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– 2 6 Hanseníase Doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae Alta morbidade e baixa mortalidade, é uma doença com grande capacidade deformante, incapacitante e estigmatizante Epidemiologia: OMS preconiza uma prevalência de menos de 1 caso por 10.000 habitantes em cada país para que a Hanseníase deixe de ser um problema de saúde O Brasil apresenta 1,54 casos para cada 10.000 habitantes, correspondendo a 29.690 casos em tratamento Etiologia: M. leprae é um bastonete de 1 a 8 micra de comprimento. Bacilo Gram-positivo, álcool-ácido resistente. São encontrados isolados ou em aglomerados compactos: globias. É a única micobactéria com esse tipo de disposição. Transmissão e patogênese: O M. leprae é eliminado pelas secreções nasais, orofaringe e por soluções de continuidade de doentes bacilíferos. Infectam os indivíduos através de áreas erosadas da pele, mucosas das VAS (Vias aéreas Superiores) Apresenta alta infectividade e baixa patogenicidade/ virulência. A frequência é igual em ambos os gêneros, porém há prevalência de homens ( 2:1) com a forma virchowiana. O contágio é inter humano, pela convivência íntima e prolongada, dentro do foco familiar o risco de contágio é ALTO, sendo no contato eventual, 2 a 5% tornam-se doentes. OU seja, a é infectibilidade alta, mas a patogenicidade é baixa (o poder da bactéria de manifestar a doença no individuo é baixa pois o sistema imune combate Período de incubação: 2 a 5 anos (doença de evolução lenta e insidiosa) Evolução: após o contato com o bacilo há o estímulo do sistema imune com os seguintes desfechos – 2 6 Há resistência natural e a infecção é abortada; Evolução para manifestação subclínica e pode regredir espontaneamente; Evolução para Hanseníase indeterminada (MHI); MHI pode ser abortada espontaneamente pela imunidade celular ou; Evolução para Hanseníase tuberculoide ou Hanseníase Virchowiana. Hanseníase indeterminada (MHI) = é a evolução da doença que pode evoluir pra tuberculoide, dimorfa ou virchowiana Classificação segundo a OMS 1985: Paucibacilares: baciloscopia NEGATIVA – não transmite < 5 lesões - Tuberculoide - Indeterminada Multibacilares: baciloscopia POSITIVA – tem muito bacilo – Transmissível - ≥ 5 lesões - Virchowiana - Dimorfa Clínica: Lesões neurais Tropismo por nervos periféricos; Lesões vão até troncos nervosos mais profundos A primeira sensibilidade a ser alterada é a térmica, seguida pela dolorosa e após a tátil. A doença caminha em direção proximal, com espessamento neural, até dor à palpação e/ou percussão. A lesão dos troncos neurais pode causar alterações tanto sensitivas quanto motoras e autonômicas. Alterações neurológicas: As lesões nervosas: podem preceder as cutâneas – Neurite silenciosa Paresias e paralisias, com fraqueza muscular, amiotrofia, retrações tendíneas, e fixações articulares Primeira manifestação da doença Máculas ou áreas circunscritas com distúrbios de sensibilidade, sudorese e vasomotores Alopecia total ou parcial Máculas: hipocrômicas, ou eritemato-hipocrômicas, com eritema marginal ou difuso. Mitsuda = teste da imunidade para ver se o sistema imune está combatendo o bacilo Mitsuda positivo ou negativo; 1) Número de lesões pequeno e alterações sensitivas importantes: cura espontânea ou evolução p/ forma tuberculoide. – 2 6 2) Muitas lesões maculosas, distúrbios da sensibilidade discretos: evolução para forma dimorfa ou virchowiana. Placas bem delimitadas, eritematosas, ou eritemato acastanhadas, geralmente únicas ou em pequeno número, formando lesões circinadas, anulares ou geográficas. Alterações neurais importantes, com espessamento, podendo ocorrer necrose caseosa do nervo e lesões tuberculoides em “raquete”. Baciloscopia negativa, com granuloma de células epitelioides, com possibilidade de se encontrar bacilos no interior Mitsuda fortemente positivo Polimorfismo grande de lesões: inicialmente manchas