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KARLA_LUZIENE_BARROS_ATIVIDADE3 GRAFADA

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KARLA LUZIENE BARROS 
 
 
 
 
 
 
 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE: A IMPORTÂNCIA DO 
DIAGNÓSTICO E DA CONDUTA NUTRICIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2021 
 
 
 
KARLA LUZIENE BARROS 
 
 
 
 
 
 
 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE: A IMPORTÂNCIA DO 
DIAGNÓSTICO E DA CONDUTA NUTRICIONAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Pitágoras, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Nutrição. 
 
Orientador: Karoline Amaral Diniz 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2021 
 
 
 
KARLA LUZIENE BARROS 
 
 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E 
DA CONDUTA NUTRICIONAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Pitágoras, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Nutrição. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof. (a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Prof. (a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Prof. (a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
São Luís, dia 10 de novembro de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho de conclusão de 
curso à minha filha Ana Karolyne, que aos 
9 anos foi diagnosticada com Intolerância 
à lactose, após anos de busca por um 
diagnóstico. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido a oportunidade de iniciar 
e finalizar esse ciclo, a faculdade Pitágoras e aos meus professores por trilhar comigo 
o caminho da educação. 
A minha amiga Carla Cristina, seu esposo Júnior, por me auxiliarem na volta 
para a casa depois das aulas da faculdade. A minha amiga Ana Nilres, por me 
incentivar, inspirar e principalmente por estar ao meu lado em todos os momentos. 
Agradeço aos meus filhos Ana Karolyne, Neydson e Neythan por serem a razão 
de todo o meu esforço e resiliência. Por fim, e não menos importante, quero agradecer 
ao meu esposo Aldiney, por confiar em mim, apoiar e me enxergar de forma 
gigantesca, que proporcionou esses anos de estudos, não me deixando fraquejar nos 
momentos difíceis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa 
eu consegui, nunca desista de seus objetivos mesmo 
que esses pareçam impossíveis, a próxima tentativa 
pode ser a vitoriosa. 
Albert Einstein 
 
 
BARROS, Karla Luziene. Intolerância à Lactose: A Importância do Diagnóstico e da 
Conduta Nutricional. 2021. 30 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação 
em Nutrição) – Faculdade Pitágoras, São Luís, 2021. 
 
RESUMO 
 
A alimentação vem passando por grandes mudanças e muitas pessoas se alimentam 
de maneira inadequada o que contribui para o desenvolvimento de problemas de 
saúde relacionados à alimentação, dentre eles a intolerância à lactose. E visando 
discutir acerca da intolerância à lactose foi realizada uma revisão de literatura 
utilizando publicações em português, inglês ou espanhol com base em pesquisas 
indexadas nos bancos de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca 
Virtual em Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde (LILACS). O levantamento foi realizado diante do emprego dos descritores: 
intolerância à lactose, lactase, leite, terapia nutricional. Foram identificadas 23 
publicações elegíveis que abordaram a intolerância à lactose bem como sua conduta 
nutricional. Essa pesquisa teve como objetivo compreender a importância da conduta 
nutricional em indivíduos diagnosticados com intolerância à lactose, diante disso foi 
evidenciado a importância de estudar essa temática dado a sua relevância clínica e 
epidemiológica, compreendendo a importância do profissional de nutrição frente ao 
manejo terapêutico tendo em vista que a alimentação adequada controla a 
manifestações dos sintomas. Os eixos abordados demonstram que ainda existe muito 
a discorrer sobre essa temática principalmente em uma perspectiva pautada sobre 
atuação dos profissionais de saúde em relação ao diagnóstico correto para que o 
tratamento não cause danos à saúde nutricional do paciente. 
 
Palavras-chave: Intolerância à Lactose. Lactase. Leite. Terapia Nutricional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARROS, Karla Luziene. Lactose Intolerance: The Importance of Diagnosis and 
Nutritional Conduct. 2021. 30 sheets. Course Completion Work (Graduation in 
Nutrition) - Faculdade Pitágoras, São Luís, 2021. 
 
ABSTRACT 
 
Food has been undergoing major changes and many people feed inadequately, which 
contributes to the development of food-related health problems, including lactose 
intolerance. A literature review was conducted to discuss lactose intolerance using 
publications in Portuguese, English or Spanish based on research indexed in the 
Scientific Electronic Library Online (Scielo), Virtual Health Library (VHL) and Latin 
American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) databases. The 
survey was conducted in view of the use of the descriptors: lactose intolerance, 
lactase, milk, nutritional therapy. Twenty-three eligible publications that addressed 
lactose intolerance as well as their nutritional management were identified. This 
research aimed to understand the importance of nutritional management in individuals 
diagnosed with lactose intolerance, in view of this, the importance of studying this 
theme was evidenced given its clinical and epidemiological relevance, understanding 
the importance of the nutrition professional in the face of therapeutic management, 
considering that adequate feeding controls the manifestations of symptoms. The axes 
addressed demonstrate that there is still much to discuss on this theme, especially in 
a perspective based on the performance of health professionals in relation to the 
correct diagnosis so that treatment does not cause damage to the patient's nutritional 
health. 
 
