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Universidade Estadual De Maringá Centro de Ciências Exatas Departamento de Química QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II / Turma 032 SÍNTESE DO CLORETO DE HEXAAMINOCOBALTO(III) E CLORETO DE PENTAAMINOCLOROCOBALTO(III) E NITRATO DE TETRAAMINCARBONATOCOBALTO(III) E TRIAMINTRINITROCOBALTO(III) E ANALISAR CONDUTÂNCIA E EFETIVIDADE DE TROCA IÔNICA DOS COMPLEXOS SINTETIZADOS E ANÁLISE DOS COMPLEXOS UTILIZANDO O DIAGRAMA DE TANABE-SUGANO E SÍNTESE DO CLORETO DE PENTAMINNITRITOCOBALTO(III) Discente: Geovane Perez da Silva RA: 112267 Onessimo Gelli Raymundo Junior RA: 93945 Caio Augusto do N. Pinheiro RA: 99746 João Luiz Zampiroli RA: 107114 Docente: Hagata Cremasco da Silva Maringá 2022 1. INTRODUÇÃO O termo complexo significa um átomo metálico central ou íon rodeado por uma série de ligantes, e um ligante é um íon ou molécula que pode ter sua existência independente, como o complexo [Co(NH3)6]+3 que nesse caso o íon Co3+ está rodeado por seis ligantes NH3. O termo composto de coordenação é designado para um complexo neutro ou um composto iônico que pelo menos um dos íons é um complexo. As principais características das estruturas geométricas dos complexos de metais foram descobertas pelo químico suíço Alfred Werner (1866-1919), a série de cores que os compostos de coordenação refletem diretamente suas estruturas eletrônicas. O número de coordenação de um compostos de coordenação reflete diretamente em sua estrutura e principalmente arranjo espacial, como por exemplo o composto mencionado anteriormente [Co(NH3)6]+3 é hexacoordenado, ao qual é o arranjo mais comum entre as configuração eletrônicas no intervalo d0 a d9.¹ Na ausência de agentes oxidantes a oxidação do [Co(NH3)6]+3 é pouco favorável e o Co(III) é reduzido pela água, na presença de complexantes como o NH3 a estabilidade do Co (III) aumenta, uma peculiaridade é o fato de que este íon Co³+ demonstra uma afinidade em particular com o NH3. Quase todos os complexos Co3+ são octaédricos e são sintetizados pela oxidação do Co2+ em solução na presença de ligantes mais um catalisador.¹ O elemento cobalto é um sólido de coloração branca azulada brilhante, os complexos de cobalto (III) são estáveis e muito numerosos devido a energia de estabilização do campo cristalino que apresenta uma configuração 3d6, já os complexos de cobalto (II) apresentam uma configuração 3d7 que não provoca um emparelhamento dos elétrons. Ademais, Alfred Wernes postulou que a maioria dos elementos possuem dois tipos de valência: valência primária e secundária. A primária indica o número de oxidação e a secundária indica o número de coordenação do elemento. Por exemplo, o cloreto de hexamimcobalto(III), possui valência primária três e secundária seis. A fórmula utilizada, [Co(NH3)6]Cl3, indica que as moléculas de amônia e o cobalto formam um complexo, e os ânions cloretos não fazem parte do complexo, mas estão ligadas a ele por forças eletrostáticas. Para além, na análise de condutância elétrica se analisa a capacidade resistiva de um material ao momento que se passa uma corrente elétrica, dessa forma, quanto maior for a resistividade de um material, mais difícil será a passagem da corrente elétrica. Sua condutância varia de acordo com o número de partículas portadoras de cargas, como os íons presentes na solução. A condutância não é uma análise muito precisa entre eletrólitos, devido sua variação de acordos com os mesmos no meio, contudo para meio de referência é possível distinguir eletrólitos diferentes, assim correlacionando com a sua carga molecular. E também, a cromatografia de troca iônica ocorre a separação dos íons com base na afinidade com a resina trocadora de íons, presente na bureta, variando-a de acordo com o objetivo desejado e quais íons se deseja separar. Para separar íons desejados se pode usar uma resina moderna que são hidrocarbonetos altamente polimerizados, contendo grupos ionizados, sua estrutura fundamental é um íon grande, permeável, insolúvel, que não difunde e obtido através de um polímero de rede cruzada tridimensional. A estrutura está diretamente relacionada com o íon oposto, para que ocorra a troca iônica, dessa forma podemos exemplificar resinas catiônicas e aniônicas, altamente usadas para a cromatografia.2 2. OBJETIVO Preparação de cloreto de hexaaminocobalto(III) e cloreto de pentaaminoclorocobalto(III), a partir de cloreto de cobalto(II) hexa-hidratado.Preparação de nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III) e triamintrinitrocobalto(III). E depois, avaliar a condutância dos quatro complexos sintetizados e por fim, avaliar a efetividade de troca iônica e sua caracterização estequiométrica dos complexos. 3. METODOLOGIA 3.1 Síntese do cloreto de hexaaminocobalto(III) Primeiramente deixou-se um béquer com 50 ml de água destilada em banho de gelo, para ser usada nos próximos passos do experimento, após se mediu 2 g de NH4Cl e se dissolveu em 10 mL de água destilada em um Erlenmeyer de 125 mL, assim foi aquecida a solução lentamente até a ebulição e se adicionou 3,0188 g de CoCl2.6H2O e ainda quente se adicionou 0,2 g de carvão ativado no Erlenmeyer ainda quente e se resfriou o sistema com água corrente. Após, na capela, adicionou-se 8 mL de solução concentrada de NH3 e resfriou a mistura em banho de gelo em até aproximadamente 10 °C. Após o tempo, acrescentou-se 6 mL de uma solução de H2O2 a 30% m/m, lentamente gota a gota e cautelosamente, assim após a adição se aqueceu a mistura contida no Erlenmeyer por 5 minutos e agitada periodicamente com um agitador magnético para evitar o superaquecimento. Posteriormente o Erlenmeyer foi resfriado em água corrente e transferido para um banho de gelo até a sua temperatura chegar próxima de 0 °C, assim se observou a formação de um sólido alaranjado misturado ao carvão e assim se filtrou em um funil de Buchner sob pressão reduzida e lavado com 5 mL de água destilada gelada. Após a filtragem, substituiu-se o Kitassato por um limpo e adicionado lentamente no mesmo funil 40 mL de água destilada quente e se filtrou novamente, o filtrado foi recolhido em um erlenmeyer e foi adicionado 2 mL de HCl concentrado e a solução foi resfriada em banho de gelo com agitação contínua, logo após o precipitado foi filtrado em um funil de vidro se lavou o sólido com duas porções de 5 mL de álcool etílico absoluto e duas porções de 5 mL de éter etílico e se deixou secar ao ar, pesado e armazenado. 3.2 Síntese do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III) Para a síntese de cloreto de pentaaminoclorocobalto(III), foi pesado 2,5 g de NH4Cl, que foi misturado com 15 mL de solução concentrada de NH3 em um erlenmeyer de 125 mL. Em seguida, sob agitação constante, foi adicionado a solução 5 g de CoCl2.6H2O em pequenas porções, sempre dentro da capela. Depois disso, adicionou-se 8 mL de H2O2 30% de forma lenta e cuidadosamente em frações de 1 mL. Assim, aguardou-se a efervescência cessar e adicionou-se lentamente 15 mL de HCl concentrado; em seguida, durante 20 minutos, agitou-se e aqueceu a solução mantendo a temperatura entre 80 a 90 °C. Depois disso, colocou-se a mistura em banho de gelo até temperatura próxima de 0 °C. Logo em seguida, filtrou-se sob pressão reduzida o sólido formado, que foi lavado com 16 mL de água gelada em porções de 4 mL, seguido de 5 mL de álcool etílico e 2,5 mL de éter etílico. Por fim, armazenou-se o composto no funil sinterizado no dessecador. 