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Ética e legislação em jornalismo

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06/06/2022 10:09 Ética e legislação em jornalismo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02449/index.html# 1/37
Ética e legislação em jornalismo
Prof. Anderson Lopes da Silva
false
Descrição
Deontologia do jornalismo, regulamentação da atividade profissional no Brasil, panorama sócio-histórico,
obrigatoriedade do diploma, Legislação e código de ética do jornalista. Censura, liberdade de imprensa e
liberdade de expressão.
Propósito
A compreensão das bases éticas que guiam a legislação profissional (especialmente de documentos oficiais,
como o código de ética) do jornalismo e dos jornalistas brasileiros é fundamental pra quem vai atuar na
área.
Objetivos
Módulo 1
Deontologia do jornalismo
Reconhecer a deontologia do jornalismo como elemento central que explicita as bases éticas do ofício
jornalístico.
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Módulo 2
Regulamentação da atividade pro�ssional
Descrever o desenvolvimento e regulamentação da atividade profissional no Brasil a partir de contextos
históricos e sociais.
Módulo 3
Legislação e código de ética
Reconhecer os princípios básicos da legislação e do código de ética do jornalista no país.
Na tentativa de criar coordenadas que consigam manter a liberdade de expressão e de imprensa e, ao
mesmo tempo, com premissas deontológicas que tenham em mente o bom exercício da profissão, a
ética jornalística precisa estar na base do ofício de todo jornalista. Como forma de reunir os princípios
legais e profissionais, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros é o exemplo no qual todo
profissional deve se inspirar para compreender seus deveres e direitos como trabalhador da notícia.
Entretanto, mais do que isso, é preciso compreender uma das funções da ética e legislação do
jornalismo e explicitar o seu papel social para a manutenção de uma sociedade democrática que vê
em sua figura um dos baluartes da liberdade.
Introdução
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1 - Deontologia do jornalismo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a deontologia do jornalismo como
elemento central que explicita as bases éticas do ofício jornalístico.
Primeiras palavras
Neste módulo iremos discutir pontos basilares para a compreensão de como o jornalismo é guiado por uma
deontologia, disciplina orientada para a reflexão e análise crítica da função dos meios de comunicação na
perspectiva da ética profissional. Com base na premissa de que o jornalismo tem um dever de
responsabilidade para com a sociedade, o assunto fornece uma visão sobre a natureza da deontologia, as
diferenças entre ética e moralidade, os limites e sobreposições entre a deontologia e o sistema jurídico ou lei
aplicável à comunicação, e os princípios éticos que são a pedra angular da autorregulação da profissão,
entre muitos outros assuntos.
Deontologia do Jornalismo
Antes de especificar sobre o que se entende por ética jornalística, é necessária uma breve explanação acerca
da ética como uma área que abrange a deontologia do jornalismo. Porém, como antecipa Mayra Gomes
(2004), ao citarmos a palavra “ética”, invariavelmente, iniciamos uma discussão muito fluida que aponta
para caminhos diversos e não necessariamente confluentes.
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Em seu estudo sobre o campo, a autora lembra que a ética é aquela parte da filosofia que está direcionada a
observar a análise dos próprios valores, condutas humanas, origem, sentido e finalidade de práticas e ações
do ser humano no mundo.
“Como é sabido, tanto ética quanto moral têm sua origem, uma no grego, outra no latim, em palavras que
partilham a mesma significação e remetem sobretudo à noção de costume”, afirma Gomes (2004, p. 17).
Porém, diferentemente da ética, “a moral caminhou em direção mais específica ao ser vinculada ao conjunto
de valores que norteia uma sociedade ou determinado segmento social” (GOMES, 2004, p. 17).
Já a deontologia do jornalismo articula grande parte dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da
formação acadêmica com a reflexão sobre a prática profissional. Dessa forma, ela é um assunto
inequivocamente instigante que permite ao jornalista em formação desenvolver uma consciência completa
da função da mídia. Todavia, como relembra Rogério Christofoletti:
Se a ética pro�ssional sempre esteve em pauta nos bancos escolares dos futuros
jornalistas, pouco se investiu em termos de re�exão sobre o ensino de deontologia na
área. Uma simples pesquisa em bases de dados cientí�cas nacionais torna mais
aguda a carência de trabalhos com esse escopo.
(CHRISTOFOLETTI , 2010, p. 93)
Ao fazer um recorrido cronológico sobre o tema, Carlos Camponez (2009) retoma o pensamento do filósofo
utilitarista Jeremy Bentham e o coloca como o criador responsável pela terminologia “deontologia”, em 1816,
na obra Chrestomatia.
Segundo o autor, como ponto de partida, faz-se urgente um olhar ao sentido primeiro do termo como forma
de distinção de dois ramos da ética: “uma ética exegética, expositiva e enunciativa; outra mais sensorial que
se refere às acções da vontade susceptíveis de serem objecto de aprovação ou reprovação” (CAMPONEZ,
2009, p. 95).
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Dessa forma, mais do que reunir códigos, legislações ou mesmo questões éticas generalistas, a deontologia
do jornalismo tem uma especificidade grande, já que trata de um campo profissional único e singular à
democracia.
Deontologia do jornalismo não é necessariamente um saber legislativo, como um
recitar de leis ou artigos. Ao contrário, pensar a deontologia do jornalismo é refletir
criticamente sobre os direitos e deveres do jornalista perante princípios éticos que
ultrapassam a barreira teórica e chegam à práxis, à prática.
Neste sentido, assumimos uma terminologia comum, nominando sob um mesmo
rótulo – Deontologia Jornalística – as diversas disciplinas que tratam de aspectos da
ética pro�ssional, dos deveres e valores morais da atividade jornalística, da conduta
desses pro�ssionais em seus cotidianos de trabalho.
(CHRISTOFOLETTI, 2010, p. 94)
Temas de interesse à deontologia do jornalismo
Um dos maiores nomes a estudar a deontologia do jornalismo no campo lusófono, Carlos Camponez (2009,
2011) é responsável por trazer ao centro do debate que a ética balizadora do jornalismo precisa ser pensada
sempre em conjunto com o campo de formação e de atuação do ofício. Logo, não faz sentido pensar em
deontologia do jornalismo apenas no espaço acadêmico ou tão somente nos sindicatos de jornalistas
espalhados por distintas cidades.
