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Apostila_Estruturas_Metalicas_2008_Cap_1_2_3

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	APOSTILA ESTRUTURAS METÁLICAS
	
	Profª. Msc. Fernanda Nascimento
2008
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1. Estruturas em Aço
Histórico
As primeiras obras em aço datam de 1750, quando se descobriu a maneira de produzi-lo industrialmente. 
Seu emprego estrutural foi feito na França por volta 1780, na escadaria do Louvre e no Teatro de Palais Royal, e na Inglaterra, em 1757, onde se fez uma ponte de ferro fundido.
Porém, a sua grande utilização nos edifícios deu-se por volta de 1880 nos Estados Unidos, principalmente em Chicago.
O início da fabricação em ferro no Brasil deu-se por volta de 1812. Acredita-se que a primeira obra a usar ferro fundido no Brasil, no Estaleiro Mauá, em Niterói, RJ, foi a Ponte de Paraíba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro, com cinco vãos de 30 metros, cuja data de construção é de 1857, estando em uso até hoje. 
A primeira obra em que se usou aço importado em edifícios no Brasil foi o Teatro Santa Izabel, em Recife. Como o Brasil é um país em crescimento, o setor industrial é o grande consumidor de estruturas metálicas, absorvendo a maior parte da produção.
Em 1921 foi implantada a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira para produzir arame farpado, perfis leves, etc. Em 1940 foi instituída no Brasil a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional. E em plena guerra (1941) foi fundada a Companhia Siderúrgica Nacional, que entrou em operação em 12 de outubro de 1946, com a finalidade de produzir chapas, trilhos e perfis nas bitolas americanas.
Para consolidar o mercado, entraram em operação na década de 60 a Usiminas e a Cosipa, para a produção de chapas. A partir daí, grandes expansões foram realizadas no setor siderúrgico, produzindo o Brasil, hoje, perto de 25 milhões de toneladas de aço. O Brasil que até a década de 70 ainda era um importador de aço, passou a exportador.
Enquanto em outros países a estrutura metálica domina amplamente a construção de edifícios para diversas ocupações, aqui no Brasil tínhamos geralmente seu uso restrito a construções industriais e comerciais.
Com o aumento da produção de elementos metálicos para a construção civil, vemos a paisagem de nossas cidades ser alterada pelas obras executadas em estruturas metálicas.
As estruturas metálicas, além de outras vantagens, oferecem construções esbeltas e canteiros de obra limpos, possibilitando rapidez de construção e plasticidade arquitetônica.
Vantagens e Desvantagens do Aço Estrutural
Como vantagens podemos citar:
Fabricação das estruturas com precisão milimétrica, possibilitando um alto controle de qualidade do produto acabado;
Garantia das dimensões e propriedades dos materiais;
Material resistente a vibração e choques;
Possibilidade de execução de obras mais rápidas e limpas;
Em caso de necessidade, possibilita a desmontagem das estruturas e sua posterior montagem em outro local;
Alta resistência estrutural, possibilitando a execução de estruturas leves para vencer grandes vãos;
Possibilidade de reaproveitamento dos materiais em estoque, ou mesmo, sobras de obra.
Como desvantagens podemos citar:
Limitação de execução em fábrica em função do transporte até o local de sua montagem final;
Necessidade de tratamento superficial das peças contra oxidação devido ao contato com o ar atmosférico;
Necessidade de mão-de-obra e equipamentos especializados para sua fabricação e montagem;
Limitação de fornecimento de perfis estruturais.
Produtos Siderúrgicos
Os produtos siderúrgicos podem ser classificados genericamente em:
Perfis