discretas, hipocrômicas, eritêmato-discrômicas, múltiplas, limites imprecisos. Progressivamente evoluem para eritematosas, eritemato-pigmentadas, vinhosas, eritemato-cúpricas, ferruginosas e espessadas Podem surgir lesões papulosas, papulo-nodulares, placas isoladas, agrupadas, confluentes, simetricamente distribuídas, poupando regiões axilares, inguinais, perineais e coluna vertebral. Pode causar madarose (perda de cílios ou da sobrancelha), alopecia parcial ou total de antebraços, pernas e coxas; Espessamento do pavilhão auricular: graus variáveis. Nódulos isolados ou em rosário Facie Leonina: muitas lesões na face + conservação dos cabelos – 2 6 Baciloscopia: muito positiva, bacilos isolados e globias Mitsuda negativo Dentro da dimorfa ocorre 3 tipos: Variante tuberculoide: lesões mais numerosas, mais troncos nervosos, com mais incapacidade. Baciloscopia negativa, HSTP: granulomas tuberculoides. Mitsuda fraco positivo Variante Virchowiana: predominância de placas e nódulos de tonalidade parda ou ferruginosa, numerosas, por todo tegumento, delimitação pouco precisa. Acometimento neural semelhante à forma virchowiana, com incapacidades graves. Baciloscopia sempre positiva. Variante dimorfa: Lesões bizarras, em alvo ou anulares, a parte central é hipocrômicas ou aparentemente normal. A borda interna é bem delimitada, enquanto a borda externa é espessada, eritemato-pigmentada, mal delimitada. Podem ainda ocorrer nódulos e placas eritêmato-pigmentar. Comprometimento neural importante, Baciloscopia positiva, Mitsuda negativo, na maioria das vezes. – 2 6 Prova clínica: Térmica: tubo de água a 45°C e tube de água fria. Testar pele sã e acometida de maneira desigual – o doente não sente a temperatura quente. Dolorosa: agulha rombuda: alternar ponta e cabeça da agulha – explicar ao paciente o procedimento Tátil: chumaço algodão/ Monofilamentos de Semmes-Weinstein: filamentos de nylon de diferentes calibres. Teste da Histamina: (não se faz mais) + quer dizer que não teve a reação o normal é ter negativo é positivo nos hansenicos Gota de solução milesimal na pele do paciente , e perfurar a pele sem causar sangramento, através da gota; Após 20 segundos: pequeno eritema 20-40 segundos: halo eritematoso maior: eritema reflexo secundário 1-3 min: urtica no local da punctura Reação incompleta: sem eritema reflexo. Falso positivo: áreas de neuropatia periférica Mitsuda: avalia integridade da imunidade celular Antígeno de Mitsuda: preparado a partir de lepromas triturados e filtrados, bacilos mortos por autoclave. Injeção intradérmica de 0,1ml – reação localizada após 48-72 h reação de Fernandez – significado discutível. Após 28-32 dias: reação tardia: no local da injeção nódulo que pode ulcerar ou não. + 3-5mm/ ++ 5-10mm/ +++ acima de 10 mm Baciloscopia: isquemiar a lesão, incisar até a derme, raspar e realizar esfregaço na lâmina, corar pelo Ziehl-Neelsen. Examinar com lente de imersão. Índices bacilares: acompanhamento de multibacilares – contagem de bacilos das 6 lesões mais ativas – contar os bacilos por campo- mais de 1000: 6+, 100 a 1000: 5+… nenhum bacilo em 100 campos: 0 cruzes HSTP: Punch 4mm. Corar com HE e Faraco-Fite BX de nervos: sensitivos (fácil acesso), comprometido na EM Paucibacilares: Dapsona 100mg/dia, autoadministrada + Rifampicina 600mg/mês, supervisionada (6 cartelas). Duração: 6 doses em até 9 meses. Se recidiva, repetir tratamento. Se houver transformação para multibacilar, mudar esquema Multibacilares: Dapsona 100mg/dia autoadministrada + Clofazimina 50mg autoadministrada e 300mg supervisionada + Rifampicina 600mg supervisionada (12 cartelas).Por 12 doses supervisionadas, em até 18 meses Novos medicamentos: Ofloxacino 400mg/dia Claritromicina 500mg/dia Minociclina 100mg/dia Novos esquemas: ROM- Rifampicina 600mg + Ofloxacino 400mg + Minociclina 100mg – PB com única lesão – 2 6 ** Bordeline = Dimorfa
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