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ASSOCIAÇÃO PIRIPIRIENSE DE ENSINO SUPERIOR- APES. CRISTO FACULDADE DO PIAUÍ – CHRISFAPI.
DIRETORIA DE ENSINO.
COORDENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM. SECRETARIA DE ESTÁGIOS.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II - ENFERMAGEM PLANO DE ATIVIDADES
	ALUNO: 
	CURSO: 
	TURNO(S) EM QUE ESTUDA: ( ) Manhã	( ) Tarde	( ) Noite
	NÚMERO DA MATRÍCULA: 
	SEMESTRE CURRICULAR:
	E-MAIL: 
	TELEFONE: 
	LOCAL DO ESTÁGIO: 
	VIGÊNCIA DO ESTÁGIO: 
	HORÁRIO DO ESTÁGIO: 
	RECESSO: 
	CARGA HORÁRIA SEMANAL: 
	SUPERVISOR/A TÉCNICO/A (INSTITUIÇÃO):
	QUALIFICAÇÃO:
	E-MAIL:
	TELEFONE:
	PROFESSORA ORIENTADORA (CHRISFAPI): Carla Nayara Dos Santos Souza Veras
	JUSTIFICATIVA DO PLANO DE ATIVIDADES: (motivo das atividades a serem realizadas na instituição concedente)
Vislumbrar a formação técnico-científica do aluno, formando nele uma visão crítica dos modelos de assistência à saúde, da comunidade em que está inserido e das atividades práticas comumente desenvolvidas pelo enfermeiro no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS PELO (A) ESTAGIÁRIO (A):
PUERICULTURA
O crescimento e desenvolvimento da criança dependem principalmente do atendimento de suas necessidades essenciais e da estimulação apropriada de suas potencialidades. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é utilizado em todo o mundo com excelentes resultados, sendo realizado de forma simples, econômica e de fácil aplicabilidade, servindo como instrumento de controle e avaliação do processo evolutivo da criança e detecção precoce de possíveis problemas (MINISTERIO DA SAÚDE, 2001).
A manutenção do estado de saúde será alcançada através de medidas de promoção de saúde e prevenção de doenças ou agravos contidos nas ações de vigilância à saúde que integram as consultas de puericultura programadas e realizadas nas unidades de saúde, além das visitas domiciliares. O enfermeiro deverá conhecer os aspectos mais relevantes do desenvolvimento e estar preparado para fazer algumas intervenções, se necessária, identificando com clareza aquelas crianças que devem ser referidas para tratamento especializado (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006).
Através do acompanhamento da criança saudável – puericultura – priorizando aquelas de maior risco de adoecer e morrer, espera-se reduzir a incidência de doenças aumentando suas chances de crescer e desenvolver-se à alcançar todo seu potencial. Tem o objetivo de atender a todas as crianças de 0 a 2 anos, desenvolvendo ações de promoção à saúde e prevenção de doenças ou agravos, prestando assistência de forma integrada, acompanhando o processo de crescimento e desenvolvimento, monitorando os fatores de risco ao nascer e evolutivo, garantindo um atendimento de qualidade. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2001).
A organização da assistência, inicia-se pela captação precoce da criança, ainda na vida uterina, devendo assim, contemplar uma série de atividades programadas, de atendimentos individuais e coletivos e atividades educativas e promocionais com as famílias. Em qualquer circunstância, o acesso ao serviço de saúde deve ser garantido. Toda oportunidade de contato com a família e a criança, seja em visita domiciliar pelo Agente Comunitário de Saúde, em demanda espontânea na UBS, deve ser aproveitada para a inscrição no programa e início das atividades previstas. Todas as crianças da área de abrangência da UBS devem estar cadastradas e incluídas no programa de acompanhamento. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006).
· Atribuições do enfermeiro na assistência à criança saudável
Realizar consulta de enfermagem; realizar visitas domiciliares nos primeiros sete dias de vida do recém-nascido e quando necessário; realizar busca de faltosos; orientar, treinar e supervisionar os auxiliares de enfermagem em suas atividades relacionadas à saúde da criança; definir atribuições e delegar tarefas para a equipe de enfermagem; promover a integração da equipe no desenvolvimento das atividades;
promover atividades educativas na UBS e na comunidade tanto individual quanto coletiva; promover acompanhamento e orientação sobre aleitamento materno; marcar os dados antropométricos no gráfico de crescimento (após mensuração e pesagem em consulta), ensinando as mães como interpretá-los e informar sobre a importância dos mesmos; agendar, orientar e executar a vacinação das crianças; prescrever as dietas alimentares, quando necessário, e orientar as mães quanto ao seu preparo e oferta às crianças; prescrever medicamentos básicos, conforme a lei do exercício profissional (Lei 7498), aprovados pela secretaria de saúde, conforme em anexo n.º 7.5.4; orientar os familiares das crianças e auxiliares de enfermagem quanto às prescrições; fazer a solicitação de exames, estabelecidos pela secretaria de saúde, quando necessário.
· Visita domiciliar ao recém-nascido e puérpera
Recém-nascido (RN) é a designação de toda criança do nascer até o 28º dia de vida. Durante essa fase, o ser humano encontra-se vulnerável, biológica e emocionalmente, necessitando de cuidados especiais. Crescimento e desenvolvimento acelerados, imaturidade funcional de diversos órgãos e sistemas, dependência de um cuidador são algumas das características que vão exigir uma abordagem diferenciada em relação às outras faixas etárias (MINISTERIO DA SAÚDE, 2001).
A assistência ao RN na Unidade de Saúde da Família, deve iniciar-se logo após a alta da maternidade. O Agente Comunitário de Saúde deverá fazer visita domiciliar à puérpera e ao RN nas primeiras 24 horas após a alta, pois é objetivo dessa visita: Identificar precocemente os RN com história de parto e/ou sinais gerais de perigo.
O recém-nascido (RN) e puérpera devem receber a visita domiciliar do enfermeiro, durante a primeira semana, após nascimento, com vistas aos seguintes focos de atenção: Antecedentes pré e neonatais: realização de pré-natal (PN) pela mãe, intercorrência durante PN, uso de medicamentos, tipo de parto, intercorrência no parto, intercorrências no berçario, medidas antropométricas (peso, estatura, perímetro cefálico e torácico) ao nascer e apgar. Para estabelecer grupos de risco e ações específicas, o RN deve ser classificado de acordo com a idade gestacional (IG) e o peso de nascimento (PN). (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006).
· Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
· Crescimento
O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal e, portanto, ele cessa com o término do aumento em altura (crescimento linear). É considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e
de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da criança, no passado e no presente (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006).
· Acompanhamento do crescimento
A avaliação periódica do ganho de peso permite o acompanhamento do progresso individual de cada criança, identificando aquelas de maior risco de morbimortalidade, identificando um alarme precoce para a desnutrição. A partir da consulta de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é também possível o estabelecimento de condutas curativas dirigidas aos processos patológicos presentes e o estabelecimento de condutas preventivas, adequadas a cada idade.
· Avaliação do crescimento
· Peso
A forma mais adequada para o acompanhamento do crescimento de uma criança é o registro periódico do peso no Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança, onde o enfermeiro deve anotar todas as informações sobre a história de crescimento e desenvolvimento da criança.
Crescimento ponderal Ao nascer:
Meninos: 3250g a 3500g; Meninas: 3000g a 3250g; Baixo peso: abaixo de 2500g; Macrossomia: acima de 4000g.
Aquisição de peso:
	1° ano
	Mensal
	Trimestral
	
