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SUS - RESUMO

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Prévia do material em texto

RESUMINDO O SUS: 
Linguagem atualizada para 
pessoas que não têm facilidade 
com humanas. 
 
 
 
 
 
“Agradeço à minha família, que sempre falava 
daquele boy da quinta série que passou em 
medicina e eu ainda estava no cursinho.” 
“Agradeço a Deus, que é a única razão da minha 
esperança”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre o autor do resumo 
 
Imagem meramente ilustrativa do compilador. (Bonito, né?) 
Olá! Sou Luís, da Turma 75. Esse resumo foi feito em 2020 e 
isso é tudo que você precisa saber, okay? Nada mais. Se quiser 
o arquivo em Word, boa sorte com as buscas. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMINDO O SUS: 
 
Um resumo bem razoável que pode te ajudar a não levar final 
em fisiologia. É bom que saiba que só compilei autores e 
inclusive alguns textos de seus livros –sem intenção de plágio, 
já que não existe restrição de como forma de estudar para 
as tutorias– SEM FINS LUCRATIVOS (não sei como coloca 
pisca-pisca, mas se soubesse, colocaria), o que é perceptível 
porque está disponível no MEGA da sua turma sem nenhum 
custo porque algum dos meus afilhados ou colegas postou 
para seu calouro e o infeliz disponibilizou para a turma toda. 
Apesar de ter formato de livro, parecer com um livro, ter capa 
de livro, essa introdução de livro e até mesmo vocabulário de 
livro, não é um livro, mas sim um resumo. 
 Se quiser facilidade, utilize um Word atualizado e, na guia 
“Exibir”, no painel principal, e ative a opção “Painel de 
Navegação”. Prontinho, agora você não vai mais reclamar que 
não tem numeração nas páginas! Saiba que seu desespero já 
foi sentido centenas de vezes por centenas que alunos que 
estudaram antes de você e quase todo mundo dá conta de 
passar e se tornar um bom médico(a). 
Por favor, entenda que assim como eu surtei bastante e levei 
horas e horas para escrever (com alguns trechos de Ctrl+C e 
Ctrl+V) esse resumo, outras pessoas também podem precisar 
da sua ajuda no futuro! Então faça como pessoas gentis fazem 
e compartilhem os livros que vocês gastaram uma fortuna 
para comprar (ou estão pirateando, mas isso é crime) com os 
coleguinhas pé-rapado como eu, viu? Bons estudos para 
você! Que Deus tenha misericórdia de você e te abençoe 
muito nessa jornada. Foi mal pela zoeira! 
SENHORES AUTORES, NÃO TENHO INTERESSE EM QUEBRAR 
SEUS DIREITOS AUTORAIS E NEM PLAGIAR VOCÊS! 
Não se esqueça de orar e ler a bíblia, porque somente Cristo 
é a Verdade e o Caminho! 
“Não adulterarás” Êxodo 20.14 
“Não furtarás” Êxodo 20.15 
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e 
a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 
14:6 
https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/14/6+
https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/14/6+
SUMÁRIO 
Prevenção e promoção de saúde ........................................... 6 
Conceito de saúde ao longo do tempo .............................. 6 
Prevenção e promoção ...................................................... 7 
Equipe do ESF ..................................................................... 8 
Composição da equipe ................................................... 8 
Determinantes sociais da saúde ......................................... 8 
Modelo illness-desease .................................................. 9 
Cartas da saúde e declarações ........................................... 9 
Declaração de Alma-ata – 1978...................................... 9 
Carta de Ottawa – 1986 ................................................. 9 
Declaração de Adelaide – 1988 .................................... 10 
Declaração de Sundsvall – 1991 ................................... 10 
Declaração de Santafé de Bogotá – 1992 ..................... 11 
Declaração de Jacarta – 1997 ....................................... 11 
Rede de megapaíses – 1998 ......................................... 11 
Declaração do México –2000 ....................................... 11 
Referências ........................................................................... 11 
Prevenção e promoção de saúde ......................................... 13 
Histórico da Saúde no Brasil ............................................. 13 
Revolta da Vacina ......................................................... 15 
Ministério da Saúde: .................................................... 17 
Constituição de 1988 ........................................................ 19 
Lei 8.080 19 de setembro de 1990 ................................... 20 
Resumo: ........................................................................ 21 
Lei 8.142 28 de dezembro de 1990 .................................. 22 
Críticas .............................................................................. 22 
Referências ........................................................................... 23 
Atenção à saúde ................................................................... 24 
Normas Operacionais Básicas (NOB) ................................ 24 
Programação Pactuada e Integrada (PPI) ......................... 25 
Integralidade .................................................................... 25 
Ação integral a saúde ................................................... 26 
Redes de atenção à saúde ................................................ 26 
Atenção Básica à saúde ................................................ 26 
Média complexidade .................................................... 26 
Alta complexidade ........................................................ 27 
Regionalização .................................................................. 27 
NOAS – Norma operacional da assistência à saúde 
(2001 e 2002) ............................................................... 28 
Plano Diretor de Investimento ..................................... 29 
Macrorregiões Minas Gerais ........................................ 29 
Referência e Contrarreferência .................................... 30 
Decreto Nº 7508 de 28 de junho de 2011 .................... 30 
Consórcios intermunicipais de saúde ............................... 31 
Pacto pela saúde (2006) ................................................... 31 
Referências ........................................................................... 31 
Atenção básica de saúde ...................................................... 32 
Histórico ....................................................................... 32 
Portaria nº 2.488 de 21/11/2011 ................................. 33 
Promoção da saúde .......................................................... 34 
Equipe do ESF ................................................................... 35 
Composição da equipe ................................................. 35 
Núcleos de Apoio à Saúde da Família ........................... 35 
Referências ........................................................................... 37 
Vigilância em Saúde ............................................................. 38 
Conjuntura Brasileira ........................................................ 39 
Objetivos da vigilância em saúde ..................................... 40 
Sinan ................................................................................. 40 
Notificação Compulsória .............................................. 41 
Vigilância sanitária............................................................ 44 
Legislação ..................................................................... 44 
Financiamento .............................................................. 45 
Vigilância epidemiológica ................................................. 45 
Objetivos da Vigilância Epidemiológica ........................ 46 
Tipos de Sistemas de Vigilância Epidemiológica: ......... 46 
Referências ........................................................................... 47 
Medicina baseada em evidências.........................................48 
Conceito ........................................................................... 48 
Como descrever o problema no contexto da MBE? ..... 48 
Pesquisa das fontes de evidência ................................. 49 
Evidência clinicamente relevante ................................. 49 
Afinal, o que é uma evidência científica? ..................... 49 
Tipos de evidências ...................................................... 49 
Hierarquização do nível da evidência ........................... 52 
Pesquisa Científica ............................................................ 52 
Modalidades da Pesquisa ............................................. 54 
Desenhos de Estudo ..................................................... 55 
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) ....... 55 
Tipos de protocolo ....................................................... 55 
Referências ........................................................................... 56 
 
