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P á g i n a | 5 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Histopatologia da Pele Características: Células justapostas Existe matriz extracelular, mesmo que pequena É um tecido lábil É montado em camadas (estratificado) e as células se achatam em direção à superfície (pavimentoso) É necessária sustentação e ancoragem – feita pelo tecido conjuntivo o Matriz o Fibras colágenas Funções: Proteção contra desidratação, atritos, radiação e microorganismos Termorregulação Formação da vitamina D Excreção Reação imunológica Sensorial Retinol: Precursor do ácido retinóico - estimulação da diferenciação e da proliferação celular dos epitélios Atua em conjunto com hormônios esteroides e tireoideanos Tem função de hormônio para o epitélio É melhor adquirir na dieta Calciferol: Participa de processos de defesa Homeostase do cálcio Controle da pressão arterial Papel antioncogênico – regulação dos processos de multiplicação e diferenciação celular Membrana basal é formada por colágeno tipo IV, que é resistente, mas não sela, uma vez que forma uma rede – permite a passagem de oxigênio e nutrientes para as células do epitélio É dividida em 5 camadas: 1. Estrato córneo – camada superficial composta por queratina Células mortas e achatadas 2. Estrato lúcido – presente apenas em pele grossa 3. Estrato granuloso – contém grânulos lamelares e as células de langerhans Células achatadas e com núcleo central 4. Estrato espinhoso – contém os queratinócitos Camada ideal para ver os desmossomos Contém filamentos de queratina – tonofilamento Camada mais espessa Se o desmossomo estiver muito aparente, significa que há edema na região, pois ele está espichando para não romper 5. Estrato basal – ligada à membrana basal e contém os melanócitos e as células de merkel Células prismáticas ou cuboides Rica em célula tronco – germinativa normal encontrar mitose Possuem filamentos intermediários de queratina Estruturas: A. Queratinócitos – produção de queratina e de citocinas Controle da perda hídrica 6 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX B. Melanócitos – são responsáveis pela produção de melanina, proteína amarronzada que protege o núcleo dos queratinócitos da radiação UV Provém da crista neural 1 melanócito alimenta 36 queratinócitos através do transporte de célula a célula – citócrino Ficam no estrato basal Não formam desmossomos, mas sim hemidesmossomos Produzem melanina no plexo coroide, na retina e nos olhos Eumelanina – tonalidade mais escura, reflete mais a radiação Feomelanina – mais clara, reflete menos a radiação C. Células de Langerhans/dendrítica – responsáveis pela defesa física Originada na medula óssea Faz fagocitose, mas são os grânulos de Birbeck que degradam o agente, assim como o lisossomo nos macrófagos D. Células de Merkel – mecanorreceptores Proveniente da crista neural Detectam os impulsos e os transmitem para o SNC Granulosas Encontradas na base da pele – lâmina basal Lábios, cavidade oral, bainha externa da raiz dos folículos pilosos e peles palmar e plantar (pele grossa) Pálpebra e platisma (pescoço) não têm hipoderme Derme: Papilar – tecido conjuntivo frouxo contém os vasos sanguíneos nutrição Reticular – tecido conjuntivo denso Hipoderme: Tecido conjuntivo frouxo e adipócitos – une a derme aos órgãos profundos Permite o deslizamento da pele Panículo adiposo – camada maior de tecido adiposo Anexos cutâneos: Mesma origem da epiderme – ectoderme Pelos o Eixo do folículo – cresce para a superfície o Bulbo – fixada na derme – produção do pelo o Tecido – igual ao da epiderme, inclusive as células melanócitos o Fase anágena – prolifera/cresce o Telógena – repouso o Catágena – regressão o Alopecia – perda dos pelos Unhas o Dobra da epiderme o Necessárias para a proteção das falanges distais o Utilizada para o tato P á g i n a | 7 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Melanócitos estão presentes, mas não estão ativos/funcionando o Placa ungueal consiste em corneócitos, sais de cálcio e proteínas fibrilares contendo enxofre o Onimicose – fungos na unha Deformidade da placa ungueal – afastamento do leito Quebradiça Odor característico Pigmentação o Paroníquea – unha encravada Trauma + infecção o Melanoníquea – melanócitos ativos Formação de estrias pigmentadas Glândulas Sudoríparas o Tubular simples enovelada o Exócrina e apócrina ou merócrina o Apócrina – associadas ao folículo piloso – púbis, axila, perianal, aréola odor o Merócrina – não estão associadas ao folículo piloso – exceto na glande controle de temperatura Glândulas sebáceas o Acinosa simples o Exócrina e holócrina o Pode estar associada a folículos pilosos Junção dermo-epidérmica Células da epiderme + tec. Conjuntivo 2 segmentos de colágeno – tipo IV e reticular Estrutura e adesão – hemidesmossomos Procedimentos: Curetagem – usa-se um instrumento redondo com um bisturi, que retira somente a superfície da lesão Só realizar a curetagem se tiver certeza de que a lesão é de característica benigna se realizar, é indicado que cada uma das lesões seja mandada em um recipiente separado para a patologia, para que não corra o risco de haver um maligno e não saber o local da lesão Biópsia por Punch – superfície tubular que fará um corte cônico até a hipoderme Deixa cicatriz quase imperceptível, pois é de segunda intenção o Forma tecido de granulação o Não aproxima as bordas com fio cirúrgico, a não ser que seja uma lesão muito grande Propicia a retirada de uma margem de segurança Cauterização – queima lesões elevadas e que têm certeza de que são de origem viral Lesão pigmentada: retirar por excisão Shaving – raspagem com um bisturi lesões que sejam benignas Retira apenas o epitélio – sem cicatriz 8 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Definições de termos macroscópicos das lesões da pele estão relacionados ao quanto a lesão cresceu Mácula – lesão circunscrita de 5mm a 10 mm de diâmetro, plana e de coloração distinta da pele ao redor Pápula – lesão elevada, em forma de cúpula ou achatada e com até 5mm de diâmetro Nódulo – é uma lesão elevada, com contornos esféricos maiores do que 5mm de diâmetro Placa – é uma lesão pouco elevada, de forma achatada e geralmente maior do que 5mm de diâmetro pode ser uma pápula coalescida Vesícula – é uma lesão elevada preenchida por fluido de até 5mm de diâmetro Bolha – lesão elevada e preenchida por fluidos que ultrapassa 5mm de diâmetro Blister – é um termo comum utilizado para definir vesículas e bolhas Pústula – lesão elevada, discreta e preenchida por pus Urticária – é uma lesão elevada, transitória, que causa coceira (pruriginosa), com palidez e avermelhamento (eritema) variável, sendo formada como resultado de edema dérmico Escama – seca, dura e semelhante à placa cornificação imperfeita Liquenificação – é um espessamento e uma rugosidade da pele, caracterizada por sulcos proeminentes resultado de atrito atrofia e retificação Escoriação – é uma lesão traumática, caracterizada pela quebra da epiderme, formando uma área linear cruenta, frequentemente autoinduzida pruriginosa e Onicólise – é a separação da placa ungueal do leito ungueal Definições de termos microscópicos das lesões da pele Hiperceratose – é um espessamento do estrato córneo frequentemente associado com alterações qualitativas da queratina Paraceratose – queratinização caracterizada pela retenção dos núcleos celulares do estrato córneo Nas membranas mucosas, a paraceratose é considerada normal Hipergranulose – hiperplasia do estrato granuloso, geralmente secundário a atrito intenso Acantose – hiperplasia epidérmica difusa 5 camadas – normal Mais de 5 camadas - doente Acantólise – perda das conexões intercelulares, causada perda da coesão entre os queratinócitos Papilomatose – elevação da superfície causada pela hiperplasia e aumento das papilas dérmicas contíguas Disceratose – queratinização anormal que ocorre prematuramente dentro de um grupo individual de células abaixo do estrato granuloso Espongiose – edema intercelular na epiderme Tumefação hidrópica/balonização – edema intracelular de queratinócitos, frequentemente visto em infecções virais Exocitose – infiltração da epiderme por células sanguíneas circulantes Erosão – descontinuidade de um epitélio com perda incompleta da epiderme Ulceração – descontinuidade de um epitélio, com perda completa da epiderme e, frequentemente, da derme do tecido subcutâneo Vacuolização – formação de vacúolos dentro ou adjacente às células geralmente nas células da zona da membrana basal Lentiginoso – padrão linear de proliferação dos melanócitos dentro da camada de células basais da epiderme. É uma lesão plana e pigmentada. A hiperplasia melanocítica lentiginosa pode