Total 6600g
	1° trimestre
	700g
	2100g
	
	2º trimestre
	600g
	1800g
	
	3º trimestre
	500g
	1500g
	
	4º trimestre
	400g
	1200g
	
	2° ano
	Mensal
	Semestral
	Total 2280g
	1° semestre200g
	1200g
	
	2º semestre
	180g
	1080g
	
Toda vez que a criança é pesada, esse peso é marcado com um ponto no encontro da linha correspondente ao peso observado (eixo vertical) e da linha correspondente à idade da criança (eixo horizontal). A união desses pontos marcados em cada consulta, formará o traçado do canal de
crescimento da criança naquele período.
Para a avaliação do crescimento individual de uma criança devem ser considerados dois
aspectos:
· Observar a posição do peso em relação aos pontos de corte superior e inferior:
	Percentil
	Classificação
	>97
	Peso elevado para a idade
	≥ 3 e 97
	Peso adequado para a idade
	≥ 0,1 e < 3
	Peso baixo para a idade
	< 0,1
	Peso muito baixo para a idade
· Observar a posição e também o sentido do traçado da curva de crescimento da criança:
· Posição da linha que representa o traçado de crescimento da criança: entre os percentis 97 e 3, corresponde ao caminho da saúde;
· Sentido do traçado da curva da criança (ascendente, horizontal ou descendente), desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou mais pontos com intervalos não superior a dois meses.
As consultas para o acompanhamento da criança devem ser tratadas como um importante momento para a coleta de medidas antropométricas e à orientação da mãe sobre os cuidados básicos indispensáveis à saúde de seu filho.
· Desenvolvimento
É o aumento da capacidade do indivíduo de realizar funções cada vez mais complexas contínua, dinâmica e progressiva. É produto do amadurecimento e da estimulação. Consistem na aquisição de maior capacidade funcional, através maturação, diferenciação e integração de funções.
Esse desenvolvimento sofre a influência contínua de fatores intrínsecos e extrínsecos que provocam variações de um indivíduo para outro e que tornam único o curso do desenvolvimento de cada criança. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006).
Os fatores intrínsecos determinam as características físicas da criança, isto é, atributos geneticamente determinados. Os fatores extrínsecos começam a atuar desde a concepção, estando relacionados com o ambiente da vida intrauterina. Além disso, mãe e feto sofrem influência do ambiente que circundam. Após o nascimento, o ambiente em que a criança vive os cuidados que lhes são oferecidos, estímulos, alimentação passa a fazer parte significativa no processo de maturação de seu desenvolvimento (MINISTERIO DA SAÚDE, 2001).
O desenvolvimento integral da criança pode representar uma oportunidade importante para a aproximação de uma concepção positiva da saúde, que se efetiva através do acompanhamento da criança sadia. O enfermeiro deve reconhecer o desenvolvimento normal e suas variações, pois a falta de
reconhecimento ou a demora na detecção de distúrbios do desenvolvimento retardam o encaminhamento a profissionais especializados, o que provoca um atraso no início das intervenções de reabilitação.
SAÚDE DA MULHER
· Pré-natal de baixo risco
É fundamental abordar a história de vida dessa mulher, seus sentimentos, medos, ansiedades e desejos, pois, nessa fase, além das transformações no corpo há uma importante transição existencial. É um momento intenso de mudanças, descobertas, aprendizados e uma oportunidade para os profissionais de saúde investirem em estratégias de educação e cuidado em saúde, visando o bem-estar da mulher e da criança, assim como a inclusão do pai e/ou parceiro (quando houver) e família, desde que esse seja o desejo da mulher. Pontos importante de atenção à gestante no pré-natal de baixo risco:
· Acolhimento com escuta qualificada;
· Avaliação global;
· Anamnese: presença de sintomas e queixas; planejamento reprodutivo; rede familiar e social; condições de moradia, de trabalho e exposições ambientais; atividade física; história nutricional; tabagismo e exposição à fumaça do cigarro; álcool e outras substâncias psicoativas (lícitas e ilícitas); antecedentes clínicos, ginecológicos e de aleitamento materno; saúde sexual; imunização; saúde bucal; antecedentes familiares.
· Exame físico geral e especifico gineco-obstrétrico: Atenção para as alterações da pressão arterial; avaliar o estado nutricional (peso, altura e cálculo do imc) e do ganho de peso gestacional; atenção para as alterações na altura do fundo uterino.
· Solicitação de exames, conforme o período gestacional: hemoglobina e hematócrito; eletroforese de hemoglobina; tipagem sanguínea e fator rh; coombs indireto; glicemia de jejum; teste de tolerância à glicose; urina tipo I; urocultura e antibiograma; teste de proteinúria; teste rápido para sífilis ou VDRL; teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); sorologia para hepatite B (HBsAg); toxoplasmose IgG e IgM; malária (gota espessa) em áreas endêmicas; parasitológico de fezes; ultrassonografia obstétrica.
· Presença de sinais de alerta na gravidez: cefaleia; contrações regulares; diminuição da movimentação fetal; edema excessivo; epigastralgia; escotomas visuais; febre; perda de líquido; sangramento vaginal.
· Avaliação do risco gestacional: fatores de risco indicativos de realização do pré-natal de baixo risco; fatores de risco indicativos de encaminhamento ao pré-natal de alto risco; sinais
indicativos de encaminhamento à urgência/emergência obstétrica.
· Plano de cuidados
· Cadastramento e preenchimento da Caderneta da Gestante: além da ficha de cadastramento em sistema de informação já na primeira consulta de pré-natal.
· Observar a utilização de medicação na gestação: verificar o grau de segurança na gestação e na lactação.
· Encaminhamento para serviço de referência: manter o acompanhamento da gestante com sua equipe de Atenção Básica; solicitar contrarreferência para manter as informações a respeito da evolução da gravidez e dos tratamentos administrados à gestante; realizar busca ativa e acompanhamento das gestantes por meio da visita domiciliar mensal do ACS.
· Suplementação de ferro e ácido fólico:
· Ferro elementar (40 mg/dia);
· Ácido fólico (400 μg/dia ou 0,4 mg/dia);
· Utilizar no período pré-gestacional até o final da gestação.
· Imunização: dT/dTpa, Hepatite B e Influenza.
· Busca ativa das gestantes que não comparecem às consultas: identificar os motivos para o não comparecimento; realizar visita domiciliar; oferecer novo agendamento; realizar a consulta em domicílio.
· Pré-natal de alto risco
A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. Apesar desse fato, há uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem algum agravo ou desenvolverem problemas, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. Essa parcela constitui o grupo chamado de “gestantes de alto risco”. Esse processo estabelece um gradiente de necessidade de cuidados que vai desde o mínimo, para os indivíduos sem problemas ou com poucos riscos de sofrerem danos, até o máximo necessário para aqueles com alta probabilidade de sofrerem agravos à saúde. As necessidades das mulheres que não apresentam problemas durante a gravidez são resolvidas, de maneira geral, com procedimentos simples no nível primário de assistência. Embora as mulheres que apresentam problemas possam necessitar de procedimentos mais complexos que só podem ser solucionados nos níveis secundário e terciário, com equipe de saúde e tecnologia sofisticadas. As normas de assistência devem permitir identificação precoce e adequada dos problemas que a gestante apresente, assim como os procedimentos diagnósticos e terapêuticos necessários, e em que nível de assistência os mesmos serão realizados.
· Classificação de risco gestacional:
· Objetivo: diminuir a morbimortalidade materno-infantil; ampliar o acesso com qualidade; processo permanente que deve acontecer em toda consulta; identificar fatores associados à gravidez de alto risco.
· Atribuições do enfermeiro: Captação precoce da gestante de alto risco, com busca ativa das gestantes; Estratificação de risco; Visitas domiciliares às gestantes de sua população adscrita; Acolhimentoe encaminhamento responsável ao estabelecimento que realiza o pré- natal de alto risco, por meio da regulação; Acolhimento e encaminhamento responsável de urgências e emergências obstétricas e neonatais; Vinculação da gestante ao pré-natal de alto risco; Coordenação e continuidade do cuidado; Acompanhamento do plano de cuidados elaborado pela equipe multiprofissional do estabelecimento que realiza o pré-natal de alto risco.
· Atenção às mulheres no puerpério
O cuidado da mulher no puerpério é fundamental para a saúde materna e neonatal e deve incluir o pai, a família em seus diversos arranjos e toda a rede social envolvida nesta fase do ciclo vital e familiar. O puerpério se inicia imediatamente após o parto e dura, em média (visto que o término é imprevisto), seis semanas após este, havendo variabilidade na duração entre as mulheres.
Deve-se garantir o acompanhamento integral da mulher e da criança, além de estimular (desde o pré-natal) o retorno precoce da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde após o parto. Isso pode ser concretizado com:
· Agendamento do primeiro atendimento na AB antes no momento da alta da maternidade;
· Realização da visita domiciliar na primeira semana após o recém-nascido (RN) ter recebido alta (em até três dias da alta em caso de recém-nascido de alto risco);
· Agendamento de consulta de puerpério tardio até 42 dias após o parto. Essas ações prioritárias devem ocorrer no puerpério imediato e tardio.
O pós-parto é um momento muito delicado para a mulher, pois envolve o cuidado do bebê e as mudanças físicas e emocionais, no cotidiano e nas relações sociais. Deve-se dar especial atenção às condições psíquicas e sociais da mulher neste momento, pois uma das características marcantes desse período é a ansiedade despertada com a chegada do bebê, o que pode ocasionar sintomas depressivos. É preciso continuar apoiando e protegendo essa mulher.
Além das frustrações devido às expectativas que podem ter sido criadas em relação à experiência da maternidade confrontadas com a realidade vivida, muitas vezes a família não está preparada ou organizada para tudo que se apresenta nesse momento. É comum observar nas mulheres, durante o puerpério, sentimentos de ambivalência (medo, frustração, ansiedade, incapacidade), que podem surgir
durante os primeiros momentos da mãe com o bebê.
· Assistência de enfermagem à mulher durante climatério e menopausa
O climatério é definido como uma fase biológica da vida da mulher que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo e ocorre habitualmente na idade entre 40 e 65 anos (BRASIL, 2008; 2016; WHO, 1996). Nesta fase, várias alterações fisiológicas são observadas e devem ser conhecidas pelos profissionais de saúde, a fim de que estejam aptos a fornecer orientações visando a diminuição da ansiedade e o estímulo à reflexão de como a mulher lida com este processo, não somente fisiológico, mas também cultural, relacionado ao envelhecimento.
A menopausa, marco do período do climatério, é conceituada como a interrupção da menstruação após 12 meses consecutivos de amenorreia e que ocorre, geralmente, entre os 48 e 50 anos de idade (BRASIL, 2016). É importante ressaltar que esta fase é um processo biológico e não patológico e que deve envolver uma abordagem humanizada por parte dos profissionais de saúde, pautada em princípios éticos e competências relacionais, orientações, educação em saúde e qualidade de vida (BRASIL, 2008; 2016; SBGG, 2012).