 
PROBLEMA 1 
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE 
CONCEITO DE SAÚDE AO LONGO DO TEMPO 
Segundo Moacyr Scliar, “o conceito de saúde reflete 
a conjuntura social, econômica, política e cultural. 
Ou seja, não representa as mesmas coisas para todas 
as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe 
social. Dependerá de valores individuais, dependerá 
de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O 
mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que 
é considerado doença varia muito”. 
Real ou imaginária, a doença, e sobretudo a doença 
transmissível, é um antigo acompanhante da espécie 
humana, como o revelam pesquisas paleontológicas. 
Assim, a concepção mágico-religiosa partia, e parte, 
do princípio de que a doença resulta da ação de 
forças alheias ao organismo que neste se introduzem 
por causa do pecado ou de maldição. Para os antigos 
hebreus, a doença não era necessariamente devida à 
ação de demônios, ou de maus espíritos, mas 
representava, de qualquer modo, um sinal da cólera 
divina, diante dos pecados humanos. Deus é 
também o Grande Médico: “Eu sou o Senhor, e é 
saúde que te trago” (Êxodo 15, 26); “De Deus vem 
toda a cura” (Eclesiastes, 38, 1-9). (SCLIAR, 2007) 
O judaísmo instituiu regras, como restrições 
alimentares, que facilitavam a convivência 
harmoniosa entre o grupo e a padronização de 
costumes, como sendo a ordenança direta de Deus. 
Em outras culturas era o xamã, o feiticeiro tribal, 
quem se encarregava de expulsar, mediante rituais, 
os maus espíritos que se tinham apoderado da 
pessoa, causando doença. A tarefa do xamã é 
convocar espíritos capazes de erradicar o mal. Para 
isso ele passa por um treinamento longo e rigoroso, 
com prolongada abstinência sexual e alimentar; 
nesse período aprende as canções xamanísticas e 
utiliza plantas com substâncias alucinógenas que 
são chamarizes para os espíritos capazes de 
combater a doença. (SCLIAR, 2007) 
A medicina grega é importante porque introduz 
elementos, como plantas, associadas ao processo 
ritualístico, embora ainda exista a presença de 
deuses no hall de explicações. 
Nesse contexto, Hipócrates de Cós (460-377 a.C.), 
criou um ponto marcante, ao estabelecer um código 
racionalizado de condutas, explicando inclusive que 
a doença sagrada se caracteriza como uma doença 
como qualquer outra, com causas naturais. Também 
criou a teoria dos quatro humores e uma 
“sistematização” epidemiológica de alguns casos 
clínicos. 
Google imagens 
O texto conhecido como “Ares, águas, lugares” 
discute os fatores ambientais ligados à doença, 
defendendo um conceito ecológico de saúde-
enfermidade. Daí emergirá a ideia de miasma, 
emanações de regiões insalubres capazes de causar 
doenças como a malária, muito comum no sul da 
Europa e uma das causas da derrocada do Império 
Romano. O nome, aliás, vem do latim e significa 
“maus ares” (é bom lembrar que os romanos 
incorporam os princípios da medicina grega). 
(SCLIAR, 2007). 
Galeno (129-199), revisou a teoria dos quatro 
humores de modo que a doença seria causada por 
razões endógenas. 
O suíço Paracelsus (1493-1541) afirmava que as 
doenças eram provocadas por agentes externos 
ao organismo. Naquela época, e no rastro da 
alquimia, a química começava a se desenvolver e 
influenciava a medicina. Dizia Paracelso que, se os 
processos que ocorrem no corpo humano são 
químicos, os melhores remédios para expulsar a 
doença seriam também químicos, e passou então a 
administrar aos doentes pequenas doses de minerais 
e metais, notadamente o mercúrio, empregado no 
tratamento da sífilis, doença que, em função da 
liberalização sexual, se tinha tornado epidêmica na 
Europa. 
Já o desenvolvimento da mecânica influenciou as 
ideias de René Descartes, no século XVII. Ele 
postulava um dualismo mente-corpo, o corpo 
funcionando como uma máquina. Ao mesmo tempo, 
o desenvolvimento da anatomia, também 
consequência da modernidade, afastou a concepção 
humoral da doença, que passou a ser localizada nos 
órgãos. No famoso conceito de François Xavier 
Bichat (1771-1802), saúde seria o “silêncio dos 
órgãos”. (SCLIAR, 2007) 
Após as ações de Louis Pasteur no século XIX, 
utilizando microscópios (inventados no séc. XVII, 
porém não muito utilizados), pôde-se identificar 
agentes etiológicos causadores de doenças. 
Com o surgimento da epidemiologia de John Snow 
(1813-1858), baseada no estudo da cólera, em 
Londres, os números começaram a ser usados como 
uma forma de explicar condições e o estado real da 
doença. Paralelamente, com o desenvolvimento da 
estatística, também do século XVII, mais evoluções 
ocorreram. Entretanto, somente a partir de 1840 
surgem os inquéritos estatísticos e os Bluebooks. 
Como a comuna de Paris, em 1848, inspirada em 
seus inscritos, Karl Marx estava diagnosticando os 
males do capitalismo. Otto Von Bismarck, o 
“chanceler de ferro”. Criou, em 1883, um sistema de 
seguridade social e de saúde, que foi pioneiro. 
Na Alemanha, essa ideia surgiu em 1779 com Johan 
Peter Frank lançou o conceito, autoritário e 
paternalista, de polícia médica e sanitária. 
A França também seguiu o modelo, aplicando a 
regiões anexadas (Alsácia- Lorena) a seu território 
os benefícios que antes recebiam no império 
alemão. 
Na Grã-Bretanha, durante a Segunda Guerra 
mundial, o governo utilizou o mecanismo proposto 
por Sir William Beveridge, o Welfare System, que 
prometia a “proteção do berço à tumba”. Após o fim 
da Segunda Guerra mundial, a criação da ONU e da 
OMS teve o papel importante na instauração de 
novos conceitos. 
O conceito da OMS, divulgado na carta de 
princípios de 7 de abril de 1948 (desde então o Dia 
Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento 
do direito à saúde e da obrigação do Estado na 
promoção e proteção da saúde, diz que “Saúde é o 
estado do mais completo bem-estar físico, mental 
e social e não apenas a ausência de enfermidade”. 
(SCLIAR, 2007). 
O Health field, campo da saúde, definido por Marc 
Lalonde, titular do Ministério da Saúde e do Bem 
Estar do Canadá, em 1974, abrange: 
• Esfera biológica humana; 
• O meio ambiente; 
• O estilo de vida; 
• Organização da assistência à saúde. 
Nesse contexto, a ideia de saúde como sendo a 
“ausência de doença”, conceito dado por 
Christopher Boorse, em 1977. 
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO 
O termo 'prevenir' tem o significado de "preparar; 
chegar antes de; dispor de maneira que evite (dano, 
mal); impedir que se realize" (Ferreira, 1986). A 
prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, 
baseada no conhecimento da história natural a fim 
de tornar improvável o progresso posterior da 
doença" (Leavell & Clarck, 1976: 17). As ações 
preventivas definem-se como intervenções 
orientadas a evitar o surgimento de doenças 
específicas, reduzindo sua incidência e prevalência 
nas populações. A base do discurso preventivo é o 
conhecimento epidemiológico moderno; seu 
objetivo é o controleda transmissão de doenças 
infecciosas e a redução do risco de doenças 
degenerativas ou outros agravos específicos. Os 
projetos de prevenção e de educação em saúde 
estruturam-se mediante a divulgação de informação 
científica e de recomendações normativas de 
mudanças de hábitos. 
Níveis de prevenção: 
1º Nível: promoção; 
2º Nível: proteção específica, período pré-
patogênico; 
3º Nível: diagnóstico e tratamento precoce; 
4º Nível: limitação do dano; 
5º Nível: reabilitação. 
 'Promover' tem o significado de dar impulso a; 
fomentar; originar; gerar (Ferreira, 1986). 
Promoção da saúde define-se, tradicionalmente, de 
maneira bem mais ampla que prevenção, pois 
refere-se a medidas que "não se dirigem a uma 
determinada doença ou desordem, mas servem para 
aumentar a saúde e o bem-estar gerais" (Leavell & 
Clarck, 1976: 19). As estratégias de promoção 
enfatizam a transformação das condições de vida e 
de trabalho que conformam a estrutura subjacente 
aos problemas de saúde, demandando uma 
abordagem intersetorial (Terris, 1990). 
(Retirado do artigo de Dina Czeresnia) 
Prevenir: Preparar, chegar antes de, impedir que se 
realize; VISA GRUPOS DE RISCO 
• Exige ação antecipada, baseada no 
conhecimento da história natural da doença 
para tornar seu progresso improvável; 
• Implica o conhecimento epidemiológico 
para o controle e redução do risco de 
doenças; 
Projetos de prevenção e educação baseiam-
se na informação científica e recomendações 
normativas. 
Promover: Impulsionar, fomentar, originar, gerar; 
VISA A POPULAÇÃO EM GERAL 
• Refere-se a medidas que não se dirigem a 
doenças específicas, mas que visam 
aumentar a saúde e o bem estar; 
• Implica o fortalecimento da capacidade 
individual e coletiva para lidar com a 
multiplicidade dos determinantes e 
condicionantes da saúde. 
 
EQUIPE DO ESF 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca 
promover a qualidade de vida da população 
brasileira e intervir nos fatores que colocam a 
saúde em risco, como falta de atividade física, má 
alimentação, uso de tabaco, dentre outros. Com 
atenção integral, equânime e contínua, a ESF se 
fortalece como a porta de entrada do Sistema Único 
de Saúde (SUS). 
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta 
por equipe multiprofissional que possui, no 
mínimo, médico generalista ou especialista em 
saúde da família ou médico de família e 
comunidade, enfermeiro generalista ou especialista 
em saúde da família, auxiliar ou técnico de 
enfermagem e agentes comunitários de saúde 
(ACS). 
Também há equipe de Saúde Bucal, composta por 
cirurgião-dentista generalista ou especialista em 
saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde 
Bucal. 
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 
100% da população cadastrada, com um máximo 
de 750 pessoas por agente e de 12 ACS por equipe 
de Saúde da Família, não ultrapassando o limite 
máximo recomendado de pessoas por equipe. 
Cada equipe de Saúde da Família deve ser 
responsável por, no máximo, 4.000 pessoas de uma 
determinada área, que passam a ter 
corresponsabilidade no cuidado com a saúde. 
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes 
Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores 
sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, 
psicológicos e comportamentais que influenciam a 
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de 
risco na população. A comissão homônima da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma 
definição mais curta, segundo a qual os DSS são as 
condições sociais em que as pessoas vivem e 
trabalham. 
Buss (2007) 
 
