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Preparo de Rufião em Ruminantes

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
ANESTESIOLOGIA E CLÍNICA CIRÚRGICA DE ANIMAIS DE PRODUÇÃO 
LEONY MARINHO 
RUTH FALESI 
HAMILTON DA SILVA 
 
 
 
TÉCNICAS ANESTÉSICAS E CIRÚRGICAS PARA O PREPARO DE RUFIÃO EM 
RUMINANTES 
 
 
 
 
 
 
RICHELLY NATHALIE M. COELHO - 2017005703 
MARIA LUIZA CHADA BARBOSA - 2016008961 
ISABELA CATARINA PAZ FREITAS 2017004878 
MILENA DA SILVA CARDOSO - 2017000725 
 
 
BELÉM – PA 
2022
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 4 
2.1 Cuidados pré-operatórios e anestésicos ................................................................... 4 
2.1.1 Cuidados pré-anestésicos ...................................................................................... 4 
2.1.2 Tranquilização ...................................................................................................... 5 
2.1.3 Técnica Anestésica ............................................................................................... 6 
3 CLASSIFICAÇÕES DOS MÉTODOS DE PREPARO DE RUFIÃO .............. 7 
3.1 Técnicas cirúrgicas que não impedem a cópula ...................................................... 7 
3.1.1 Epididectomia ....................................................................................................... 7 
3.1.2 Deferentectomia ou Vasectomia ........................................................................... 8 
3.2 TÉCNICAS CIRÚRGICAS QUE IMPEDEM A CÓPULA .................................. 9 
3.2.1 Desvio lateral do pênis ou Translocação do óstio prepucial ................................ 9 
3.2.2 Fixação da Flexura Sigmóide ............................................................................. 10 
3.3 Técnica Cirúrgica Reversível e Não Invasiva ........................................................ 11 
4 PÓS-OPERATÓRIO ........................................................................................... 11 
5 CONCLUSÕES .................................................................................................... 12 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 13 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO 
A detecção do cio de bovinos constitui um dos mais importantes itens de um programa 
de inseminação artificial. A falha na identificação de vacas em cio, atrasa o início da lactação e 
o nascimento de bezerros, o que reflete em sérias perdas econômicas para o produtor. 
A presença do rufião bovino em um rebanho preparado para inseminação artificial, além 
da eficiência na detecção de vacas em cio, estimula o estro e a ovulação (ROMMEL, 1961; 
ARBEITER et al, 1965; GROMMERS; ELVING, 1978). 
Além disso, a inseminação artificial e a monta controlada além de serem práticas 
importantes no melhoramento genético do rebanho desempenham importante papel no controle 
de várias enfermidades do aparelho reprodutor (ESPECHIT, 1986). 
Apesar de ser uma prática inovadora em muitas regiões, um dos problemas observados 
nas propriedades que praticam a inseminação artificial ou a monta controlada é a detecção do 
estro nas vacas a serem inseminadas ou cobertas (EURIDES; PIPPI, 1983). Para minimizar 
esse empecilho, exigiu-se o uso de machos incapazes de fecundar, mas que efetuem saltos sobre 
as fêmeas, indicando o estro. Tais animais são denominados de rufiões e podem ser obtidos por 
diferentes métodos (MIES FILHO, 1982). 
As técnicas utilizadas no preparo de rufião são: 
1. Desvio lateral do pênis; 
2. Vasectomia ou deferentectomia; 
3. Epididimectomia; 
4. Remoção do ligamento apical do pênis; 
5. Fixação da flexura sigmóide do pênis; 
6. Fixação da túnica Albugínea do pênis. 
 
Segundo a Legislação - Resolução Nº 877 de 15 de fevereiro de 2008 do CFMV, deve-
se preferencialmente realizar a vasectomia, evitar a realização da falopexia e desvio lateral do 
pênis, utilizar terapia antimicrobiana profilática e é obrigatório o uso de sedação e anestesia 
local. 
 