Keywords: Lactose Intolerance. Lactase. Milk. Nutritional therapy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Ocorrência da Intolerância através da Lactose não Hidrolisada pela 
Lactase ................................................................................................................ 17 
Figura 2 - Diferença dos Mecanismos Imunológicos da Intolerância à Lactose e 
Alergia à Proteína do Leite .................................................................................. 20 
Figura 3 - Sinais e Sintomas de Acordo com os Mecanismos Imunológicos da 
Alergia à Proteína do Leite .................................................................................. 21 
Figura 4 - Relação da Quantidade de Lactose presente no Alimento com a 
Declaração Obrigatória no Rótulo do Produto ..................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Diferença entre Intolerância à Lactose e Alergia à Proteína do Leite ..... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
APVL Alergia à Proteína do Leite de Vaca 
BVS Biblioteca Virtual em Saúde 
CH2 Dióxido de Carbono 
CH4 Metano 
H2 Hidrogênio 
IL Intolerância à Lactose 
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
SCIELO Scientific Electronic Library Online 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 
2. INTOLERÂNCIA À LACTOSE ........................................................................... 15 
3. INTOLERÂNCIA À LACTOSE E ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE .............. 19 
4. CONDUTAS NUTRICIONAIS EM INDIVÍDUOS DIAGNOSTICADOS COM 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE.................................................................................. 23 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 27 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A alimentação vem passando por um processo contínuo de mudanças, e tem 
forte influência sobre a vida das pessoas, pois afeta não só a saúde, como também a 
qualidade de vida. Com essas mudanças, muitas pessoas desenvolveram problemas 
de saúde relacionados à alimentação que podem requerer a retirada de alguns macros 
ou micronutrientes, como é o caso do leite e seus derivados (ROCHA, 2012). A 
Intolerância à Lactose (IL) é uma patologia que tem crescido de forma acentuada e 
está presente em 65% da população mundial afetando pessoas de qualquer faixa 
etária e sofre variações de acordo com a etnia e hábitos culturais (BATISTA et al., 
2018). 
A pesquisa permitiu orientar a população a identificar os sintomas da 
intolerância a lactose, com o objetivo de procurar a ajuda profissional adequada para 
o tratamento que se baseia na retirada de alimentos específicos, e os nutricionistas 
são os profissionais mais capacitados quando o assunto é alimentação, divulgando o 
conhecimento produzido e colaborando no desenvolvimento de outros estudos para 
ampliar o conhecimento e compreender quão importante é o diagnóstico e conduta 
nutricional adequada em indivíduos com IL. 
A IL compreende um conjunto de reações fisiopatológicas, de caráter não 
imunológico, causadas por desordens metabólicas que ocorre pela falta ou deficiência 
da produção da enzima lactase com manifestações de sintomas gastrointestinais. É 
uma patologia que não tem cura que pode surgir em diferentes momentos da vida e 
nos últimos anos apresentou um aumento significativo. Diante do exposto, questiona-
se: qual a importância do diagnóstico e da conduta nutricional? 
Para responder esse questionamento foi desenvolvido como objetivo principal 
pesquisar a importância da conduta nutricional em indivíduos diagnosticados com IL. 
E como objetivos específicos têm-se: descrever a intolerância à lactose, apontar as 
diferenças e semelhanças entre IL e alergia a proteína do leite e por fim, explicar as 
condutas nutricionais em indivíduos diagnosticados com IL. 
É um estudo descritivo realizado por meio de revisão bibliográfica, utilizando a 
base de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual em 
Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
(LILACS). Essa busca utilizou artigos indexados, trabalho de conclusão de curso, 
teses e dissertações que abordassem intolerância à lactose escritos em português, 
14 
 
espanhol ou inglês selecionados no período de 2004 a 2019. O levantamento de 
publicações foi realizado diante do emprego dos descritores: intolerância à lactose, 
lactase, leite, terapia nutricional. Como critérios de inclusão adotados foram: artigos 
que abordassem o tema proposto disponíveis na íntegra, nos idiomas e período pré-
selecionados. Já os critérios de exclusão foram publicações que não se enquadraram 
nos critérios de inclusão pré-estabelecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2. INTOLERÂNCIA À LACTOSE 
 
