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ESTUDO DIRIGIDO CLÍNICA GRANDES III (1)

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ESTUDO DIRIGIDO DE CLÍNICA DE GRANDES 3
AULA 1: NOMENCLATURA CIRÚRGICA 
1) Defina esterilização, desinfecção e antissepsia:
 Esterilização refere-se à destruição de todos os microrganismos (bactérias, vírus, esporos) sobre alguma coisa. Ele se refere, geralmente, a objetos que entram em contato com tecidos estéreis, ou entram no sistema vascular (ex: instrumentos, campos estéreis, cateteres, agulhas). 
 Desinfecção refere-se à destruição da maior parte de microrganismos patogênicos presentes em objetos inanimados (não vivos). 
 Antissepsia corresponde à destruição da maioria dos microrganismos patogênicos em objetos animados (vivos). Usam-se antissépticos para matar microrganismos presentes na pele do paciente, mas a pele não fica esterilizada. 
2) Sabemos que todos os materiais hospitalares devem passar por um processamento para que possa ser reutilizado, desde que não seja um material descartável. Quais são essas etapas e em qual ordem de processamento?
 1 – Limpeza; 2 – desinfecção; 3 – esterilização; 4 – embalagem; 5 – teste de qualidade.
3) Nas etapas de processamento, quais são os tipos de limpeza?
 Limpeza: Remoção da sujidade.
 A limpeza pode ser manual (detergente enzimático. Escovas; jatos de água; água quente), e também pode ser automatizada (lavadoras; temperatura).
4) Quais são as formas de desinfecção?
 Desinfecção química: glutaraldeído 2%; ácido peracético, compostos fenólicos, cloro. Álcool 70%.
 Desinfecção física: Radiação ionizante; calor (úmido – autoclave-; seco – estufa).
5) Como é feito o monitoramento do processo de esterilização? 
 É realizado por indicadores químicos ou biológicos; testar eficácia do equipamento na instalação e após manutenção; verificar a eficácia após qualquer modificação proposta no processo de esterilização; estabelecer a eficácia como rotina diária. 
6) O monitoramento é realizado por indicadores químicos e biológicos. Explique esses dois indicadores:
Indicadores Químicos:
· Classe 1: Tiras impregnadas com tinta- termoquímica que muda de coloração quando exposto a temperatura. 
· Classe 2: Teste de Bowie e Dick, testar a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré-vácuo (espera-se mudança da dor do papel.
· Classe3: Indicadores de parâmetro único, controla um único parâmetro; A temperatura pré-estabelecida.
· Classe 4: Indicadores multiparametrico; controla a temperatura e o tempo necessário para o processo.
· Classe 5: Integrador; controla a temperatura, tempo e a qualidade do vapor.
· Classe 6: Integrador mais preciso por oferecer margem de segurança maior. Reage quando 95% do ciclo é concluído.
Indicadores Biológicos: São preparações padronizadas de microrganismos, comprovadamente resistentes e específicos para um particular processo de esterilização para demostrar a efetividade do processo.
· Primeira geração: tiras de papel com esporos microbianos, incubados em laboratório de microbiologia com leitura em 2 a 7 dias.
· Segunda geração: autocontidos com leitura em 24 a 48 horas.
· Terceira geração: autocontidos com leitura em 1 a 3 horas.
7) Antissepsia é a destruição dos microrganismos em tecidos vivos, como por exemplo no local da cirurgia. Pensando nisso, quais parâmetros um antisséptico deve ter para ser “ideal”?
· ↑ espectro de ação;
· Ação imediata;
· ↑ efeito residual;
· ↓ toxicidade;
· ↓ custo. 
AULA 2: TEMPOS FUNDAMENTAIS EM TÉCNICAS CIRÚRGICAS.
1) Explique os termos utilizados em técnicas cirúrgicas e quais são os conceitos:
 A terminologia cirúrgica visa identificar corretamente as diferentes intervenções cirúrgicas realizadas. A nomenclatura ou terminologia cirúrgica baseia-se em um radical que se refere ao órgão que está sendo abordado e em um sufixo que indica a manobra que está sendo executada. 
