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1 Terraplanagem e Pavimentação Prof. MSc. Ruiter da Silva Souza PAVIMENTOS DE CONCRETO – CIMENTO / PAVIMENTOS RÍGIDOS 2 -O pavimento rígido é constituído de placa de concreto de cimento portland (camada desempenha o papel de revestimento e base ao mesmo tempo) e sub-base (camada empregada com o objetivo de melhorar a capacidade de suporte do subleito). -Por causa da alta rigidez do concreto, a placa distribui o carregamento para uma grande área de solo. A maior parte da capacidade estrutural é provida pela própria placa, ao contrário de pavimentos flexíveis onde a capacidade estrutural é atingida através de camadas de sub-base, base e revestimento. -Devido à importância da placa de concreto no pavimento rígido, a resistência do concreto é o fator mais importante no projeto (principalmente a resistência à tração). -Pequenas variações na subbase ou subleito têm pouca influência na capacidade estrutural do pavimento. Bases e sub-bases podem ser flexíveis (granulares: estabilização granulométrica ou macadame hidráulico) ou semi-rígidas (estabilizada: com cimento, com cal, com betume) e servem para controlar bombeamento (erosão do material granular da sub-base através das juntas), controlar expansão e contração do subleito, drenagem e acelerar a construção. PAVIMENTOS DE CONCRETO -O pavimento rígido é constituído de placa de concreto de cimento portland COMPARAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGA ENTRE PAVIMENTOS EQUIVALENTES 3 � Concreto Simples � Concreto Simples com Barras de Transferência � Concreto com Armadura Distribuída Descontínua sem Função Estrutural � Concreto com Armadura Contínua sem Função Estrutural � Concreto Estruturalmente Armado � Concreto Protendido TIPOS DE PAVIMENTOS RÍGIDOS TIPOS DE PAVIMENTOS RÍGIDOS – PAVIMENTO DE CONCRETO SIMPLES 4 PAVIMENTO DE CONCRETO SIMPLES COM BARRAS DE TRANSFERÊNCIA PAVIMENTO DE CONCRETO SIMPLES COM BARRAS DE TRANSFERÊNCIA 5 PAVIMENTO DE CONCRETO SIMPLES COM BARRAS DE TRANSFERÊNCIA PAVIMENTO COM ARMADURA DISTRIBUÍDA DESCONTÍNUA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL 6 PAVIMENTO COM ARMADURA DISTRIBUÍDA CONTÍNUA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL PAVIMENTO DE CONCRETO ESTRUTURALMENTE ARMADO 7 -Portland Cement Association - PCA 1984 -American Association of State Highway and Transportation Officials � AASHTO 1993 � AASHTO (suplemento 1998) � AASHTO 2002 (em preparo) MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO � Estudos teóricos; � Ensaios de laboratório; � Pistas experimentais; � Pavimentos em serviço. Método PCA/84 8 -Nos pavimentos de concreto-cimento, a espessura necessária de placa está diretamente ligada às tensões de tração na flexão produzidas pelas cargas solicitantes e à relação entre aquelas e a resistência do concreto à tração na flexão. -A medida da resistência à tração na flexão do concreto é feita pela determinação do módulo de ruptura (MOR) de corpos prismáticos. -Recomenda-se o ensaio dos dois cutelos: CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO -Uma peça de concreto submetida a ciclos reiterados de carregamento pode vir a romper após um certo número de repetições de cargas, ainda que a tensão máxima produzida por estas seja inferior à resistência do material ao esforço. -Chamando de relação de tensões a razão entre a tensão de tração na flexão produzida no pavimento pela passagem de uma carga qualquer e a resistência característica à tração na flexão do concreto, haverá um número limite de aplicações da carga considerada, acima do qual o concreto romperá por efeito do fenômeno de fadiga. σsolicitante < σadmissível CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO 9 -Pesquisas sobre o assunto mostram que: � O número admissível de aplicações de cargas que produzem relações de tensões iguais ou inferiores a 0,50 é, praticamente, ilimitado. � O concreto tem sua resistência à fadiga aumentada quando ocorrem períodos de descanso entre as passagens das cargas. CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO -Pesquisas sobre o assunto mostram que: � O número admissível de aplicações de cargas que produzem relações de tensões iguais ou inferiores a 0,50 é, praticamente, ilimitado. � O concreto tem sua resistência à