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PER_MED_ARB_COMPILADO_2019

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 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Jessica Anastácio
Perícia, mediação
e arbitragem
Anastácio, Jessica
 Perícia, mediação e arbitragem / Jessica Anastácio. – São Paulo: 
Editora Senac São Paulo, 2020. (Série Universitária)
	 Bibliografia.
 e-ISBN 978-85-396-3167-4 (ePub/2020)
 e-ISBN 978-85-396-3168-1 (PDF/2020)
 1. Contabilidade : Perícia Contábil 2. Mediação de conflitos 3. Termo 
de diligência I. Título. II. Série.
20-1092t CDD – 657.45
 BISAC BUS001000
Índice para catálogo sistemático
1. Contabilidade : Perícia Contábil 657.45
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189)
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PERÍCIA, MEDIAÇÃO 
E ARBITRAGEM
Jessica Anastácio
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Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor do Departamento Regional
Luiz Francisco de A. Salgado
Superintendente Universitário e de Desenvolvimento
Luiz Carlos Dourado
Editora Senac São Paulo
Conselho Editorial
Luiz Francisco de A. Salgado 
Luiz Carlos Dourado 
Darcio Sayad Maia 
Lucila Mara Sbrana Sciotti 
Jeane Passos de Souza
Gerente/Publisher
Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br)
Coordenação Editorial/Prospecção
Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) 
Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br)
Administrativo
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Comercial
Marcos Telmo da Costa (mtcosta@sp.senac.br)
Acompanhamento Pedagógico
Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka 
Otacilia da Paz Pereira
Designer Educacional
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Revisão Técnica
Priscilla Silva Silvestrin
Coordenação de Preparação e Revisão de Texto
Luiza Elena Luchini
Preparação de Texto
Carolina Hidalgo Castelani 
Karinna A. C. Taddeo
Projeto Gráfico
Alexandre Lemes da Silva 
Emília Correa Abreu
Capa
Antonio Carlos De Angelis
Editoração Eletrônica
Stephanie dos Reis Baldin
Ilustrações
Stephanie dos Reis Baldin
Imagens
iStock Photos
E-pub
Ricardo Diana
Proibida a reprodução sem autorização expressa.
Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Senac São Paulo
Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar 
Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP
Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP
Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486
E-mail: editora@sp.senac.br 
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Sumário
Capítulo 1
Solução pacífica de conflitos: 
meios e métodos, 9
1 Solução por autocomposição, 10
2 Solução por heterocomposição, 16
3 Diferença entre juiz, árbitro, 
mediador, conciliador, 19
4 Perícia contábil judicial e 
extrajudicial, 23
Considerações	finais,	25
Referências, 26
Capítulo 2
Estrutura do ordenamento 
jurídico brasileiro, 29
1 A hierarquia das leis, 30
2 A Constituição Federal, 37
3 Ramos do direito, 38
4 Direito processual, 43
Considerações	finais,	47
Referências, 48
Capítulo 3
Prova pericial, 51
1 A perícia no Código de 
Processo Civil, 52
2 Casos de deferimento ou 
indeferimento da prova pericial, 57
3 Nomeação de perito, 59
4 Presença de assistente técnico, 62
Considerações	finais,	65
Referências, 66
Capítulo 4
O perito contábil, 69
1 Conceito de perito contábil, 70
2 Predicados do perito contábil, 72
3	Legislação	específica	relativa	ao	
perito contábil, 74
4 Responsabilidades do perito, 75
5	Zelo	profissional,	78
Considerações	finais,	80
Referências, 81
Capítulo 5
A perícia contábil, 83
1 Conceito de perícia contábil, 84
2 Objetivo da perícia contábil, 85
3 Execução da perícia contábil, 86
4 Procedimentos de 
perícia contábil, 90
Considerações	finais,	93
Referências, 93
Capítulo 6
Honorários periciais, 95
1 Conceito de honorários, 96
2 Critérios técnicos de elaboração 
de uma proposta de honorários 
periciais, 101
3 Honorários complementares, 105
Considerações	finais,	106
Referências, 107
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.Capítulo 7
Planejamento em perícia 
contábil, 109
1 O planejamento da perícia 
contábil e sua relevância, 110
2 Cronograma do planejamento 
da perícia contábil, 115
3 Exemplos de planejamento em 
perícia contábil, 116
Considerações	finais,	123
Referências, 123
Capítulo 8
Quesitos em perícia contábil, 125
1 Conceito e função dos quesitos, 126
2 Quesitos suplementares, 129
3 Exemplos de quesitos em 
sede de perícia contábil, 132
Considerações	finais,	138
Referências, 139
Capítulo 9
Impedimento e suspeição do 
perito contábil, 141
1 Necessária imparcialidade 
do perito, 142
2 Renúncia à prestação de serviço 
pericial, 143
3 Exemplo de escusas em processo 
judicial, 147
Considerações	finais,	150
Referências, 151
Capítulo 10
Termo de diligência, 153
1 Conceito do termo de diligência, 154
2 A importância do termo de 
diligência, 155
3 Exemplo do termo de diligência em 
sede de perícia contábil, 158
Considerações	finais,	164
Referências, 165
Capítulo 11
Laudo pericial contábil e parecer 
técnico-contábil, 167
1 Diferenças entre laudo 
e parecer, 169
2 Função do laudo pericial 
contábil, 171
3 Estrutura do laudo pericial 
contábil, 172
4 Exemplo de laudo pericial 
contábil, 173
5 Laudo pericial contábil conjunto: 
conceito e particularidades, 176
Considerações	finais,	177
Referências, 178
Capítulo 12
Perícia multidisciplinar, 181
1 A necessidade de utilização 
de trabalho de especialista, 182
2 Responsabilidade do perito 
com relação ao trabalho de 
especialista, 183
3 Exemplos em que é necessária a 
perícia multidisciplinar, 183
Considerações	finais,	189
Referências, 190
Capítulo 13
Apuração de haveres em 
pequenas e médias empresas, 
191
1 Apuração de haveres, 192
2	Definição	do	período,	194
3 Apuração do valor do 
patrimônio líquido, 195
4 Apuração da matéria intangível – 
goodwill ou fundo de comércio, 198
5 Balanço ajustado, 200
Considerações	finais,	203
Referências, 204
7
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Capítulo 14
Perícia contábil judicial, 207
1 Perícia judicial na fase 
instrutória cível, 208
2 Perícia judicial na fase 
instrutória trabalhista,212
3 Perícia judicial na liquidação 
de sentença, 215
Considerações	finais,	219
Referências, 220
Capítulo 15
Perícia contábil em métodos 
alternativos de solução de 
conflitos, 221
1 Autocomposição: soluções 
pacíficas	de	conflitos,	223
2 Perícia na mediação, 226
3 Perícia na arbitragem, 229
Considerações	finais,	235
Referências, 236
Capítulo 16
Exame de qualificação 
técnica, 239
1 Função do EQT, 240
2 Particularidades do EQT, 242
3 Forma do exame, periodicidade 
e critérios, 246
4 Exemplos de matéria exigida, 248
Considerações	finais,	251
Referências, 252
Sobre a autora, 255
9
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Composição,	no	contexto	jurídico,	significa	a	concordância,	a	solu-
ção de uma desavença. Existem duas maneiras de se realizar a compo-
sição de um conflito: autocomposição e heterocomposição.
A singularidade de cada indivíduo produz interesses contrastantes 
e divergentes, por isso, os conflitos são diferentes entre si e podem – 
e devem – ser tratados por mecanismos distintos. As disputas e, por 
conseguinte, os confrontos advindos delas poderão ser solucionados 
por meio do consenso atingido pelas próprias partes envolvidas; com 
auxílio de um terceiro, imparcial; ou por intermédio de uma decisão im-
positiva deste. 
Capítulo 1
Solução pacífica 
de conflitos: 
meios e métodos
10 Perícia, mediação e arbitragem Ma
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.Para tanto, serão apresentadas neste capítulo as noções gerais so-
bre as formas de soluções pela ação consensual, que são a mediação 
e a conciliação, e também os conceitos sobre as soluções mediante a 
análise e o julgamento de um terceiro, a saber, arbitragem e jurisdição.
Além disso, serão apresentadas as diferenças de cada uma das ter-
ceiras	figuras,	que	são	alheias	às	partes	que	contribuem	para	as	resolu-
ções de conflitos atualmente, e as perícias contábeis judiciais e extrajudi-
ciais como um auxílio na composição dos litígios. 
1 Solução por autocomposição 
A solução por autocomposição caracteriza-se por uma decisão con-
sensual atingida pelos próprios envolvidos, isto é, as partes em conflito 
têm o poder da decisão de sua solução.
Figura 1 – Significado de autocomposição
autocomposição
por si mesmo solução
Por tratar-se de uma concordância atingida pelas partes, a auto-
composição assume-se como a maneira mais adequada para a so-
lução de disputas, pois, dessa forma, deixará de assumir dois polos 
antagônicos, quando, além das opiniões divergentes, haveria ainda 
um “vencedor” e um “perdedor”.
Diante disso, a Lei no 13.105 (BRASIL, 2015a), que ordena, disciplina e 
interpreta a condução do processo civil, o chamado Código de Processo 
Civil, valoriza e indica a autocomposição como primeira tentativa de des-
fecho dos processos. A Lei emana em seu artigo 2o, incisos 2 e 3:
11Solução pacífica de conflitos: meios e métodos
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§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consen-
sual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução con-
sensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advoga-
dos, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusi-
ve no curso do processo judicial. (BRASIL, 2015a).
Sendo assim, a autocomposição torna-se possível à qualquer mo-
mento, antes ou depois de um processo judicial, diante de uma renúncia 
parcial ou total do interesse de uma ou mais partes em favor da parte 
oponente. Segundo Cahali (2011, p. 55), tem como principal efeito fa-
zer	desaparecer	o	litígio:	“se	judicial,	dá	causa	ao	fim	do	processo;	se	 
preventiva, evita-o”. 
A autocomposição pode ser, conforme a Lei no 13.140, sobre “di-
reitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam tran-
sação” (BRASIL, 2015c), isto é, são direitos disponíveis aqueles que o 
indivíduo pode negociar ou abrir mão de desfrutar; em contrapartida, 
os direitos indisponíveis são todos aqueles dos quais o sujeito não 
pode abrir mão, por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à saúde, à 
imagem e à dignidade.
No	que	se	refere	à	transação,	significa	a	possibilidade	de	as	partes	
prevenirem ou terminarem o conflito mediante concessões mútuas. 
Quando a Lei cita que são possíveis os “direitos indisponíveis que 
admitam transação” (BRASIL, 2015c), remete-se àqueles em que, 
apesar de indispensáveis, possa haver uma concessão de uma ou 
mais	partes	envolvidas	para	se	chegar	ao	final	do	conflito,	por	exem-
plo,	questões	de	alimentos	ou	guarda	de	filhos.
Além disso, para qualquer um dos métodos de autocomposição é ne-
cessária a aceitação das partes, uma vez que ninguém é obrigado a man-
ter-se em um processo de mediação ou conciliação (BRASIL, 2015a).
12 Perícia, mediação e arbitragem Ma
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.Dessa forma, existem duas categorias de autocomposição: a nego-
ciação direta, ou primária, e a negociação indireta. A negociação direta, 
muitas vezes, ocorre antes da entrada de um processo judicial, entre as 
partes ou os representantes, sem a presença de um terceiro. Por exem-
plo, uma negociação que ocorre entre os representantes das partes que 
dialogam para entrar em um senso comum, podendo ser um advogado, 
um funcionário ou uma pessoa autorizada para falar em nome de uma 
das partes. Esses representantes são chamados prepostos.
NA PRÁTICA 
Uma autocomposição primária pode ser uma “negociação trabalhista, 
em que se tem como integrantes o sindicato de determinada categoria 
profissional e o sindicato da categoria econômica respectiva ou uma 
empresa” (BARROS, 2007, p. 2).
 