 Apesar da existência da nomenclatura ou terminologia cirúrgica, devemos lembrar que algumas operações recebem nomes particulares, por exemplo, operação cesariana, histerectomia, operação de Williams, etc.
2) Quais são os Tempos Fundamentais em Técnicas Cirúrgicas? 
 A cirurgia é dividida em Pré-operatório, Ato-cirúrgico, Pós-operatório. E é no Ato cirúrgico que temos os Tempos Fundamentais, que são: DIERÉSE, HEMOSTASIA e SÍNTESE.
· DIERÉSE: São manobras manuais e instrumentais que visam afastar os tecidos com finalidade terapêutica. Ela é dividida em DIERÉSE CRUENTA, que é a divisão dos tecidos com perda de sangue. Ex.: Arrancamento: manobra manual feita por rompimento; feita em nervos, vaos, orquiectomia de bezerros. DIÉRESE INCRUENTA, não há perda significativa de sangue. Ex.: Bisturi elétrico que faz secção por passagem de corrente elétrica de alta frequência; raio laser; criobisturi.
· HEMOSTASIA: São manobras manuais e instrumentais que visam evitar, prevenir ou deter a hemorragia ou impedir a circulação temporária em determinada área. 
· SÍNTESE: É o conjunto de manobras manuais e instrumentais, através do uso de fios e outros materiais, que visa restabelecer a condição anatômica funcional dos tecidos. 
3) A Dierése é dividida em cruenta e incruenta. Com relação a Dierése cruenta (onde há perda de sangue), diferencie incisão de punção:
· Incisão: corte/secção de um tecido com um instrumento cortante.
· Punção: expressão mínima (agulhas, cateteres ou lâminas de bisturi). Ex.: punção de medula.
4) Hemostasia é definida, de forma abrangente, como a parada do sangramento. Pensando nisso, devemos fazê-la para impedir ou prevenir uma hemorragia. Quais são os dois tipos de hemorragia que podemos encontrar?
· Hemorragias internas: sangue se acumula internamente (interstício ou cavidade). Ex.: equimoses, hematomas.
· Hemorragias externas: sangue flui diretamente para o meio exterior.
5) Ainda pensando em Hemostasia, classifique a natureza dos vasos:
· Arterial: fluxo forte e sincronizado;
· Venoso: fluxo lento, fraco e contínuo;
· Capilar: fluxo lento e superficial.
6) Quais são os tipos de hemostasia? 
· Preventiva: torniquete, faixa de Esmarch.
· Temporária: tamponamento com gaze, compressão digital ou instrumental e a pinça hemostática.
· Definitiva: ligadura ou transfixação com fios de sutura (evitar englobamento de tecidos em torno dos vasos). 
7) Sabemos que o período de síntese é muito importante para que ocorra uma boa cicatrização, e essa cicatrização pode ser por Primeira intensão ou por Segunda intenção. Quais materiais podemos utilizar nesse período?
· Fios;
· Grampos;
· Grampeadores; 
· Adesivos sintéticos e biológicos. 
8) Quais são os exames Pré-Operatórios?
· Hemograma;
· Função Renal: Creatinina, ureia, urinálise (Urina tipo 1);
· Função Hepática: ALT, FA, GGT, Bilirrubinas, Proteína total - ALBUMINA (fundamental para cicatrização);
· Pressão Arterial;
· EGG;
· Eletrocardiograma. 
9) Quais são as etapas do Pós-Operatório?
· IMEDIATO (recuperação da anestesia);
· MEDIATO (retirada dos pontos);
· TARDIO (reavaliação periódica). 
OBS.: Após a cirurgia recomendar analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios. 
10) Classifique o material cirúrgico com relação ao tipo e sua função. Dê Exemplos.
AULA 3: AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO (PARTE 1).
1) O que é orquiectomia?
Dentre as afecções cirúrgicas mais comuns nos cavalos podemos destacar a orquiectomia (castração) que é a remoção cirúrgica dos testículos. 
2) Podemos realizar sutura na orquiectomia?
