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FUNDAÇÃO MINEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA – FUMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PAVIMENTAÇÃO E RESTAURAÇÃO RODOVIÁRIA Pedro Henrique de Paula DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS RÍGIDOS Ênfase em adição de fibras de aço ao concreto Belo Horizonte, Outubro/2018 Pedro Henrique de Paula DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS RÍGIDOS Ênfase em adição de fibras de aço ao concreto Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós-graduação em Pavimentação e Restauração Rodoviária da Universidade FUMEC, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Pavimentação e Restauração Rodoviária. Orientador: M. Sc. Dalter Pacheco Godinho Belo Horizonte, Outubro/2018 AGRADECIMENTO Primeiramente, agradeço a minha família, pelo apoio, incentivo e paciência ao longo dessa minha jornada acadêmica. Aos meus colegas e amigos que, de alguma forma, participaram, me aconselharam e me auxiliaram ao longo do curso e no processo de elaboração desse trabalho. Aos professores José Flávio e Dalter Pacheco pelos ensinamentos transmitidos, conselhos e disponibilidade para ajudar e esclarecer as dúvidas que por vezes surgiram. E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão de mais essa etapa da minha vida. RESUMO No presente trabalho buscou-se abordar as etapas de dimensionamento de pavimento rígido através do Método da Portland Cement Association de 1984 (PCA/84), apresentado no Manual de Pavimentos Rígidos de Departamento Nacional de Transportes (DNIT), objetivando realizar um projeto de pavimentação de um trecho de rodovia entre os municípios de Itabira e Senhora do Carmo. Foi elaborado um referencial teórico apresentando os principais conceitos relativos ao tema, a saber: estudos de tráfego; estudos geológicos-geotécnicos; dimensionamento das placas de concreto do revestimento; memorial descritivo dos materiais utilizados e estimativa de custos. Ao final foram apresentados conceitos sobre adição de fibras de aço ao concreto do pavimento. Palavra-chave: Dimensionamento. Pavimento Rígido. Método PCA/84 ABSTRACT In the present work, the steps of rigid pavement design were analyzed through the Portland Cement Association Method of 1984 (PCA / 84), presented in the Manual of Rigid Pavements of the National Department of Transportation (DNIT), aiming to carry out a paving project of a stretch of highway between the municipalities of Itabira and Senhora do Carmo. A theoretical framework was elaborated presenting the main concepts related to the theme, namely: traffic studies; geological-geotechnical studies; dimensioning of the concrete slabs of the coating; descriptive memo of the materials used and cost estimates. At the end, concepts were presented on the addition of steel fibers to the pavement concrete. Keywords: Dimensioning, Rigid Pavement, Method PCA/84 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Ábaco de análise de fadiga do 1º e 3º segmentos com 22cm .................. 64 Figura 2 - Ábaco de análise de erosão do 1º e 3º segmentos com 22cm ................. 65 Figura 3 - Ábaco de análise de fadiga do 1º e 3º segmentos com 21cm .................. 70 Figura 4 - Ábaco de análise de erosão do 1º e 3º segmentos com 21cm ................. 71 Figura 5 - Ábaco de análise de fadiga do 2º segmentos com 22cm .......................... 77 Figura 6 - Ábaco de análise de erosão do 2º segmentos com 22cm ........................ 78 Figura 7 - Ábaco de análise de fadiga do 2º segmento com 21 cm .......................... 83 Figura 8 - Ábaco de análise de erosão do 2º segmento com 21 cm ......................... 84 Figura 9 - Ábaco de análise de fadiga do 4º segmento com 22 cm .......................... 90 Figura 10 - Ábaco de análise de erosão do 4º segmento com 22 cm ....................... 91 Figura 11- Ábaco de análise de fadiga do 4º segmento com 21 cm ......................... 96 Figura 12- Ábaco de análise de erosão do 4º segmento com 21 cm ........................ 97 Figura 13 - Seção Tipo .............................................................................................. 98 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Número de furos de sondagem por extensão de corte ............................ 28 Tabela 2 - Bitola, comprimento e espaçamento de barras de transferência ............. 32 Tabela 3 - Fatores de forma recomendados para selante vasado no local ............... 37 Tabela 4 - Abertura de junta e largura recomendadas para selantes pré-moldados . 37 Tabela 5 - Fatores de segurança para as cargas (FSC) ........................................... 37 Tabela 6 - VMDAT segmentado e Taxa de crescimento ........................................... 38 Tabela 7 - VMDAT segmentado Composição Percentual do Tráfego ....................... 39 Tabela 8 - Número de solicitações para cada tipo de veículo ................................... 40 Tabela 9 - Número de solicitações para cada tipo de eixo ........................................ 41 Tabela 10 - Relatório de ensaios de sondagem ........................................................ 43 Tabela 11 - Observações do relatório de sondagem inicial ....................................... 47 Tabela 12 - Coeficiente de risco ................................................................................ 49 Tabela 13 - ISC de Projeto por segmento homogêneo ............................................. 57 Tabela 14 - Trechos de substituição do subleito ....................................................... 57 Tabela 15 - Trechos de rebaixo do subleito em rocha .............................................. 57 Tabela 16 - Folha e cálculo PCA/84 – 1º e 3º Segmento (espessura 22 cm) ........... 60 Tabela 17 - Folha e cálculo PCA/84 – 1º e 3º Segmento (espessura 21 cm) ........... 66 Tabela 18 - Folha e cálculo PCA/84 – 2º Segmento (espessura 22 cm) ................... 73 Tabela 19 - Folha e cálculo PCA/84 – 2º Segmento (espessura 21 cm) ................... 79 Tabela 20 - Folha e cálculo PCA/84 – 4º Segmento (espessura 22 cm) ................... 86 Tabela 21 - Folha e cálculo PCA/84 – 4º Segmento (espessura 21 cm) ................... 92 Tabela 22 - Planilha de Quantitativos e Preços....................................................... 103 Tabela 23 - Planílha de ajuste de preços ................................................................ 104 Tabela 24 - Planilha de Quantitativos e Preços Atualizada ..................................... 104 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Resultado dos ensaios de laboratório do subleito................................... 55 Gráfico 2 – Valores do CBR segmentos homogêneos x ISCp .................................. 56 Gráfico 3 – Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 1 e 3 – 22 cm ....................... 61 Gráfico 4 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 1 e 3 – 22 cm ......... 61 Gráfico 5 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 1 e 3 – 22 cm ........................ 62 Gráfico 6 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 1 e 3 – 22 cm ......... 62 Gráfico 7- Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 1 e 3 – 22 cm ......................... 63 Gráfico 8 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 1 e 3 – 22 cm ......... 63 Gráfico 9 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 1 e 3 – 21 cm ........................ 67 Gráfico 10 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 1 e 3 – 21 cm ....... 67 Gráfico 11 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 1 e 3 – 21 cm ......................68 Gráfico 12 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 1 e 3 – 21 cm ....... 68 Gráfico 13 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 1 e 3 – 21 cm ...................... 69 Gráfico 14 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 1 e 3 – 21 cm....... 69 Gráfico 15 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 2 – 22 cm ............................ 74 Gráfico 16 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 2 – 22 cm ............ 74 Gráfico 17 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 2 – 22 cm ............................ 75 Gráfico 18 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 2 – 22 cm ............ 75 Gráfico 19 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 2 – 22 cm ............................ 76 Gráfico 20 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 2 – 22 cm ............ 76 Gráfico 21 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 2 – 21 cm ............................ 80 Gráfico 22 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 2 – 21 cm ............ 80 Gráfico 23 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 2 – 21 cm ............................ 81 Gráfico 24 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 2 – 21cm .............. 81 Gráfico 25 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 2 – 21 cm ............................ 82 Gráfico 26 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 2 – 21cm .............. 82 Gráfico 27- Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 4 – 22 cm ............................. 87 Gráfico 28 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 4 – 22 cm ............. 87 Gráfico 29 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 4 – 22 cm ............................ 