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Arquitetura Romana

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e do calcário. Incluidos
mais modernamente entre os aglomerantes aéreos, tanto o gesso de estucador,
como a cal hidratada, não resistem à ação da água após o seu endurecimento,
impedindo-os, pois, de garantir durabilidade quando em contato com a água.
Constatou-se, mais tarde, que aumentava extraordinariamente a resistência às
águas das argamassas de cal, pela mistura de solos de origem vulcânica, ou de
areias resultantes da fragmentação de certos tijolos e telhas.
Assim, em grande parte da zona do Mediterrâneo, empregou-se terra vulcânica da
Ilha de Santorim, pertencente ao arquipélago das Cíclades, ao norte da Ilha de
Creta. Da mesma forma, os romanos utilizaram os tufos vulcânicos do Vesúvio,
acumulados nas proximidades da cidade de Pozzuoli, na zona de Nápoles,
estendendo-se, então, a designação pozolana ao conjunto de materiais naturais ou
artificiais dotados da mesma propriedade (Sousa Coutinho, 1958).
No Livro 2 do seu tratado “Da Architectura”, Marcus Vitruvius descreve a pozolana
como um “pó que efetua naturalmente coisas admiráveis, encontrando-se nas
regiões situadas em volta do monte Vesúvio; quando misturado com cal e com
pedras contribui não só para a solidez dos edifícios comuns, mas também consegue
endurecer debaixo d’água, nos molhes que se constroem no mar”. Para os trabalhos
marítimos, Marcus Vitruvius recomendou a substituição da areia pela pozolana,
prescrevendo a composição da argamassa a partir de “duas partes de pozolana e de
uma parte de cal com água” (Priszkulnik, 1980).
A extraordinária durabilidade de diversas estruturas do império Romano está, de
fato, intimamente vinculada ao emprego do aglomerante constituído pela mistura de
cal hidrata e pozolana, na medida em que a reação entre ambos, em presença de
água, à temperatura ambiente, dá como resultado compostos com propriedades
hidráulicas, resistentes e duráveis.
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4. EXEMPLOS DE OBRAS DA ARQUITETURA ROMANA
4.1 Pont du Gard
A Pont du Gard é uma estrutura de 270 m de comprimento, integrada a um
aqueduto de 30km de comprimento, construída por Marcus Agrippa, entre os anos
20 e 16 A.C., para transportar água da localidade de Uzès à cidade de Nimes, na
França.
4.2 Puente de Alcántara
Trata-se de uma das maiores pontes romanas, construída sobre o Rio Tejo, na
Espanha. Seus seis arcos em granito do reservatório inferior, com vãos de,
aproximadamente, 30 m, são suportados por pilares altos de 10 m de espessura. No
segundo nível há 11 arcos e no topo há 35 arcos Na extremidade da ponte,
encontra-se um pequeno templo dedicado a Trajanus, quando se inaugurou a ponte
no ano 104 D.C. O construtor da ponte é lembrado no templo com a seguinte
inscrição: “Eu, Caius Julius Lacer, famoso pela minha arte, lego uma ponte para
permanecer para sempre ao longo dos séculos”. De fato, decorridos 19 séculos, a
ponte continua prestando serviços na travessia do Rio Tejo (Collins, 2001).
4.3 Panteon
O Panteon, construído entre 118 e 128 D.C., agora denominado de Igreja de Santa
Maria Rotonda, é um dos monumentos mais famosos da arquitetura romana.
Erguido na Piazza della Rotonda, em Roma, sua arquitetura é excepcionalmente
bem preservada, só comparável em conservação à Igreja Bizantina Hagia Sophia,
em Istambul, na Turquia (www.arqbusca.hpg.ig.com.br/panteao.htm).
4.4 Coliseu de Roma
“Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir,
Roma cairá e se acabará o mundo.” A profecia do monge inglês Venerável Beda dá
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a medida do significado que teve para Roma o anfiteatro Flávio, ou Colosseo, em
italiano, nome que alude a suas proporções grandiosas.