ocorrer como alteração reativa ou como parte de uma neoplasia de melanócitos P á g i n a | 9 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Distúrbios da Pigmentação e dos Melanócitos 1. Vitiligo perda parcial ou completa dos melanócitos em determinada parte do corpo todas as etnias e idades são afetadas, embora as lesões sejam mais evidentes em pessoas de pele escura. Não se sabe a causa Clínica: Máculas assintomáticas de perda de pigmento Lesão plana e bem demarcada Koebnerização – fenômeno no qual as lesões se desenvolvem primariamente em regiões onde há traumas repetidos tipos: vulgar – o corpo todo focal – só uma área teoria da pinta segmentar – um segmento corporal Morfologia: exame histológico indistinguível da pele normal, mas a microscopia eletrônica revela a perda dos melanócitos nessa região ou a imunoistoquímica detecta a falta da proteína tiroquinase Patogênese: Teoria da hidroquinona Teoria da proliferação de melanócitos Teoria autoimune – destruição dos melanócitos de algumas regiões do corpo estresse emocional Tratamento: Corticoterapia Proteção Despigmentação total da pele Fototerapia 2. Albinismo OCA-1 o Pele e cabelos brancos o Olhos azuis o Podem aumentar a produção de melanina com o tempo OCA-2 o Comum na África subsaariana, afro- americanos e nativos americanos o Cabelo loiro, ruivo, cor de gengibre ou vermelho-vivo o Olhos azuis ou castanhos claros o Pele branca ao nascimento, mas pode desenvolver sardas com a exposição solar OCA-3 o Comum em negros sul-africanos o Pele avermelhada o Cabelo ruivo o Olhos cor de avelã OCA-4 o Semelhante ao tipo 2 o Comum em pessoas com ascendência do leste asiático Ocular ligado ao cromossomo X o Homens o Comprometimento visual o Pele mais clara, mas não tanto Síndrome de Hermansky-Pudiak o Conjunto de mutações – 8 genes o Raro o Comum em Porto Rico o Perda visual o Despigmentação da pele o Problemas respiratórios e digestórios o Tendência à hemorragia Síndrome de Chediak-Higashi o Albinismo o Gene LYST – deficiência na formação de vesículas lisossomais baixa imunidade Patogênese o Genética – deficiência na enzima tirosina, que quebra a tirosina para transformar em melanina. Não converte o precursor em melanina 10 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 3. Efélides/sardas Clínica Lesões pequenas e pigmentadas – castanho-avermelhadas ou marrom- claras Comuns na infância e em indivíduos de pele muito clara Atenuam-se no inverno e acentuam-se no verão, em virtude da exposição solar é o que diferencia do lentigo Morfologia Melanócitos são relativamente normais em número, mas podem ter seu tamanho aumentado Histologicamente indistinguível da neurofibromatose o que as distingue é o padrão de crescimento e a presença ou não de melanossomos agregados dentro do citoplasma dos melanócitos Patogênese Ainda não se sabe a patogênese, mas pode ser: o uma anormalidade focal na produção do pigmento por um grupo distinto de melanócitos o aumento da doação do pigmento aos queratinócitos basais adjacentes o ambos NÃO TEM INFLUÊNCIA HORMONAL Tratamento Fototerapia Não exposição ao sol 4. Melasma É uma zona de hiperpigmentação da face, semelhante a uma máscara Clínica Máculas borradas, mal definidas Castanho amarronzadas Envolve têmporas, bochechas e fronte bilateralmente Comum na gravidez ou com o uso de contraceptivos orais Morfologia Tipo epidérmico – aumento de depósito de melanina na camada basal Tipo dérmico – presença de macrófagos na camada papilar, que fagocitam a melanina das camadas adjacentes Tipo misto – combinação dos outros dois Diagnóstico – Luz de wood Análise morfológica que diferencia o tipo de pigmentação Utilizado para a classificação do tipo de melasma Patogênese Aumento da transferência de melanina aos melanócitos basais ou aos macrófagos dérmicos Pode ser idiopático, com administração de hidantoínas ou com relação hormonal Tratamento Retirada do estímulo Tipo misto responde ao agente tópico clareador hidroquinona OBSERVAÇÃO: FOTOTIPOS P á g i n a | 11 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 5. Lentigo Proliferação localizada de melanócitos que ocorre mais frequentemente na infância Precursor de melanoma Clínica Máculas pequenas e ovais Marrom-acastanhadas Não escurecem à exposição solar Morfologia Hiperplasia melanocítica linear Não forma ninhos e é restrita à camada de células imediatamente acima da membrana basal Hiperplasia lentiginosa – descreve padrões de proliferação celular dentro de camadas basais em tumores melanocíticos Pode haver alongamento e estreitamento das cristas epiteliais Variante actínia/solar – visto geralmente em idosos, que possuem a pele fotolesada relacionado com alterações sutis na maturação dos queratinócitos Patogênese Desconhecida 6. Nevo melanocítico Neoplasia congênita ou adquirida de melanócitos pinta Clínica Máculas ou pápulas Margens bem definidas Bordas circulares Marrom-acastanhadas Uniformemente pigmentadas Pequenas – geralmente menores do que 6mm de diâmetro Nevos compostos e dérmicos são mais elevados do que os juncionais Morfologia Inicialmente formados por melanócitos transformados a partir de células individuais, altamente dendríticas, normalmente interpostas entre os queratinócitos basais e crescem formando agregados ao longo da junção dermoepidérmica Nevos juncionais - núcleos das células névicas são arredondados e uniformes, contém nucléolo evidente e pouca ou nenhuma atividade mitótica Nevos compostos – crescimento de um nevo juncional em direção à derme adjacente Nevos intradérmicos – lesões antigas, nas quais os ninhos epidérmicos foram perdidos inteiramente 12 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX A – Hiperplasia Melanocítica Lentiginosa B – Nevo JuncionalLentiginoso C – Nevo Composto Lentiginoso – Nevo Displásico D – Melanoma Inicial – com crescimento radial grandes células escuras na epiderme E – Melanoma Avançado – crescimento vertical acomete a derme e alcança vasos sanguíneos a sequência de maturação serve como diagnóstico na diferenciação de nevo benigno e melanoma, que mostra pouca ou nenhuma atividade de maturação. FORMAS VARIANTES DE NEVOS NEVOCELULARES Variantes de nevo Características diagnósticas arquiteturais Aspectos citológicos diagnósticos clínica Congênito Crescimento dérmico profundo e algumas vezes subcutâneo ao redor de anexos, feixes neurovasculares e paredes de vasos sanguíneos Idêntico ao nevo adquirido comum Nascença, grandes possuem risco aumentado de melanoma Azul Infiltração dérmica sem ninhos, com fibrose associada Células altamente pigmentadas e dendríticas Nódulo preto- azulado, confundido com melanoma De células fusiformes e epitelioides (Nevo de Spitz) Crescimento fascicular Células grandes, arredondadas citoplasma róseo- azulado, fusiformes Crianças, nódulo vermelho-rosado, confundido com hemangioma Halo Infiltrado linfocítico envolvendo as células névicas Idêntico ao nevo adquirido comum Resposta imune contra células névicas e melanócitos normais circulantes Displásico Ninhos intra- epidérmicos coalescentes, grandes Atipia citológica Precursor potencial de melanoma Patogênese Cresce em direção à derme a partir da junção dermoepidérmica. Há perda progressiva da atividade da tirosinase e aquisição da colinesterase em células névicas não-pigmentadas o Menos maduras Superficiais e maiores tendem a produzir melanina crescem em ninhos o Intermediárias Profundas e menores Pouco ou nenhum pigmento crescem em cordões o Mais maduras Adquirem contornos fusiformes crescem em fascículos, lembrando tecido neural 7. Nevos displásicos São nevos maiores do que os adquiridos e podem ocorrer como centenas de lesões na superfície corporal Clínica Máculas achatadas Placas levemente elevadas Superfície granulosa lesões em forma de alvo com um centro elevado e escurecido e periferia plana e irregular Mostram variação na pigmentação Bordas de contorno irregular Ocorrem em áreas não expostas ao sol Estão presentes nas famílias em que há melanoma hereditário e o gene é de transmissão autossômica dominante Podem aparecer de maneira isolada e o risco de alteração maligna é pequeno Morfologia Presença de nevos compostos As células estão aumentadas e exibem fusão anormal ou coalescência com ninhos adjacentes células névicas isoladas passam a substituir as células basais normais hiperplasia lentiginosa Atipia citológica – contornos irregulares e angulares e hipercromasia Derme duperficial – presença de infiltrado linfocítico esparso, perda de melanina e fibrose linear que circunda as cristas epidérmicas envolvidas pelos nevos Patogênese P á g i n a | 13 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 8. Melanoma maligno Neoplasia relativamente comum Maioria surge na pele, mas pode