A população mundial tem passado por grandes mudanças, e a alimentação 
está entre elas, e o número considerável de pessoas está alimentando-se de maneira 
inadequada consumindo alimentos industrializados pela facilidade do consumo. Com 
essas mudanças muitas pessoas desenvolveram problemas de saúde relacionados à 
alimentação entre eles a intolerância à lactose (BARRINHA et al., 2020). A lactose é 
um carboidrato encontrado exclusivamente no leite sendo a fonte de energia mais 
importante no primeiro ano de vida, sendo constituída por dois monossacarídeos, a 
galactose e glicose (BATISTA, 2018). 
Essa condição é classificada como uma intolerância alimentar que se 
caracteriza por manifestações clínicas gastrointestinais, decorrente da má digestão e 
má absorção da lactose proveniente da redução dos níveis da enzima lactase na 
mucosa intestinal, essa intolerância ocorre quando o organismo reage a um alimento, 
contudo essa reação é livre de intervenções imunológicas (OLIVEIRA et al., 2020). 
A intolerância à lactose pode ser classificada como adquirida podendo ser 
primária, secundária e congênita. A intolerância primária é o tipo mais comum na 
população que acontece a partir dos três anos de idade resultante de uma condição 
autossômica recessiva caracterizada pelo declínio fisiológico parcial ou total da 
produção da enzima lactase nas células intestinais. Grande parte dos indivíduos 
toleram uma quantidade de leite e derivados, sendo que algumas pessoas até 
desenvolvem mecanismo de tolerância através da adaptação colônica, podendo ser 
testada através da tentativa de reintrodução gradativa, sendo balanceado com os 
sintomas de cada indivíduo (BRANCO et al., 2017; OLIVEIRA et al., 2020). 
A intolerância secundária é definida pela existência de uma situação 
fisiopatológica decorrente de medicamentos ou doença causando danos à mucosa do 
intestino delgado diminuindo a digestão ou absorção da lactose resultando em IL que 
pode ser reversível assim que o paciente inicia o tratamento da doença de base ou a 
lesão da mucosa desaparecendo os sintomas da intolerância. E por fim, a intolerância 
à lactose congênita é uma condição rara e extremamente grave de origem genética 
em que ocorre a ausência total ou parcial da enzima lactase, que acomete recém-
nascidos, nos primeiros dias de vida após a ingestão da lactose (BRANCO et al., 
2017). 
16 
 
Segundo Barbosa et al (2020) 65% da população mundial sofre de intolerância 
a lactose e a sua prevalência é diferenciada entre as populações: 80 a 100% dos 
índios americanos e asiáticos, 60 a 80% dos negros e latinos e 2 a 15% dos descentes 
de norte europeus. Um estudo realizado no Brasil com uma população de 567 
indivíduos demostrou a prevalência da intolerância à lactose no adulto em que 57% 
eram brancos e mulatos, 80% em negros e 100% nos japoneses, e que o maior 
número de pessoas com intolerância à lactose se encontra nas regiões sudeste e sul 
do país. A persistência da lactase ou tolerância nas diferentes populações pode estar 
associada com a domesticação do gado leiteiro e com o hábito de consumir leite após 
o desmame o que contribui para a prevalência da IL variando conforme a região 
geográfica e os hábitos a população (BATISTA, 2018). 
Quando a lactose não é hidrolisada, ela acumula-se no colón, onde é 
fermentada pela flora intestinal, levando a formação de gases como dióxido de 
carbono (CH2), metano (CH4) e hidrogênio (H2), sendo responsáveis pelas dores 
abdominais, flatulências e distensão, também é produzido ácidos acético, butirico e 
propiônico que irão acidificar o pH do meio. Esses gases são produzidos pela lactose 
fermentada trazendo ao indivíduo desconforto abdominal e flatulência. A produção 
também de ácido lático que é osmoticamente ativado captando agua para o intestino 
causando diarreia. Quando esses sinais se agravam podem causar acidose 
metabólica, desidratação, e em alguns casos até desnutrição (MATHIÚS et al., 2016). 
Após ingerir leite e seus derivados os indivíduos com intolerância à lactose, 
apresentam um conjunto de sinais e sintomas. As manifestações clínicas mais 
comuns são: flatulência, constipação, dores abdominais, borborigmo, náuseas, 
vômitos, diarreia, e fezes pastosas e fétidas, em geral ocorre evacuação de grande 
volume de fezes com aspecto espumoso e aquoso. Normalmente, os sintomas se 
manifestam de 30 minutos até 2 horas após o consumo, e normalmente é necessária 
a ingestão de 12 g de lactose (240 mL deleite) por vez, para desencadear os sintomas 
e a gravidade vai depender da quantidade ingerida e suportada de lactose pelo 
organismo, entretanto alguns pacientes conseguem ingerir pequenas quantidade de 
lactose sem apresentar os sintomas (PEREIRA et al., 2019; SILVA; COELHO, 2019). 
A Figura 1 demonstra como ocorre a intolerância através da através da lactose não 
hidrolisada pela lactase. 
 