A negociação indireta é aquela em que a conversa entre os envolvi-
dos é coordenada por um terceiro que está de fora da disputa e pode 
auxiliar para uma comunicação despolemizada também na busca de 
um acordo de ganhos mútuos, como a mediação e a conciliação, que 
serão abordadas nos próximos tópicos.
1.1 Solução por mediação 
Quando	 a	 negociação	 direta	 fica	 impedida,	 seja	 pelos	motivos	 do	
impasse, seja pelo grau de envolvimento emocional das partes, a me-
diação aparece como uma possibilidade para facilitar o diálogo, com o 
auxílio de um terceiro, que tem como objetivo tornar mais fácil a comu-
nicação entre as partes, de modo a elaborar juntamente a solução para 
a controvérsia.
13Solução pacífica de conflitos: meios e métodos
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O mediador permanece imparcial e apenas aproxima os envolvidos, 
de modo que, diante do diálogo, exista um melhor entendimento “das 
circunstâncias do problema, aliviando as pressões irracionais e dimi-
nuindo a carga emocional que permeia o conflito e que está impossibi-
litando uma análise equilibrada e afastando a possibilidade do acordo” 
(POSSATO;MAILLART, 2013, p. 466).
Figura 2 – Objetivos do mediador
Facilitar a comunicação
Aliviar as pressões emocionais
Proporcionar maior harmonia
no relacionamento das partes
Mais passivo na intervenção
quanto ao mérito do conflito
F
A
P
M
Fonte: adaptado de Barros (2007, p. 4).
A mediação deve-se caracterizar pela independência do mediador de 
todas as partes, de modo que se assegure a imparcialidade, pela dispo-
sição das partes em aceitar esse auxílio, pelo aspecto privado, “pelas ha-
bilidades do mediador, pelas reuniões programadas, pela informalidade, 
pelo acordo mútuo e pela ausência de sentimento de vitória ou derrota” 
(POSSATO; MAILLART, 2013, p. 467).
14 Perícia, mediação e arbitragem Ma
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.IMPORTANTE 
A mediação contempla um método consensual de reso-
lução de conflitos que conta com a ação imparcial de um 
terceiro que auxilia as partes opostas a construírem juntas 
uma solução para o impasse em que se encontram, pro-
curando neutralizar as emoções, apresentando opções e 
facilitando a negociação de acordos de forma a superar o 
conflito antecedente, fortalecendo a relação anterior e pre-
venindo o surgimento de controvérsias futuras. (POSSATO; 
MAILLART, 2013, p. 467).
 