O Coliseu ergueu-se no lugar antes ocupado pela Domus Aurea, residência do
Imperador Nero, Sua construção foi iniciada por Vespasianus por volta dos anos 70
da era cristã. Titus inaugurou-o em 80 e a obra foi concluída poucos anos depois, na
época de Domitianus.
A grandiosidade desse monumento, construído em concreto de agregado leve, com
densidades variando de 1300 kg/m3 a 2200 kg/m3, testemunha o poderio e o
esplendor de Roma na época dos Flávios, família a que pertenciam esses
imperadores.
O edifício inicial, de 3 andares, comportava mais de 50.000 espectadores. Dois
séculos depois, sua capacidade foi ampliada para quase 90.000, quando os
imperadores Severus Alexander e Gordianus III acrescentaram um quarto
pavimento. Sua planta é elíptica, com eixos medindo aproximadamente 190 e 155
m, enquanto sua altura equivale à de um edifício de 15 andares.
A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricas, jônicas e
coríntias, de acordo com o pavimento. Os assentos são de mármore e a cávea,
escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes
classes sociais (www.nomismatike.hpg.ig.com.br/ImpRomano/Coliseu.html).
4.5 Outros exemplos
As ilustrações seguintes ampliam os exemplos de obras da Arquitetura Romana,
impressionantes pela grandiosidade e longevidade: Forum de Trajano; Basílica de
Constantino – Fórum Romano; Anfiteatro de Nimes na França; Arco do Triunfo, em
Orange na França; Arcadas do Peristilo do Palácio de Diocleciano, em Split na
Iugoslávia (www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm).
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Figura 1: Pont du Gard - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 2: Arco do Triunfo, Orange, França - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 3: Arcadas do Peristilo do Palácio de Diocleciano; Split, Iugoslávia -
http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
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Figura 4: Foro de Trajano - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 5: Anfiteatro de Nimes - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 6: Basílica de Constantino (Fórum Romano) -
http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
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Figura 7: Coliseu - vista externa - http://www.greatbuildings.com/cgi-
bin/gbi.cgi/Roman_Colosseum.html/cid_colosseum_km_001.gbi
Figura 8: Panteão - (http://web.kyoto-inet.or.jp/org/orion/eng/hst/roma/pantheon.html)
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Figura 9: Panteão (http://web.kyoto-inet.or.jp/org/orion/eng/hst/roma/pantheon.html)
Figura 10: Panteão - vista externa - http://harpy.uccs.edu/roman/html/hadrian2.html
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Figura 11: Coliseu - vista interna (arena) - http://www.greatbuildings.com/cgi-
bin/gbi.cgi/Roman_Colosseum.html/cid_1949090.gbi
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Figura 12: Vista geral do Coliseu, Forum Romano e Monte Palatino - detalhe em maquete da antiga
Roma - http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/
Figura 13: O Pantheon Romano - detalhe em maquete da antiga Roma.
http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/
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Figura 14: Puente de Alcântara sobre o Rio Tajo, na região de Cáceres, Espanha -
http://www.geocities.com/jjescudero/cangaler.htm
5. Referências Bibliográficas
Arquitetura Romana – Panteão de Roma; www.arqbusca.hpg.ig.com.br/panteao.htm
BENEVOLO, L. – Introdução à Arquitetura; Editora Mestre Jou, São Paulo, `1972.
Coliseu de Roma – www.nomismatike.hpg.ig.com.br/ImpRomano/Coliseu.html
COLLINS, M.P. - In Search of Elegance: The Evolution of the Art of Structural
Engineering in the Western World; American Concrete Institute, Concrete
International, July, p. 57-71, 2001.
FARIA, E.L. A Arte Romana
GALIMBERTI, D. - De Architectura, Strutura del Tratatto; www.vitruvio.ch
PINHEIRO BARRETO, .F.F. – Excerto de Vitrúvio – os Dez Livros sobre Arquitetura,
Livro 1; www.unb.br/fau/pos_graduacao/cadernos_eletronicos/Vitruvio/excert.htm
PRISZKULNIK, S. - Pozolanas para Aglomerantes de Construção Civil; 1ª Semana
de
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