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1. Logística Reversa dos bens de pós-consumo e pós-venda
Atualmente, há uma tendência clara à descartabilidade dos bens, segundo Leite (2017), esse movimento foi ampliado principalmente após a Segunda Guerra Mundial, o acelerado desenvolvimento vivido na segunda metade do último século permitiu a introdução constante e com velocidade crescente de novas tecnologias e materiais que contribuíram para a melhoria do desempenho técnico, a redução de preços e dos ciclos de vida útil de grande parte dos bens de consumo duráveis e semiduráveis.
O ritmo acelerado de novas invenções permite a diferenciação dos produtos, em oposição à padronização característica dos primeiros momentos de industrialização, entretanto, reduz o ciclo de vida dos produtos, como consequência do alto nível de obsolescência dos produtos, esses fatores acentuam a tendência de aumento à descartabilidade.
Leite (2017) acrescenta que o rápido barateamento dos materiais plásticos reduziu seus custos em relação aos metais tradicionalmente usados na produção dos inúmeros componentes, em alguns casos até superando esses componentes metálicos no desempenho e flexibilidade de conformação industrial dos produtos.
Na eletrônica destaca-se, a tecnologia de miniaturização e a diversificação de softwares em diversos campos de atividade. A descartabilidade virou uma tendência ainda mais forte na virada do século XX para o XXI, eletrodomésticos, automóveis, computadores, embalagens e equipamentos de telecomunicações tem seu ciclo de vida cada vez mais curtos. A LR tem papel progressivamente mais relevante para tratar os valores residuais dos bens após a obsolescência, que pode ser resultado de fatores como moda, status ou tecnologia.
De acordo com Costa, Mendonça e Souza (2017), o fluxo dos produtos e materiais seguem, num primeiro momento, os chamados canais de distribuição diretos. Já os canais de distribuição reversos são aqueles que partem do mercado consumidor, ou de algum ponto durante a cadeia de distribuição, à origem. Mesmo com o importante papel da LR, um grupo de resíduos ainda resulta dos processos industriais.
Guarnieri (2013) divide as áreas de atuação da LR em duas: Logística Reversa de pós-venda e Logística Reversa de pós-consumo. A primeira área pode ser entendida como a parte da LR que trata do planejamento, controle e destinação dos bens sem uso ou com pouco uso que retornam à cadeia de distribuição por diversos motivos, dentre eles, devoluções por problemas de garantia, avarias no transporte, excesso de estoques e prazo de validade expirado.
A Logística Reversa de pós-consumo pode ser vista como a área da LR que cuida dos bens no final de sua vida útil, dos bens usados com chances de reutilização e os resíduos industriais. A essência dos processos de LR depende do material e motivo pelo qual entrou no sistema reverso. Normalmente, os produtos retornam por causa de uma necessidade de reparo, reciclagem, descarte ou simplesmente por causa da devolução dos clientes. 
A necessidade da separação entre logística reversa de pós-consumo e pós-venda está relacionada às diferentes destinações dos resíduos originários de cada uma dessas áreas por exemplo, os bens de pós-consumo podem ter como destino final a incineração ou aterros sanitários, ou retornam ao ciclo produtivo através do desmanche, reciclagem ou reuso. Os bens de pós-venda retornam às empresas para o reaproveitamento de componentes e peças ou serem vendidos no mercado de usados.
1. Logística Reversa dos bens de pós-consumo e pós-venda
1.1. Logística reversa e bens de pós-venda
Leite (2017) define LR de pós-venda como: a área especifica de atuação da Logística Reversa que se dedica ao planejamento, a operação e o controle do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda que retornam pelos elos da cadeia de distribuição direta. O objetivo estratégico é agregar valor a um produto devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dos fabricantes, defeitos de funcionamento ou avarias de transporte.