 
4 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Cuidados pré-operatórios e anestésicos 
Acredita-se que por conta das estruturas anatômicas e comportamento dos bovinos e 
pequenos ruminantes, o uso de anestesias locais é favorecido, pois preconiza-se tanto a 
comodidade do profissional, quanto a segurança do animal. As vantagens da anestesia local 
são o baixo custo, a mínima necessidade de equipamentos, pouca depressão cardiorrespiratória 
e, pelo menos no animal em pé, a ausência do risco de regurgitação e aspiração (SKARDA; 
TRANQUILLI, 2007). 
De acordo com Massone (1988) essa predileção pode ser comprovada pela possibilidade 
de realizar cirurgias complexas, como laparotomias, no animal contido em um tronco, o que 
não acontece em outras espécies animais. 
Se tratando das técnicas de preparo de rufiões são muito diversas e depende do tipo de 
desvio peniano presente. É de suma importância, nesses casos, que o “tempo parasita” seja o 
menor possível, assim dizendo, que por se tratar de cirurgias extensas, não se deve desperdiçar 
tempo de modo desnecessário por preparo de materiais, hemostasias demasiadamente 
prolongadas ou a escassez de fios de sutura. 
2.1.1 Cuidados pré-anestésicos 
Os fatores considerados na preparação pré-anestésica incluem o jejum, a determinação 
dos valores hematológicos e da bioquímica do sangue, o cateterismo venoso e a estimativa do 
peso corporal (GRIMM, et al., 2017) 
O Jejum é essencial para todas as modalidades cirúrgicas, e principalmente em bovinos, 
caprinos e ovinos, por serem ruminantes. Ovinos e Caprinos devem permanecer em jejum por 
24 horas de sólidos e 12 horas para líquidos, de acordo com Natalini (1993). Já em Bovinos, 
não há consenso na literatura quanto ao período de jejum a ser utilizado, sendo mais comuns o 
jejum alimentar e hídrico de 24 horas (WILTBANK, 1961; EURIDES et al., 1992; SILVA 
JÚNIOR et al., 1998) ou de 12 horas (POMPERMAYER et al., 1993; EURIDES et al., 1998). 
Já Feitosa et al. (2006) utilizando o jejum alimentar de 24 horas e hídrico de 12 horas obtiveram 
resultados semelhantes em ovinos. Massone (1988) cita a necessidade de oferecer ao animal, 
metade da ração no terceiro e segundo dias pré-operatórios, jejum alimentar total 24 horas antes 
da cirurgia e jejum hídrico de 6 horas. 
 
5 
A importância de se seguir um jejum corretamente, se dá pela possibilidade de acidentes 
causados pelo decúbito prolongado, ocasionando timpanismo, com compressão diafragmática 
e, consequentemente, asfixia e morte, ou, na dependência do fármaco empregado 
(especialmente os parassimpatomiméticos, como a xilazina), causar regurgitações, com 
aspiração e, como resultado, morte imediata por obstrução traqueal (mecânica) ou, a posteriori, 
por pneumonia gangrenosa (MASSONE, 1988). 
As acomodações em que o animal se encontra, também deve ser levada em 
consideração, tendo em vista que o estresse é um fator decisivo para o ato anestésico. O animal 
deve ser mantido em um ambiente limpo, arejado e com boa iluminação, e caso seja possível, 
deve ser adaptado ao ambiente anterior ao ato cirúrgico, para que haja facilidade na mensuração 
dos parâmetros fisiológicos e a eleição das medicações que serão utilizadas nessa etapa do 
processo. 
Para essa técnica operatória, é necessário o derrubamento do animal para a aplicação 
dos fármacos e a realização da cirurgia. Os métodos mais indicados para o preparo de rufião, 
são os de Almeida e Barros, e o italiano. Outro método conhecido para o derrubamento, é o de 
Rueff, porém não é indicado por causar traumatismos na região peniana e prepucial. 
Após o derrubamento do animal, deve-se lavar e secar a área na qual a diérese será 
realizada. Deve ser feita a antissepsia adequada do local, geralmente com álcool-iodado, 
seguindopela tricotomia da área. O desengorduramento é realizado, e a antissepsia é refeita. 
2.1.2 Tranquilização 
Os protocolos indicados por Massone (1988) para a tranquilização de bovinos, é 
recomendado o uso de Levomepromazina ou Clorpromazina na dose de 0,3 a 0,5 mg/kg IV ou 
1 mg/kg IM; Acepromazina a 1 % tendo a dose 0,05 mg/kg IV ou 0,1 mg/kg IM. Em caprinos 
e ovinos, o autor sugere a Levomepromazina na dose de 0,3 a 0,5 mg/kg IV e IM; 
Clorpromazina na dose 0,3 a 0,5 IV e 0,5 a 1 IM; Acepromazina a 1 % na dose de 0,05 a 0,10 
IV e 0,1 IM. Tanto para bovinos quanto para pequenos ruminantes, utiliza-se Midazolam na 
dose de 0,1 mg/kg acrescentado na seringa com o intuito de obter uma maior tranquilidade. 
Mesmo que usado com frequência em ambas as espécies, de acordo com Massone 
(1988) a xilazina não é recomendada por causar efeitos cardiorrespiratórios, podendo ser 
enfatizados pelo jejum prolongado essencial para o êxito do procedimento cirúrgico. 
 