Barras
Chapas
As indústrias siderúrgicas produzem inúmeros produtos, dentre eles:
Produtos Metalúrgicos
As empresas metalúrgicas produzem os perfis compostos por chapas dobradas ou compostos por chapas soldadas. Como exemplo, temos:
Designação dos Perfis
Perfis Laminados
No Brasil os perfis laminados são designados como:
Código Literal, altura (mm), peso (kg/m)
Exemplos de códigos literais:
L – cantoneira de abas e espessuras iguais e desiguais
I – perfil de seção transversal parecida com I
H – perfil de seção transversal parecida com H
U – perfil de seção transversal parecida com U
T – perfil de seção transversal parecida com T
Exemplos de perfis:
I 100 – perfil I, abas inclinadas com altura de 100mm
IP 500 – perfil I, abas paralelas, com altura de 500mm
HPP 500 – perfil H, abas paralelas, série pesada, com altura de 500mm
HPM 400 – perfil H, abas paralelas, série média, com altura de 400mm
HPL 100 – perfil H, abas paralelas, série leve, com altura de 100mm
U 100 – perfil U, abas inclinadas com altura de 100mm
L 50 x 3 – perfil L, abas iguais a 50mm e espessura de 3mm
L 50 x 30 x 3 – perfil L, abas desiguais (50 a 30mm) e espessura de 3mm
Nos Estados Unidos os perfis laminados são designados como:
Tipo (letra latina), altura nominal, peso corrido (lb/pé)
Exemplos de letras latinas:
S (Standard) – perfil I de abas inclinadas
W (Wide Flange Shape) – perfil I de abas largas paralelas
HP – perfil H de abas paralelas
C (Channel) – perfil canal U ou C
PL (Plate) – chapa
Exemplos de perfis:
S 12 x 31,8 – perfil I, altura = 12”, peso 31.8 lb/pé
W 40 x 328 – perfil W, altura = 40”, peso 328 lb/pé
HP 12 x 53 – perfil HP, altura = 12”, peso 53 lb/pé
C 12 x 20,7 – perfil canal, altura = 12”, peso 20,7 lb/pé
PL 8 x ¾ - chapa de largura 8”, espessura ¾”
Perfis de Chapa Dobrada
São designados como:
Tipo, altura, aba, dobra, espessura
Podendo ser acrescentada a designação “chapa dobrada” para diferenciar dos perfis laminados.
Perfis Soldados
Os tipos já padronizados podem ter designação dos fabricantes, por exemplo:
CS – perfil coluna soldada (d/bf ( 1)
VS – perfil viga soldada (d/bf ( 2)
CVS – perfil coluna-viga soldada (d/bf ( 1,5)
PS – perfil soldado
Onde: 
d – altura 
bf – largura da “mesa” 
Entidades Normativas para o Projeto e Cálculo de Estruturas Metálicas
Entidades normativas são associações representativas de classe, ou organismos oficiais, que determinam os procedimentos a serem seguidos para a execução de uma determinada atividade.
No caso de projetos e obras em estruturas metálicas, temos normatizadas as características mecânicas e químicas dos materiais, a metodologia para o cálculo estrutural e o detalhamento em nível de projeto executivo.
As unidades a serem adotadas no Brasil são as do SI (Sistema Internacional). Nos desenhos as medidas lineares são todas em milímetros.
A seguir, têm-se as siglas das principais entidades normativas para as atividades relacionadas com estrutura metálica.
Brasil
	ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Estados Unidos
	AISC – American Institute of Steel Construction
	ANSI – American National Standards Institute
	AWS – American Welding Society
	AASHTO – American Association of State and Highway Transportation 	Officials
	API – American Petroleum Institute
	ASTM – American Society for Testing and Materials
	AISE – Association of Iron and Steel Engineers
	AISI – American Iron and Steel Institute
	ASCE – American Society of Civil Engineers
	AREA – American Railway Engineering
	ABS – American Bureau Shipping
	ASA – American Standards Association
	SAE – Society of Automotive Engineers
	SSPC – Steel Structures Painting Council
	USBPR – United States Bureau of Public Roads Uniform Building Code