 Os bens de pós-venda podem ter sua origem provocada por fatores relativos à garantia e qualidade, comerciais ou de substituição de componentes. De acordo com Costa, Mendonça e Souza (2017), em relação aos aspectos de garantia e qualidade, a concorrência acirrada impõe aos fabricantes e varejistas a responsabilização sobre os produtos danificados durante a distribuição. Produtos com defeitos podem ter dois fins, se forem consertados voltam ao sistema produtivo, se o processo de reparação não for bem-sucedido seus componentes serão reaproveitados. 
Já para Leite (2017), as devoluções por garantia/qualidade são aquelas que ocorrem por defeitos de fabricação ou de funcionamento dos produtos, por exemplo, um celular recentemente comprado e que apresenta defeitos. Outra categoria de devolução por qualidade é por avarias no produto, nesse caso os produtos apresentam avarias no manejo ou transporte, não chegando ao consumidor final. 
Devoluções por expiração do prazo de validade do produto é outra categoria de devoluções por garantia/qualidade, neste caso contratos permitem o retorno de estoques residuais de produtos que perdem a validade, é o exemplo de produtos farmacêuticos. Outro exemplo é o recall de montadoras de automóveis, nesses casos, o objetivo é manter as especificações do produto e resguardar a segurança do usuário. 
Quanto aos aspectos comerciais, um produto pode ser retornado por erros de expedição, excesso de estoque no canal de distribuição, consignação, pontas de estoque etc.; esses produtos serão redistribuídos por outros canais logísticos e retornarão ao ciclo de negócio. Nesse aspecto, está incluso a devolução de mercadorias quando há a desistência dos consumidores durante um período determinado, sem haver qualquer exigência contratual.
 Outros retornos comerciais são os estabelecidos em contrato, como a devolução de revistas não vendidas quando se tornam desatualizadas, chamadas de “encalhe”, ou ainda o retorno de mercadorias que estavam consignadas quando o prazo contratual se encerra, nesse caso o retorno das mercadorias excedentes é providenciado, normalmente, pelo cedente.
 Além dos aspectos citados anteriormente, há os bens de pós-venda que são resultado da substituição de componentes de bens duráveis e semiduráveis em consertos realizados ao longo do ciclo de vida desses produtos e são reinseridos no mercado pelos canais reversos de remanufaturados. Empresas de fotocópias são um bom exemplo, pois realizam reformas e remanufaturas em seus produtos reenviando-os ao mercado.
1. Logística Reversa dos bens de pós-consumo e pós-venda
1.2. Logística Reversa e bens de pós-consumo
A vida útil de uma mercadoria é entendida como o tempo que vai desde a produção do bem, até seu descarte pelo primeiro consumidor. Após o descarte é possível uma extensão da sua vida útil, sendo a mercadoria destinada a um novo consumidor, ou pode ser descartada definitivamente, destinada à coleta. Então, os bens de pósconsumo são aqueles produtos ou materiais no estágio final de uso ou que estão no final da vida útil.
 No caso de retorno de fim de uso, a utilidade do produto pelo proprietário original acabou, contudo, ainda se encontra em condições de uso, para isso o bem passa por reparos e limpeza, sendo encaminhado ao mercado de segunda mão, que é o mercado constituído de bens duráveis ou semiduráveis, e que podem ser reutilizados várias vezes até chegar ao final de sua vida útil. São exemplos desse tipo de bens os veículos, eletrodomésticos, eletrônicos e roupas. 
A característica básica dos canais de reuso desses tipos de bens é a extensão da utilização de um produto de pós-consumo, ou de algum dos seus componentes com a mesma função para a qual foi originalmente concebida. Nesses casos, o termo pós-consumo é adotado como sinônimo de bem usado que ainda guarda a possibilidade de sua reutilização. 
Leite (2017) explica que após atingir seu fim de vida útil efetivo, e na impossibilidade de revalorização pelos canais reversos de remanufaturae reciclagem, esses bens de pós-consumo são descartados para o destino final em aterros sanitários ou incinerados. Além da Logística Reversa de pós-venda e pós-consumo, existe outra categoria que abrange os rejeitos gerados dos processos de fabricação dos produtos, essa categoria é composta pelos resíduos industriais.