 
17 
 
Figura 1 - Ocorrência da intolerância através da lactose não hidrolisada pela lactase 
 
 
Fonte: Google Imagens (2021) 
 
Para diagnosticar a IL realiza-se a anamnese, exame físico e a realização de 
testes para a confirmação do diagnostico sendo que na intolerância á lactose 
secundária é necessário realizar o diagnóstico da doença base. Na anamnese, o 
profissional busca analisar os fatores desencadeantes, avaliar os sintomas e ainda 
pode sugerir a restrição de lactose na dieta para verificar o aparecimento de sintomas 
relacionados à intolerância servindo como diagnóstico terapêutico. Existem muitos 
métodos diretos e indiretos para diagnosticar a intolerância à lactose e os mais 
utilizados são: hidrogênio expirado, teste de tolerância à lactose com etanol, teste de 
tolerância oral, testes de pH fecal, teste respiratório com 14C-lactose, biópsia 
intestinal, genético e entre outros (BARBOSA et al., 2020). 
O teste de tolerância à lactose (curva glicêmica) em ingerir uma dose 
concentrada de lactose em jejum, e durante o período de duas horas é realizado 
diversos exames de sangue (com 30, 60 e 90 minutos) com o objetivo de medir o nível 
de glicose que é refletida pela digestão da lactose e quando essa não é degrada não 
haverá aumento no nível de glicose (glicemia menor que 20 mg/%), e assim, o 
diagnóstico é confirmado (OLIVEIRA et al., 2020). 
O teste de hidrogênio expirado compreende um dos exames mais utilizados é 
considerado padrão ouro no diagnóstico da IL. Antes de realizar o exame o paciente 
18 
 
deve na véspera, ingerindo uma dieta com restrição total de lactose, evitar o uso de 
antibióticos durante um mês antes da realização do exame, sem fumar, não praticar 
exercícios ou atividades físicas e jejum de 10 a 12 horas. O exame é baseado na 
produção do hidrogênio pela lactose fermentada não absorvida, onde o hidrogênio 
entra na corrente sanguínea e é expirado pelo pulmão (MATHIÚS et al., 2016). 
No teste pH de fecal (teste de acidez das fezes) é utilizada a porção líquida das 
fezes recém emitidas e separada da urina, pode ser realizado a medida de pH. A 
biópsia de mucosa intestinal é realizada por endoscopia com o objetivo de medir a 
atividade enzimática da lactase, esse exame apresenta boa especificidade (100%) e 
sensibilidade (95%), contudo é um exame invasivo e de alto custo. O exame genético 
investiga se há mutação relacionada à produção da enzima lactase, é um exame 
relativamente bem rápido de ser realizado através de uma pequena amostra de 
sangue ou saliva é considerada a melhor forma de diagnostico pois não produz 
sintomas desagradáveis ao indivíduo, e em média 5 dias se obtém o resultado 
(OLIVEIRA et al., 2020). 
É importante comparar e estudar aos diferentes métodos de diagnostico, pois, 
a intolerância apresenta diversos sintomas que são facilmente confundidas com 
outras doenças, sendo o diagnóstico conclusivo essencial para o iniciar o tratamento 
adequado (MATHIÚS et al., 2016). 
Não há cura para a IL, e como tratamento, inicialmente é recomendado 
restringir o consumo temporariamente de leite e de outros produtos lácteos 
objetivando diminuir a sintomatologia dessa condição, entretanto alguns alimentos 
possuem em sua composição lactose não identificada, o que torna essa tarefa difícil. 
O leite é a maior fonte de cálcio responsável pela formação dos ossos e dentes e por 
manter várias funções no organismo, por isso deve ser evitada sua exclusão total e 
de seus derivados, pois resulta em carências nutricionais, portanto, é recomendado a 
reintrodução gradual desses alimentos na dieta conforme limiar sintomático do 
indivíduo (ZYCHAR; OLIVEIRA, 2017). 
 
 
 
 
 
 
19 
 
3. INTOLERÂNCIA À LACTOSE E ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE 
 
A alergia alimentar é resultado de reações imunológicas após indivíduos 
susceptíveis ingerirem proteínas alimentares. Dentre as alergias, os alimentos como 
leite de vaca, amendoim, castanhas e ovo são responsáveis por cerca de 90% dos 
casos de reações alérgicas alimentares, sendo a alergia à proteína do leite de vaca a 
mais comum (BERZUINO et al., 2017). 
A Organização Mundial de Alergia propôs um documento sobre a nomenclatura 
de alergia para que os profissionais pudessem compreender sobre os termos 
empregados e saiba diferencia-los (OLIVEIRA, 2013). 
 