se originar nas mucosas, no esôfago, nas meninges e nos olhos Clínica Homens – maioria na parte superior das costas Mulheres – dorso e pernas Indivíduos de pele clara são mais acometidos Geralmente assintomático Pode ocorrer prurido Sinal clínico mais importante – lesão pigmentada o alteração cor, tamanho e formato podem ocorrer na coloração negra, marrom, vermelho, azul-escuro e cinza pode ocorrer zonas de hipopigmentação branca ou cor-da-pele bordas irregulares e entalhadas ABCDEs DO MELANOMA Padrão de crescimento Radial o Crescimento horizontal o Adentra a derme superficial o Tempo prolongado o As células não sofrem metástase durante o crescimento o Lentigo maligno, melanoma extensivo superficial e melanoma lentiginoso acral/mucoso Vertical o Frequentemente anunciada quando há o surgimento de nódulo o Crescimento em direção às camadas mais profundas da derme o Perda da maturação celular o Não há a tendência de as células se tornarem menores em direção à derme o Capacidade de metástase – medida pela espessura de Breslow da porção mais superficial da camada granulosa até as células tumorais mais profundas da derme o A natureza e extensão dessa fase determinam o comportamento biológico deve ser laudado Morfologia Células são maiores Núcleos grandes Contorno irregular Cromatina característica na periferia da membrana nuclear Nucléolo eosinófilo proeminente – vermelho Patogênese Fatores predisponente o Luz solar o Fatores hereditários o Nevo displásico preexistente o Exposição a carcinógenos 14 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Critérios diagnósticos e prognósticos Tumores melanocíticos de potencial maligno incerto – estão na zona cinzenta, pois as características morfológicas não são suficientes para definir com exatidão o prognóstico deve ser excisionado para minimizar os danos e ser avaliado regularmente 1) Profundidade do tumor em milímetros – espessura de Breslow 2) Número de mitoses por milímetro quadrado 3) Evidência de resposta imune ao componente de crescimento radial – regressão 4) Grau de infiltração tumoral por linfócitos 5) Sexo 6) Localização Prognóstico mais favorável o Espessura menor do que 1,7 mm o Ausência ou baixo número de mitoses o Presença de ligeira resposta linfocitária o o Ausência de regressão o Sexo feminino o Localizado na extremidade da pele Tratamento Cirúrgico TUMORES EPITELIAIS BENIGNOS Geralmente são clinicamente sem importância, mas podem incomodar psicologicamente os pacientes São derivados do epitélio estratificado escamoso queratinizado da epiderme, dos folículos pilosos (queratinócitos) e do epitélio das glândulas cutâneas Quando pigmentados ou inflamados, podem ser confundidos com tumores malignos necessária uma biópsia para descartar a malignidade Raramente trazem risco à vida 1. Ceratoses seborreicas Clínica o Idosos ou de meia- idade o Numerosos no tronco, mas também acomete extremidades, cabeça e pescoço o Dermatosis papulosa nigra – múltiplas lesões na face de pessoas negras o São placas graxentas, arredondadas, achatadas em forma de moeda o São de um marrom-acastanhado uniforme e frequentemente apresentam superfície aveludada e granular o Contém óstios circulares e pequenos, impactados com queratina é essa característica que as distingue de melanoma o Sinal de Leser-Trélat – grande número de ceratoses como parte da síndrome paraneoplásica Morfologia o Exofíticas e nitidamente demarcadas da epiderme adjacente o Formado por pequenas células parecidas com as células basais normais o Há pigmentação com melanina, que dá a coloração o Contém hiperceratose, pequenos cistos córneos e invaginações de queratina para dentro da massa tumoral (cistos de invaginação) o Quando inflamadas – há focos de “redemoinhos” provenientes de uma diferenciação escamosa que ainda carece de explicação P á g i n a | 15 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Invertidas – quando acomete os folículos pilosos, podem crescer de maneira descendente e apresentar características de inflamação Patogênese – relacionada com o fator de crescimento-α 2. Acantose Nigricante Clínica o zonas espessadas e hiperpigmentadas semelhantes a veludo o acomete áreas flexurais – axilas, pescoço, virilha e região anogenital o marcadorimportante para condições benignas e malignas associadas benigna – 80% dos casos Desenvolvimento gradual Mais comum na infância ou na puberdade Pode estar associado à obesidade ou anormalidades endocrinológicas Maligna – acomete idosos geralmente associada à adenocarcinoma gastrintestinal subjacente Morfologia o Epiderme e papilas dérmicas ampliadas e onduladas, formando numerosos picos e vales o Pode haver hiperplasia associada à hiperceratose e leve hiperpigmentação das células basais – sem hiperplasia melanocítica Patogênese o Relacionada com a produção excessiva de fatores de crescimento epidérmico 3. Pólipo Fibroepitelial Clínica o Achado incidental em indivíduos idosos ou de meia-idade o Localizado no pescoço, tronco, face e áreas intertriginosas o Apresenta-se como tumor semelhante a bolsa, macio, cor-da-pele e está aderido à pele por um pedículo pequeno e estreito o Em raras ocasiões, fazem parte da síndrome Birt-hogg-Dubé o Pode estar associado ao diabetes e à polipose intestinal o Podem tornar-se mais numerosos ou proeminentes durante a gravidez Morfologia o Centros fibrovasculares envolvidos por epitélio escamoso benigno o Pode-se observar necrose isquêmica ao exame histológico Patogênese – não está clara, mas pode estar relacionada a estímulo hormonal 4. Cisto Epitelial Lesões formadas pela invaginação e expansão cística do epitélio que forma o folículo piloso ou da epiderme Clínica o Nódulos dérmicos ou subcutâneos, bem circunscritos, firmes e podem ser móveis o Grandes – forma de cúpula e da cor-da-pele, tornando-se dolorosos à ruptura traumática 16 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Morfologia o Cistos de inclusão epidérmica – parede praticamente idêntica à epiderme e preenchidos por lâminas trançadas de queratina o Cisto triquilemal/pilar – parede que lembra o epitélio folicular, sem a camada de células granulosas, e preenchido por queratina e lipídeo (mais homogêneo) o Cisto dermoide – semelhante ao de inclusão, mas com múltiplos apêndices brotando para fora de sua parede o Esteatocistoma multiplex – parede que lembra o ducto da glândula sebácea, de onde se originam lóbulos sebáceos comprimidos 5. Tumores Anexiais/apendiculares TUMORES ANEXIAIS COMUNS Tumores anexiais Contrapart e madura Histologia Clínica Tricoepitelioma Tricofoliculoma Folículo piloso Células basaloides formam estruturas semelhantes aos folículos pilosos Herança dominante pápulas cupuliformes, múltiplas e semitransparentes envolvem face, couro cabeludo, pescoço e tronco superior Adenoma sebáceo Epitelioma sebáceo Glândula sebácea Vacúolos citoplasmáticos lipídicos Associação com malignidade interna Siringocistadenom a papilífero Glândula apócrina Tipo apócrino de secreção (“decapitação” Hamartomas anexiais epidérmicos mistos face e couro cabeludo – nevos sebáceos tumor em turbante Siringoma Glândula écrina Ductos écrinos revestidos por cutículas membranosas eosinofílicas – ductos são dilatados e carcados por uma matriz azul- acinzentada, semelhante à cartilagem verdadeira, estruturas epiteliais semelhantes a girinos Podem ser confundidos com carcinoma basocelular pápulas pequenas, múltiplas nas pálpebras inferiores 6. Ceratoacantoma Clínica o Desenvolvimento rápido o Afeta mais homens, brancos e com mais de 50 anos de idade o Lesões geralmente se encontram em áreas expostas ao sol – face, orelhas e dorso das mãos o Nódulos cupuliformes, da cor da pele, com área central preenchida com queratina – topografia semelhante a uma cratera Morfologia o Histologicamente pode imitar um carcinoma de células escamosas bem diferenciado o epitélio com células aumentadas de tamanho, com atipia citológica reativa evidente o citoplasma vítreo eosinofílico o com produção abrupta de queratina – sem uma camada de células granulares intervenientes semelhante ao que ocorre no folículo piloso normal, o que leva à especulação de que seja uma neoplasia do epitélio folicular o quando há resposta inflamatória, é pequena e está presente durante a fase proliferativa rápida, mas que vai aumentando a reação inflamatória a medida que a lesão evolui Patogênese o há a crença de que iniciam como carcinoma de células escamosas, mas que, em contato com a pele do hospedeiro, regride em virtude de o tecido não suportar seu crescimento Tratamento o Geralmente cicatriza espontaneamente e sem tratamento P á g i n a | 17 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX TUMORES EPIDÉRMICOS PRÉ-MALIGNOS E MALIGNOS 1. Ceratose Actínica