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Muitas vezes, as manifestações clinico macroscópicas são mais características e distintivas que os achados histológicos NÃO TUMORAL – PADRÕES MORFOLÓGICOS Dermatoses espongióticas Alterações dérmicas e epidérmicas superficiais que variam em função do estágio evolutivo e etiologia Sinais histológicos comuns a todas as dermatoses do grupo Espongiose – lesão elementar (pode ser leve, pouco importante, sem vesícula) ECZEMA Dermatite/eczema atópico Eczema de contato Eczema palmo-plantar (disidrose palmo-plantar) Dermatite/eczema atópico Crônico e recidivante com prurido constante; na 6° semana de vida (forma lactente), infantil e adulta História familiar de atopia em 75% dos casos, piora no inverno e infecção secundaria é frequente Eosinofilia periférica e excesso de IgE sérica como resposta a antígenos ambientais; corticoide tópico Eczema de contato Reação a agentes externos (alérgicos ou irritantes), reação imunitária mediada por células em resposta a alergenos ambientais (níquel, borracha e medicamentos) Depende de sensibilização previa a substancia (sensibilização adquirida) com reação após reexposição Agudo, subagudo e crônico nas regiões de contato com o alergeno mas pode se estender ou generalizar Teste de contato – padrão ouro para o diagnóstico Eczema palmo-plantar (disidrose) Lesão recidivante com formação de vesículas palmoplantares com hiperidrose; quadro sindrômico de etiologia variada (hipersensibilidade, micoses, infecções bacterianas) Sem causa aparente, fator emocional Quadro agudo – formação de vesículas para espongiose Achados histopatológicos – espongiose, migração de linfócitos e histiocitos, paraceratose com serosidade; eczema agudo – formação de vesícula; eczema sub- agudo ou crônico – acantose e liquenificação João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Dermatoses psoriasiformes Grupo de entidades clinicamente e histologicamente similares Sinais clínicos – erupção eritematodescamativa Hiperplasia epidérmica psoriasiforme – papilomatose regular com alongamento seletivo e paralelo dos cones epiteliais e superficialização das papilas dérmicas Dermatoses mais comuns – psoríase, farmacodermia psoriasiforme e liquenificação/neurodermite Psoríase vulgar – em placa Afecção crônica Placas avermelhadas cobertas de escamas prateadas, tendendo a distribuição simétrica nas superfícies extensoras das extremidades e em outras áreas do tegumento Etiologia não totalmente esclarecida – predisposição genética evidente, anormalidade na interação de linfócitos T e B e deles entre células da imunidade inata resultam em inflamação com proliferação de queratinocitos (acantose) VARIANTES CLINICAS Psoriase em gotas / guttata – eruptiva Eritrodermia psoriática – psoríase esfoliativa Psoríase artropatica Psoríase das dobras/flexural Psoríase palmo-plantar Psoríase pustulosa Achados histopatológicos – paraceratose, ausência de camada granulosa, hiperplasia/acantose regular – psoriasiforme, superficialização e achatamento das papilas dérmicas, microabcessos intracórneos (de Munro) e pústulas no topo das papilas Dermatoses vesicobolhosas Grupo de entidades clinicamente e histologicamente similares, classificadas segundo a etiologia – autoimune e não autoimune Sinais clínicos – presença de bolhas/fendas na epiderme Bolhas ou fendas ocorrem em região intradermica, subepidérmica ou na junção dermoepidérmica MAIS COMUNS Pênfigo vulgar Pênfigo vegetante Pênfigo foliáceo Pênfigo foliáceo endêmico – fogo selvagem Penfigoide bolhoso Dermatite herpetiforme – de doença celíaca Pênfigo vulgar João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Adultos acima dos 50 anos, sem predileção por gênero Grupo de afecções bolhosas crônicas que se formam como resposta a autoanticorpos dirigidos contra caderinas desmossômicas epiteliais – acantólise Pouco frequente, acomete mais a população judia 50-70% inicia-se na boca como erosões dolorosas ou bolhas, depois surgem lesões na pele (couro cabeludo, face, virilha ou