Alemanha
	DIN – Deutsch Industrie Normen
França
	AFNOR – Association Française de Normalisation
No Brasil é utilizada a norma técnica NB 14 (NBR 8800), de 14 de abril de 1986, Projeto e Execução de Estruturas de Aço de Edifícios (método dos estados limites) – ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Como normas técnicas complementares utilizadas para o dimensionamento estrutural, temos:
NB 862 ou NBR 8681/84 – Ações e segurança nas estruturas – ABNT
NBR 6120/80ou NB 5/78 – Cargas para cálculo de estruturas de edifícios – ABNT
NBR 6123/88 – Força devido ao vento em edificações – ABNT
NBR 14 323/99 – Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio – Procedimentos
NBR 14 432/00 – Exigências de Resistência ao Fogo de Elementos Construtivos de Edificações
NBR 5884/99 – Perfil I Estrutural de Aço Soldado por Arco Elétrico
Aplicação das Estruturas Metálicas
Dentre as inúmeras aplicações das estruturas metálicas, podemos citar:
telhados
edifícios industriais e comerciais
residências
hangares
pontes e viadutos
pontes rolantes e equipamentos de transporte
reservatórios
torres
guindastes
postes
passarelas
indústria naval
escadas
mezaninos
Fatores que Influenciam o Custo de uma Estrutura
Tradicionalmente o aço tem sido vendido por tonelada e, consequentemente, discutindo-se o custo de estrutura de aço impõe-se que se formulem seus custos por tonelada de estrutura acabada.
Mas, ignora-se o fato de grande número de fatores que tem influência significativa no custo final, por tonelada, de uma peça de aço fabricada.
No projeto, detalhe, fabricação e montagem de uma estrutura de aço, os seguintes fatores influenciam o custo de uma estrutura:
seleção do sistema estrutural;
projeto dos elementos estruturais individuais;
projeto e detalhe das conexões;
processo ser usado na fabricação;
especificações para fabricação e montagem;
sistema de proteção à corrosão;
sistema a ser usado na montagem;
sistema de proteção contra fogo, etc.
A seleção do mais eficiente sistema estrutural, compatível com o processo de fabricação, é fundamental par se otimizar os custos. Economia na fabricação e montagem só é possível como resultado de conexões bem elaboradas durante a fase de detalhamento, de acordo com as premissas de projeto.
A especificação é a que maior influência tem nos custos de fabricação e montagem, onde se determinam a qualidade do material e as tolerâncias requeridas. Outro item importante é a proteção contra a corrosão, que, em muitos casos, pode chegar a até 25% do valor da estrutura.
Se o projeto e o detalhamento não são executados pelo fabricante, e este é desconhecido, é importante deixar opções no projeto para uso de conexões soldadas ou parafusadas, ou mesmo, o detalhamento propor soluções alternativas de acordo com a sua fabricação.
Em geral, o custo de uma estrutura metálica pode ser representado d seguinte maneira:
	Projeto estrutural		1% a 3%
	Detalhamento	 	2% a 6%
	Material e Insumos	 20% a 50%
	Fabricação	 	 20% a 40%
	Limpeza e pintura	 10% a 25%
	Transporte		 1% a 3%
	Montagem 20% a 35%
Outro fator que mede o custo de fabricação e montagem é a quantidade de estrutura contida em um desenho de fabricação. Assim, podemos dizer que se o peso das peças contidas em um desenho for menor do que 2 toneladas, a estrutura é leve e de custos mais elevados do que uma que contenha 8 toneladas por desenho.
Principais Fases na Construção de uma Obra
As principais fases que precedem a construção de qualquer tipo de edifício, ou mesmo, qualquer tipo de obra em estrutura metálica:
Arquitetura: Onde é desenvolvido todo o estudo da obra, materiais de acabamento, dimensões, características de ventilação, iluminação, formato, etc. Uma arquitetura desenvolvida para o aço torna este material mais competitivo, tirando partido da sua melhor resistência e menores dimensões das seções, etc.