 A orquiectomia é um procedimento cirúrgico que em grandes animais é de considerável potencial para complicações, devido as condições sob as quais são realizadas. Pode ser realizada a campo, com o animal em estação ou em decúbito. Após a cirurgia, a qual não é feita sutura do saco escrotal, este deve permanecer aberto para fechamento por segunda intenção, o animal é encaminhado para sua baia onde deitará numa serragem que poderá conter urina e fezes do próprio animal.
3) Em quais situações a orquiectomia deve ser indicada? 
Para facilitar o manejo dos animais que se tornam mais dóceis devido a diminuição da produção de testosterona, evitar coberturas indesejáveis, tumor e claudicação (por hipoplasia).
4) Quais são as três técnicas cirúrgicas quepodem ser usadas na orquiectomia? 
· Orquiectomia fechada – incide-se a pele, mas não é incisada a túnica vaginal. Nesta técnica, uma porção da túnica vaginal parietal e do músculo cremaster são removidos. Esta técnica não expõe a cavidade abdominal ao meio externo.
· Orquiectomia semifechada – secciona-se a pele e a túnica vaginal exterioriza-se o testículo e emascula-se o funículo juntamente coma a túnica vaginal. Nesta técnica, uma porção da túnica vaginal parietal é removida com o funículo e testículo. Esta técnica expõe temporariamente a cavidade abdominal ao meio externo.
· Orquiectomia aberta – secciona-se a pele e a túnica vaginal exterioriza-se o testículo e emascula-se somente o funículo. Nesta técnica, a túnica vaginal parietal não é envolvida no processo de emasculação. Esta técnica expõe a cavidade abdominal ao meio externo.
5) Quais podem ser as complicações pós cirúrgicas da orquiectomia?
· Edema pós-operatório – a presença de algum edema é normal, não sendo uma complicação. Excessivo edema local ocorre como resultado de edema do prepúcio e do escroto, sendo uma complicação bastante comum. Normalmente o edema atinge o seu pico entre o terceiro e sexto dia, diminuindo significativamente ao redor do nono dia de pós-operatório.
· Hemorragia – consiste em uma das complicações mais comuns na castração, pode ocorrer durante, imediatamente ou mesmo após alguns dias do ato cirúrgico.
· Infecções – infecções associadas com a castração podem ocorrer dentro de dias ou até meses após a cirurgia. Geralmente a infecção da ferida cirúrgica escrotal permanece localizada, entretanto, há propagação da infecção da bolsa escrotal, via cordão espermático, pode acarretar em peritonite bacteriana e septicemia (funiculite séptica).
· Eventração e evisceração – consiste em grave complicação decorrente da castração. Embora as causas da eventração permaneçam especulativas, acreditasse que alguns fatores como presença de hérnia inguinal e aumento da pressão abdominal após a cirurgia estejam envolvidos. A eventração e a evisceração podem ocorrer até seis dias após a cirurgia.
AULA 3: AFECÇÕES DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO (PARTE 2).
1) O que é vulvoplastia? 
 Dentre as afecções cirúrgicas mais comuns nas éguas podemos destacar a vulvoplastia que é a redução da fenda vulvar. A vulva é a primeira linha de defesa da égua contra as infecções uterinas, promovendo cios mais constantes, maior incidência de morte embrionária e maior incidência de abortos.
2) Quais são as indicações para uma vulvoplastia?
· Pneumovagina: aspiração involuntária de ar pela vagina.
· Laceração: feita pelo potro na hora do parto.
· Aumento da vulva pelo homem (Episiotomia): em éguas primíparas.
3) Como a vulvoplastia deve ser realizada?
A vulvoplastia pode ser realizada com o animal em estação, através de tranqüilização e anestesia local pela infiltração de aproximadamente 5ml em cada margem dos lábios vulvares, logo abaixo do nível do arco isquiático. As fezes são manualmente removidas do reto imediatamente antes da cirurgia, e a cauda deve ser enrolada em bandagem para evitar a contaminação do campo cirúrgico. Uma limpeza completa da região perineal deve ser realizada utilizando-se uma solução desinfetante branda, sendo logo após enxaguada abundantemente.