generalizada) Clínica – bolhas frágeis e flácidas em pele normal ou eritematosa, se rompem formando áreas crostosas, sangrantes e dolorosas Achados histopatológicos – biopsia de uma lesão recente sem infecção secundaria, acantólise com destruição das pontes intercelulares, células acantoliticas arredondadas e com citoplasma eosinófilo, núcleos eosinófilos e picnóticos; clivagem/bolha suprabasal contendo células isoladas e algumas células inflamatórias (eosinófilos); assoalho da boca com células basais intactas Dermatoses liquenoides Sinonímia – dermatite de interface Infiltrado inflamatória liquenoide (junção dermo- epidermica) de intensidade variável (presente ou não) Vacuolização citoplasmática da camada basal da epiderme Apoptose/necrose de ceratinócitos (corpos apoptóticos) Mais comuns – líquen cutâneo e variantes e dermatoses liquenoides (LES, dermatomiosite e eritema multiforme) Líquen plano 1% da população, erupção subaguda ou crônica Etiologia desconhecida, mas considerada cada vez mais como uma doença autoimune Pode acometer mucosas – oral (60%) e mucosa anogenital Clínica – pápulas poligonais brilhantes, violáceas, pruriginosas, queratoticas, em face flexora de punho, antebraços e pernas, localizadas ou generalizadas Podem ter cura espontânea, mas são recidivantes Achados histopatológicos – hiperplasia da epiderme (hiperceratose, hipergranulose, extremidades interpapilares alongadas – em dente de serra) Na derme há infiltrado inflamatório linfocitário superficial em faixa, bem delimitado em seu limite inferior, que “apaga” a camada basal da epiderme Corpos apoptoticos ou citoides (corpos de Civatte) e incontinência pigmentar IF – Mostra faixa linear fibrilar na junção dermoepidermica e nos corpos apoptoticos João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce LES Doença autoimune causada por autoanticorpos, com amplo espectro de gravidade Incidência de 1,8-7,6 casos/100.000 mulheres, mais mulheres de 20-40 anos Forma benigna que acomete a pele ou forma sistêmica potencialmente fatal, com formas intermediarias e de transição Manifestações na pele – agudo, crônico subagudo e crônico/discoide (de acordo com a localização e profundidade do infiltrado) Patogênese – predisposição genética, MHC – controle da resposta imunitária, deficiência em fatores c2 ec3 do complemento, fatores ambientais (uv), medicamentos e aminas aromaticas, virus, hormônios endógenos ou exógenos, resposta imunitária Achados clínicos – placas ou maculas arredondadas e bem delimitadas, eritematosas com descamação e atrofia central em face, couro cabeludo, pescoço, ouvido e lábios, 25% mucosas – oral Variantes: verrucoso, túmido, bolhoso, folicular, rosaceiforme Lúpus eritema multiforme-símile (Sd. De Rowell), profundo (paniculite lúpica) Achados histopatológicos – hiperceratose com rolhas córneas, adelgaçamento ou hiperplasia da epiderme, degeneração hidrópica das células da camada basal, infiltrado inflamatório mononuclear em arranjo peri- anexial, espessamento da membrana basal, IF direita mostrando C3 em faixa homogênea Dermatoses inflamatórias Infiltrados dérmicos – linfocitários, granulomatosos (sarcoidose, rosácea) Dermatoses neutrofilicas –Sd. De Sweet, pioderma gangrenoso Vasculopatias – vasculites cutâneas e vasculopatia sem vasculite Dermatosesinfecciosas – bacterianas, virais, micoses superficiais e profundas e infecções parasitarias Doenças do tecido conjuntivo – colágeno e fibras elásticas Dermatoses por sobrecarga ou depósito – mucinoses cutâneas, calcinose Lesões pre malignas – ceratose actinica e Doença de Bowen Neoplasias malignas – CEC, CBC, nevo melanocitico e melanoma maligno Os tumores cutâneos se originam na epiderme, derme e anexos cutâneos Epiderme – benignas, pré-malignas, carcinoma in “situ” e invasivo Derme Anexos cutâneos Nevos e melanomas Pré-malignas – maior risco de evoluírem para neoplasia maligna (distúrbios de proliferação e diferenciação da epiderme) LESÕES PRÉ-MALIGNAS Ceratose actínica Senil ou solar Clínica – placas cobertas de escamas