Projeto Estrutural: é onde se dá corpo ao projeto arquitetônico, calculando-se os elementos de sustentação, ligações principais, tipos de aço, cargas nas fundações, especificando se a estrutura será soldada ou parafusada, etc. è uma das etapas mais importantes, pois um projeto ruim pode causar prejuízo econômico ao fabricante e ao construtor.
Sondagens do Solo: é de fundamental importância para o delineamento das estruturas, pois se o solo é de má qualidade o calculista da estrutura deve evitar engastá-la às fundações, o que as tornaria muito onerosas. Porém, se o solo for de boa qualidade, poder-se-ia perfeitamente engastá-la. Portanto, o tipo de solo pode definir o esquema estrutural.
Detalhamento: onde o projeto estrutural é detalhado peça por peça, visando atender ao cronograma de fabricação e montagem, dentro das recomendações do projeto, procurando agrupar ao máximo as peças. Devido às particularidades de cada fábrica, no que diz respeito aos tipos de equipamentos e porte, cada fabricante adota o tipo de detalhamento que lhe é mais adequado.
Fabricação: é onde as diversas partes (peças) que vão compor uma estrutura são fabricadas, usando-se as recomendações de projeto quanto a solda, parafusos, tolerâncias, controle de qualidade, etc. Cada fabricante tem sua própria maneira de dar seqüência à fabricação de peças.
Limpeza e proteção: Após a fabricação, as peças que vão compor a estrutura são preparadas para receber proteção contra a corrosão e, após a limpeza, a estrutura deve ser pintada ou galvanizada, ou mesmo deixada no estado natural, se for em ASTM – A588 ou similar e a sua localização assim o permitir.
Transporte: é preciso, já na fase inicial de projeto e detalhamento, indicar o tamanho das peças, procurando, dentro do possível, evitar transporte especial.
Montagem: é onde as peças vão se juntar, uma a uma, para compor uma estrutura, necessitando-se de um planejamento, visando especificar os equipamentos a serem usados, o ferramental e a seqüência de montagem. È o coroamento de toda a obra, é quando sabemos se houve ou não um bom projeto.
A segurança da estrutura pode ser determinada fazendo-se a combinação de um bom projeto, bom detalhamento, boa habilidade na fabricação e bons métodos de montagem. A maneira de montar influi na economia final, uma vez que é durante a construção que na maioria das vezes as estruturas desabam. Pode-se dizer que uma construção desaba por causa da falta de estabilidade tridimensional. A maioria das falhas ocorre durante o processo de montem e raramente depois que a estrutura está pronta.
Controle de Qualidade: Atua em todas as fases, estabelecendo os procedimentos de solda, inspecionando peças, verificando se estão dentro das tolerâncias de normas, etc.
Manutenção: após conclusão da obra, é necessário fazer-se um plano de inspeção, o que depende do local e uso das estruturas. Outro requisito de serviço importante é a média de vida da estrutura, juntamente com os problemas de corrosão, devido às condições atmosféricas, umidade e outros.
Em projetos, devem-se evitar soluções que acumulem água e sujeira, para evitar corrosão. Deve-se também, deixar acesso fácil aos locais que necessitem de manutenção de pintura e inspeção por toda a vida da estrutura. Toda estrutura deveria ser visitada e inspecionada pelo projetista ou seu preposto após um, três, cinco, dez, quinze, vinte e mais anos.
2. PROJETO: CRITÉRIOS, ANÁLISE ESTRUTURAL E NORMAS
2.1. Introdução