Podem tornar-se câncer de pele (carcinoma escamoso), por tratar-se de uma displasia Clínica o comum em indivíduos de pele clara o Lesões costumam ser menores do que 1 cm de diâmetro o São marrom- acastanhadas, vermelhas ou cor-da- pele o Têm consistência áspera, semelhante a uma lixa o Lesões afetam mais locais expostos ao sol, como face, braços e dorsos das mãos o Quando afetam os lábios, é chamado de queilite actínica o Pode haver ocorrência de produção excessiva de queratina, formando uma espécie de corno cutâneo Morfologia o hiperplasia das células basais – citoplasma róseo ou avermelhado o presença de pontes intercelulares o derme com fibras elásticas espessas, azul- acinzentadas o estrato córneo espesso e diferente da pele normal – núcleos das células desta camada estão retidos o há mitose nas camadas superficiais Tratamento o Remoção 2. Carcinoma de Células Escamosas Clínica o Mais incidência em homens do que em mulheres o Fatores predisponentes: exposição à luz solar, carcinógenos industriais, úlceras crônicas e osteomielite com drenagem, cicatrizes de queimaduras antigas, arsênico, radiação ionizante e mastigação de tabaco e noz de bétel o Risco elevado: pacientes imunossuprimidos em razão de quimioterapia ou de transplante de órgãos e pacientes com xeroderma pigmentoso o Leucoplaquia – zona de espessamento branco quando envolve os lábios o Os invasivos geralmente são descobertos pequenos, quando ainda há possibilidade de ressecção e com pouca chance de haver metástase para linfonodos regionais Morfologia o in situ – quando não há invasão da membrana basal da junção dermoepidérmica Placa bem definida, vermelha e escamosa Células com núcleo grande e hipercromático em todos os níveis da epiderme o invasivo – quando atravessa a membrana basal nodulares, há variação na produção de queratina e podem ulcerar pode se apresentar como células poligonais arranjadas em lóbulos ordenados e exibindo amplas zonas de queratinização 18 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX pode se apresentar como células arredondadas, anaplásias, com focos de necrose e com queratinização em uma única célula abortiva (disceratose) Patogênese o A incidência de luz solar altera o DNA e, também, tem efeito imunossupressivo direto, em virtude de alterar a função das células de langerhans Tratamento o Ressecção 3. Carcinoma Basocelular Tumores comuns de crescimento lento Raramente metastizam Clínica o Pápulas peroladas o Frequentemente apresentam vasos subepidérmicos proeminentes e dilatados – telangiectasias o Podem conter melanina – nesse caso, assemelham-se em aparência aos nevos melanocíticos e aos melanomas o Tendem a ocorrer em áreas expostas ao sol o Maior incidência em pessoas de pele clara o Quando negligenciados ou quando possuem caráter agressivo, podem ulcerar e expor os ossos ou os seios da face úlcera roedora o Pode se apresentar comoplaca eritematosa pigmentada ou não, que lembra as formas iniciais do melanoma maligno, mas se distingue com a inspeção, pois apresenta as pápulas peroláceas na periferia carcinoma basal superficial Morfologia o Células tumorais lembrar as da camada basal o Padrões: Crescimento multifocal ou lesões nodulares o Ilhas de células basofílicas o Núcleo hipercromático o Matriz mucinosa o Envolvidas por fibroblastos e linfócitos o Células da periferia tendem a ser arranjadas de forma radial – paliçada o Estroma se contrai e cria fendas de separação diagnóstico diferencial de tumores apendiculares Patogênese o Imunossupressão o Defeitos herdados no reparo do DNA Tratamento Síndrome do nevo basocelular o Rara e herdada de forma dominante o Relacionada com carcinomas basocelulares ainda na infância e com anormalidades ósseas, oculares, do sistema nervoso e do sistema reprodutivo 4. Carcinoma das Células de Merkel Neoplasia rara e agressiva Derivada das células de Merkel - tátil Clínica o Nódulos ulcerados o Não doloroso o Crescem rapidamente o Pode se parecer com: carcinoma basocelular erodido melanoma maligno não pigmentado carcinoma metastático de pequenas células do pulmão linfomas que se espalham para a derme o Podem apresentar metástases, mas raramente são letais P á g i n a | 19 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Imunossuprimidos têm prognóstico desfavorável o Mais comum em pessoas brancas e em homens Morfologia o Células pequenas com grânulos citoplasmáticos neurossecretores – proliferação das células de merkel o Expressam citoqueratina dentro de seu citoplasma, que é pequeno Patogênese o Exposição à radiação solar – face e mãos Tratamento – ressecção TUMORES DA DERME 1. Fibroistiocitoma Benigno (dermatofibroma) Neoplasia benigna dermatológica de fibroblastos e histiócitos Clínica o Mais comum em mulheres jovens ou de meia idade o Aparece nas pernas na maioria das vezes o Apresentam-se como pápulas firmes de coloração amarronzada o Lesões podem ser tão assintomáticas quanto dolorosas o Geralmente as lesões são menores do que 1cm, mas podem atingir vários centímetros e se tornam achatadas o Diagnóstico diferencial de melanoma nodular Melanoma sofrem protusão ao crescer, enquanto o fibroistiocitoma benigno se achata o Diagnóstico diferencial de fibroistiocitomas malignos não relacionados malignos têm curso clínico agressivo há reincidência em sítios extracutâneos Morfologia o Fibroblastos: Benignos Fusiformes Arranjados em uma massa não- capsulada, bem definida e dentro da derme intermediária Pode haver extensão para as células do tecido subcutâneo Padrão de “dedos sujos” – hiperplasia epidérmica alongamento para baixo das cristas epidérmicas hiperpigmentadas Podem ser observados histiócitos espumosos, mas não são evidentes Pode ser observada uma variação contendo numerosos vasos sanguíneos e depósitos de hemossiderina Patogênese o Ainda é desconhecida, embora tenha relação com trauma antecedente tendo resposta anormal à lesão e à inflamação cicatrização hipertrófica, como um queloide o Expressam fator de coagulação XIIIa 2. Dermatofibrosarcoma Protuberante Fibrossarcoma primário – bem diferenciado Clínica o Crescimento lento o Raramente metastizam o Localmente agressivos o Nódulos firmes e sólidos encontrados frequentemente no tronco 20 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Geralmente se apresentam como agregados de tumores protuberantes dentro de uma placa que pode ulcerar Morfologia o Fibroblastos arranjados radialmente – lembram lâminas de cata-vento estoriforme o Presença de mitose, mas em pouco número o Padrão de favo de mel – derme profunda na gordura subcutânea impedimento de retirada total por meio de cirurgia 3. Xantomas Coleções de histiócitos espumosos dentro da derme – semelhante a tumores Resultam em hiperlipidemia, em neoplasias malignas ou não desenvolvem nenhuma desordem de base Clínica o Eruptivos proliferação súbita de pápulas amareladas tamanho varia de acordo com a quantidade de triglicerídeos plasmáticos glúteos, parte superior das coxas, nos joelhos e cotovelos o tuberosos e tendinosos ocorrem como nódulos amarelados o planos lesões amareladas e lineares nas dobras da pele associado a cirrose biliar primária o xantelasma placas amareladas nas pálpebras não tem anormalidade lipídica Morfologia o Acúmulo dérmico de histiócitos de aparência benigna – macrófagos o Citoplasma abundante o Finamente vacuolados – espumosos o Presença de colesterol, fosfolipídeos e triglicerídeos dentro das células o Lesões podem ser circundadas por células inflamatórias e fibroses ao redor da zona central das células – exceto o xantelasma Patogênese o Associados a distúrbios adquiridos ou herdados 4. Tumores Vasculares Dérmicos Podem ser: Neoplasias vasculares benignas o Hemangiomas cavernosos e capilares pápulas circunscritas e profundamente eritematosas hemangioma em morango – em crianças e regride por fibrose em adultos – aumentam lentamente e podem sofrer trombose Malformações o Nevos flameus - Mancha vinho-do- porto Lesões angioproliferativas multifocais o Sarcoma de kaposi o Angiomatose bacilar Tumores vasculares malignos o Angiosarcomas Morfologia o Típico – espaços vasculares bem formados, preenchidos por sangue e revestidos por células endoteliais benignas na derme superficial o Diferenciar de hiperplasia vascular dérmica, de proliferação vascular reativa, de proliferação vascular multifocal desregulada e de tumores vasculares malignos P á g i n a | 21 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX TUMORES DA PELE POR CÉLULAS IMIGRANTES Células de langerhans – derivam da medula óssea e trafegam para linfonodos regionais Linfócitos T – residem em pequeno número da derme e na epiderme Mastócitos – residem na derme 1. Histiocitose de Células de Langerhans Clínica o Manifesta-se