3.3 Síntese do nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III) Para a síntese do nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III), foi pesado 10 g de CO3(NH4)2, que foi dissolvido em 30 mL de água seguido de adição de 30 mL de NH4OH; reservou-se essa solução chamada de solução A. Em seguida, foi pesado 7,5 g de Co(NO3).6H2O, que foi dissolvido em 15 mL de água, a esta solução foi adicionado a solução A, sob agitação. Depois de homogeneizado, foi adicionado a solução 4,0 mL de H2O2 30% bem lentamente. Depois disso, a solução foi aquecida, sem deixar ferver, e adicionou-se ao poucos 2,5 de CO3(NH4)2 sólido. A solução continuou em aquecimento até a evaporaçãode metade do volume, depois disso, filtrou-se a solução ainda quente e separou-se o filtrado em um béquer. Em seguida, deixou-se o filtrado chegar a temperatura ambiente e colocou-se em banho de gelo por uma hora para a decantação. Por fim, filtrou-se sob pressão reduzida, o sólido vermelho formado foi lavado com 10 mL de água e depois armazenou-se no dessecador. 3.4 Síntese do triamintrinitrocobalto(III) Para a síntese do triamintrinitrocobalto(III) foi pesado 3,5 g de carbonato de cobalto, CoCO3 e reservou-se. Depois disso, adicionou-se em um béquer de 100 mL uma mistura contendo 20 mL de água e 5 mL de ácido acético glacial que foi posta em aquecimento. Ao iniciar a fervura foi adicionado o carbonato de cobalto pesado anteriormente, agitando com agitador magnético até a dissolução completa. Essa solução foi denominada de solução A. Depois de dissolvido, cessou-se o aquecimento e deixou-se esfriar à temperatura ambiente. Em seguida, em um béquer de 250 mL adicionou-se 7,5 g de nitrito de sódio, NaNO2, pesado previamente e também 35 mL de hidróxido de amônio concentrado, NH4OH, e agitou-se até a dissolução completa do sal. Essa solução foi denominada de solução B. Depois disso, juntou-se às soluções A e B, até a homogeneização e colocou-se a mistura em banho de gelo por 5-10 minutos. Em seguida, ainda em banho de gelo, adicionou-se 5 mL de peróxido de hidrogênio, H2O2, 50 volumes, de 1 em 1 mL, sempre agitando com bastão de vidro. Após adicionar os 5 mL, agitou-se a solução por mais 5 minutos e em seguida colocou-se em banho de gelo por mais 20 minutos. Enquanto aguardava-se o resfriamento, pesou-se em um vidro de relógio 7,5 g de carbonato de amônio, NH4CO3, junto com 0,5 g de carvão ativo. Assim, adicionou-se, lentamente, o conteúdo pesado no vidro de relógio a solução que estava em resfriamento e marcou-se com uma caneta adequada o volume presente no béquer e, em seguida, levou-se a mistura para aquecimento com agitação magnética. Deixou-se que solução entrasse em ebulição, mas sem deixar o nível baixar mais de ⅕ da medida marcada com a caneta, com a diminuição do volume fez-se necessário adicionar água quente para manter o volume marcado inicialmente. Esse processo de aquecimento foi realizado por 35-40 minutos, ou até ser observado um sólido amarelo na superfície ou nas paredes do béquer. Assim, cessou-se a agitação e deixou-se a solução em repouso por 5 minutos para decantação do carvão, em seguida, filtrou-se utilizando filtro comum e papel de filtro pregueado, com a solução ainda quente. Por fim, aguardou-se o filtrado esfriar em banho de gelo para a formação dos cristais, depois utilizando um funil de vidro sinterizado, filtrou-se o produto final, lavando com 5 mL de água gelada e etanol em excesso. Guardou-se o produto em um dessecador para depois calcular-se o rendimento. 3.5 Condutância eletrolítica dos complexos preparados nas aulas anteriores Utilizando-se os complexos preparados nas sínteses anteriores, pesou-se 0,0267 g de [Co(NH3)6]Cl3 do primeiro complexo e depois pesou-se 0,0250 g de [Co(NH3)5Cl]Cl2, em seguida, 0,0266 g de [Co(NH3)4CO3]NO3, e por fim, 0,0296 g de [Co(NH3)(NO2)3]. Assim, em quatro balões volumétricos de 100 mL, adicionou-se, respectivamente, cada complexo e completou-se com água deionizada até o aferimento do menisco e agitou-se para homogeneizar a solução. Em seguida, colocou-se respectivamente cada solução em béqueres com volume suficiente para aferição. Depois disso, utilizando o condutivímetro, fez-se a leitura da condutância e preencheu-se a tabela disponibilizada. 3.6 Efetividade de troca iônica e caracterização da estequiometria dos complexos Para a caracterização dos complexos, em um béquer foi pesado 10 g de resina de troca fornecida pelo professor. Em seguida, adicionou-se ao béquer 30 mL de ácido clorídrico de concentração 9 M, e utilizando-se um agitador magnético deixou-se a mistura em agitação por 30 minutos, sem aquecimento. No decorrer dos 30 minutos, preparou-se solução 5,0 mM de cada um dos complexos, utilizando os valores fornecidos de massa da tabela contida no material prático. Depois disso, montou-se um suporte universal contendo uma bureta e nessa bureta foi adicionado, utilizando-se um bastão de vidro, um pequeno pedaço de algodão no fundo da bureta, em seguida, após os 30 minutos, colocou-se a solução contendo a resina, de forma lenta e cuidadosa na bureta, tomando cuidado para evitar a formação de bolhas. Assim, deixou-se escoar o líquido pela bureta até o nível da resina, sem deixar que a resina fique seca, e adicionou-se mais 5 mL de HCl 9 M e escoou-se lentamente, repetindo o procedimento três vezes, sempre sem deixar a resina secar. Depois disso, lavou-se a coluna com 500 mL de água deionizada, fazer a lavagem com aproximadamente 300 mL de água e testar utilizando AgNO3 se houve a retirada de todos os íons cloretos, fazer a lavagem até o teste não indicar a presença do cloreto. Sempre não deixando a coluna secar. Após o fim da lavagem, escoou-se toda a água até o nível da resina e pipetou-se 10 mL de solução dos complexos preparada anteriormente e fez-se a lavagem da coluna com a solução. Escoar-se até o nível da resina e deixar em repouso por 25 minutos. Em seguida, adicionou-se 5 mL de água deionizada na coluna e escoou até o nível da resina, realizou-se o procedimento por mais 3 vezes e testou-se com papel universal de pH até que não foi mais verificada a característica ácida da solução (nessa etapa utilizou-se um erlenmeyer para coletar a solução). Por fim, a solução coletada foi titulada com hidróxido de sódio, utilizando-se fenolftaleína como indicador, até o ponto de viragem e realizou-se os cálculos de estequiometria. 3.7 Síntese do Cloreto de Pentaminnitritocobalto(III) Para a síntese do cloreto de pentaminnitritocobalto(III), pesou-se 5,03 g de cloreto de amônio, NH4Cl, e dissolveu-se o cloreto de amônio em 30 mL de uma solução aquosa concentrada de hidróxido de amônio e agitou-se até a completa dissolução. Em seguida, ainda em agitação magnética, adicionou-se 10,06 g de cloreto de cobalto II hexahidratado lentamente até a completa dissolução. Depois disso, ainda em agitação magnética, adicionou-se bem lentamente, 8 mL de peróxido de hidrógeno, H2O2, 30 %. Essas etapas foram realizadas dentro da capela. Posteriormente, após a efervescência cessar, filtrou-se em funil comum e o filtrado foi resfriado até aproximadamente 10 °C. Assim, a solução gelada foi adicionado 4 pontas de pipeta contendo uma solução de HCl 3 mol L-1 e também 3 pontas de pipeta contendo uma solução de HCl 12 mol L-1, e utilizando-se um papel indicador de pH, verificou-se a neutralização da solução em pH 7. Depois disso, adicionou-se 5 g de nitrito de sódio, NaNO2, à solução e dissolveu-se completamente, assim colocou-se a solução em banho de gelo por 30 minutos. Após os 30 minutos, filtrou-se em funil sinterizado o precipitado obtido e lavou-se com 20 mL de água gelada e 20 mL de álcool etílico. E por fim, colocou-se no dessecador para posterior análises. 