1.2 Solução por conciliação 
A conciliação é um modelo de mediação com a intenção do acordo 
em si, com a diferença de que o conciliador exerce certa autoridade, 
participa do diálogo, propõe caminhos, recomenda, adverte, com o ob-
jetivo de conciliar as partes (VASCONCELOS, 2008).
Figura 3 – Objetivos do conciliador 
Aconselhar e induzir as partes
a chegarem num acordo
Receber as propostas de cada 
uma das partes e tentar 
aproximar tais propostas
Mais ativo na intervenção 
quanto ao mérito do conflito
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Fonte: adaptado de Barros (2007, p. 4).
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Pode-se	notar	que	a	diferença	está	na	figura	desse	terceiro	(media-
dor ou conciliador), na maneira como conduz o processo. Porém, mui-
tas vezes, em um processo de conciliação, o conciliador pode utilizar 
técnicas do mediador e vice-versa.
O novo Código de Processo Civil (CPC), instituído pela Lei 
no 13.105/2015, prescreve que “a conciliação e a mediação são in-
formadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da 
autonomia,	 da	 vontade,	 da	 confidencialidade,	 da	 oralidade,	 da	 infor-
malidade e da decisão informada” (BRASIL, 2015a).
A	 confidencialidade	 é	 um	 aspecto	 valorizado	 nesse	 processo.	 O	 
artigo 166 do CPC dedica 2 incisos para tratar desse ponto: 
§ 1o	A	confidencialidade	estende-se	a	todas	as	informações	pro-
duzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utili-
zado	para	fim	diverso	daquele	previsto	por	expressa	deliberação	
das partes. 
§ 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conci-
liador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não 
poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos 
da conciliação ou da mediação. (BRASIL, 2015a).
O objetivo desse princípio é criar um ambiente de franqueza nas 
negociações e discussões; não pode haver debate franco e acerta-
mento de interesse caso o julgamento baseie-se no que for dito. De 
outro modo, a discussão seria falseada pela estratégia jurídica tra-
çada para a vitória na fase litigiosa, impedindo a negociação, não se 
estabelecendo um mínimo de franqueza entre as partes (CUNHA; 
AZEVEDO NETO, 2014).
Com o intuito de promover a autocomposição, os tribunais possuem 
centros que realizam sessões e audiências de conciliação e mediação 
e desenvolvem programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a 
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.solução consensual de conflitos, sendo que, diante de um acordo nesse 
âmbito, a decisão é homologada pelo juiz e toma a mesma força judicial 
de uma sentença no cumprimento de seus termos.
2 Solução por heterocomposição
A solução por heterocomposição caracteriza-se por uma decisão 
por parte de um terceiro, alheio ao conflito, que tem o poder para tal.
Figura 4 – Significado de heterocomposição
heterocomposição
outro solução
Pode-se dizer que a heterocomposição é necessária quando a auto-
composição não pôde ser bem-sucedida, necessitando, então, da atua-
ção também imparcial de um terceiro de nível superior – um árbitro ou 
um juiz – que age como representante do Estado para garantir a solução 
mais justa e adequada possível àquela controvérsia. Nessa modalidade 
de composição, há a arbitragem e a jurisdição.
2.1 Solução por arbitragem
Diferentemente do que ocorre na mediação ou na conciliação, o ob-
jetivo da arbitragem não será mais o de atingir o consenso – embora 
na dinâmica de qualquer processo, inclusive o arbitral, isso seja sempre 
possível e o mais recomendável –, mas o de levantar os fatos e tomar 
uma decisão da qual não se poderá recorrer.
A arbitragem representa um processo que possui todas as garantias 
do procedimento judicial. Ela tem como intuito fazer com que as partes 
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envolvidas se sujeitem a um ou mais árbitros particulares, alheios às 
partes, porém indicados por elas mesmas para solucionar um conflito 
específico,	compromissando-se	antecipadamente	a	aceitar	o	resultado.
NA PRÁTICA 
Um exemplo de cláusula de compromisso arbitral poderia ser a seguin-
te (REZENDES, 2018):
As partes [QUALIFICAÇÃO DAS PARTES] neste documento 
estabelecem que todas as controvérsias e conflitos rela-
cionados ao presente contrato serão dirimidas por meio da 
arbitragem, conforme a Lei Federal no 9.307/96, e elegem a 
[INDICAR INSTITUIÇÃO], inscrita no CNPJ [INSERIR], matri-
culada no Diário Oficial sob o no [INSERIR], situada no en-
dereço comercial [INSERIR], e nomeiam o(s) árbitro único/
árbitros [QUALIFICAÇÃO DO(S) ÁRBITRO(S)], que deverá(ão) 
proferir a sentença arbitral [INSERIR LOCAL]. 
 
As Leis no 9.307/1996 e no 13.129/2015 dispõem sobre a arbitragem 
e deixam como direito e critério das partes a escolha das regras jurídi-
cas que serão aplicadas, como os princípios gerais, usos e costumes, 
bem como as regras internacionais de comércio, desde que não haja 
descumprimento da ordem pública (BRASIL, 1996; 2015b).
Portanto, trata-se de alternativa processual à disposição dos cida-
dãos, com a prerrogativa de que as partes podem escolher os árbitros 
especialistas no tema da controvérsia. Podem, inclusive, escolher mais 
de um árbitro, desde que em número ímpar – comumente ocorre a se-
leção de um ou três.
Esse aspecto, aliado à rapidez de um procedimento que não com-
porta recursos para outras instâncias, possibilita soluções rápidas, que 
se adequam mais à agilidade das relações modernas (VASCONCELOS, 
18 Perícia, mediação e arbitragem Ma
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.2008). Além disso, a arbitragem proporciona uma solução com tem-
po determinado, aliviando o “afogamento” pelo qual o Poder Judiciário 
passa em virtude da quantidade e da morosidade dos processos.
O acordo é denominado convenção de arbitragem, porém, só poderá 
ocorrer se tiver sido previsto em um contrato inicial que faça referência 
a compromisso arbitral ou cláusula compromissória. 
IMPORTANTE 
No processo de arbitragem, não existe mais a comunicação entre as 
partes. Desse modo, não há diálogo. Portanto, é preciso que um tercei-
ro direcione as ações (ALVES et al., 2017, p. 263).
 
2.2 Solução por jurisdição
A solução judicial ou por jurisdição caracteriza-se pela composição 
da disputa exercida pelos juízes e tribunais provenientes do Estado, que 
fazem as vezes do terceiro, alheio e substituto às partes, para decidir 
definitivamente	e	impor	a	solução.
A	sentença	da	ação	judicial	é	a	forma	definitiva	da	resolução	do	con-
flito de interesses trazida pelo Poder Judiciário, a qual sempre estará 
sob as determinações e interpretações das leis vigentes que serão apli-
cadas de acordo com os fatos. Nesse processo, não há a tentativa de 
resolução por benefícios mútuos, já que o juiz determinará, de acordo 
com os fatos apresentados e a lei concernente, as atribuições de cada 
parte na solução do conflito julgado.
É importante lembrar que, mesmo que o destino da causa esteja em 
uma terceira pessoa que fará valer tão somente o que abrangem os fatos 
e as leis, sempre existirá a intenção de criar um espaço construtivo de re-
solução de conflitos, e não apenas de julgamento. Por isso, em qualquer 
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fase do processo, é possível a mediação ou a conciliação, pois o interes-
se de autocomposição é sempre maior do que a sentença, uma vez que 
o consenso é atingido pelas partes, com a possibilidade de benefícios 
mútuos e sem a imposição de um terceiro.
PARA SABER MAIS 
A mediação, conciliação e arbitragem são métodos extrajudiciais de 
resolução de conflitos, enquanto somente a jurisdição é considerada a 
forma judicial de composição.
 
3 Diferença entre juiz, árbitro, mediador, 
conciliador 
Conforme	apresentado	anteriormente,	a	figura	do	juiz,	do	árbitro,	do	
mediador e do conciliador representa uma terceira pessoa, indepen-
dente das partes, desinteressada com o resultado da ação em si, porém 
interessada na solução do conflito estabelecido. Entretanto, esses qua-
tro papéis são distintos em vários outros pontos, pois cada um deles 
tem	uma	atuação	específica	dentro	da	composição	de	um	conflito	e/ou	
de um processo judicial.
3.1 Juiz
O juiz é o representante do Estado para fazer valer as decisões da 
esfera judicial com a aplicação das normas e das leis estabelecidas, 
após a análise dos fatos e dos documentos. Para assumir a carreira 
de juiz, necessariamente deve-se ser aprovado em “concurso público 
de provas e títulos, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três 
anos de atividade jurídica”, conforme artigo 93 da Constituição Federal 
(BRASIL, 1988, art. 93).
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.O juiz é um amplo conhecedor das leis e da dinâmica do Estado, por 
isso analisa os fatos e as petições das partes conflitantes, ouve as par-
tes e as testemunhas e ordena o detalhamento de provas, bem como de 
laudos periciais e outros documentos técnicos necessários. Diante de 
todas as evidências, estabelece as providências que devem ser toma-
das pelas partes do processo.
A postura do juiz também garante a imparcialidade à causa, estan-
do ele totalmente alheio às partes, e o total desinteresse pessoal nos 
resultados da sentença, mas com o intuito de assegurar a convivência 
social e a ordem pública por meio da neutralização do conflito com a 
imposição de uma decisão.
3.2 Árbitro
O árbitro é indicado quando as partes envolvidas estão em conflito 
em razão de divergências contratuais ou direitos patrimoniais e neces-
sitam de um recurso rápido e determinante para o dissenso.
O objetivo do árbitro é buscar informações técnicas sobre um as-
sunto	específico	para	a	sua	 tomada	de	decisão.	Portanto,	ele	ouve	a	
narrativa das partes, dos advogados e das testemunhas, analisa docu-
mentos e pode solicitar o auxílio de peritos também. O árbitro poderá 
decidir o litígio fundamentado nas regras do direito. 
IMPORTANTE 
O árbitro de uma ação é como um juiz de fato e de direito, e é permitido 
que ele articule a sentença arbitral que será irrevogável, porém, isso 
não lhe confere o poder jurisdicional (ALVES et al., 2017).
 