como lesões solitárias ou múltiplas o Pode se apresentar como pápulas, nódulos ou placas eritematosas descamativas o Ocorre mais em crianças e lembra dermatite seborreica – sempre pensar em maus tratos Morfologia o Apresenta variados padrões, mas todos podem apresentar infiltração marcada da pele – neutrófilos, histiócitos, linfócitos pequenos eosinófilos 1. Infiltração dérmica difusa por células grandes, redondas ou ovais, de citoplasma rosa-claro e contém núcleos indentados – Granuloma Eosinofílico Crianças mais velhas e adultos jovens Lesões envolvem os ossos – dor, edema amolecido e incapacidade para suportar peso Presença de muitos eosinófilos 2. Células semelhantes agrupadas em pequenos agregados que lembram granulomas 3. Infiltrado dérmico de células com citoplasma espumoso – semelhante a xantomas o Observa-se números variados de eosinófilos, principalmente no primeiro padrão o Diagnóstico definitivo deve ser dado por padrão imunoistoquímico o Grânulos de Birbek – característicos de células de langerhans epidérmicas Doença de Hand-Schüller-Christian o Multisistêmica e sem comprometimento de órgãos de risco o Crianças de 2-5 anos e adultos o Combinação de lesões ósseas o Mais frequente nos ossos chatos do crânio, escápula o Lesão tumoral na órbita – proptose e estrabismo o Lesões intraorais – perdas dentárias o Quadro de otite o Diabetes insipido o Hipogonadismo o Infiltração hipotalâmica Doença de Letter-Siwe o Multisistêmica e com comprometimento de órgãos derisco o É a mais grave das histiocitoses das células de langerhans o Fígado, baço – comprometimento do abdome hepatoesplenomegalia Substitui parênquima hepático por células de langerhans – hipoproteinemia tendência à hemorragia o Crianças <2 anos o Manifestações cutâneas – couro cabeludo o Rush cutâneo o Susceptíveis à infeção o Medula óssea infiltrada Diagnóstico – meramente histopatológico Tratamento – medidas de apoio e quimioterapia depende da extensão 22 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 2. Micose Fungoide (Linfoma Cutâneo de Células T) Clínica o Distúrbio linfoproliferativo de células T que surge na pele e pode evoluir para linfoma generalizado o Maioria dos casos apresentam doença localizada por vários anos o Acomete mais constantemente pessoas com mais de 40 anos o inicia como lesões eczematosas – ainda não há envolvimento linfonodal e visceral o evolui como placas eritematosas elevadas, endurecidas, de bordas irregulares e de coloração vermelho- acastanhadas – há disseminação sistêmica da doença o podem ulcerar o afetam numerosas partes do corpo o a presença de células T malignas no sangue pode acompanhar eritema difuso e descamação de toda a superfície do corpo – síndrome de Sézary Morfologia o Marca histológica – presença de células de Sézary-Lutzer Células T CD4+ agregado em forma de faixa dentro da derme superficial o Microabcessos de Pautrier Células únicas e de formato cerebriforme ou hiperconvoluto que invadem a epiderme em pequenos grupos o Lesões nodulares mais avançadas frequentemente crescem em direção à derme e se espalham pela circulação periférica Tratamento o Terapia tópica com corticosteroides ou luz ultravioleta – lesões iniciais o Quimioterapia sistêmica agressiva – estados avançados 3. Mastocitose Aumento do número de mastócitos na pele Clínica o Urticária pigmentosa – crianças Lesões múltiplas e difusamente distribuídas – pápulas não- descamativas, circulares ou ovais, vermelho-acastanhadas e de pequenas placas o Infiltração sistêmica – mais comum em adultos e com prognóstico pobre Lesões semelhantes à urticária pigmentosa acompanhadas por infiltração na medula óssea, fígado, baço e linfonodos Pode apresentar prurido e rubor desencadeados por certos estímulos Pode apresentar rinorreia Raramente pode apresentar sangramentos nasal e gastrintestinais – efeito da heparina Pode apresentar dor óssea – envolvimento do esteoclasto e do osteoblasto o Clínica causada pelos produtos secretados – histamina e heparina o Sinal de Darier – área localizada de edema dérmico e eritema quando as lesões da pele são esfregadas o Dermotografismo – área de edema dérmico que lembra a urticária de pele normal como resultado de um golpe localizado por instrumento pontudo Morfologia o Quadro histológico varia de discreto aumento dos mastócitos estrelados e fusiformes ao redor de vasos superficiais dérmicos a grande número de mastócitos ovais a redondos estreitamentos agrupados na derme média o Há presença de fibrose e de edema o pode haver presença de eosinófilos Patogênese o proliferação clonal do mastócito com mutação no protooncogene c-KIT P á g i n a | 23 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX DESORDENS DE MATURAÇÃO EPIDÉRMICA 1. Ictiose Grupo de distúrbios hereditários genéticos associados à excessiva produção de queratina escamas semelhantes às dos peixes Clínica o Varia conforme o tipo de transmissão, a histologia e as características clínicas Morfologia o Formação sutil de estrato córneo compacto o Há perda da morfologia normal em cesta de basquete quando envolve pelos e pele o Quando há inflamação, há pouca e é acompanhada de modificações na espessura da epiderme e do estrato granuloso Patogênese o Relacionada com deficiência do mecanismo de descamação – leva à retenção das escamas anormalmente formadas o grânulos de revestimento da membrana ou corpos de Odland – organelas de adesão que não são degradadas por um sulfato deficiente leva ao retardo da descamação o Ictiose vulgar – autossômica dominante ou adquirida o Eritrodermia ictiosiforme congênita – autossômica recessiva o Hiperceratose epidermolítica – mais grave o Queratinócitos perdem coesão o Camada córnea aumentada e mais endurecida o Ictiose lamelar – autossômica recessiva o I ctiose ligada ao x o Feto arlequin - camada córnea espessa Em regiões de dobras, a camada quebra Em regiões próximas mucosas – retrai a mucosa e a exterioriza Mais susceptíveis à infecção Tratamento – creme a base de ureia quebra as pontes de queratina DERMATOSES INFLAMATÓRIAS AGUDAS Geralmente são mediadas por fatores imunológicos que podem ser sistêmicos ou locais As lesões duram de dia a semanas Há inflamação – marcadas pela presença de células mononucleares e não por neutrófilos Há edema e dano epidérmico 1. Urticária Clínica o Desordem comum caracterizada pela presença de vergões o Mais frequente em pessoas de 20 a 40 anos o As lesões variam de pápulas pruriginosas pequenas (vergões) a grandes placas edematosas 24 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o As lesões individuais podem coalescer e formar configurações anulares, lineares ou arciformes o Predomínio em áreas expostas à pressão – tronco, extremidades distais e orelhas o Na maioria dos casos, não há indicação da causa Morfologia o Há desgranulação localizada de mastócitos – resulta em hiperpermeabilidade vascular dérmica o As alterações podem ser muito sutis a ponto de não conseguir percebê-las o Infiltrado esparso de células mononucleares e raros neutrófilos e eosinófilos ao redor de vênulas superficiais o Há maior espassamento entre os feixes de colágeno o Canais linfáticos superficiais estão dilatados – tentativa de acomodar o fluido do edema do transudato o Ausência de alterações epidérmicas Patogênese o Resultado da liberação dos mediadores vasoativos dos grânulos dos mastócitos por indução por IgE o Em urticárias IgE-independentes, há a presença de outros estímulos, como opioides, antibióticos, curare e meios de contraste radiográfico 2. Dermatite Eczematosa Aguda Clínica o Fase inicial – lesões avermelhadas, papulovesiculosas, secretantes e com crostas que evoluem a placas elevadas descamativas o Fase crônica – hiperplasia epidérmica e descamação excessiva o As lesões estão sujeitas à infecção bacteriana – forma a crosta amarelada impetiginização Lesões úmidas hiperceratóticas acantose CLASSIFICAÇÃO DAS DERMATITES ECZEMATOSAS Tipo Patogênese Histologia Clínica Dermatite de contato Antígenos aplicados topicamente Dermatite espongiótica Prurido marcante, queimação, requer exposição antecedente Dermatite atópica Desconhecida Dermatite espongiótica Placas eritematosas em áreas flexuarais, história familiar de eczema, febre do feno/asma Dermatite eczematosa relacionada a drogas Antígenos administrados sistemicamente ou haptenos Dermatite espongiótica Infiltrado profundo com eosinófilos Relação temporal com a administração da droga, remite com a remoção do estímulo Eczema por reação a picadas de insetos Antígenos ou toxinas injetadas localmente Dermatite espongiótica Infiltrado em cunha, muitos eosinófilos Pápulas, nódulos e placas com vesículas; Podem ser lineares ou múltiplas Erupção fotoeczematosa Luz ultravioleta Dermatite