Após passar por todas as áreas da LR resumidas na Figura 5, alguns resíduos ainda podem ser tratados e reaproveitados na própria indústria, como, por exemplo, o bagaço da cana que, depois da produção do álcool combustível, pode ser usado para produção de energia elétrica. Outros são vendidos para os processos de outras indústrias e o que não tem possibilidade de reaproveitamento é enviado ao destino final.
2. Canais de Distribuição Reversos dos bens de pós-venda
A distribuição, cada vez mais, representa um fator determinante nas empresas, por causa do crescente volume de produtos comercializados, devido à globalização, obsolescência dos produtos e a crescente escala de produção. Os canais de distribuição diretos são formados por etapas que ligam a produção dos bens ao consumidor final.
 A crescente preocupação com os fluxos logísticos dos produtos com pouca utilização, que estão no fim do ciclo de vida e os resíduos dos processos industriais, está diretamente ligada ao desenvolvimento da sociedade e a prudência em equacionar o retorno dos bens usados ou sem uso com possibilidade de reutilização. 
A estrutura da cadeia de suprimentos tradicional é desenhada para considerar os processos impulsionados pela demanda do cliente. Contudo, o fluxo logístico não termina no momento em que a cadeia de suprimentos tradicional se encerra, nem todos os bens físicos são totalmente consumidos após alcançarem o cliente. 
Com o propósito de capturar o valor residual dos produtos, a forma de pensar a cadeia de suprimentos deve ser ampliada para abranger os processos que fazem parte da Logística Reversa. As atividades da Logística Reversa após a geração dos resíduos podem ser vistas na Figura 6.
As alternativas de retorno ao ciclo produtivo são o foco do estudo da Logística Reversa e dos canais reversos que buscam a revalorização dos resíduos e dos produtos sem uso ou no final de vida útil. É necessária a identificação dos materiais que estão retornando para identificar para qual canal reverso será destinado.
2.1. Tipos de canais reversos de revalorização
De acordo com Guarnieri (2013), existem diversos tipos de canais reversos de revalorização dos resíduos ou produtos de pós-consumo e pós-venda, por isso, uma análise cuidadosa do canal a ser utilizado é necessária, pois os tipos de resíduos, o volume e os objetivos pretendidos com a revalorização são distintos. Depois da distinção entre Logística Reversa de pós-consumo e pós-venda é possível analisar a destinação mais adequada. 
Os bens de pós-consumo podem ser enviados a destinos finais mais tradicionais, como a incineração ou aterros sanitários, ou retornar ao ciclo produtivo através da reciclagem ou reuso. Já os bens de pós-venda retornam ao mercado através do reaproveitamento de peças, remanufatura ou venda no mercado secundário, a seguir serão descrito os canais reversos de revalorização e suas particularidades: 
- Reuso: o reuso de um bem acontece quando, após a utilização inicial, o produto ainda está em condições de ser utilizado. Mais especificamente, os canais reversos de reuso são aqueles em que o uso de um produto de pós-consumo ou de seu componente são estendidos, com a mesma função que foi lhe foi atribuída quando criado, sem nenhuma remanufatura. Pode ser citado como exemplo a reutilização de garrafas, paletes ou contêineres. O reuso trata-se de um importante mercado, pois destina bens e materiais para canais reversos como os de distribuição de equipamentos de segunda mão e a desmontagem dos produtos para sucatas;
- Manufatura reversa, desmanche ou canibalismo: esse sistema de revalorização consiste em separar as diversas partes que compõe um produto. Os componentes desmontados são analisados para determinar quais serão usados para remanufatura ou utilizados diretamente na fabricação de produtos novos, as peças sem condições de recuperação são enviadas para reciclagem. Um bom exemplo desse processo é a indústria de computadores, pois muitas peças como carcaça, placas, monitor, teclado e mouse podem ser reaproveitadas; 