A alergia ficou designada como uma reação de hipersensibilidade 
desencadeada por mecanismos imunológicos específicos. Quando outros 
mecanismos podem ser comprovados, como os mediados por células, deve-
se empregar o termo hipersensibilidade não alérgica. O termo 
hipersensibilidade deve ser usado para descrever sinais e sintomas 
objetivamente reprodutíveis desencadeados por exposição a um estímulo 
definido em dose tolerada por pessoas normais (JOHANSSON et al., 2004). 
 
 
A intolerância e a alergia são consideradas reações adversas ao consumir 
determinados alimentos e podem ser classificadas em tóxicas e não tóxicas. As 
tóxicas são reações causadas por ingestão de alimentos contaminados, doenças 
metabólicas. As reações não-tóxicas são aquelas que ocorrem dependendo da 
susceptibilidade do indivíduo e são classificadas em: alergia alimentar e intolerância 
alimentar. Sendo assim a IL e da alergia à proteína do leite de vaca são consideradas 
reações não-toxicas (OLIVEIRA, 2013). 
Os profissionais da área de saúde são responsáveis pela terapêutica da alergia 
à proteína do leite de vaca (APVL) e da intolerância à lactose, contudo ainda há uma 
dificuldade realizar a correta distinção entre esses termos. Sendo assim a intolerância 
é um processo secundário resultante da deficiência da lactose enquanto a alergia ao 
leite envolve mecanismos imunológicos contra as proteínas do leite. Dessa forma o 
termo “alergia à lactose” é utilizado erroneamente (DUARTE, 2016). A Figura 2 mostra 
a diferença dos mecanismos imunológicos da Intolerância à Lactose e alergia à 
proteína do leite. 
 
20 
 
Figura 2 - Diferença dos mecanismos imunológicos da Intolerância à Lactose e 
alergia à proteína do leite 
Fonte: Duarte (2016) 
 
A alergia à proteína do leite de vaca é o tipo mais comum de alergia em crianças 
de até vinte e quatro meses, geneticamente predispostas, sendo prevalente entre 2 a 
3% em crianças menores de 3 anos. O leite é um dos primeiros alimentos a serem 
introduzidos na alimentação infantil e somados ao sistema imunológico imaturo 
destas, favorece a sensibilização a esse alérgeno. Sua origem está associada à 
introdução precoce do leite de vaca na alimentação de lactentes e também ao 
desmame precoce do leite materno. Além disso as crianças que se alimentam 
exclusivamente de leite materno também podem desenvolver APVL (BRASIL, 2012). 
Segundo Oliveira (2013) dentre os fatores que mais afetam o desenvolvimento 
da alergia à proteína do leite na infância, estão, permeabilidade da barreira do trato 
gastrointestinal, predisposição genética, imaturidade do sistema imune e do aparelho 
digestivo que são características intrínsecas nos dois primeiros anos de vida das 
crianças. 
 Os mecanismos imunológicos que fundamentam as reações da alergia ao leite 
podem ser classificados em: reações mediadas por IgE (hipersensibilidade imediata), 
reações não mediadas por IgE (hipersensibilidade prolongada) e reações mistas 
(SAMPAIO, 2017). As reações mediadas por IgE são consideradas fácil de 
21 
 
diagnosticar pois apresentar sintomas rápidos que ocorrem em minutos ou em até 2 
horas após ingerir leite. Dentre as manifestações clínicas IgE-mediadascompreende 
alergia oral (edema e prurido dos lábios, sensação de “aperto na garganta”) e alergia 
gastrointestinal imediata (diarreia, vômitos, dor abdominal), apesar de raras podem 
ocorrer reações anafiláticas com risco de vida (MAIA, 2019). 
As reações não mediadas por IgE produzem manifestações tardias, e podem 
acontecer horas ou dias após ingerir leite. As reações mistas são mediadas por 
anticorpos IgE e por células (linfócitos T e citocinas pró-inflamatórias) podendo 
apresentar sintomas imediatos e tardios após o consumo de leite (CASTRO et al., 
2015). As manifestações clinicas da alergia acontecem mesmo quando o indivíduo 
ingere pequenas quantidades de leite. A Figura 3, mostra os sinais e sintomas 
conforme os mecanismos imunológicos da alergia à proteína do leite. 
 