Os critérios de projeto de uma estrutura metálica deve satisfazer todas necessidades funcionais e econômicas de um projeto integrado, orientado a um ou vários tipos de sistemas estruturais, assim como as características do material, a configuração e magnitude das cargas. Os critérios de segurança devem ser aqueles definidos nas Normas, devidamente citadas no memorial de cálculo ou desenhos. Os critérios de projeto não devem ser confundidos com as especificações. Estas últimas são sempre referentes a materiais ou métodos de execução. No projeto devem ser considerados como aspectos fundamentais e totalmente interligados, a escolha dos seguintes fatores:
O sistema estrutural e sua configuração
As características mecânicas dos materiais a serem usados
As cargas que deverá suportar a estrutura
As limitações (resistência, dimensões, flechas, etc)
O tipo de análise estruturala ser realizado
As especificações para fabricação, transporte e montagem
2.2. Análise Estrutural
A análise estrutural tem como objetivo a obtenção de esforços axiais, de flexão, reações nos apoios, deslocamentos, acelerações, entre vários efeitos produzidos pelas ações impostas numa determinada configuração estrutural. De maneira geral a análise pode ser: estática ou dinâmica; linear ou não linear geométrica; elástica ou elastoplástica.
A análise estática não leva em conta a variação da aplicação das ações no tempo, e considera que as ações são aplicadas gradualmente. É linear geométrica, quando se considera que os deslocamentos produzidos pelas ações são relativamente pequenos, e a análise é desenvolvida sobre a configuração geométrica da estrutura original indeformada. È elástica, se o comportamento do material não excede o limite de escoamento, isto é, segue a risca a lei de Hooke (deformações proporcionais às tensões).
Estruturas com cargas que variam no tempo devem ser analisadas dinamicamente, estruturas com deslocamentos finitos devem ser analisadas considerando a não linearidade geométrica, e por último quando a estrutura excede a tensão de escoamento, faz-se necessário uma análise elastoplástica. Não existem regras ou critérios gerais sobre qual tipo de análise usar, sistemas estruturais pouco conhecidos devem ser estudados com maior profundidade.
2.3. Ações
Ação é tudo aquilo que provoca tensões e deformações.
Ações quanto a origem
	Ações dos materiais usados na construção
		Peso próprio da estrutura
		Peso próprio de paredes, divisórias e tapamentos
		Peso próprio de pisos
		Peso próprio de coberturas
	Ações de utilização
		Sobrecarga de utilização em pisos de edifícios
		Cargas de equipamentos
		Variação de temperatura causada por equipamentos
		Cargas de silos, reservatórios e tubulações
	Ações do meio ambiente
		Vento
		Variação de temperatura
		Chuva
		Neve
		Terremoto
	Ações Excepcionais
		O colapso de algumas estruturas (tais como pontes, barragens, usinas nucleares e plataformas de exploração de petróleo) pode ter conseqüências catastróficas. Portanto, dimensiona-se estas estruturas para resistir a carregamentos não usuais, podendo ser construídas estruturas de proteção chamadas defensas.
Ações quanto a variação com o tempo
	Ações permanentes
		Peso próprio da estrutura
		Peso dos materiais permanentemente ligados à estrutura
		Peso das instalações, acessórios e equipamentos permanentes
	Ações variáveis
		Sobrecarga
		Cargas de equipamentos
		Variação de temperatura
		Vento
Ações quanto ao modo de atuação
	Ações externas
		Peso próprio
		Sobrecarga
		Vento
		Equipamentos
	Ações Internas
		Variação de temperatura
		Pró-tensão
Natureza das ações: pelas normas atuais, os valores das ações usadas sõ definidos como de natureza probabilística. Ou seja, as normas indicam os valores médios mais prováveis de ocorrência.