Com o objetivo de contemporizar o sentido de deontologia, o autor relembra que o termo, diferentemente de
quando foi cunhado por Bentham, “está longe do significado que habitualmente encontramos na linguagem
comum, associado a um conjunto de normas e regras de carácter prescritivo de uma profissão” (CAMPONEZ,
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2009, p. 96). Assim, mais do que uma observação histórica, é relevante que o campo do jornalismo e sua
deontologia estejam sempre atualizados aos desafios do tempo presente.
Justamente por isso, seguindo a discussão trazida por Francisco Karam (2004, p. 120), ao propormos um
pensamento acerca da deontologia, é necessário que haja um salto entre o caminho da ética generalista e o
caminho da ética jornalística. Ou seja, adentrar um campo no qual a área de pensamento dá conta de um
“processo permanente e num quadro de referenciais jornalísticos históricos e relacionados à importância
social da atividade [jornalística]”.
Por essa ótica, o autor estabelece pelo menos 24pontos que, na perspectiva deontológica aplicada à
realidade sociocultural e política brasileira, estabelecem temas, escolhas e dilemas pelos quais a deontologia
jornalística se debruça (KARAM, 2004, p. 120-121):
• os embargos noticiosos; • a isenção;
• os dilemas éticos na assessoria de
imprensa: a fidelidade ao assessorado
versus a fidelidade ao interesse da
sociedade;
• a linguagem, relato e edição: as abordagens e as
escolhas (espaço-tamanho, página-local, palavras e
hierarquia de fontes, declarações e interpretações);
• os índices de audiência, o rendimento da
informação e as técnicas de marketing
aplicadas ao jornalismo/a utilização de
técnicas mercadológicas na cobertura,
apuração e edição do material informativo;
• a legitimidade de utilização de determinados
métodos para a obtenção da informação jornalística
– o lícito e o ilícito na alteração da identidade
profissional, no uso de câmeras ocultas, na gravação
de conversas não autorizadas, entre outros;
• a relação e os limites entre o direito à
informação de interesse público e o direito à
intimidade ou à privacidade;
• a consciência pessoal em confronto com a
consciência profissional (cláusula de consciência);
• a problemática do plágio, incluindo os
novos suportes tecnológicos;
• a manipulação digital na fotografia e na imagem
televisiva;
• o profissional que dá consultoria às fontes
e as fontes que “plantam” informação;
• a sonegação de informação de interesse público;
• o ritmo da produção informativa e a
comprovação da veracidade mediante
fontes diversificadas e documentação;
• os “negócios por fora”: a dupla função, a dupla
militância profissional, a dupla relação jornalismo
versus promoção de vendas;
• o patrocínio de viagens e coberturas: a • casos especiais de cobertura e relato: sequestros,
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“terceirização” do interesse social; guerras, zonas de risco e outros;
• a cobertura em setores em que se é
assessor de imprensa/comunicação ou
empregado/diretor;
• a separação entre informação e opinião/fato e
comentário/ fato e análise/ apuração e interpretação;
• o pagamento às fontes, venda de dossiês
e similares;
• o problema da verdade, da verossimilhança, da
precisão e da exatidão;
• o conflito redação versus comercial; • a problemática do off e do sigilo das fontes;
• os valores universais versus os valores
particulares: um só jornalismo ou vários
“jornalismos” compatíveis com nações,
culturas ou regiões;
• as megafusões midiáticas e sua repercussão nos
princípios deontológicos profissionais e no ethos
jornalístico.
Ética no jornalismo – parte I
Vamos conhecer melhor os pontos principais dessa lista? Clique e assista!
Finalmente, para fazer uso das reflexões trazidas por Christofoletti (2010, p. 93), como meio de estabelecer
conexões entre a ética jornalística como parte preponderante da deontologia do jornalismo, vale lembrar que
“causa surpresa perceber que ética jornalística é assunto praticamente obrigatório nos cursos [de
Jornalismo], mas seu ensino seja pouco estudado na academia”. Isto é, é preciso que a lacuna entre o campo
teórico e prático seja vencida para que os jornalistas em formação consigam transitar por caminhos mais
éticos e socialmente responsáveis.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Deontologia do jornalismo
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Temas caros à deontologia do jornalismo
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
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Em relação aos temas de interesse da deontologia do jornalismo, como relembram Camponez e Karam, é
preciso estar atento aos desafios que entrelaçam o trabalho acadêmico e prático na formação do jornalista.
Entre os 24 pontos elencados, é correto afirmar que
A
um dos temas de interesse é a produção informativa e a não comprovação da veracidade
mediante fontes diversificadas e documentação.
B
um dos temas de interesse não diz respeito ao patrocínio de viagens e coberturas: a
“terceirização” do interesse social.
C
um dos temas de interesse fala da cobertura em setores, na qual se é assessor de
imprensa/comunicação ou apenas diretor, mas nunca empregador.
D
um dos temas de interesse diz respeito aos dilemas éticos na assessoria de imprensa: a
fidelidade ao assessorado versus a fidelidade ao interesse da sociedade.
E um dos temas de interesse não trata do conflito redação versus comercial.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Conforme aponta Karam (2004), entre os muitos pontos de discussão elencados nos 24 temas de
interesse, é preciso chamar a atenção ao caso dos dilemas éticos enfrentados no campo do
jornalismo, especificamente, na área da assessoria de imprensa. Para o autor, a deontologia do
jornalismo precisa observar como a fidelidade do assessorado se coaduna ou não à fidelidade do
interesse público da sociedade frente às informações prestadas.
Questão 2
A partir da leitura de Christofoletti sobre como a academia brasileira prepara os jornalistas em formação, o
campo da deontologia pode ser entendido como
A
uma terminologia comum que nomina sob dois rótulos – Deontologia Jornalística e
Éstética – as diversas disciplinas que tratam de aspectos da ética profissional, dos
deveres e valores morais da atividade jornalística, da conduta desses profissionais em
seus cotidianos de trabalho.