Buss (2007) 
(I) representa o processo segundo o qual cada 
indivíduo ocupa determinada posição social como 
resultado de diversos mecanismos sociais, como o 
sistema educacional e o mercado de trabalho. De 
acordo com a posição social ocupada pelos 
diferentes indivíduos, aparecem diferenciais, como 
o de exposição a riscos que causam danos à saúde 
(II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de 
doença, uma vez exposto a estes riscos (III); e o 
diferencial de consequências sociais ou físicas, uma 
vez contraída a doença (IV). 
 MODELO ILLNESS-DESEASE 
Desease refere-se usualmente à doença como um 
processo patológico concebido por um determinado 
modelo institucionalizado ou profissional da 
medicina. Enquanto illness, doença diz respeito à 
percepção subjetiva dos indivíduos e, nesse sentido, 
envolve questões morais, sociais, psicológicas e 
físicas (ALVES, 2006). 
CARTAS DA SAÚDE E DECLARAÇÕES 
DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA – 1978 
Reafirma a saúde como mais importante meta social 
mundial. Considera acerca da saúde como um 
direito e dos cuidados primários da saúde como 
objetivo. Como direito, deve ser democrático. A 
meta de disponibilização desse para todos seria o 
ano 2000. 
A chocante desigualdade existente no estado de 
saúde dos povos, particularmente entre os países 
desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como 
dentro dos países, é política, social e 
economicamente inaceitável e constitui, por isso, 
objeto da preocupação comum de todos os países. É 
direito e dever dos povos participar individual e 
coletivamente no planejamento e na execução de 
seus cuidados de saúde. Os cuidados primários de 
saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em 
métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem 
fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas 
ao alcance universal de indivíduos e famílias da 
comunidade, mediante sua plena participação e a 
um custo que a comunidade e o país possam manter 
em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de 
autoconfiança e automedicação. 
CARTA DE OTTAWA – 1986 
A primeira conferência internacional sobre 
promoção da saúde. Foi realizada em resposta à 
demanda de uma nova saúde pública. 
Promoção da saúde é o nome dado ao processo de 
capacitação da comunidade para atuar na melhoria 
de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma 
maior participação no controle deste processo. Para 
atingir um estado de completo bem-estar físico, 
mental e social os indivíduos e grupos devem saber 
identificar aspirações, satisfazer necessidades e 
modificar favoravelmente o meio ambiente. 
Os pré-requisitos para essa promoção englobam: 
paz, habitação, educação, alimentação, renda, 
ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça 
social e equidade. 
Capacitação: As ações de promoção da saúde 
objetivam reduzir as diferenças no estado de saúde 
da população e assegurar oportunidades e recursos 
igualitários para capacitar todas as pessoas a realizar 
completamente seu potencial de saúde. Isto inclui 
uma base sólida: ambientes favoráveis, acesso à 
informação, a experiências e habilidades na vida, 
bem como oportunidades que permitam fazer 
escolhas por uma vida mais sadia. 
A política de promoção da saúde combina diversas 
abordagens complementares, que incluem 
legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças 
organizacionais. A política de promoção da saúde 
requer a identificação e a remoção de obstáculos 
para a adoção de políticas públicas saudáveis nos 
setores que não estão diretamente ligados à saúde. 
A Promoção da Saúde, segundo a Carta de Ottawa, 
contempla 5 campos de ação: implementação de 
políticas públicas saudáveis, criação de ambientes 
saudáveis, capacitação da comunidade, 
desenvolvimento de habilidades individuais e 
coletivas e reorientação de serviços de saúde. 
DECLARAÇÃO DE ADELAIDE – 1988 
A segunda conferência internacional sobre 
promoção de saúde reafirmou as cinco linhas de 
ação da conferência de Ottawa, mas destacando as 
políticas públicas saudáveis. Também afirma que a 
saúde é um forte sólido investimento social, além de 
um direito. 
Esta Conferência ressaltou, também, que devido ao 
grande fosso existente entre os países quanto ao 
nível de saúde, os países desenvolvidos têm aobrigação de assegurar que suas próprias políticas 
públicas tenham impacto positivo na saúde das 
nações em desenvolvimento. 
Em políticas públicas saudáveis, destacou quatro 
pontos de ação: 
• Apoio à saúde da mulher; 
• Alimentação e nutrição; 
• Tabaco e álcool; 
• Criando ambientes saudáveis. 
DECLARAÇÃO DE SUNDSVALL – 1991 
A terceira segunda conferência internacional sobre 
promoção de saúde focou no ambiente favorável 
como de suprema importância para a promoção da 
saúde. A Conferência sublinha quatro aspectos para 
um ambiente favorável e promotor de saúde: 
1. A dimensão social, que inclui as maneiras pelas 
quais normas, costumes e processos sociais afetam 
a saúde; 
2. A dimensão política, que requer dos governos a 
garantia da participação democrática nos processos 
de decisão e a descentralização dos recursos e das 
responsabilidades e requer o compromisso com os 
direitos humanos, com a paz e com a realocação de 
recursos oriundos da corrida armamentista; 
3. A dimensão econômica, que requer o 
reescalonamento dos recursos para a saúde e o 
desenvolvimento sustentável; 
4. A necessidade de reconhecer e utilizar a 
capacidade e o conhecimento das mulheres em 
todos os setores, inclusive os setores político e 
econômico, para que se possa desenvolver uma 
infraestrutura mais positiva para ambientes 
favoráveis à saúde. 
A Conferência identificou quatro estratégias 
fundamentais para a ação em saúde pública, visando 
promover a criação de ambientes favoráveis no 
nível da comunidade: 
1. Reforçar a defesa da proposta através de ações 
comunitárias, particularmente pelos grupos 
organizados de mulheres; 
2. Capacitar comunidade e indivíduos a ganhar 
maior controle sobre sua saúde e ambiente, através 
da educação e maior participação nos processos de 
tomada de decisão; 
3. Construir alianças para a saúde e os ambientes 
favoráveis; 
4. Mediar os interesses conflitantes na sociedade, de 
modo que se possa assegurar o acesso igualitário a 
ambientes favoráveis à saúde. 
 
DECLARAÇÃO DE SANTAFÉ DE BOGOTÁ – 1992 
Essa conferência internacional de promoção da 
saúde tratou sobre a América Latina. Também 
realçou a violência como um impedimento à saúde, 
assim como a desigualdade e a pobreza. 
Torna-se indispensável que a promoção da saúde na 
América Latina assuma estes valores, cultive-os e 
pratique-os habitualmente. O estímulo à 
compreensão da saúde como determinada por 
múltiplos fatores, a integração de diversas esferas 
sociais, foco na saúde coletiva em detrimento a 
interesses econômicos, o fortalecimento da 
participação da sociedade na tomada de decisões e o 
investimento em educação e pesquisa, são 
elementos de mudança que devem ser buscados. 
 DECLARAÇÃO DE JACARTA – 1997 
A quarta conferência internacional sobre a 
promoção da saúde, teve como tema central a 
Promoção da Saúde no Século XXI. Foi a primeira 
a incluir o setor privado no apoio à promoção da 
saúde. 
Os pré-requisitos para a saúde são: paz, abrigo, 
instrução, segurança social, relações sociais, 
alimento, renda, direito de voz das mulheres, um 
ecossistema estável, uso sustentável dos recursos, 
justiça social, respeito aos direitos humanos e 
equidade. A pobreza é, acima de tudo, a maior 
ameaça à saúde. 
As tendências demográficas tais como a 
urbanização, o aumento no número de pessoas 
idosas e a prevalência de doenças crônicas, um 
comportamento mais sedentário, resistência a 
antibióticos e a outros medicamentos disponíveis, 
maior uso abusivo de drogas e a violência civil e 
doméstica ameaçam a saúde e o bem-estar de 
centenas de milhões de pessoas. 
Estabelece também as prioridades para a promoção 
da saúde no século XXI: 
1. Promover a responsabilidade social para com a 
saúde; 
2. Aumentar os investimentos para fomentar a 
saúde; 
3. Consolidar e expandir parcerias em prol da saúde; 
4. Aumentar a capacidade comunitária e dar direito 
de voz ao indivíduo; 
5. Conseguir uma infraestrutura para a promoção da 
saúde. 
REDE DE MEGAPAÍSES – 1998 
A Rede de Megapaíses para a Promoção da Saúde, 
da Organização Mundial da Saúde, nasceu do 
reconhecimento da necessidade e do potencial para 
possibilitar um maior impacto na saúde mundial, 
por meio da formação de uma aliança entre os países 
mais populosos. Juntos, estes megapaíses atingem 
60% da população do mundo: Bangladesh, Brasil, 
China, Índia, Indonésia, Japão, México, Nigéria, 
Paquistão, Federação Russa e Estados Unidos da 
América. 
DECLARAÇÃO DO MÉXICO –2000 
Quinta conferência. Reconhece que a promoção da 
saúde e do desenvolvimento social é um dever e 
responsabilidade central de todos os governos, que 
é necessário abordar os determinantes sociais, 
econômicos e ambientais da saúde e que essa 
promoção é benéfica para toda a sociedade. 
Também levantam ações, como colocar a promoção 
da saúde como prioridade fundamental do Estado, 
ampliar as parcerias entre as esferas pública e 
privada em prol do desenvolvimento social e 
fortalecer entidades de saúde. 
REFERÊNCIAS 
1. CZERESNIA,D. O conceito de saúde e a 
diferença entre promoção e prevenção (versão 
revisada e atualizada do artigo "The concept of 
health and the difference between promotion 
and prevention Cadernos de Saúde Pública, 
1999). In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. 
(Org) Promoção da Saúde: conceitos, reflexões 
e tendências. Rio de Janeiro: Ed.Fiocruz, 2003 
(p.39-53). disponível em 
http://143.107.23.244/departamentos/social/sau
de_coletiva/AOconceito.pdf 
2. Ministério da Saúde. Saúde da Família. 2017. 
Disponível em: 
https://www.saude.gov.br/artigos/772-acoes-e-
programas/saude-da-familia/41285-saude-da-
familia. Acesso em: 06 maio 2020. 
3. MACHADO, Camila Aires. Diferencial entre 
Promoção da saúde e Prevenção de 
doenças. Disponível em: 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteu
do/artigos/enfermagem/diferencial-entre-
promocao-da-saude-e-prevencao-de-
doencas/60144. Acesso em: 06 maio 2020. 
4. Buss PM, Pellegrini Filho A. A Saúde e seus 
determinantes sociais. Physis: Rev Saúde 
Coletiva, Rio de Janeiro. 17(1):77-93. 
5. SCLIAR, M. História do conceito de 
saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, 2007. 
Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo. [ Links ] 
6. Ministério da Saúde (BR). As cartas de 
promoção à saúde. Brasília: O Ministério; 
2002. [ Links ] 
7. Leia: http://www.conass.org.br/promocao-da-
saude/ 
 