4. RESULTADO E DISCUSSÕES 4.1 Síntese do cloreto de hexaaminocobalto(III) A partir da realização do experimento foi possível solucionar as questões pertinentes. A reação de preparação do complexo cloreto de hexaaminocobalto(III) é classificada como oxirredução. Primeiramente, utiliza-se o NH4Cl como fonte primária de ligantes amônia, ou seja, a sua adição em água e aquecimento desloca o equilíbrio no sentido de formação de gás NH3, que contribui para a estabilidade do complexo ao aumentar a entropia, visto na equação 01: NH4Cl(aq) → NH3(aq) + HCl(aq) Eq. 01 Em seguida, ocorre a adição de cloreto de hexaaquocobalto(II), que é um ácido de Lewis duro, que possui afinidade a ligantes nitrogenados, e reage com o pouco de amônia presente na solução, formando [Co(H2O)4(NH3)2]Cl2, de coloração roxo/azulada. Ainda não ocorreu a substituição de todos os ligantes. O carvão ativado é um catalisador heterogêneo e foi utilizado com intuito de ajudar a controlar a temperatura para que a amônianão evaporasse e para catalisar a troca de ligantes, ocorrendo de forma mais rápida. Com a posterior adição de hidróxido de amônio, NH4OH concentrado, ocorre a troca de todos os ligantes do cloreto de hexaaquocobalto(II), formando [Co(NH3)6]Cl2, de coloração escura, visto na equação 02 a seguir: [Co(H2O)6]+2Cl2(aq) + 6 NH3(aq) → [Co(NH3)6]+2Cl2(aq) + 6 H2O(l) Eq. 02 Depois disso, resfriou-se a solução até aproximadamente 10°C e houve a adição de peróxido de hidrogênio 30%, para que ocorresse a oxidação do Co II a Co III, vista na equação 03 a seguir. A adição do H2O2 é feita a frio porque o peróxido de hidrogênio a quente sofreria decomposição antes de oxidar o cobalto. 2 [Co(NH3)6]+2Cl2(aq) + H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)6]+3Cl2(aq) + 2 OH-(aq) Eq. 03 A utilização do peróxido de hidrogênio é feita por ele ser um ótimo agente oxidante, o O2 tem maior potencial redutor que tende a reduzir e não oxidar o Co, por isso não é utilizado. Em seguida, fez-se a filtração com água para retirar o carvão ativado. Ao filtrado foi adicionado ácido clorídrico concentrado quente, que facilita a energia de ativação, pois os Cl- presentes se ligarão ao complexo por forças eletrostáticas formando o cloreto de hexaaminocobalto(III), que possui coloração alaranjada, visto na equação 04 a seguir: [Co(NH3)6]+3Cl2(aq) + Cl-(aq) → [Co(NH3)6]Cl3(s) Eq. 04 Por fim, a lavagem com etanol e éter etílico é feita por serem solventes com alta volatilidade, que ajudam a secar a amostra. Além de serem polares e não solubilizam o complexo formado. A reação global de formação do cloreto de hexaamincobaltoIII pode ser vista na equação 05 a seguir: 2 CoCl2(aq) + 10 NH3(aq) + 2 NH4Cl(aq) + H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)6]Cl3(s) + 2 H2O(l) Eq. 05 A estrutura do cloreto de hexaaminocobalto(III) é a vista na figura 01 a seguir: Figura 01. Cloreto de hexaaminocobalto(III) Fonte: https://dokumen.tips/documents/pratica-de-sintese-de-complexos.html A estrutura do íon hexaaminocobalto(III) é a vista na figura 02 a seguir: https://dokumen.tips/documents/pratica-de-sintese-de-complexos.html Figura 02. Hexaaminocobalto(III) Fonte: https: //xdocs.com.br/doc/experimento-1-cloreto-de-hexaaminocobalto-iii-loxxpwzlmkox E também, o íon hexaaminocobalto(II) é a vista na figura 03 a seguir: Figura 03. Hexaaminocobalto(II) Fonte: https: //cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/14260307062016Quimica_de_Coordenac ao_Aula_3.pdf O rendimento percentual do experimento está disposto a seguir: 1 mol de CoCl2.6H2O —------- 237,83 g X —-------- 3,0188 g X = 0,0126 mol de CoCl2.6H2O Como a proporção da reação é de 2:2, o mesmo número de mols de CoCl2.6H2O é o de [Co(NH3)6]Cl3. 1 mol de [Co(NH3)6]Cl3 —----- 267,35 g 0,0126 —------ Y Y = 3,393 g de [Co(NH3)6]Cl3 Que seria o rendimento máximo da reação, porém o valor obtido foi de 1,95 g. O que representa um rendimento de 57,47 %. 4.2 Síntese do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III) A partir da realização do experimento foi possível solucionar as questões pertinentes. A utilização de NH4Cl em água misturada a NH4OH proporciona uma solução saturada de amônia, que serve como fonte de ligantes NH3. Em seguida, ocorre a adição de cloreto de hexaaquocobalto(II) que reage com a amônia, na seguinte equação 01: [Co(H2O)6]+2Cl2(aq) + 5 NH3(aq) → [Co(NH3)5(H2O)]+2Cl2(aq) + 5 H2O(l) Eq. 01 Diferentemente da prática de preparação do cloreto de hexaaminocobalto(III), não há aquecimento da solução de NH4Cl e amônia concentrada, porque não queremos que ocorra a substituição por seis ligantes amônia. Depois disso, ocorre a adição do peróxido de hidrogênio 30% a fim de oxidar o Co II a Co III, visto na equação 02 a seguir. Como a solução não foi aquecida não há perigo de decomposição do H2O2. 2 [Co(NH3)5(H2O)]+2Cl2(aq) + H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)5(H2O)]+3Cl2(aq) + 2 OH-(aq) Eq. 02 Assim, a adição do ácido clorídrico concentrado serve para adicionar cloretos no complexo, substituindo assim o ligante água por um ligante cloreto, formando o [Co(NH3)5Cl]+3Cl2, visto na equação 03 a seguir: [Co(NH3)5(H2O)]+3Cl2(aq) + Cl-(aq) → [Co(NH3)5Cl]+3Cl2(s) Eq. 03 Além disso, evidencia-se que na preparação do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III), [Co(NH3)5Cl]+3Cl2, não utiliza-se a presença de carvão ativado como catalisador, como é utilizado no cloreto de hexaaminocobalto(III), porque o carvão aumenta a troca de ligantes e nesse caso não queremos que sejam somente ligantes amônia no complexo. Para além disso, utiliza-se a água gelada para que não ocorra a solubilização do complexo em água, uma vez que a água gelada é menos solúvel que em temperatura ambiente ou quente. A lavagem com etanol serve para retirar possíveis intermediários da reação e o éter por ser muito volátil ajuda no processo de secagem do composto, além de serem solventes polares que não solubilizam o complexo. A reação global de formação do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III), pode ser vista na equação 05 a seguir: CoCl2(aq) + 2 NH4Cl(aq) + 8 NH3(aq) + H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)5Cl]+3Cl2(s) + 2 H2O(l) Eq. 05 Ademais, acredita-se que para a obtenção de [Co(NH3)4Cl2]+3Cl2 deve-se diluir ainda mais o cloreto de amônio, para que se tenha menos ligantes amônia disponíveis, ou seja, mais ligantes água que são trocados por ligantes cloreto na adição de ácido. Por conseguinte, a estrutura do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III), [Co(NH3)5Cl]+3Cl2, é a seguir: Figura 01. Estrutura do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III). Fonte: https://dokumen.tips/documents/pratica-de-sintese-de-complexos.html A estrutura do cloreto de tetraaminodiclorocobalto(III), [Co(NH3)4Cl2]+3Cl2, é a seguir: Figura 02. Estrutura do cloreto de tetraaminodiclorocobalto(III). Fonte: https://dokumen.tips/documents/pratica-de-sintese-de-complexos.html A estrutura do cloreto de triaminotriclorocobalto(III), [Co(NH3)3Cl3]+3Cl2, é a seguir: Figura 03. Estrutura do cloreto de triaminotriclorocobalto(III). Fonte: https://dokumen.tips/documents/pratica-de-sintese-de-complexos.html Por fim, fez-se os cálculos do rendimento do experimento. https://dokumen.tips/documents/pratica-de-sintese-de-complexos.html 1 mol de CoCl2.6H2O —------- 237,83 g X —-------- 5,00 g X = 0,021mol de CoCl2.6H2O Como a proporção da reação é de 2:2, o mesmo número de mols de CoCl2.6H2O é o de [CoCl(NH3)5]+3Cl2. 1 mol de [CoCl(NH3)5]+3Cl2—----- 250,40 g 0,042 —------ Y Y = 5,2584 g de [CoCl(NH3)5]+3Cl2 Que seria o rendimento máximo da reação, porém o valor obtido foi de 2,7756 g. O que representa um rendimento de 52,78 %. 