Combinações de ações: Quando uma estrutura está submetida a mais de uma ação variável, o valor máximo de um determinado esforço ocorre quando uma das ações variáveis atinge seu máximo valor e as demais permanecem com seus valores nominais. A este princípio, dá-se o nome de regra de Turkstra de combinações de ações, sendo que a NBR 8800 aplica esse critério.
2.4. Critérios Gerais de Dimensionamento
O dimensionamento de uma estrutura correto deve assegurar o desempenho estrutural e a solução mis econômica possível.
Ao longo do tempo, o processo de dimensionamento sofreu mudanças, ou seja, evoluiu e hoje temo várias normas, as quais, nos fornecem as exigências mínimas pra o projeto de estruturas seguras.
Os métodos de dimensionamento são: Método das Tensões Admissíveis, Método dos Coeficientes das Ações e Método dos Estados Limites, sendo que este último é o que está substituindo, gradativamente, o Método das Tensões Admissíveis nas norm de dimensionamento.
Método das Tensões Admissíveis: Nesse método, as ações consideradas nas combinações são nominais e as resistências nominais são reduzidas pelos coeficientes de segurança.
Sn ≤ Rd Rd = (Rn ( ≤ 1
Sn = solicitações nominais
Rn e Rd = resistência nominal do material e de cálculo
( = coeficiente de segurança da resistência nominal
Método dos coeficientes de ações: Nesse método, os coeficientes de segurança são aplicados às ações. È muito usado para dimensionamento em estruturas com comportamento plástico.
Sd ≤ Rn 		Sd = (. Sn		( ≥ 1
Sd = solicitações nominais 
Rn = resistência nominal do material
( = coeficiente de segurança da ação nominal
Método dos Estados Limites: Também chamado de método dos coeficientes das ações e das resistências, baseia-se na aplicação de coeficientes de segurança tanto às ações nominais quanto às resistências nominais. A condição par o dimensionamento são:
Sd ≤ Rd 		Sd = (. Sn		Rd = Rn/( ( ≥ 1
2.5. Método dos Estados Limites
A norma NBR 8800 utiliza o método dos estados limites, logo os esforços e deformações devem ser menores que determinados valores limites, que dependem do material usado e do tipo de estrutura adotada.
Existem dois tipos de estados limites:
Estados Limites Ùltimos: relacionado ao colapso total ou parcial da estrutura, podendo ser:
	Perda de equilíbrio
	Ruptura por qualquer tipo de solicitação
	Instabilidade total ou parcial 
	Flambagem global das barras
	Flambagem local de elementos de barras
Estados Limites de Utilização: relacionado ao comportamento da estrutura, impedindo sua utilização para o fim que ela se destina, podendo ser:
	Deformações excessivas
Vibrações excessivas
Critérios de Dimensionamento: deve ser satisfeita a seguinte inequação:
Sd ≤ Rd
Onde Sd é definida por uma combinação de carregamentos que os esforços nominais Aj são majorados.
Sd = ( (j (j Aj
Onde,
 (j ≥1 e (j ≥ 1
Rd = ( Rn
COMBINAÇÃO DE AÇÕES
A NBR8800 considera três tipos de combinações de ações para os estados limites últimos:
Combinações Normais: carregamentos possíveis durante a vida útil.
Combinações Construtivas: carregamentos possíveis durante a construção ou montagem da estrutura.
Combinações Excepcionais: carregamentos devidos a acidentes.
As combinações são definidas pelas seguintes expressões:
Combinações Normais e Construtivas
Combinações Excepcionais
Obs.: A ação excepcional E não é majorada.
Onde:
G = ação permanente
(g = coeficiente de majoração de ação permanente (tabela 01)
Q1 = ação variável principal
(q,1 = coeficiente de majoração de ação permanente principal (tabela 01)
Qj = demais ações variáveis
(q,j = coeficiente de majoração das demais ações variáveis (tabela 01)
(j = fatores de combinação
Tabela 1 – Coeficientes de Majoração das Ações
	Coeficientes (g e (q de Majoração das Ações
	Combinações
	