6 
Grimm et al. (2017) descreve os riscos do uso da acepromazina: 
“A acepromazina também pode provocar prolapso do 
pênis, e o seu uso não é recomendado em touros 
maduros antes da anestesia geral. O prolapso do pênis 
durante a recuperação aumenta o risco de lesão do 
órgão quando o animal assume a posição na estação." 
(GRIMM et al., 2017). 
2.1.3 Técnica Anestésica 
Conforme Massone (1988) tanto em bovinos quanto nos pequenos ruminantes, a 
anestesia local infiltrativa subcutânea é a mais utilizada nessa técnica, com as concentrações 
geralmente empregadas são de 1 a 2% de lidocaína e 0,25 a 0,5% para a bupivacaína, 
considerando que as doses máximas permitidas são de 7 mg/kg sem epinefrina e 9 mg/kg com 
epinefrina para a lidocaína e 2 mg/kg para a bupivacaína. 
Desenhar a área a ser incisada seguindo figuras geométricas planas no decorrer da área 
a ser manipulada dando de preferência 3 a 4 cm para cada incisão. Deve-se efetuar a anestesia 
local infiltrativa subcutânea em cordões, conforme Massone (1988) o que se tem a ressaltar é 
que sempre se busca fazer o cordão anestésico na linha de incisão, pois não existe praticamente 
difusão em grandes áreas, mas sim deslizamentos de retalhos e a área a ser incisada estará a 
coberto pela difusão do anestésico depositado nos cordões. 
Figura 1 - Desenho esquemático na pele de Bovino na área a ser anestesiada. (MASSONE, 1988). 
 
 
 
7 
Figura 2 - Desenho esquemático na pele de Caprino na área a ser anestesiada (MASSONE, 1988). 
 
Áreas não anestesiadas e manipuladas cirurgicamente causam dor e desconforto e 
obviamente a insubmissão do paciente. A área anestesiada deve ser massageada para disseminar 
a anestesia. 
3 CLASSIFICAÇÕES DOS MÉTODOS DE PREPARO DE RUFIÃO 
Os métodos de preparo de rufiões podem ser classificados em cirúrgicos ou não 
cirúrgicos, podendo ser irreversíveis ou reversíveis. Em relação às técnicas cirúrgicas 
irreversíveis, estas podem ser diferenciadas em técnicas que impedem a cópula e técnicas que 
não impedem a cópula (SILVA et al., 2001; EURIDES; SILVA, 2002). Quando se trata de 
técnicas que impedem a cópula, pode-se realizar, ainda, uma técnica cirúrgica de caráter 
reversível (BRANCO, 2005). 
3.1 Técnicas cirúrgicas que não impedem a cópula 
3.1.1 Epididectomia 
A Epididectomia é pouco utilizada, quando se opta por ela, deve vir acompanhada de 
uma técnica que, além de impedir o fluxo de sêmen, impeça também a cópula. É uma cirurgia 
de baixo custo por ser feita apenas por anestesia local da cauda do epidídimo e de forma pouco 
invasiva. 
A técnica consiste em tracionar o testículo manualmente até o segmento distal do escroto 
e realizar uma incisão de 3 cm sobre a cauda do epidídimo. A incisão deve continuar através da 
túnica vaginal comum até que a cauda do epidídimo seja exposta. A cauda do epidídimo deve 
ser liberada da sua inserção com o testículo, com o auxílio de tesouras. O ducto deferente, após 
 
8 
identificada localização, deve ser clampeado por uma pinça e por ligadura com fio de sutura 
inabsorvível, sendo colocado em uma posição proximal em relação a pinça. 
Por fim, secciona-se o ducto deferente transversalmente na altura da pinça. Este 
procedimento é repetido no corpo do epidídimo, de modo que a cauda seja retirada. A túnica 
vaginal comum é fechada em camada separada, usando suturas simples separadas com material 
inabsorvível, para que a arte remanescente do epidídimo seja retida no interior da túnica e a 
extremidade do ducto deferente seccionada transversalmente se projete através da linha de 
sutura. 
Figura 3 - Epiditectomia (Turner, 1985). 
 
