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By: Julianna Augusto Pancreatite aguda Etiologia 1. Litíase biliar 2. Álcool 3. Obesidade Fisiopatologia O passo inicial é a ativação do tripsinogênio para tripsina. A célula acinar procura se defender da ativação do tripsinogênio e tenta eliminar a tripsina. A hipercalcemia intracelular ativa o tripsinogenio e da estabilização da tripsina Após a lesão inicial das células acinares, ocorre a migração de células inflamatórias para o interstício das glândulas e microcirculação. Os altos níveis de de células inflamatórias na inculpação podem atingir o parênquima pulmonar, renal, hepático, sistema vascular e hematopoético Possui três fases: 1. Resposta inflamatória 2. R.inflamatória sistêmica 3. Infecção por translocação bacteriana Nas fases iniciais da doença, a síntese enzimática e o transporte das enzimas continuam a se processar normalmente. Entretanto, essas enzimas acumulam-se nas células acinares, porque a exocitose está bloqueada e não ocorre a secreção. Os grânulos de zimogênio acumulados fundem-se com os lisossomos por um processo de crinofagia. Formam-se grandes vacúolos, e as hidrolases lisossomais presentes ativam o tripsinogênio. A tripsina resultante promove a ativação de outras enzimas tais como elastase, quimiotripsina e a fosfolipase. A hipoxia resultante, seria importante para o desenvolvimento da lesão inflamatória Pq o tripsinogênio não é convertido por enzimas do pâncreas? De fato, a boa perfusão pancreática é importante, pois circulam no sangue várias substâncias anti proteases, tais como a alfa 1-antitripsina, alfa 2-macroglobulina e outras, que constituem proteção à digestão enzimática. Entre estas, conta-se um inibidor pancreático de tripsina, denominado PSTI (pancreatic secretory trypsin inhibitor), também chamado SPINK 1 (serine protease inhibitor Kazal type 1). SIRS O recrutamento de neutrófilos e macrófagos pelas quimiocinas desempenha um papel decisivo na ampliação da resposta inflamatória local e sistêmica da PA, uma vez que essas células também liberam citocinas e contribuem para o desencadeamento da síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS). QUADRO CLÍNICO 1. Dor intensa, contínua, região epigástrica com irradiação para a região dorsal ou em cinta. 2. Náuseas e vômitos Casos graves: 1. Sudorese 2. Icterícia e cianose 3. Temperatura variável 4. Hipotensão 5. Choque 6. Sinal de grey-turner e cullen 7. Abdome flácido 8. Rigidez de parede 9. Diminuição ou ausência de ruídos intestinais DIAGNÓSTICO Clínica: dor abdominal típica,náuseas e vômitos Amilase ou lipase séricas aumentadas >3x que o limite da normalidade possuem sensibilidade e especificidade de 95%- lipase fica por mais tempo elevado pq a meia vida é maior - Mais de 48h a amilase pode estar normal - Álcool- amilase normal até 20% dos casos - Hipertrigliceridemia - amilase normal até 50% dos casos Exame de imagem: 1. TC com contraste - necrose pancreática - mais rápido e prático 2. Ressonância - pode visualizar necrose mesmo sem contraste - paciente renal crônico que não pode usar contraste e que esteja estável. By: Julianna Augusto 3. Ultrassom - menos utilizado, menos sensível e menos específico, pois se o abdômen estiver distendido dificulta a visualização ou obesidade. Esses exames devem ser feitos de 48h a 72h após o início da dor. Antes disso pode ter um falso negativo. Critério de Atlanta - dois desses três critérios para diagnóstico É importante estratificar a gravidade do quadro para definição do manejo. TRATAMENTO Mais uma tríade!!! Jejum, analgesia, hidratação precoce Jejum- nutrição enteral desde que haja retorno do trânsito intestinal (nasogástrica ou nasoenteral) -menos risco de translocação bacteriana - mas quando iniciar ? Espera até 48h de jejum e avalia - professor Analgesia- Drogas indicadas são opioides como meperidina e morfina (pode causar espasmos do esfíncter de Oddi o que pode agravar a PA