http://www.scielo.br/scielo
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javascript:void(0);
http://www.conass.org.br/promocao-da-saude/
http://www.conass.org.br/promocao-da-saude/
PROBLEMA 2 
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE 
HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL 
Suas bases foram fixadas na Constituição de 
1988, promulgada após uma ditadura militar 
que durou 21 anos. A Carta consagrou a saúde 
como um direito a ser garantido pelo Estado. 
Desde então, o SUS contribuiu 
significativamente para o aumento da 
expectativa de vida dos brasileiros e para a 
redução da taxa de mortalidade infantil, entre 
outras conquistas. 
1521 
• D. Manoel baixa o Regimento do Físico-
Mor e do Cirurgião-Mor do Reino, e 
instituindo os Comissários-Delegados 
nas Províncias, inclusive no Brasil. 
1550 
• Em Portugal, os almotacéis eram 
encarregados da saúde do povo, com o 
papel de verificar os gêneros 
alimentícios e destruir os que estavam 
em más condições. Ao Brasil-Colônia 
eram extensivas a legislação e as 
práticas vigentes em Portugal. 
1744 
• No reinado de D. João V, foi reiterada, 
ao então Vice-Rei do Brasil, Conde de 
Galvêas, determinação relativa às 
atribuições dos Comissários-
Delegados, que instruía sobre a 
obrigatoriedade de aceitar a Delegação 
de Físico-Mor. 
1782 
• Por lei da Rainha D. Maria I, foi 
reformada a organização estabelecida, 
sendo instituída a Junta do 
Protomedicato, formada por sete 
deputados, com atribuições 
semelhantes às do Físico-Mor.A 
fiscalização foi enfatizada. 
1808 
• Criação da primeira organização 
nacional de saúde pública no Brasil. E 
em 27 de fevereiro foi criado o cargo de 
Provedor-Mor de Saúde da Corte e do 
Estado do Brasil, embrião do Serviço de 
Saúde dos Portos, com delegados nos 
estados. 
• Alvará sobre regimentos e jurisdição do 
Físico-Mor e Cirurgião-Mor e seus 
delegados (Alvará de 23/11/1808). 
1828 
• Após a Independência, foi promulgada, 
em 30 de agosto, a lei de 
Municipalização dos Serviços de 
Saúde, que conferiu às Juntas 
Municipais, então criadas, as funções 
exercidas anteriormente pelo Físico-
Mor, Cirurgião-Mor e seus Delegados. 
No mesmo ano, ocorreu a criação da 
Inspeção de Saúde Pública do Porto do 
Rio de Janeiro, subordinada ao Senado 
da Câmara, sendo em 1833, duplicado 
o número dos integrantes. 
1837 
• Ficou estabelecida a imunização 
compulsória das crianças contra a 
varíola. 
1846 
• Obedecendo o mesmo critério de luta 
contra as epidemias, foi organizado o 
Instituto Vacínico do Império. 
• Mandou executar o regulamento do 
Instituto Vacínico do Império (Decreto nº 
464, de 17/8/1846). 
Segunda metade do século XIX 
• A Revolução Industrial determinou uma 
profunda repercussão na estrutura 
social da humanidade e sobre a saúde 
pública. Além disso, a revolução trouxe 
conseqüências graves, pois as 
populações foram deslocadas das 
pequenas comunidades rurais e 
trazidas em massa para os centros 
urbanos em formação, o que criou 
condições propícias aos graves surtos 
de doenças epidêmicas. 
1851 
• Regulamentação da lei que criou a 
Junta Central de Higiene Pública, 
subordinada ao Ministro do Império. 
• Abriu ao Ministério do Império um 
crédito extraordinário para despesas 
com providências sanitárias tendentes a 
atalhar o progresso da febre amarela a 
prevenir o seu reaparecimento e a 
socorrer os enfermos necessitados 
(Decreto nº 752, de 8/1/1851). 
• Mandou executar o regulamento do 
registro dos nascimentos e óbitos 
(Decreto nº 798, de 18/6/1851). 
1900 
• Foi criado, em 25 de maio de 1900, o 
Instituto Soroterápico Federal, com o 
objetivo de fabricar soros e vacinas 
contra a peste. 
1902 
• O Presidente Rodrigues Alves, ciente da 
importância de ter uma capital moderna, 
estabeleceu como prioridade o 
saneamento e a reforma urbana da 
cidade. Para isso, convidou o 
engenheiro Pereira Passos para a 
Prefeitura e o sanitarista Oswaldo Cruz 
para a Diretoria Geral de Saúde Pública, 
o que iria inaugurar a nova era para a 
higiene nacional. Ampliou as atividades 
do Instituto Soroterápico Federal, que 
não mais se restringiu à fabricação de 
soros, mas passou a dedicar-se 
também à pesquisa básica e 
qualificação de recursos humanos. 
1903 
• Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor-
Geral de Saúde Pública, cargo que 
corresponde atualmente ao de Ministro 
da Saúde. Seu primeiro adversário: a 
febre amarela, que angariara para o Rio 
a reputação de Túmulo dos 
Estrangeiros e que matou, de 1897 a 
1906, quatro mil imigrantes. 
• Estruturou a campanha contra a febre 
amarela em moldes militares, dividindo 
a cidade em dez distritos sanitários, 
cada qual chefiado por um delegado de 
saúde. 
 
• A polícia sanitária adotava medidas 
rigorosas para o combate ao mal 
amarílico, inclusive multando e 
intimando proprietários de imóveis 
insalubres a demolí-los ou reformá-los. 
Numa época em que ainda se 
acreditava que a maior parte das 
doenças era provocada pelos ares 
pestilenciais, a ideia de se pagar a 
rapagões para caçar mosquitos, como 
dizia uma revista de então, só poderia 
provocar o riso. Foi duramente criticado 
por charges em diversos jornais. 
• Em seguida, Oswaldo Cruz iniciou sua 
luta contra a peste bubônica. 
1904 
• Instituiu a Reforma Oswaldo Cruz, que 
criou o Serviço de Profilaxia da Febre 
Amarela e a Inspetoria de Isolamento e 
Desinfecção (com responsabilidade de 
combate à malária e à peste no Rio de 
Janeiro) (Decreto Legislativo nº 1.151, 
de 5/1/1904). 
• Tornou obrigatória, em toda a 
República, a vacinação e a revacinação 
contra a varíola (Decreto nº 1.261, de 
31/10/1904). 
• Nessa reforma, criou a Diretoria Geral 
da Saúde pública. 
• Suas cláusulas previam vacinação 
antes dos seis meses de idade e para 
todos os militares, revacinação de sete 
em sete anos e exigência de atestado 
de imunização para candidatos a 
quaisquer cargos ou funções públicas, 
para quem quisesse se casar, viajar ou 
matricular-se numa escola. Davam 
ainda à polícia sanitária poderes para 
convidar todos os moradores de uma 
área de foco a se imunizarem. Quem se 
recusasse seria submetido à 
observação médica em local 
apropriado, pagando as despesas de 
estadia. 
• O projeto estipulava ainda punições e 
multas para médicos que emitissem 
atestados falsos de vacinação e 
revacinação, obrigava diretores de 
colégio a obedecerem às disposições 
sobre imunização dos estudantes e 
instituía a comunicação de todos os 
registros de nascimento. 
• Estas medidas draconianas 
estarreceram a população e a oposição 
a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Os 
jornais lançaram violenta campanha 
contra a medida. Parlamentares e 
associações de trabalhadores 
protestaram e foi organizada a Liga 
Contra a Vacinação Obrigatória. 
 
REVOLTA DA VACINA 
Em meados de 1904, chegava a 1.800 o 
número de internações devido à varíola no 
Hospital São Sebastião. Mesmo assim, as 
camadas populares rejeitavam a vacina, 
que consistia no líquido de pústulas de 
vacas doentes. Afinal, era esquisita a ideia 
de ser inoculado com esse líquido. E ainda 
corria o boato de que quem se vacinava 
ficava com feições bovinas. 
 
No Brasil, o uso de vacina contra a varíola 
foi declarado obrigatório para crianças em 
1837 e para adultos em 1846. Mas essa 
resolução não era cumprida, até porque a 
produção da vacina em escala industrial no 
Rio só começou em 1884. Então, em junho 
de 1904, Oswaldo Cruz motivou o governo 
a enviar ao Congresso um projeto para 
reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação 
em todo o território nacional. 
 
Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra 
a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois, 
estudantes aos gritos foram reprimidos pela 
polícia. No dia 11, já era possível escutar 
troca de tiros. No dia 12, havia muito mais 
gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava 
instalado no Rio. “Houve de tudo ontem. 
Tiros, gritos, vaias, interrupção de trânsito, 
estabelecimentos e casas de espetáculos 
fechadas, bondes assaltados e bondes 
queimados, lampiões quebrados à 
pedrada, árvores derrubadas, edifícios 
públicos e particulares deteriorados”, dizia 
a edição de 14 de novembro de 1904 da 
Gazeta de Notícias. 
 
Após um saldo total de 945 prisões, 461 
deportados, 110 feridos e 30 mortos em 
menos de duas semanas de conflitos, 
Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir 
da vacinação obrigatória. “Todos saíram 
perdendo. Os revoltosos foram castigados 
pelo governo e pela varíola. A vacinação 
vinha crescendo e despencou, depois da 
tentativa de torná-la obrigatória. 
 