A técnica cirúrgica para realização da vulvoplastia recebe o nome de seu idealizador "Caslick". A técnica de Caslick, é o procedimento cirúrgico mais comum para a correção de pneumovagina prevenindo a aspiração involuntária de ar para a vagina.
Com uma tesoura o cirurgião remove uma porção de 3 a 5mm da junção mucocutânea de cada lábio vulvar. O comprimento vulvar a ser suturado vai depender da conformação individual de cada égua. O padrão de sutura utilizado é o ponto isolado simples ou contínuo, com fio não absorvível, monofilamento (nylon ou polipropileno), no 2-0. A abertura vulvar remanescente deve permitir a introdução de um especulo vaginal.
Existe, porém, a técnica de Caslick modificada que consiste apenas da retirada de um segmento de ambos os lábios vulvares e posterior sutura. 
4) O que deve ser feito no pós-operatório de uma vulvoplastia?
· Remoção dos pontos de pele com 10 dias.
· Antibióticoterapia e antiinflamatórios.
· Curativos com antissépticos 2 vezes ao dia.
5) Quais são as possíveis complicações pós cirúrgicas de uma vulvoplastia?
· Excessivo fechamento vulvar: pode ocasionar refluxo de urina.
· Para evitar exageradas lesões de parto, os lábios vulvares devem ser separados cirurgicamente um a dois dias antes do parto.
AULA 4: AFECÇÕES DO APARELHO DIGESTÓRIO.
1) Quais são os principais problemas dentários que encontramos em equinos?
Os principais problemas dentários nos equinos são: dente de lobo (interfere no uso do bridão e geralmente é extraído); pontas dentarias é o mais comum (pode causar ferimentos das bochechas e da língua), fraturas dentárias ou fratura mandibular e retenção da capa (ocasiona perda de apetite, até que esses dentes caiam).
2) Dentre os exames mais importantes feitos em equinos, podemos citar a palpação retal e a auscultação. Para realizá-los são necessários um conhecimento prévio sobre a anatomia do aparelho digestório. Descreve sucintamente o que encontramos do lado direito e esquerdo do animal: 
No lado direito encontramos o céco tomando toda a região, desde sua base no flanco até seu ápice próximo ao esterno, enquanto o lado esquerdo é formado pelo cólon menor, na região do flanco, um pouco mais cranialmente intestino delgado e na porção ventral, desde a apófise esternal até a região pélvica, encontramos o cólon maior. O conhecimento da anatomia e posicionamento normal das alças é de suma importância para que possamos definir na auscultação qual segmento está sendo examinado e também para uma possível palpação retal. 
3) Após a incisão da pele, subcutâneo, parede abdominal e peritônio pela linha média do abdômen, invadimos a cavidade abdominal tendo acesso as vísceras. Dentro da cavidade nos deparamos com, aproximadamente, 30 metros de alças intestinais que estão distribuídos de maneira a cada segmento ocupar o seu devido espaço, muito embora aparentemente para os leigos, desordenada. Após a abertura do peritônio teremos acesso as vísceras que, dependendo da patologia, estará acomodada de maneira errada, ou seja, o(s) segmento(s) não estará(ão) nos lugares anatômicos normais, estarão deslocados, torcidos ou encarcerados. O que fazer para entender o que está acontecendo?
A primeira coisa que temos que fazer é encontrar o céco e exteriorizá-lo. Encontrando o ligamento íleo cecal vamos segui-lo até conseguirmos tocar o íleo e através dele exterioriza-se, pacientemente, de caudal para cranial, ou seja, do íleo para o duodeno, todo o intestino delgado.
Voltando ao céco, seguimos agora o ligamento céco cólico que nos levará a base do cólon maior, nos permitindo percorrer toda a extensão do mesmo.
Então, basicamente, nossos 2 pontos de referência são o ligamento íleo cecal e o ligamento céco cólico.
4) Quais são as cólicas cirúrgicas?
São aquelas ditas mecânicas onde o cirurgião deve intervir com procedimentos específicos para tentar solucionar o problema. Mas para decidirmos se a cólica é cirúrgica ou não precisamos cumprir algumas etapas e exames complementares.