88 Gráfico 30 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 4 – 22 cm ............. 88 Gráfico 31 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 4 – 22 cm ............................ 89 Gráfico 32 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 4 – 22 cm ............. 89 Gráfico 33 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 4 – 21 cm ............................ 93 Gráfico 34 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 4 – 21 cm ............. 93 Gráfico 35 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 4 – 21 cm ............................ 94 Gráfico 36 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 4 – 21 cm ............. 94 Gráfico 37 - Cálculos de interpolação da fadiga – Seg. 4 – 21 cm ............................ 95 Gráfico 38 - Cálculos de interpolação do fator de erosão – Seg. 4 – 21 cm ............. 95 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CA-25 - Concreto Armado 250MPa ou 25kgf/mm² CA-50 Concreto Armado 500MPa ou 50kgf/mm² CA-60 Concreto Armado 600MPa ou 60kgf/mm² cm - Centímetro DER/MG - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes FA - Fator Anual FD - Fator Diário Fe - Fator de eixo FM - Fator Mensal FS - Fator Semanal Fsc - Fator de segurança de carga IPR – Instituto de Pesquisas Rodoviárias ISC - Índice de Suporte Califórnia de Projeto k - Coeficiente de recalque LL - Limite de Liquidez LP - Limite de plasticidade m - Metro mm - Milímetro MPa - Mega Pascoal N - Número Acumulativo de Repetições OAC – Obras de Arte Corrente OAE – Obras de Arte Especiais PCA/84 - Portland Cement Association 1984 PDL - Penetrômetro Dinâmico Leve SICRO - Sistema de Custos Rodoviários VMD – Volume Médio Diário VMDAT – Volume Médio Diário Anual de Tráfego Vt - volume total de tráfego SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 14 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................ 16 2.1. Objetivo Geral ..................................................................................................................... 16 2.2. Objetivo Específico ............................................................................................................. 16 3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 17 3.1. Estudo de Tráfego .............................................................................................................. 17 3.1.1. Contagem volumétrica de tráfego ................................................................................ 17 3.1.1.1. Métodos de contagem ............................................................................................... 18 3.1.1.2. Classificação das contagens volumétricas ............................................................. 18 3.1.1.3. Classificação dos veículos pesquisados ................................................................. 19 3.1.1.4. Duração e período das Contagens Volumétricas .................................................. 19 3.1.2. Pesquisa de Origem e Destino ..................................................................................... 20 3.1.3. Fatores de Expansão e Correção de Sazonalidades ............................................... 20 3.1.4. Determinação das parcelas de tráfego ....................................................................... 21 3.1.5. Projeção de crescimento do tráfego ............................................................................ 22 3.1.5.1. Crescimento linear ...................................................................................................... 23 3.1.5.2. Crescimento geométrico ............................................................................................ 24 3.1.6. Determinação do número de solicitações por eixo ................................................... 24 3.2. Estudos Geológicos – Geotécnicos ................................................................................. 24 3.2.1. Estudo do subleito .......................................................................................................... 26 3.2.2. Procedimentos de sondagens e coletas de amostras .............................................. 27 3.3. Dimensionamento pelo Método PCA/84 ......................................................................... 28 3.3.1. Modelos de ruína do pavimento ................................................................................... 29 3.3.1.1. Fadiga ........................................................................................................................... 29 3.3.1.2. Erosão .......................................................................................................................... 29 3.3.2. Tipos de pavimento ........................................................................................................ 30 3.3.2.1. Pavimentos com juntas transversais de retração .................................................. 30 3.3.2.2. Pavimentos continuamente armados ...................................................................... 30 3.3.3. Distribuição do tráfego ................................................................................................... 30 3.3.4. Características do concreto .......................................................................................... 31 3.3.5. Acostamento de concreto .............................................................................................. 31 3.3.6. Sub-bases tratadas com cimento................................................................................. 31 3.3.7. Barras de transferência ................................................................................................. 32 3.3.8. Barras de ligação ............................................................................................................32 3.3.9. Juntas ............................................................................................................................... 34 3.3.9.1. Juntas transversais .................................................................................................... 34 3.3.9.2. Juntas longitudinais .................................................................................................... 34 3.3.9.3. Juntas especiais ......................................................................................................... 35 3.3.9.3.1. Juntas longitudinais de construção ...................................................................... 35 3.3.9.3.2. Juntas transversais de construção ...................................................................... 35 3.3.9.3.3. Juntas de expansão (ou dilatação) ...................................................................... 35 3.3.10. Selantes ....................................................................................................................... 36 3.3.10.1. Materiais ....................................................................................................................... 36 3.3.10.2. Fator de Forma ........................................................................................................... 36 3.3.11. Fator de segurança .................................................................................................... 37 4. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO RÍGIDO ............................................................ 38 4.1. Determinação do número de solicitações por eixo ....................................................... 38 4.1.1. Cálculo do volume de tráfego em progressão geométrica ...................................... 38 4.1.2. Determinação das solicitações por eixos simples, duplos e triplos ........................ 40 4.1.2.1. Eixo simples ................................................................................................................ 40 4.1.2.2. Eixo duplo .................................................................................................................... 40 4.1.2.3. Eixo triplo ..................................................................................................................... 40 4.1.3. Distribuição de carga x frequência............................................................................... 41 4.2. Estudo geológico-geotécnico ............................................................................................ 41 4.2.1. Definição dos segmentos homogêneos ...................................................................... 46 4.2.2. Determinação do ISC de projeto .................................................................................. 48 4.2.2.1. Análise estatística ....................................................................................................... 48 4.2.2.2. Análise gráfica ............................................................................................................. 54 4.2.3. Segmentos de substituição do subleito....................................................................... 57 4.2.4. Segmento de rebaixo do subleito em rocha ............................................................... 57 4.3. Dimensionamento do pavimento pelo Método PCA/84 ................................................ 58 4.3.1. Dimensionamento do pavimento para os Segmentos I e III .................................... 