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De acordo com as Leis no 9.307/1996 e no 13.129/2015, o árbitro 
pode	ser	qualquer	pessoa	capaz	e	que	tenha	a	confiança	das	partes,	
além de possuir as seguintes características: “imparcialidade, indepen-
dência, competência, diligência e discrição” (BRASIL, 1996).
Apesar	de	a	lei	não	exigir	formação	específica,	é	ideal	que	o	árbitro	
tenha experiência no tema de natureza do conflito para o qual foi nome-
ado, para facilitar o seu julgamento dos fatos controversos, além de ter 
noções de direito e conhecer o Regulamento de Arbitragem e o Código 
de Ética para Árbitro.
Essa atividade é possível, por exemplo, ao contador, uma vez que ob-
jetiva resolver questões contratuais ou relativas a direitos patrimoniais, 
sendo	esses	aspectos	estudados	pelo	profissional	da	contabilidade.
3.3 Mediador
Atua como facilitador da comunicação para que as próprias partes 
consigam chegar a um acordo. O mediador não tem como principal 
objetivo a solução do conflito puramente, mas o reestabelecimento da 
relação existente entre os polos em disputa.
A atuação do mediador é mais adequada aos casos em que houve 
vínculo anterior entre as partes, a exemplo do que ocorre em matéria so-
cietária e de direito de família. O mediador não sugere qualquer solução 
para o conflito. Sua função é a de auxiliar as partes a compreenderem 
as razões da discórdia, de maneira que elas possam reestabelecer a 
comunicação	e	identificar,	por	si	próprias,	soluções	que	atendam	mutu-
amente aos interesses. Para tanto, o mediador vale-se de técnicas pró-
prias, com diálogo, paciência, simplicidade e constante esclarecimento.
O mediador pode ser designado pelo tribunal ou escolhido pelas par-
tes. Segundo a Lei no 13.140 (BRASIL, 2015c), que dispõe sobre mediação: 
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.Art. 9o Poderáfuncionar como mediador extrajudicial qualquer 
pessoa	capaz	que	tenha	a	confiança	das	partes	e	seja	capaci-
tada para fazer mediação, independentemente de integrar qual-
quer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele 
inscrever-se. [...]
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, gra-
duada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de 
instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha 
obtido capacitação em escola ou instituição de formação de me-
diadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aper-
feiçoamento de Magistrados – Enfam ou pelos tribunais, observa-
dos os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional 
de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
Isto	é,	faz-se	necessário	que,	para	atuar	como	mediador	de	confli-
tos, haja capacitação para lidar com as dinâmicas das relações e da 
comunicação. Também exigem-se conhecimentos multidisciplinares 
em aspectos sociológicos, psicológicos, de comunicação e de direito.
A prática da mediação tem sido bastante explorada pelo campo da 
psicologia, pois os psicólogos estão aptos para lidar com aspectos psi-
cológicos e emocionais e, atuando como mediadores, são capazes de 
perceberem e considerarem não só os elementos objetivos requeridos, 
mas também os afetivos e inconscientes dos conflitos, ultrapassando 
as questões jurídicas. Assim, podem proporcionar a adequada solução 
e o reestabelecimento da relação. 
Seguindo essa linha de pensamento, o Conselho Federal de 
Psicologia incentiva e disponibiliza centros especializados na promo-
ção da comunicação entre as partes, de modo a prevenir ou solucionar 
os conflitos, por exemplo, na mediação familiar que envolvem aspectos 
complexos	e	para	os	quais	são	mais	indicados	a	figura	do	mediador.
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3.4 Conciliador
O conciliador é o sujeito que tem interesse na pura solução do con-
flito e é mais indicado quando não houve nem haverá vínculo entre as 
partes, ou seja, quando a intenção dos conflitantes é apenas encontrar 
um desfecho para a causa em disputa.
O conciliador pode sugerir soluções para o litígio, sendo, porém, proi-
bido que haja constrangimento ou imposição de caminhos para que as 
partes	conciliem.	O	profissional	ouve	as	partes	e	propõe	acordos	que	
possam	beneficiar	a	todos	os	envolvidos.	Muitas	vezes,	essas	propos-
tas	vão	sendo	modificadas	com	a	ajuda	do	próprio	conciliador	até	que	
se chegue ao acordo mais satisfatório para as partes.
Por ser o conciliador uma espécie de mediador, as mesmas regras 
e	competências	aplicam-se	aos	dois	profissionais,	 e	são	exigidos	os	
conhecimentos	interdisciplinares,	acrescentando	ao	profissional	conci-
liador: exercer certa autoridade, tomar iniciativas, fazer recomendações 
e advertências e apresentar sugestões, com vistas à conciliação.
4 Perícia contábil judicial e extrajudicial
Conforme	a	NBC	TP	01	(CFC,	2015),	define-se	perícia	contábil	como:
O	conjunto	de	procedimentos	técnicos	e	científicos	destinados	
a levar à instância decisória elementos de prova necessários 
a subsidiar a justa solução do litígio, mediante laudo pericial 
contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com 
as	normas	jurídicas	e	profissionais,	e	a	legislação	específica	no	
que for pertinente.
Isso indica que, durante a composição do litígio, o árbitro ou o juiz 
podem	necessitar	de	um	parecer	profissional	especializado,	do	qual	o	
sentenciador não tenha o conhecimento indicado, ou que necessite de 
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.maiores informações para se chegar à justa solução. O perito contábil 
também	atua	como	meio	para	a	solução	pacífica	de	conflitos.	Existem	
dois tipos de perícia contábil: a judicial e a extrajudicial.
Na perícia contábil judicial, o juiz nomeia um perito-contador in-
dependente	e	de	sua	confiança,	dentro	da	tutela	do	Poder	Judiciário,	
para atuar na sentença, averiguar os fatos levantados e apresentar 
seu laudo por escrito, inclusive respondendo aos quesitos (perguntas 
técnicas) determinados.
PARA SABER MAIS 
Além do perito contábil, que é nomeado pelo juiz, as partes do processo 
podem nomear assistentes técnicos, que têm a mesma especialização 
contábil que o perito, porém agem em favor das partes, auxiliando na 
elaboração das perguntas técnicas que serão enviadas ao perito do juiz 
e emitindo o parecer técnico.
 