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B
uma terminologia comum que nomina sob um mesmo rótulo – Deontologia Jornalística –
as diversas disciplinas que tratam de aspectos da ética profissional, dos deveres e valores
morais da atividade jornalística, da conduta desses profissionais em seus cotidianos de
trabalho.
C
uma terminologia comum que nomina sob um mesmo rótulo – Deontologia Jornalística –
as diversas disciplinas que não tratam de aspectos da ética profissional, dos deveres e
valores morais da atividade jornalística, da conduta desses profissionais em seus
cotidianos de trabalho.
D
uma terminologia comum que nomina sob um mesmo rótulo – Deontologia Jornalística –
as diversas disciplinas que tratam de aspectos da ética profissional, apenas dos direitos
da atividade jornalística, da conduta desses profissionais em seus cotidianos de trabalho.
E
uma terminologia comum que nomina sob um mesmo rótulo – Deontologia Jornalística –
as diversas disciplinas que tratam de aspectos da ética profissional, dos deveres e valores
morais da atividade jornalística, fora da conduta desses profissionais em seus cotidianos
de trabalho.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Por meio do panorama trazido por Christofoletti (2010), tomamos contato com o ementário e as
disciplinas que buscam discutir a deontologia nos cursos mais antigos de jornalismo no Brasil
(desde 1947). E, conforme ele aponta, usa-se a terminologia comum Deontologia como meio de
congregar debates, discussões e exemplos que tratem de disciplinas diversas que versam sobre
ética profissional, deveres e valores morais da atividade jornalística e a conduta dos profissionais
jornalistas em seus cotidianos de trabalho.
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2 - Regulamentação da atividade pro�ssional
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o desenvolvimento e regulamentação da
atividade pro�ssional no Brasil a partir de contextos históricos e sociais.
Primeiras palavras
Ao tratar do campo deontológico jornalístico, necessitamostambém traçar um breve panorama sobre como
foi o processo de desenvolvimento e regulamentação da atividade dos jornalistas em território nacional.
Partindo de contextos sócio-históricos muito distintos entre si, o que se percebe é como as ameaças (e
mesmo a imposição) da censura sempre esteve presente. Além disso, na contemporaneidade, como parte de
tal processo, surge o debate da obrigatoriedade ou não do diploma para exercer o ofício no país.
A pro�ssão de jornalista no Brasil: panorama histórico e
social

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A disputa sobre qual é o jornal mais antigo do Brasil recai, segundo Sodré (1999), na perspectiva sobre os
posicionamentos ideológicos do jornalista frente às relações de poder e aos poderosos. Dito de outro modo,
há visões historiográficas que afirmam que o Correio Braziliense (ou Armazém Literário), publicado em junho
de 1808, é o jornal mais antigo do Brasil. Outras visões, por sua vez, apontam A Gazeta do Rio, publicada em
1808, como o primeiro jornal brasileiro.
À parte da questão cronológica, que facilmente determinaria o veículo “pioneiro”, outros pontos precisam ser
contextualizados para dar a dimensão da disputa: enquanto o Correio Braziliense era impresso em Londres,
na Inglaterra, A Gazeta do Rio foi o primeiro a ser impresso em terras brasileiras, por meio da Impressão
Régia, no Rio de Janeiro colonial.
Correio Braziliense, um dos primeiros jornais a serem publicados no Brasil.
Gazeta do Rio, um dos primeiros jornais a serem publicados no Brasil.
Além disso, o posicionamento ideológico dos jornalistas que atuavam nos dois veículos diz muito sobre a
profissão jornalística em termos de oficialidade e clandestinidade: O Correio Braziliense era mensalmente
publicado por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, um ferrenho crítico da Coroa Portuguesa
e defensor da Independência do Brasil, e circulava no país de modo não oficial, enquanto A Gazeta do Rio de
Janeiro era semanalmente publicada pelo editor Frei Tibúrcio José da Rocha e o seu redator era Manuel
Ferreira de Araújo Guimarães, ambos oficialmente apontados pelos colonizadores portugueses.
Logo:
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Apesar de não ter evoluído muito, o jornalismo produzido no Período Colonial
foi de extrema importância no processo da Independência brasileira. De
maneira conflitante, a imprensa passou da Fase Colonial para a da
Independência. O conflito refletia as diferenças de opinião acerca da
Independência e trazia para as páginas dos jornais esse confronto, muitas
vezes com acusações e censura acirrada. O jornalismo da época,
profundamente ideológico e militante e que se configurou como um dos
principais instrumentos políticos e revolucionários, era estritamente de
opinião.
(BERNARDO; LEÃO, 2013, p. 348-349).
Desse modo, historicamente, como explicam Bernardo e Leão (2013, p. 349), “apesar da liberdade parcial do
início do século XIX, os jornalistas eram constantemente submetidos às mais variadas arbitrariedades”.
Assim, de forma lacônica, com o fim da Censura Prévia, já no período imperial, a figura do jornalista
começou a se mostrar de forma mais clara na sociedade, já que o fim oficial da censura ofereceu
oportunidade ao desenvolvimento de outras publicações (os pasquins) que fizeram história na nossa
imprensa ao representarem um jornal feito por uma única pessoa (quase sempre, de maneira anônima).
Porém, os pesquisadores lembram que: “A partir da segunda metade do século XIX o Império estava
estruturado, e o jornalismo político, representado principalmente pelos pasquins, enfraqueceu e passou a
refletir outros temas da organização urbana” (BERNARDO; LEÃO, 2013, p. 350).
Já com a Proclamação da República, em 1889, Sodré (1999) recorda que, ainda na Primeira República,
ocorre a fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e, de maneira correlata, a figura do jornalista
passa também por transformações. Segundo Bernardo e Leão (2013, p. 350), nesse período, a criação da ABI
serviu, em grande medida, para “assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-se um centro
poderoso de ação”.
Dica
Para uma cronologia detalhada e sem sobressaltos em termos de datas e períodos importantes do Brasil,
vale a pena visitar o trabalho de Bernardo e Leão (2013) que explicitam, entre outros pontos, o papel do
jornalista durante o período do Estado Novo, Segunda Guerra Mundial, Ditadura Militar etc.