4.3 Síntese do nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III) A partir da realização do experimento foi possível solucionar as questões pertinentes. Em um primeiro momento, o carbonato de amônio, CO3(NH4)2, foi solubilizado em água para formação dos íons CO3-2 e NH4, com a adição de hidróxido de amônio concentrado (NH4OH), houve maior número de NH4 no meio reacional, deslocando o equilíbrio na formação de NH3. Assim, essa solução serve como fonte primária de ligantes NH3. Visto nas equações a seguir. CO3(NH4)2(s) + H2O(l) → CO3-2(aq) + NH4(aq) Eq. 01 CO3-2(aq) + NH4(aq) + NH4OH(aq) → H2CO3(aq) + NH3(g) Eq. 02 Assim, ocorre a adição de solução de nitrato de cobalto(II) hexahidratado [Co(H2O)6](NO3)2, que reage com a amônia, formando o nitrato de hexaaminocobalto(II) [Co(NH3)6](NO3)2. Representado na equação 03 a seguir. [Co(H2O)6](NO3)2(aq) + NH3(g) → [Co(NH3)6](NO3)2(aq) + 6 H2O(l) Eq. 03 Depois disso, ocorreu a adição lentamente de uma solução de peróxido de hidrogênio que fez a oxidação do Co+2 a Co+3. [Co+2(NH3)6](NO3)2(aq) + H2O2(aq) → [Co+3(NH3)6](NO3)2(aq) + 2 OH-(aq) Eq. 04 Em seguida, a adição de mais carbonato de amônio, a fim de proporcionar ligantes CO3-2, para que ocorra a troca de um ligante amônia por um CO3-2, visto na equação 05 a seguir: [Co+3(NH3)6](NO3)2(aq) + CO3-2(aq) → [Co+3(NH3)4CO3]NO3(aq) + 2 NH3(aq) + NO3-(aq) Eq. 05 O rendimento da reação é o seguinte: [Co(H2O)6](NO3)2 → [Co(NH3)4CO3]NO3 291,035 g/mol —------248,93 g/mol 7,5 g —------ X X= 6,41 g de [Co(NH3)4CO3]NO3 6,41 g —---- 100% 2,72 g —--- Y Y= 42,5 % de rendimento na realização do experimento. Por fim, fez-se a caracterização do nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III). Em dois tubos de ensaio adicionou-se H2SO4 diluido. Em um deles foi adicionado NaCO3 e no outro o tetraamincarbonatocobalto(III). Foi observado que a adição de NaCO3 gerou efervescência no tubo e no segundo tubo ocorreu efervescência bem mais branda que no primeiro. Isso significa que no primeiro tubo, contendo somente o NaCO3, o íon carbonato reage com o ácido formando gás carbônico. No tubo dois, contendo o complexo resultante, em tese não era para acontecer efervescência, uma vez que o CO3-2 está complexado e não reagiria com o ácido. Porém, acredita-se que tenha ficado CO3-2 rodeando o complexo, que resultou numa efervescência branda. Em seguida, fez-se o mesmo teste utilizando dois tubos de ensaio, porém, contendo solução de cloreto de bário. Em um deles foi adicionado o NaCO3 e no outro o complexo. Com o carbonato de sódio ocorreu a precipitação de um sólido insolúvel que é o BaCO3, resultante da reação de simples troca com o cloreto de bário, uma vez que o CO3-2 está livre na solução. Já no segundo tubo de ensaio, que foi adicionado o complexo, não ocorreu a precipitação, em virtude de que o CO3-2 está complexado ao cobalto, não estando livre para reagir com o cloreto de bário. 4.4 Síntese do triamintrinitrocobalto(III) A partir da realização do experimento foi possível solucionar as questões pertinentes. Em um primeiro momento, adicionou-se carbonato de cobalto, CoCO3, a uma solução de ácido acético glacial e agitou-se em agitador magnético até a completa dissolução, seguindo a equação 01 a seguir: CoCO3(s) + 2 CH3COOH(aq) → Co(CH3COO)2(aq) + CO2(g) + H2O(l) Eq. 01 Depois disso, em outro béquer adicionou-se nitrito de sódio, NaNO2, e colocou-se hidróxido de amônio, NH4OH, concentrado e agitou-se até a dissolução do sal, seguindo a equação 02 a seguir. Percebeu-se que essa reação tem um caráter endotérmico porque esfriou a parede do béquer. Essa reação serviu como fonte de ligantes NO2. NaNO2(s) + NH4OH(aq) → NO2-(aq) + NaOH(aq) + H2O(l) Eq. 02 Em seguida, juntou-se a solução da equação 1 e 2 até a homogeneização e aguardou esfriar, uma vez que a reação apresentou um caráter exotérmico esquentando a parede do béquer e com uma coloração roxo-amarelado. Nesse momento há uma troca dos ligantes CH3COO por três ligantes nitro. Seguindo a equação 03 a seguir. Co(CH3COO)2(aq) + 3 NO2-(aq) → Co(NO2)3(aq) + 2 CH3COO-(aq) Eq. 03 Depois disso, ainda em banho de gelo, adicionou-se bem lentamente peróxido de hidrogênio, H2O2, para que ocorra a oxidação do Co+2 a Co+3. Após colocar todo o peróxido de hidrogênio, continuou a agitação por mais cinco minutos para que ocorresse a devida oxidação, uma vez que em banho de gelo a reação acontece mais lentamente. Após a oxidação do cobalto, fez-se a adição de de carbonato de amônio, (NH4)2CO3, a solução bem lentamente, nesse processo o carbonato de amônio fornece ligantes amônia para o complexo. Seguindo a equação 04 a seguir. Nessa etapa é utilizado carvão ativo para catalisar a reação e controlar a temperatura, uma vez que essa etapa fica em aquecimento por 35 a 40 minutos até ser observado um sólido amarelo na superfície ou nas paredes do béquer. Co+3(NO2)3(aq) + 3 (NH4)2CO3(s) → [Co+3(NH3)3(NO2)3](aq) + 3 CO3-2(aq) Eq. 04 Por fim, deixou-se a solução em repouso para o carvão decantar e ser removido por filtração comum e aguardou-se o filtrado esfriar em banho de gelo para que se formasse os cristais. O rendimento da reação ainda não foi realizado porque não pesou-se os cristais formados. (Incluir depois o rendimento) 4.5 Condutância eletrolítica dos complexos preparados nas sínteses anteriores As tabelas a seguir ilustram o procedimento experimental realizado. Tabela 01. Massas dos complexos pesadas para análise de condutância. Complexo Massa a ser pesada para 100 mL de solução 1,0mM Massa pesada (real) Concentração corrigida [Co(NH3)6]Cl3 0,0267 g 0,0267 g 0,998.10-3 M [Co(NH3)5Cl]Cl2 0,0250 g 0,0251 g 1,00.10-3 M [Co(NH3)4CO3]NO3 0,0266 g 0,0269 g 1,08.10-3 M [Co(NH3)3(NO2)3] 0,0296 g 0,0289 g 1,16.10-3 M Em seguida, fez-se a leitura da condutância no condutivímetro e preencheu-se a tabela 02 a seguir. Tabela 02. Valores de condutância para os complexos sintetizados.. Complexo Condutância (S/cm) Condutância mM ΛmM Valor teórico de ΛmM a 25 °C [Co(NH3)6]Cl3 396,00 380,03 Ω-1cm2mol-1 461 Ω-1cm2mol-1 [Co(NH3)5Cl]Cl2 240,50 230,80 Ω-1cm2mol-1 261,3 Ω-1cm2mol-1 [Co(NH3)4CO3]NO3 103,3 98,84 Ω-1cm2mol-1 90,5 Ω-1cm2mol-1 [Co(NH3)3(NO2)3] 60,19 57,76 Ω-1cm2mol-1 1,6 Ω-1cm2mol-1 A partir dos resultados obtidos concluiu-se que o primeiro complexo formado, o cloreto de hexaaminocobalto(III), é o que mais conduz corrente elétrica, uma vez que ele é o que mais possui ânions, possuindo três cloretos. O cloreto de pentaaminclorocobalto(III) é o segundo maior condutor dos complexos, uma vez que possui dois ânions cloreto que conduzem corrente elétrica. Por conseguinte, o nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III) é o terceiro maior condutor, uma vez que possui apenas um ânion nitrato presente em sua composição. Os valores obtidos para esses três complexos condizem com o valor teórico, as variações podem ocorrer por causa de uma má solubilização do complexo, fazendo que eles conduzam menos corrente elétrica. Por fim, o complexo triamintrinitrocobalto(III), esperava-se que a condutância fosse mínima de acordo com o valor teórico, uma vez que não há presença de íons nesse complexo. Porém no dia da prática de condutância, o complexo tinha acabado de ser lavado com etanol e não deixou-se o tempo necessário no dessecador, ou seja, a presença de solventes eletrolíticos no complexo fez que o valor de condutância dele fosse muito maior que o valor teórico. 