Esta técnica é uma precaução adicional contra a reanastomose do trato reprodutivo. A 
pele é fechada com 2 a 3 suturas interrompidas de material inabsorvível. O procedimento é 
repetido em outro testículo, impedindo o armazenamento e manutenção dos espermatozóides. 
3.1.2 Deferentectomia ou Vasectomia 
Existem duas formas de realizar a vasectomia, uma com acesso idêntico ao da 
Epididectomia e outra com uma incisão única intertesticular próximo-caudal (vasectomia alta), 
buscando-se bilateralmente a identificação do ducto deferente na porção caudo-medial do 
cordão espermático. 
 
 
9 
Figura 4 - Deferentectomia 
 
3.2 TÉCNICAS CIRÚRGICAS QUE IMPEDEM A CÓPULA 
3.2.1 Desvio lateral do pênis ou Translocação do óstio prepucial 
Nessa técnica, é utilizado um bisturi para realizar uma incisão de pele que deve 
contornar o óstio prepucial, na transição entre a pele do óstio e as lâminas prepuciais, 
preservando-se uma área de 1 cm a 1,5 cm de comprimento de pele na região ventral do óstio 
prepucial. Em seguida, deve-se fazer outra incisão circular de pele cerca de 1,0 cm de distância 
caudal anterior. Com tesoura, remove-se a pele entre as incisões. Logo após, deve-se unir as 
bordas das lâminas prepuciais, que foram incididas, com pontos simples contínuos, de fio 
absorvível. Ressalta-se que a exposição do pênis é uma das complicações passíveis de ocorrer 
 
10 
nessa técnica, podendo ser corrigida com uma neoestenose, que, entretanto, pode causar 
dificuldade de micção. 
Além disso, nas tentativas de exposição do pênis, pode ocorrer deiscência da ferida no 
pós-operatório. Teixeira et al. (2006), ao realizarem o estreitamento do óstio prepucial, 
descreveram que, após tricotomia da região próxima ao óstio prepucial, antissepsia e preparo 
do campo operatório, expôs-se parte da bainha prepucial, seguida do pinçamento e exérese da 
porção exteriorizada, com bisturi. Suturou-se a mucosa da bainha à pele do prepúcio, em padrão 
simples separado, com categute 0. 
Externamente, estreitou-se o óstio com duas suturas separadas de Wolf, com nylon 2-0. 
A retirada de uma porção da bainha prepucial e o estreitamento externo tiveram como objetivo 
diminuir o óstio prepucial, causando fimose intencional. Ao final do procedimento, fixou-se 
uma sonda adaptada no óstio com o intuito de impedir futuras aderências (Fig. 2). No entanto, 
a técnica não promove total segurança, pois pode haver passagem do pênis em alguns casos. 
3.2.2 Fixação da Flexura Sigmóide 
A técnica de fixação da curvatura caudal da flexura sigmoide, bastante difundida em 
bovinos, foi descrita por Eurides e Pippi (1983), Eurides et al. (1998) e Teixeira et al. (2006) 
em ovinos. O transoperatório inicia-se após o preparo asséptico da região perineal, procedendo-
se a uma incisão na pele, acima da base do escroto, com aproximadamente 5 cm de 
comprimento, com lâmina de bisturi. 
Por dissecação romba, separam-se o tecido subcutâneo e os músculos semimembranosos 
até se localizar a curvatura caudal da flexura sigmoide do pênis, próximo à base do escroto. 
Ainda com lâmina de bisturi, escarifica-se as faces da flexura, aproximando-as com dois pontos 
simples separados, com nylon 2-0, tomando-se cuidado para que a uretra peniana não seja 
atingida. 
Realizam-se a redução do espaço morto com categute 1-0 e a dermorrafia comnylon 2-
0, com pontos de Wolf separados. Feitosa et al. (2006) acrescentaram miectomia do músculo 
retrator do pênis, ressaltando que tal procedimento impediu a ação desse músculo na ereção, 
minimizando o desconforto com a finalidade de prolongar a durabilidade do rufião. 
 