· Manifestações associadas ao climatério
As manifestações associadas ao climatério podem ser transitórias ou não e estão ligadas principalmente ao hipoestrogenismo, no entanto, o aparecimento de sintomas dependerá também de fatores hereditários, culturais e socioeconômicos (FEBRASGO, 2010).
	· Alterações hormonais;
· Manifestações menstruais:
· Manifestações neurogênicas;
· Manifestações psicogênicas;
· Metabolismo ósseo;
· Metabolismo lipídico;
· Manifestações urogenitais;
	· Manifestações tegumentares;
· Alterações sexuais;
· Alterações mamárias;
· Alterações visuais;
· Alterações dentárias;
· Obesidade.
· Manifestações associadas à menopausa
Podem incluir fogachos, sudorese noturna, distúrbios do sono e síndrome geniturinária da menopausa (sinais e sintomas decorrentes da deficiência de estrogênio, como atrofia vulvovaginal). O diagnóstico é clínico: falta da menstruação por 1 ano. As manifestações podem ser tratadas (p. ex., com a modificação do estilo de vida, medicina complementar e alternativa e/ou terapia hormonal).
· Atribuições do enfermeiro no período do climatério e menopausa
Utilizar modelos teóricos para fundamentar e sistematizar as ações de cuidado de enfermagem em saúde da mulher, por meio do processo de enfermagem; realizar a consulta de enfermagem com o objetivo de viabilizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem; prescrever cuidados de enfermagem; realizar cuidados de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas, tal como ocorre na coleta de exame Papanicolau; Solicitar exames e prescrever medicamentos estabelecidos em protocolos ou normas técnicas aprovadas pela instituição e gestor local; realizar práticas integrativas e complementares em saúde dentre as ações de cuidado, se detentor de formação especializada com registro do título no conselho regional; conduzir e coordenar grupos terapêuticos; participar dos estudos de caso, discussão e processos de educação permanente; efetuar a referência e contra referência das usuárias; desenvolver e atualizar protocolos relativos à atenção de enfermagem; desenvolver ações de educação permanente, de modo a garantir a capacitação e atualização da equipe de enfermagem.
· Assistência no rastreamento de câncer do colo do útero
Tendo em vista que o câncer cervical é uma doença totalmente previsível e, em muitos casos, insidiosa, as ações de rastreamento são primordiais para a detecção de lesões precursoras do câncer do colo do útero. O enfermeiro tem papel fundamental para a consolidação da cobertura adequada do exame de prevenção do câncer de colo uterino, pois é um dos responsáveis pela realização deste durante as consultas ginecológicas que realiza. Na assistência, nos grupos educativos e em domicílio) (BRASIL, 2013):
· Realizar consulta de enfermagem e registrar sistematicamente os dados coletados;
· Solicitar exames de acordo com os protocolos e diretrizes do Ministério da Saúde/Inca;
· Avaliar resultados dos exames solicitados e coletados, e de acordo com os protocolos e diretrizes clínicas;
· Prescrever tratamento para outras doenças detectadas, conforme protocolo de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) ou normas técnicas estabelecidas em protocolos;
· Realizar cuidado paliativo, na Unidade Básica de Saúde ou no domicílio, de acordo com as necessidades da usuária;
· Estimular ações de prevenção dos fatores de risco, encorajando a prática de sexo seguro por meio de abordagem da prevenção combinada (múltiplos parceiros aumentam o risco da doença);
· Monitorar as coberturas de vacinação contra o HPV na faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde;
· Incentivar hábitos de vida saudáveis, como alimentação adequada, abandono do uso de álcool, tabagismo (a doença está diretamente relacionada ao número de cigarros fumados) e outras drogas, e prática de exercícios físicos regulares;
· Contribuir, realizar e participar das atividades de educação permanente para todos os membros da equipe;
· Supervisionar (planejar, coordenar, executar e avaliar) a assistência de enfermagem no preparo e esterilização de materiais para assistência à mulher;
· Participar do gerenciamento dos insumos necessários para a realização da coleta de material para exame do rastreamento do câncer de colo;
· Realizar a coleta do exame citopatológico do colo pelo método de Papanicolau, atividade privativa do enfermeiro;
· Monitorar população feminina na faixa etária para rastreamento no território;
· Acompanhar fluxos com os laboratórios de referência atentando-separa o prazo dos laudos, a necessidade de recoleta, a inserção nos sistemas de produção e acompanhamento (SISCOLO ou SISCAN);
· Supervisionar equipe na busca de casos avaliados de risco que não comparecerem à Unidade, e realizar visita domiciliar a usuária quando necessário.
· Consulta de enfermagem
O enfermeiro tem um papel singular no processo de promoção à saúde, prevenção e acompanhamento do câncer de colo uterino, sendo a consulta de enfermagem uma ferramenta importante para adesão a acompanhamento à saúde da mulher. É necessário que as barreiras entre as mulheres pertencentes às populações vulneráveis como as em situação de rua, privadas de liberdade, população lésbica, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros, queers e intersex (LGBTQI+), dentre outras, sejam minimizadas, para que elas tenham um acolhimento integral e resolutivo levando em conta suas particularidades (BRASIL, 2016). Desta forma, a equipe de enfermagem tem papel fundamental neste atendimento.
· Anamnese
Na entrevista focada, devemos coletar os dados pessoais, como o nome completo ou nome social, idade, peso, altura, raça/cor, escolaridade, estado civil e ocupação atual. Com relação aos antecedentes pessoais, se possui alguma doença crônica, ou se já teve algum tipo de câncer, se já fez alguma cirurgia, se faz uso de algum medicamento de uso contínuo, se possui alergias, se a situação vacinal está atualizada, os antecedentes ginecológicos, idade da menarca, idade da primeira relação sexual, se já teve alguma IST, data da última menstruação, tipo de fluxo, regular ou não, se utiliza algum método contraceptivo, orientação sexual, se tem vida sexual ativa, o tipo de parceria sexual, o número de parceiros nos últimos 12 meses, avaliar se a usuária se encaixa em algum quadro de vulnerabilidade, seja ela por violência psicológica, econômica, física, sexual, emocional, abandono familiar ou do parceiro, se vive em
situação de rua, se faz uso de algum tipo de substância química como álcool, drogas ilícitas, tabagismo, qual a queixa dela naquele momento e qual a duração, os antecedentes obstétricos e familiares.
· Coleta de exame citopatológico
O exame citopatológico é composto pela citologia cervical associado a outras técnicas, tais como: exame clínico especular, inspeção visual com ácido acético (IVA) e teste de Schiller. Além disso, faz-se necessário que sejam acrescidos a esses exames outros testes complementares para aumentar a precisão do diagnóstico das lesões apresentadas pelas usuárias, tais como: colposcopia, cervicografia digital, citologia em meio líquido (CML) e teste do DNA do HPV.
Cuidados iniciais: atentar para o tamanho do espéculo (considerar: mulheres sem práticas sexuais introdutivas, pós quimioterapia local).
· Etapas da coleta
1. Preparar o ambiente e material para o exame de prevenção: Mesa ginecológica, escada de dois degraus, mesa auxiliar, banqueta, foco de luz com cabo flexível, biombo, cesto de lixo, espéculos de tamanhos variados, lâminas de vidro com extremidade fosca, frasco porta- lâmina contendo álcool a 96%, ácido acético a 5%, lugol, espátula de Ayre, escova endocervical, pinça de Sharon, algodão, gaze, avental para a paciente, lençóis (preferência que sejam descartáveis), luvas de procedimento, óculos de proteção e máscara cirúrgica.
2. Realizar as etapas necessárias que antecedem a coleta: lavagem das mãos, confirmar dados pessoais, orientar, esclarecer dúvidas, identificação da lâmina, preparação da mulher, realização do exame clínico das mamas.
3. Preparação antes de coleta: colocar a mulher na posição litotômica; cobrir parcialmente o abdome e os membros inferiores da paciente com um lençol; posicionar o foco de luz; calçar as luvas, pôr os óculos de proteção, a máscara e se posicionar de modo que permita uma adequada visualização; realizar a inspeção da genitália externa; separar os grandes lábios e observar:
4. Realizar a inspeção visual do colo uterino com o ácido acético: avisar a mulher que irá introduzir o espéculo; introduzir o espéculo; abrir o espéculo; expor o introito vaginal afastando as formações labiais com dois dedos da mão esquerda.
5. Realização da coleta da amostra: coleta ectocervical com espátula e endocervical com a escovinha.
6. Finalização do exame preventivo: avisar que o exame terminou e que irá retirar o espéculo; fechar cuidadosamente o espéculo evitando pinçar o colo; desprezar o espéculo em local adequado; explicar os achados visuais do exame e orientar as condutas necessárias; enfatizar
a data do retorno para o recebimento do resultado do exame.
· Rastreamento das lesões precursoras do câncer do colo do útero
O manejo adequado, no âmbito da Unidade Básica de Saúde, da citologia cervical segundo a classificação das lesões, faz-se necessário a fim de se alcançar de forma efetiva a redução da incidência e mortalidade por CCU. Em relação as atipias de significado indeterminado em células escamosas, pode-se revelar ao exame citológico: Células escamosas atípicas de significado indeterminado; células escamosas atípicas de significado indeterminado quando não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau; células glandulares atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas; e células glandulares atípicas de significado indeterminado, quando não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau (BRASIL, 2011).
Diante de cada achado diagnóstico, faz-se necessário seguir as seguintes recomendações: no caso de células escamosas atípicas de significado indeterminado, que possivelmente não são neoplásicas, deve-se encaminhar a mulher para realizar a repetição da citologia em 6 e 12 meses, levando em consideração o tratamento de possíveis infecções. Se o resultado se mantiver, fazer a colposcopia (BRASIL, 2011). Em casos de maior complexidade, quando a conduta clínica não for realizada na APS, as mulheres serão encaminhas para unidades de atendimento especializado para realização de condutas específicas.
· Encaminhamento para serviços de referência
Realizar encaminhamento dos casos que necessitam de avaliação nos serviços de referência, de acordo com os critérios estabelecidos pela gestão municipal, estadual e/ou federal.
· Acompanhamento de usuárias pós-exame
Manter o acompanhamento da mulher com resultado citopatológico alterado na Atenção Básica, quando contrarreferenciado pelo serviço de referência após diagnóstico ou tratamento. Contato contínuo com mulheres com resultado alterado, para estimular a adesão ao tratamento e detectar as faltosas.
· Estímulo às ações de prevenção primária
Oferta de vacinação contra HPV para a população feminina entre 9 e 13 anos, sendo o esquema vacinal de duas doses (0 e 6 meses) e um reforço após cinco anos da segunda dose; não há evidências suficientes da prevenção primária do câncer propriamente dito, mas sim das lesões precursoras (que podem ou não evoluir para câncer, a depender de diversos fatores), conforme disponível no relatório de recomendação da comissão nacional de incorporação de tecnologias no SUS; orientações sobre o uso de preservativo; combate ao tabagismo (o tabagismo é fortemente associado ao desenvolvimento do câncer