e estimula a secreção por sua ação vasotônica) Hidratação precoce - há um sequestro volêmico podendo levar a um choque - prevenção de um quadro mais grave A reposição volêmica deve produzir no mínimo uma diurese de 0,5ml/kg de peso corporal nos pacientes sem falência renal. A reposição deve ser controlada e cuidadosa, portanto atentar para possibilidade de ocorrência de distúrbios hidroeletrolíticos ou excesso de reposição. As necessidades hídricas do paciente devem ser revistas a cada 6 horas pelo menos nas primeiras 48 horas. Cristalóides - ringer lactato- pode reduzir sirs, melhor - hipercalcemia evitar o ringer lactato Colóides- não faz Quando utilizar antibióticos em um quadro de PA? Não há indicação na fase aguda. A principal recomendação para o uso precoce de antibióticos é quando houver comprovação de infecção extra pancreática concomitante, como em casos de colangite.Os antibióticos de escolha nesse caso são carbapenêmicos ou combinação de quinolonas e metronidazol, por maior penetração. A antibioticoterapia nestes casos pode evitar a necessidade de intervenção, reduzindo mortalidade e morbidade. Quando é necessária a realização de drenagem precoce por CPER? A maioria dos cálculos biliares que causam pancreatite aguda passa rapidamente para o duodeno e são excretados nas fezes, não causando obstrução. Entretanto, em alguns casos podem levar a quadros de colangite aguda associada a PA. Nessa circunstância, a CPER deve ser realizada dentro de 24 horas para efeito de drenagem de urgência. EXTRA Exames subsidiários ( enzimas séricas) - hematócrito - índice da perda de líquidos e de anemia - Hiperglicemia - destruição periféricas da insulina e liberação de glucagon - Cálcio- queda com níveis iguais ou inferiores a 7 - mau prognóstico - hiperparatireoidismo os níveis estão elevados - Hiperbilirrubinemia leve 50%- BD cálculo impactado na papilas - Metemalbumina - forma hemorrágica quando os valores forem iguais ou superiores a duas cruzes - pode ocorrer em outras patologias - PCR- diferenciação entre PA edematosa e hemorrágica. Além disso, avalia a magnitude da SIRS - nas primeiras 24h - Eletrocardiográficos - inversão da onda T, pois é derivada da hipotensão e distúrbios eletrolíticos - às vezes simula IAM. Choque By: Julianna Augusto Consequências de diversos fatores, sendo mais importante a grande perda de plasma e sangue para o retroperitônio que altera a permeabilidade capilar além da ação de enzimas proteolíticas- síndrome da coagulação intravascular disseminada que agrava ainda mais Reposição de volume e eletrólitos asseguram o estado hemodinâmico, se tiver Oligúria deve-se restaurar o volume e utilizar dopamina - sangue, albumina e líquidos não coloidais Tratamento cirúrgico ● Necrose infectada e outras complicações cirúrgicas Necrose estéril e estabilidade - não opera Origem biliar: PA biliar grave, ou que não melhora nas primeiras 48h de tratamento clínico intensivo, colangiografia endoscópica retrógrado(CPRE), com papilotomia e remoção de cálculos do colédoco - e a melhor opção terapêutica Coledocolitíase e colangite - papilotomia endoscópica Colecistite aguda associada a PA - colecistectomia acelerada Icterícia como manifestação de colangite exige papilotomia endoscópica imediata Indicações de cirurgia na necrose pancreática asséptica 1. Perfuração intestinal 2. Síndrome compartimental Após várias semanas quando a resposta inflamatória sede, transforma-se em encapsulada (walled-off necrosis) contendo líquido e tecidos desvitalizados. Necrose infecciosa = retirada do tecido necrótico e limpeza do exsudato retroperitonial e do material colecionado Abscesso pancreático - é uma loja,portanto limitada por parede, mais fácil de drenar que a infeciosa -laparotomia ou drenagem percutânea guiada por ultrassom ou TC e antibioticoterapia. REFERÊNCIAS: Gastroenterologia essencial - Dani Pancreatite aguda - BVS
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