1913 
• Em 1913, Oswaldo Cruz foi eleito para a 
Academia Brasileira de Letras. Em 
1915, por motivo de saúde, abandonou 
a direção do Instituto Oswaldo Cruz e 
mudou-se para Petrópolis. Em 18 de 
agosto de 1916, assumiu a prefeitura 
daquela cidade, traçando vasto plano 
de urbanização, que não pôde ver 
implantado. Sofrendo de crise de 
insuficiência renal, morreu na manhã de 
11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 
anos de idade. 
1914 
• A Inspetoria de Isolamento e 
Desinfecção foi transformada em 
Inspetoria de Serviços de Profilaxia. 
1917 
• Carlos Chagas assumiu a direção do 
Instituto Oswaldo Cruz, em 14 de 
fevereiro de 1917. 
1918 
• Foi criado o Serviço da Quinina Oficial, 
profilático da malária, inicial a dos 
medicamentos do estado, necessários 
ao saneamento no Brasil (Decreto nº 
13.000,de 1/5/1918). 
• Foram iniciadas as atividades do 
Serviço de Profilaxia Rural, subordinado 
à Inspetoria de Serviços de Profilaxia 
(Decreto nº 13.001, de 1/5/1918). 
1920 
• Novo marco importante da evolução 
sanitária brasileira com a reforma de 
Carlos Chagas que, reorganizando os 
Serviços de Saúde Pública, criou o 
Departamento Nacional de Saúde 
Pública. A regulamentação desse 
diploma legal sofreu substituição e 
modificações até a publicação do 
Decreto em 1923, que vigorou como 
Regulamento Sanitário Federal, por 
muitos anos. 
• Regulamentou o Decreto nº 3.987, de 2 
de janeiro de 1920, que criou o 
Departamento Nacional de Saúde 
Pública (Decreto nº 14.189, de 
26/5/1920). 
• Aprovou o regulamento para o 
Departamento Nacional de Saúde 
Pública, em substituição do que 
acompanhou o Decreto nº 14.189, de 26 
de maio de 1920 (Decreto nº 14.354, de 
15/9/1920). 
 
1921 
• Instituiu a Reforma Carlos Chagas, que 
ampliou as atividades de cooperação 
com estados, por meio da Diretoria de 
Saneamento e Profilaxia Rural (Decreto 
nº 15.003, de 15/9/1921). 
1921 
• Assim que, em 24 de janeiro de 1923, 
foi aprovado pelo Congresso 7 Nacional 
a Lei Eloi Chaves, marco inicial da 
previdência social no Brasil. Através 
desta lei foram instituídas as Caixas de 
Aposentadoria e Pensão (CAP’s). A 
propósito desta lei devem ser feitas as 
seguintes considerações: · a lei deveria 
ser aplicada somente ao operariado 
urbano. Para que fosse aprovado no 
Congresso Nacional, dominado na sua 
maioria pela oligarquia rural foi imposta 
a condição de que este benefício não 
seria estendido aos trabalhadores 
rurais. Fato que na história da 
previdência do Brasil perdurou até a 
década de 60, quando foi criado o 
FUNRURAL. · Outra particularidade 
refere-se ao fato de que as caixas 
deveriam ser organizadas por empresas 
e não por categorias profissionais. · A 
criação de uma CAP também não era 
automática, dependia do poder de 
mobilização e organização dos 
trabalhadores de determinada empresa 
para reivindicar a sua criação. 
1930 
• Criação do Ministério dos Negócios da 
Educação e Saúde Pública (Decreto nº 
19.402, de 14/11/1930). 
• Os serviços relacionados com a saúde 
pública foram transferidos para o novo 
Ministério dos Negócios da Educação e 
Saúde Pública. 
• Reativado o Serviço de Profilaxia de 
Febre Amarela, em função da epidemia 
de 1927-1928, no Rio de Janeiro, e da 
dispersão do mosquito transmissor. 
1931 
• Em março de 1931, o sanitarista João 
de Barros Barreto assumiu a diretoria do 
Serviço Sanitário Estadual de São 
Paulo. Na gestão desse médico, foi 
formada a Secretaria Estadual de 
Educação e Saúde Pública, embora o 
Decreto que ordenou a sua criação 
tenha sido um dos últimos atos do 
dirigente anterior. Vale lembrar que já 
em 14 de novembro de 1930, com o 
Decreto nº 19.402, o Governo Federal 
havia criado o Ministério dos Negócios 
da Educação e Saúde Pública. 
1932 
• Convênio com a Fundação Rockefeller, 
para intensificação das atividades de 
controle da febre amarela, encerrado 
em 1939, com a extinção do Serviço de 
Profilaxia da Febre Amarela. 
• No Brasil surgiram o ensino e a 
pesquisa científica no campo da 
administração, com a criação do 
Instituto de Organização Racional do 
Trabalho (Idort). Na década de 1930, 
outro passo importante na 
racionalização da Administração 
Pública foi a criação do Departamento 
Administrativo do Serviço Público 
(Dasp). 
1939 
• Criação do Serviço de Malária do 
Nordeste (SMN) para intensificar o 
combate ao Anopheles gambiae, 
introduzido em Natal/RN, em 1930. Foi 
estabelecido, com essa finalidade, novo 
convênio com a Fundação Rockefeller. 
O SMN existiu até 1941, quando foi 
erradicado o mosquito (Decreto nº 
1.042, de 11/1/1939). 
1941 
• Nesse período, foi processada nova 
reforma da Saúde Pública Federal, 
orientada por Barros Barreto. A 
estrutura criada manteve as linhas 
gerais durante vários anos, apesar dos 
cortes sofridos em várias 
oportunidades. 
1942 
• Em 31 de julho de 1942, o Instituto 
Evandro Chagas (IEC), fundado em 10 
de novembro de 1936 sob a 
denominação de Instituto de Patologia 
Experimental do Norte, passou a 
integrar o Sesp, na condição de 
laboratório central. 
• A ampliação do convênio básico levou o 
Sesp a atuar no Vale do Rio Doce, 
prestando assistência aos 
trabalhadores na reconstrução da 
estrada de ferro Vitória-Minas. 
• I Conferência Nacional de Saúde. 
1943 
• Criação da Campanha Contra a Bouba 
(uma infecção tropical da pele, ossos e 
articulações causadas pela bactéria 
Treponema pallidum pertenue). 
• Implantação dos Postos Experimentais 
de Combate à Esquistossomose 
(Catende/PE) e ao Tracoma 
(Jacarezinho/PR). 
1944 
• Criação do Serviço Nacional de 
Helmintoses (em especial a 
esquistossomose e a ancilostomose). 
1951 
• Decisão da Assembléia Mundial da 
Saúde em promover o controle da 
varíola em todo o mundo. 
1953 
• Criação do Ministério da Saúde, 
regulamentado pelo Decreto nº 34.596, 
de 16 de novembro de 1953 (Lei nº 
1.920, de 25/7/1953). 
• Tornou obrigatária a iodação do sal de 
cozinha destinado a consumo alimentar 
nas regiões bocígenas do país (Lei nº 
1.944, de 14/8/1953). 
1954 
• Estabeleceu normas gerais sobre a 
defesa e proteção da saúde. Art.1º É 
dever do Estado, bem como da família, 
defender e proteger a saúde do 
indivíduo (Lei nº 2.312, de 3/ 9/1954). 
Ministério da Saúde: 
 o primeiro Ministério com ações na área 
da saúde foi criado em 1930, durante o 
governo de Getúlio Vargas, com o nome 
de Ministério dos Negócios da Educação 
e Saúde Pública. Em 1937 passou a se 
chamar Ministério da Educação e Saúde. 
Em 25 de julho de 1953 foi definido 
como Ministério da Saúde. 
1956 
• Criou o Departamento Nacional de 
Endemias Rurais (DENERu). 
1958 
• Criação do Grupo de Trabalho para a 
Erradicação da Malária (Gtem). 
1958 
Após longa tramitação, a Lei Orgânica de 
Previdência Social só foi finalmente 
sancionada em 1960, acompanhada de 
intenso debate político a nível legislativo em 
que os representantes das classes 
trabalhadoras se recusavam à unificação , 
uma vez que isto representava o abandono 
de muitos direitos conquistados, além de se 
constituírem os IAPs naquela epóca em 
importantes feudos políticos e eleitorais. 
 