58 4.3.1.1. Dimensionamento para espessura de 22 cm ......................................................... 59 4.3.1.2. Dimensionamento para espessura de 21 cm ......................................................... 66 4.3.2. Dimensionamento do pavimento para os Segmentos II ........................................... 72 4.3.2.1. Dimensionamento para espessura de 22 cm ......................................................... 72 4.3.2.2. Dimensionamento para espessura de 21 cm ......................................................... 79 4.3.3. Dimensionamento do pavimento para os Segmentos IV ......................................... 85 4.3.3.1. Dimensionamento para espessura de 22 cm ......................................................... 85 4.3.3.2. Dimensionamento para espessura de 21 cm ......................................................... 92 4.4. Seção tipo ............................................................................................................................ 98 4.5. Memorial descritivo – especificações dos materiais ..................................................... 98 4.5.1. Subleito ............................................................................................................................ 98 4.5.2. Sub-base .......................................................................................................................... 99 4.5.3. Revestimento ................................................................................................................ 100 4.5.4. Barras de transferência ............................................................................................... 100 4.5.5. Barras de ligação .......................................................................................................... 100 4.5.6. Material de cura ............................................................................................................ 102 4.5.7. Selante ........................................................................................................................... 102 4.6. Memorial de custos .......................................................................................................... 102 4.6.1. Referência dos custos ................................................................................................. 103 4.6.2. Planilha de quantitativos e custos .............................................................................. 103 5. ADIÇÃO DE FIBRAS DE AÇO AO CONCRETO ............................................................ 104 6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 107 7. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 108 8. ANEXOS ................................................................................................................................ 110 ANEXO A – Aumento de k devido à presença de sub-base de concreto rolado. .............. 110 ANEXO B - Tensão equivalente – Com acostamento de concreto. .................................... 111 ANEXO C – Tensão equivalente para eixos tandem triplos (Sem acostamento de concreto / Com acostamento de concreto). .............................................................................................. 112 ANEXO D – Fatores de erosão – Juntas transversais com entrosagem de agregados e acostamento de concreto. ........................................................................................................... 113 ANEXO E - Fatores de erosão - Juntas transversais com barras de transferência e acostamento de concreto. ........................................................................................................... 114 ANEXO F - Fatores de erosão para eixos tandem triplos – Juntas transversais com entrosagem de agregados. ......................................................................................................... 115 ANEXO G - Fatores de erosão para eixos tandem triplos – Juntas transversais com barras de transferência (Sem acostamento de concreto / Com acostamento de concreto). ........ 116 ANEXO H – Ábaco de análise de fadiga (com e sem acostamento de concreto). ............ 117 ANEXO I – Ábaco de análise de erosão (com acostamento de concreto). ........................118 ANEXO J – Folha de cálculo. ..................................................................................................... 119 ANEXO K – Composição de custo unitário de sub-base de concreto rolado. .................... 120 ANEXO L – Composição de custo unitário de concreto de cimento Portland. ................... 121 ANEXO M – Índices de Reajustamento de Obras Rodoviárias 2018. ................................. 122 ANEXO N – Índices de Reajustamento de Obras Rodoviárias 2016................................... 123 14 1. INTRODUÇÃO O pavimento rodoviário é uma estrutura constituída por diversas camadas superpostas destinadas a resistir e distribuir os esforços verticais e horizontais de tensão provocados por cargas móveis (veículos de grande, médio ou pequeno porte), bem como garantir a segurança e o conforto dos usuários (MEDINA, 1997). Um pavimento é constituído por subleito, leito, sub-base, base e revestimento (no caso dos pavimentos flexíveis) ou placa de concreto (no caso de pavimentos rígidos), que apresentam materiais com diferentes características e propriedades, ou seja, que se comportam diferentemente quanto à deformação, quando submetidos a carregamentos externos (carga dos veículos automotivos). De acordo com Balbo (1997), as nomenclaturas usuais em pavimentos são: Pavimento rígido – é o pavimento cuja camada superior, resistindo grande parcela de esforços horizontais solicitantes, acaba por gerar pressões verticais aliviadas e bem distribuídas sobre as camadas inferiores; Pavimento flexível – é o pavimento no qual a absorção de esforços se dá de forma dividida entre várias camadas, encontrando-se as tensões verticais em camadas inferiores concentradas em região próxima da área de aplicação da carga. Segundo Senço (1997), os precursores dos pavimentos rígidos foram os ingleses, que iniciaram a sua construção em 1865. O primeiro pavimento de concreto construído nos Estados Unidos da América data de 1891 e hoje funciona como calçadão para pedestres. Foi executado na cidade de Bellefontaine, no Estado de Ohio. A pavimentação de vias urbanas e rodovias utilizando-se concreto de cimento Portland vem sendo empregada desde o início do desenvolvimento rodoviário no Brasil, frequentemente em vias expressas, rodovias de grande porte, aeroportos e amplamente utilizada em corredores exclusivos de ônibus nas grandes metrópoles, devido as condições severas a que está sujeito o pavimento. Segundo (MESQUITA apud ALMEIDA, 2015), os pavimentos de concreto têm sido amplamente utilizados nas estradas de primeira categoria e em vias urbanas de 15 alto tráfego de muitos países, como Japão, Alemanha, Itália e Inglaterra, em que aproximadamente 50% das estradas são de concreto. Enquanto que no Brasil, onde esse tipo de pavimento teve um desenvolvimento descontínuo, as estradas de concreto não representam nem 5% do total, conforme relatório da ANTT (2014). O concreto foi empregado em grande escala na pavimentação de vias urbanas e rodoviárias até a década de 1950, quando a produção de cimento foi priorizada para o emprego na indústria da construção civil e o setor de pavimentação foi motivado a buscar outras matérias primas. Ocorreu, no mesmo período, amplo desenvolvimento da indústria de pavimentos betuminosos, sendo impulsionada pelo baixo preço do petróleo na época, estimulando o setor a equipar-se e a especializar mão de obra, quase que exclusivamente, para a execução de pavimentos asfálticos, de acordo com PITTA (1996). O pavimento de concreto ressurgiu, nos últimos anos, em países de características tão diversas como o México, a África do Sul, a Espanha e a Índia. Isso ocorreu porque, em primeiro lugar, seu custo inicial tornou-o atraente diante das alterações nos preços dos derivados de petróleo e do crescimento da conscientização de governos e contribuintes, da necessidade vital que é aproveitar ao máximo a aplicação dos recursos públicos, buscando o maior benefício e o menor custo (PITTA, 2009). 16 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Elaborar um projeto de pavimento rígido, segundo o método da Portland Cement Association (PCA/84), para um trecho previamente determinado e fornecido pelo orientador, apresentando as etapas inerentes ao processo de dimensionamento, destacando as alterações das características do concreto com adição de fibras de aço. 2.2. Objetivo Específico De forma a atender os objetivos deste trabalho, são destacados os seguintes objetivos específicos: Elaborar revisão bibliográfica levantando os principais conceitos acerca do dimensionamento do pavimento rígido. Desenvolver estudo de tráfego do local para a determinação do número de eixo total que solicitam o pavimento. Realizar os estudos de caracterização geotécnica do subleito existente. Dimensionar a estrutura do pavimento rígido, utilizando como referência o método da Portland Cement Association de 1984. Apresentar as singularidades do comportamento e nas propriedades da adição de fibras de aço ao concreto do pavimento. Estimar o custo da obra de pavimentação. 