4.6 Efetividade de troca iônica e caracterização da estequiometria dos complexos síntetizados A partir da realização do experimento foi possível solucionar as questões pertinentes. Em um primeiro momento, pesou-se 10 g de resina de troca catiônica e em seguida realizou-se a ativação da resina utilizando-se ácido clorídrico de concentração 9 mol.L-1, por 30 minutos em agitação. Depois disso, montou-se um suporte universal com uma bureta, contendo um pequeno pedaço de algodão em seu interior, a fim de não permitir que a resina escoasse, assim, transferiu-se a solução contendo a resina para a bureta, muito lentamente para evitar bolhas durante o empacotamento da resina. Depois disso, lavou-se mais três vezes com ácido clorídrico 9 mol.L-1, sem nunca deixar que a resina fique seca. Importante ressaltar mais uma vez que a coluna não pode secar!!! Em seguida, lavou-se a coluna com água deionizada, a fim de remover o excesso de ácido, sempre não deixando a coluna secar. Assim, fez-se teste com AgNO3, a fim de verificar a existência de cloreto, realizou-se até que não houvesse detecção de íons cloreto. Não deixando a coluna secar. Depois disso, utilizou-se uma solução previamente preparada de cada complexo sintetizado nas práticas anteriores e lavou-se a coluna com 10 mL da solução de cada complexo em diferentes buretas para cada um. Essa lavagem tem que ser realizada de forma lenta e cuidadosa. Aqui espera-se que os íons H+ que foram presos na resina sejam trocados pelos íons presentes nos complexos. Assim, foi feita a lavagem com água deionizada a fim de remover os íons H+ que foram trocados, fazendo-se a lavagem até que o pH deixe de ser ácido. Nesse momento, percebe-se uma variação de cor importante. A solução do complexo, por exemplo da primeira prática tem uma coloração alaranjada, e quando lava-se com a água deionizada a coloração é perdida e passa-se a ser incolor, indicando que houve a troca dos íons H+ presente na resina pelos íons presentes no complexo, ou seja, o complexo deixou de estar complexado e passou a ser incolor. Por fim, o conteúdoescoado foi titulado com hidróxido de sódio, utilizando-se fenolftaleína, a fim de determinar quantos mols de íons cloreto e nitrato da prática dois foram adicionados à coluna (valor teórico) e por meio dos resultados da titulação quantos mols de íons escoaram pela coluna (valor experimental). Com esses resultados em mãos averiguou-se que a estequiometria do complexo é a esperada. Tabela 03. Valores de concentração para os complexos. Complexo Massa p/ 100 mL de solução 5,0mM Massa real pesada Concentração corrigida Valor de NaOH utilizado [Co(NH3)6]Cl3 0,1335 g 0,1335 g 5,76.10-3 M 0,7 mL [Co(NH3)5Cl]Cl2 0,1250 g 0,1252 g 4,98.10-3 M 0,7 mL [Co(NH3)4CO3] NO3 0,1330 g 0,1330 g 5,34.10-3 M 0,4 mL A partir dos resultados obtidos foram feitas as seguintes conclusões. Para a prática 1: 0,1 mol de NaOH — 1000 mL X — 0,7 mL X = 7.10-5 mol de NaOH nNaOH=nHCl, porém [Co(NH3)6]+3 + 3 Cl-, portanto a reação é de 1:3 Assim, 1 — 3 Y—7.10-5 Y = 2,33.10-5 de complexo que seria o valor teórico adicionado à coluna. 1 mol do complexo [Co(NH3)6]Cl3 — 267,35 g Z —- 0,1335 g Z = 4,99.10-4 mol de complexo [Co(NH3)6]Cl3 4,99.10-4 mol —- 100 mL R —- 10 mL R = 4,99.10-5 mol, que seria o valor experimental encontrado. Portanto, fazendo a relação valor experimental/valor teórico encontra-se um valor de razão de 2,14. O que indica que a proporção de 1:3 pode estar incorreta ou existem problemas durante o experimento que podem ocasionar tal erro. Os principais problemas encontrados são: durante a última lavagem a correção do pH foi feita até o ponto 6 em vez do ponto 7, ou seja, não foi retirado todos os cloretos da resina ocasionando o erro da proporção. Além disso, a solução de hidróxido de sódio não foi padronizada para a utilização, o que pode ter ocasionado um erro durante a titulação. Para a prática 2: 0,1 mol de NaOH — 1000 mL X — 0,7 mL X = 7.10-5 mol de NaOH nNaOH=nHCl, porém [Co(NH3)5Cl]+3 + 2 Cl-, portanto a reação é de 1:2 Assim, 1 — 2 Y—7.10-5 Y = 3,5.10-5 de complexo que seria o valor teórico adicionado à coluna. 1 mol do complexo [Co(NH3)5Cl]Cl2 — 250,7 g Z —- 0,1252 g Z = 4,99.10-4 mol de complexo [Co(NH3)5Cl]Cl2 4,99.10-4 mol —- 100 mL R —- 10 mL R = 4,99.10-5 mol, que seria o valor experimental encontrado. Portanto, fazendo-se a razão valor experimental/valor teórico encontra-se um valor de razão 1,42. Os mesmos erros presentes na prática 1 podem ser relacionados à prática 2. Para a prática 3: 0,1 mol de NaOH — 1000 mL X — 0,4 mL X = 4.10-5 mol de NaOH nNaOH=nNO3, porém [Co(NH3)4CO3] + NO3, portanto a reação é de 1:1 Assim, 1 — 1 Y—4.10-5 Y = 4.10-5 de complexo que seria o valor teórico adicionado à coluna. 1 mol do complexo [Co(NH3)4CO3]NO3 — 248,93 g Z —- 0,1330 g Z = 5,34.10-4 mol de complexo [Co(NH3)4CO3]NO3 5,34.10-4 mol —- 100 mL R —- 10 mL R = 5,34.10-5 mol, que seria o valor experimental encontrado. Portanto, fazendo a relação entre o valor experimental/valor teórico encontra-se uma razão de 1,33. Os valores de proporção estequiométrica são relativamente próximos aos valores teóricos. Infere-se que os problemas de padronização do hidróxido de sódio e a não correta lavagem para chegar em pH 7 podem ter interferido nos resultados encontrados, porém a prática é valiosa para os ensinamentos propostos e obtêm-se resultados relativamente satisfatórios. 4.7 Análise dos valores de Δ0 e B dos complexos sintetizados 4.7.1 Cloreto de hexaaminocobalto(III) Para o complexo, cloreto de hexaaminocobalto(III), [Co(NH3)6]Cl3, que possui apenas ligantes de campo forte, no caso o NH3, calculou-se os valores de Δ0 e B, utilizando-se do espectro eletrônico de absorção dos complexos octaédricos e do diagrama de Tanabe-Sugano seguindo os seguintes passos a seguir: 1° passo: encontrar no espectro do [Co(NH3)6]Cl3 os dois picos de adsorção e transformar os valores de nm para cm-1, ou seja, λ em υ. A relação entre essas duas variáveis é υ = 1 / λ. Além disso, é importante ressaltar que existe uma relação entre as variáveis E2/E1 = λ . υ2/λ . υ1, portanto, E2/E1 = υ2/υ1. Fonte: o autor. O pico de maior energia corresponde ao menor comprimento de onda, uma vez que são inversamente proporcionais. Esse pico é denominado, convencionalmente, por E2. O pico de menor energia corresponde ao maior comprimento de onda, e é denominado E1. Portanto, E2 = 333 nm e E1 = 471 nm. Em seguida, transformar para centímetros. E2 = 333 nm = 333 . 10-9 m x 102 cm / m, portanto, 333 . 10-7 cm. E1 = 471 nm = 471 . 109 m x 102 cm / m, portanto, 471 . 10-7 cm. E agora, utilizando-se da relação anteriormente dita, υ = 1 / λ, pode-se converter em cm-1. E2 = 333 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 333 . 10-7 cm → υ2 = 30030 cm-1. E1 = 471 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 471 . 10-7 cm → υ2 = 21231 cm-1. 2° passo: encontrar a razão entre E2/E1. E2/E1 → 30030 cm-1 / 21231 cm-1 = 1,41. 3° passo: atribuir as transições eletrônicas. Ao verificar a multiplicidade pelo diagrama de Tanabe-Sugano, percebe-se que as transições só podem ocorrer entre multiplicidades 1. Uma vez que transições entre estados de multiplicidades diferentes são proibidas por spin. A transição permitida para o estado de menor energia, E1, é definida por: 1T1g ← 1A1g. Para o estado de maior energia, E2, é definida por: 1T2g ← 1A1g. A razão das flechas indica o valor 1,41 encontrado. O esquema a seguir do diagrama de Tanabe-Sugano indica as transições. A menor seta indica o estado de transição de menor energia e a maior seta indica o estado transição de maior energia. Fonte: o autor. 4° passo: encontrar um valor de Δ0/B em que E2/B / E1/B seja igual a razão encontrada no passo 2. Para isso, dispondo do diagrama de Tanabe-Sugano d6 para C = 4,80B, faz-se tentativas até que encontre um valor aproximado. O valor encontrado para Δ0/B foi de 34, no qual E2/B = 45 e E1/B = 32, assim fazendo a relação entre 45/32 = 1,406 que é muito aproximado de 1,41. 5° passo: Organizar os dados e encontrar os valores de Δ0 e B. Para isso, sabe-se que E2/B = 45, portanto, tem-se o valor de E2 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 667,3 cm-1 Também sabe-se que E1/B = 32, portanto, tem-se o valor de E1 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 663,56 cm-1. E fez-se uma média dos dois valores e encontrou-se um valor de B médio de 665,43 cm-1. Nesse momento, sabe-se que Δ0/B = 34, e agora sabe-se o valor de B médio, sobrando-se apenas a variável Δ0. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de Δ0 de 22624,6 cm-1. Utilizando-se da tabela 01 a seguir, que mostra os valores teóricos de Δ0 para complexos octaédricos de metais de transição, percebe-se que para o complexo em análise que possui seis ligantes amônia ligado a um cobalto, faz-se a multiplicação de 10 x 22,9 = 22900 cm-1, que seria um valor teórico. O valor encontrado disposto acima, 22624,6 cm-1, é significativamente próximo do valor teórico, indicando uma correta análise dos valores de Δ0. Tabela 01. Valores de Δ0 (103 cm-1) para complexos octaédricos de metais de transição. Fonte: o autor. Por fim, fez-se a análise de B. O parâmetro de Racah, B, reflete a repulsão eletrônica entre os elétrons do metal, ou seja, quanto maior o valor de B maior a repulsão eletrônica. O valor de B para o íon Co+3 livre é de 1100 cm-1. O valor encontrado de B para o complexo em análise foi de 665,43 cm-1. Isso indica que ao se fazer a ligação com os ligantes amônia, a nuvem eletrônica do metal se distorce e ocorre um alívio da repulsão eletrônica. A nuvem eletrônica ao se espalhar, causa uma polarização da ligação, dando características, a ligação ligante-metal, de ligação covalente. Ou seja, quanto menor o valor de B maior o caráter covalente da ligação ligante-metal. Para além disso, existe um outro parâmetro utilizado paracaracterizar o efeito da ligação ligante-metal. Esse chama-se parâmetro Nefelauxético (β) e indica que quanto menor o valor de β maior a deslocalização dos elétrons e maior o caráter covalente das ligações do complexo. A relação β é dada pela razão entre o valor de B (complexo) / B (íon livre). Nessa análise, portanto, 665,43 cm-1 / 1100 cm-1 = 0,60 que corresponde a 60 %, ou seja, a repulsão eletrônica no complexo é somente 60 % da repulsão do íon livre. 4.7.2 Cloreto de pentaaminoclorocobalto(III) Para o complexo, cloreto de pentaaminoclorocobalto(III), [Co(NH3)5Cl]Cl2, que possui cinco ligantes de campo forte, no caso o NH3, e um ligante de campo fraco, no caso o Cl, calculou-se os valores de Δ0 e B, utilizando-se do espectro eletrônico de absorção dos complexos octaédricos e do diagrama de Tanabe-Sugano seguindo os seguintes passos a seguir. 1° passo: encontrar no espectro do [Co(NH3)5Cl]Cl2 os dois picos de adsorção e transformar os valores de nm para cm-1, ou seja, λ em υ. A relação entre essas duas variáveis é υ = 1 / λ. Além disso, é importante ressaltar que existe uma relação entre as variáveis E2/E1 = λ . υ2/λ . υ1, portanto, E2/E1 = υ2/υ1. Fonte: o autor. O pico de maior energia corresponde ao menor comprimento de onda, uma vez que são inversamente proporcionais. Esse pico é denominado, convencionalmente, por E2. O pico de menor energia corresponde ao maior comprimento de onda, e é denominado E1. Portanto, E2 = 355 nm e E1 = 520 nm. Em seguida, transformar para centímetros. E2 = 355 nm = 355 . 10-9 m x 102 cm / m, portanto, 355 . 10-7 cm. E1 = 520 nm = 520 . 109 m x 102 cm / m, portanto, 520 . 10-7 cm. E agora, utilizando-se da relação anteriormente dita, υ = 1 / λ, pode-se converter em cm-1. E2 = 355 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 355 . 10-7 cm → υ2 = 28169 cm-1. E1 = 520 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 520 . 10-7 cm → υ2 = 19230 cm-1. 2° passo: encontrar a razão entre E2/E1. E2/E1 → 28169 cm-1 / 19230 cm-1 = 1,46. 3° passo: atribuir as transições eletrônicas. Ao verificar a multiplicidade pelo diagrama de Tanabe-Sugano, percebe-se que as transições só podem ocorrer entre multiplicidades 1. Uma vez que transições entre estados de multiplicidades diferentes são proibidas por spin. A transição permitida para o estado de menor energia, E1, é definida por: 1T1g ← 1A1g. Para o estado de maior energia, E2, é definida por: 1T2g ← 1A1g. A razão das flechas indica o valor 1,46 encontrado. 4° passo: encontrar um valor de Δ0/B em que E2/B / E1/B seja igual a razão encontrada no passo 2. Para isso, dispondo do diagrama de Tanabe-Sugano d6 para C = 4,80B, faz-se tentativas até que encontre um valor aproximado. O valor encontrado para Δ0/B foi de 30, no qual E2/B = 41 e E1/B = 28, assim fazendo a relação entre 41/28 = 1,46, que indica que a relação está correta. 5° passo: Organizar os dados e encontrar os valores de Δ0 e B. Para isso, sabe-se que E2/B = 41, portanto, tem-se o valor de E2 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 687,04 cm-1 Também sabe-se que E1/B = 28, portanto, tem-se o valor de E1 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 686,78 cm-1. E fez-se uma média dos dois valores e encontrou-se um valor de B médio de 686,91 cm-1. Nesse momento, sabe-se que Δ0/B = 30, e agora sabe-se o valor de B médio, sobrando-se apenas a variável Δ0. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de Δ0 de 20607,38 cm-1. Os resultados dos valores obtidos para o Δ0 e B corroboram com a literatura, uma vez que ao se diminuir o número de ligantes de campo forte e acrescentar um ligante de campo fraco, ocorre uma diminuição do valor de Δ0 e um aumento do valor de B. Ou seja, com um ligante de campo fraco ocorre uma diminuição da força da ligação ligante-metal, proporcionando um maior aumento de repulsão eletrônica, indicado pelo aumento do valor de B, comparado ao valor do complexo Cloreto de Hexaaminoclorocobalto(III). Além disso, com o aumento do valor de B, indica-se que nesse complexo houve uma diminuição do alívio da da repulsão, diminuindo o caráter covalente da ligação. Para além disso, existe o parâmetro utilizado para caracterizar o efeito da ligação ligante-metal. Esse chama-se parâmetro Nefelauxético (β) e indica que quanto menor o valor de β maior a deslocalização dos elétrons e maior o caráter covalente das ligações do complexo. A relação β é dada pela razão entre o valor de B (complexo) / B (íon livre). Nessa análise, portanto, 686,91 cm-1 / 1100 cm-1 = 0,63 que corresponde a 63 %, ou seja, a repulsão eletrônica no complexo é somente 63 % da repulsão do íon livre. Indicando que a presença de um ligante de campo fraco, o cloreto no caso, proporciona uma maior repulsão eletrônica. 4.7.3 Nitrato de tetraaminocarbonatocobalto(III) Para o complexo, nitrato de tetraaminocarbonatocobalto(III), [Co(NH3)4CO3]NO3, que possui quatro ligantes de campo forte, no caso o NH3, e um ligante de campo fraco, no caso o CO3, calculou-se os valores de Δ0 e B, utilizando-se do espectro eletrônico de absorção dos complexos octaédricos e do diagrama de Tanabe-Sugano seguindo os seguintes passos a seguir. 1° passo: encontrar no espectro do [Co(NH3)4CO3]NO3 os dois picos de adsorção e transformar os valores de nm para cm-1, ou seja, λ em υ. A relação entre essas duas variáveis é υ = 1 / λ. Além disso, é importante ressaltar que existe uma relação entre as variáveis E2/E1 = λ . υ2/λ . υ1, portanto, E2/E1 = υ2/υ1. Fonte: o autor. O pico de maior energia corresponde ao menor comprimento de onda, uma vez que são inversamente proporcionais. Esse pico é denominado, convencionalmente, por E2. O pico de menor energia corresponde ao maior comprimento de onda, e é denominado E1. Portanto, E2 = 355 nm e E1 = 520 nm. Em seguida, transformar para centímetros. E2 = 356 nm = 356 . 10-9 m x 102 cm / m, portanto, 356 . 10-7 cm. E1 = 525 nm = 525 . 109 m x 102 cm / m, portanto, 525 . 10-7 cm. E agora, utilizando-se da relação anteriormente dita, υ = 1 / λ, pode-se converter em cm-1. E2 = 356 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 356 . 10-7 cm → υ2 = 28089 cm-1. E1 = 520 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 520 . 10-7 cm → υ2 = 19047 cm-1. 2° passo: encontrar a razão entre E2/E1. E2/E1 → 28089 cm-1 / 19047 cm-1 = 1,46. 3° passo: atribuir as transições eletrônicas. Ao verificar a multiplicidade pelo diagrama de Tanabe-Sugano, percebe-se que as transições só podem ocorrer entre multiplicidades 1. Uma vez que transições entre estados de multiplicidades diferentes são proibidas por spin. A transição permitida para o estado de menor energia, E1, é definida por: 1T1g ← 1A1g. Para o estado de maior energia, E2, é definida por: 1T2g ← 1A1g. A razão das flechas indica o valor 1,46 encontrado. 