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Transtorno do sono: toda e qualquer condição que leve a uma perturbação da estrutura natural do sono. Temos distúrbios do sono de diversas formas ▪ Insônias ▪ Transtornos respiratórios relacionados ao sono ▪ Hipersonia de origem central ▪ Distúrbios do sono relacionados à ritmicidade circadiana ▪ Parassonias ▪ Transtornos do movimento relacionados ao sono ▪ Outros transtornos do sono INSÔNIAS Qual a definição de insônia? Dificuldade para começar a dormir faz parte, mas é mais do que isso. É a dificuldade persistente para o início, duração, consolidação ou qualidade do sono, que ocorre a despeito de adequada oportunidade e circunstância para adormecer e que resulta em algum tipo de prejuízo diurno. Posso deitar e dormir, mas acordar diversas vezes de madrugada; posso dormir e acordar muito mais cedo do que gostaria de acordar Posso dormir 8h por noite, mas acordar super cansado, parecendo que não dormiu nada, pois a qualidade do sono não foi boa. A insônia pode ser definida de 2 maneiras: como sintoma (muito comum que seja sintoma de uma doença psiquiátrica) ou como transtorno (é por si só uma doença; é primária) Como a gente vai chegar ao diagnóstico de um ou de outro? História clínica É uma condição bastante comum e é um campo onde se tem muita automedicação, desde chá, alimentos, medicamentos... Algumas causas de insônia: ▪ Dores crônicas ▪ Doenças articulares/ósseas ▪ HAS ▪ Doença endócrino-metabólicas ▪ Doença do aparelho digestivo Qual a média de sono? depende da faixa etária ▪ Idosos -> de 4 a 6 horas ▪ Adulto -> média é 8h, mas entre 6h e 9h é considerado normal (se de qualidade) ▪ Criança e adolescente -> entre 8h e 10h O mecanismo não é igual para todas as pessoas, logo, o tratamento não vai ser igual para todo mundo. Para uma pessoa melatonina pode funcionar super bem e para outra, pode não ter efeito nenhum O que acontece é que você pode ter um aumento da vigilância ou você pode ter uma redução do sono. Pode ser devido ao aumento da vigilância: ▪ Hiperatividade HHA – aumento de cortisol, noradrenalina (o eixo é mais ativado) ▪ Ativação excessiva do SARA o Hipocreatina o Histamina o Acetilcolina o Noradrenalina o Serotonina Insônia Insônia Fisiopatologia Pode ser devido à redução do sono: algumas substâncias que são liberadas e estimulam o sono, podem estar reduzidas ▪ VLPO (hipotálamo) ▪ Sistema melatoninérgico ▪ Sulfato de pregnenolona Um paciente com insônia pode ter um ou mais desses mecanismos Lembrar que a insônia não é só devido a fatores biológicos, tem fatores emocionais e comportamentais envolvidos. Tenho hábitos que pioram a qualidade do meu sono, sou uma pessoa muito preocupada... Existem sinais noturnos e diurnos Noturnos: ▪ Dificuldade em iniciar, manter ou retomar o sono ▪ Angústia com o próprio sono ▪ Ansiedade/preocupação com o sono ▪ Ruminação de pensamentos – pode estar relacionado ou não com ansiedade. O pensamento viaja bastante e não para Diurnos: consequências de uma noite mal dormida ▪ Sonolência diurna excessiva ▪ Fadiga ▪ Irritabilidade ▪ Mal estar ▪ Esquecimentos ▪ Déficit de atenção ▪ Humor deprimido ▪ Cefaleia ▪ Distúrbios gastrointestinais Classificação fenotípica: ▪ Quanto ao momento o Insônia inicial o Insônia de manutenção – desperta durante a madrugada e tem dificuldade de voltar a dormir o Despertar precoce ▪ Quanto ao curso o Insônia aguda – em menos de 1 mês; tem muita relação com mudança (mudança de vida, rotina, ambiente...) o Insônia recorrente – vai