cervical e ao retorno de lesão pré-maligna em mulheres tratadas).
· Ações de vigilância em saúde
Realização de busca ativa de mulheres dentro da população-alvo e com exame em atraso; seguimento de casos alterados.
· Educação em saúde
Orientação individual e coletiva de mulheres sobre o objetivo do exame e sua importância; orientação individual e coletiva de mulheres sobre aos fatores de risco para o câncer de colo do útero: tabagismo, idade, infeção por HPV; orientação individual e coletiva sobre sexo seguro e prevenção do câncer de colo do útero; orientação individual e coletiva quanto à periodicidade, recomendações do exame e cuidados a serem tomados antes da coleta, evitando a realização de exames intravaginais, utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais, ou manutenção de relações sexuais com preservativos nas 48 horas anterioresao exame citopatológico.
· Rastreamento de câncer de mama
A rede de atenção oncológica propõe a implementação de linha de cuidado para o câncer de mama por meio de ações de prevenção, detecção precoce e tratamento em tempo oportuno e, para o câncer de colo do útero, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das lesões precursoras. Neste contexto, a atenção de enfermagem nos serviços da APS consiste na avaliação e acompanhamento sistemático da saúde da mulher com enfoque nas linhas de cuidados prioritários e ações de promoção da saúde, redução de risco ou manutenção de baixo risco, rastreamento/detecção precoce, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças, considerando-se a individualidade, necessidades e direitos da mulher.
· Atribuições do enfermeiro no rastreamento de câncer das mamas
Nas ações previstas pelas políticas públicas de saúde para o controle de câncer de mamas na APS, o enfermeiro tem papel fundamental e encontra amplo espaço para as atividades, pois mantém considerável autonomia nas suas práticas. Ao Enfermeiro cabe, além das atribuições gerais da equipe de enfermagem (CAVALCANTE, 2013):
· Coordenar o trabalho da equipe de enfermagem acerca da saúde da mulher;
· Realizar a escuta qualificada das necessidades da mulher em todas as ações, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento de vínculo;
· Planejar e coordenar a busca ativa das mulheres da área de abrangência que não estejam realizando o exame físico das mamas e as mulheres com indicação de rastreamento do câncer de mama;
· Realizar consulta de enfermagem com exame clínico das mamas; investigar outras patologias
pessoal e/ou familiar;
· Solicitar exames complementares e prescrever medicamentos conforme protocolos e outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão; e encaminhar para atendimento médico, caso necessário;
· Solicitar mamografia de rastreamento dentro das faixas etárias preconizadas neste protocolo;
· Realizar a visita e promover cuidados no domicílio, frente a saúde da mulher, quando necessário;
· Prever a disponibilidade de suprimentos dos insumos e materiais necessários para as ações propostas neste protocolo;
· Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
· Planejar atividades de educação permanente junto aos demais profissionais da equipe e parceiros;
· Acompanhar anualmente as mulheres que possuem alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama;
· Orientar as mulheres de sua área de abrangência sobre a forma correta de realização do autoexame das mamas;
· Garantir a qualidade do registro das ações nos sistemas de informações vigentes.
· Exame físico específico: exame clínico das mamas (ECM)
O ECM é usado tanto como método diagnóstico como de rastreamento, realizado por médico para diagnóstico diferencial de lesões palpáveis da mama, é um complemento essencial na investigação diagnóstica de doenças mamárias e o primeiro método de avaliação diagnóstica na Atenção Primária. Como rastreamento, é entendido como um exame de rotina feito por profissional de saúde treinado geralmente enfermeiro ou médico - realizado em mulheres saudáveis, sem sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama.
Ao contrário de seu papel consagrado como método diagnóstico, o rastreamento por meio do ECM é alvo de grande controvérsia na literatura científica. Toda mulher deve ser submetida ao exame físico das mamas por profissional habilitado, anualmente, após os 30 anos de idade (INCA, 2019). O ECM deve incluir:
· Inspeção estática;
· Inspeção dinâmica;
· Palpação das mamas e das cadeias ganglionares axilares e supraclaviculares.
· Solicitação de Mamografia
Havendo a indicação conforme esse protocolo, o enfermeiro solicitará a mamografia de rastreamento. Devendo completar na requisição de mamografia todos os dados observados durante a
realização do exame clínico. Todas as alterações encontradas devem ser descritas em prontuário, com os detalhamentos técnicos pertinentes, sendo fundamental destacar: presença de nódulos, adensamentos, secreções mamilares e ou areolares entre outras.
· Terapia de Reposição Hormonal (TRH)
O enfermeiro poderá prescrever apenas a TRH tópica por via intravaginal e realizar a reavaliação semestral, respeitando os limites de tempo e idade máximos de uso, desde que a mulher não apresente contraindicações absolutas e/ou relativas ao método (COREN-SC, 2016). É importante informar à paciente dos riscos associados ao uso da TRH (cardiovasculares, neoplasias, dentre outras) e do acompanhamento a ser realizado caso seja necessário tal tratamento (BRASIL, 2016).
SAUDE DO ADULTO E IDOSO
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA (HAS)
A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média), chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. Estudos estimam que a prevalência global da HAS seja de um bilhão de indivíduos, acarretando aproximadamente 7,1 milhões de mortes ao ano no mundo (CHOBANIAN, 2004). É uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
No Brasil, os desafios do controle e prevenção da HAS e suas complicações são, sobretudo, das equipes de Atenção Básica. As equipes são multiprofissionais, cujo processo de trabalho pressupõe vínculo com a comunidade e a clientela, levando em conta a diversidade racial, cultural, religiosa e os fatores sociais envolvidos.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde preconiza que sejam trabalhadas as modificações de estilo de vida, fundamentais no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão. A alimentação adequada, sobretudo quanto ao consumo de sal e ao controle do peso, a prática de atividade física, o abandono do tabagismo e a redução do uso excessivo de álcool são fatores que precisam ser adequadamente abordados e controlados, sem os quais os níveis desejados da pressão arterial poderão não
ser atingidos, mesmo com doses progressivas de medicamentos (GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO, 2009).
· Organização da linha de cuidado da hipertensão arterial sistêmica
O objetivo da Linha de Cuidado da HAS é fortalecer e qualificar a atenção à pessoa hipertensa por meio da integralidade e da continuidade do cuidado, em todos os pontos de atenção. Vale ressaltar que apesar de, em geral, as linhas de cuidado ainda serem organizadas por doenças, é essencial que a equipe avalie seu paciente integralmente, já que comumente a HAS está associada a outros fatores de risco/doenças. É importante lembrar que não há necessidade de organizar o cuidado na Atenção Básica também de forma fragmentada, por doenças, sendo fundamental garantir o acesso e o cuidado longitudinal para a pessoa independente de qual problema ela possui.
· Rastreamento e diagnóstico da HAS na APS
Além do diagnóstico precoce, o acompanhamento efetivo dos casos pelas equipes da atenção básica é fundamental, pois o controle da pressão arterial (PA) reduz complicações cardiovasculares e desfechos como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas renais, entre outros.
· Classificação da pressão arterial
A pressão arterial pode ser classificada em normotensão, PA limítrofe e hipertensão arterial sistêmica. A normotensão é a pressão considerada normal, as pessoas que apresentarem PA entre 130/85mmHg são consideradas normotensas e deverão realizar a aferição anualmente, com exceção dos diabéticos que devem ter sua pressão verificada em cada consulta. Quanto a hipertensão arterial sistêmica, se a média das três medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, está confirmado o diagnóstico de HAS e a pessoa deveráser agendada para consulta médica para iniciar o tratamento e o acompanhamento.
· Consulta de enfermagem para acompanhamento da pessoa com HAS
A consulta de enfermagem para o acompanhamento da pessoa com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica pode ser realizada por meio da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e possui seis etapas interrelacionadas entre si, objetivando a educação em Saúde para o autocuidado. A consulta de enfermagem deve focar nos fatores de risco que influenciam o controle da hipertensão, ou seja, as mudanças no estilo de vida, o incentivo à atividade física, à redução do peso corporal quando acima do IMC recomendado e o abandono do tabagismo. Deve também estar voltada para as possibilidades de fazer a prevenção secundária, a manutenção de níveis pressóricos abaixo da meta e o
controle de fatores de risco.
DIABETES MELLITUS
O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1999). O DM vem aumentando sua importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde considerado Condição Sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares (ALFRADIQUE, 2009).
· Classificação
· Diabetes tipo 1: o termo “tipo 1” indica o processo de destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose. A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune (tipo 1 autoimune ou tipo 1A), que pode ser detectado por autoanticorpos circulantes como antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina. Em menor proporção, a causa é desconhecida (tipo 1 idiopático ou tipo 1B). A destruição das células beta em geral é rapidamente progressiva, ocorrendo principalmente em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), mas pode ocorrer também em adultos.
· Diabetes tipo 2: o termo “tipo 2” é usado para designar uma deficiência relativa de insulina, isto é, há um estado de resistência à ação da insulina, associado a um defeito na sua secreção, o qual é menos intenso do que o observado no diabetes tipo 1. Após o diagnóstico, o DM tipo 2 pode evoluir por muitos anos antes de requerer insulina para controle. Seu uso, nesses casos, não visa evitar a cetoacidose, mas alcançar o controle do quadro hiperglicêmico.
· Diabetes gestacional e diabetes detectado na gravidez: é um estado de hiperglicemia, menos severo que o diabetes tipo 1 e 2, detectado pela primeira vez na gravidez. Geralmente se resolve no período pós-parto e pode frequentemente retornar anos depois. Hiperglicemias detectadas na gestação que alcançam o critério de diabetes para adultos, em geral, são classificadas como diabetes na gravidez, independentemente do período gestacional e da sua resolução ou não após o parto. Sua detecção deve ser iniciada na primeira consulta de pré-natal (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010).
· Consulta de Enfermagem para avaliação inicial