Com o objetivo de mostrar um recorrido histórico mais contemporâneo, saltamos ao século XX e XXI e vemos
que uma situação institucional (de valor legislativo) foi o ordenador de controle da figura do jornalista.
Por fim, Pereira e Maia (2016, p. 39) destacam, produzindo uma visão panorâmica e sumarizada de um
passado não muito distante, que o estatuto de jornalista no Brasil esteve associado à posse de um diploma
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superior em Jornalismo por pelo menos 40 anos (isto é, de 1969 a 2009). Segundo os autores, o
desenvolvimento e a regulamentação da atividade jornalística nesse período definiu muito claramente, ao
menos em termos oficiais, que jornalista era quem tivesse formação superior em Jornalismo, ou seja, “essa
era a definição, por exemplo, defendida pelos sindicatos laborais”.
Como continuidade da discussão, o tópico a seguir intenta dar conta das mudanças que se fizeram notar (ou
não) desde a derrubada da lei que estabeleceu, por quatro décadas, a obrigatoriedade do diploma para o
exercício do ofício jornalístico.
O debate sobre a obrigatoriedade do diploma de
jornalista no exercício da pro�ssão
No dia 17 de junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que, juridicamente, a exigência do
diploma de Jornalismo não era obrigatória para o exercício do ofício de jornalista no Brasil. Eivado de
disputas de sentido e debates não consensuais, tal decisão demonstrou (e continua demonstrando ainda
hoje) como o campo jornalístico é importante para a democracia.
Vejamos pelos dois vieses:
Prós
Por um lado, havia argumentos de que a não exigência aumentaria ainda mais a liberdade de expressão
e liberdade de imprensa, já que outros profissionais não necessariamente diplomados em jornalismo
poderiam atuar como jornalistas.
Contras
Por outra via, surgia o argumento de que o fim da obrigatoriedade do diploma acarretaria problemas
futuros à democracia justamente pela ausência de um pensamento acadêmico (e mesmo deontológico)
que capacitasse o profissional do jornalismo pelo campo das Ciências Sociais e Ciências Humanas.
Autores como Afonso Albuquerque (2006), Lerisson C. Nascimento (2011), Cristiane H. C. Bernardo e Inara B.
Leão (2013), Fábio H. Pereira e Kênia Maia (2016) abordam o assunto sob diversas lentes que caminham do
campo jornalístico ao sociológico. Entretanto, antes mesmo de adentrarmos nas especificidades de cada

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uma das abordagens acerca do tema em debate, vale destacar a longeva vida útil do assunto: nota-se que o
recorte temporal da discussão se mantém ainda no foco mesmo depois de uma década (entre a obra de
Albuquerque (2006) e a de Pereira e Maia (2016) que aqui são usadas como parâmetros teóricos possíveis).
Tratando do tema antes mesmo da decisão do STF, Albuquerque já pensava nos ares polêmicos que
orbitavam a exigência ou não do diploma de Jornalismo como parte da tentativa de imposição de uma
cultura corporativista (notadamente marcada pela presença da FENAJ – Federal Nacional dos Jornalistas)
versus algumas disputas jurídicas em décadas anteriores. Ele faz um recorrido histórico sobre o assunto e
aponta que, ainda em outubrode 2001, a juíza Carla Rister havia tentado suspender provisoriamente a
obrigatoriedade do diploma e, assim, colocava (mesmo que maneira efêmera) em xeque o Decreto-Lei n°
972, de 17 de outubro de 1969, que preconizava tal exigência. Na visão do autor, esse decreto era uma
herança ditatorial e mesmo o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, na sua leitura, parece ter sua
aplicabilidade plena comprometida já que ele “provê um modelo utópico de conduta, antes que forneça
orientação para questões concretas da prática profissional” (ALBUQUERQUE, 2006, p. 87).
Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Na reflexão proposta por Nascimento (2011, p. 149), por sua vez, o pesquisador explicita que: “A relação
entre técnica e ética/ethos profissional via credencialismo é vista como antidemocrática no jornalismo.
Assim, o processo de profissionalização – tomando as disputas discursivas em torno das fronteiras da
profissão – toma contornos muito mais políticos que técnicos”.
Logo, debatendo o assunto, o autor explica que a decisão do STF entende a profissão do jornalismo como
um ofício diferenciado em relação a outras profissões do mundo do trabalho, entre muitos pontos, porque o
jornalismo incide diretamente “na intersecção entre liberdade de expressão/informação e liberdade de
profissão” (NASCIMENTO, 2011, p. 149).
Por fim, as interpretações de Cristiane H. C. Bernardo e Inara B. Leão (2013) e Fábio H. Pereira e Kênia Maia
(2016), caminhando pela via da defesa do diploma de Jornalismo para o exercício profissional, trazem ao
debate a visão argumentativa de que, antes mesmo da decisão STF, muitos outros profissionais (jornalistas,
cronistas e escritores e profissões diversas) já produziam jornalismo (informativo, opinativo, esportivo,
cultural etc.) sem necessariamente terem o diploma exigido na sua contratação. Bernardo e Leão (2013, p.
356) afirmam que:
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O discurso da liberdade de expressão e, portanto, de imprensa, que justi�cou o �m da
obrigatoriedade do diploma para o exercício pro�ssional do jornalista no ano de 2009,
de fato, é apenas retórica. Essa liberdade que seria garantida pelo �m da censura
política ganha contornos cada vez mais complexos e, na maioria das vezes,
imperceptíveis aos olhos do público, muitas vezes até do próprio jornalista.
(BERNARDO; LEÃO, 2013, p. 356.)
Na mesma linha de argumentação, Pereira e Maia (2016, p. 45) explicam que, no contexto nacional, “o fim da
obrigatoriedade do diploma pode ser visto como um momento de ruptura em que se questiona um
importante mecanismo de reconhecimento das etapas formais de atribuição do status de jornalista. Altera-
se, portanto, por decisão externa ao grupo, uma condição definida por lei quatro décadas atrás”. Porém, os
autores concluem que, na leitura empreendida por eles, aparentemente “não houve grandes transformações
relacionadas ao fim da obrigatoriedade do diploma na forma como o jornalismo tem sido praticado no
Brasil” (PEREIRA; MAIA, 2016, p. 46).