e volta o Insônia crônica ▪ Quanto ao tempo de sono o Insônia com tempo de sono curto o Insônia com tempo de sono normal, porém sem qualidade A. Insatisfação com qualidade do sono e 1 ▪ Dificuldade de iniciar o sono ▪ Dificuldade de manter o sono ▪ Despertar precoce pela manhã B. Comprometimento funcional ▪ Dificuldade em dormir 3 noites/semana ▪ Dificuldade em dormir 3 meses ▪ Dificuldade apesar de oportunidade adequada O primeiro tratamento para insônia são as medidas comportamentais Condições consideradas desconfortáveis no quarto podem ser um empecilho na boa qualidade do sono. portanto, devemos ficar alerta aos detalhes Obs: nenhuma mudança pode ser drástica, precisa ser aos poucos. É importante também fazer o controle de estímulos: preocupações... O que temos que avaliar? Sinais e sintomas Classificação fenotípica Diagnóstico Tratamento ▪ Condições do quarto – temperatura, ruídos, limpeza ▪ A cama – evite ler, comer ou associar atividades que excitem seu cérebro na cama; na medida do possível, deite-se quando estiver com sono ▪ Estabelecer horários – ter um horário definido para deita-se e dormir, assim como acordar – organiza os fatores biológicos e psíquicos o Nenhuma mudança pode ser drástica. Uma pessoa que dorme 2h da manhã não vai conseguir pegar no sono 21h. Precisa puxar o horário para mais cedo aos poucos ▪ Controle de estímulo – preocupações A gente usa o medicamento quando o paciente já tentou as outras medidas e não conseguiu. Pode até ter melhorado, mas o sono ainda não está bom A gente usa também quando tem um tempo mais curto de sono e, muitas vezes, não tem sono reparador Depende das comorbidades que o paciente tenha. Possa ser que tenha transtorno de ansiedade e esteja mega sintomático. Tem que tratar a doença de base, mas até lá posso usar um medicamento para dormir como coadjuvante, até o tratamento principal fazer efeito. Ao fazer o uso de medicamentos temos que classificar: ▪ Horário de ocorrência o Inicial o Manutenção o Terminal ▪ Tempo de duração o Aguda – posso usar de forma aguda? Posso. Por exemplo, no luto. o Crônica ▪ Comorbidades Classes farmacológicas: Antidepressivos sedativos: ▪ Trazodona – para efeito sedativo precisa ser dose baixa, até 100mg. Mais do que isso começa a ter efeito antidepressivo do que sedativo. Tem poucos efeitos adversos e interações medicamentosas e tem bom perfil de tolerância. ▪ Antidepressivos tricíclicos o Amitriptilina – antidepressivo, ótimo tratamento para dor crônica. Ele é indutor de sono e ajuda na insônia de manutenção. Para idoso tem alguns efeitos adversos cognitivos, hipotensão, tontura. ▪ Antidepressivos atípicos o Mirtazapina – dose mais baixa tem melhor efeito sedativo. Grande problema é que tem bastante ganho de peso. Posso usar em pacientes com depressão, insônia e perda de apetite ▪ ASBz – tem efeito de indução, principalmente o zolpidem. Para pacientes que tem dificuldade em iniciar o sono. Causa dependência o Zolpidem – meia vida curta o Eszopiclona Benzodiazepínicos ▪ Frontal, Rivotril – tem risco de dependência muito alto, principalmente o Rivotril. Antipsicóticos: para pacientes esquizofrênicos que tem insônia; ▪ Quetiapina – aumenta peso ▪ Olanzapina Agonistas melatoninérgicos: ▪ Ramelteona – agonista da melatonina ▪ Agomelatina ▪ Melatonina Sempre que for retirar esses medicamentos, é importante fazer uma redução gradual. Se não, pode causar efeito rebote Existem situações que usamos de forma aguda, mas é outro caso
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