É de competência do enfermeiro, realizar consulta de enfermagem para pessoas com maior risco para desenvolver DM tipo 2, abordando fatores de risco, estratificação do risco cardiovascular e orientação sobre MEV. A consulta de enfermagem tem o objetivo de conhecer a história pregressa do paciente, seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o autocuidado e avaliar as condições de saúde. É importante que o enfermeiro estimule e auxilie a pessoa a desenvolver seu plano de autocuidado em relação aos fatores de risco identificados durante o acompanhamento.
· Consulta de Enfermagem para acompanhamento
A assistência de enfermagem para a pessoa com DM precisa estar voltada para um processo de educação em saúde que auxilie o indivíduo a conviver melhor com a sua condição crônica, reforce sua percepção de riscos à saúde e desenvolva habilidades para superar os problemas, mantendo a maior autonomia possível e tornando-se corresponsável pelo seu cuidado.
· Exame físico
O exame físico da pessoa com DM é muito importante, visto que pode detectar complicações da doença e identificar outras condições que, associadas, aumentam a morbimortalidade e influenciam no tratamento.
· Prevenção e manejo das complicações agudas e crônicas da diabetes
O diabetes mellitus (DM) não controlado pode provocar, em longo prazo, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. Estudos epidemiológicos sustentam a hipótese de uma relação direta e independente entre os níveis sanguíneos de glicose e a doença cardiovascular. As complicações agudas do DM incluem a descompensação hiperglicêmica aguda, com glicemia casual superior a 250 mg/dl, que pode evoluir para complicações mais graves como cetoacidose diabética e síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica, e a hipoglicemia, com glicemia casual inferior a 60 mg/dL. Essas complicações requerem ação imediata da pessoa, da família ou dos amigos, e do serviço de Saúde. A orientação adequada ao paciente e à família e a disponibilidade de um serviço de pronto atendimento, telefônico ou no local, são fundamentais para auxiliar a pessoa a impedir que o quadro evolua para quadros clínicos mais graves.
· Avaliação e cuidados com o pé diabético
Entre as complicações crônicas do diabetes mellitus (DM), as úlceras de pés (também conhecido como pé diabético) e a amputação de extremidades são as mais graves e de maior impacto
socioeconômico. As úlceras nos pés apresentam uma incidência anual de 2%, tendo a pessoa com diabetes um risco de 25% em desenvolver úlceras nos pés ao longo da vida (BOULTON, 2008).
Avaliar o conhecimento do paciente sobre o diabetes;
· Avaliar o conhecimento sobre os cuidados com os pés e as unhas (complicações agudas e crônicas de fácil identificação);
· Avaliar o comportamento do paciente com relação aos seus pés;
· Avaliar o cuidado executado pela pessoa;
· Avaliar o apoio familiar no cuidado com os pés;
· Avaliar as condições dos calçados e das palmilhas.
A inspeção da pele deve ser ampla, incluindo observação da higiene dos pés e corte das unhas, pele ressecada e/ou descamativa, unhas espessadas e/ou onicomicose, intertrigo micótico, pesquisando-se a presença de bolhas, ulceração ou áreas de eritema. A avaliação musculoesquelética inclui a inspeção de eventuais deformidades. Deformidades rígidas são definidas como contraturas que não são facilmente reduzidas manualmente e, frequentemente, envolvem os dedos (BOULTON et al., 2008). A palpação dos pulsos pedioso e tibial posterior deve ser registrada como presente ou ausente. Além do pulso é importante observar a temperatura, os pelos, o estado da pele e dos músculos. Ao verificar-se a ausência ou diminuição importante de pulso periférico, atrofia da pele e músculos, rarefação dos pelos, deve-se avaliar a necessidade de encaminhar a pessoa ao cirurgião vascular (BOULTON, 2008)
A avaliação neurológica tem como principal objetivo identificar a perda da sensibilidade protetora (PSP), que pode se estabelecer antes do surgimento de eventuais sintomas.Serão abordados quatro testes clínicos que são práticos e úteis no diagnóstico da PSP: monofilamento de 10 g, diapasão de 128 Hz, percepção de picada e reflexo aquileu. Recomenda-se que sejam utilizados, pelo menos, dois destes testes para avaliar a PSP. A literatura recomenda a utilização do teste com monofilamento de 10 g associado a outro teste. Um ou dois testes anormais sugerem PSP, enquanto pelo menos dois testes normais (e nenhum anormal) descartam a PSP. Em todos os testes, deve-se aplicar,no mínimo, três repetições, intercalada com uma aplicação falsa. Um teste normal é quando o paciente afirma que sente, no mínimo, duas das três repetições
Na consulta médica e de enfermagem para pessoas com DM na Atenção Básica, será possível, por meio da avaliação sistemática dos pés, prevenir, suspeitar ou identificar precocemente neuropatia periférica com diminuição da sensibilidade, deformidades, insuficiência vascular e úlcera em membro inferior. É fundamental o adequado registro em prontuário dessa avaliação. Se forem identificadas anormalidades durante a avaliação também deverá ser registrado o manejo com cada um dos achados específicos.
· Coleta de material para cultura nos ferimentos infectados (base da úlcera)
· Limpeza diária com solução fisiológica 0,9% aquecida.
· Não usar em nenhuma fase dos curativos: solução furacinada, permanganato de potássio ou pomadas com antibióticos.
· Em caso de crosta ou calosidades, o desbridamento pode ser diário, avaliando a necessidade de encaminhamento ao cirurgião.
· Uso de preparados enzimáticos que não contenham antibióticos de acordo com protocolo local. Nestes casos, na fase inicial, a limpeza da lesão deve ser feita duas vezes ao dia.
· Evitar o uso de esparadrapo diretamente sobre a pele.
· Úlceras infectadas e superficiais que não tenham comprometimento ósseo ou de tendões devem ser tratadas com antibióticos via oral (ver texto).
· Orientar repouso, com o membro inferior afetado ligeiramente elevado, proteger o calcâneo e a região maleolar para que não surjam novas úlceras e não apoiar o pé no chão.
A abordagem educativa de pessoas com DM para prevenção da ocorrência de ulcerações nos pés e para estabelecer um cuidado diário adequado dos membros inferiores é fundamental para evitar internações desnecessárias e amputações A escolha de metodologias educativas participativas e que partam das necessidades da pessoa, bem como estabelecer com elas os objetivos e metas do processo são fundamentais para o sucesso de um programa educativo.
· Recomendações nutricionais de apoio à pessoa com glicemia alterada ou diabetes
A terapia nutricional é importante na prevenção do diabetes mellitus (DM) e no retardo das complicações associadas ao DM, integrando o conjunto de medidas de autocuidado e educação em Saúde. As modificações na alimentação são reconhecidas como um recurso para o controle glicêmico e redução do risco das doenças cardiovasculares. Diversos estudos comprovam que a atenção nutricional é importante na prevenção do diabetes mellitus e no retardo das complicações associadas à doença, integrando o conjunto de medidas de autocuidado e educação em Saúde.
A alimentação está relacionada diretamente com alguns fatores que interferem na prevenção e/ou controle do DM tipo 2 e seus agravos. São eles: excesso de peso, dislipidemia, mau controle glicêmico e padrão alimentar com consumo excessivo de gordura saturada e pouca ingestão de frutas e vegetais. Assim, as modificações na alimentação são reconhecidas como um recurso tanto para o controle glicêmico como para o controle pressórico, manutenção ou perda de peso, resultando na redução dos riscos associados às doenças cardiovasculares (KIRSTEN et al., 2010).
· Avaliação antropométrica e identificação do padrão alimentar
Além do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e da avaliação da circunferência abdominal (CA), outra possibilidade que pode ser usada na avaliação antropométrica da pessoa com diabetes é a estratificação de risco a partir da avaliação combinada entre IMC e CA. Os indivíduos com risco aumentado ou com alto risco têm mais chances de apresentarem dislipidemia, resistência à insulina e hipertensão arterial sistêmica, fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) que caracterizam a Síndrome Metabólica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).
A perda de peso é indicada para todas as pessoas com excesso de peso e diabetes ou risco de desenvolver diabetes. A meta pode ser o peso saudável com IMC abaixo de 24,9 kg/m2, mas a redução de 7% do peso corporal mostra-se capaz de diminuir a resistência à insulina (SANTOS et al., 2009).
Conhecer o padrão alimentar pessoal e familiar é fundamental, ainda, para identificar os fatores que possam contribuir ou prejudicar o controle glicêmico ou que possam, ao longo do tempo, agravar a doença. A investigação do padrão alimentar, em especial o consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura saturada e o baixo consumo de fibras, frutas e vegetais, é uma ferramenta importante para a prevenção e o manejo do DM. No caso de o controle glicêmico estar insatisfatório, é necessária uma abordagem mais específica na alimentação, principalmente quanto à ingestão de carboidratos, e uma investigação mais rigorosa quanto aos horários, qualidade e quantidade das refeições relacionadas com os horários da medicação oral e/ou utilização de insulina. As seguintes perguntas podem auxiliar na investigação de inadequações alimentares (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003; BRASIL, 2006a).
HANSENÍASE
A hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.
A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
· Classificação
· Indeterminada: Pacientes possuem até cinco manchas de contornos imprecisos, e, nesse caso, não há comprometimento neural. É a fase inicial da doença.
· Tuberculoide: Paciente apresenta até cinco lesões bem definidas e um nervo comprometido.
· Dimorfa: Paciente apresenta mais de cinco lesões, com bordos que podem estar bem ou pouco definidos, e o comprometimento de dois ou mais nervos.
· Virchowiana: Paciente apresenta a forma mais disseminada da doença, sendo observada grande parte da pele danificada e, algumas vezes, comprometimento de órgãos, como nariz e rins.
· Prevenção da hanseníase
As medidas de prevenção e controle da hanseníase são absolutamente necessárias. Programas de vigilâncias epidemiológicas assumem importância central no controle e prevenção das doenças. Como a transmissão do M. Leprae ocorre de indivíduo para indivíduo durante o convívio prolongado, os contatos intradomiciliares constituem um grupo de risco (MATOS, 1999).
· Atuação do enfermeiro no controle da hanseniase
Atualmente o papel do enfermeiro para as ações de prevenção, promoção e controle da Hanseníase no Brasil aumentou com a vigorosa expansão do SUS, ondeos enfermeiros exercem o papel de organização do serviço de saúde em todos os níveis de complexidade. Em relação a Hanseníase o marco chegou com a implantação da poliquimioterapia com dose supervisionada, onde supervisão e execução são atribuições da enfermagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
Nas Estratégias de Saúde da Família (ESF), o controle da Hanseníase é realizado pelos enfermeiros, onde desempenham papel estratégico para atenção integral e humanizada voltada para os pacientes, alem da organização dos serviços (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