Figura 3 - Sinais e sintomas de acordo com os mecanismos imunológicos da 
alergia à proteína do leite 
Fonte: Castro et al., (2015) 
 
O diagnóstico deve ser realizado com cautela, pois a terapêutica é baseada na 
exclusão do leite da dieta, e isso traz uma série de consequências ao paciente pois 
esse alimento é rico em nutrientes, principalmente o cálcio (SOUZA; MEDEIROS, 
2016). 
As reações orgânicas relacionadas à lactose como intolerância e alergia à 
proteína do leite são frequentemente confundidas devido a apresentarem uma 
22 
 
sintomatologia semelhante, entretanto os mecanismos fisiopatológicos são distintos. 
O Quadro 1 demonstra a diferença entre Intolerância à lactose e Alergia à proteína 
do leite. 
 
Quadro 1 - Diferença entre Intolerância à lactose e Alergia à proteína do leite 
 
Intolerância à lactose 
 
Alergia a proteína do leite 
 
Uma sensibilidade. 
 
Uma alergia. 
 
Dificuldade na digestão da lactose em 
virtude da deficiência de lactase no corpo 
 
Reação do sistema imunológico a 
proteína do leite de vaca 
 
Ocorre no sistema gastrointestinal. 
 
Desencadeada pelo sistema 
imunológico. 
 
Sensibilidade ao carboidrato do leite. 
 
Uma reação a proteína do leite (que 
pode ser superada). 
 
Rara em crianças pequenas. 
 
Acomete geralmente lactente e 
crianças pequenas 
 
As pessoas que são acometidas podem 
continuar desfrutando dos produtos lácteos 
por meio de uma simples gestão de 
consumo. 
 
Deve-se evitar produtos lácteos (a 
menos que a alergia tenha sido 
superada). 
 
É raro ocorrer sensibilidade na 
amamentação. 
 
Mães em amamentação devem ter 
dieta especial isenta de leite, 
derivados e alimentos com as 
proteínas do leite. 
Fonte: Adaptada de Brasil (2012) 
 
É necessário diferenciar a alergia a proteína do leite da IL para que se realize 
um tratamento adequado que não cause danos à saúde nutricional do paciente. Em 
relação a APLV ocorre a exclusão do leite e seus derivados da dieta pois mesmo em 
concentrações mínimas os sintomas de hipersensibilidade podem ser 
desencadeados, enquanto na IL a restrição total de lacticínios não é necessária, pois 
cada indivíduo tem um nível de tolerância diferente e reage conforme a porção 
ingerida e dependendo da quantidade pode existir ou não manifestação dos sinais 
clínicos (SOUZA; MEDEIROS, 2016). 
23 
 
4. CONDUTAS NUTRICIONAIS EM INDIVÍDUOS DIAGNOSTICADOS COM 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE 
 
O cuidado nutricional na intolerância à lactose deve ser iniciado quando o 
diagnóstico for bem estabelecido. Ainda não existe um tratamento especifico para a 
intolerância à lactose, contudo suas manifestações clinicas podem ser evitadas e 
reduzidas, dessa forma recomenda-se ao intolerante, ter uma dieta restrita de leite e 
outros lacticínios, mas essa atividade pode ser dificultada devido à presença 
desconhecida de lactose em alguns alimentos. Todavia devido ao avanço da 
tecnologia tem se tornado mais fácil o acesso aos alimentos sem a presença de 
lactose (MATTAR; MAZO, 2010). 
O manejo da IL depende muito da etiologia da má absorção desse carboidrato. 
Na deficiência primária é necessário identificar a quantidade de lactose tolerada pelo 
indivíduo e a partir dessas informações prescrever a dieta, que é a base do tratamento. 
Na deficiência secundária, o tratamento deve ser direcionado para a doença de base 
e por fim, na deficiência congênita, o tratamento se caracteriza em remover totalmente 
da dieta alimentos que tenham em sua composição lactose (BAUERMANN; SANTOS, 
2013). 
A principal recomendação para o tratamento da IL é uma livre de laticínios, 
assim como alimentos que possam conter lactose, que deve ser seguida pelos 
intolerantes com o objetivo de evitar o desencadeamento dos sinais e sintomas como 
o desconforto gástrico que ocorre com à ingestão dos alimentos. Contudo, as retiradas 
de produtos lácteos da dieta causam grandes problemas, pois esses alimentos são 
fontes primárias de cálcio e o organismo necessita de quantidades significativas desse 
mineral, dessa forma é importante que o cálcio seja suprido através de outras fontes 
alimentares (MATHIÚS et al., 2016; BARBOSA et al., 2020). 
O consumo de produtos à base de soja é considerado a melhor substituição 
para o leite de vaca, pois supri a necessidade em relação à quantidade de proteína, 
porém é inadequada no suprimento de micronutrientes, principalmente o cálcio. 
Atualmente já são encontrados no mercado uma variedade de produtos lácteos com 
baixo teor de lactose pois diminuem o risco de manifestação da sintomatologia e 
auxilia na ingestão adequada de nutrientes que o corpo necessita (MATHIÚS et al., 
2016). 
24 
 