17 3. REFERENCIAL TEÓRICO Define-se como pavimento toda a estrutura composta de múltiplas camadas de espessuras variáveis assentes sobre um subleito previamente regularizado, com o objetivo de resistir aos esforços provenientes do tráfego bem como do clima, proporcionando aos usuários a melhoria nas condições de segurança, economia e conforto (DNIT, 2006). 3.1. Estudo de Tráfego O objetivo dos estudos de tráfego é obter, através de métodos sistemáticos de coleta, dados relativos aos cinco elementos fundamentais do tráfego (motorista, pedestre, veículo, via e meio ambiente) e seu inter-relacionamento (DNIT, 2006). Por meio dos estudos de tráfego é possível conhecer o número de veículos que circula por uma via em um determinado período, suas velocidades, suas ações mútuas, os locais onde seus condutores desejam estacioná-los, os locais onde se concentram os acidentes de trânsito, etc. Permitem a determinação quantitativa da capacidade das vias e, em consequência, o estabelecimento dos meios construtivos necessários à melhoria da circulação ou das características de seu projeto (DNIT, 2006). 3.1.1. Contagem volumétrica de tráfego As Contagens Volumétricas visam determinar a quantidade, o sentido e a composição do fluxo de veículos que passam por um ou vários pontos selecionados do sistema viário, numa determinada unidade de tempo. Essas informações serão usadas na análise de capacidade, na avaliação das causas de congestionamento e de elevados índices de acidentes, no dimensionamento do pavimento, nos projetos de canalização do tráfego e outras melhorias (DNIT, 2006). 18 3.1.1.1. Métodos de contagem As contagens volumétricas podem ser realizadas de forma manual, feitas por pesquisadores, com o auxílio de fichas e contadores manuais. Este método é ideal para a classificação de veículos, análise de movimentos e interseções e contagens em rodovias com muitas faixas. As contagens automáticas são realizadas através de contadores automáticos de diversos tipos, em que os veículos são detectados através de tubos pneumáticos ou dispositivos magnéticos, sonoros, radar, células fotoelétricas, etc. 3.1.1.2. Classificação das contagens volumétricas De acordo com o Manual de Estudos de Tráfego do DNIT (2006, p. 101), as contagens volumétricas para estudos em áreas rurais classificam-se em: Contagens Globais: onde registra-se o número de veículos que circulam por um trecho de via, independentemente de seu sentido, grupando-os geralmente pelas suas diversas classes. São empregadas para o cálculo de volumes diários, preparação de mapas de fluxo e determinação de tendências do tráfego. Contagens Direcionais: onde registra-seo número de veículos por sentido do fluxo e são empregadas para cálculos de capacidade, determinação de intervalos de sinais, justificação de controles de trânsito, estudos de acidentes, previsão de faixas adicionais em rampas ascendentes, etc. Contagens Classificatórias: onde registra-se os volumes para os vários tipos ou classes de veículos. São empregadas para o dimensionamento estrutural e projeto geométrico de rodovias e interseções, cálculo de capacidade, cálculo de benefícios aos usuários e determinação dos fatores de correção para as contagens mecânicas. 19 3.1.1.3. Classificação dos veículos pesquisados Segundo o Manual de Estudos de Tráfego do DEER/MG (2013, p.17), os veículos deverão ser identificados de acordo com a classificação padrão: Veículos Leves: o Motos: todos os tipos de motociclos, motocicletas, “Lambretas”, “Vespas”, dentre outras; o Veículos de Passeio: automóveis pequenos, médios e grandes; o Utilitários: caminhonetes, furgões, “vans”, “Kombi”, “Besta” e demais modelos com capacidade de carga até 3,0 ton. Coletivos: o Ônibus urbanos com 2 eixos; o Ônibus e Micro-ônibus intermunicipais, interestaduais e de turismo com 2 eixos; o “Tribus” (coletivos especiais com 3 eixos); o Ônibus com 4 (quatro) eixos. Veículos de Carga: o Caminhões rígidos, com capacidade de carga acima de 3,0 ton.; o Semi-reboques; o Reboques; o Combinação de Veículos de Carga – CVC. 3.1.1.4. Duração e período das Contagens Volumétricas As Contagens Volumétricas e Classificatórias de Caracterização devem ser realizadas observando-se o volume de tráfego atual da via em projeto, com a 20 instalação de um posto para cada segmento homogêneo em termos de tráfego (DEER, 2013). Para VMD ≤ 3.000 veíc./dia: duração de três dias consecutivos da semana (segunda, terça e quarta-feira; terça, quarta e quinta-feira; quarta, quinta e sexta-feira), de 6h/20h. Em um dia, necessariamente, as contagens devem ter a duração de 24 horas (00h/24h); Para VMD > 3.000 veíc./dia: duração de sete dias consecutivos, no período de 00h/24h. Para estudos de implantação de Postos de Pesagem, para qualquer VMD, as pesquisas devem ter a duração de sete dias no período integral de 24 horas (00h/24h). 3.1.2. Pesquisa de Origem e Destino As Pesquisas de Origem e Destino têm como objetivo básico identificar as origens e destinos das viagens realizadas pelos diferentes tipos de veículos em um determinado sistema de vias. Possibilitam, ainda, conforme a amplitude do estudo que se tem em vista, a obtenção de informações de diversas outras características dessas viagens, tais como: tipo, valor e peso da carga transportada, números de passageiros, motivos das viagens, horários, freqüência, quilometragens percorridas por ano, etc (DNIT, 2006). De acordo com o Manual de Estudos de Tráfego do DEER/MG (2013, p.19), as Pesquisas de Origem e Destino possibilitam a definição dos volumes dos fluxos de tráfego desviados para o trecho em estudo. 3.1.3. Fatores de Expansão e Correção de Sazonalidades À média dos volumes de veículos que circulam durante 24 horas em um trecho de via é dada a designação de “Volume Médio Diário” (VMD). Ele é computado para 21 um período de tempo representativo, o qual, salvo indicação em contrário, é de um ano. Após a conclusão das pesquisas de tráfego, deve-se proceder com o tratamento de dados obtidos de forma a convertê-los para uma base anual, que possibilitará o cálculo do Número N. Os fatores de Expansão e Correção de Sazonalidade são obtidos pela análise de dados de séries históricas de volumes de tráfego e permitirão o cálculo do Volume Médio Diário Anual de Tráfego (VMDAT) a partir do valor do Volume Médio Diário (VMD) (DNIT, 2004). Fator Diário (FD) – Responsável pela expansão dos dados de 14 horas da amostra para as 24 horas do dia em que a amostra foi realizada; Fator Semanal (FS) – Corrige os dados a partir da relação entre o volume de tráfego do dia em que a contagem foi realizada com o volume médio semanal; Fator Mensal (FM) - Corrige os dados a partir da relação entre o volume de tráfego da semana em que a contagem foi realizada com o volume médio mensal; Fator Anual (FA) – Permite tornar os dados do VMD representativos pelo ajuste deste a uma base anual, gerando o VMDAT. O Fator Anual pode ser calculado pela Equação 1: 𝑭𝑨 = 𝑭𝑫 × 𝑭𝑺 × 𝑭𝑴 Sendo: 𝑭𝑨 = Fator Anual; 𝑭𝑺 = Fator Semanal; 𝑭𝑴 = Fator Mensal. 3.1.4. Determinação das parcelas de tráfego A projeção dos volumes de tráfego é realizada com o objetivo de fornecer elementos para o dimensionamento do projeto e elementos para a análise da viabilidade econômica do investimento. Sendo assim, é necessário que se faça a distinção entre os vários tipos de tráfego, uma vez que os benefícios resultantes da 22 implantação do projeto serão diferentes conforme a ocorrência de cada um deles (DNIT, 2006). Tem-se assim: Tráfego Existente ou Normal: definido como sendo aquele que já se utiliza de um determinado trecho, independente da realização ou não do investimento; Tráfego Desviado: definido como sendo aquele que, por razão das melhorias introduzidas em um trecho, é desviado de outras rotas para o trecho em questão; Tráfego Gerado: definido como sendo aquele constituído por viagens criadas pelas obras realizadas no trecho; Tráfego Induzido: definido como sendo aquele criado por modificações socioeconômicas da região de influência do trecho. 3.1.5. Projeção de crescimento do tráfego Os modelos de tráfego utilizam normalmente para previsão de uma situação futura, variáveis como população, emprego, renda, frota de veículos, etc. Entretanto, quando se dispõe de uma série de dados de tráfego em uma via, pode-se determinar a função que mais se aproxima da variação constatada através dos anos e adotá-la como base para a previsão do tráfego futuro. Procura-se encaixar os valores conhecidos em uma função de ocorrência usual nos estudos de tráfego (DNIT, 2006). O cálculo da projeção do crescimento anual é feito através da aplicação de fórmulas de crescimento linear/aritmético ou geométrico do volume total de tráfego, no ano médio do período de projeto, em veículos/dia. O VDM tomado como referência do projeto, será o tráfego atuando no sentido de transito mais solicitado. 