1961 
• Início da produção, no Brasil, da vacina 
liofilizada contra a varíola, em 
substituição à tradicional, em forma de 
linfa, pouco estável. 
• Realização das primeiras campanhas 
com a vacina oral contra a poliomielite: 
projetos experimentais em 
Petrópolis/RJ e Santo André/SP. 
• Introdução da técnica de diagnóstico 
laboratorial da poliomielite, no Instituto 
Oswaldo Cruz (IOC). 
• Regulamentação do Código Nacional 
de Saúde, Lei nº 2.312, de 3 de 
setembro de 1954, estabelecendo as 
Normas Gerais sobre Defesa e 
Proteção da Saúde (Decreto nº 49.974-
A, de 21/1/1961). 
1962 
• Instituição da Campanha Nacional 
contra a Varíola. 
• Primeiro ensaio para administração da 
vacina BCG Intradérmica, no Brasil. 
1965 
• Criação da Campanha de Erradicação 
da Malária (CEM), independente do 
DENERu (Lei nº 4.709, de 28/6/1965). 
1966 
• Criação da Campanha de Erradicação 
da Varíola (CEV), também subordinada 
diretamente ao Ministério da Saúde, 
dirigida por pessoal dos quadros da 
Fundação Sesp (Decreto nº 59.153, de 
31/8/1966). 
• Criação dos INPS. 
1971 
• Instituído o Plano Nacional de Controle 
da Poliomielite. 
• Criação da Central de Medicamentos 
(Ceme). 
1976 
• Regulamentou a Lei nº 6.259/75. Dispôs 
sobre a organização das Ações de 
Vigilância Epidemiológica, e o 
Programa Nacional de Imunizações. 
Estabeleceu normas relativas à 
notificação compulsória de doenças 
(Decreto nº 78.231, de 12/8/1976). 
• Aprovou o Programa de Interiorização 
das Ações de Saúde e Saneamento no 
Nordeste (Decreto nº 78.307,de 
24/8/1976). 
• Implantação do Sistema de Informações 
sobre Mortalidade (SIM). 
• Estabelecimento das doenças de 
notificação compulsória (Portaria 
GM/MS nº 314, de 27/8/1976). 
• Implantação do sistema nacional de 
vigilância de casos suspeitos de 
poliomielite. 
• Criou a Secretaria Nacional de Ações 
Básicas de Saúde (Snabs) e a 
Secretaria Nacional de Programas 
Especiais de Saúde (Snpes) (Decreto nº 
79.056, de 30/12/1976). 
• Campanha de Vacinação Contra a 
Meningite Menigocócica (Sucam e 
Fsesp). 
1977 
• Aprovação do modelo da Caderneta de 
Vacinação (Portaria GM/MS nº 85, de 
4/4/1977). 
• Ocorrência dos últimos casos de varíola 
registrados no mundo. 
1979 
• Certificação, pela OMS, da erradicação 
global da varíola. 
• Implantação, pela Fiocruz, do 
concentrado viral para diluição da 
vacina contra sarampo. 
1981 
• Executado o Plano de Ação Contra o 
Sarampo, por intermédio de campanhas 
estaduais de vacinação (adoção da 
estratégia de campanha para a vacina 
contra o sarampo, mantida por alguns 
estados em 1982 e 1983). 
• Inauguração do Instituto Nacional de 
Controle de Qualidade em Saúde 
(INCQS), da Fiocruz. 
1983 
• A estratégia de dias nacionais de 
vacinação passa a ser recomendada 
pela Opas e pelo Fundo das Nações 
Unidas para a Infância (Unicef), sendo 
adotada por outros países latino-
americanos. 
1985 
• Instituído o Programa de Controle de 
Acidentes Ofídicos. 
• A vacinação com a BCG passou a ser 
responsabilidade do PNI (Programa 
Nacional de Imunizações). 
• Início do Programa Pólio Plus, do Rotary 
Internacional, para promover a 
imunização infantil. 
• Criação do Subsistema Nacional de 
Controle de Doenças Transmissíveis. 
1986 
• Aprovou o Plano de Ação para a 
Erradicação da Poliomielite no Brasil 
(Resolução Ciplan nº 4, de 6/2/1986). 
• Introdução do Dia Nordestino de 
Vacinação Contra a Poliomielite. 
• Criação do personagem símbolo da 
erradicação da poliomielite, o Zé 
Gotinha, e publicação do documento “A 
marca de um compromisso”. 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Arts. 196 a 200 Seção II Da Saúde. 
Título VIII, Capítulo II, Seção II, Da Saúde 
Art. 196. A saúde é direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e 
de outros agravos e ao acesso universal 
igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as 
ações e serviços de saúde, cabendo ao 
Poder Público dispor, nos termos da lei, 
sobre sua regulamentação, fiscalização 
e controle, devendo sua execução ser 
feita diretamente ou através de terceiros 
e, também, por pessoa física ou jurídica 
de direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos 
de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
1. descentralização, com direção 
única em cada esfera de 
governo; 
2. atendimento integral, com 
prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
3. participação da comunidade. 
 
Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde 
será financiado, nos termos do art. 195, com 
recurso do orçamento da Seguridade Social da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, além de outras fontes. 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
§1º As instituições privadas poderão 
participar de forma complementar do 
sistema único de saúde, segundo 
diretrizes deste, mediante contrato de 
direito público ou convênio, tendo 
preferência as entidades filantrópicas e 
as sem fins lucrativos. 
§2º É vedada a destinação de recursos 
públicos para auxílios ou subvenções às 
instituições privadas com fins lucrativos. 
§3º É vedada a participação direta ou 
indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no 
País, salvo nos casos previstos em lei. 
§4º A lei disporá sobre as condições e 
os requisitos que facilitem a remoção de 
órgãos, tecidos e substâncias humanas 
para fins de transplante, pesquisa e 
tratamento, bem como a coleta, 
processamento e transfusão de sangue 
e seus derivados, sendo vedado todo o 
tipo de comercialização. 
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde 
compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei: 
1. controlar e fiscalizar procedimentos, 
produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção 
de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e 
outros insumos; 
2. executar as ações de vigilância 
sanitária e epidemiológica, bem como 
as de saúde do trabalhador; 
3. ordenar a formação de recursos 
humanos na área de saúde; 
4. participar da formulação da política e 
da execução das ações de 
saneamento básico; 
5. incrementar em sua área de atuação o 
desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
6. fiscalizar e inspecionar alimentos, 
compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e 
águas para o consumo humano; 
7. participar do controle e fiscalização da 
produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos; 
8. colaborar na proteção do meio 
ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
LEI 8.080 19 DE SETEMBRO DE 1990 
Também chamada de lei orgânica da saúde. 
Art.7: 
I - universalidade de acesso aos serviços 
de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida 
como conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, exigidos para cada 
caso em todos os níveis de complexidade do 
sistema; 
III - preservação da autonomia das 
pessoas na defesa de sua integridade física 
e moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem 
preconceitos ou privilégios de qualquer 
espécie; 
V - direito à informação, às pessoas 
assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação de informações quanto ao 
potencial dos serviços de saúde e a sua 
utilização pelo usuário; 
VII - utilização da epidemiologia para o 
estabelecimento de prioridades, a alocação 
de recursos e a orientação programática; 
VIII - participação da comunidade; 
IX - descentralização político-administrativa, 
com direção única em cada esfera de 
governo: a) ênfase na descentralização dos 
serviços para os municípios; b) 
regionalização e hierarquização da rede de 
serviços de saúde; 
X - integração em nível executivo das ações 
de saúde, meio ambiente e saneamento 
básico; 
XI - conjugação dos recursos financeiros, 
tecnológicos, materiais e humanos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios na prestação de serviços de 
assistência à saúde da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços 
em todos os níveis de assistência; 
XIII - organização dos serviços públicos de 
modo a evitar duplicidade de meios para fins 
idênticos. 
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único 
da Saúde (SUS) compete: 
I - formular, avaliar e apoiar políticas de 
alimentação e nutrição; 
II - participar na formulação e na 
implementação das políticas: 
a) de controle das agressões ao meio 
ambiente; 
b) de saneamento básico; e 
c) relativas às condições e aos ambientes de 
trabalho; 
III - definir e coordenar os sistemas: 
a) de redes integradas de assistência de alta 
complexidade; 
b) de rede de laboratórios de saúde pública; 
c) de vigilância epidemiológica; e 
d) vigilância sanitária; 
Art. 18. À direção municipal do Sistema de 
Saúde (SUS) compete: 
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as 
ações e os serviços de saúde e gerir e executar 
os serviços públicos de saúde; 
II - participar do planejamento, programação e 
organização da rede regionalizada e 
hierarquizada do Sistema Único de Saúde 
(SUS), em articulação com sua direção 
estadual; 
III - participar da execução, controle e 
avaliação das ações referentes às condições e 
aos ambientesde trabalho; 
IV - executar serviços: 
a) de vigilância epidemiológica; 
b) vigilância sanitária; 
c) de alimentação e nutrição; 
d) de saneamento básico; e 
e) de saúde do trabalhador; 
Art. 23. É permitida a participação direta 
ou indireta, inclusive controle, de empresas ou 
de capital estrangeiro na assistência à saúde 
nos seguintes casos: (Redação dada pela 
Lei nº 13.097, de 2015) 
I - doações de organismos internacionais 
vinculados à Organização das Nações 
Unidas, de entidades de cooperação técnica e 
de financiamento e 
empréstimos; (Incluído pela Lei nº 13.097, 
de 2015) 
II - pessoas jurídicas destinadas a 
instalar, operacionalizar ou 
explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 
2015) 
a) hospital geral, inclusive filantrópico, 
hospital especializado, policlínica, clínica geral 
e clínica especializada; e (Incluído pela 
Lei nº 13.097, de 2015) 
b) ações e pesquisas de planejamento 
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de 
2015) 
III - serviços de saúde mantidos, sem 
finalidade lucrativa, por empresas, para 
atendimento de seus empregados e 
dependentes, sem qualquer ônus para a 
seguridade social; e (Incluído pela Lei nº 
13.097, de 2015) 
IV - demais casos previstos em 
legislação específica. (Incluído pela Lei 
nº 13.097, de 2015) 
Antes capital estrangeiro não 
funcionava assim. 
RESUMO: 
A partir desta lei, observamos que algumas 
das atribuições do SUS são: 
-Assistência terapêutica integral; 
- Assistência farmacêutica; 
-Controle e fiscalização de alimentos, água e 
bebidas, garantindo Orientação familiar; 
-Participação na preparação de recursos 
humanos; 
- Orientação familiar; 
-Acompanhar a Saúde do trabalhador; 
-Vigilância epidemiológica; 
-Vigilância nutricional; 
-Vigilância sanitária. 
Ponto importante é que “veta” a participação 
popular, sendo que mais tarde, a 8142/90 
inclui. 
A mesma lei em outro artigo estabelece a 
forma de repasse de recursos financeiros a 
serem transferidos para estados e municípios, 
e que deveriam ser baseados nos seguintes 
critérios: perfil demográfico; perfil 
epidemiológico; rede de serviços instalada; 
desempenho técnico; ressarcimento de 
serviços prestados. Este artigo foi 
substancialmente modificado com a edição 
das NOBs que regulamentaram a aplicação 
desta lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142
NOB é a abreviatura de Norma Operacional 
Básica, que trata da edição de normas 
operacionais para o funcionamento e 
operacionalização do SUS de competência do 
Ministério da Saúde, tendo sido editadas até 
hoje: a NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93, 
NOB-SUS 01/96 
LEI 8.142 28 DE DEZEMBRO DE 1990 
Também chamada de Lei orgânica do SUS. 
50% da participação nos conselhos tem que 
ser popular. A conferência não tem caráter 
legislativo e nem permanente. O usuário muda 
e a conferência municipal faz o documento e 
escolhe procuradores para os estaduais. 
As conferências servem para levar em conta as 
situações da saúde, para que sejam levadas 
em conta nas conferências de saúde. 
A Lei n. º 8.142/90, resultado da luta pela 
democratização dos serviços de saúde, 
representa uma vitória significativa. A partir 
deste marco legal, foram criados os 
Conselhos e as Conferências de Saúde como 
espaços vitais para o exercício do controle 
social do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), 
de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro 
de 1990, contará, em cada esfera de governo, 
sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, 
com as seguintes instâncias colegiadas: 
I - a Conferência de Saúde; e 
II - o Conselho de Saúde. 
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á 
a cada quatro anos com a representação dos 
vários segmentos sociais, para avaliar a 
situação de saúde e propor as diretrizes para a 
formulação da política de saúde nos níveis 
correspondentes, convocada pelo Poder 
Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou 
pelo Conselho de Saúde. 
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter 
permanente e deliberativo, órgão colegiado 
composto por representantes do governo, 
prestadores de serviço, profissionais de saúde 
e usuários, atua na formulação de estratégias 
e no controle da execução da política de saúde 
na instância correspondente, inclusive nos 
aspectos econômicos e financeiros, cujas 
decisões serão homologadas pelo chefe do 
poder legalmente constituído em cada esfera 
do governo. 
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários 
de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde (Conasems) 
terão representação no Conselho Nacional de 
Saúde. 
§ 4° A representação dos usuários nos 
Conselhos de Saúde e Conferências será 
paritária em relação ao conjunto dos demais 
segmentos. 
§ 5° As Conferências de Saúde e os 
Conselhos de Saúde terão sua organização e 
normas de funcionamento definidas em 
regimento próprio, aprovadas pelo respectivo 
conselho. 
 