fadiga aumentada quando ocorrem períodos de descanso entre as passagens das cargas. CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO 10 -A resistência característica de projeto é a de tração na flexão (fctM,k); -Geralmente adota-se: fctM,k = 4,5 MPa CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO -Concepção de WESTERGAARD: � Teoria do líquido denso � A pressão exercida em qualquer ponto da fundação é diretamente proporcional à deflexão da placa naquele ponto. � Fundação Winkleriana. SUPORTE DA FUNDAÇÃO 11 -Concepção de WESTERGAARD: � � � � � q = pressão transmitida à fundação, MPa; � w = deslocamento vertical da área carregada, m; � k = coeficiente de recalque, MPa/m. � provas de carga. � define a capacidade de suporte do subleito. � Para efeito do projeto, relacionamos k com CBR. SUPORTE DA FUNDAÇÃO SUPORTE DA FUNDAÇÃO 12 Correlação entre CBR e k Manual de Pavimentos Rígidos, DNIT ABCP SUPORTE DA FUNDAÇÃO Subleito – Relação k x CBR (camada de espessura semi-infinita) SUBLEITO – RELAÇÃO k X CBR (CAMADA DE ESPESSURA SEMI-INFINITA 13 -Dar suporte uniforme e constante -Evitar bombeamento -Controlar as variações volumétricas do subleito -Aumentar o suporte da fundação Adoção de uma sub-base Aumento do coeficiente de recalque (subleito/sub-base) Economia na espessura da placa de concreto SUB-BASES Coeficiente de recalque do subleito Tipo de material Espessura da sub-base SUB-BASES Coeficiente de recalque do sistema subleito-sub-base 14 � Concreto Rolado (CR); � Sub-base granular; � Solo-Cimento (SC); � Solo Melhorado com Cimento (SMC); � Concreto asfáltico; SUB-BASES - TIPOS SUB-BASES P SUBLEITO P SUBLEITO SUB-BASE 15 SUB-BASES P SUBLEITO P SUBLEITO SUB-BASE SUB-BASES P SUBLEITO P SUBLEITO SUB-BASE 16 SUB-BASES P SUBLEITO P SUBLEITO SUB-BASE SUB-BASES - CONCRETO ASFÁLTICO P SUBLEITO P SUBLEITO SUB-BASE 17 DIMENSIONAMENTO Espessura das placas de concreto CARGA Coeficiente de recalque Tensão de tração na flexão ÁBACOS Fatores de segurança: a) auto-estradas, rodovias com mais de duas faixas por pista, ou em qualquer projeto para tráfego ininterrupto ou de grande volume de caminhões pesados: Fsc=1,2; b) rodovias e vias urbanas, submetidas à trafego moderado de caminhões pesados: Fsc=1,1; c) estradas rurais, ruas residenciais e vias em geral, submetidas a pequeno tráfego de caminhões: Fsc=1,0. Período de projeto: - ABCP recomenda 20 anos no mínimo. TRÁFEGO 18 Projeção do Tráfego (método simplificado): Conhecendo-se: � o volume inicial diário no 1°ano do período de projeto (V1); � a taxa de crescimento do tráfego (t), %; � o período de projeto (P), anos; � a distribuição estatística dos diversos tipos de veículos solicitantes (Pi), %; é possível calcular: � o tráfego médio diário final (Vp): �� � �� 1 � 1 � TRÁFEGO Projeção do Tráfego (método simplificado): -o tráfego médio durante o período de projeto (Vm): -o número total de veículos durante o período de projeto (Vt): -o número de solicitações de eixo, por classe de veículo (N): -a freqüência das cargas por eixo, por classe de veículo (Nji): TRÁFEGO � � �� � 2 �� � 365 � � � � � � �� � �� 100 ��� � �� � � 19 ÁBACOS PCA/1966 ÁBACOS PCA/1966 20 ÁBACOS PCA/1966 - Cálculo pelo processo do Consumo de Resistência à Fadiga (aplicável quando se tem disponível levantamento estatístico completo de tráfego, inclusive as cargas por eixo). EXEMPLO: Trata-se de dimensionar um pavimentode concreto destinado a uma rodovia de pista simples, com 2 faixas de tráfego, para um tráfego inicial médio diário (no 1º ano de vida do pavimento), em um sentido (ou seja, na faixa de projeto), igual a 1972 veículos comerciais; a taxa aritmética de crescimento do tráfego será de 5% ao ano, durante o de projeto de 20 anos. A distribuição percentual do tráfego comercial, por de está registrada na Tabela 8; as colunas 2 das Tabelas 9, 11 e 12 trazem a mesma distribuição, relacionadas também as cargas por eixo de cada categoria de veículo. A região é chuvosa e tem solos de subieito predominante argilosos e moderadamente com índice de Califórnia característico igual a 6%. Há ocorrência de solo técnica e economicamente à estabiiização com cimento, além de e areia de qualidade adequada tanto para a confecção de concreto com para construção de sub-base de brita graduada. PROJETO A 21 PROJETO A