espongiótica ; Infiltrado diminui com a profundidad e Locais de exposição solar, pode requerer exposição a antígenos, fototeste para diagnósticoDermatite por irritante primário Trauma repetidos ou irritantes químicos Dermatite espongiótica nos estados iniciais; Acantose nos estados tardios Irritação localizada mecânica ou química (não- imunológica) Morfologia o edema infiltrativo na epiderme - afasta queratinócitos do estrato espinhoso o há aspecto esponjoso em virtude de ficarem proeminentes as pontes intercelulares o presença de infiltrado linfocítico perivascular superficial associado a edema dérmico papilar e desgranulação de mastócitos o padrão desse infiltrado dá suspeitas diagnósticas Patogênese o Formação de memória – linfócito T CD4 o Na reexposição, há liberação de citocinas e células inflamatórias, responsáveis pela clínica da patologia P á g i n a | 25 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 3. Eritema Multiforme Clínica o Incomum o Autolimitado – reação de hipersensibilidade o Acomete indivíduos de qualquer idade o Associado à: a. Infecções – herpes simples, micoplasmas, Histoplasmose, tifo, lepra b. Drogas – sulfonamidas, penicilina, barbitúricos, salicilatos, hidantoínas, antimaláricos c. Doenças malignas – carcinomas e linfomas d. Doenças colágeno-vasculares – lúpus eritematoso, dermatomiosite e poliartrite nodosa o lesões multiformes – máculas, pápulas, vesículas e bolhas A lesão característica é uma mácula ou pápula vermelha com centro pálido e vesiculoso ou erodido Geralmente se apresentam de maneira simétrica nas extremidades o Síndrome de Stevens- Johnson – mais frequente na infância, forma extensa e febril o Pode ocorrer sepse se as áreas forem infeccionas o Necrólise epidérmica tóxica – necrose difusa e descamação das superfícies epiteliais cutânea e mucusa clínica é análoga a uma queimadura extensa Morfologia o Lesões recentes com infiltrado linfocítico perivascular superficial + edema e acúmulo de linfócitos ao longo da junção neuroepidérmica – associados os queratinócitos degenerados o Lesões crônicas – migração ascendente dos linfócitos para dentro da epiderme. Há zonas de necrose ao mesmo tempo em que há formação de bolhas o Lesão alvo exibe necrose central rodeada por um halo de inflamação perivenular Patogênese o Células epiteliais são mortas por Linfócitos T citotóxicos CD8+ DERMATOSES INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS Frequentemente a pele é áspera – resultado da formação excessiva ou anormal ou da não descamação correta 1. Psoríase Clínica o Afeta pessoas de qualquer idade o Pode estar associada a outras doenças – artrite, miopatia, enteropatia, doença articular espondilítica ou AIDS 26 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Afeta cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombossacral, sulco interglúteo e glande do pênis simétricas o Placas demarcadas, róseas, cobertas por escamas pouco aderentes de coloração branco-prateada o Eritrodermia – pode ser um eritema no corpo todo com descamação o Alterações ungueais – unhas com coloração amarelo-acastanhadas, com depressões, onicólise (descolamento do seu leito), espessamento e esfacelamento o Sinal da vela – passa uma lâmina de bisturi e o aspecto é de parafina o Sinal do orvalho sangrento/Auspitz – faz a remoção da escama e surge gotículas de sangue no local o Áreas de kebner – áreas de atrito possui delineamento por onde passou o Halo de woronoff – vaconstrição na periferia da placa Morfologia o Espessamento epidérmico marcante (acantose), com alongamento descendente e regular das cristas epidérmicas – em virtude da renovação celular o Presença de células mitóticas bem acima da camada basal o Estrato granuloso é fino ou nem está presente o Hiperceratose – camada córnea mais espessa e densa o Presença de camada paraceratótica extensa e sobreposta – presença de núcleos de queratinócitos na camada córnea o Ocorre alargamento do epitélio que se encontra acima dos topos das papilas dérmicas e presença de vasos alargados e tortuosos dentro das papilas proximidade anormal dos vasos sinal de Auspitz o Formação de pequenos agregados de neutrófilos dentro dos focos levemente espongióticos da epiderme superficial (pústulas espongiformes) e do estrato córneo paraceratótico (microabcessos de Munro) o Na forma pustulosa, há presença de grande acúmulo de neutrófilos diretamente abaixo do estrato córneo Patogênese o Mediada por células T CD8 o Proliferação aumentada de queratinócitos + angiogênese + inflamação Tratamento 2. Dermatite Seborreica Clínica o Comum o É a caspa o Envolve regiões com alta concentração de glândulas sebáceas – couro cabeludo, fronte, canal auditivo externo, área retroarticular, sulcos nasolabiais e área pré-esternal o NÃO é uma doença das glândulas sebáceas e NÃO é contagiosa P á g i n a | 27 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Máculas e pápulas de base eritemato- amarelada, graxenta, com descamação extensa e forma crostas lácteas o Podem estar presentes fissuras – especialmente atrás das orelhas o Doença de Leiner – ocorre nas crianças, com associação com diarreia e falência no desenvolvimento o Forma grave e de difícil tratamento – indivíduos com HIV Morfologia o Histologicamente é parecido com a psoríase (em lesões crônicas) e com a dermatite espongiótica (em lesões recentes) o Acúmulo de paraceratose com neutrófilos e soro no óstio do folículo piloso – lábios foliculares o Infiltrado inflamatório perivascular superficial é composto por linfócitos e neutrófilos o Em pacientes com HIV – presença de queratinócitos apoptóticos e plasmócitos Patogênese e tratamento o Pode ser causada por Malassezia furfur tratar com cetoconazol o Aumento da produção de sebo em pacientes com parkinson tratar com levodopa 3. Líquen Plano Clínica o Pápulas poligonais/achatadas, pruriginosas e violáceas o Pápulas são marcadas por uma linha esbranquiçada que representam zonas de hipergranulose – estrias de Wikham o Em indivíduos com pele mais pigmentada, as lesões podem adquirir a coloração amarronzada, em virtude da perda de melanina para a camada dérmica o Possui múltiplas lesões características e distribuídas simetricamente o Presença do fenômeno de Koebner o Autolimitado e geralmente resolve espontaneamente em até 2 anos do seu início e deixa zonas de hiperpigmentação pós-inflamatórias o As lesões orais podem resistir por anos Morfologia o Denso e contínuo infiltrado de linfócitos ao longo da junção dermoepidérmica o Linfócitos associados aos queratinócitos basais, que mostram sinais de degeneração e necrose e apresentam morfologia parecida com as células do estrato espinhoso o Junção dermoepidérmica passa a ter um contorno em zigue- zague/angulado – dentes de serrote o Corpos de Civatte/coloides – células basais necróticas e anuceladas dentro da derme papilar inflamada o Hiperplasia epidérmica e espessamento da camada de células granulares e do estrato córneo – hipergranulose e hiperceratose 4. Lúpus Eritematoso Clínica o Eritema malar pouco definido ou grandes placas eritemato-escamosas nitidamente demarcadas – placas discoides o Superfície brilhante, descamativa e produz rugas à compressão lateral – atrofia epidérmica 28 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Lesões podem desenvolver ou piorar com a exposição solar o Pode haver telangectasia (vasos dilatados e tortuosos) e pequenas zonas de hiper e hipopigmentação o Podem ser observados tampões ceratóticos nos óstios foliculares Morfologia o Infiltrado de linfócitos ao longo das junções dermoepidérmica e dermofolicular o Pode haver infiltrado profundo perivascular e periapendiculareso Células basais com sinais de vacuolização difusa o Camada epidérmica é adelgaçada ou atrofiada e há perda do padrão das cristas epidérmicas normais o Presença de hiperceratose na superfície epidérmica o Folículos pilosos são acometidos, apresentando infundíbulos dilatados e com tampões de queratina o Teste da banda lúpica – feito com imunofluorescência direta e mostra banda granular característica de imunoglobulina e complemento ao longo das junções dermoepidérmica e dermofolicular DOENÇAS BOLHOSAS São doenças nas quais a formação de bolha é a característica primária e distinta Produzem lesões clínicas visualmente drásticas e podem ser fatais se não forem tratadas Pode ocorrer a formação de bolhas em qualquer nível da pele 1. Pênfigos Clínica o Raro o Entre 40 e 60 anos são mais acometidos o Pênfigo vulgar É o mais comum Envolve mucosa e pele Couro cabeludo, face, axila, virilha, tronco e pontos de pressão Úlceras orais persistem por meses antes de envolver a pele Inicia como vesículas e bolhas superficiais que se rompem facilmente, deixando uma erosão