Um paciente com cólica é sempre candidato à cirurgia e o exame físico, juntamente com outros procedimentos são indispensáveis para o diagnóstico. O manejo de um paciente com cólica inclui resolução do déficit de fluído intravascular, alterações metabólicas e correção da lesão gastrointestinal. O procedimento pré-operatório principal é a rápida restauração do volume de líquido intravascular e a perfusão dos tecidos periféricos, permitindo que o paciente entre em anestesia e cirurgia com melhores condições.
O exame e tratamento do paciente cirúrgico deve ser feito rápido e eficiente para diminuir o intervalo de tempo entre tratamento e correção cirúrgica da lesão. Uma ficha de acompanhamento deste paciente deve ser aberta e todos os parâmetros marcados. Porém, não devemos esquecerde uma coisa muito importante. O animal não fala, a maneira com que ele se comunica com você e te dá informações é através dos sinais clínicos então, antes de qualquer administração de medicamentos, exames ou procedimentos observe esse animal solto na baia, pois suas atitudes ajudarão o veterinário fechar o diagnóstico.
5) Qual procedimento devemos realizar imediatamente no caso de cólica?
Descompressão gástrica para retirada de conteúdo e medição de pH; Podemos optar por deixar a sonda fixada até o final do tratamento; Amostra de sangue (hematócrito, proteína plasmática e eletrólitos (Na, K, Cl)); Fluidoterapia (20-45 ml/kg/h) para rápida reposição de volume e melhorar a perfusão tecidual.
6) Quais cuidados devemos tomar no procedimento citado a cima? 
 Evitar que a sonda vá em direção a região dos etmoides para evitarmos hemorragia severa.
 Certificarmo-nos que a sonda está no esôfago e não na traqueia o que poderia causar pneumonia por corpo estranho ou até mesmo morte por afogamento caso introduza-se grande quantidade de água.
 Retirar todo conteúdo líquido que foi introduzido, para isso é interessante medirmos a quantidade administrada.
7) Dentre os exames complementares, nas situações de cólicas, podemos realizar a Paracentese ou abdominocentese. Descreva essas técnicas:
Paracentese ou abdominocentese, é uma das técnicas diagnósticas mais úteis em cavalos com enfermidade abdominal. A análise do líquido abdominal reflete as alterações produzidas nos tecidos e órgãos abdominais. Permite determinar se o caso é cirúrgico, diagnóstico em casos de peritonite, hemoperitoneo e algumas neoplasias.
Pode ser realizada com uma agulha ou com uma cânula mamária de extremidade romba para casos de muita distensão das alças, evitando a penetração no lúmen intestinal. Em animais gordos deve-se utilizar uma agulha ou cânula mais comprida devido a camada excessiva de gordura do animal. Quando dentro da cavidade é possível a coleta do líquido em quantidade variável que deve ser coletado em dois tubos, um com EDTA e um sem aditivos. 
8) Após a realização da Paracentese ou abdominocentese, devemos avaliar a coloração do líquido que foi retirado. O que pode indicar as diferentes colorações desse líquido abdominal? 
Os líquidos peritoneais que apresentam celularidade indicam que existe um processo inicial de complicação circulatória e a medida que vão ficando sanguinolentos, indicam maior intensidade de isquemia e consequente sofrimento de alça. Já aquele líquido esverdeado e com cheiro de fezes indica ruptura de alça, desde que, a paracentese não tenha invadido a alça intestinal.
9) Qual é a importância da palpação retal? 
A palpação retal é um exame complementar de extrema importância para a determinação se o caso é ou não cirúrgico. Ao palparmos alguma anomalia nas alças intestinais devemos considerar como definitiva a decisão da cirurgia, porém, em uma palpação normal não poderemos descartar a cirurgia, pelo simples fato de que dentro da cavidade abdominal temos aproximadamente 30 metros de alças intestinais e nosso braço não é cumprido o suficiente para alcançar as regiões mais craniais do abdômen. 
10) Quais são as cólicas mecânicas?