Atualmente é possível desenvolver a partir do leite sem lactose diversos 
produtos lácteos. No mercado já está disponível derivados lácteos isentos de lactose 
(“lac-free”) como leites fermentados (incluindo iogurte, coalhada e kefir), fórmulas 
infantis, leite em pó, vários tipos de queijos, sobremesas lácteas, sorvete, leite 
condensado, manteiga, e entre outros. O consumo desses produtos diminui os riscos 
dos intolerantes apresentaram alguma reação, além de contribuir para o consumo 
adequado de nutrientes, especialmente o cálcio (DANTAS, 2019). 
Outro alimento que também pode ser indicado para os intolerantes são os 
queijos duros, semiduros e moles curados visto que sua grande maioria é isento de 
lactose, pois em seu processo de fabricação, as bactérias fermentam o queijo 
deixando a maior parte da lactose no soro, e pelo processo de amadurecimento os 
traços de lactose é transformado em ácido láctico. Entretanto, algumas pessoas 
relutam em comer queijos porque os níveis de lactose desses produtos não são 
claramente divulgados (MATHIÚS et al., 2016; DANTAS, 2019). 
Outro tratamento que pode ser realizado pelos intolerantes à lactose, é realizar 
testes de provocação, que consiste em consumir doses pequenas de leite e derivados 
pois isso permite que a lactase que se encontra no intestino, degrade a lactose, 
mantendo integra a microbiota intestinal. Dessa forma, deve sempre começar 
consumindo uma quantidade mínima de produtos com lactose e ir aumentando 
gradativamente e quando a manifestar os sintomas, interromper o consumo 
(MATHIÚS et al., 2016). É indicado também ingerir vegetais de cor verde escura como 
agrião, brócolis, repolho, couve, mostarda, e alimentos como peixes que tenha ossos 
moles (sardinhas e salmão) e mariscos pois são uma fonte rica em cálcio (ROCHA, 
2012). 
Com avanço da tecnologia foi reduzido a restrição de alimentos das pessoas 
com intolerância a lactose, devido ao advento de diversos leites e produtos sem 
lactose. O processo de deslactosação do leite UHT que consiste em deixar o leite em 
repouso para sofrer ação da enzima lactase, dessa forma a lactase quebra 
a lactose em dois componentes: glicose e galactose, nesse processo não há perdas 
nutricionais ou calóricas no alimento; porém, algumas vezes o processo pode deixar 
traços de lactose (BARBOSA et al., 2020). Além disso, os pacientes devem ser 
orientados a ler os rótulos dos alimentos para verificar se há presença de leite ou 
lactose na composiçãodo produto (ROCHA, 2012). 
25 
 
A RDC n° 136/2017 determina que é obrigatório declarar a presença de lactose 
em todos os alimentos incluindo aditivos alimentares, ingredientes, bebidas, e 
coadjuvantes de tecnologia que contenham quantidade de lactose superiores a 100 
(cem) miligramas por 100 (cem) gramas ou mililitros do alimento, ou seja qualquer 
alimento exposta a venda que tenha acima de 0,1% de lactose em sua composição 
deverá trazer em seu rotulo a expressão “Contém lactose” (DANTAS, 2019). A Figura 
4 demonstra a relação da quantidade de lactose presente no alimento com a 
declaração obrigatória no rótulo do produto. 
 
Figura 4 - Relação da quantidade de lactose presente no alimento com a declaração 
obrigatória no rótulo do produto 
Fonte: Dantas (2019) 
 
Alguns alimentos funcionais como os prebióticos e os probióticos também 
podem ser utilizados no tratamento da intolerânciXXXXXXa pois atuam minimizando 
os sinais e sintomas dessa condição, pois esses microrganismos realizam o equilíbrio 
bacteriano da flora intestinal ajudando no controle de diarreias que é o principal 
sintoma da IL. Os probióticos favorecem a digestão da lactose, e os lactobacillus que 
é uma das principais espécies de bactérias utilizadas como probióticos produzem a 
própria enzima β-D-galactosidase que favorecem a quebra da molécula de lactose. 
Um dos principais probióticos utilizados pelos intolerantes é o kefir, e ao adicionar 
esse grão ao leite ocorre a degradação do açúcar pela fermentação das bactérias, o 
que facilita a digestão e o funcionamento intestinal (SOARES et al., 2016). 
26 
 