Já na perícia contábil extrajudicial, acontece o oposto da judicial, 
pois ela ocorre fora da tutela do Poder Judiciário. Pode ser contratada 
por uma das partes interessadas ou por consenso de todos os requisi-
tantes, com o objetivo de atuar no levantamento e na averiguação dos 
fatos e também como procedimento preparatório para uma eventual 
ação judicial. 
Isso demonstra que a perícia contábil é um meio de auxílio para a 
solução de conflitos, podendo ser aplicada na esfera judicial ou extraju-
dicial, além de que o perito também pode atuar como árbitro ou, quando 
necessário, como perito arbitral.
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Considerações finais
Este capítulo teve por objetivo apresentar noções gerais de soluções 
pacíficas	de	conflitos	e	diferenciar	os	métodos	de	solução	de	conflitos	
entre judiciais e extrajudiciais. Para isso, foram apresentados os con-
ceitos de autocomposição e heterocomposição. 
A autocomposição é a resolução consensual entre as partes, poden-
do ser direta, quando se entendem por si só ou por intermédio de um 
representante, ou indireta, quando conta com o auxílio de um terceiro, 
seja um mediador, seja um conciliador.
O mediador tem por interesse principal o reestabelecimento da re-
lação existente e da comunicação perdida, para que as partes consi-
gam expor suas necessidades e opiniões de modo a chegar em um 
acordo e permanecer com a relação que foi anteriormente abalada. Já 
a conciliação é um processo mais simples e, por vezes, mais rápido, 
uma vez que o conciliador propõe soluções de acordo com as infor-
mações das partes e não há a preocupação primordial em continui-
dade da relação.
Quanto à heterocomposição e seus meios, trata-se de que a decisão 
não parte dos litigantes mas de um terceiro, alheio às partes envolvidas, 
as	quais	se	submeterão	à	decisão	tomada	por	essa	figura,	que	pode	ser	
o árbitro ou o juiz.
O	árbitro	é	um	profissional	de	confiança	das	partes	e	nomeado	por	
elas para prover um julgamento de acordo com a análise dos fatos e 
dos documentos e mediante o contrato assinado entre os participan-
tes, que já estabeleceram previamente a presença de uma conven-
ção de arbitragem em caso de controvérsia e que estarão sujeitos às 
decisões desta. 
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.O	juiz,	por	sua	vez,	é	o	profissional	nomeado	pelo	Estadopara	re-
solver o litígio, impondo a decisão a todas as partes; também o fará de 
acordo com a análise dos fatos, dos documentos e das testemunhas, 
porém no intuito de retomar a ordem pública, por meio do cumprimento 
das leis vigentes e concernentes ao caso.
Mediação, conciliação e arbitragem são meios extrajudiciais para a 
resolução de conflitos; jurisdição é um meio judicial de composição de 
conflitos,	 em	que	 o	 Estado	 usa	 sua	 força	 para	manter	 a	 pacificação	
social e dar solução justa. Nesse caso, a perícia judicial auxilia o juiz na 
tomada de decisão quanto ao conflito estabelecido.
Destaca-se que os conflitos são inerentes à existência humana 
porque	 as	 relações	 são	 plurais,	 peculiares	 entre	 si	 e	 também	 confli-
tuosas. Uma vez que não há como eliminar a ocorrência do conflito 
da	vida	humana,	não	se	deve	suprimi-lo;	pelo	contrário,	o	conflito,	quan- 
do adequadamente administrado, pode gerar resultados positivos 
(VASCONCELOS, 2008).
Referências
ALVES, A. et al. Perícia contábil I. Porto Alegre: Sagah, 2017.
BARROS, Veronica Altef. Mediação: forma de solução de conflito e harmonia 
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79070160.pdf. Acesso em: 5 dez. 2019.
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htm. Acesso em: 9 jan. 2019.
27Solução pacífica de conflitos: meios e métodos
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Capítulo 2
Estrutura do 
ordenamento 
jurídico brasileiro
Entender a formação do ordenamento jurídico brasileiro é importan-
te para compreender o funcionamento das leis e da justiça no Brasil. A 
Constituição Federal (BRASIL, 1988) é considerada a maior lei do orde-
namento jurídico nacional, composta por várias normas. A hierarquia 
entre as leis é essencial para compor uma ordem e também para as-
segurar o controle da validade e a abrangência das normas, ou para 
solucionar eventual divergência entre elas.
Neste capítulo, serão apresentadas a hierarquia das leis, a diferença 
entre direito público e direito privado, as leis incidentes, a sua interpreta-
ção e a sua aplicação para que seja possível identificar a aplicação das 
legislações incidentais e específicas da perícia contábil.
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.
1 A hierarquia das leis
O sistema legislativo brasileiro tem 4 planos normativos instalados a 
serem respeitados (figura 1):
Figura 1 – Planos normativos do sistema legislativo brasileiro
Sistema 
legislativo nacional
Sistema 
legislativo federal
Sistema 
legislativo estadual
Leis editadas no exercício de
competência dos estados
Engloba a Constituição Federal 
e suas emendas e 
leis complementares
Leis editadas no exercício de
competência dos municípios
Engloba as leis federais: 
ordinárias, delegadas, 
medidas provisórias e 
decretos legislativos
Sistema 
legislativo municipal
A figura 1 demonstra que apenas o sistema legislativo nacional está 
em nível superior aos três demais, os quais são iguais hierarquicamente 
entre si, uma vez que todas as leis devem buscar seu fundamento de 
validade na Constituição Federal, a qual estabelece suas diretrizes, po-
dendo entregar a competência para que os estados ou os municípios 
legislem suas matérias específicas. Portanto, eventuais conflitos entre 
essas normas são sanados de acordo com a competência do ente fe-
derado para o tratamento da matéria e não pelo critério hierárquico.
Além disso, cada sistema legislativo deve-se atentar também para o 
ordenamento jurídico a ser seguido para cada uma de suas normas. As 
leis não têm todas a mesma ordenação e alcance, apresentando dife-
renças em essência e força, para que, diante de uma divergência entre 
determinações sobre o mesmo assunto, a lei de maior dimensão afaste 
os efeitos de uma lei de grau inferior. 
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Essa ordenação parte do filósofo e jurista austríaco Hans Kelsen em 
seu livro Teoria pura do direito, cuja primeira edição data de 1934. O au-
tor considerou o direito como um sistema de normas organizado, sob o 
fundamento de objetividade e validade da norma jurídica que somente 
passa a ser obrigatória e válida em virtude do comando de uma norma 
superior.
Para isso, o autor instituiu que o direito se assemelha a uma pirâmide 
normativa, considerando que, uma vez que no decorrer do tempo as nor-
mas são atualizadas ou completadas para melhor solucionar às neces-
sidades de um povo, deve-se considerar que esses regulamentos só po-
dem ser revogados ou alterados por outro de igual ou superior hierarquia.
Figura 2 – Pirâmide normativa de Kelsen
Leis constitucionais
Leis complementares
Leis ordinárias e leis delegadas
Medidas provisórias
Decretos legislativos
Resoluções e atos administrativos
A
B
C
D
E
F
Fonte: adaptado de Kelsen (1999).
1.1 Leis constitucionais
Ponto mais elevado do ordenamento são as leis presentesna 
Constituição Federal, a que todas as demais normas devem estar su-
bordinadas. Carvalho (2018, p. 78) diz que elas sobrepõem as demais 
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.normas e “abriga, em grande parte, regras de estrutura, quer dizer, nor-
mas que prescrevem como outras normas devem ser produzidas, mo-
dificadas ou extintas”. Além de constar as permissões para os demais 
sistemas legislativos agirem.
PARA SABER MAIS 
A atual Constituição Federal é a sétima na história do Brasil. Veja a 
seguir a estrutura da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988):
• Título I – Princípios fundamentais. 
• Título II – Direitos e garantias fundamentais.
• Título III – Organização do Estado.
• Título IV – Organização dos Poderes.
• Título V – Defesa do Estado e das instituições.
• Título VI – Tributação e orçamento.
• Título VII – Ordem econômica e financeira.
• Título VIII – Ordem social.
• Título IX – Disposições gerais. 
 
