Buscar

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL A1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL – A1
O lobo e o leão
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão 
que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela 
merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no 
caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a 
ovelha.
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom 
injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito 
me pertence!"
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o 
Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma 
merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por 
acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?"
ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1997, p. 122
O texto acima é uma das famosas fábulas de Esopo. A fábula é uma narrativa fantástica na qual 
animais falam e contam uma narrativa em prol de um valor moral. Ao ler essa fábula sobre o viés da 
produção de enunciados significativos, pode-se dizer que o diálogo entre o leão e o lobo 
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu
entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto 
economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe 
deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda 
um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se
à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado 
as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo 
travesseiro de um saco de estopa cheio de palha.
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 2
Com base nos termos destacados no texto, pode-se dizer que tratam-se de processos de 
A progressão referencial é realizada por intermédio da introdução de novos referentes no texto, por 
meio de elementos do contexto - que envolvem os elementos de coesão - ou ainda, anáforas e 
catáforas. A realização de referenciação, por meio de elementos do próprio texto, criam as cadeias 
referenciais que, uma vez presentes no enunciado, “garantem não só a progressão e a continuidade 
referencial, como exercem papel de relevância na orientação argumentativa do texto, e, por 
decorrência, na construção textual do sentido” (KOCH, 2014, p. 127)
KOCH, I. V. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2014, p. 127
Ao considerarmos os apontamentos de Koch, é possível observar que a progressão textual constrói 
O falante não é um Adão, e por isso o próprio objeto do seu discurso se torna inevitavelmente um 
palco de encontro com opiniões de interlocutores imediatos (na conversa ou na discussão sobre algum
acontecimento do dia-a-dia) ou com pontos de vista, visões de mundo, correntes, teorias, etc., (no 
campo da comunicação cultural). Uma visão de mundo, uma corrente, um ponto de vista, uma opinião 
sempre tem uma expressão verbalizada. Tudo isso é discurso do outro (em forma pessoal ou 
impessoal), e este não pode deixar de refletir-se no enunciado.
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 294.
Bakhtin aborda a característica dialógica da linguagem, ao comparar que tudo o que falamos é em 
resposta a um enunciado anterior. Mas esses enunciados prévios não necessariamente precisam ser 
verbalizados, pois 
A intertextualidade apresenta de fato o paradoxo de criar um forte liame de dependência do leitor, que 
ele provoca e incita sempre a ter mais imaginação e saber, cifrando, de modo suficiente, elementos 
para que um deslocamento apareça entre a cultura, a memória, a individualidade de um e a do outro.
SAMOYAULT, Tiphaine. Intertextualidade. São Paulo: Hucitec, 2008, p. 89-90
Thiphaine Samoyault traz a metáfora da “biblioteca” para referenciar toda a formação sociocultural de 
um indivíduo. Ao reler Bakhtin, Samoyault aponta que o dialogismo é a característica inerente da 
linguagem de 
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
(ANDRADE, C.D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2012, p. 34)
Assinale a alternativa referente ao verso em que a conjunção estabelece relação de sentido diferente 
das demais. 
Julia Kristeva cunha o termo “intertextualidade”, ao analisar os apontamentos de Bakhtin sobre o 
caráter dialógico da linguagem. Para a crítica literária, a intertextualidade seria “escritura simultânea 
como escritura e comunicabilidade[capaz de criar]espaço textual múltiplo, cujos elementos são 
suscetíveis de aplicação no texto poético concreto”.
KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 71
A partir do texto, pode-se afirmar que todo texto 
A maioria dos teóricos da paródia remontam a raiz etimológica do termo ao substantivo grego parodia, 
que quer dizer “contra-canto”, e ficam-se por aí. Se olharmos mais atentamente para essa raiz 
obteremos, no entanto, mais informação. A natureza textual ou discursiva da paródia (por oposição à 
sátira) é evidente no elemento odos da palavra, que significa canto. O prefixo para tem dois 
significados, sendo geralmente mencionado apenas um deles - o de “contra” ou “oposição”. Desta 
forma, a paródia torna-se uma oposição ou contraste entre textos. Este é, presumivelmente, o ponto de
partida formal para a componente de ridículo pragmática habitual da definição: um texto é confrontado 
com outro, com a intenção de zombar dele ou de o tornar caricato. [...] No entanto, para em grego 
também pode significar “ao longo de” e, portanto, existe uma sugestão de um acordo ou intimidade, em
vez de um contraste. É este segundo sentido esquecido do prefixo que alarga o escopo pragmático da 
paródia de modo muito útil para as discussões das formas de arte modernas[...]. Mas, mesmo em 
relação à estrutura formal, o carácter duplo da raiz sugere a necessidade de termos mais neutros para 
a discussão. Nada existe em parodia que necessite da inclusão de um conceito de ridículo, como 
existe, por exemplo, na piada, ou burla, do burlesco. A paródia é, pois, na sua irónica 
“transcontextualização” e inversão, repetição com diferença. Está implícita uma distanciação crítica 
entre o texto em fundo a ser parodiado e a nova obra que incorpora, distância geralmente assinalada 
pela ironia. Mas esta ironia tanto pode ser apenas bem-humorada, como pode ser depreciativa; tanto 
pode ser criticamente construtiva, como pode ser destrutiva. O prazer da ironia da paródia não provém 
do humor em particular, mas do grau de empenhamento do leitor no “vai-vém” intertextual (bouncing) 
para utilizar o famoso termo de E. M. Forster, entre cumplicidade e distanciação.
HUTCHEON, Linda. Uma teoria da paródia. Rio de Janeiro: Edições, 1985, p. 47-48
Com base nesses apontamentos de Linda Hutcheon sobre como o texto se constrói às vezes como 
paródia, é possível dizer que 
Tome como base o texto:
O estado de saúde do menino piorou. A família levou-o para atendimento médico. O hospital estava 
lotado e não havia vaga para a internação do enfermo.
O processo de autorreferencialidade textual também é construído pela sequenciação inerente ao texto,
ou seja, sua progressão. Qual das opções abaixo melhor transmitiria uma ideia de progressão entre as
três frases do texto? 
A orientação dialógica é naturalmente um fenômeno próprio a todo discurso. Trata-se da orientação 
natural de qualquer discursovivo. Em todos os seus caminhos até o objeto, em todas as direções, o 
discurso se encontra com o discurso de outrem e não se pode deixar de participar, com ele, de uma 
interação viva e tensa. Apenas o Adão mítico que chegou com a primeira palavra num mundo virgem, 
ainda não desacreditado, somente este Adão podia realmente evitar por completo esta mútua 
orientação dialógica od discurso alheio para o objeto. Para o discurso humano, concreto e histórico, 
isso não é possível: só em certa medida e convencionalmente é que pode dela se afastar.
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 88.
Tomando como base a questão 22, por que Bakhtin usa a figura de “adão” como metáfora para 
abordar a característica intrinsecamente dialógica da linguagem?

Continue navegando