4° passo: encontrar um valor de Δ0/B em que E2/B / E1/B seja igual a razão encontrada no passo 2. Para isso, dispondo do diagrama de Tanabe-Sugano d6 para C = 4,80B, faz-se tentativas até que encontre um valor aproximado. O valor encontrado para Δ0/B foi de 30, no qual E2/B = 41 e E1/B = 28, assim fazendo a relação entre 41/28 = 1,46, que indica que a relação está correta. 5° passo: Organizar os dados e encontrar os valores de Δ0 e B. Para isso, sabe-se que E2/B = 41, portanto, tem-se o valor de E2 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 685,09 cm-1 Também sabe-se que E1/B = 28, portanto, tem-se o valor de E1 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 680,25 cm-1. E fez-se uma média dos dois valores e encontrou-se um valor de B médio de 682,67 cm-1. Nesse momento, sabe-se que Δ0/B = 30, e agora sabe-se o valor de B médio, sobrando-se apenas a variável Δ0. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de Δ0 de 20480 cm-1. Os valores obtidos para Δ0 e B para esse complexo indicamque estão condizentes, uma vez que houve uma diminuição dos ligantes de campo forte e incremento de um ligante de campo fraco, ou seja, houve uma diminuição do valor de Δ0 e aumento de B, indicando que houve um aumento da repulsão eletrônica entre os elétrons do metal. Percebe-se que o espectro de absorção do Nitrato de tetraaminocarbonatocobalto(III) são muito proximos dos valores do cloreto de Pentaaminoclorocobalto(III), comprovando assim a proximidade dos seus valores de Δ0 e B. Para além disso, existe o parâmetro utilizado para caracterizar o efeito da ligação ligante-metal. Esse chama-se parâmetro Nefelauxético (β) e indica que quanto menor o valor de β maior a deslocalização dos elétrons e maior o caráter covalente das ligações do complexo. A relação β é dada pela razão entre o valor de B (complexo) / B (íon livre). Nessa análise, portanto, 682,67 cm-1 / 1100 cm-1 = 0,62 que corresponde a 62 %, ou seja, a repulsão eletrônica no complexo é somente 62 % da repulsão do íon livre. 4.7.4 Triaminotrinitrocobalto(III) Para o complexo, triaminotrinitrocobalto(III), [Co(NH3)3(NO2)3], que possui três ligantes de campo forte, no caso o NH3, e três ligante de campo fraco, no caso o NO2, calculou-se os valores de Δ0 e B, utilizando-se do espectro eletrônico de absorção dos complexos octaédricos e do diagrama de Tanabe-Sugano seguindo os seguintes passos a seguir. 1° passo: encontrar no espectro do [Co(NH3)3(NO2)3 os dois picos de adsorção e transformar os valores de nm para cm-1, ou seja, λ em υ. A relação entre essas duas variáveis é υ = 1 / λ. Além disso, é importante ressaltar que existe uma relação entre as variáveis E2/E1 = λ . υ2/λ . υ1, portanto, E2/E1 = υ2/υ1. Fonte: o autor. O pico de maior energia corresponde ao menor comprimento de onda, uma vez que são inversamente proporcionais. Esse pico é denominado, convencionalmente, por E2. O pico de menor energia corresponde ao maior comprimento de onda, e é denominado E1. Portanto, E2 = 355 nm e E1 = 520 nm. Em seguida, transformar para centímetros. E2 = 336 nm = 336 . 10-9 m x 102 cm / m, portanto, 336 . 10-7 cm. E1 = 427 nm = 427 . 109 m x 102 cm / m, portanto, 427 . 10-7 cm. E agora, utilizando-se da relação anteriormente dita, υ = 1 / λ, pode-se converter em cm-1. E2 = 336 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 336 . 10-7 cm → υ2 = 29761 cm-1. E1 = 427 . 10-7 cm → υ = 1 / λ → υ2 = 1 / 427 . 10-7 cm → υ2 = 23419 cm-1. 2° passo: encontrar a razão entre E2/E1. E2/E1 → 29761 cm-1 / 23419 cm-1 = 1,27. 3° passo: atribuir as transições eletrônicas. Ao verificar a multiplicidade pelo diagrama de Tanabe-Sugano, percebe-se que as transições só podem ocorrer entre multiplicidades 1. Uma vez que transições entre estados de multiplicidades diferentes são proibidas por spin. A transição permitida para o estado de menor energia, E1, é definida por: 1T1g ← 1A1g. Para o estado de maior energia, E2, é definida por: 1T2g ← 1A1g. A razão das flechas indica o valor 1,27 encontrado. 4° passo: encontrar um valor de Δ0/B em que E2/B / E1/B seja igual a razão encontrada no passo 2. Para isso, dispondo do diagrama de Tanabe-Sugano d6 para C = 4,80B, faz-se tentativas até que encontre um valor aproximado. O valor encontrado para Δ0/B foi de 41, no qual E2/B = 51 e E1/B = 40, assim fazendo a relação entre 51/40 = 1,27, que indica que a relação está correta. 5° passo: Organizar os dados e encontrar os valores de Δ0 e B. Para isso, sabe-se que E2/B = 51, portanto, tem-se o valor de E2 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 583,54 cm-1 Também sabe-se que E1/B = 40, portanto, tem-se o valor de E1 visto no passo 1, sobrando apenas a variável B. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de B = 585,47 cm-1. E fez-se uma média dos dois valores e encontrou-se um valor de B médio de 584,5 cm-1. Nesse momento, sabe-se que Δ0/B = 41, e agora sabe-se o valor de B médio, sobrando-se apenas a variável Δ0. Assim, fazendo-se a multiplicação cruzada encontrou-se um valor de Δ0 de 23964,80 cm-1. Os valores obtidos para Δ0 e B para o Triaminotrinitrocobalto(III) estão condizentes, uma vez que em comparação com os outros complexos houve uma adição de três ligantes de campo forte, NO2, junto aos três ligantes NH3 tambmém de campo forte. diminuição maior dos ligantes de campo forte, NH3, e adição de três ligantes de campo fraco, NO2. Percebe-se que nesse caso, a ligação metal-ligante entre os grupos nitro e o cobalto ocorre pela ligação nitrogênio-metal, explicando a grande aumento dos valores de Δ0 e diminuição do valor de B. Ou seja, houve maior retrodoação deixando a ligação metal-ligante forte, indicando que houve um diminuição da repulsão eletrônica entre os elétrons do metal, a nuvem eletrônica do metal nesse complexo se distorce, aumentando a polarização e indicando que o caráter da ligação metal-ligante é covalente. O parâmetro nefelauxético, β, indica para esse complexo que houve maior deslocalização dos elétrons dando maior caráter covalente ao complexo. A relação β é dada pela razão entre o valor de B (complexo) / B (íon livre). Nessa análise, portanto, 584,5 cm-1 / 1100 cm-1 = 0,53 que corresponde a 53 %, ou seja, a repulsão eletrônica no complexo é somente 53 % da repulsão do íon livre. A tabela 01 indica os resultados obtidos para os quatro complexos em análise. Tabela 01. Valores de Δ0, B e β para os complexos em análise. Complexos Δ0 (cm-1) B (cm-1) β [Co(NH3)6]Cl3 22624,6 665,43 60 % [Co(NH3)5Cl]Cl2 20607,38 686,91 63 % [Co(NH3)4CO3]NO3 20480 682,67 62 % [Co(NH3)3(NO2)3] 23964,80 584,5 53 % Percebe-se então que a utilização do diagrama de Tanabe-Sugano foi eficiente em descrever a análise de Δ0 e B. E além disso, a importância de um ligante de campo forte e de campo fraco na mudança dos valores de Δ0, alterando o valores de repulsão eletrônica entre os elétrons do metal. O parâmetro nefelauxético é de grande importância nesta análise, mostrando que com a adição de mais ligantes de campo fraco a porcentagem de repulsão se aproxima do valor do íon livre, indicando que houve menor distorção da nuvem eletrônica do metal, diminuindo a retrodoação e o caráter covalente dos complexos. 