CRÍTICAS 
Eugênio Vilaça – O SUS vive uma grave crise. 
Em parte, como reflexo da conjuntura nacional 
em que se combinam crises econômica e 
política; em parte, em função de problemas 
estruturais que não foram solucionados ao 
longo de sua existência. 
A crise econômica gera crescimento negativo 
do produto interno bruto (PIB), o que determina 
uma crise fiscal que atinge, ao mesmo tempo, 
a União, os estados e os municípios e leva ao 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
aumento do desemprego e à queda da renda 
média do trabalhador. Por outro lado, a crise 
política expressa, de forma aguda, o 
esfacelamento dos processos de 
representação política, o que dificulta a 
formulação e aplicação de uma agenda mínima 
sobre o futuro de nossa nação, incluindo 
solução de consenso sobre o sistema público 
de saúde. 
O SUS apresenta três grandes problemas 
estruturantes: no plano da organização 
macroeconômica, a segmentação que conduz 
ao dilema entre a universalização e a 
segmentação; no plano da organização 
microeconômica, a fragmentação do sistema e 
seu modelo de gestão; e no plano econômico, 
o seu subfinanciamento. 
REFERÊNCIAS 
1. ENFCONCURSOS. Princípios e Diretrizes: 
sistema único de saúde. Sistema Único de 
Saúde. Disponível em: 
https://www.enfconcursos.com/uploads/slides/2
015/05/slides_1431988487555a690724664.pdf. 
Acesso em: 11 maio 2020. 
2. NUNES, Everardo Duarte. Sobre a história da 
saúde pública: idéias e autores. Ciênc. saúde 
coletiva [online]. 2000, vol.5, n.2, pp.251-264. 
ISSN 1413-8123. 
3. PAIVA, Henrique. Epidemias brasileiras e a 
prática de dizimar os povos. 2020. Portal 
Outras mídias. Disponível em: 
https://outraspalavras.net/outrasmidias/epidemi
as-brasileiras-e-a-pratica-de-dizimar-os-povos/. 
Acesso em: 11 maio 2020. 
4. BRASIL. Funasa. Assessoria de Comunicação. 
Cronologia Histórica da Saúde Pública. 2017. 
Disponível em: 
http://www.funasa.gov.br/cronologia-historica-da-saude-publica. Acesso em: 08 maio 2020. 
5. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 
1990. Lei Orgânica da Saúde. Dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e 
dá outras providências. Brasília, set. 1990. 
6. Brasil. Conselho Nacional de Secretários de 
Saúde. Legislação do SUS / Conselho Nacional 
de Secretários de Saúde. - Brasília : CONASS, 
2003 
7. SAUDEAMANHÃ. Desafios do SUS. 2016. 
FIOCRUZ. Disponível 
em:https://saudeamanha.fiocruz.br/desafios-do-
sus/#.XrlnG2hKjIV. Acesso em: 09 maio 2020. 
8. BRASIL.Lei n.º 8142, de 28 de dezembro de 
1990. Dispõe sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de 
Saúde - SUS e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na 
área da saúde e dá outras providências. 
9. SOUZA, Natale. A importância do controle 
social e a Lei 8.142/90. 2017. Por Sanar Saúde. 
Disponível em: 
https://www.sanarsaude.com/noticia-
saude/enfermagem/a-importancia-do-controle-
social-e-a-lei-8-142-90-5420. Acesso em: 11 
maio 2020. 
10. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO 
BRASIL: Uma pequena revisão Marcus Vinícius 
Polignano 
 
https://www.conass.org.br/bibliote
cav3/pdfs/colecao2011/livro_1.pdf 
 
https://www.romulopassos.com.br
/img/uploads/aula-lei-8080-
90%20pdf.pdf 
 
https://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livro_1.pdf
https://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livro_1.pdf
https://www.romulopassos.com.br/img/uploads/aula-lei-8080-90%20pdf.pdf
https://www.romulopassos.com.br/img/uploads/aula-lei-8080-90%20pdf.pdf
https://www.romulopassos.com.br/img/uploads/aula-lei-8080-90%20pdf.pdf
PROBLEMA 3 
ATENÇÃO À SAÚDE 
NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOB) 
NOB-SUS 01/1991: Dificulta o financiamento 
e descentralização do SUS, favorecendo as 
instituições privadas. 
Equiparou servidores públicos e privados no 
que se refere à modalidade de financiamento, 
que passou a ser, em ambos os casos por 
meio do pagamento pela prestação de 
serviços; 
• Centralizou a gestão do SUS em nível 
federal (INAMPS), o que dificultou o 
processo de descentralização de 
municipalização; 
• Estabeleceu o instrumento convenial como 
forma de transferência de recursos do 
INAMPS para os estados, Distrito Federal e 
os municípios, com o objetivo de 
burocratizar e dificultar a transferência de 
recursos para os fundos estaduais e 
municipais de saúde; 
• Implantou o Sistema de Informações 
ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). 
NOB-SUS 01/1992: Manteve o Inamps como 
órgão responsável pelo repasse de recursos 
financeiros aos municípios e estados. 
Continuou utilizando o instrumento convenial 
como forma de transferir recursos para os 
estados e municípios. 
Somente com a extinção do INAMPS em 1993 
e a manutenção do Ministério da saúde como a 
única autoridade sanitária em âmbito federal, 
SES estadual e a SMS a nível municipal, pôde-
se permitir a direção única em cada esfera, 
defendida pela constituição de 1988. 
NOB-SUS 01/1993: Formalizou os princípios 
aprovados na 9ª conferência Nacional de 
Saúde (1992), que teve como tema central: “a 
municipalização é o caminho”. 
Desencadeou um amplo processo de 
municipalização da gestão com habilitação dos 
municípios nas condições de gestão criadas 
(incipiente, parcial e semiplena). 
Criou a transferência financeira regular e 
automática e as comissões bipartite (CIB -
estadual e municipal) e tripartite (CIT - estadual, 
municipal e federal). 
 
NOB-SUS 01/1996: Definiu o papel e a 
responsabilidade de cada esfera do governo na 
construção do SUS. Revoga aqueles sistemas 
de gestão. Também fortalece a PPI. 
Aumentou a participação percentual da 
transferência regular e automática dos recursos 
federais para estados e municípios. Fortaleceu 
a gestão do SUS por meio da CIT e CIB. Criou 
o piso de Atenção Básica (PAB), a Fração 
Ambulatorial Especializada (FAE) e a 
Autorização de Procedimentos de Alta 
Complexidade/Custo (APAC). 
Aprimorou o planejamento e a definição de 
orientações para elaborar a Programação 
Pactuada e Integrada. 
 