Ética no jornalismo – parte II
Agora, você acompanha a discussão sobre os dilemas éticos mais atuais no jornalismo. Vamos lá!
Vem que eu te explico!


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Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
A pro�ssão de jornalista no Brasil: panorama histórico e social
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Debate sobre obrigatoriedade do diploma: opiniões a favor da obrigatoriedade
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Partindo da visão de Nascimento (2011) acerca da decisão do STF que preconizou o fim da obrigatoriedade
do jornalismo, é correto afirmar que
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A
tal ação do STF entendeu a profissão do jornalismo como um ofício diferenciado em
relação a outras profissões do mundo do trabalho por questões ligadas à intersecção entre
liberdade de expressão/informação e à liberdade de profissão.
B
tal ação do STF não entendeu a profissão do jornalismo como um ofício diferenciado em
relação a outras profissões do mundo do trabalho por questões ligadas à intersecção entre
liberdade de expressão/informação e à liberdade de profissão.
C
tal ação do STF não entendeu a profissão do jornalismo como um ofício diferenciado em
relação a outras profissões do mundo do trabalho por questões não ligadas à intersecção
entre liberdade de expressão/informação e à liberdade de profissão.
D
tal ação do STF entendeu a profissão do jornalismo como um ofício diferenciado em
relação a outras profissões do mundo do trabalho por não estar ligado às questões de
intersecção entre liberdade de expressão/informação e de liberdade de profissão.
E
tal ação do STF entendeu a profissão do jornalismo como um ofício diferenciado em
relação a outras profissões do mundo do trabalho por de estar ligado às questões de
liberdade de expressão/informação, mas não à liberdade de profissão.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A reflexão de Nascimento (2011) cita a decisão do STF pela via de entendimento de que o
jornalismo não poderia ser tratado como uma profissão comum, posto que a atuação do jornalista
em uma democracia envolve, diretamente, a intersecção entre liberdade de expressão/informação
e liberdade de profissão.
Questão 2
Ao falar da criação da ABI, autores como Sodré e Bernardo e Leão discutem que
A
com a Proclamação da República, em 1889, a fundação da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) serviu para assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-
se um centro poderoso de ação.
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B
com a Proclamação da República, em 1885, a fundação da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) serviu para assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-
se um centro poderoso de ação.
C
com a Proclamação da República, em 1889, a fundação da Associação Brasileira de
Intelectuais (ABI) serviu para assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e
tornar-se um centro poderoso de ação.
D
com a Proclamação da República, em 1889, a fundação da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) serviu para não assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais da
categoria.
E
com a Proclamação da República, 1885, a fundação da Associação Brasileira de
Intelectuais (ABI) serviu para assegurar direitos à classe de intelectuais para tornar-se um
centro poderoso de ação.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Ao traçar um panorama sócio-histórico da imprensa brasileira e, por conseguinte, do
desenvolvimento e regulamentação dos jornalistas em território nacional, Sodré (1999) e Bernardo
e Leão (2013) explicam que a criação da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) serviu, entre
outros pontos, para dar segurança à classe jornalística promovendo os direitos assistenciais e
tornando-se um centro poderoso de ação no período da Proclamação da República (1889).

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3 - Legislação e código de ética
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os princípios básicos da legislação e
do código de ética do jornalista no país.
Primeiras palavras
Neste módulo, em termos de sumarização de ideias, você encontrará algumas reflexões que continuam o
diálogo estabelecido no módulo anterior e, agora, avançam para compreender o Código de Ética do
Jornalista Brasileiro (em sua versão atualizada de 2007) e, com igual importância, questões que envolvem a
censura, a liberdade de expressãoe a liberdade de imprensa no contexto nacional.
A legislação pro�ssional: o Código de Ética do Jornalista
Brasileiro
A profissão do jornalista e o olhar deontológico devem ser dirigidos por princípios que, independentemente
de nacionalidade, passam pelo respeito aos Direitos Humanos. Dessa forma, como exemplo deontológico, os
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“Princípios Internacionais de Ética Profissional no Jornalismo” foram criados entre 1978 e 1983, sob os
auspícios da UNESCO, por jornalistas profissionais (representando um total de 400.000 jornalistas ativos em
todas as partes do mundo) e entidades, tais como:

Organização Internacional de Jornalistas (IOJ)

Federação Internacional de Jornalistas (IFJ)

União Católica Internacional da Imprensa (UCIP)

Federação Latino-Americana de Jornalistas (FELAP)

Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Imprensa (FELATRAP)

Federação de Jornalistas Árabes (FAJ)

União de Jornalistas Africanos (UAJ)
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
Confederação de Jornalistas da Asean [Associação de Nações do Sudeste Asiático] (CAJ)
Como explica o projeto EthicNet – Tampere University (2018), a deontologia prescritiva e colaborativa dos
“Princípios Internacionais de Ética Profissional no Jornalismo” diz respeito a dez princípios:
Princípio I
Direito das pessoas às informações verdadeiras.
Princípio II
A dedicação do jornalista à realidade objetiva.
Princípio III
A responsabilidade social do jornalista.
Princípio IV
A integridade profissional do jornalista.
Princípio V
Acesso e participação pública.
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Porém, seja em solo nacional ou internacional, a crítica feita por Christofoletti (2010, p. 100) é muito clara ao
afirmar que:
Princípio VI
Respeito pela privacidade e dignidade humana.
Princípio VII
Respeito pelo interesse público.
Princípio VIII
Respeito pelos valores universais e diversidade de culturas.
Princípio IX
Eliminação da guerra e outros grandes males que a humanidade enfrenta.
Princípio X
Promoção de uma nova ordem mundial de informação e comunicação.
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Colocado desta forma, a ética jornalística posiciona-se mais como uma
consequência de leis e dispositivos jurídicos e menos como uma dimensão essencial
da constituição do sujeito-jornalista e um dos alicerces para a emergência do
Jornalismo como um campo que detém um ethos próprio. A ética pro�ssional dos
jornalistas reduz-se a substrato, a uma complementaridade acessória.
