandemia de 2020 o que seria dos seres humanos sem essa ferramenta tão poderosa que é a arte, ela engloba vários segmentos como obras literárias, dança, música, pinturas, obras, filmes, lives dentre tantos outros meios de se obter a mesma. 
· O que era a psicologia para Carl Gustav Jung e porque acabou sendo tão importante Nise introduzir essa metodologia no Brasil 
· Consideraćoes finais : 
Uma palavra define nosso sentimento em relação a essa essa mulher empoderada, poderosa e resiliente que fez a mudança não só na vida dos seus clientes que tiveram a honra de fazer parte dos seus projetos e cuidados, como de tantos outros que vieram a se beneficiar dessa nova forma de abordagem n:ao só no Brasil, mas no mundo. Nise essa mulher de fibra a frente do seu tempo, que não se deixou abater mesmo diante de tantas adversidades, essa sim é merecedora do Prêmio Nobel.

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