As ações desenvolvidas pelos enfermeiros na prevenção e controle da Hanseníase se relacionam com a busca e diagnostico dos casos e tratamentos,além da prevenção de incapacidades, administração do controle e sistema de registro da vigilância epidemiológica.
Nascimento et al, (2011) comentam da importância do alcance da eliminaçãoda referida doença e acrescenta ser necessário que as ações realizadas no âmbito da ESF estejam voltadas para a concretização dos princípios do SUS, principalmente da integralidade. Nesse contexto, a enfermagemé parte e motivadorapara o trabalho coletivo, onde atua diretamente nas ações de controle da hanseníase, fazendo pesquisa com o portador, família e comunidade que o mesmo está inserido (VERONESI, 2004).
Algumas ações realizadas pelo enfermeiro como a consulta de enfermagem abre os caminhos para o encontro entre paciente e Unidade de Saúde. Nela será feito o histórico, exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem. A escuta deve estar concentrada em todas as fases, pois uma boa conversa será determinante para o conhecimento e analise do perfil da saúde e da doença. A pratica da conversação depende do enfermeiro, esta busca a qualidade de vida com abordagem contextualizada e
participativa (SILVA et al., 2009).
Outra ação que caracteriza da enfermagem é a sistematização de cuidados, onde compreende o diagnóstico precoce, realização dos exames dermatoneurológicos, prevenção de incapacidades, apoio psicológico durante o tratamento até a cura, conforme visto no Programa de Eliminação da Hanseníase (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
No decorrer do tratamento o enfermeiro deve oferecer apoio, levantando as principais ansiedades acerca da doença, para que possa orientar sobre a doença, tratamento, e orientar quanto a prevenção de incapacidades, autocuidado e tudo o que insere no tratamento, como administrar as tomadas de medicamentos, além dosprincipais efeitos adversos que podem causar (SILVA et al, 2009).
Para o controle da Hanseníase as ações vão além de ficar somente na unidade. As visitas domiciliares devem ser realizadas pelos enfermeiros e médicos quando necessário e pelos Agentes Comunitários de Saúde mensalmente. Esta ferramenta é compreendida como grande instrumento de trabalho, onde tem como proposta inicial a atenção domiciliar e a reinserção das pessoas a comunidade. “É fundamental a reflexão sobre esta atividade no campo da assistência, principalmente no que concerne ao cuidado prestado pelo enfermeiro, de forma a compreender o indivíduo no contexto familiar e social em que se encontra inserido” (NASCIMENTO, 2011).
Alem de tudo isso ainda é função do enfermeiro, proporcionar educação continuada dos auxiliares e técnicos de enfermagem, bem como dos agentes comunitários de saúde, e principalmente, realizar consultas de enfermagem que proporcionem, dentre outras funções, a identificação dos fatores de risco e deadesão no tratamento da hanseníase (OMS, 2000).
TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença que tem de importância no mundo todo. Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada com o bacilo causador da doença, e que em 2013 ocorreram 9 milhões de casos novos e 1 milhão de óbitos. No Brasil, no ano de 2017, foram notificados 69.569 casos novos de TB, resultando em um coeficiente de incidência de 33,5 casos para cada 100 mil habitantes. Apesar de o diagnóstico e o tratamento da infecção estar disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2016 foram registrados 4.426 óbitos por TB no país. Isto significa que a cada 100 mil cidadãos brasileiros, mais de dois morreram por TB (BRASIL, 2015; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
A um método Global pelo Fim da Tuberculose, lançada pela OMS em maio de 2014, tem por objetivo reduzir as mortes e a incidência de TB até 2035. O Ministério da Saúde do Brasil, por meio da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), lançou em 2017 o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, e assim como a Estratégia
Global, estabeleceu metas para a redução do coeficiente de incidência para menos de dez casos novos por cada 100 mil habitantes, e do coeficiente de mortalidade para menos de um óbito por cada 100 mil habitantes, até 2035 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
No que concerne à realização de ações para o controle da TB, os profissionais precisam preencher, desde a busca dos casos até o término do tratamento, diversos instrumentos de registro, que compreendem o prontuário clínico e outros preconizados pelo Ministério da Saúde, cujas informações são essenciais para o planejamento, o acompanhamento e a avaliação no âmbito do controle da doença. No entanto, tal multiplicidade de instrumentos pode ocasionar duplicidade de dados ou o não registro, bem como fragilidades na utilização dessas informações para subsídio do processo de tomada de decisão na rotina diária dos serviços de saúde (ORFÃO et al., 2017).
· Rastreamento
Quanto maior o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de profissionais capacitados desenvolvendo ações de controle da tuberculose, mais abrangente será a busca, maior será a detecção de casos, mais rápido o início do tratamento e mais eficiente a supervisão do tratamento, o que favorece a cura e a quebra da cadeia de transmissão (BRASIL, 2007).
As ações para a procura de casos devem estar voltadas para os grupos com maior probabilidade de apresentar tuberculose. A busca ativa de casos deve ser realizada entre (BRASIL, 2002):
· Sintomáticos respiratórios, das pessoas maiores de 15 anos que procuram serviços de saúde apresentando queixas de tosse e expectoração por três semanas ou mais, ou que apresentem sintomas compatíveis com a infecção: além da tosse, febre vespertina, suores noturnos, perda de peso, escarro sanguíneo ou dor torácica;
· Contatos de casos de tuberculose;
· Atenção especial para as pessoas com maior risco de adoecimento, como residentes em comunidades fechadas, pessoas etilistas, usuários de drogas, imunodeprimidos por uso de medicamentos ou por infecções.
· Diagnóstico
· Histórico
· Contato com uma pessoa com tuberculose;
· Aprestar sintomas sugestivos para tuberculose, como citado anteriormente;
· História de tratamento anterior para tuberculose;
· Presença de fatores de risco (HIV, diabetes, câncer, etilismo).
· Exame bacteriológico
A pesquisa bacteriológica é o método prioritário para o diagnóstico e controle do tratamento da tuberculose. Pois permite descobrir os casos bacilíferos, detectando cerca de 70 a 80% dos casos de tuberculose (BRASIL, 2007). A baciloscopia direta do escarro deve sempre ser solicitada para:
· Pacientes adultos que procurem o serviço de saúde por apresentarem queixas respiratórias ou, informarem ter tosse e expectoração há três semanas ou mais;
· Pacientes que apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax;
· Contatos de casos de tuberculose pulmonar bacilíferos que apresentem queixas respiratórias.
· Radiografia de tórax
O exame radiológico é um recurso auxiliar para o diagnóstico da tuberculose, justificando-se sua utilização, se possível, nos casos suspeitos. Pessoas com sintomas respiratórios, mas sem presença de secreção para coleta de material para a baciloscopia deverão realizar radiografia de tórax, antes de serem encaminhadas para realização de coleta de escarro. Se o paciente não tem nenhum sintoma de tuberculose, não possui alterações sugestivas na radiografia, ele sai do processo de investigação, mas permanece em acompanhamento com a equipe de saúde (BRASIL, 2011).
· Atribuições do enfermeiro no programa de tuberculose
· Identificar os sintomáticos respiratórios entre as pessoas que procuram as unidades básicas de saúde, nas visitas domiciliares ou mediante os relatos dos ACS;
· Solicitar baciloscopia dos sintomáticos respiratórios para diagnóstico (duas amostras);
· Orientar quanto à coleta de escarro;
· Identificar, no pote, o nome do paciente;
· Fornecer o pote para a coleta do escarro;
· Enviar a amostra ao laboratório;
· Aplicar a vacina BCG. Caso não tenha capacitação para tal, providenciar junto ao gestor da UBS a sua capacitação em outra unidade de saúde;
· Fazer teste tuberculínico. Caso não tenha capacitação para tal, encaminhar para a unidade de referência;
· Realizar consulta de enfermagem mensal (conforme programação de trabalho da equipe);
· Notificar o caso de tuberculose que vai iniciar tratamento;
· Convocar os comunicantes para investigação;
· Dispensar os medicamentos para o doente. Orientar como usar a medicação, esclarecer as dúvidas
dos doentes e desmistificar os tabus e estigmas;· Programar os quantitativos de medicamentos necessários ao mês, para cada doente cadastrado na unidade básica de saúde, de forma a assegurar o tratamento completo de todos;
· Solicitar exame de escarro mensal (2, 4 e 6 meses para os doentes em uso dos esquemas básico e básico + etambutol) para acompanhar o tratamento dos pulmonares bacilíferos;
· Identificar reações adversas dos medicamentos e interações medicamentosas.
· Transferir o doente da unidade básica de saúde, quando necessário, com a ficha de referência e contra-referência devidamente preenchida;
· Encaminhar o doente para uma unidade de referência, quando necessário.
· Agendar consulta extra, quando necessário;
· Fazer visita domiciliar para acompanhar o tratamento domiciliar e supervisionar o trabalho do ACS;
· Realizar ações educativas junto à clientela da UBS e no domicílio;
· Convocar o doente faltoso à consulta. Planejar visita domiciliar;
· Convocar o doente em abandono de tratamento. Planejar visita domiciliar;
· Preencher o Livro de Registro e Acompanhamento dos Casos de Tuberculose na UBS. Atualizar os critérios de alta, verificando que a “alta por cura comprovada” foi substituída por “alta por cura”, e que a “alta por cura não comprovada” foi substituída por “alta por completar o tratamento”;
· Acompanhar a ficha de supervisão do tratamento preenchida pelo ACS;
· Fazer, juntamente com a equipe, a análise de coorte trimestral;
· Manter a ficha do SIAB (B-TB) atualizada;
· Planejar, juntamente com a equipe e coordenação municipal, estratégias de controle da tuberculose na comunidade.
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI)
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) surgiu em 1973, por determinação do Ministério da Saúde, como parte de um conjunto de medidas que se destinavam a fiscalizar e redirecionar a atuação governamental do setor. Entre elas, coordenar ações que se desenvolviam com descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.
Essas ações conduzidas dentro de programas especiais (erradicação da varíola, controle da tuberculose) e como atividades desenvolvidas por iniciativa de Governos Estaduais, necessitavam de uma coordenação central que lhes proporcionassem sincronia e racionalização. Criado através da Lei 6.259 de 30/10/75 e Decreto 78.231 de 30/12/76, o PNI visa estimular e expandir a utilização de agentes
imunizantes no país.
O PNI transformou-se ao longo desses anos, em uma das mais bem-sucedidas intervenções de saúde pública do mundo. O episódio emblemático do ano de 1904 (Revolta da Vacina), ilustra a grande importância que esse programa tem até os dias atuais. O PNI coordena as atividades de imunização desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços de saúde. As ações de vacinação constituem-se nos procedimentos de melhor relação custo e efetividade no setor saúde, uma vez que os índices de morbimortalidade por doenças imunopreveníveis nas décadas recentes, em nosso país e no mundo, reduzem cada vez mais.