1.1.1 Emendas à Constituição
Processo legislativo que promove modificação pontual à Consti-
tuição. Apesar de o texto constitucional ser considerado rígido – quando 
apenas por meio de processo especial é possível alterá-lo –, é também 
passível de reformas e atualizações em face da dinâmica da própria 
vida social. Uma vez promulgadas, as emendas são incorporadas à 
Constituição, integrando-a, ficando com o mesmo valor hierárquico.
Cabe ressaltar, porém, que não são sobre todos os temas que as 
emendas à Constituição podem ser adotadas. A própria Lei Consti-
tucional, em seu artigo 60, inciso 4o (BRASIL, 1988), protege algumas 
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matérias, chamadas de cláusulas pétreas, das quais as emendas não 
podem versar, sendo elas: 
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais. (BRASIL, 1988, § 4o).
1.2 Leis complementares
São integradoras das normas constitucionais, tendo como propó-
sito regular pontos da Constituição que não estejam suficientemen-
te explicitados. Portanto, são prescritas para complementar, explicar, 
adicionar algo à Constituição, conforme uma previsão expressa no 
próprio texto. A lei complementar não altera a Constituição ou cria 
novas regras, apenas regula as leis que já estão presentes no texto 
constitucional.
Um exemplo de lei complementar muito utilizada na área contábil 
é o Código Tributário Nacional (CTN), que “dispõe sobre o Sistema 
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário apli-
cáveis à União, Estados e Municípios” (BRASIL, 1966). Foi acolhido 
pela Constituição de 1988 por meio de seu artigo 146, como status de 
lei complementar.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, 
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária. 
(BRASIL, 1988).
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.IMPORTANTE 
A lei complementar não altera a Constituição ou cria novas regras, ape-
nas regula as leis que já estão presentes no texto constitucional.
 
1.3 Leis ordinárias
São as leis produzidas pelo Poder Legislativo da União, pelos esta-
dos e pelos municípios no campo de suas competências constitucio-
nais. Essas matérias seguem o seguinte fluxo: proposição do projeto 
de lei; discussão e análise em plenário; votação e aprovação por de-
putados ou senadores e, posteriormente, sanção pelo chefe do Poder 
Executivo, o presidente da República.
Na prática, a lei ordinária costuma ser denominada simplesmen-
te “lei”, sem qualquer adjetivação. São leis ordinárias: o Código Civil, o 
Código de Processo Civil e os Códigos em geral, a lei eleitoral, a de so-
ciedade anônima, a do trabalho, a de defesa do consumidor, etc.
1.4 Leis delegadas
Têm a mesma hierarquia das leis ordinárias, porém, são elaboradas 
e editadas pelo presidente da República, em razão de permissão do 
Poder Legislativo, por delegação expressa por meio de uma resolução do 
Congresso Nacional, que deverá especificar seus conteúdos e os termos 
de seus exercícios. São utilizadas para casos chamados de “relevância 
e urgência”, quando, por exemplo, a construção e aprovação de uma lei 
ordinária levaria muito tempo para poder agir em determinado fato.
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NA PRÁTICA 
A última Lei Delegada instituída no Brasil foi no ano de 1992, pelo até 
então presidente Fernando Collor. Veja:
Lei Delegada no 13, de 27 de agosto de 1992.
Institui Gratificações de Atividade para os servidores civis do 
Poder Executivo, revê vantagens e dá outras providências.
O presidente da República, faço saber que, no uso da dele-
gação constante da Resolução no 1, de 1992-CN, decreto a 
seguinte lei:
[...]
Brasília, 27 de agosto de 1992; 171o da Independência e 
104o da República.
Fernando Collor. (BRASIL, 1992).
 
1.5 Medidas provisórias
São atos normativos, com força de lei, que podem ser praticados 
pelo presidente da República em caso de urgência e relevância. Apesar 
de produzirem efeitos imediatos, as medidas provisórias (MPs) preci-
sam da apreciação pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado) e da 
aprovação para se converter definitivamente em lei ordinária. 
O prazo inicial de sua vigência é de sessenta dias, prorrogado auto-
maticamente por igual período, caso não tenha sua votação concluída. 
Porém, se não for aprovada no prazo de 45 dias, a contar da sua pu-
blicação pelo presidente, a medida impede todas as outras votações 
legislativas que estiverem tramitando em qualquer uma das Casas 
(Câmara ou Senado) até que seja votada. Se for ultrapassado o prazo 
de sessenta dias e a MP não for aprovada, ela perde a sua validade.
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.Figura 3 – Esquematização de vigência e regime de urgência da medida provisória
Presidente da
República
Lei
Decreto
legislativo
Publicação da 
medida provisória 
Congresso 
Nacional 
Sanção 
ou veto 
45 dias
Regime de urgência
6045
Prazo: 60 dias
600
Prorrogação + 60 dias
120
Durante o período de sua vigência, a MP deve ser examinada pelo 
Congresso Nacional, que a sancionará, transformando-a em lei ordi-
nária, ou a vetará, tendo, portanto, que publicar um decreto legislativopara coordenar os efeitos jurídicos gerados durante a vigência da MP.
Destaca-se que caso o Congresso Nacional não edite o decreto le-
gislativo para versar as relações sobre a perda do efeito da MP após o 
veto, em vez de perder a eficácia, as ordenações e as relações pratica-
das durante sua vigência serão mantidas, por considerar essa ação do 
Poder Legislativo como uma omissão.
PARA SABER MAIS 
As MPs são uma inovação da Constituição Federal de 1988. Anterior-
mente a elas, eram praticados os decretos-leis, prescritos pela Cons-
tituição Federal de 1937, que eram atos expedidos pelo presidente da 
República em período de exceção ou de transição (quando não existe 
o Poder Legislativo regular, modificando ou revogando leis em vigor). 
Eram editados em caso de urgência e publicados no Diário Oficial da 
União, remetidos ao Congresso Nacional para serem apreciados no 
prazo de sessenta dias e, caso não fossem examinados nesse período, 
eram aprovados por decurso de prazo.
 