4.8 Síntese do Cloreto de Pentaminnitritocobalto(III) A partir da realização do experimento foi possível solucionar as questões pertinentes. Em um primeiro momento, dissolveu-se às 5,03 g de cloreto de amônio, NH4Cl, em 30 mL de solução aquosa concentrada de hidróxido de amônio, NH4OH, até a completa dissolução. Essa reação proporciona uma solução saturada de amônia, uma vez que a adição de NH4OH, desloca o sentido da reação para os produtos, que serve como fonte de ligantes NH3, que reagirão com a adição de 10,06 g de cloreto de cobalto II hexahidratado, seguindo as seguintes reações a seguir. Percebeu-se nesse processo, que a solução inicial era incolor, com a adição do cloreto de cobalto II hexahidratado, a solução passou a ter coloração marrom claro e após a completa adição marrom escuro. NH4Cl(aq) → NH3(aq) + HCl(aq) Eq. 01 [Co(H2O)6]+2Cl2(aq) + 6 NH3(aq) → [Co(NH3)6]+2Cl2(aq) + 6 H2O(l) Eq. 02 Como já visto anteriormente, a troca dos ligantes NH3 pelos H2O, ocorre porque o complexo hexaacquocobalto(II) é estável do ponto de vista termodinâmico, porém lábil do ponto de vista cinético, por isso ele substitui rapidamente os ligantes acquo pelos ligantes NH3, formando o complexo hexaamincobalto(II) que comparado ao hexaacquo é instável (e ainda continua sendo lábil). Contudo, o [Co(NH3)6]+2 permanece disponível porque adicionamos um excesso de NH3, mantendo o equilíbrio da equação 02 deslocado para o sentido dos produtos. Em seguida, continuou-se agitando a mistura e adicionou-se 8 mL de peróxido de hidrogênio, H2O2, a fim de oxidar o cobalto II a cobalto III. O procedimento foi realizado com cautela e adição bem lentamente do peróxido de hidrogênio, a fim de ocorrer toda a oxidação e não ocorrer a degradação do H2O2. Seguindo a equação 03 a seguir. 2 [Co(NH3)6]+2Cl2(aq)+ H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)6]+3Cl2(aq) + 2 OH-(aq) Eq. 03 Assim, após observar-se o fim da efervescência, a solução foi filtrada em funil comum, e depois disso, o filtrado foi resfriado até aproximadamente 10 °C. Posteriormente, ao filtrado gelado, foi adicionado 4 pontas de pipetas de solução de HCl 3 mol L-1 e 3 pontas de pipeta de solução de HCl 12 mol L-1. Nesse momento, utilizando o papel indicador de pH, observou-se a neutralização da solução, atingindo pH = 7. Esse passo serviu para ocorrer a troca de um ligante NH3 por um ligante Cl, a fim de formar o [Co(NH3)5Cl]Cl2. Seguindo a equação 04 a seguir. [Co(NH3)6]+3Cl2(aq) + Cl-(aq) → [Co(NH3)5Cl]+3Cl2(aq) + NH3(aq) Eq. 04. Por conseguinte, adicionou-se a solução neutralizada, 5 g de nitrito de sódio, NaNO2, e agitou-se até a dissolução. Nesse momento, espera-se que ocorra a substituição do ligante cloreto pelo ligante nitrito. Embora, os complexos de cobalto III sejam inertes, algumas substituições podem ocorrer. Seguindo a equação 05 a seguir. [Co(NH3)5Cl]+3Cl2(aq) + NO2- → [Co(NH3)5ONO]+3Cl2(aq) + Cl-(aq) Eq. 05 Em seguida, após a adição do nitrito de sódio, deixou-se a solução em banho de gelo por aproximadamente 30 minutos, a fim de se formar os cristais. Após os 30 minutos, filtrou-se o precipitado obtido em funil sinterizado, e foi lavado com 20 mL de água gelada e depois 20 mL de álcool etílico. Para além disso, utiliza-se a água gelada para que não ocorra a solubilização do complexo em água, uma vez que a água gelada é menos solúvel que em temperatura ambiente ou quente. A lavagem com etanol serve para retirar possíveis intermediários da reação e o éter por ser muito volátil ajuda no processo de secagem do composto, além de serem solventes polares que não solubilizam o complexo. Por fim, colocou-se no dessecador em temperatura ambiente para posterior análises. Para além disso, a coloração obtida do complexo formado foi alaranjada. Em seguida, colocou-se metade do complexo formado em exposição a luz solar por algumas horas, a fim de promover a conversão do [Co(NH3)5ONO]+3Cl2 no isômero de ligação [Co(NH3)5NO2]+3Cl2. Percebeu-se que com a exposição à luz solar ocorreu uma mudança na coloração do complexo formado, para amarelo. A explicação para a alteração de coloração se deve a mudança na da ligação entre o metal e o ligante, alterando a esfera de coordenação do cobalto. No complexo [Co(NH3)5ONO]+3Cl2, a ligação metal-ligante ocorre entre o cobalto e o oxigênio do grupo nitrito, dando características a essa ligação de campo fraco e spin alto. Já no seu isômero de conectividade, a ligação metal-ligante ocorre entre o cobalto e o nitrogênio do grupo nitrito, dando características a essa ligação de campo forte e spin baixo. O que justifica a alteração na coloração. Sabe-se que a energia de formação de um complexo é inversamente proporcional ao comprimento de onda, sendo assim, para um campo forte, a energia de formação é alta, portanto, o comprimento de onda será baixo. E o inverso para um campo fraco, a energia de formação é baixa, portanto o comprimento de onda será alto. Essa análise será feita posteriormente utilizando a interpretação do espectro infravermelho para ambos os complexos. Por fim, calculou-se o rendimento da síntese do cloreto de pentaminnitritocobalto(III). A reação global de formação do complexo está descrita na equação 06 a seguir. 2 CoCl2.6H2O(aq) + 2 NH4Cl(aq) + 8 NH3(aq) + H2O2(aq) → [Co(NH3)5Cl]+3Cl2(aq) + 14 H2O(l) Eq. 06 Percebe-se então que a reação de síntese é de 2 CoCl2.6H2O para 2 [Co(NH3)5Cl]+3Cl2, fez-se os cálculos de rendimento. 1 mol de CoCl2.6H2O —------- 237,83 g X —-------- 10,06 g X = 0,042mol de CoCl2.6H2O Como a proporção da reação é de 2:2, o mesmo número de mols de CoCl2.6H2O é o de [Co(NH3)5Cl]+3Cl2. 1 mol de [Co(NH3)5Cl]+3Cl2—----- 250,40 g 0,042 —------ Y Y = 10,60 g de [Co(NH3)5Cl]+3Cl2 Esse resultado seria o rendimento máximo da reação, porém foi obtido uma quantidade de 0,72 g. O que representa um rendimento de 7 %. 5. CONCLUSÃO A partir da realização do experimento foi possível concluir que a síntese de cloreto de hexaaminocobalto(III) a partir de cloreto de hexaaquocobalto(II), é possível de ser realizada com um rendimento bastante evidente. O rendimento obtido foi de 57,47%. E também, que é possível obter-se complexos de cobalto III a partir de cobalto II, além de observar a influência do carvão ativado e da importância do peróxido de hidrogênio para a oxidação do cobalto. Para além, a síntese do cloreto de pentaaminoclorocobalto(III) a partir de cloreto de hexaaquacobalto(II) é possível de ser realizada com um rendimento evidente de 52,78 %. A síntese do nitrato de tetraamincarbonatocobalto(III) a partir de nitrato de cobalto(II) hexahidratado é possível de ser realizada com um rendimento de 42,5 %. A síntese do triamintrinitrocobalto(III) foi realizada com algumas dificuldades para obtenção dos cristais, porém depois de alguns dias em resfriamento obteve-se a formação do complexo. A prática de condutância eletrolítica foi importante para verificar as diferenças catiônicas dos compostos relacionados a sua condução e concluir que a presença de solventes pode atrapalhar a leitura da condutância. A prática número 6 de efetividade de troca iônica apresentou alguns desvios dos valores teóricos de proporção estequiométrica, porém foi uma prática valiosa para verificação de troca de íons, principalmente pela mudança de cor ocorrida durante a última lavagem que indicou a troca dos íons H+ pelos íons dos complexos dentro da resina catiônica. . A utilização do diagrama de Tanabe-Sugano é um método importante para análise das características de ligação dos complexos, a prática feita mostra a importância da alteração de ligantes de campo forte por ligantes de campo fraco na análise de um complexo, alterando os valores de Δ0 e B. A síntese do cloreto de pentaminnitritocobalto(III), a partir de nitrato de cobalto(II) hexahidratado é possível de ser realizada com um rendimento de 7 %. Indicando possíveis erros durante a realização do experimento. 6. REFERÊNCIAS SHRIVER, D. ATKINS, P. Química Inorgânica. 4. ed. Porto Alegre. Bookman, 2008. Cloreto de hexaaminocobalto(III). Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Hexamminecobalt(III)_chloride > Acesso em: 20 fev. 2022. Síntese de cloreto de hexaaminocobalto(III). Disponível em: < https://eaulas.usp.br/portal/video?idItem=25239 > Acesso em: 20 fev. 2022. ¹ATKINS, P.w. Química Inorgânica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. p. 239-255. BROWN, T. L.; Química a ciência central. Pearson, 13. ed, 2017. 2SOLOMONS, T. W. G. Química Orgânica. 12. ed. Rio de Janeiro. LTC, 2018. https://en.wikipedia.org/wiki/Hexamminecobalt(III)_chloride https://eaulas.usp.br/portal/video?idItem=25239
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