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BRONQUIOLITE CONCEITO A bronquiolite é uma infecção pulmonar viral muito comum em bebês com menos de 2 anos que provoca a inflamação das vias aéreas mais estreitas do pulmão, conhecidas como bronquíolos. Quando estes canais inflamam, aumentam a produção de muco que dificulta a passagem do ar, causando dificuldade para respirar e chiado, dificuldade para dormir e respiração rápida. ETIOLOGIA A maioria dos casos de bronquiolite é causada por: 1.Vírus sincicial respiratório (VSR): Vírus sincicial respiratório é um vírus responsável pela maioria dos casos de infecções do trato respiratório inferior em bebês. 2.Rinovírus: Rinovírus são um grupo de vírus da família dos picornavírus, com genoma de RNA de sentido positivo simples. 3.Vírus da parainfluenza tipo 3: Parinfluenza, vírus paragripal ou síndrome paragripal é a designação comum dada simultaneamente ao grupo viral conhecido por vírus da parainfluenza humana. As causas menos frequentes são os vírus da influenza A e B, vírus da parainfluenza tipos 1 e 2. FISIOPATOLOGIA O vírus se alastra do trato respiratório alto para o médio e pequenos brônquios e bronquíolos, causando necrose epitelial e iniciando uma resposta inflamatória. O aparecimento de edema e exsudato é o resultado da obstrução parcial mais pronunciada na expiração e leva ao aprisionamento do ar nos alvéolos. A obstrução completa e a absorção do ar aprisionado podem levar a múltiplas áreas de atelectasia, o que pode ser exacerbado ao respirar concentrações altas de oxigênio inspirado. A infecção ocorre quando o material infectado atinge o organismo através da membrana mucosa dos olhos, boca e nariz ou pela inalação de gotículas derivadas de tosse ou espirro. Estima-se que o período de incubação da doença é de quatro a cinco dias. O vírus se replica em nasofaringe e o período de excreção viral pode variar de 2 a 8 dias ou até a melhora clínica. O sibilo é um som musical continuo que tem origem em oscilações que ocorrem em vias respiratórias estreitadas. Os lactentes são propensos a produzir sibilos porque têm uma mecânica pulmonar diferente em comparação com crianças mais velhas e adultos. A obstrução ao fluxo é afetada pelo calibre das vias respiratórias e pela complacência pulmonar do lactente. A limitação ao fluxo é também afetada pelas diferenças na composição das cartilagens traqueais e do tônus do músculo liso das vias respiratórias do lactente, causando um aumento ainda maior da complacência das vias respiratórias, em comparação com crianças mais velhas. Todos esses mecanismos combinados tornam o lactente mais suscetível a colapso das vias respiratórias, aumento da resistência e subsequente sibilância. SINAIS E SINTOMAS Um lactente tipicamente afetado apresenta sintomas de infecções do trato respiratório superior com aumento progressivo da disfunção respiratória, caracterizado por taquipneia, retrações, estertores e tosse seca. Os sinais de disfunção podem incluir cianose perioral, retrações profundas e estertores audíveis. Febre é usual, mas nem sempre presente. No início da doença, os lactentes são aparentemente saudáveis, apesar da taquipneia e das retrações, mas podem ficar profundamente letárgicos à medida que a doença progride. Vômitos e diminuição da ingesta podem levar a desidratação. A fadiga é seguida de respiração superficial e ineficiente, provocando acidose respiratória. A ausculta revela sibilos, tempo expiratório prolongado e, em geral, crepitações finas. Muitas crianças apresentam otite média aguda concomitante. TRATAMENTO O tratamento da bronquiolite é de suporte, e a maioria das crianças pode ser tratada em casa com hidratação e cuidados gerais. Indicações para hospitalização incluem aumento da disfunção respiratória, aspecto doentio (p. ex., cianose, letargia, fadiga), história de apneia, hipoxemia e ingestão oral inadequada. Crianças com doenças de base, como cardiopatia, imunodeficiência ou displasia broncopulmonar, que as colocam em risco ou complicação grave da doença, também são consideradas candidatas a hospitalização. Indica-se entubação endotraqueal para casos de apneia recorrente grave, hipoxemia que não responde a administração de oxigênio, retenção de CO2 ou se a criança não consegue eliminar secreções brônquicas. Terapia com cânula nasal de alto fluxo, pressão positiva contínua das vias respiratórias (CPAP) ou ambos são frequentemente usados para evitar a entubação em pacientes com risco de insuficiência respiratória. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA Será que a utilização de técnicas da fisioterapia respiratória repercute em melhorias funcionais do ponto de vista respiratório? Os principais benefícios procedentes da fisioterapia respiratória para pacientes com bronquiolite são: a melhora dos sinais vitais, diminuição do trabalho muscular respiratório, melhor adaptação à ventilação não invasiva e/ou oxigenoterapia, diminuição da necessidade de aspiração das vias aéreas superiores, melhor manejo das nebulizações e aerossóis e menor tempo de desmame ventilatório quando conduzido pela fisioterapia. Os procedimentos tradicionais de higiene brônquica incluem o posicionamento do paciente para a drenagem das vias aéreas (auxiliado pela gravidade), técnicas desobstrutivas para eliminação das secreções, como a terapia expiratória manual passiva (TEMP) associada às vibrações manuais (vibrocompressões) e AFE. Além das manobras de higiene brônquica, atualmente são utilizadas técnicas para reexpansão pulmonar, como a manobra de Farley Campos ou manobra de pressão negativa, a pressão positiva expiratória (com máscara de EPAP), bem como manobras de redirecionamento de fluxo, manobras de “bag-squeezing”, isoladas ou em associação, e posterior remoção de secreções através da tosse e/ou pela aspiração traqueal nasofaringe. A boa ação da fisioterapia é recuperar ou melhorar a função ventilatória; e específicos, expansão do parênquima pulmonar, reeducação da função muscular diafragmática, desobstrução brônquica, desinsuflação pulmonar, correção das deformidades torácicas, adequação da mecânica ventilatória, melhora na ventilação e da hematose, condicionamento físico, controle e redução dos sintomas e das complicações fisiopatológicas da enfermidade e redução do tempo e número de internações. REFERÊNCIAS https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios- respirat%C3%B3rios-em-crian%C3%A7as-pequenas/bronquiolite#:~:text=leia%20mais%20.- ,Fisiopatologia,aprisionamento%20do%20ar%20nos%20alv%C3%A9olos BARBOSA, A. P. FISIOTERAPIA - Série terapia intensiva pediatrica e neonatal. Belo Horizonte: Atheneu, 2008. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-respirat%C3%B3rios-em-crian%C3%A7as-pequenas/bronquiolite#:~:text=leia%20mais%20.-,Fisiopatologia,aprisionamento%20do%20ar%20nos%20alv%C3%A9olos https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-respirat%C3%B3rios-em-crian%C3%A7as-pequenas/bronquiolite#:~:text=leia%20mais%20.-,Fisiopatologia,aprisionamento%20do%20ar%20nos%20alv%C3%A9olos https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-respirat%C3%B3rios-em-crian%C3%A7as-pequenas/bronquiolite#:~:text=leia%20mais%20.-,Fisiopatologia,aprisionamento%20do%20ar%20nos%20alv%C3%A9olos