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1.6 Decretos legislativos
São atos de competência exclusiva do Congresso Nacional para 
versar sobre as matérias previstas no art. 49 da Constituição Federal 
(BRASIL, 1988) e regulamentá-las, por exemplo:
 • tratados e acordos internacionais;
 • aprovar o estado de defesa e a intervenção federal;
 • julgar as contas prestadas pelo presidente da República.
1.7 Resoluções
São atos do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara 
dos Deputados que, geralmente, discutem e editam matérias de suas 
competências e interesses específicos em âmbito interno, como 
questões concernentes à licença ou à perda de cargo por deputados 
ou senadores. 
Existem também as resoluções editadas pelos poderes executivo 
e judiciário no intuito de regulamentar leis sobre determinados assun-
tos, também específicos, como as resoluções editadas pelo Conselho 
Nacional de Justiça.
2 A Constituição Federal
De acordo com o dicionário Michaelis, o termo “constituição” 
significa:
o conjunto das leis fundamentais que regulam a organização po-
lítica de uma nação, geralmente proposto e votado por um con-
gresso constituído por representantes do povo, impondo regras de 
ação inflexíveis quanto aos limites das atividades e competências 
dos poderes públicos e estabelecendo direitos, deveres e garantias 
individuais de seus cidadãos, buscando assegurar a ordem social, 
a paz e a justiça para todos. (MICHAELIS, 2019). 
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.Segundo Martins (2015, p. 55), “a Constituição é o conjunto normati-
vo disciplinador de um país”, sendo que na sociedade moderna é dever 
do Estado ou Governo assegurar direitos e garantias fundamentais à 
sua população.
A Constituição Federal (CF) de 1988 é considerada uma das mais 
modernas e extensas do mundo e especifica os direitos individuais e 
coletivos dos brasileiros. Em seu preâmbulo:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, des-
tinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fra-
terna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social 
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solu-
ção pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de 
Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL. (BRASIL, 1988).
A Constituição divide os direitos em concepções. A primeira preten-
de valorizar o homem, assegurar liberdade a fim de formar a sociedade 
civil, isto é, direitos à liberdade e igualdade. A segunda concepção es-
tabelece direitos econômicos, sociais, culturais e coletivos. A terceira 
concepção pretende proteger o meio ambiente, o patrimônio comum da 
humanidade, a comunicação e a paz.
Para garantir o cumprimento de cada uma dessas concepções, o 
texto constitucional divide os direitos em ramos, trata de leis para cada 
um deles e hierarquiza as leis e o Poder Judiciário.
3 Ramos do direito 
Segundo Martins (2015, p. 4), “o Direito é um conjunto de princí-
pios, de regras e de instituições destinado a regular a vida humana 
em sociedade”, ou seja, é um conjunto, pois é formado por várias par-
tes organizadas em um sistema, com princípios próprios, como os da 
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boa-fé, por exemplo, com regras que são compreendidas em códigos 
em geral ou nas inúmeras leis, além de instituições que criam, exe-
cutam e organizam essas regulações, como os Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário.
Em razão das várias partes do sistema do direito, ele costuma ser 
segregado, perfazendo os ramos do direito. A primeira ramificação tra-
ta-se do direito natural e do direito positivo. De maneira diagramada, os 
ramos do direito podem ser ilustrados da seguinte forma:
Figura 4 – Organograma do direito
Direito
Natural Positivo
Nacional
Constitucional
Administrativo
Financeiro
Processual
Econômico
Penal
Tributário
Seguridade
Público Privado Público Privado
Internacional
EmpresarialCivil
Trabalho
O direito natural é aquele inerente à própria raça humana em contato 
com o ambiente ao seu redor, em que as regras são estabelecidas pela 
natureza e não pelo homem. Cabe somente ao homem adaptar-se às 
leis imutáveis e preservá-las para garantir a sobrevivência e a conti-
nuidade de sua própria espécie, para que assim se utilize dos demais 
ramos do direito. Por não ser possível interferência humana, o direito 
natural não possui subdivisões.
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.Já o direito positivo é a regra estabelecida pelo homem, enquanto 
regulador de suas atividades em sociedade, é a norma legal proveniente 
dos órgãos que têm por intuito principal assegurar a convivência so-
cial e a ordem pública, geralmente representadas pela figura do Estado. 
Para o direito positivo existe uma subdivisão entre: direito internacional 
e direito nacional. Estes, por sua vez, são novamente subclassificados 
em direito público e direito privado.
O direito internacional público pretende regular questões internacio-
nais de ordem pública e envolvem todas as nações, garantindo a relação 
entre elas, a partir de uma visão da humanidade como um todo. Alguns 
exemplos são os tratados internacionais, a Organização das Nações 
Unidas (ONU), as declarações e as convenções referentes à guerra e à 
paz, entre outros.
O direito internacional privado objetiva regular a relação das pesso-
as entre as divisões territoriais em que existam normas diferentes para 
cada território sobre um mesmo assunto, por exemplo, leis de imigração, 
casamento entre diferentes nacionalidades, leis de trabalhoou qualquer 
outra em que o sujeito esteja sob diferentes normas jurídicas em razão 
do espaço territorial que ocupa em determinado momento.
Por conseguinte, os direitos nacionais público e privado são seme-
lhantes às características de classificações do direito internacional, en-
tretanto versam sobre as relações dentro da nação específica a que 
se referem. Portanto, o direito nacional público envolve os processos 
regulatórios de manutenção do bem comum do Estado e das pessoas 
à mercê dele (MARTINS, 2015). 
Fazem parte do direito nacional público: 
 • o constitucional – são os princípios e as regras de estrutura do 
Estado que garantem os direitos individuais; por ser uma norma 
hierárquica superior, prevalece sobre todas as outras;
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 • o econômico – trata-se do conjunto de princípios, de regras e 
de instituições que visam à intervenção do Estado no domínio 
econômico, a fim de garantir uma organização da ordem econô-
mica com relação à soberania de autogestão pelo Estado, à pro-
priedade privada, à livre concorrência, à defesa do consumidor, 
do meio ambiente e do trabalho e à redução das desigualdades 
regionais e sociais; 
 • o administrativo – regula a atividade das pessoas jurídicas 
públicas, das instituições e dos órgãos públicos, podendo ser 
todos os ministérios e as secretarias ou empresas públicas que 
exploram atividade econômica; 
 • o penal – o conjunto de normas jurídicas que trata de delitos e 
crimes, tendo em vista que os indivíduos podem infringem as leis 
estabelecidas e atingir natureza criminal em seus atos, necessi-
tando de medidas aplicáveis a quem pratica tais atos, além de 
tipificar os crimes e as penas para eles; 
 • o financeiro – disciplina a despesa, a receita, o orçamento e o 
crédito públicos para garantir o funcionamento das atividades 
do Estado; 
 • o tributário – rege o poder fiscal do Estado e suas relações; trata 
sobre uma das receitas públicas que é o tributo e se baseia nos 
princípios da legalidade, da anterioridade, da igualdade, da veda-
ção do confisco e da uniformidade;
 • o processual, a saber, civil, penal e trabalhista – diz respeito ao 
Poder Judiciário e ao juiz, bem como sobre o desenvolvimento do 
processo, pois entende-se que cabe ao Estado julgar as questões 
que lhe forem submetidas, tornando o direito aplicável;
 • o da seguridade social (previdência social, assistência social e 
saúde) – são os princípios que estabelecem um sistema de 
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.proteção social aos indivíduos contra circunstâncias que os im-
peçam de prover suas necessidades pessoais básicas e, por isso, 
dependem do Poder Público, que visará assegurar seus direitos 
relativos à saúde, à previdência social e à assistência social.
O direito nacional privado responsabiliza-se pelos interesses indivi-
duais das pessoas, pelas normas contratuais estabelecidas de modo 
particular entre as partes de uma negociação, pela necessidade e von-
tade em estabelecer e manter relações individuais entre os sujeitos da 
sociedade (MARTINS, 2015). Portanto, engloba:
• direito civil – trata-se dos princípios e das regras que instituem 
as relações entre pessoas, fatos, atos jurídicos, família e suces-
sões, e entre pessoas e bens de que se utilizam, obrigações e 
contratos;
• direito empresarial (antigo direito comercial) – regula os atos 
empresariais por meio de um conjunto de normas disciplina-
res sobre os direitos e as obrigações dos empresários, sobre as 
sociedades, as propriedades industriais, etc.;
• direito do trabalho – objetiva proteger o empregado contra pos-
síveis abusos praticados pelo empregador e assegurar melhores 
condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com 
medidas de proteção estabelecidas pelo Estado, de modo a com-
pensar a superioridade econômica do empregador em relação ao 
empregado, dando ao último, portanto, superioridade jurídica.
PARA PENSAR 
João foi contratado como funcionário da empresa ABC. Seu contrato de 
trabalho é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma nor-
ma de ordem pública que incide sobre a relação de emprego. Em sua opi-
nião, o direito do trabalho poderia pertencer ao direito público? Por quê?
 
43Estrutura do ordenamento jurídico brasileiro
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As ramificações do direito são critérios utilizados para clarificar o 
sistema complexo que envolve a ciência do direito, porém, é importante 
ressaltar que todas as classificações se relacionam entre si e se com-
plementam, principalmente o direito público e o privado, uma vez que 
o público não se encerra no estatal, assim como também não há um 
interesse privado que seja completamente autônomo, independente, 
isolado do interesse público.
PARA PENSAR 
Como as atividades de perícia podem atuar em cada ramo do direito? E 
qual seria o seu papel em cada um deles?
 