 São as compactações, enterólitos, fecalomas, intussucepção, obstrução por corpo estranho, torções (volvo ou vólvulo) e deslocamento.
11) Baseado na resposta anterior, explique o que é cada uma dessas afecções:
· Compactação: São grandes acúmulos de conteúdo fecal em um segmento do intestino, normalmente ocorre no cólon maior. O tratamento cirúrgico consiste em se realizar uma enterotomia para esvaziamento do segmento compactado.
· Enterólito: Formação mineral iniciada normalmente a partir de um pequeno corpo estranho ou dietas ricas em Magnésio e Fósforo. Uma enterotomia deve ser realizada para retirada do enterólito.
· Fecaloma: São fezes muito endurecidas que num primeiro momento pode ser confundido com enterólito. O procedimento cirúrgico é semelhante aos casos de enterólitos.
· Intussucepção: Ocorre a entrada da alça no interior dela mesma. Uma enterectomia para retirada do segmento afetado deve ser realizada seguida de enteroanastomose.
· Obstrução por corpo estranho: Algo que o animal come, por exemplo, ataduras, saco plástico etc. A enterotomia é a técnica cirúrgica de eleição para retirada do corpo estranho.
· Torções: A alça torce sobre o seu próprio eixo, provocando necrose isquêmica na área sem irrigação sanguinea. Quanto maior o grau da torção, mais intensa e agudo são os sinais clínicos. A enterectomia e enteroanastomose devem ser realizadas, porém, dependendo do local da necrose e severidade desta necrose, opta-se pela eutanásia.
· Deslocamento: Ocorre a saída da alça do seu lugar anatômico, podendo evoluir para uma retro flexão, encarceramento nefro esplênico ou encarceramento inguino escrotal. Tratamento cirúrgico consiste em reposição da alça deslocada no seu lugar anatômico normal.
12) Quais são os cuidados pós operatórios depois de uma crise de cólica equina?
Esses cuidados vão variar de acordo com a condição sistêmica e função gastrointestinal do paciente, basicamente requerem hemograma e fibrinogênio a cada 2 dias, jejum alimentar que varia de acordo com os achados durante a cirurgia. Auscultação da frequência cardíaca e motilidade intestinal a cada 3 horas.
Antibiótico, analgésico e anti inflamatório. Caminhar 10 minutos a cada 2 horas. Curativos diários.
OBS: Caso o intestino delgado tenha sido envolvido, o pós-operatório vai requerer cuidados intensos 24 horas por dia com passagem de sonda para retirada de refluxo, soroterapia maciça e correção do equilíbrio eletrolítico do animal.
13) Quais podem ser as complicações pós cirúrgicas na cólica?
Dentre as complicações podemos citar a peritonite, aderências, íleo paralítico e laminite. 
14) O que são Hérnias?
 Caracterizam-se pela saída de vísceras de sua cavidade, através de um orifício adquirido, geralmente em locais de fragilidade tecidual. 
15) Quais são as classificações de Hérnias? 
Classificação quanto a origem:
· Traumáticas (comum em animais);
· Congênitas (adquirida na vida intrauterina);
· Hereditárias;
· Incisionais (após cirurgia).
Classificação conforme anatomia: Relacionada a região de ocorrência.
· Umbilical;
· Inguinal;
· Diafragmática;
· Abdominal.
Classificação quanto a estrutura:
· Hérnias verdadeiras: Conteúdo: Vísceras.
· Saco herniário: Prega do peritônio.
· Anel herniário: Ponto de ruptura na parede. O anel é uniforme, arredondado e ligeiramente mais engrossado em relação aos tecidos fibrosos (tentativa de cicatrização).
16) Quais são os fatores determinantes para que ocorra uma Hérnia?
Aumento de pressão intra abdominal, direcionado para um ponto mais frágil.
17) Como é feito o diagnóstico para Hérnia?
· Inspeção visual;
· Palpação;
· Ultrassom.
18) Quais são os sinais clínicos e o tratamento para hérnia?
Sinais clínicos:
· Tumefação;
· Síndrome cólica (as vezes);
· Dificuldade respiratória.