Quando as condutas não forem eficientes para diminuir as manifestações 
clinicas da intolerância à lactose, é necessário adotar algumas medidas 
farmacológicas como a reposição enzimática como lactase exógena (+Β -
galactosidase), obtida de leveduras e fungos, são indicadas para aqueles pacientes 
que possui a deficiências primárias da IL, esses fármacos tem a capacidade de 
minimizar a sintomatologia e os valores de hidrogênio expirado, desse modo podem 
ser consumidos com alimentos que tenham leite em sua composição (BRANCO et al., 
2017). 
Os preparados comerciais de “lactase”, costumam apresentar resultados 
diferentes pois dependem das características intrínsecas dos indivíduos que os 
consomem. Apesar de ser uma alternativa e muito utilizada pelos intolerantes para 
reduzir os efeitos das manifestações clinicas esses produtos não são capazes de 
degradar toda a lactose consumida (MATHIÚS et al., 2016). 
O nutricionista é o profissional indicado a realizar ações com o intuito de 
equilibrar a dieta. Cada indivíduo reagi de forma diferente ao consumir produtos de 
composição láctea, cabe ao nutricionista compreender em qual situação esse 
consumo pode fazer mal ao paciente e fracionar em pequenas porções o leite e 
alimentos lácteos para que possa ser tolerado. Ao montar uma dieta adequada esse 
profissional otimiza a disponibilidade e a quantidade ideal de nutrientes necessários, 
determinando à conduta adequada no manejo de pessoas com IL. O indivíduo deve 
seguir todas as orientações nutricionais com cuidado para evitar o desencadeamento 
e a piora das manifestações clínicas além atingir todas as necessidades nutricionais 
individuais recomendadas (ROCHA et al., 2016). 
É de extrema importância que o indivíduo que possua essa condição realize o 
acompanhamento com o profissional nutricionista, que deve analisar e adequar o 
consumo de nutrientes, otimizando a disponibilidade de macro e micronutrientes 
necessários para a qualidade de vida dos mesmos (BARRINHA et al., 2020). Por sua 
vez o profissional nutricionista tem um papel de grande importância no tratamento e 
na conduta alimentar do indivíduo com intolerância a lactose, visto que o objetivo 
principal é evitar a progressão da doença, a ocorrência ou piora dos sintomas 
gastrointestinais. 
 
 
 
27 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A intolerância à lactose é resultante da ingestão de alimentos derivados do leite 
que se caracteriza por manifestações clínicas gastrointestinais, decorrente da má 
digestão e má absorção da lactose proveniente da redução dos níveis da enzima 
lactase na mucosa intestinal. Essa condição tem forte influência sobre a vida das 
pessoas que manifestam os sintomas afetando não só a saúde, mas também a 
qualidade de vida dos mesmos. 
Essa patologia pode ser facilmente confundida com outras reações do 
organismo, como alergia à proteína do leite, o que interfere no diagnóstico da 
intolerância à lactose. A falta de conhecimento dos profissionais da área de saúde, 
não ocorre apenas no conceito para diferenciar a alergia à proteína do leite de vaca 
da intolerância à lactose, mas inclui também o diagnóstico e tratamento que muitas 
vezes é realizado de forma equivocada, afetando a saúde do paciente. 
O tratamento nutricional para os intolerantes é um grande desafio, e a principal 
recomendação para o tratamento da IL é uma dieta livre de laticínios, mas a retirada 
desses produtos causa grandes problemas pois são fontes primárias de cálcio e o 
organismo necessita de quantidades significativas desse mineral. A indústria de 
alimentos vem aperfeiçoando-se cada vez mais em trazer produtos de qualidade e 
com baixos níveis de lactose para substituir o leite de vaca, como, leite a base de soja, 
fórmulas parcialmente e extensamente hidrolisadas, fórmulas a base de aminoácidos 
e fórmulas sem lactose. 
O nutricionista é o profissional capacitado para atuar de maneira preventiva e 
intervencionista no combate a estes agravos nutricionais, bem como em todas as 
circunstâncias que envolvam a relação entre o homem e o alimento. Esse profissional 
pode realizar ações com o intuito de equilibrar a dieta tendo em vista que cada 
individuo reagi de maneira diferente ao ingerir produtos lácteos, e cabe a ele 
compreender em qual situação esse consumo pode fazer mal ao paciente, diante 
disso, o nutricionista deve analisar e adequar à ingestão de nutrientes, otimizando a 
disponibilidade de macro e micronutrientes necessários para uma boa qualidade de 
vida dos indivíduos com intolerância à lactose. 
A existência de uma alergia alimentar implica uma vigilância constante dos 
alimentos para que os alérgenos sejam evitados, pois a intolerância à lactose é uma 
patologia que possui impacto direto na vida diária das pessoas. É fundamental a 
28 
 
realização de mais estudos pois conhecendo e debatendo as implicações advindas 
da intolerância à lactose, é possível prestar uma assistência nutricional específica e 
diferenciada para minimizar os efeitos da manifestação dos sinais e sintomas 
proporcionando uma melhor qualidade de vida de todos que sofrem com esta 
patologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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