- Remanufatura ou recondicionamento: esse processo é um tipo especial de reuso de peças e componentes usados. A remanufatura ocorre quando os componentes do desmanche de bens retornados apresentam defeitos e precisam ser refeitos, dessa forma, a remanufatura busca devolver aos produtos suas características originais para serem vendidos no mercado secundário ou reutilizados. Empresas utilizam o sistema de desmontagem de componentes para suprir seu mercado de peças de reposição. Recuperar peças extraídas de equipamentos usados gera boa economia para os fabricantes, as vantagens desse processo ficam mais evidentes quando os equipamentos são alugados, como no caso das máquinas copiadoras;
- Reciclagem industrial, (Downcycling e Upcycling): a reciclagem é o canal reverso de revalorização que trata do reaproveitamento de materiais constituintes dos produtos descartados, esses materiais transformam-se em matérias-primas secundárias ou recicladas e serão incorporadas na fabricação de novos produtos. Um exemplo característico de processo é a reciclagem do aço, extraído de diferentes tipos de produtos, pode ser misturado ao minério de ferro em altos fornos dando origem a materiais que podem ser reinseridos no processo produtivo. O processo de Downcycling existe quando se recupera um material para reuso em outro de menor valor, por exemplo, resinas plásticas usadas em embalagens que não podem ser reutilizadas na própria produção, são usadas para fabricar objetos como mesas e cadeira plásticas. O Upcycling representa a recuperação de materiais desperdiçados ou resíduos em produtos com maior valor ambiental e de melhor qualidade, como o uso de lonas usadas de caminhão para a fabricação de bolsas, chapéus e outros itens de maior valor agregado;
- Doação: quando o processo de revalorização do bem não apresenta viabilidade econômica, ou a empresa não tem interesse em vender seus resíduos, uma opção é a doação. Para as empresas, a doação é uma alternativa quando existe o interesse de fixação ou agregação de valor à imagem corporativa. Mesmo com os potenciais benefícios, alguns cuidados devem ser tomados em relação ao tipo do material, pois pode haver algum tipo de resíduo tóxico e afetar a saúde de quem irá receber o bem. Esse processo de revalorização é mais comum em eletroeletrônicos, como aparelhos de som, televisores; eletrodomésticos; equipamentos de informática; roupas usadas; e alimentos;
- Incineração: o objetivo desse processo é tratar os resíduos de forma a reduzir o volume e perigo, incinerar é queimar os resíduos até reduzir a cinzas. O sistema de incineração agrega valor econômico aos resíduos através da transformação em energia elétrica, entretanto, esse processo gera como efeito nocivo a emissão de gases. Apesar da redução dos riscos de contaminação do solo e da água com a incineração, certos gases tóxicos podem ser liberados por esse processo, para reduzir esse risco é essencial a instalação de filtros;
- Destinação / Disposição final: quando não há outra opção para agregar valor ao produto descartado ou a suas partes, esse material é destinado a aterros sanitários. Nesse processo os resíduos sólidos são enterrados em locais para a disposição final. Sob o ponto de vista ecológico, os aterros sanitários são considerados os locais de destinação final segura, os resíduos são colocados entre camadas de terra, para ocorrer a absorção natural, e revestidos com camadas de plástico para conter o vazamento de poluentes no solo e na água.
2. Canais de Distribuição Reversos dos bens de pós-venda
2.2. Categorias e objetivos estratégicos dos canais reversos de pós-venda
De acordo com Leite (2017), os produtos logísticos de pós-vendasão constituídos de bens comercializados por meio dos diversos canais de distribuição mercadológicas e são devolvidos sem ou com pouco uso por diversos motivos, seja pelo consumidor final ou pela própria cadeia de distribuição direta, estes produtos podem ser de natureza durável, semidurável ou descartável.
A origem dos produtos de pós-venda é diversa, contudo, uma categorização dos principais casos de retorno é possível, como pode ser observado na Quadro 2. O primeiro caso de retorno é o diretamente do consumidor final, nessa situação alguns exemplos típicos são: o retorno por defeito real de funcionamento e de qualidade, por causa de conteúdo trocado ou rótulos errados, produtos eletrônicos, alimentícios e cosméticos podem ser indicados nesse caso. 