4 Direito processual 
O ramo do direito de maior atuação das perícias em geral, ou espe-
cificamente da perícia contábil, é o direito processual em qualquer uma 
das três áreas – civil, penal ou trabalhista –, pois um processo judicial 
tem como intuito levar ao juiz os elementos de prova necessários para 
assegurar uma solução justa à ação. 
As pessoas, como componentes essenciais da sociedade, são do-
tadas de direitos e obrigações para com o Estado e para com outras 
pessoas com que se relacionam. São consideradas pessoas tanto as 
físicas quanto as jurídicas.
Pessoas físicas são todas aquelas com personalidade civil, iniciada 
quando do nascimento, e com capacidade jurídica, podendo ser de di-
reito ou de fato. A capacidade de direito é adquirida no nascimento com 
vida, e a de fato caracteriza-se pelo discernimento para a prática de 
seus atos, expressão de suas vontades e consciência plena.
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.As pessoas jurídicas são as entidades constituídas por pessoas ou 
bens que possuam vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios, 
podendo ser essas públicas (União, estados, municípios, autarquias) ou 
privadas (associações, sociedades, fundações privadas, organizações 
religiosas, partidos políticos).
PARA SABER MAIS 
A pessoa jurídica possui personalidade jurídica própria e foi criada para 
garantir a distinção entre a pessoa jurídica e os seus membros, que são 
as pessoas físicas, principalmente nas relações entre os patrimônios e 
as responsabilidades para com eles. 
Sendo o patrimônio objeto da contabilidade, o princípio da entidade é 
aplicado nesse caso, quando reconhece que o patrimônio da instituição 
não se confunde com o patrimônio dos seus sócios.
 
Essas pessoas estabelecem entre si fatos e atos jurídicos, que são 
os acontecimentos a partir dos quais as relações jurídicas se formam, 
se modificamou se extinguem, provenientes da ação humana que pre-
tende adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
Dos atos jurídicos, surge o negócio jurídico, que se trata da vontade 
de uma pessoa em adquirir, modificar, alterar ou extinguir uma relação 
jurídica. A pessoa adquire quando compra um bem; modifica quando 
cede direitos, altera quando faz renovação; extingue quando faz o pa-
gamento ou desfaz uma sociedade.
Os defeitos dos negócios jurídicos, provenientes de erro, dolo, coa-
ção, estado de perigo, lesão, fraude e conflitos, são abordados dentro 
das ações processuais, colocando em exercício a tutela do Estado para 
solução das controvérsias existentes entre as partes, dentro de termos 
e procedimentos coordenados. 
As ações judiciais em geral, sejam elas de qualquer área do direito 
processual (civil, penal ou trabalhista), têm como elementos os sujeitos, 
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que são autor e réu; o objeto, que se trata do pedido de um pronuncia-
mento judicial; e a causa, que presume a existência de um direito asse-
gurado ao autor, o qual gerou a necessidade de garanti-lo. 
Além disso, todas as causas estão sujeitas a procedimentos co-
muns a elas, por exemplo, indicar, na petição inicial, todos os elementos 
das ações (sujeitos, objeto e causa); o fato com as suas especificações; 
o pedido e os fundamentos jurídicos dele; e as provas com que pretende 
demonstrar serem verdadeiros os fatos por ele levantados.
Em um método de heterocomposição de conflitos – como no pro-
cesso jurisdicional –, as provas merecem destaque, pois são elas que 
levam o julgador à convicção em relação à veracidade ou não dos fatos 
apresentados pelas partes, dando a ele subsídios para decidir de manei-
ra mais justa possível o litígio por meio da comprovação fundamentada.
Nesse ponto, a perícia assume, de acordo com o Código de Processo 
Civil (BRASIL, 2015), a posição de um dos meios de provas admitidas, 
que consistem em exame, avaliação e vistoria de uma ou mais pro-
vas das quais seja necessário obter informações técnicas ou melhor 
qualificação sobre determinado assunto, com o objetivo de confirmar a 
veracidade dos fatos e instaurar a convicção do juiz.
4.1 Direito processual civil
O ramo do direito de maior atuação das perícias em geral, ou es-
pecificamente da perícia contábil, é o direito processual em qualquer 
uma das três áreas – civil, penal ou trabalhista –, pois, em um processo 
judicial, a perícia tem como intuito levar ao juiz os elementos de prova 
necessários para assegurar uma solução justa à ação.
A maior parte das regras do direito processual civil está no Código 
de Processo Civil – Lei no 13.105/2015 (BRASIL, 2015) –, que ordena, 
disciplina e interpreta a condução do processo civil.
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4.2 Direito processual penal
O direito processual penal trata a condução de um processo de na-
tureza criminal sob o conjunto de normas jurídicas que regula o poder 
punitivo do Estado, o direito penal. A sua principal fonte é a Constituição 
Federal, na qual, principalmente no artigo 5o, estão presentes os direitos 
e as garantias fundamentais, bem como os direitos e os deveres indivi-
duais e coletivos (BRASIL, 1988). 
O texto constitucional apresenta alguns crimes no artigo 5o (incisos 
XLI, XLII, XLIII e XLIV). Define também os princípios que devem regular 
todos os processos penais: legalidade, ampla defesa e irretroatividade.
Quadro 1 – Os três princípios que regulam os processos penais 
LEGALIDADE AMPLA DEFESA IRRETROATIVIDADE
A Constituição Federal emana 
que não há crime sem nenhuma 
lei anterior definindo-o como 
tal ou que ninguém será 
processado ou sentenciado 
senão pela autoridade 
competente, nem privado da 
liberdade ou de seus bens sem 
o devido processo legal.
Ninguém será considerado culpado 
até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória, e até então não 
poderá ser submetido à identificação 
de criminoso ou se admitir, no 
processo, as provas obtidas por 
meios ilícitos. Além disso, aos 
acusados em geral são assegurados 
o contraditório e a ampla defesa, 
com os meios e os recursos a ela 
inerentes.
A lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu, sendo que 
ele não pode ser considerado 
culpado de um ato que não era 
crime no momento cometido.
Fonte: adaptado de Brasil (1988).
Além disso, prescreve as punições a serem adotadas quando com-
provado o crime, podendo ser: privação da liberdade, perda dos bens, 
multas, prestações de serviços sociais, suspensão ou interdição de di-
reitos. E, por fim, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) define os limites 
de aplicações das penas e os direitos dos réus (incisos XLVII, XLVIII, 
XLIX, LI, LXI, LXIII, LXV, LXVI e LXVII).
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O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, chamado 
Código Penal, estabelece de maneira mais completa as penas e os 
crimes, sendo a segunda fonte de regulamentação do direito proces-
sual penal. Apesar de antigo, o Código possui várias alterações pos-
teriores para compreender a maioria dos crimes e das penas, estando 
sempre, porém, sujeito aos crimes, princípios e limites impostos pela 
Constituição Federal.
4.3 Direito processual trabalhista
O direito brasileiro não possui um Código de Processo do Trabalho. 
Em razão disso, a maior parte das normas de processos trabalhistas 
está entre os artigos 643 e 910 da CLT; ela também possui normas que 
regulam a atuação e os limites entre empregadores e empregados.
O direito processual civil também é uma fonte subsidiária do direito 
processual trabalhista, no caso de não haver na CLT regras para de-
terminados casos e desde que não seja incompatível com a própria 
Consolidação. Por isso, os processos trabalhistas são conduzidos sob 
os mesmos princípios do direito processual em geral e do Código de 
Processo Civil.
PARA SABER MAIS 
Consulte na Constituição Federal e na CLT os artigos e os incisos cita-
dos no capítulo para conhecer os textos originais da legislação. Vale 
uma conferida!
 
Considerações finais
Este capítulo teve como objetivo elucidar conceitos sobre a hierar-
quia das leis e sua relevância, apontando também as normatizações 
possíveis para garantir ao Estado sua função regulamentadora e man-
tenedora da ordem pública.
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.Foram apresentados os ramos do direito, sendo que partem dele os 
direitos natural e positivo. Do direito positivo derivam o internacional e 
o nacional, ambos com subdivisões de público e privado. No campo do 
direito nacional público estão o constitucional, o econômico, o adminis-
trativo, o penal, o financeiro, o tributário, o processual e o da seguridade 
social;

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