(CHRISTOFOLETTI, 2010, p. 100).
Capa do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (versão atualizada, 2007).
No caso de nosso país, os jornalistas possuem o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros que existe desde
1949, ano de sua primeira redação (CHRISTOFOLETTI, 2005, p. 220-223; CHRISTOFOLETTI, 2011, p. 29).
Entretanto, é apenas com o início do processo de redemocratização, no fim da ditadura, e no momento pós-
ditatorial que o Código passa a ter relevância nacional e compartilhada entre os pares como uma espécie de
manual, que tem dirigido deontologicamente os profissionais da notícia. Após ser aprovado pelo Congresso
Nacional dos Jornalistas, em 1987, o Código passa a ser legitimado e reconhecido pela categoria como o
principal estatuto ético a direcionar os trabalhos jornalísticos.
Assim: “O Código de Ética do Jornalista fixa as normas a que deverá subordinar-se a atuação do profissional
nas suas relações com a comunidade, com as fontes de informação e entre jornalistas” (MATTOS, 2005, p.
198).
Vigorando há quase 35 anos, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros passou por sua quarta e última
atualização no ano de 2007, durante o Congresso Extraordinário de Jornalistas, em Vitória, Espírito Santo.
Vale ressaltar que os debates para tal atualização foram iniciados antes, ainda em 2004 e durante o XXXII
Congresso Nacional da categoria, em 2006.
Nestes espaços e com a abertura para a discussão, foi deliberado que as alterações seriam definidas em
congresso extraordinário e específico sobre o tema, precedido de consulta pública à sociedade.
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Assim, como informa a FENAJ (2007, s/n): “Após 12 colaborações de sindicatos, professores e jornalistas e
290 sugestões encaminhadas ao sistema de consulta pública que a FENAJ manteve aberto em seu site
durante três meses, o texto foi encaminhado aos Sindicatos de Jornalistas para novos debates e, finalmente,
submetido à votação no Congresso Extraordinário de Vitória”.
Em sua forma atualizada, o Código é formado por 19 artigos dispostos em cinco capítulos:
Capítulo 1
Do Direito à Informação.
Capítulo 2
Da Conduta Profissional do Jornalista.
Capítulo 3
Da Responsabilidade Profissional do Jornalista.
Capítulo 4
Das Relações Profissionais.
Capítulo 5
Das Aplicações do Código de Ética e suas Disposições Finais.
Ainda que, após o advento das redes sociais, o Código não tenha passado por outras atualizações, vale
lembrar que sua aplicação também abrange o universo digital (CHRISTOFOLETTI, 2011).
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Censura, liberdade de imprensa e liberdade de
expressão
Como vimos na parte que trata do desenvolvimento e regulamentação da atividade profissional no Brasil a
partir de contextos sócio-históricos, ao longo da história nacional, os processos censórios fizeram parte de
muitos momentos da trajetória do jornalismo e dos jornalistas brasileiros. A censura, nas suas mais diversas
formas, representa o elemento de interdição maior por excelência, isto é, aquele que silencia, distorce, apaga
e enfraquece a verdade das informações em sociedades autoritárias.
Estudioso do assunto, Sérgio Mattos (2005) explica que as formas para controlar os meios de comunicação
no Brasil variaram ao longo da história e, como meio de aclarar conceitualmente as diferenças entre elas, é
preciso esclarecer que regulação da mídia (no sentido de democratizar os meios, criar espaços de
pluralidade, evitar o monopólio e concentração das concessões) é algo diferente de censura. Por isso, o autor
explica que:
[...] podemos dizer que, no Brasil, os instrumentos de controle pelos quais o Estado
pode exercer sua in�uência na mídia impressa ou eletrônica incluem todas as
técnicas e processos. Entre os principais já utilizados estão: legislação, ações
judiciais, ameaças o�ciais, pressões políticas e econômicas, bem como a censura
policial.
(MATTOS, 2005, p. 15).
Dessa forma, como relembra José Marques de Melo (2007), há evidências de censura imposta a diversos
setores sociais (mas, em especial, ao campo da comunicação) durante o período colonial, no decorrer do
período monárquico, durante a República Velha, durante o Estado Novo, durante a Ditadura Militar e, de
forma pontual, mesmo no período da Redemocratização.
Desde a chegada de Cabral ao litoral nordestino, em 1500, a “síndrome da mordaça”
projetou-se sobre o nosso território, impedindo o desenvolvimento econômico,
inviabilizando a autonomia política e inibindo o �orescimento cultural.
(MELO, 2007, p. 17).
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Assim, como um dos momentos mais tenebrosos da nossa história contemporânea, pode-se afirmar que a
censura alcançou seu apogeu no período ditatorial por meio de como ela era dividida, segundo Oliveira e
Forechi (2012):
Censura prévia
Tipo de censura que é imposta institucionalmentepelo Estado como meio de intervenção, vigilância e
silenciamento dos veículos de comunicação.
Autocensura
Quando o próprio jornalista, seu editor ou empresa jornalística, sem necessariamente ter a presença física do
censor, antecipadamente, já anula, intencionalmente ou não, parte da informação.
Nesse contexto, ainda que os efeitos nocivos da censura sejam arrasadores para todos aqueles que a
vivenciam, é preciso entender ainda as distinções entre a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão
como as mais atingidas pelos processos censórios.
Apesar de distintas, porém, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são
abrangidas por muitas das mesmas leis no Brasil (tendo na Constituição Federal, de
1988, a Carta Magna a reger os dois temas). Juntas, elas podem ser chamadas de
liberdade de discurso e, em muitos casos, as expressões falada e publicada
recebem tratamento igual pela Constituição.
Mas isso significa que elas são essencialmente a mesma coisa?
Comunicações sem interferência
Para começar, o direito à liberdade de imprensa significa que a comunicação por meio da mídia –
impressa, audiovisual, sonora e eletrônica – pode ser exercida sem a interferência do governo. Isso inclui:
jornais, revistas, livros, televisão, rádio, filme, podcasts, plataforma de streaming, sites e todos os demais
veículos noticiosos.