PROJETO A 22 PROJETO A PROJETO A 23 - Solução: � o Tráfego médio diário no ano P: Vp = 1972 x {1 + (20- 1) x 0,05} Vp = 3846 veículos comerciais/dia � Tráfego médio diário durante o período de projeto: Vm=(1972 + 3846)/2 Vm = 2909 veículos comerciais/dia � Número total de veículos comerciais no final do período de projeto: V1 = 365 X 20 X 2909 V1 = 21.235.700 veículos comerciais PROJETO A - Solução: � Frequência de cargas por eixo, por categoria de veículo Ônibus (FE = 2): N0 = 0,267 x 21.235.700 x 2 = 11.339.864 eixos. � Caminhões médios (FE = 2): NCM= 0,333 x 21.235.700 x 2 = 14.142.976 eixos. � Caminhões pesados (FE = 2): NCP = 0,333 x 21.235.700 x 2 = 14.142.976 eixos. � Reboques e semi-reboques (FE = 3): NR = 0,067x 21.235.700 x 3 = 4.268.376 eixos. PROJETO A 24 - Solução: � As Tabelas 9, 10, 11 e 12 mostram os números completos. � Frequência total no período de projeto, por carga e tipo de eixo solicitante. � A Tabela 13 registra o resumo da freqüência ou número previsto de repetições das cargas por eixo. PROJETO A - Solução: PROJETO A 25 - Solução: As opções a analisar serão: � Solo-cimento com 10 cm de espessura; � Brita graduada, com 15 cm de espessura. Considerando a construção de uma sub-base de solo-cimento com 10 cm de espessura, temos: CBR = 6% k = 38 MPa/m (tabela); Valor de coeficiente de recalque no topo da sub-base: e = 10 cm ksc10 = 98 MPa/m (tabela) Sub-base com brita graduada: e = 15 cm kb15 = 46 MPa/m (tabela) PROJETO A - Solução: Concreto: � fctM,k = 4,5 MPa � Fator de segurança: Fsc = 1,2 (tráfego de caminhões pesados) PROJETO A 26 - Solução: PROJETO A - Solução: PROJETO A 27 - Solução: PROJETO A PROJETO B - Cálculo pelo Processo da Carga Máxima (aplicável quando não se dispõe de levantamento estatístico completo de tráfego). O pavimento a dimensionar destina-se ao acesso rodoviário de um pólo industrial ainda em construção, do qual é virtualmente impossível determinar, no momento, o volume de tráfego a ser gerado. Pesagens de controle de entrada e saída de caminhões efetuadas nas poucas indústrias já instaladas indicam as cargas máximas anotadas na Tabela 15. CBR do subleito igual a 10. PROJETO B 28 -Solução: A inexistência de dados de tráfego isto é, distribuição das cargas por eixo e o número de solicitações de cada uma delas impede que se faça o dimensionamento do pavimento pela consideração do somatório dos consumos individuais de fadiga. É então necessário que se adote um fator de segurança com relação às tensões produzidas nas placas de concreto do pavimento, de modo a obter-se uma relação de tensões igual a 0,50 e, com isso, permitir que o número de solicitações das cargas durante o período de projeto seja ilimitado, conforme a Tabela 1. PROJETO B -Solução: Considerando a construção de uma sub-base de concreto rolado com 10 cm de espessura, temos: CBR = 10% k = 49 MPa/m (tabela) Valor de coeficiente de recalque no topo da sub-base: e = 10 cm KCR10 = 144 MPa/m (tabela) Concreto: fctM,k = 4,5 MPa Fator de segurança de tensão: FST = 2, valor no qual a relação de tensões resultará em 0,50 (número de solicitações de carga ilimitado) fctM,k = 4,5/2 = 2,25 Fator de segurança de carga: Fsc = 1,2 (tráfego de caminhões pesados) PROJETO B 29 -Solução: Entrando com esses valores no ábaco mostrado anteriormente, obtemos o seguinte dimensionamento: PROJETO B Modelos de Comportamento � Fadiga � Erosão � Escalonamento - FADIGA: � Repetição de cargas � Relação de tensões (S) � Número limite ou admissível de repetições de carga MÉTODO PCA/84 30 -Soares, J.B., Notas de Aula da Disciplina Mecânica dos Pavimentos. Pavimentos de Concreto-Cimento. Universidade Federal do Ceará, 24 p. -VICENTINE, D., 2013, Notas de Aula da Disciplina Pavimentação. Universidade Federal do Paraná. -GODINHO, D. Curso Básico de Pavimento de Concreto. ABCP. -Curso de Tecnologia de Pavimentos de Concreto. ABCP. -PITTA, Márcio Rocha. Dimensionamento dos pavimentos rodoviários de concreto. 10.ed. São Paulo, ABCP, 1998. 44p. (ET-14). -Manual de pavimentação. 3.ed. – Rio de Janeiro, 2006. 274p. (IPR. Publ., 719). -Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários: instruções para acompanhamento e análise. - Rio de Janeiro, 2010. 564p. (IPR. Publ. 739). BIBLIOGRAFIA
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