O avançado declínio nos indicadores é decorrente do grande avanço tecnológico na produção de vacinas, associadas a um sistema de conservação desses imunobiológicos e o cumprimento de amplas coberturas vacinais. A meta operacional básica é a vacinação de 100% das crianças menores de um ano, com todas as vacinas indicadas no Esquema de Vacinação. O PNI tem como objetivo contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças imunopreveníveis, utilizando estratégias básicas de vacinação de rotina e campanhas anuais, desenvolvidas de forma hierarquizada e descentralizada, conforme Instrução Normativa nº 1 de 19/08/04.
O PNI atua com importante papel no SUS, sua política definida impacta diretamente na redução, eliminação e erradicação de doenças por meio das vacinas e da vigilância. É por meio das salas de vacinas que fica viabilizada a missão maior de administrar a vacina promovendo, prevenindo e protegendo a saúde dos brasileiros por meio do processo de imunização (BRASIL, 2013).
As vacinas se tornaram um mecanismo essencial para sobrevivência, no qual seu princípio consiste em, através do uso especificamente controlado de microrganismos causadores de doenças, ou suas toxinas, estimular o sistema imunológico de modo que este seja capaz de montar uma defesa contra tal antígeno.
Quando o indivíduo entrar em contato com este antígeno ele já possua mecanismos efetores eficientes para protegê-lo e garantir sua segurança e saúde, prevenindo assim diversas doenças. Isso acontece pela geração de memória imunológica, ou seja, nosso sistema imune é capaz de armazenar uma memória para cada antígeno que entramos em contato ao logo da vida e assim, é capaz de se defender e combater tal antígeno.
Os imunobiológicos disponibilizados pelo PNI são: Hepatite A, Meningocócica C, dT (dupla adulto), DT (dupla infantil), DTP (tríplice bacteriana), DTPa (Tríplice acelular), Penta, BCG, cólera, febre amarela, febre tifóide, Haemophilusinfluenzae B, influenza trivalente, HPV quadri, pneumocócica 10 e 23, VOP, VIP, raiva, rotavírus, tríplice viral, tetraviral e varicela. Além das vacinas, o PNI disponibiliza também Soros e Imunoglobulinas. (BRASIL, 2013).
· BCG	-	Indicada	contra	as	formas	graves	da	tuberculose,	devendo	ser	administrada
preferencialmente após o nascimento. Também indicada para profissionais de saúde e comunicantes de casos de Hanseníase.
· DTP - Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche. Também conhecida como Tríplice Bacteriana.
· DT e dT - Vacina contra Difteria e Tétano. Encontra-se em dois tipos: a vacina dupla infantil (DT) e a vacina dupla adulto (dT). Essa última contém uma menor quantidade de toxóide diftérico. A dT é indicada a partir dos 7 anos de idade.
· dTpa ADULTO - A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) tipo adulto, recomendada para gestantes a partir da 20ª semana de gestação. As mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, devem receber uma dose de dTpa no puerpério, o mais precoce possível.
· Febre Amarela (FA) - Indicada para prevenir a febre amarela. Faz parte do calendário vacinal apenas em áreas endêmicas e regiões limítrofes dessas áreas. Pessoas que se deslocam para essas áreas também devem receber a vacina contra a febre amarela. A finalidade da vacinação é imunizar determinado número de pessoas, de forma a constituir uma barreira de proteção que se oponha à propagação geográfica da doença.
· Meningocócica C (Conjugada) - Vacina contra a Neisseriameningitidis tipo C (Meningococo C), principal bactéria causadora de meningite. Introduzida no Calendário Básico de Vacinas em 2010. Em 2017, o Ministério da Saúde passou a disponibilizar a vacina meningocócica para adolescentes.
· Pentavalente - Contém a DTP, HB e Hib e é indicada para imunização das crianças menores de 1 ano de idade. É segura e bem tolerada, com elevada imunogenicidade contra os antígenos componentes. É usada na vacinação primária de lactentes que já receberam a primeira dose de hepatite B ao nascimento.
· Pneumocócica 10 - Valente. Essa vacina visa proteger crianças, menores de 5 anos, contra infecções respiratórias e otite média aguda causadas por Streptococcuspneumoniae sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F.
· Rotavírus - Vacina Oral contra o Rotavírus, que é o vírus responsável pelos quadros mais graves de diarreia, vômitos e desidratação, e que está associado aos quadros que necessitam de internação por desidratação grave, podendo levar a óbito.
· Tetra Viral - (Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela - SCRV). Está disponível, exclusivamente, para as crianças de 15 meses de idade, que tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral. Tríplice Viral - (Sarampo, Caxumba e Rubéola). É composta por três vírus vivos atenuados: o vírus do sarampo, caxumba e da rubéola.
· Vacina Contra Influenza (Gripe) - A gripe é considerada pela Organização Mundial da Saúde, a mais importante doença de transmissão respiratória depois da tuberculose. A vacina protege todos
os indivíduos, principalmente os idosos e os com baixa resistência e previneas complicações respiratórias.
· Vacina Contra a Hepatite A - Vacina contra a Hepatite causada pelo vírus A. As hepatites virais são infecções que acometem o fígado e o paciente leva de 15 a 20 dias para se recuperar. É indicada a partir dos 12 meses de vida.
· Vacina Contra a Hepatite B - Vacina contra a Hepatite causada pelo vírus B, produzida através de engenharia genética. É indicada a aplicação de preferência logo após o nascimento, nas primeiras 12 horas de vida. Caso não seja possível, iniciar o mais precocemente possível.
· Vacina Contra Varicela - Corresponde à segunda dose da vacina varicela, considerando a dose de tetra viral aos 15 meses de idade.
· VIP - Vacina Inativada Contra a Poliomielite. Introduzida no Calendário Básico desde junho de 2012. VOP - Vacina Oral Contra Poliomielite. Indicada para a proteção contra a doença poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. A vacina protege contra os três tipos de poliovírus (I II e III).
· Vacina Quadrivalente Contra o Papilomavírus Humano (HPV) - A vacina surgiu como uma estratégia de saúde pública, com o objetivo de reforçar as atuais ações de prevenção do câncer do colo do útero. É indicada para adolescentes (meninos e meninas).
· Reconhecer e identificar os principais riscos
Apesar da eficácia e segurança que as vacinas oferecem a imunização não está isenta de riscos.
Os principais riscos são:
· Infecção no local da inoculação;
· Transmissão de doenças por meio do produto injetado e contaminação do material empregado na administração
· Complicação devido a outros compostos dos produtos imunizantes;
· Encefalite pós-vacinal, quando da utilização de antígenos vivos;
· Agravamentos de enfermidades crônicas cardíacas, renais, do sistema nervoso central, entre outras;
· Reações locais gerais: nódulos, edemas, dor ou mal-estar, lipotimia, entre outras;
· Reações de hipersensibilidade;
· Complicações específicas secundárias à natureza e tipos de antígenos ou substâncias fontes de anticorpos.
· Reconhecer e identificar os principais eventos adversos
Como já sabemos, as vacinas são constituídas por agentes infecciosos. Sejam eles atenuados ou
inativados, por algum de seus produtos ou componentes que apesar da modernização de processos utilizados na produção e purificação, podendo induzir a reações indesejáveis. Algumas dessas reações, também chamadas de eventos adversos, são observadas com uma frequência relativamente alta. Entretanto, as manifestações que surgem, são geralmente benignas e transitórias, tais como febre e dor local, que eventualmente surgem na administração da DTP, uma possível contaminação, qualidade inadequada de determinados componentes, ou de falhas na técnica de aplicação.
Complicações podem ocorrer em pacientes com deficiência imunológica primária, ou seja, com deficiências congênitas da imunidade, que são doenças raras, ou secundárias, decorrentes de doenças ou tratamentos que comprometem a imunidade. Ex: Leucemia, linfoma, etc. O risco de complicações se manifesta nas vacinas vivas, como a contra o sarampo, caxumba e rubéola, antipoliomielite oral, BCG, etc. No caso das vacinas mortas, como a tríplice bacteriana, contra difteria, tétano e coqueluche, o risco é da resposta imunitária não se processar adequadamente, continuando o receptor da vacina suscetível às doenças contra as quais se vacinou. Os eventos adversos específicos de cada vacina serão revisados junto as seus respectivos imunobiológicos.
· Quais as recomendações necessárias a serem dadas ao cliente
1. Converse com o cliente sobre os benefícios da vacina a ser administrada
2. Compartilhe a segurança de que não existe nenhuma contraindicação para a vacinação naquele momento.
3. Informe sobre os eventos adversos mais comuns ou esperados das vacinas a serem aplicadas.
4. Oriente o cliente ou responsável para retornar à unidade de saúde, caso observe que os eventos adversos comuns ou esperados se apresentem com maior intensidade, demorem muito a passar e se, além destes, surgirem outros sinais e sintomas.
5. Explique que vacinas de bactérias e vírus vivos atenuados injetáveis podem ser aplicadas no mesmo dia. Caso não seja possível, deve ser dado um intervalo de 30 dias, no mínimo 15 dias, entre a aplicação de vacinas que tenham esta composição, tais como BCG, tríplice viral, entre outras.
6. Considere as doses já recebidas de cada vacina, para completar o respectivo esquema vacinal.
7. Oriente para que não se coloquem pomadas no local de aplicação das vacinas.
8. Registre no cartão do cliente e no cartão espelho, a vacina administrada com seu respectivo lote. Na vacina contra a febre amarela, o registro é uma recomendação internacional.
· Cuidados gerais na administração de vacinas
O vacinador, antes de administrar a vacina, deve:
· Lavar as mãos e organizar todo o material;
	· Retirar a vacina da caixa térmica ou do refrigerador, verificando o nome da mesma, bem como o prazo de validade;
· Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina;
· Preparar a vacina de acordo com recomendações específicas.
· Ao aspirar o volume a ser administrado, verificar se a graduação da seringa se a dosagem está correta;
· Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
· Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco. Fazer um movimento rotativo com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
· Os procedimentos básicos para remoção e reconstituição de soluções são os mesmos.
· Recolocar o frasco na caixa térmica ou no refrigerador até a aspiração de outra dose.
· Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável, fazendo a limpeza do local da administração, se necessário.
· No caso de vacinas injetáveis, administrar o líquido lentamente. Administrar com cautela em indivíduos com trombocitopenia ou qualquer outro distúrbio de coagulação, uma vez que pode ocorrer sangramento após a administração intramuscular nesses pacientes.
· Desprezar a seringa e a agulha, conforme orientações de Biossegurança;
· Atentar para reações imediatas.
· Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante para usar compressa fria no caso de dor ou vermelhidão no local da administração. Nunca usar compressa quente no local da vacina.
· Após a administração, lavar as mãos; registrar o nº do lote e a validade;
· Orientar sobre o retorno, quando for o caso, para a complementação do esquema básico de vacinação.
CALENDÁRIO DE VACINAS 2020/2021
	