secas, aderentes e pardacentas que surgem em pessoas idosas em geral na pele exposta, mais comum em pessoas de pele clara e imunossuprimidos, portadores de vitiligo Marcador de risco para carcinoma epidermoide, CBC, melanoma (lesões com maior risco – hiperceratóticas em dorsos das mãos, punhos e antebraços) João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce PADRÃO MORFOLÓGICO - DERMATOSES LIQUENOIDES / DE INTERFACE João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Histopatológico – grau variado de displasia- atipia – das células escamosas da epiderme, em geral limitada às áreas basais, podendo envolver anexos A derme mostra elastose solar (degeneração basofílica do colágeno), capilares dilatados e infiltrado inflamatório mononuclear: Hiperceratótica – hiperceratose e paraceratose nas áreas de epitélio displasico Atrófica – atrofia da epiderme Proliferativa – brotamentos de epitélio atípico na derme papilar Bowenoide – atipias acentuadas Liquenoide Pigmentada – aumento da melanina em ceratinocitos, melanocitos e macrófagos LESÕES MALIGNAS CEC Tumor maligno invasivo constituído pela proliferação de células escamosas (15-20% das neoplasias malignas de pele) Em qualquer topografia, mais em áreas expostas Lábios e ouvidos – maior risco de recorrência e metástases Patogênese – exposição prolongada a raios UVB (causa mutações no DNA, reduz a resposta imunitária, contribuindo para o desenvolvimento da neoplasia) PUVA, raios X, HPV, carcinógenos químicos, infecções crônicas e doenças congênitas Origina-se em: pele normal, lesão pré-maligna, ulceras crônicas, lesões crônicas ou cicatrizes Clínica – variada (nodular, ulcerado, infiltrado, eritematoso, descamativo, etc) Histopatológico – células com semelhança a camada espinhosa que crescem formando brotos de espessura variável que partem da epiderme e infiltram a derme, com diferenciação em direção à queratinização (tumores bem diferenciados formam perolas córneas) Bem diferenciado, moderadamente diferenciado, pouco diferenciado (pior prognostico) CEC acantolico, sarcomatoides ou fusocelulares (diagnostico diferencial de sarcomas e melanomas) – IH A cirurgia é curativa na maioria dos casos Pior prognostico tumores maiores que 2 cm ou que 4 cm de espessura máxima, neurotropismo, imunossuprimidos, surgimento em ulceras crônicas, radiação e queimaduras Grau de diferenciação; profundidade de invasão (derme reticular e subcutâneo, maior risco de metástases) e sede de metástases – linfonodos regionais, fígado, pulmões e cérebro determinam prognostico CBC João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Tumor maligno mais prevalente na pele (70-75%); origina-se na epiderme, folículos pilosos e ductos sudoríparos, as células se assemelham as da camada basal da epiderme Acomete idosos, acima da 6° década, raro em negros Em qualquer topografia, com predileção por áreas expostas ao sol, excepcional em região palmar e plantar (não acomete mucosas) Invasão apenas local, lentamente expansivo, excepcionalmente ocorrem metástases, curado com cirurgia Patogênese – uso de medicamentos a base de arsênico, exposição a radiação, imunossupressão e síndromes hereditárias (Sd. Do CA basocelular nevoide) Clínica – subtipos Nodular/ulcerativo (mais comum) – face e pescoço Difuso ou infiltrativo – face e pescoço Superficial multifocal – tronco Pigmentado (menos comum) Fibroepitelioma de Pinkus Histopatológico – brotos sólidos de tamanhos variados compostos por células cuboidais, basofilicas, homogêneas, assemelhando-se as da camada basal da epiderme, com paliçada periférica e halo entre o tumor e o estroma (pouca atipia e raras mitoses) Padrões de crescimento nodular (nódulo único) e multicêntrico SUBTIPOS Adenoide, nodular e adenoide, nodular e cístico Superficial Diferenciação sebácea, diferenciação pilar (queratótico) Basoespinocelular (carcinoma metatípico) Esclerodermiforme A cirurgia é curativa na grande maioria dos casos, recidiva local (0,5 a 14%) Regressão espontânea parcial ou total em 20% dos casos Margem comprometida