23 3.1.5.1. Crescimento linear O cálculo do volume total de tráfego por progressão linear é realizado através da Equação 2: 𝑽𝑫𝑴𝒇 = 𝑽𝑫𝑴𝟎 × [𝟏 + (𝒑 − 𝟏) × (𝒕/𝟏𝟎𝟎)] 𝑽𝑫𝑴𝒎 = 𝑽𝑫𝑴𝒇 + 𝑽𝑫𝑴𝟎 𝟐 Logo: 𝑽𝑫𝑴𝒎 = 𝑽𝑫𝑴𝟎[𝟐 + (𝒑 − 𝟏) × (𝒕/𝟏𝟎𝟎)] 𝟐 Onde: 𝑽𝑫𝑴𝒇 = volume diário médio de tráfego no último ano do período de projeto (veículos/dia) 𝑽𝑫𝑴₀ = volume diário médio de tráfego no início do primeiro ano do período de projeto (veículos/dia) 𝑽𝑫𝑴𝒎 = volume diário médio de tráfego no ano médio do período de projeto (veículos/dia) 𝒑 = período de projeto, em anos e t = taxa anual de crescimento do tráfego volume diário médio de tráfego, no ano médio do período de projeto (veículos/dia) O volume total de tráfego em progressão linear, no ano médio do período de projeto, em veículos/dia (em um sentido) é dado pela Equação 3: 𝑽𝒕 = 𝟑𝟔𝟓 × 𝒑 × 𝑽𝑴𝑫𝒎 Onde: 𝑽𝒕 = volume total de tráfego, no ano médio do período de projeto, em veículos/dia (em um sentido) 𝒑 = período de projeto, em anos 𝑽𝑫𝑴𝒎 = volume diário médio de tráfego no ano médio do período de projeto (veículos/dia) 24 3.1.5.2. Crescimento geométrico O cálculo do volume total de tráfego por progressão geométrica é realizado através da Equação 4: 𝑽𝒕 = 𝟑𝟔𝟓 × 𝑽𝑫𝑴𝟎 [(𝟏 + 𝒕 𝟏𝟎𝟎) 𝑷 − 𝟏] ( 𝒕 𝟏𝟎𝟎) Onde: 𝑽𝒕 = volume total de tráfego, no ano médio do período de projeto, em veículos/dia (em um sentido) 𝑽𝑫𝑴₀= volume diário médio de tráfego no início do primeiro ano do período de projeto (veículos/dia) 𝒑 = período de projeto, em anos 𝒕 = taxa anual de crescimento do tráfego, em % 3.1.6. Determinação do número de solicitações por eixo A espessura do pavimento de concreto é determinada a partir do cálculo do número de eixos totais por classe de carga que irão solicitar o pavimento durante o seu período de projeto. Define-se o número de solicitações por eixo aplicado sobre o pavimento através da multiplicação do percentual de cada tipo de veículo da frota comercial pelo seu respectivo fator de eixo. 3.2. Estudos Geológicos – Geotécnicos De acordo com o Manual de Estudos Geológicos e Geotécnicos do DEER/MG (2013, p. 11), os Estudos Geológicos – Geotécnicos devem ser desenvolvidos, 25 visando o conhecimento dos materiais a serem trabalhados durante a execução da obra ou aqueles que venham a sofrer algum impacto com relação ao seu estado natural e consistir basicamente de: Reconhecimento geológico-geotécnico da área ou faixa de projeto, com fins de identificação e delimitação por segmento e com grau de precisão compatível, dos locais geologicamente críticos em termos de sensibilidade de maciços em geral; Elaboração de plano de sondagem ou investigação e listagem de providências a serem tomadas no campo, segmento a segmento, para identificar, confirmar e melhor delimitar os locais geologicamente críticos, a partir da avaliação e histórico de acidentes geotécnicos anteriores; Investigações geotécnicas de campo (sondagens e ensaios "in-situ") e realização de ensaios em laboratório em: o Cortes e subleito; o Fundações dos aterros e obras de arte correntes (OAC) – bueiros tubulares; o Fundações de obras de arte correntes (OAC) – bueiros celulares e obras de contenção; o Fundações das obras de arte especiais (OAE); o Taludes de corte e aterro; o Ocorrências de materiais (jazidas de solos ou materiais granulares, incluindo depósitos de resíduos minerais ou industriais; pedreiras; areais e áreas de empréstimo de materiais para terraplenagem); o · Estudos de misturas; Estudos e recomendações para: o · Estabilidade dos taludes (cortes e aterros); o · Fundações dos aterros e obras de arte correntes (OAC). 26 3.2.1. Estudo do subleito O subleito de uma rodovia pode ser definido como sendo a porção do terreno imediatamente abaixo da superfície obtida pela plataforma de terraplenagem alcançando uma profundidade tal que as pressões das cargas do tráfego distribuídas pelas camadas do pavimento possam ser consideradas praticamente nulas. Portanto, o subleito se constitui no terreno de fundação do pavimento rodoviário, tendo na porção superior da infraestrutura estradal sua principal zona de absorção das tensões atuantes. A necessidade de estudar o subleito se dá devido à grande variedade de tipos de solos e rochas das diversas regiões que uma estrada de rodagem geralmente atravessa em sua implantação. Seus resultados servirão de parâmetro para o dimensionamento da espessura do pavimento. O estudo do subleito de estradas de rodagem com terraplenagem concluída tem como objetivo o reconhecimento dos solos visando à caracterização das diversas camadas e o posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do projeto de pavimento (DNIT, 2006). Dentre os objetivos principais do estudo dos materiais do subleito, destacam- se a determinação dos segmentos de comportamento homogêneo, definição da resistência característica de cada segmento homogêneo (Índice de Suporte Califórnia de Projeto – ISCp) e definição dos segmentos onde haverá substituição do subleito. Os segmentos onde o resultado das amostras ensaiadas apresentarem resultado de expansão superior a 2,0% ou Índice de Suporte Califórnia inferior a 5,0% deverão, obrigatoriamente, substituir o material do subleito. Onde for detectada a presença de rocha haverá a substituição do subleito, com rebaixamento em rocha. De acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006, p. 124), o reconhecimento dos solos do subleito é feito em duas fases: Sondagem no eixo e nos bordos da plataforma da rodovia para identificação dos diversos horizontes de solos (camadas) por intermédio de uma inspeção expedita do campo e coleta de amostras; 27 Realização de ensaios nas amostras das diversas camadas de solos para posterior traçado dos perfis de solos. Os ensaios estipulados pelo Manual de Pavimentação do DNIT para as amostras coletadas no campo são: Granulometria por peneiramento com lavagem do material na peneira de 2,0mm (n° 10) e de 0, 075mm (n° 200); Limite de Liquidez (LL); Limite de plasticidade (LP); Limite de Construção em casos especiais de materiais do subleito; Compactação; Massa específica Aparente "in situ"; Índice Suporte Califórnia (ISC); Expansibilidade no caso de solos lateríticos. 3.2.2. Procedimentos de sondagens e coletas de amostras Segundo o Manual de Estudos Geológicos e Geotécnicos do DEER/MG (2013, p. 13), a realização de sondagens ao alongo dos segmentos de corte, incluindo horizontes subjacentes ao greide de terraplenagem previsto, para fins de orientação na elaboração dos projetos de pavimentação, terraplenagem ou geotécnico e drenagem profunda deve ser executada de acordo com as seguintes orientações: Os furos de sondagem devem ser executados com espaçamentos variáveis em segmentos de corte, máximo de 80 (oitenta) metros, respeitando-se o número mínimo de furos de sondagens conforme Tabela 1: 28 Tabela 1 - Número de furos de sondagem por extensão de corte Extensão do Corte Número mínimo de furos de sondagem Até 100 m 1 furo 101 a 160 m 2 furos 161 a 240 m 3 furos 241 a 320 4 furos Superior a 320 m 5 furos Fonte: Manual de Procedimentos para Elaboração de estudos e Projetos de Engenharia Rodoviária do DER-MG - Volume 4 – Estudos Geológicos Geotécnicos (2011, p.13) O espaçamento dos furos de sondagem deve ser de 160 (cento e sessenta) metros, em trechos cujos perfis longitudinais acompanham o terreno natural ou o greide de vias rurais implantadas e, ainda, em aterros com altura inferior a 1 (um) metro. A profundidade a ser sondada, para fins de coleta de amostras, deve atingir 1,0 (um) metro abaixo do greide do projeto geométrico (pavimento acabado) e nunca deve ser inferior a uma profundidade de 1,0 (um) m abaixo do terreno natural. Deve ser coletada uma amostra representativa para cada horizonte de material, em todo furo de sondagem. Caso não ocorra variação deve ser coletada uma amostra a cada 3 (três) metros sondados. Nos vales cujo aterro for superior ou igual a 5 (cinco) metros, deve ser feito 1 (um) furo de sondagem (na parte mais profunda do vale) com profundidade mínima de 2,0 (dois) metros. Neste furo deve ser feita apenas a classificação expedita (sem coleta) dos horizontes atravessados. 3.3. Dimensionamento pelo Método PCA/84 O método de dimensionamento de pavimentos de concreto simples e com barras de transferência ou concretos dotados de armadura distribuída, descontínua ou contínua, sem função estrutural elaborado pela Portland Cement Association – PCA – versão 1984, emprega um modelo de análise estrutural de elementos finitos, levando-se em consideração: 29 O tipo e o grau de transferência de carga nas juntas transversais, Os efeitos da existência de carga nas juntas transversais, A contribuição estrutural das sub-bases de concreto pobre rolado ou convencional, ou então de sub-bases tratadas com cimento, A ação dos eixos tandem triplos, Introduz um modelo de ruína por erosão da fundação do pavimento (no qual se embute um modelo de ruína por formação de “degraus” ou escalonamento “faulting” nas juntas transversais), usando-o concomitantemente com o modelo modificado de fadiga.3.3.1. Modelos de ruína do pavimento 3.3.1.1. Fadiga As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo são as produzidas pela carga tangente à borda longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2004). 3.3.1.2. Erosão Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de concreto, por ação combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras 30 de transferência), podendo ser ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2004). 3.3.2. Tipos de pavimento 3.3.2.1. Pavimentos com juntas transversais de retração Esse tipo de pavimento possui juntas construídas no sentido da largura da placa de concreto com a função de controlar as fissuras devidas à contração volumétrica do concreto. 3.3.2.2. Pavimentos continuamente armados De acordo com o Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT (2004, p.96), o emprego desse tipo de pavimento no Brasil é desconhecido e provavelmente será raro no futuro. 