Liberdade de expressão, com algumas restrições
Em um contexto democrático, o governo não deve ter o direito de dizer à mídia expressamente o que ela
pode ou não publicar. Mas podem ser impostas algumas restrições à mídia de transmissão porque o
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espectro eletromagnético é limitado e regulamentado pelo governo (ou seja, estamos falando das
concessões), explicam Costa e Blanco (2015).
A liberdade...
Essa liberdade é crucial para a democracia já que, historicamente, a mídia tem servido como vigilante a
trabalho do público, investigando as operações do governo, identificando irregularidades e informando o
público. Logo, é necessário promover uma governança transparente e responsável.
E a restrição...
Um exemplo de rompimento da liberdade de imprensa é quando o governo impede a publicação ou
transmissão de notícias sem atender a padrões incrivelmente elevados que justifiquem, legal, política e
socialmente, os motivos de tal interdição (o que, geralmente, é muito difícil de se fazer em democracias
estáveis e facilmente realizado em regimes autoritários).
Por meio dessas duas formas, a imprensa brasileira sofreu muito na mão do governo nesse período:
Durante a vigência do AI-5 [Artigo Institucional], muitos jornais, grandes e
pequenos, foram invadidos, empastelados ou lacrados pela força policial.
Muitos diretores de jornais foram presos. O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde
e Jornal do Brasil tiveram várias edições apreendidas, enquanto a Tribuna da
Imprensa foi submetida a oito anos de censura prévia e seu diretor, Hélio
Fernandes, preso inúmeras vezes. Vários outros jornais e revistas estiveram
também sob censura, em períodos contínuos ou não, em todo o território
nacional, como A Notícia, de Manaus, O São Paulo, jornal da Arquidiocese de
São Paulo, O Pasquim, Opinião, Politika, Movimento, além das revistas Veja,
Inéditos (uma revista literária de Minas Gerais), Playboy, Ele e Ela e Nova.
(MATTOS, 2005, p. 117).
Por conta disso, foram assegurados vários direitos relativos à informação, à liberdade e ao jornalismo na
Constituição de 1988 e, assim, nenhuma lei ou dispositivo pode vetar de qualquer forma a plena liberdade da
informação jornalística. Sendo vedada toda censura – seja de natureza política, ideológica, artística – nos
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meios de comunicação, todavia, é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo que tenha
sofrido. Assim, a liberdade de imprensa pressupõe também que os jornalistas, os jornais ou mesmo aqueles
que aparecem nessas publicações estejam sujeitos à indenização por dano material, moral ou à imagem.
Já o direito à liberdade de expressão significa que as pessoas podem expressar
ideias e informações sem medo da censura do governo. Mesmo que você tenha
uma opinião impopular, o governo não pode puni-lo por você expressá-la (COSTA;
BLANCO, 2015).
Mas o governo pode, por meio legais, impor restrições e consequências para assuntos que firam tal
liberdade, isto é:
Fazer ou distribuir material obsceno, como pornografia infantil; plagiar material protegido por direitos
autorais; difamação, injúria e calúnia; produzir ameaças verdadeiras ou que incitem ações ilegais; materiais
que estimulem o discurso de ódio e que incitem o cometimento de outros crimes, como o racismo.
Ou seja, como lembram ativistas dos Direitos Humanos, liberdade de expressão não
é sinônimo de “liberdade de opressão”, isto é, achar-se no direito de oprimir
minorias, por exemplo, por meio do discurso de ódio, e não responder legalmente
por isso.
E é importante notar que, no âmbito privado, ainda se pode enfrentar consequências devido ao seu discurso.
Por exemplo, você pode ser banido de uma rede social ou demitido de seu trabalho.
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A liberdade é um direito fundamental dos brasileiros, segundo a Constituição de 1988. No artigo 5º, que
dispõe sobre as garantias e deveres individuais e coletivos, são considerados invioláveis os direitos: “à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Quanto à liberdade de expressão, lembram Costa e
Blanco (2015), a nossa Constituição garante a livre manifestação do pensamento e a livre expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Mais
do que isso, a liberdade de expressão também é um direito assegurado na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, de 1948, promulgada pela Organização das Nações Unidas.
Assim, é possível ver que a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa têm muitas semelhanças. Em
muitos casos, elas podem até mesmo ser facilmente agrupadas como liberdade de expressão em um grande
conjunto maior. No entanto, cada uma delas desempenha um papel distinto e importante na proteção da
nossa democracia, e podem estar sujeitas a diferentes interpretações pelos tribunais. Como explica Patrícia
Blanco:
A liberdade de expressão e de imprensa se justi�cam pela di�culdade de diferenciar
cada um desses pontos, pois vivemos numa sociedade de muitas faces e de muitas
versões da verdade. E só o livre jogo social é que pode despir ou vestir a realidade
dos fatos. Sem liberdade, caminha-se para o autoritarismo e, em consequência, para
crescente instabilidade social.
(BLANCO, 2015, p. 15).
Por isso, não se deve confundir liberdade de expressão com liberdade de imprensa, pois ambas têm
naturezas distintas:
Liberdade de imprensa
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A liberdade de imprensa nasce da reivindicação de profissionais do jornalismo, que têm pautas
baseadas na sua experiência na área.
Liberdade de expressão
A liberdade de expressão é pautada na possibilidade de qualquer cidadã e cidadão em se manifestar –
seja com uma ideia, ideal, história, arte, trabalho, protesto.
Finalmente, um bom jornalista, para além de todas as qualidades que o profissional precisa ter em um
mercado cada vez mais competitivo e multimídia, precisa compreender seu papel social em uma democracia
e lutar, de forma obstinada, pela liberdade que o permite veicular a verdade dos fatos.
Intimidação e censura
Não é de hoje que a Imprensa é atacada por quem se sente intimidado por sua atuação. E um dos caminhos
para tanto recorre ao Judiciário. Vamos entender a discussão!
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
A legislação pro�ssional: o Código de Ética do Jornalista Brasileiro
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Censura, liberdade de imprensa e liberdade de expressão
Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em relação às reflexões trazidas por Mattos (2005), sem dúvida, pudemos ver que a questão da censura no
período ditatorial foi um dos maiores algozes da liberdade e mesmo das possibilidades de respiro artístico,
político e informacional dentro de um espaço onde a democracia inexistia. Por isso, é correto afirmar que
A
durante a vigência do AI-1 [Artigo Institucional], muitos jornais, grandes e pequenos, foram
invadidos, empastelados ou lacrados pela força policial e, logo, muitos jornalistas e
diretores de jornais foram presos.