com ampliação – ausência de tumor residual Em alguns casos, comportamento muito agressivo – invade profundamente envolvendo osso e partes moles Pior prognóstico – caráter infiltrativo e invasão profunda (subcutâneo), menos paliçada, blocos menores infiltrativos e espiculados, envolvimento perineural Metástases excepcionais Nevo melanocitico Originam-se nos melanocitos, células derivadas da crista neural e capazes de produzir melanina que migram para a junção dermoepidérmica ou na derme Proliferação anormal de melanocitos resulta nos transtornos de mecanismos regulatórios da multiplicação celular (genes BRAF e RAS) Congênitos ou adquiridos, com distribuição igual entre os sexos Clínica (adquiridos) – lesões maculosas ou papulosas de pigmentação variável, pequenos ou muito grandes, pilosos ou não (em pele-cabeça e pescoço-mucosas) TIPOS Juncional (junção dermoepidermica) João Luis Realce Composto (juncao dermoepidermica e derme) Intradérmico (derme) SUBTIPOS Congênito – pequeno, médio e grande Azuk De Spitz (melanoma juvenil) Displasico Melanoma Mais comum na pele que em outros locais (globo ocular e TGI), mais em brancos Importante pela frequência e potencial gravidade – tumor cutâneo mais letal 3% de todas as neoplasias malignas, predominam em adultos e ocasionalmente em crianças FR – Nevo congênito gigante, xeroderma pigmentoso, melanoma familiar e imunossupressão Mais comum em homens – maior mortalidade, nas mulheres são mais superficiais, predomínio nas pernas; nos homens são mais infiltrativos, predomínio no dorso, cabeça e pescoço Patogênese – pode associar-se a nevo melanocitico preexistente, congênito ou adquirido, aparecer em nevo displasico, surgir “de novo” ou originar-se de nevo azul Etiopatogenese multifatorial, incluindo genética e raça Esporádicos (maioria) e hereditários; incidência menor em afrodescendentes; exposição excessiva à UV – radiação induz formação de radicais livres e forma dímeros de timina; pacientes com deficiência de endonucleases para reparar danos no DNA tem risco elevado para várias neoplasias, inclusive melanoma Pacientes que tiveram melanoma tem maior risco de apresentarem outro Principais anormalidades genômicas encontradas = defeitos no controle do ciclo celular resultando em proliferação celular descontrolada; ativação da proliferação celular com ativação de fatores de transcrição que estimula genes de sobrevivência celular ou de mitose e atividade de telomerase – ativa TIPOS 1. Lentigo maligno – melanoma = pele exposta de idosos (melhor prognostico) 2. Extensivo superficial ou pagetoide (70%) – perna de mulheres e dorso de homens 3. Melanoma nodular – tronco, cabeça e pescoço, media 40 anos 4. Melanoma acral lentiginoso (2-8%)– mais comum em afrodescendentes Apresentação clinica variável – depende do tipo, localização e tempo de evolução) = macula, nódulo, vegetação, pigmentado ou amelanótico Histopatológico – depende do subtipo e da localização Proliferação assimétrica de células melanociticas atípicas, ora epitelioides, ora fusocelulares, descoesas, com ascensão melanocitária na epiderme, crescimento em células isoladas, expansivo, alveolar, sólido na derme, núcleos volumosos e atípicos, nucléolos evidentes eosinófilos, atipias e figuras de mitose frequentes Prognostico tem relação com a sede da lesão BANS – upper back, posterior arm, posterior neck, posterior scalp prognostico menos favorável que os de extremidades Comportamento biológico inconstante – tamanho da lesão João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Medida microanatomica de Clark (4 niveis) e micrométrica de Breslow (espessura de invasão) Presença de ulceração – reduz sobrevida em até 50% e aumenta risco de metástase Infiltração linfocitária peri-tumoral – marcador prognostico Áreas de regressão, índice mitótico, presença de pigmento, invasão angiolinfatica Metástases linfonodais regionais, metástase subcutânea e a distância (pulmão, fígado e SNC) João Luis Realce João Luis Realce
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