Ações Permanentes (a)
	
Ações Variáveis
	
	Grande variabilidade (b)
	Pequena variabilidade
	Recalques diferenciais
	Variação de temperatura ( c)
	Ações decorrentes do uso
	Demais ações variáveis
	
	(g
	(g
	(q
	(q
	(q
	(q
	
Normais
	1,4 (0,9)
	1,3 (1,0)
	1,2
	1,2
	1,5
	1,4
	Durante a construção
	1,3 (0,9)
	1,2 (1,0)
	1,2
	1,0
	1,3
	1,2
	
Excepcionais
	1,2 (0,9)
	1,1 (1,0)
	0
	0
	1,1
	1,0
Notas:
Os valores em parênteses correspondem aos coeficientes para ações permanentes favoráveis à segurança; ações variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não entram nas combinações.
Ações permanentes de pequena variabilidade incluem duas categorias:
b.1) Peso próprio dos elementos metálicos
b.2) peso próprio dos elementos pré-moldados com controle rigoroso de peso
c) Variações de temperatura provocadas por equipamentos fazem parte dos carregamentos de equipamentos.
d) Ações decorrentes do uso da edificação incluemsobrecargas em pisos e em coberturas, cargas de pontes rolantes, outros equipamentos.
Tabela 2 – Coeficientes de Combinação das Ações
	Coeficientes ( de Combinação das Ações ( a)
	Sobrecargas em pisos de bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; conteúdos de silos e reservatórios.
	0,75
	Cargas de equipamentos, incluindo ponte-rolantes, e sobrecargas em pisos diferentes dos anteriores.
	0,65
	Pressão dinâmica do vento.
	0,60
	Variações de temperatura.
	0,60
Notas:
Os coeficientes ( devem ser tomados iguais a 1,0 para:
a.1) ações variáveis não incluídas nesta tabela;
a.2) quaisquer ações variáveis de mesma natureza que a da ação variável principal.
a.3) Variações de temperatura provocadas por equipamentos que fazem parte dos carregamentos de equipamentos.
Impacto: Para levar em conta seu modo de aplicação, algumas cargas variáveis também devem ser majoradas por coeficientes de impacto.
A tabela 3 apresenta os percentuais de majoração para as cargas mais comuns.
Tabela 3 – Coeficientes de Impacto
	Coeficientes de Impacto para Cargas Variáveis
	Origem da Carga
	Impacto (%) (a)
	Elevadores
	100
	Pendurais
	33
	Equipamentos
	Leves, cujo funcionamento se caracteriza por movimentos rotativos. Talhas.
	20
	
	Leves, cujo funcionamento se caracteriza por movimentos alternativos. Grupos geradores.
	50
	Pontes Rolantes
	Impacto Vertical (b)
	Pontes de manutenção operadas de cabine.
	20
	
	
	Demais pontes operadas de cabine ( c )
	25
	
	
	Pontes operadas por botoeira.
	10
	
	Impacto Horizontal Transversal (d)
	Fator aplicado à soma dos pesos das cargas, do trolei e dispositivos de içamento.
	20
	
	
	Fator aplicado à soma dos pesos da carga e da ponte, incluindo trolei e dispositivos de içamento.
	10
	
	
	Fator aplicado ao peso da carga para as pontes de manutenção.
	30
	
	
	Fator aplicado ao peso da carga para as pontes de fundição (e).
	40
	
	
	Fator aplicado ao peso da carga para as pontes de caçamba articulada e pontes de pátio de lingotes.
	100
	
	
	Fator aplicado ao peso da carga para as pontes para fornos profundos e pontes para desmolde de lingotes (f).
	200
	
	Impacto Horizontal Longitudinal (aplicado às rodas motoras)
	20
Notas:
Percentual aplicado à soma dos pesos indicados.
Fatores aplicados às cargas máximas por roda.
Pontes de fundição, de caçamba articulada, de pátio de lingotes, para fornos profundos e para desmolde de lingotes.
Estas cargas devem ser distribuídas proporcionalmente à rigidez lateral da estrutura de apoio dos trilhos.
Devem ser incluídos nesta categoria, todos os demais tipos de pontes não citados especificamente.
Para este tipo de ponte, a carga compreende o peso dos lingotes e de seus moldes.
Exemplo de Combinação de Esforços
Determinar as máximas cargas impostas para estados limites de resistência para uma estrutura com as seguintes cargas:
Peso Próprio ( Gk,1) = 80 kN
Sobrecarga ( Qk,1) = 25 kN
Vento (Qk,2) = 40 kN
Combinações últimas normais:
De acordo com as tabelas 1 e 2, para pequena variabilidade temos:
(g,1 = 1,3
(q,1 = 1,5
(q,2 = 1,4
(1 = 0,65
(2 = 0,60
Portanto, as combinações possíveis são:
Observa-se que a maior combinação será aquela em que o vento atua como ação acidental principal e a sobrecarga atua como carga secundária.
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