3.3.3. Distribuição do tráfego Segundo (DNIT, 2004), a parcela de caminhões que trafegam rente a borda longitudinal de um pavimento, que é a situação crítica de carregamento, é pequena. No modelo de fadiga, esta parcela foi calculada na borda e em direção ao interior da placa, para porcentagens variáveis de caminhões solicitando a borda, resultando daí o fator de equivalência de tensões que, multiplicado pela tensão da borda, fornece o mesmo consumo de fadiga que ocorreria com uma certa distribuição ou porcentagem de caminhões trafegando na borda longitudinal do pavimento. 31 No procedimento de dimensionamento, está implícita uma taxa de 6%, plenamente do lado da segurança, sendo esta mesma distribuição, considerada na análise da erosão (DNIT, 2004). 3.3.4. Características do concreto A idade base para a fixação da resistência característica do concreto são 28 dias. Estão implícitas no procedimento de dimensionamento, as variações da resistência à tração na flexão, pela adoção de um coeficiente de variação do concreto de 15%, equivalente a um controle de qualidade de regular pra bom, conforme o ACI 214 (DNIT, 2004). 3.3.5. Acostamento de concreto O efeito dos acostamentos de concreto é substancial, ainda mais no que toca à redução das deformações verticais ao longo da borda no pavimento. A adoção de um acostamento de concreto pode resultar na redução da espessura necessária da placa, dependendo dos demais parâmetros de projeto (DNIT, 2004). 3.3.6. Sub-bases tratadas com cimento Por proporcionar suporte de alto valor, não ser bombeáveis e virtualmente não sujeitas à erosão, a intercalação de uma sub-base com cimento, pode redundar em economia na espessura do pavimento rígido, no caso de pavimentos sem barras de transferência e com tráfego pesado (DNIT, 2004). Ainda segundo DNIT (2004), no caso de sub-bases de concreto rolado, é considerado duas condições, sendo a primeira com a placa totalmente separada da sub-base, onde considera-se a mesma não erodível e de características superiores a qualquer tipo de sub-base, e a segunda havendo aderência entre placa e sub-base, 32 onde considera-se que é total a aderência entre as duas camadas, que a relação de tensões em cada camada não exceda a de um pavimento sem a camada inferior de concreto rolado e que o dano por erosão no concreto pobre não supere o do pavimento referência (sem sub-base). 3.3.7. Barras de transferência Comparando-se pavimentos com e sem barras de transferência, verifica-se que a contribuição destas barras pode ser tão grande a ponto de trazer uma economia de até 5cm na espessura na placa, no caso de cotejo com pavimentos sem acostamento de concreto e sem sub-base, para tráfego pesado. O dimensionamento e o espaçamento das barras de ligação podem ser realizados a partir da espessura da placa, conforme a Tabela 2: Tabela 2 - Bitola, comprimento e espaçamento de barras de transferência Espessura da Placa (cm) Bitola () Comprimento (mm) Espaçamento (mm) Até 17,0 20 460 300 17,5 – 22,0 25 460 300 22,5 – 30,0 32 460 300 > 30,0 40 460 300 Fonte: Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT – 2ª Edição (2004, p. 27) As barras de transferência são produzidas a partir de aço CA- 25, possuem seção circular, lisa e maciça. Sua função é transferir entre placas adjacentes um certo porcentual da carga atuante um dos lados da junta, de forma a diminuir um possível deslocamento vertical de uma placa em relação à outra. 3.3.8. Barras de ligação As barras de ligação têm como função manter as faixas de tráfego livres de possíveis movimentos laterais, assegurando a transferência de carga entre as placas 33 por entrosagem dos agregados ou pelo encaixe tipo “macho – e – fêmea”. São barras de aço CA-50 ou CA-60, corrugadas e maciças. De acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos – 2ª Edição – 2004, a área de aço necessária por metro de comprimento da junta pode ser calculada pela Equação 5: 𝑨𝒔 = 𝒃 𝒙 𝒇 𝒙 𝜸𝒄 𝒙 𝒉 𝟏𝟎𝟎 𝒙 𝑺 Onde: 𝑨𝒔 = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m; 𝒃 = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima dela em m; 𝒇 = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo geralmente tomado como 1,5; 𝜸𝒄 = massa específica do concreto, igual a 24000N/m²; 𝒉 = Espessura da placa em m; 𝑺 = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa. Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos – 2ª Edição – 2004, o dimensionamento do comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao concreto, considerando uma tensão máxima de aderência aço-concreto de 2,5MPa, é dado pela seguinte Equação 6: 𝑳𝒃 = 𝟏 𝟐 𝒙 ( 𝑺 𝒙 𝒅 𝝉𝒃 ) + 𝟕, 𝟓 Onde: 𝑳𝒃 = comprimento de uma barra de ligação, em cm; 𝒅 = diâmetro da barra de ligação, em cm; 𝝉𝒃 = tensão de aderência entre o aço e o concreto, em geral tomada igual a 2,45MPa; 34 𝟕, 𝟓 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm. 3.3.9. Juntas 3.3.9.1. Juntas transversais As juntas transversais são construídas no sentido da largura da placa de concreto, tendo a função de controlar as fissuras por retração do concreto além de, no caso das juntas de retração com barras de transferência, distribuir um percentual de carga entre placas adjacentes. São divididas em: De retração (ou contração) De retração com barras de transferência, De construção De expansão (ou dilatação) 3.3.9.2. Juntas longitudinais As juntas longitudinais são empregadas para o controle das fissuras longitudinais, devidas ao empenamento da placa de concreto, sendo utilizado dispositivos de ligação (barras) quando houver necessidade de se manter as faixas de tráfego impedidas de se movimentarem lateralmente, garantindo a transferência de carga pela entrosagem dos agregados ou pelo encaixe “macho-e-fêmea”. São classificadas como: Juntas longitudinais de articulação, Juntas longitudinais de articulação com barras de ligação (ou ligadores) 35 3.3.9.3. Juntas especiais 3.3.9.3.1. Juntas longitudinaisde construção As juntas longitudinais de construção coincidem, em tipo e espaçamento, com as juntas longitudinais de articulação. Resultam do próprio processo executivo do pavimento, dependendo da quantidade de faixas de tráfego paralelas serão construídas simultaneamente. 3.3.9.3.2. Juntas transversais de construção De acordo com o Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT (2004, p. 166), as juntas transversais de construção são necessárias em duas situações: Quando o ciclo de trabalho – ou seja, de pavimentação efetiva – terminar exatamente onde, de acordo com o projeto, ocorreria uma junta transversal de retração; Quando imprevistos, tais como chuva forte, quebra do equipamento ou atraso no lançamento do concreto – provocar a paralisação da concretagem da placa antes de ser atingida a junta transversal projetada. 3.3.9.3.3. Juntas de expansão (ou dilatação) As juntas de expansão são projetadas para cruzamentos assimétricos de vias com larguras sensivelmente distintas e nos encontros do pavimento com outras estruturas, como prédios e pontes, por exemplo. 36 3.3.10. Selantes A função básica da selagem da ranhura indutora, nas juntas de um pavimento de concreto, é impedir a intrusão de água, e materiais sólidos incompressíveis (como areia, pequenos pedregulhos e outros corpos estranhos) (DNIT, 2004). A infiltração de água através da junta causa a expulsão dos finos que compõe a fundação do pavimento, fenômeno conhecido como bombeamento, levando a placa à ruína pelo seu descalçamento. O acúmulo de materiais em região limitada da junta impede que a mesma se movimente de maneira homogênea, gerando tensões de compressão de intensidades diferentes ao longo da junta, tais tensões podem levar à degeneração da junta e a ruptura da placa. 3.3.10.1. Materiais Um material selante adequado deve possuir propriedades bem definidas, como fluidez, período de cura, viscosidade, adesividade, dureza, resistência à oxidação, compressibilidade, elasticidade, resistência à fissuração e coesão interna (DNIT, 2004). 3.3.10.2. Fator de Forma Para o melhor comportamento do selante é necessário que a quantidade aplicada na junta obedeça a limites referentes a profundidade e abertura da junta (fator de forma). Os valores recomendados pela prática, para as juntas preenchidas com selante a frio ou a quente para materiais pré-moldados são apresentados a seguir: 37 Tabela 3 - Fatores de forma recomendados para selante vasado no local Espaçamento entre Juntas Transversais (m) Forma do Reservatório Selante Largura (mm) Profundidade (mm) 4,5 3,0 12,7 (min.) 6,0 6,0 12,7 (min.) 7,5 10,0 12,7 (min.) 12,0 12,7 12,7 (min.) Fonte: Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT – 2ª Edição (2004, p. 166) Tabela 4 - Abertura de junta e largura recomendadas para selantes pré-moldados Espaçamento entre Juntas Transversais Abertura de Juntas (mm) Largura do Selante (mm) 7,5 ou menor 6,0 14,3 9,0 10,0 20,7 12,0 12,7 25,4 Fonte: Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT – 2ª Edição (2004, p. 166) 3.3.11. Fator de segurança O fator de segurança de carga (Fsc) tem a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas solicitantes e da projeção do tráfego e, de acordo com o DNIT (2016), pode ser adotado de acordo com a Tabela 5: Tabela 5 – Fatores de segurança para as cargas (FSC) Tipo de Pavimento FSC Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de tráfego (estacionamentos, por exemplo) 1,0 Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões 1,1 Para altos volumes de caminhões 1,2 Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal Até 1,5 Fonte: Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT – 2ª Edição (2004, p. 95) 38 4. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO RÍGIDO 4.1. Determinação do número de solicitações por eixo Os dados da pesquisa de tráfego do trecho em estudo, fornecidos pelo orientador, servirão como base para o cálculo do número de solicitações por eixo da rodovia no período de projeto. Os valores de VMDAT em 2016 juntamente com a taxa de crescimento anual para cada tipo de veículo estão discriminados na Tabela 6: Tabela 6 – VMDAT segmentado e Taxa de crescimento CLASSIFICAÇÃO/CONFIGURAÇÃO DOS VEÍCULOS VMDAT 2016 TAXA DE CRESCIMENTO IDA VOLTA ANUAL (%) Moto 149 160 4,7 Passeio 459 440 3,1 Utilitário 97 99 3,1 Ônibus 2C 66 65 3,4 Caminhão 2C 108 117 3,4 Caminhão 3C 98 109 3,4 Semi-reboque 2S3 77 89 3,4 Semi-reboque 3S3 19 27 3,4 Semi-reboque 2I3 15 14 3,4 Semi-reboque 2J3 9 8 3,4 Reboque 2C3 13 12 3,4 Bitrem 3S2S2 57 65 3,4 Rodotrem 3S2C4 13 17 3,4 Fonte: Dados fornecidos pelo orientador 4.1.1. Cálculo do volume de tráfego em progressão geométrica O VMDAT, volume médio diário anual, foi calculado a partir dos dados de pesquisa fornecido e acrescentando as parcelas do tráfego desviado e do tráfego gerado, que representam, cada um, 5% do tráfego normal. Os resultados estão apresentados na Tabela 7. 39 Tabela 7 – VMDAT segmentado Composição Percentual do Tráfego CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS VMDAT 2016 TOTAL (2016) GERADO (5%) + DESVIADO (5%) VMDAT (2016) % TOTAL VEÍCULOS DE CARGA % VEÍCULOS DE CARGA IDA VOLTA Moto 149 160 309 31 340 12,85 0 - Passeio 459 440 899 90 989 37,39 0 - Utilitário 97 99 196 20 216 8,17 0 - Ônibus 2C 66 65 131 13 144 5,44 144 13,09 Caminhão 2C 108 117 225 23 248 9,38 248 22,55 Caminhão 3C 98 109 207 21 228 8,62 228 20,73 Semi-reboque 2S3 77 89 166 17 183 6,92 183 16,64 Semi-reboque 3S3 19 27 46 5 51 1,93 51 4,64 Semi-reboque 2I3 15 14 29 3 32 1,21 32 2,91 Semi-reboque 2J3 9 8 17 2 19 0,72 19 1,73 Reboque 2C3 13 12 25 3 28 1,06 28 2,55 Bitrem 3S2S2 57 65 122 12 134 5,07 134 12,18 Rodotrem 3S2C4 13 17 30 3 33 1,25 33 3,00 TOTAL DE VEIC. 1180 1222 2402 243 2645 100 1100 100 Fonte: Autor (2018) A partir do VMDAT definido na tabela anterior, definiremos o volume total de tráfego atuando na faixa de trânsito tomada como referência do projeto, considerando o crescimento em progressão geométrica. 𝑽𝒕 = 𝟑𝟔𝟓 × 𝑽𝑫𝑴𝟎 [(𝟏 + 𝒕 𝟏𝟎𝟎) 𝑷 − 𝟏] ( 𝒕 𝟏𝟎𝟎) 𝑽𝒕 = 𝟑𝟔𝟓 × 𝟏𝟏𝟎𝟎 [(𝟏 + 𝟑, 𝟒 𝟏𝟎𝟎) 𝟐𝟎 − 𝟏] ( 𝟑, 𝟒 𝟏𝟎𝟎) 𝑽𝒕 = 𝟏𝟏. 𝟐𝟑𝟖. 𝟑𝟑𝟔 Onde: 𝑽𝒕 = volume total de tráfego, no ano médio do período de projeto, em veículos/dia (em um sentido) 𝑽𝑫𝑴₀ = volume diário médio de tráfego no início do primeiro ano do período de projeto (veículos/dia) 𝒑 = período de projeto, em anos 𝒕 = taxa anual de crescimento do tráfego, em % 40 4.1.2. Determinação das solicitações por eixos simples, duplos e triplos A partir do valor obtido para o volume total de veículos e conhecendo o percentual do tráfego que cada tipo de veículo possui e seus respectivos fatores de, pode-se calcular o número de solicitações de eixo para cada tipo de veículo, como mostra a Tabela 8: Tabela 8 – Número de solicitações para cada tipo de veículo CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS TOTAL VEÍCULOS DE CARGA % VEÍCULOS DE CARGA Nv Fe N (%*Nv*Fe) Ônibus 2C 144 13,09% 11.032.163 2 2.888.421 Caminhão 2C 248 22,55% 11.032.163 2 4.974.503 Caminhão 3C 228 20,73% 11.032.163 2 4.573.333 Semi-reboque 2S3 183 16,64% 11.032.163 3 5.506.052 Semi-reboque 3S3 51 4,64% 11.032.163 3 1.534.474 Semi-reboque 2I3 32 2,91% 11.032.163 5 1.604.678 Semi-reboque 2J3 19 1,73% 11.032.163 4 762.222 Reboque 2C3 28 2,55% 11.032.163 4 1.123.275 Bitrem 3S2S2 134 12,18% 11.032.163 4 5.375.672 Rodotrem 3S2C4 33 3,00% 11.032.163 5 1.654.824 TOTAL 1100 100% Net: 29.997.454 Fonte: Autor (2018) O número de solicitações para cada tipo de eixo foi calculado conforme Equações 7, 8 e 9: 4.1.2.1. Eixo simples 𝑵𝟐𝑪 + 𝑵𝟐𝑪 + 𝑵𝟑𝑪 𝟐 + 𝟐(𝑵𝟐𝑺𝟑)𝟑 + 𝑵𝟑𝑺𝟑 𝟑 + 𝑵𝟐𝑰𝟑 + 𝟑(𝑵𝟐𝑱𝟑) 𝟒 + 𝟑(𝑵𝟐𝑪𝟑) 𝟒 + (𝑵𝟐𝑺𝟐𝑺𝟐) 𝟒 + (𝑵𝟐𝑺𝟐𝑺𝟐) 𝟓 = 𝟏𝟗. 𝟎𝟐𝟓. 𝟒𝟔𝟔 4.1.2.2. Eixo duplo 𝑵𝟑𝑪 𝟐 + 𝑵𝟑𝑺𝟑 𝟑 + (𝑵𝟐𝑱𝟑) 𝟒 + (𝑵𝟐𝑪𝟑) 𝟒 + 𝟑(𝑵𝟑𝑺𝟐𝑺𝟐) 𝟒 + 𝟒(𝑵𝟑𝑺𝟐𝑪𝟒) 𝟓 = 𝟖. 𝟔𝟐𝟓. 𝟏𝟒𝟓 4.1.2.3. Eixo triplo (𝑵𝟐𝑺𝟑) 𝟑 + 𝑵𝟑𝑺𝟑 𝟑 = 𝟐. 𝟑𝟒𝟔. 𝟖𝟒𝟐 41 4.1.3. Distribuição de carga x frequência De posse do carregamento por eixo e de suas respectivas frequências para o trecho estudado, fornecidas pelo orientador previamente, foi possível definir o número de solicitações para cada carregamento, conforme apresentado na Tabela 9: Tabela 9 – Número de solicitações para cada tipo de eixo Carga/eixo (kN) Frequência (%) Número de Solicitações Eixo Simples 130,00 5,00 951.273 120,00 10,00 1.902.547 110,00 15,00 2.853.820 80,00 40,00 7.610.187 70,00 10,00 1.902.547 60,00 20,00 3.805.093 Eixo Duplo 190,00 10,00 862.515 180,00 20,00 1.725.029 170,00 50,00 4.312.573 160,00 20,00 1.725.029 Eixo Triplo 270,00 10,00 234.684 260,00 30,00 704.053 250,00 60,00 1.408.105 Fonte: Autor (2018) 4.2. Estudo geológico-geotécnico A resistência característica, medida através do ensaio de penetração conhecido como Índice de Suporte Califórnia, ISC, define a capacidade de o subleito suportar a atuação das cargas provenientes do tráfego sobre a rodovia. Para a determinação do ISC de projeto do subleito realiza-se a análise estatística e gráfica de resultados de ensaios geotécnicos, definindo segmentos homogêneos, ou seja, que apresentam características estruturais semelhantes dentro do trecho estudado. 42 Para elaboração deste trabalho foram fornecidos os dados de sondagem (Tabela 10) e perfil longitudinal do trecho em estudo que servirão de base para determinação dos segmentos homogêneos e seus respectivos ISC de projeto. 43 Estaca: Ext.: Class. Gol- Hótim DENS. EXP ISC Inicial Final 2" 1" 3/4" 3/8" #4 #10 #40 #200 TRB pes % kgf/m 3 % % 1 1 5 BE 0,00 1,00 43,8 15,8 100 100 100 98,5 94,5 90,3 88,3 13 25,7 1625 0,23 10 2 2 13 BE 0,00 1,00 44,8 14,5 100 100 100 100 92,5 88,7 80,6 13 23,5 1633 0,15 11 3 3 21 BE 0,00 1,00 51,2 19,5 100 100 99,8 94,5 88,7 84,3 74,5 13 22,8 1687 0,05 15 4 4 29 BD 0,00 1,00 46,9 13,9 100 100 100 100 94,5 90,9 84,5 13 29,3 1615 0,45 10 5 5 37 BE 0,00 2,00 47,9 11,2 100 100 100 100 89,2 80,9 72,5 13 21,8 1602 0,09 11 6 6 45 BD 0,00 1,50 45,1 14,8 100 100 100 100 98,5 91,6 84,5 13 27,9 1595 0,12 9 7 7 53 BE 0,00 3,50 49,9 17,9 100 100 100 98,5 95,6 89,6 78,4 13 25,6 1625 0,09 16 8 8 61 BD 0,00 1,50 46,4 24,5 100 100 100 99,3 94,5 90,9 84,9 13 15,9 1661 0,45 14 9 9 69 BD 0,00 1,50 48,4 14,8 100 100 100 100 95,6 87,8 81,9 13 24,9 1609 0,36 9 10 10 77 BD 0,00 1,50 44,5 21,5 100 100 100 100 100 88,9 75,9 13 22,4 1699 0,08 21 11 11 85 BE 0,00 1,50 50,3 19,9 100 100 100 100 100 94,2 88,9 13 26,9 1595 0,29 9 12 12 92 BE 0,60 2,00 49,8 22,9 100 100 100 100 98,8 90,2 78,9 13 23,2 1654 0,10 17 13 13 100 BD 0,00 1,00 52,6 23,8 100 100 100 100 99,3 94,6 90,2 13 29,6 1582 0,31 8 14 14 107 BD 0,00 1,50 48,6 18,1 100 100 100 100 100 88,9 74,5 13 21,3 1685 0,15 12 15 15 117 BE 0,00 3,00 41,6 19,8 100 100 100 100 100 96,4 84,2 13 28,6 1644 0,32 11 16 16 125 BD 0,00 1,50 47,2 23,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,6 93,4 60,1 13 18,4 1660 0,60 21 17 17 131 BE 0,00 2,00 49,9 21,6 100 100 100 98,8 96,8 91,5 78,9 13 24,5 1699 0,06 14 18 18 139 BE 0,00 1,00 44,7 16,9 100 100 100 100 94,6 88,9 84,5 13 25,6 1645 0,41 11 19 19 147 BE 0,00 1,00 48,3 17,5 100 100 100 100 99,6 91,2 88,9 13 29,3 1609 0,45 9 20 20 152 BE 0,00 3,50 41,9 16,3 100 100 100 100 98,2 94,1 86,3 13 26,9 1633 0,31 10 21 21 156 BE 0,00 2,00 46,8 15,6 100 100 100 100 96,8 91,9 80,9 13 24,5 1688 0,21 13 22 22 160 BE 0,00 2,00 54,6 24,3 100 100 100 100 95,6 90,7 84,7 13 24,9 1645 0,36 10 23 23 164 BD 0,00 1,00 49,6 19,6 100 100 100 100 94,2 89,7 80,2 13 24,6 1635 0,15 10 24 24 173 E 0,00 3,00 35,0 NP 100 100 90,7 83,9 78,6 66,9 36,5 13 12,1 1871 0,38 22 25 24 173 E 3,00 4,50 NL NP 100,0 100,0 100,0 99,0 97,0 79,0 35,9 13 13,3 1650 0,85 18 26 25 177 E 0,00 3,00 32,3 NP 100,0 100,0 99,0 97,0 92,8 84,8 40,9 13 12,8 1809 0,16 31 27 25 177 E 3,00 4,00 NL NP 100,0 100,0 100,0 100,0 95,3 84,6 37,0 13 12,4 1678 0,70 19 28 26 181 E 0,00 3,00 26,4 NP 100,0 100,0 98,6 98,0 96,1 82,6 48,1 13 20,3 1636 0,38 16 29 26 181 E 3,00 5,00 27,4 NP 100,0 89,8 79,1 76,1 72,5 64,1 31,2 13 13,9 1762 0,38 14 30 27 190 E 0,00 2,90 31,0 10,8 100,0 100,0 100,0 99,8 99,3 92,3 31,1 13 14,0 1704 0,06 18 1 Pós Graduação ESTUDOS GEOTÉCNICOS - FOLHA RESUMO DE ENSAIOS IG SUBLEITO Rodovia: Ligação Trecho: Trabalho prático Estudo: OBS: PROF.