11 
3.3 Técnica Cirúrgica Reversível e Não Invasiva 
Esta técnica tem como principais características a simplicidade, economia, rapidez e a 
possibilidade de poder ser revertida. 
A técnica se resume na colocação de uma abraçadeira plástica ao redor do prepúcio do 
animal, no ponto médio entre o óstio prepucial e a glande. Após a contenção do animal em 
decúbito lateral direito, fez-se o preparo de campo operatório com tricotomia seguida de 
desinfecção. Deve-se introduzir um gabarito metálico no óstio prepucial. Deve-se atravessar a 
prega prepucial por um trocânter no ponto escolhido. Em seguida, deve-se passar a abraçadeira 
plástica por esse orifício fechando a mesma externamente ao prepúcio, obedecendo o diâmetro 
do gabarito previamente colocado. Os animais submetidos a essa técnica devem ser soltos e 
observados durante três meses. Ao final desse período, a abraçadeira deve ser retirada. 
Durante o período em que o animal está sendo utilizado como rufião deve ocorrer a 
identificação das vacas em cio e, logo após a retirada da abraçadeira, se os animais continuam 
demonstrando libido, com a exposição do pênis normalmente em presença das mesmas 
4 PÓS-OPERATÓRIO 
Epididectomia: 
• Retirada dos pontos da pele aos 10 dias de pós-operatório; 
• Descanso sexual durante 15 dias; 
• Antibioticoterapia, se necessário. 
Deferentectomia: 
• Dose única de antimicrobiano (penicilina benzatina 20000 UI, IM); 
• Limpeza diária da ferida cirúrgica com antisséptico; 
• Uso de repelente; 
• Remoção da sutura de pele em 10 a 14 dias. 
Desvio Lateral do Pênis ou Translocação do óstio prepucial: 
• Antibioticoterapia; 
• Retirada dos pontos da pele aos 15 dias; 
• Descanso sexual de 4 a 6 semanas. 
Fixação da Flexura Sigmóide: 
• Descanso sexual por 20 dias no mínimo; 
• Antibioticoterapia; 
• Retirada dos pontos de pele com 10 a 15 dias. 
 
12 
5 CONCLUSÕES 
Levando em consideração todos os aspectos observados nesta revisão a respeito do 
preparo de rufião em ruminantes, a necessidade do mesmo em um rebanho preparado para 
inseminação além de identificar as fêmeas no cio, desempenha o importante papel de estimulá-
las ao estro e a ovulação. As técnicas são classificadas como cirúrgicas e não cirúrgicas, onde 
a escolha da técnica a ser realizada para tal preparo dependerá de alguns critérios bem como, 
recursos econômicos, tipo de desvio peniano presente, rapidez no procedimento e se há intenção 
de reversão do procedimento ou não. Em caso de procedimento cirúrgico, o uso de técnicas 
anestésicas é imprescindível e para isso, deve-se seguir todos os cuidados pré-anestésicos e pré-
operatórios para uma boa execução da cirurgia e recuperação satisfatória do animal. 
 
 
13 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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EXPERIMENTAIS. Ci. Rural, 1993. 
ESPECHIT C. J. B. Sinais de cio, cobrição e rufiação. Cabras & Bodes. v8 p. 5-6. 1986 
EURIDES, D.; PIPPI, N. L. Preparação de rufiões bovinos por fixação da flexura sigmóide do 
pênis. Ciênc Rural, v.13, p.83-93, 1983. 
EURIDES, D., SILVA, L. A. Métodos de preparo de rufiões bovinos e equinos. Goiânia: 
Talento, p. 112. 2002. 
EURIDES D.; CONTESINI E. A.; VIANA S. M. Preparação de rufiões bovinos por remoção 
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veterinária: farmacologia e técnicas. p. 235-235. 1988. 
MIES FILHO, A. Reprodução dos animais e inseminação artificial. 5.ed. Porto Alegre: 
Sulina, 335p. 1982. 
POMPERMAYER, L. G.; ESPECHIT, C. J.B.; BORGES, A. P. B.; NEVES, M. T. D. Preparo 
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