 
PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA (PPI) 
Processo de programação da atenção à saúde 
e alocação de recursos da assistência à saúde 
que deve ser realizado pelos estados e 
municípios brasileiros. Envolve a definição, a 
negociação e a formalização de pactos entre 
os gestores, com o objetivo de estabelecer, de 
forma transparente, os fluxos assistenciais das 
redes regionalizadas e hierarquizadas de 
serviços, bem como os limites financeiros 
destinados a cada município, explicitando as 
parcelas destinadas à assistência da 
população e as referências recebidas de outros 
municípios. 
É, portanto, uma etapa do planejamento em 
saúde que agrega funções de alocação de 
recursos e reorganização das redes de 
atenção, concretizando as diretrizes e 
prioridades expressas nos processos e 
instrumentos gerais de planejamento, tais 
como: planos de saúde, planos plurianuais de 
saúde e outros. Embora até o momento a PPI 
tenha se restringido a recursos federais de 
custeio, pretende-se que passe a englobar 
recursos próprios dos estados e dos 
municípios. 
A PPI deve ser construída em três etapas: 
1) Etapa preliminar – Em coerência com as 
diretrizes da política de saúde estabelecida nos 
planos estaduais de saúde, planos plurianuais, 
pacto da atenção básica, planos diretores de 
regionalização e demais instrumentos do 
planejamento, o gestor estadual e os gestores 
municipais definem conjuntamente, por meio 
das Comissões Intergestores Bipartite (CIB), 
as situações específicas de seus territórios, no 
campo da assistência. Resulta dessa fase a 
macroalocação dos recursos a serem 
programados e os parâmetros assistenciais 
médios a serem adotados, de maneira a refletir 
as prioridades definidas. 
2) Etapa de programação municipal – O 
processo de programação é descentralizado 
para os municípios, etapa em que os gestores 
municipais adaptam os parâmetros às 
especificidades locais e promovem a 
pactuação das referências intermunicipais, por 
meio de fóruns regionais e ou microrregionais. 
Nessa etapa, a coordenação e o apoio técnico 
da secretaria estadual de saúde (SES) são 
fundamentais. O processo deve resultar na 
composição dos tetos municipais e na 
formalização dos pactos. 
3) Etapa de consolidação da PPI estadual – 
A SES deve proceder à compatibilização das 
programações municipais, à consolidação do 
teto estadual e deve publicar em Diário Oficial 
do estado os limites financeiros assistenciais. 
Uma nova proposta de PPI está em 
elaboração, introduzindo mudanças nessas 
diretrizes, incluindo a lógica da programação, 
as aberturas programáticas e a concepção do 
Sistema de Informações da Programação 
Pactuada e Integrada (SisPPI), projeto 
conjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde 
(SVS) e do DATASUS que inclui a etapa de 
programação intramunicipal e chega aos 
estabelecimentos de saúde. A PPI só terá 
utilidade prática se refletir os fluxos 
estabelecidos e for acompanhada 
sistematicamente. 
INTEGRALIDADE 
Um dos princípios do SUS, a integralidade está 
presente tanto nas discussões quanto nas 
práticas na área da saúde e está relacionada à 
condição integral, e não parcial, de 
compreensão do ser humano. Ou seja: o 
sistema de saúde deve estar preparado para 
ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu 
contexto social e, a partir daí, atender às 
demandas e necessidades desta pessoa. “A 
‘integralidade’ como eixo prioritário de uma 
política de saúde, ou seja, como meio de 
concretizar a saúde como uma questão de 
cidadania, significa compreender sua 
operacionalização a partir de dois movimentos 
recíprocos a serem desenvolvidos pelos 
sujeitos implicados nos processos 
organizativos em saúde: a superação de 
obstáculos e a implantação deinovações no 
cotidiano dos serviços de saúde, nas relações 
entre os níveis de gestão do SUS e nas 
relações destes com a sociedade” 
AÇÃO INTEGRAL A SAÚDE 
Trata-se de um conceito amplo que reflete uma 
estratégia frente à necessidade de concepção 
de um novo modelo para a saúde, tendo como 
um dos segmentos fortes a atenção primária e 
a ênfase na Medicina Preventiva, que se afirma 
como opção para reestruturação dos sistemas 
de saúde com base na atenção integral, 
articulando-se com as modernas práticas de 
gestão, utilizando a epidemiologia clínica como 
ferramenta e voltando-se à informação em 
saúde, a partir da vigilância, alicerçando-se na 
promoção da saúde e na prevenção de riscos 
e doenças. Exemplo: A proposição da Política 
Nacional de Atenção Integral à Saúde do 
Homem Visa qualificar a saúde da população 
masculina na perspectiva de linhas de cuidado 
que resguardem a integralidade da atenção. O 
reconhecimento de que os homens adentram o 
sistema de saúde por meio da atenção 
especializada tem como consequência o 
agravo da morbidade pelo retardamento na 
atenção e maior custo para o SUS. É 
necessário fortalecer e qualificar a atenção 
primária garantindo, assim, a promoção da 
saúde e a prevenção aos agravos evitáveis. 
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE 
A atenção básica caracteriza-se por um 
conjunto de ações de saúde, no âmbito 
individual e coletivo, que abrange a promoção 
e a proteção da saúde, a prevenção de 
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação e a manutenção da saúde. É 
desenvolvida por meio do exercício de práticas 
gerenciais e sanitárias, democráticas e 
participativas, sob forma de trabalho em 
equipe, e dirigidas a populações de territórios 
bem delimitados, pelas quais assume a 
responsabilidade sanitária, considerando a 
dinamicidade existente no território em que 
vivem essas populações. Utiliza tecnologias de 
elevada complexidade e baixa densidade. 
É o contato preferencial dos usuários com os 
sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios 
da universalidade, da acessibilidade e da 
coordenação do cuidado, do vínculo e da 
continuidade, da integralidade, da 
responsabilização, da humanização, da 
equidade e da participação social (...). A 
atenção básica tem a Saúde da Família como 
estratégia prioritária para sua organização de 
acordo com os preceitos do Sistema Único de 
Saúde. 
Por tecnologia de baixa densidade fica 
subentendido que a atenção primária inclui um 
rol de procedimentos menos complexos, 
capazes de atender à maior parte dos 
problemas comuns de saúde da comunidade, 
embora sua organização, seu 
desenvolvimento e sua aplicação possam 
demandar estudos de alta complexidade 
teórica e profundo conhecimento empírico da 
realidade. 
MÉDIA COMPLEXIDADE 
A média complexidade ambulatorial é 
composta por ações e serviços que visam 
atender aos principais problemas e agravos de 
saúde da população, cuja complexidade da 
assistência na prática clínica demande a 
disponibilidade de profissionais especializados 
e a utilização de recursos tecnológicos, para o 
apoio diagnóstico e tratamento. O material de 
apoio conhecido como O SUS de A a Z versão 
2009, elaborado pelo Ministério da Saúde, traz 
uma relação dos grupos que compõem os 
procedimentos de média complexidade do 
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA): 
• procedimentos especializados 
realizados por profissionais médicos, 
outros profissionais de nível superior e 
nível médio; 
• cirurgias ambulatoriais especializadas; 
• procedimentos traumato-ortopédico; 
• ações especializadas em odontologia; 
• patologia clínica; 
• anatomopatologia e citopatologia; 
• radiodiagnóstico; 
• exames ultrassonográficos; 
• diagnose; 
• fisioterapia; 
• terapias especializadas; 
• próteses e órteses; 
• anestesia. 
ALTA COMPLEXIDADE 
Conjunto de procedimentos que, no contexto 
do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, 
objetivando propiciar à população acesso a 
serviços qualificados, integrando-os aos 
demais níveis de atenção à saúde (atenção 
básica e de média complexidade). 
As principais áreas que compõem a alta 
complexidade do SUS, e que estão 
organizadas em “redes”, são: 
• assistência ao paciente portador de 
doença renal crônica (por meio dos 
procedimentos de diálise); 
• assistência ao paciente oncológico; 
• cirurgia cardiovascular; 
• cirurgia vascular; 
• cirurgia cardiovascular pediátrica; 
• procedimentos da cardiologia 
intervencionista; 
• procedimentos endovasculares 
extracardíacos; 
• laboratório de eletrofisiologia; 
• assistência em traumato-ortopedia; 
• procedimentos de neurocirurgia; 
• assistência em otologia; 
• cirurgia de implante coclear; 
• cirurgia das vias aéreas superiores e da 
região cervical; 
• cirurgia da calota craniana, da face e do 
sistema estomatognático; 
• procedimentos em fissuras 
labiopalatais; 
• reabilitação protética e funcional das 
doenças da calota craniana, da face e 
do sistema estomatognático; 
• procedimentos para a avaliação e 
tratamento dos transtornos respiratórios 
do sono; 
• assistência aos pacientes portadores de 
queimaduras; 
• assistência aos pacientes portadores de 
obesidade (cirurgia bariátrica); 
• cirurgia reprodutiva; 
• genética clínica; 
• terapia nutricional; 
• distrofia muscular progressiva; 
• osteogênese imperfeita; 
• fibrose cística e reprodução assistida. 
Os procedimentos da alta complexidade 
encontram-se relacionados na tabela do SUS, 
em sua maioria no Sistema de Informações 
Hospitalares do SUS, e estão também no 
Sistema de Informações Ambulatoriais em 
pequena quantidade, mas com impacto 
financeiro extremamente alto, como é o caso 
dos procedimentos de diálise, da 
quimioterapia, da radioterapia e da 
hemoterapia. 
REGIONALIZAÇÃO 
Embora considerável, a construção de 
estrutura física como hospitais, postos de 
saúde ou clínicas especializadas representam 
apenas uma pequena parte do custo do 
sistema de saúde. Os investimentos 
necessários para compra e manutenção de 
equipamentos e contratação de mão de obra 
especializada representam muitas vezes 
investimentos maiores que os necessários 
para a construção destes centros. 
Para tentar diminuir este problema o SUS 
adotou a regionalização dos serviços de saúde 
como metodologia para estender estes 
serviços a uma maior parcela da população. A 
tentativa se pauta na disponibilização de um 
conjunto de centros de atendimento com 
variados níveis de atenção espalhados 
estrategicamente pelo território com o objetivo 
de oferecer atendimento especializado a 
população de uma região predefinida. 
A regionalização da saúde é, desta maneira, 
uma espécie de plano de logística aplicado à 
saúde, uma vez que prevê o deslocamento 
orientado de alguns pacientes residentes de 
uma região para que iniciem ou continuem seu 
tratamento especializado num hospital central, 
teoricamente melhor equipado e preparado 
para aquele tipo de atendimento naquela 
região. 
NOAS – NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE (2001 E 2002) 
Explicam como a descentralização deve 
ocorrer e ilustra mecanismos de ampliação e 
desenvolvimento do SUS. 
PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO (PDR) 
Considerado um dos instrumentos de 
planejamento e coordenação do processo de 
regionalização, o PDR deverá expressar o 
desenho final do processo de identificação e 
reconhecimento das regiões de saúde, em 
suas diferentes formas, em cada estado e no 
Distrito Federal. O PDR deverá traçar o 
desenho final do processo de pactuação entre 
os gestores e conter: 
1) caracterização do Estado; 
2) identificação das regiões de saúde nas 
suas diferentes formas; 
3) mapas dos arranjos regionais que 
conformam as macrorregiões de saúde, 
caracterizando as ações e os serviços 
contidos ou a serem oferecidos; 
4) identificação

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