(m) LL IP GRANULOMETRIA (% passando) REG FUR ESTACA POS. Tabela 10 – Relatório de ensaios de sondagem 44 31 27 190 E 2,90 13 IMP TRADO 32 28 194 E 0,00 3,00 38,4 5,6 100,0 100,0 100,0 100,0 87,4 68,6 57,2 13 19,5 1723 0,87 16 33 28 194 E 3,00 13 IMP TRADO 34 29 198 E 0,00 3,00 43,2 20,2 100,0 100,0 100,0 99,8 99,2 92,0 54,0 13 18,4 1673 0,03 14 35 29 198 E 3,00 13 IMP TRADO 36 30 202 E 0,00 3,00 42,3 NP 100,0 91,7 72,4 65,8 59,9 48,2 28,4 13 11,4 1837 0,12 24 37 30 202 E 3,00 5,00 44,0 NP 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 84,2 46,7 13 15,7 1505 2,48 7 38 31 206 E 0,00 2,00 45,0 17,0 100 80,8 70,7 67,7 66,1 59,1 44,4 13 25,2 1472 0,08 20 39 32 210 E 0,00 3,00 39,8 14,5 100,0 100,0 100,0 78,8 68,9 54,6 41,1 13 22,3 1689 0,32 19 40 33 225 E 0,00 2,10 32,6 5,9 100 100 99,2 97,4 95 89 71,8 13 22,2 1624 0,34 14 41 33 225 E 2,10 3,50 NL NP 100 100 100 99,2 98,6 92,6 55,4 13 13,7 1708 6,42 3 42 34 228 E 0,00 3,00 NL NP 100 100 88,2 82,3 73,7 60,1 31,3 13 8,2 1830 0,00 15 43 34 228 E 3,00 6,00 40,9 NP 100 100 100 100 99,8 88 50,7 13 14,2 1620 3,23 6 44 35 238 E 0,00 3,00 50,4 NP 100 100 100 98,4 96,3 85,9 54,6 13 17,1 1653 0,24 14 45 36 242 E 0,00 2,00 NL NP 100 87,4 78,1 76,4 73,6 62,6 32,9 13 10,9 1817 0,00 31 46 37 246 E 0,00 2,50 NL NP 100 100 100 100 100 89,4 47,5 13 16,5 1686 1,02 16 47 37 246 E 2,50 4,00 38,9 NP 100 100 100 88,1 76,5 61,4 41,9 13 21,5 1727 0,87 21 48 38 259 E 0,00 3,00 41,5 NP 100 95,4 90,2 88,3 74,1 59,6 38,9 13 14,5 1825 0,33 28 49 38 259 E 3,00 4,50 NL NP 100 100 95,6 88,4 66,8 45,4 22,8 13 10,6 1887 0,21 14 50 39 263 E 0,00 2,00 44,5 6,5 100 100 100 88,5 74,5 60,2 48,9 13 17,4 1756 0,61 16 51 40 275 BD 0,00 2,00 47,9 NP 100 100 100 99,8 94,8 88,6 80,4 13 18,8 1459 2,90 7 52 41 286 BE 0,00 3,50 44,6 12,3 100 100 100 98,6 91,2 94,5 74,5 13 21,5 1825 0,31 13 53 42 289 BE 0,00 3,00 37,5 9,8 100 99,6 98,4 91,2 77,9 71 66,1 13 16,3 1789 0,03 18 54 43 293 BE 0,00 2,50 39,9 11,8 100 100 99,4 93,6 88,4 78,4 70,1 13 17,2 1765 0,16 19 55 44 305 BE 0,00 1,00 26,4 5,1 100,0 100,0 97,2 94,4 91,6 87,0 59,0 13 19,8 1614 0,58 11 56 45 315 BE 0,00 2,00 39,9 12,8 100,0 100,0 100,0 99,2 94,8 88,9 68,9 13 24,8 1738 0,35 10 57 46 325 E 0,00 2,50 49,9 18,4 100,0 100,0 100,0 99,8 99,2 94,5 88,1 13 31,3 1699 0,38 11 58 47 329 E 0,00 3,50 36,6 9,1 100,0 100,0 99,2 91,3 84,9 77,3 56,3 13 13,6 1688 0,45 14 59 48 338 E 0,00 2,00 52,4 22,7 100,0 100,0 100,0 100,0 99,5 92,7 85,4 13 30,3 1704 0,49 10 60 49 342 E 0,00 3,50 47,4 15,9 100 100 100 100 94,8 90,2 80,1 13 27,4 1725 0,23 17 61 48,27 334,694 E -0,21 13 IMP TRADO 62 49,01 340,051 E -0,27 2,54 39,0 34,8 100,0 100,6 100,8 97,5 91,0 85,2 72,7 13 22,3 1737 0,42 14 63 49,75 345,407 E -0,33 2,51 38,569 100,8 101,147 97,865 91,33 85,8 73,91 13 22,61 1739 0,384 13,7 IMP TRADO 64 50,49 350,764 E -0,40 2,48 38,2 49,4 100,0 100,9 101,5 98,2 91,7 86,5 75,1 13 22,9 1741 0,35 14 65 51,23 356,121 E -0,46 2,45 37,763 101,1 101,845 98,627 92,01 87,1 76,35 13 23,15 1744 0,322 13,6 IMP TRADO 66 51,98 361,477 E -0,52 2,42 37,4 NP 100,0 101,3 102,2 99,0 92,4 87,777,6 13 23,4 1746 0,29 13 45 67 53 370 E 5,70 13 IMP TRADO 68 54 374 E 0,00 3,50 51,6 19,8 100,0 100,0 100,0 100,0 98,4 95,2 81,4 13 27,5 1733 0,29 11 69 55 378 E 0,00 2,00 49,9 20,2 100,0 100,0 100,0 100,0 95,4 90,3 78,9 13 26,3 1766 0,12 14 70 56 386 BD 0,00 1,00 44,8 17,4 100 100 100 94,9 87,9 79,9 65,3 13 22,1 1786 0,39 17 71 57 393 BE 0,00 2,00 38,9 12,3 100,0 100,0 100,0 99,6 96,6 91,7 87,5 13 26,1 1699 0,21 9 72 58 396 E 0,00 3,00 42,1 15,4 100,0 100,0 100,0 98,4 94,3 90,7 86,4 13 26,7 1707 0,32 10 73 59 400 E 0,00 2,00 45,9 13,6 100 100 99,8 94,5 88,7 84,3 74,5 13 22,8 1787 0,05 16 74 60 406 BD 0,00 1,00 46,9 14,1 100 100 100 100 94,5 90,9 84,5 13 29,3 1625 0,45 11 75 61 417 E 0,00 3,00 44,2 9,4 100 100 100 100 89,2 80,9 72,5 13 21,8 1702 0,09 12 76 62 421 E 0,00 3,00 45,1 15,8 100 100 100 100 98,5 91,6 84,5 13 27,9 1645 0,12 10 77 63 442 E 0,00 1,90 NL NP 100 100 98,8 97,8 95,5 81,5 40,9 13 11,7 1714 0,29 24 78 63 442 E 1,90 13 IMP TRADO 79 64 451 BE 0,00 2,00 49,9 16,9 100 100 100 98,5 95,6 89,6 78,4 13 25,6 1725 0,09 16 80 65 464 E 0,00 2,00 44,5 21,5 100 100 100 100 100 88,9 75,9 13 22,4 1725 0,08 21 81 66 468 E 0,00 3,00 47,2 23,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,6 93,4 60,1 13 18,4 1689 0,60 17 82 66 468 E 3,00 5,50 35,1 14,8 100,0 92,3 87,8 86,3 84,3 77,1 38,2 13 15,2 1649 1,22 15 83 67 472 E 0,00 1,50 48,4 14,8 100 100 100 100 95,6 87,8 61,3 13 24,9 1699 0,36 14 84 68 484 E 0,00 2,50 40,6 18,1 100 100 100 100 100 88,9 74,5 13 21,3 1725 0,15 14 85 68 484 E 2,50 5,00 41,6 19,8 100 100 100 100 100 96,4 84,2 13 28,6 1763 0,32 13 86 69 499 E 0,00 1,50 49,8 18,1 100 100 100 100 99,1 91,5 80,9 13 27,5 1807 0,12 15 87 70 502 E 0,00 2,50 44,4 16,9 100 100 100 99,4 94,7 90,7 78,2 13 27,1 1799 0,32 14 88 71 506 E 0,00 3,00 49,6 18,7 100 100 100 99,2 97,1 93,3 69,3 13 24,3 1801 0,06 23 89 71 506 E 3,00 5,00 43,9 NP 100 100 100 99,3 94,5 90,9 84,9 13 15,9 1586 3,45 5 Fonte: Dados fornecidos pelo orientador 46 Em projetos rodoviários, a resistência característica e a expansibilidade do solo devem atender aos parâmetros estabelecidos para que desempenhem função estrutural satisfatória, sem demandar de camadas espessas de base, sub-base e reforço além de inibir movimentações que produzam danos a obra. Segundo Presa (1980) o solo expansivo, seja ele no estado natural, ou compactado, é aquele em que a variação volumétrica é muito elevada, de forma a produzir efeitos prejudiciais nas obras construídas sobre os mesmos ou nas proximidades. A expansividade reflete-se pela pressão de expansão e variação volumétrica. Estruturas apoiadas sobre solos expansivos podem estar sujeitas a uma série de ações indesejáveis resultantes das pressões de expansão durante o umedecimento, bem como das variações de volumes associados, que podem provocar o levantamento ou deslocamento das estruturas (SIMÕES, 2006). Os trechos que não atendem aos parâmetros apresentados abaixo de ISC e expansibilidade devem ser substituídos por materiais adequados. Critérios de substituição do subleito conforme Notas de Aula do Professor José Flávio (2018): ISC individual < 5,0 % ISC individual < 80 % do ISC de projeto do segmento Expansão > 2,0 % Na análise estatística e gráfica para definição do ISC de projeto, os dados de ISC e Expansão individuais de estacas cuja profundidade não atingiam a cota do greide de terraplanagem foram descartados, assim como estacas que apresentam ocorrência de rocha (“IMP TRADO”). 4.2.1. Definição dos segmentos homogêneos Retirando-se as estacas cujas profundidade de sondagem estão acima do greide de terraplanagem, as estacas com valores de ISC inferior a 5,0 % e/ou Expansão superior a 2,0 %, e as estacas onde não foi possível a realização da 47 sondagem por apresentarem impenetrável a trado, encaminhamos para a definição dos segmentos de comportamento estrutural homogêneo. Segundo OLIVEIRA (2011), a determinação dos segmentos homogêneos pode ser realizada através da análise de inflexões de um gráfico de dispersão. Este método consiste em calcular a média dos valores de ISC (ISCmed), subtrair os valores de ISC individuais (ISCi) pela média e realizar um somatório acumulado das diferenças (Σ (ISCi – ISCmed)). Pode-se assim plotar um gráfico Σ (ISCi – ISCmed) x Estacas ou Σ (ISCi – ISCmed) x Registro e, de acordo com sua tendência e inflexões, dividi-lo em segmentos homogêneos. A seguir é apresentado o quadro com valores de ISC individuais, ISCmed, Σ (ISCi – ISCmed). Tabela 11 – Observações do relatório de sondagem inicial REG FUR ESTACA ISC ISC_MÉDIA ISC - ISC_MÉDIA Σ (ISC - ISC_MÉDIA) % % % % 1 1 5 10 14 -3,9 -4 S E G M E N T O 1 2 2 13 11 14 -2,9 -3 3 3 21 15 14 1,1 1 4 4 29 10 14 -3,9 -4 5 5 37 11 14 -2,9 -3 6 6 45 9 14 -4,9 -5 7 7 53 16 14 2,1 2 8 8 61 14 14 0,1 0 9 9 69 9 14 -4,9 -5 10 10 77 21 14 7,1 7 11 11 85 9 14 -4,9 -5 12 12 92 17 14 3,1 3 13 13 100 8 14 -5,9 -6 14 14 107 12 14 -1,9 -2 15 15 117 11 14 -2,9 -3 16 16 125 21 14 7,1 7 17 17 131 14 14 0,1 0 18 18 139 11 14 -2,9 -3 19 19 147 9 14 -4,9 -5 20 20 152 10 14 -3,9 -4 21 21 156 13 14 -0,9 -1 22 22 160 10 14 -3,9 -4 23 23 164 10 14 -3,9 -4 25 24 173 18 14 4,1 4 S E G M E N T O 2 27 25 177 19 14 5,1 5 29 26 181 14 14 0,1 0 38 31 206 20 14 6,1 6 39 32 210 19 14 5,1 5 44 35 238 14 14 0,1 0 48 45 36 242 31 14 17,1 17 47 37 246 21 14 7,1 7 49 38 259 14 14 0,1 0 50 39 263 16 14 2,1 2 52 41 286 13 14 -0,9 -1 53 42 289 18 14 4,1 4 54 43 293 19 14 5,1 5 55 44 305 11 14 -2,9 -3 S E G M E N T O 3 56 45 315 10 14 -3,9 -4 57 46 325 11 14 -2,9 -3 58 47 329 14 14 0,1 0 59 48 338 10 14 -3,9 -4 60 49 342 17 14 3,1 3 61 50 352 18 14 4,3 4 62 51 356 12 14 -1,9 -2 64 52 366 10 14 -3,9 -4 68 54 374 11 14 -2,9 -3 69 55 378 14 14 0,1 0 70 56 386 17 14 3,1 3 71 57 393 9 14 -4,9 -5 72 58 396 10 14 -3,9 -4 73 59 400 16 14 2,1 2 74 60 406 11 14 -2,9 -3 75 61 417 12 14 -1,9 -2 76 62 421 10 14 -3,9 -4 79 64 451 16 14 2,1 2 S E G M E N T O 4 80 65 464 21 14 7,1 7 82 66 468 15 14 1,1 1 83 67 472 14 14 0,1 0 85 68 484 13 14 -0,9 -1 86 69 499 15 14 1,1 1 87 70 502 14 14 0,1 0 Fonte: Autor (2018) 4.2.2. Determinação do ISC de projeto 4.2.2.1. Análise estatística Pela análise estatística, o valor característico que representa a resistência do subleito em um determinado segmento homogêneo por ser determinado pelas Equações 10 e 11: ISC DE PROJETO = Xmínimo = Xmédia – K*S 49 𝑺 = √ ∑ (𝑿𝒊 − �̅�)𝑵𝒊 𝑵 − 𝟏 Onde, 𝑿𝑴í𝒏𝒊𝒎𝒐 = ISC DE PROJETO 𝑿𝒎é𝒅𝒊𝒂 = média aritmética da amostra (média dos valores de CBR) 𝑺 = desvio padrão da amostra 𝑲 é o coeficiente de risco associado ao tamanho da amostra. Ele é obtido em função do número de amostras (N) conforme quadro abaixo: Tabela 12 – Coeficiente de risco N 5 6 7 8 9 10 12 13 14 15 16 17 19 21 K 1,55 1,41 1,36 1,31 1,25 1,21 1,16 1,13 1,11 1,1 1,08 1,06 1,04 1,01 Fonte: DEER/MG Os valores não apresentados no quadro são obtidos por interpolação. Para número de amostras superior a 21, será adotado k = 1,01. Tendo esses parâmetros, o XMínimo será definido para cada segmento. Para o Segmento 1 tem-se: 1ª Tentativa N = 23 K = 1,01 Xmédia = 12,22 S = 3,59 50 Xmínimo = 8,59 80%Xmínimo = 6,88 Obs.: Não existe valor de ISC individual inferior à 6,88. Exclui-se, portanto, o maior valor individual superior à média: Estaca 77 e 125 – ISC = 21 %. 2ª Tentativa N = 21 K = 1,01 Xmédia = 11,38 S = 2,46 Xmínimo = 8,90 80%Xmínimo = 7,12 Obs.: Não existe valor de ISC individual inferior à 7,12. Exclui-se, portanto, o maior valor individual superior à média: Estaca 92 – ISC = 17 %. 3ª Tentativa
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