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Incontinência urinária 1 Incontinência urinária Introdução DEFINIÇÃO → toda e qualquer perda urinária involuntária por esforço, por urgência ou mista FATORES DE RISCO → idade, paridade, obesidade, tabagismo, cirurgias prévias e tabagismo Anatomia e fisiologia vesical Destaque: músculos detrusor (contração e expulsão urinária) e esfíncter externo SNA simpático (NA) → atua em m. detrusor (receptor beta- adrenérgico - relaxamento) e esfíncter uretral (receptor alfa- adrenégico - contração) = enchimento vesical SNA parassimpático (NA) → ativação de receptores muscarínicos do m. detrusor (contração) = esvaziamento vesical Incontinência urinária 2 MECANISMO DE CONTINÊNCIA → bexiga se enche (pressão vesical), pressão do esfíncter>vesical, musculatura do assoalho pélvico Classificações Incontinência de esforço Defeito no assoalho pélvico causando defeito esfincteriano intrínseco da uretra ou hipermobilidade vesical SINTOMAS → perda de urina quando aumenta a pressão intra-abdominal; disúria, hesitação, sensação de esvaziamento incompleto CAUSAS → genético, gestações, obesidade, constipação Incontinência de urgência Defeito no m. detrusor durante a fase de enchimento vesical (hiperatividade) SINTOMAS → desejo incontrolável miccional, pode haver disúria, polaciúria, noctúria CAUSAS → idiopática, doenças neurológicas (parkinson e alzheimer) BEXIGA HIPERATIVA → apresenta os mesmo sintomas, porém, na urodinâmica, não revela contração do detrusor Incontinência urinária 3 Avaliação clínica Anamnese Tipo de perda urinária (urgência, esforço) Ingesta de cafeína Uso de diuréticos Hábitos miccionais Ingesta hídrica Exame físico Não é necessário demonstrar objetivamente a perda urinária Uma maneira de mensurar objetivamente é o diário miccional. Exames complementares 1. Urina tipo 1 + urocultura A investigação começa por eles. Necessário afastar infecção. Se hematúria → investigar; se inocente → seguir para urodinâmica URODINÂMICA → avalia o enchimento e o esvaziamento vesical; composta por urofluxetria livre e cistometria COMPOSIÇÃO: UROFLUXETRIA LIVRE → verificar o fluxo da urina durante a uma micção; urina coletada por um transdutor, será traçado o fluxo da urina (fluxo máximo Q = 15ml/s); demonstra o volume de urina/tempo; nas mulheres, tem pouco significado CISTOMETRIA → avaliação de: Avaliação da sensibilidade → 1° desejo de urinar = corresponde a 20-30% da capacidade da bexiga (avaliação da sensibilidade); normal ocorrer entre 150-200ml Capacidade cistométrica → forte desejo miccional ocorre entre 300-400ml; quando desejo de urinar for muito intenso, corresponde a capacidade cistométrica (normalmente, 500-600ml) Complacência → o quanto a bexiga distende a medida em que oferece volume (normal = distender 10-100ml/cm) Contrações involuntárias do detrusor → avaliação da pressão do detrusor - avaliar hiperatividade; P detrussor = P vesical - P abdominal; sempre deve ser baixa, sua elevação mostra hiperatividade detrusora Normal Anormal Incontinência urinária 4 Manobra de esforço (VLPP - valsalva leak point preassure) → realizar manobras de valsalva quando a bexiga estiver cheia; verificar em qual pressão ocorre perda urinária VLPP>90cm de H2O = hipermobilidade uretral‼ 90>VLPP>60cm de H2O = diagnóstico duvidoso VLPP<60cm de H2O = deficiência esfincteriana intrínseca‼ OBJETIVOS DA URODINÂMICA: Reproduzir os sintomas do paciente Avaliar a sensação vesical Detectar hiperatividade do detrusor Avaliar a competência uretral Avaliar a função do detrusor durante a micção Avaliar o trato de saída durante a micção Avaliar o volume de urina residual obs.: a investigação depende da queixa da paciente e do plano terapêutico Tratamento Incontinência de esforço Conduta conservadora Quadros leves, risco cirúrgico proibitivo, pouco comprometimento anatômico Exercícios de Kegel (fortalecimento do assoalho pélvico) Pessário Incontinência urinária 5 FARMACOLÓGICO → pode se associar ao conservador: IRSS → duloxetina Agonista alfa-adrenérgico → faz contração do colo vesical e esfíncter uretral diminuindo a eliminação urinária Estrogênio tópico → indicado para mulheres com atrofia e no pré-operatório; usar 1x por dia por 2 semanas e após usar 2x na semana Cirurgia Falha na conduta conservadora. Achados moderados. OBJETIVO → reposicionar e sustentar a uretra em sua forma anatômica VLPP>90 → hipermobilidade uretral → cirurgia de Burch (colpossuspensão retropúbica - fixação do tecido paravesical ao lig. de Cooper) VLPP<60 → insuficiência de esfíncter → cirurgia de Sling (faixa suburetral associada a fixação retropúbica ou transobturador) COMPLICAÇÕES → erosão vaginal, sangramento, dor na raiz da coxa, lesão uretral, lesão vesical, lesão do n. obturatório, abcesso profundo Hiperatividade detrusora e bexiga hiperativa Tratamento prioritariamente clínico → mudança do estilo de vida. FÁRMACOS → anticolinérgicos; 6x por semana CI = gestação, arritmias, glaucoma e colite ulcerativa Oxubutilina → 5-20mg em 2-3x/dia Tolterodina → 1-3mg em 2x/dia Imipramina → 10-25mg em 1-2x/dia Outras opções → injeção vesical de toxina botulínica, eletroestimulação Conclusões Incontinência urinária 6 Incontinência → 15% em mulheres Nenhuma cirurgia é isenta de riscos ou complicações, deve-se individualizar Oferecer terapias e técnicas minimamente invasivas Informação prévia sobre riscos e índice de sucesso (consentimento)
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