	Público-alvo
	Idade
	Vacinas
	Proteção
	Dose/Via
	
	
	
Crianças
	Ao nascer
	BCG (DU)
	Tuberculose
	0,1ml/ID
	
	
	
	
	Hep. B
	Hepatite B
	0,5ml/IM
	
	
	
	
2 meses
	
Penta (1ªd)
	Difteria, Tétano,
Coqueluche, Meningite, Hep. B
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	Rotavírus (1ªd)
	Diarreia por
Rotavirus
	1,5ml/VO
	
	
	
	
	
Pneumocócica (1ªd)
	Pneumonias, Otites, Sinusites pelos sorotipos que compõem a
vacina
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	VIP (1ªd)
	Poliomielite
	0,5ml/IM
	
	
	
	3 meses
	Meningocócica
(1ªd)
	Meningite tipo C
	0,5ml/IM
	
	
	
	
4 meses
	
Penta (2ªd)
	Difteria, Tétano,
Coqueluche, Meningite, Hep. B
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	Rotavírus (2ªd)
	Diarreia por
Rotavírus
	1,5ml/VO
	
	
	
	
	
Pneumocócica (2ªd)
	Pneumonias, Otites, Sinusites pelos sorotipos que compõem a
vacina
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	VIP (2ªd)
	Poliomielite
	0,5ml/IM
	
	
	
	5 meses
	Meningocócica
(2ªd)
	Meningite tipo C
	0,5ml/IM
	
	
	
	
6 meses
	
Penta (3ªd)
	Difteria, Tétano,
Coqueluche, Meningite, Hep. B
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	VIP (3ªd)
	Poliomielite
	0,5ml/IM
	
	
	
	9 meses
	Febre Amarela
	Febre Amarela
	0,5ml/SC
	
	
	
	
12 meses
	
Ref.
Pneumocócica
	Pneumonias, Otites, Sinusites pelos sorotipos que compõem a
vacina
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	Ref.
Meningocócica
	Meningite tipo C
	0,5ml/IM
	
	
	
	
	Tri. Viral
	Sarampo,
Caxumba, Rubéola
	0,5ml/SC
	
	
	
	
15 meses
	Hep. A
	Hepatite A
	0,5ml/IM
	
	
	
	
	Tetra Viral (SCRV)
	Sarampo,
Caxumba, Rubéola, Varicela
	
0,5ml/IM
	
	
	
	
	DTP
	Difteria, Tétano,
Coqueluche
	0,5ml/IM

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