B
durante a vigência do AI-5 [Artigo Institucional], muitos jornais, grandes e pequenos, foram
invadidos, empastelados ou lacrados pelos movimentos sociais e, logo, muitos jornalistas
e diretores de jornais foram presos.
C
durante a vigência do AI-5 [Artigo Institucional], muitos jornais, grandes e pequenos, foram
invadidos, empastelados ou lacrados pela força policial e, logo, muitos jornalistas e
diretores de jornais foram presos.
D
durante a vigência do AI-5 [Artigo Institucional], muitos jornais, grandes e pequenos, foram
invadidos, empastelados ou lacrados pela força policial. Muitos jornalistas foram presos,
mas os diretores de jornais não.
E
durante a vigência do AI-5 [Artigo Institucional], os grandes jornais foram invadidos,
empastelados ou lacrados pela força policial e, logo, muitos diretores desses jornais foram
presos, mas os jornalistas não.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Conforme as discussões sócio-históricas trazidas por Mattos (2005), acerca do estudo sobre a
censura midiática no Brasil, é notável que o AI-5 representou um dos maiores retrocessos à
imprensa livre e ao processo democrático como um todo. Exemplos disso foram as invasões,
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fechamentos e violência policial imposta pela Ditadura Militar aos jornais (grandes e pequenos) e
aos profissionais que ali trabalhavam (dos jornalistas aos diretores dos jornais).
Questão 2
Os trabalhos de Christofoletti (2005, 2010 e 2011) discutem como a ética jornalística é fundamental ao bom
exercício da profissão do jornalista em uma democracia que preze pela liberdade. Para o autor, ao falar do
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, pode-se afirmar que
A
o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros só surgiu no ano de 1987 como um manual
ou estatuto deontológico.
B
o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros surge em 1949 e sua última e quarta versão
foi atualizada em 2007.
C o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros possui 19 capítulos com 5 artigos cada.
D
o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros não possui reconhecimento entre os seus
pares porque sua versão mais recente data do período ditatorial.
E
o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros surge somente na década de 1980, com 19
capítulos, estando vigente até os dias atuais, sem revisão.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Seguindo as reflexões trazidas por Christofoletti (2005, 2010, 2011), a primeira versão do Código
de Ética dos Jornalistas Brasileiros surge em 1949, porém, como ele aponta, é só durante o
processo de redemocratização que o Código ganha realmente uma versão ainda mais robusta e
legitimada pelos seus pares (inclusive, com a devida atualização feita em 2007).

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Considerações �nais
A imprensa e, por consequência, a figura do profissional de Jornalismo são muito importantes para a
criação, desenvolvimento e manutenção da ideia moderna de democracia. Compreender o papel social do
jornalista é também discutir os processos de deontologia que direcionam os deveres e direitos da prática
jornalística, ou seja, princípios que guiam o ofício. Igualmente, é preciso entender que a base da profissão
deve se atentar na ética (e, especialmente, na ética jornalística) como o elemento substancial de formação
teórica e prática.
Por fim, mas não menos importante, como parte da conjuntura que dá corpo aos processos de
regulamentação da profissão de jornalista, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (em sua versão mais
atualizada, em 2007) necessita ser colocado em contexto para que o exercício da profissão jornalística seja
eticamente responsável com a sociedade, as fontes, a empresa jornalística e os pares profissionais.
Podcast
Vamos acompanhar agora um panorama do que foi abordado ao longo do conteúdo.

Referências
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margens. Contracampo, n. 14, 2006.
BERNARDO, C. H. C.; LEÃO, I. B. Formação do jornalista contemporâneo: a história de um trabalhador sem
diploma. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 33, n. 65, 2013.
CAMPONEZ. C. Fundamentos de Deontologia do Jornalismo: A auto-regulação frustrada dos jornalistas
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portugueses (1974-2007). 2009. Tese (Doutorado em Letras, área científica de Ciências da Comunicação).
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CAMPONEZ, C. Deontologia do Jornalismo. Coimbra: Almedina, 2011.
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CHRISTOFOLETTI, R. Ensino de deontologia jornalística: um olhar sobre os currículos dos cem cursos mais
antigos do país. Líbero, v. 13, n. 26, p. 91-102, dez./2010.
CHRISTOFOLETTI, R. O caso do Brasil: valores, códigos de ética e novos regramentos para o jornalismo nas
redes sociais. Cuadernos de Información, n. 29, jul-dez./2011.
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06/06/2022 10:09 Ética e legislaçãoem jornalismo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02449/index.html# 37/37
Por meio de sites oficiais, como o da Associação Brasileira de Imprensa e o da Federação Nacional dos
Jornalistas, busque informações que explicitem o funcionamento ético e legislativo profissional dos
jornalistas brasileiros (abas “Institucional – Legislação” e “Legislação Profissional”). Nesses espaços, para
além de informações institucionais ou mesmo burocráticas sobre o tema, você irá encontrar artigos e outros
materiais informativos e opinativos que discutem o assunto sob perspectivas múltiplas e não
necessariamente consensuais.
Para quem quiser se aprofundar pela temática da deontologia do jornalismo, sob um olhar nacional,
recomenda-se a leitura do artigo Ensino de deontologia jornalística: um olhar sobre os currículos dos cem
cursos mais antigos do país, de autoria de Rogério Christofoletti (UFSC). Além de um enorme mapeamento
institucional, o autor aponta para questões e desafios que precisam ser levados em consideração na
formação profissional dos jornalistas.
A dica para quem quer ter uma visão plural sobre os temas éticas que balizam a constituição do Código de
Ética dos Jornalistas é uma visita à seção Código Aberto do site Observatório da Imprensa. Ali estão
reunidos artigos opinativos de variadas partes do país que tentam colocar sob análise e interpretação
pontos em consenso e dissenso sobre o assunto.
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