Tratamento: 
· Unir os bordos do anel herniario, após reposição do conteúdo da hérnia ao local de origem.
QUESTÕES PARA PROVA REGIMENTAL:
GRUPO 2: SISTEMA RESPIRATÓRIO 
1) Cavalo, 5 anos, 450kg, foi atendido no HOVET-FMU com corrimento nasal bilateral, com conteúdo mucopulento. Foi realizado um exame de endoscopia, a qual foi confirmado a origem do conteúdo, sendo ele originado nas bolsas guturais. Qual o único possível diagnóstico?
a) Sinusite
b) Empiema das bolsas guturais
c) Timpanismo das bolsas guturais
d) Micose das bolsas guturais
e) Neoplasia em fossa nasal
2) A Hemiplegia Laringeana é um distúrbio em que há paralisia da musculatura laringeana, impedindo a abdução (abertura) eficaz das cartilagens aritenóides. Ocorre em cavalos de esporte, principalmente em raças maiores. Acredita-se que esses animais sejam mais propícios para lesão do Nervo Laríngeo recorrente pelo fato deste sofrer lesão pelo pulsar da artéria aorta. Considere as afirmativas a seguir, a respeito dos graus das Hemiplegias:
I) As hemiplegias grau I e IIdevem ser operadas.
II) A hemiplegia grau IV causa paralisia completa e slap-test negativo, devendo ser tratada cirurgicamente.
III) A hemiplegia grau III tem adução e abdução completas.
IV) O tratamento mais efetivo é a aritenopexia, que consiste em fixar a aritenóide da cricóide, possibilitando a passagem do ar.
a) Apenas I e III estão corretas;
b) Apenas II está correta;
c) Apenas I, II e IV estão corretas;
d) Apenas II e IV estão corretas;
e) Todas estão corretas;
3) Uma égua, manga-larga, 10 anos, utilizada em provas de trote, deu entrada no HOVET-FMU, após uma queda que ocasionou epistaxes severas. De antemão, pela dispneia apresentada, foi solicitado uma radiografia, onde foi observado fratura, levando a uma obstrução respiratória. Qual o procedimento emergencial deverá ser adotado?
a) Entubação;
b) Traqueostomia, com incisão no terço superior da linha média do pescoço;
c) Aplicação de brondilatadores;
d) Traqueostomia, com colocação de dreno pela hemorragia apresentada. 
4) Você foi chamado para atender um equino, 10 anos, SRD, na qual o proprietário se queixava de corrimento nasal purulento unilateral, dispneia, disfagia e perda de peso. No exame físico foi observado um aumento de volume em região de fossas nasais e aumento da temperatura na região. Qual exame de eleição você utilizaria para dar o diagnóstico? Com base no resultado do exame, qual o diagnóstico foi observado e qual o tratamento indicado?
O exame de eleição é a radiografia, onde observa o rompimento do alvéolo dentário e presença de secreção nos seios paranasais. O possível diagnóstico é a sinusite secundária ocasionado por fratura dentária. O tratamento consiste em extração dentária, trepanação com lavagem com adução fisiológica, antibióticos e antissépticos.
5) Chegou no HOVET-FMU, equino, 500 kg, 16 anos, com epistaxe unilateral, intermitente, com odor fétido e meneios de cabeça. Esses sintomas são indicativos de Hematoma Etmoidal. Quais os exames solicitados e seus achados, respectivamente?
O exame de eleição é a radiografia de crânio, onde se observa uma maior radiopacidade na região do hematoma etmoidal e endoscopia onde se observa massa (sangue e secreção).
GRUPO 3: SISTEMA GENITURINÁRIO
1 - O Brasil um dos países com o maior rebanho de equinos da América Latina, tendo assim inúmeros problemas reprodutivos, dentre eles, as distocias ao parto sendo estas de origem fetal ou maternal. Em casos como esses, há necessidade de intervenções cirúrgicas com manobras específicas para reduzir o número de óbitos ao nascimento e o índice de lacerações nas matrizes. Quais os passos a serem seguidos para realização adequada de episiotomia, seguindo a sequência da assepsia, anestesia e técnica cirúrgica.