rasa e coberta de serosidade seca e crosta o Pênfigo vegetante – rara Apresenta-se como placas vegetantes grandes, úmidas, verrucosas e salpicadas com pústulas Virilha, axilas e superfícies flexurais o Pênfigo foliáceo – benigna Couro cabeludo, face, tronco e dorso Mucosas raramente são acometidas zonas de eritema e crostas onde antes havia as bolhas – as bolhas são superficiais P á g i n a | 29 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Pênfigo eritematoso Variante localizada do foliáceo Envolve seletivamente a área malar da face – semelhante ao lúpus eritematoso Morfologia o Presença de acantólise em todos os tipos de pênfigo lise dos sítios de adesão celular dentro da superfície epitelial escamosa o Quando as células não estão mais ligadas a outras células, elas perdem a forma poligonal e passam a ser arredondadas o Presença de infiltrado dérmico superficial de linfócitos, histiócitos e eosinófilos o Vulgar e vegetante – acantólise seletiva na camada imediatamente acima da membrana basal suprabasal Células basais que formam a base da bolha são chamadas de fileira de lápide o Foliáceo – ao contrário do vulgar, envolve a epiderme superficial no nível do estrato granuloso subcórnea Patogênese o Autoimune – Linfócitos B o Soro do paciente possui anticorpos IgG contra substâncias do cimento da parede celular (desmogleína) – base para o diagnóstico por imunofluorescência o Está relacionado a um componente dos desmossomos, perdendo a adesão celular e, consequentemente, formando a bolha 2. Penfigoide Bolhoso Clínica o Geralmente afeta idosos o Grande variedade de apresentação clínica o lesões: forma de bolhas tensas preenchidas por fluido claro sob a pele normal ou eritematosa geralmente maiores que 2cm, podendo atingir 8cm não se rompem tão facilmente curam sem cicatriz se não houver infecção o face interna das coxas, virilha, axila e abdome inferior o alguns podem apresentar placas urticariais com extremo prurido associado Morfologia o É um abolha não-acantolítica subepidérmica – na zona da membrana basal epidérmica (lâmina lúcida) há recrutamento de neutrófilos e eosinófilos para essa região o Lesões recentes – presença de infiltrado perivascular superficial de linfócito, neutrófilos e eosinófilo ocasionais, edema dérmico superficial e vacuolização das células basais o Pode-se observar neutrófilos com degranulação diretamente abaixo da camada basal degranulação está associada à necrose dos queratinócitos basais Patogênese o Anticorpos contra as proteínas da junção dermoepidérmica presença de zona linear de depósito de imunoglobulina e complemento neste local 30 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 3. Dermatite Herpetiforme Clínica o Rara o Mais frequente em homens o Mais frequente entre 30 e 40 anos o Há associação com doença celíaca – respondem bem a uma dieta livre de glúten o Pápulas, vesículas e bolhas formadas sobre uma base eritematosa urticarial Pruriginosas Bilaterais e simétricas Geralmente agrupadas – como as do Herpesvírus verdadeiro o Acomete mais as superfícies extensoras, cotovelos, joelhos, parte superior do dorso e glúteos Morfologia o Há acúmulo de fibrina e neutrófilos no topo das papilas dérmicas – forma microabcessos o Sobre esses microabcessos, as células basais mostram vacuolização o Pode ocorrer a formação de zonas diminutas de separação dermoepidérmica no topo das papilas envolvidas o Com o tempo, as zonas de separação coalescem e formam uma verdadeira bolha subepidérmica Podem ser encontrados eosinófilos nessa etapa Obs: cuidar as alterações precoces na borda das bolhas permite a distinção entre penfigoide e dermatite herpetiforme o Imunofluorescência direta – mostra os depósitos de IgA seletivamente localizados no topo da derme papilar Patogênese o Anticorpos contra uma proteína do glúten, que está presente nas fibrilas de ancoragem que fixam a membrana basal epidérmica à derme superficial Tratamento o Respondem bem a dieta livre de glúten 4. Doenças Bolhosas Não-inflamatórias: Não são mediadas por mecanismos inflamatórios Epidermólise bolhosa o Bolhas que se formam em locais de pressão, atrito ou trauma o Relacionada com a junção dermo- epidérmica o Tipo simples – mais branda Degeneração da camada basal da epiderme Causada por mutações nos genes codificantes das queratinas 14 e 5 Acomete áreas de dobras Não forma cicatriz o Tipo juncional No nível preciso da lâmina lúcida Difusa e envolve mucosas o Tipo distrófico cicatricial Bolhas se desenvolvem abaixo da lâmina densa Difusa e envolve mucosas Associação com fibrilas de ancoragem defeituosas ou rudimentares (colágeno tipo VII) Hereditária – defeito na produção do colágeno tipo VII Porfiria o Distúrbios do metabolismo da porfirina – pigmentos presentes na hemoglobina, mioglobina e citocromos o Manifestações são urticária e vesículas que curam com cicatrizes o Exacerbada pela exposição solar P á g i n a | 31 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Porfiria eritropoetica congênita o Porfiria eritro-hepática o Porfiria aguda intermitente o Porfiria cutânea tardia o Porfiria mista o Morfologia Vesículas subepidérmicas com acentuado espessamento das paredes dos vasos dérmicos superficiais associado DESORDENS DOS APÊNDICES EPIDÉRMICOS 1. Acne Vulgar Clínica o Maior predomínio é entre a metade e o fim da adolescência o Homens têm tendência a ter a doença de forma mais severa o Mais branda em pessoas de origem asiática o Inflamatória Pápulas eritematosas, nódulos e pústulas As variantes graves resultam na formação de trajetos fistulosos e cicatriz o Não-inflamatória Comedões abertos ou fechados não inflamatórios Obs: Comedões fechados – pápulas foliculares sem tampão central visível Obs: Comedões abertos – pápulas foliculares pequenas contendo um tampão central de queratina negra oxidação da melanina Morfologia o Comedões abertos – orifícios grandes, abertos o Comedões fechados – apenas microscopicamente o Presença de infiltrado linfocitário dentro e ao redor dos folículos pilosos envolvidos o Inflamação extensa e aguda acompanha a ruptura folicular o Abcessos epidérmicos podem estar associados à ruptura Patogênese o Variações hormonais e alterações nos folículos pilosos o Fatores hereditários o Induzida ou exacerbada por drogas – corticoesteroides, testosterona, hormôniosadrenocorticotrópicos, gonadotrofinas, contraceptivos, trimetadiona, iodetos e brometos o Induzida ou exacerbada por contactes ocupacionais – óleos para corte, hidrocarbonetos clorados, alcatrões de carvões o Induzida ou exacerbada por condições oclusivas – roupas pesadas, clima tropical 1. Alterações na queratinização do infundíbulo folicular – formação de um tampão de queratina que bloqueia a saída do sebo para a superfície 2. Aumento de tamanho das glândulas sebáceas 3. Colonização da porção superior e média do folículo piloso por bactéria sintetizadora de lipase - converte os lipídeos do sebo a ácidos graxos pró- inflamatórios 4. Liberação de fatores quimiotáticos e citotóxicos induzem inflamação PANICULITES Reação inflamatória na gordura subcutânea Infecções micóticas profundas podem causar alterações histológicas que simulam uma paniculite primária Pode afetar 1. O tecido conjuntivo septal – que separa os lóbulos de gordura 2. Os próprios lóbulos de gordura 32 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX 1. Eritema Nodoso Clínica o Forma mais comum da paniculite o Geralmente tem apresentação aguda o Geralmente envolve a parte inferior das pernas o Placas e nódulos eritematosos, muito dolorosos e mal definidos tato é melhor do que a visão para avaliar o Sintomas cutâneos podem ser acompanhados por febre e mal-estar o Com o tempo, as lesões se achatam e se tornam semelhantes a equimoses, não deixando cicatriz residual Morfologia o Lesões recentes – edema, exsudação de fibrina e infiltração de neutrófilos alargamento dos septos do tecido conjuntivo o Lesões velhas – infiltração de linfócitos, histiócitos, células gigantes multinucleadas e, ocasionalmente, eosinófilos fibrose septal o Não há presença de vasculite Patogênese o Associada a infecções – estreptocócicas beta-hemolíticas, tuberculose, coccidioidomicose, Histoplasmose e lepra o Associada a administração de drogas – sulfonamidas, contraceptivos orais o Associada a sarcoidose – doença intestinal inflamatória o Associada a neoplasias malignas 2. Eritema Indurado Clínica o Incomum – afeta mais adolescentes e mulheres na menopausa o Resultado de uma vasculite primária que afeta vasos profundos que suprem os lóbulos do subcutâneo necrose e inflamação dentro da gordura o Nódulos levemente dolorosos eritematosos e evoluem para úlcera Morfologia o Inflamação granulomatosa o Zonas de necrose caseosa o Inflamação e necrose envolvem os lóbulos de gordura o Lesões recentes – vasculite necrosante afeta artérias de pequeno e médio calibre e veias na derme profunda e subcutâneo Patogênese o Associação a doença subjacente 3. Doença de Weber-Christian Paniculite nodular febril recidivante Forma rara de paniculite lobular não- vasculítica Marcada por grupos de placas ou nódulos eritematosos o predominantes nos membros inferiores o Criadas por focos de inflamação de localização profunda o Com agregados de histiócitos xantomatosos misturados com linfócitos, neutrófilos e células gigantes 4. Paniculite factícia Paniculite secundária causada por trauma auto-induzido ou por injeção de substâncias estranhas ou tóxicas P á g i n a | 33 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX INFECÇÕES E INFESTAÇÕES Infecções e infestações em pacientes imunocomprometidos podem ser fatais 1. Verrugas Clínica o Lesões comuns em crianças e adolescentes o Causadas pelo papilomavírus humano o Transmissão envolve contato direto entre indivíduos e auto-inoculação o Verrugas são autolimitadas e regridem espontaneamente entre 6 meses e 2 anos Classificação é baseada na morfologia clínica e na localização o Vulgar – mais comum Ocorrem em qualquer parte – mais frequente no dorso da mão e áreas periungueais Pápulas achatadas e convexas De 0,1 a 1 cm Castanho-claras Superfície rugosa e áspera o Plana – comum na face e no dorso da mão Pápulas levemente elevadas e achatadas Superfície lisa Menor do que a vulgar o Plantar e palmar – pés e mãos Lesões descamativas e rugosas De 1 a 2 cm Pode coalescer ser confundida com calos comuns o Venéra – condiloma acuminato Aparecem como massas semelhantes a couve-flor Moles Acastanhadas Podem alcançar vários centímetros de diâmetro Morfologia o Hiperplasia epidérmica papilomatosa – de caráter ondulado o Vacuolização do citoplasma – coilocitose o Envolve, preferencialmente, as camadas mais superficiais da epiderme produz halos pálidos que envolvem os núcleos o As células podem apresentar grânulos de querato-hialina proeminentes – de coloração mais escura o Microscopia eletrônica – presença de partículas virais dentro do núcleo o Diagnóstico baseia-se na arquitetura de hiperplasia papilar com zonas de coilócitos em cunha Patogênese o Verrugas anogenitais – HPV 6 e 11 o Verrugas com displasia – HPV 16 evolui para tumores, como carcinoma de células escamosas invasivas 2. Molusco Contagioso Clínica o Viral e comum em crianças e adultos jovens o Autolimitada o Múltiplas lesões Tronco e área anogenital Pápulas umbilicadas firmes frequentemente pruriginosas De coloração rósea De 0,2 a 0,4 cm Raramente ultrapassam 2cm Material semelhante à coalhada pode ser extraído da área central umbilical - reagente Giemsa confirma diagnóstico Patogênese o Causada por um poxvírus 34 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX Morfologia o Hiperplasia epidérmica verrucosa em forma de taça o Estrutura diagnóstica – corpúsculo do molúsculo Inclusão citoplasmática grande, elipsóide e homogênea na célula dos estratos granuloso e córneo Estrato granuloso é azul e as células adquirem coloração azul-arroxeado Estrato córneo é vermelho e as células adquirem coloração azul-claro 3. Impetigo Clínica o Infecção bacteriana superficial comum o Observada mais em crianças previamente sadias e adultos imunocomprometidos o Envolve face e mãos, principalmente o Inicia como mácula eritematosa e evolui para múltiplas pústulas que se rompem e formam erosões rasas cobertas de serosidade ressecada crostas-cor-de- mel o Deve-se retirar as crostas para que não hajam novas lesões na periferia, surgindo extenso dano epidérmico o Forma bolhosa – ocorre na infância o Impetigo contagioso e bolhoso diferenciam-se apenas no tamanho das bolhas Morfologia o Acúmulo de neutrófilos abaixo o estrato córneo o Forma pústula subcórnea o Podem ocorrer reações epidérmicas não-específicas e inflamação da derme superficial o A crosta característica é formada por soro, neutrófilos e debris celulares o Lesões bolhosas podem apresentar acúmulo de fluido e de neutrófilos abaixo do estrato córneo Patogênese o Bactéria Staphycoccus aureus o Bactéria produz toxina que cliva a desmogleína 1 – responsável pela adesão celular forma a bolha 4. Infecções Fúngicas Superficiais Confinadas ao estrato córneo Causadas por dermatófitos Tínea do couro cabeludo o Manchas de pele assintomáticas o Sem cabelo na área afetada o Eritema leve o Forma crostas e escamas o Vistas em crianças Tínea da barba – incomum Tíneo do corpo o Comum o Afeta todas as idades, mas particularmente crianças o Excesso de calor e umidade, exposição a animais infectados e dermatofitose crônica dos pés e unhas o Placa levemente eritematosa em expansão, arredondada e com borda descamativa elevada Tínea crural o Mais frequente em áreas inguinais de homens obesos durante épocas quentes o Calor, fricção e maceração são predisponentes o Placas vermelhase úmidas e de bordas elevadas e descamativas Tínea do pé o Conhecida como pé-de-atleta o Eritema difuso e descamação o Inicia nos espaços interdigitais e se espalha até chegar nas unhas – onicomicose o Coloração, espessamento e deformidade da matriz ungueal Tínea versicolor P á g i n a | 35 APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX o Tronco superior o Causada pela Malassezia furfur o Grupo de máculas de todos os tamanhos, com fina descamação periférica e têm coloração mais clara ou mais escura que a pele ao redor Morfologia o Histologia assume a forma de uma dermatite eczematosa leve o Necessária cultura para diagnóstico ou coloração PAS, a qual cora de vermelho as paredes celulares fúngicas 5. Picadas, Ferroadas e Infestações por Artrópodes Há grande variedade no padrão das reações clínicas 1. Efeito irritante primário 2. Resposta de hipersensibilidade imediata ou tardia 3. Efeitos específicos do veneno 4. Vetor para invasores secundários – vírus, bactérias, parasitas, riquésias Macroscopicamente o Pápulas e nódulos urticariformes ou inflamados, podendo haver ulceração o Lesões individuais podem perdurar por semanas o Carrapato Ixodes dammini – placa eritematosa expansiva característica (eritema crônico migratório) doença de Lyme o Arranha Marrom – necrose extensiva pode levar à necessidade de excisão cirúrgica da área o Piolhos – pruriginosa pediculose Pode ser transmitida por contato sexual Piolhos e lêndeas podem ser vistos a olho nu Pode levar a aumento dos linfonodos cervicais No corpo pode haver áreas de hiperpigmentação e escoriações (marcas de coçadura) o Ácaro Sarcoptes scabiei – pruriginosa e contagiosa escabiose Formação de estrias pouco definidas e lineares de 0,2 a 0,6 cm de extensão Microscopicamente o Quadro clássico de picada de artrópodes Infiltrado perivascular em forma de cunha de linfócitos, histiócitos e eosinófilos dentro da derme Pode existir zona central de excessiva necrose epidérmica focal diretamente abaixo do local de picada – podem ser encontradas pedaços da boca do inseto Obs: punctum – local da picada De acordo com a variedade que a lesão pode se apresentar, pode lembrar linfoma cutâneo (infiltrado inflamatório florido e denso) e penfigoide bolhoso (formação de bolha) 36 | P á g i n a APOSTILA DE PATOLOGIA II VALESKA BARIMACKER - ETANOIX ENVELHECIMENTO Maior flacidez – perda da elasticidade Alteração da pigmentação – baixa do metabolismo do melanócito Há diminuição de mastócitos – deixa mais sensível a infecções derme A pele fica mais seca em virtude da diminuição de secreção das glândulas sebáceas pode causar rachaduras Unhas mais secas e quebradiças, com menos brilho, manchadas Diminuição de volume e número de corpúsculos sensoriais – se machucam mais, por ter menos sensibilidade Vascularização e estímulo hormonal são significativos nas alterações o Estrógeno Perda de estímulo de proliferação do epitélio – compromete recuperação do epitélio Deixa a pele fina – mais susceptível a traumas epiderme Diminuição da síntese de colágeno derme Flacidez e rugas Há espessamento de áreas de atrito o progesterona há aumento da produção de hormônios masculinos queda de cabelo e oleosidade surgimento de pelos pigmentados e grosseiros – características masculinas Fatores ambientais e hábitos de vida o fumo baixa oxigenação o álcool o atividade física o alimentação o radiação solar fotoenvelhecimento comorbidades No recém-nascido – bebê vem coberto no vérnix o Remover depois de 6h – serve de proteção enquanto o bebê não possui queratina o Remover antes das 24h o Pós-termo – pode diluir o vérnix no líquido amniótico o Quando deve ser removido Nasce em condições de sofrimento Mães com condições infecciosas Envolto com mecônio
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