R - Episiotomia é a abertura cirúrgica dos lábios vulvares para permitir a passagem do feto e evitar que a vulva se rasgue irregularmente durante o parto, podendo envolver o reto. Aconselha-se envolver a cauda com uma faixa, a fim de isolar a área de possíveis contaminações com os pelos locais. Após a higienização e antissepsia do períneo, infiltração anestésica local (injetar fármacos bloqueadores locais nos dois lábios vulvares), procede-se com a incisão através da pele e mucosa vestibular em forma de V, permitindo a passagem do feto. Após o parto, se aproxima a mucosa vaginal com fio absorvível sintético e a pele é suturada com pontos simples interrompidos. No pós-operatório deve-se observar e trocar o curativo diariamente. O uso de antibiótico é opcional.
2 - A orquiectomia é um procedimento cirúrgico muito comum em grandes animais. A cirurgia é de considerável potencial para complicações, pois na maioria das vezes é realizada a campo e após a cirurgia, a ferida cirúrgica no saco escrotal não é suturada, que por sua vez, tende a cicatrizar por segunda intenção. Graças à técnica empregada, existem diversos riscos de complicações pós-cirurgicas. Com relação às complicações e os riscos de eventração e evisceração no pós-operatório, quais são os possíveis fatores predisponentes para tais complicações? 
R – Hérnia inguinal e aumento da pressão abdominal.
3 - Equino, 5 anos, atleta, foi submetido à orquiectomia a campo há 6 dias utilizando a técnica aberta. Apresenta aumento de volume em região inguinoescrotal, com presença de secreção purulenta na ferida cirúrgica. O tratador relata que o animal está prostrado há 2 dias, e apresenta anorexia, adipsia, sensibilidade dolorosa à palpação e claudicação. Ao exame físico, a FC 58bpm, FR 30 mpm, temperatura 40,4 °C. Aos exames laboratoriais, o hemograma indica leucocitose. Qual o diagnóstico, porque ocorre e qual o tratamento adequado?
R- O diagnóstico é funiculite séptica, ocorre por fracasso da remoção da túnica vaginal e do músculo cremaster externo. O tratamento em casos agudos pode ser uma terapia antimicrobiana e o estabelecimento de drenagem e ocasionalmente a remoção cirúrgica do segmento afetado.
4 - Um dos obstáculos observados no parto de éguas nuliparas é o estreitamento da vulva. Essa característica confere à fêmea uma maior possibilidade de lacerações ao nascimento e distocia, alem de alterações morfológicas na região, responsáveis pelo acontecimento de pneumovagina e cistites decorrentes da proximidade do óstio da vagina com o ânus. Buscando alternativas para reduzir esses possíveis traumas, existem algumas técnicas cirúrgicas que visam corrigir a morfologia da vulva. Quais as duas técnicas cirúrgicas possíveis à serem empregadas e como é realizado o pós cirúrgico? 
R – Uma das técnicas é a episiotomia. Após o bloqueio anestésico, uma incisão dorsal a vulva é feita com o bisturi, levemente obliqua para os lados direito ou esquerdo. Se o caso exigir, um corte pode ser feito em ambos os lábios (se o bezerro é muito grande e não pode sair). O fato de realizar o episiotomia tem grandes benefícios, como facilitar saída do bezerro, facilitar o procedimento obstétrico e ajudar a vaca em trabalho de parto, especialmente em animais que são matrizes pela primeira vez. No pós-operatório deve-se observar e trocar o curativo diariamente. O uso de antibiótico é opcional, mas aconselhável, uma vez que a região é bastante susceptível à infecções.
Outra, é a vulvoplastia. Consiste numa cirurgia de reconstrução da comissura dorsal da vulva que apresenta defeito anatômico ocasionado durante o parto ou devido à realização de uma episiotomia. Magreza, idade, partos repetidos e lordose também podem alterar a posição da vulva. A vulvoplastia é frequentemente indicada como forma de tratamento de pneumovagina, enfermidade que afeta principalmente éguas velhas e multíparas e predispõe à urovagina.

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