O retorno de lojas de varejo físico pode ocorrer por duas razões, o primeiro caso é quando próprio varejista gera o retorno, essa situação pode ocorrer quando há a entrada de um novo modelo ou, no caso de roupas, quando muda uma coleção, dessa forma, os novos produtos têm prioridade nas vitrines das lojas e cria a necessidade de organizar a Logística Reversa dos produtos antigos de menor giro. Outro caso é quando o retorno tem sua origem no consumidor final.
Por último, o retorno do fabricante. Mesmo com os cuidados atuais ainda ocorrem retornos por pedidos errados, um exemplo é quando o produto não atende aos requisitos de qualidade e quantidade, ou os pedidos são modificados e as informações não foram repassadas ao setor logístico. Anteriormente, discutimos sobre as três categorias de fluxos reversos de pós-venda, comerciais, garantia/qualidade e substituição de componentes, como resumidamente está esquematizado na Figura 7.
Os diversos caminhos possíveis na Logística de pós-venda deverão ser analisados para a escolha do canal reverso que traga maior acréscimo de valor para a empresa (sendo de caráter monetário ou de outra natureza). Leite (2017) denomina essa operação de seleção e destino dos bens devolvidos. A avaliação sobre qual o tipo de canal de revalorização usado é uma das fases mais importantes, pois os custos do transporte dos bens retornados podem inviabilizar o processo de revalorização do produto, sendo a disposição final como única opção. A Logística Reversa já foi apontada como elemento de diferenciação mercadológica, contudo não são apenas esses os objetivos que as empresas buscam ao adotar a LR. 
Dentre os objetivos para o retorno dos bens de pós-venda está o de recapturar o valor econômico dos produtos, também chamado de objetivo econômico da Logística Reversa. Para concretizar esse objetivo os produtos podem ser revendidos no mercado primário, vendidos no mercado secundário, quando passam pelos processos de remanufatura ou reforma; ou podem gerar ganhos por meio de manufatura reversa.
 Além do objetivo econômico, há o de competitividade, ou seja, da diferenciação mercadológica por meio de serviços percebidos como diferenciais pelos consumidores. O objetivo legal surge da preocupação de manter um bom relacionamento com os clientes durante as diversas etapas do processo logístico, o que levou ao estabelecimento de legislações e regulamentações, assim, atender aspectos legais tornou-se outro objetivo da LR de pós-venda.
Por fim, a LR pode ser utilizada como instrumento para a recuperação de falhas empresariais de pós-venda. Grande parte dos produtos de retorno de pós-venda são originários de alguma falha nos processos da empresa, como emissão de nota errada, envio de produto trocados, defeito ou avaria no bem. Dessa forma, a recuperação dessas falhas permite a produção de ganhos de custos, de imagem e até contribui para a fidelização do consumidor.
3. Canais de Distribuição Reversos dos bens de pós- consumo
Os bens de pós-consumo são os produtos e/ou materiais que se encontram no final do estágio de uso ou atingiram o fim da vida útil. Como já analisamos anteriormente, a logística reversa de pós-consumo consiste do planejamento, controle e disposição final dos bens de pós-consumo. A vida útil dos bens pode ser estendida se for útil para outras pessoas, nesse caso, passando por um processo de limpeza e pequenos reparos.
Quando não há mais possibilidade de reutilização do produto, ele pode passar pelo processo de remanufatura reversa ou encaminhado ao destino final. Em algum momento os bens produzidos serão transformados em bens de pós-consumo e com o aumento da descartabilidade e obsolescência acelerada esse movimento se intensifica. 
De acordo com Leite (2017), a disposição final segura é o descarte dos bens usando meios e canais que não agridam o meio ambiente ou a sociedade. Por outro lado, disposição não segura é o descarte dos bens de maneira não controlada em locais impróprios (terrenos baldios, riachos, rios, mares ou lixões) em quantidades indevidas. 
Os canais reversos de pós-consumo se diferenciam por tratar do planejamento, controle e disposição final dos bens de pós-consumo, e as diversas etapas de comercialização e industrialização que os materiais resultantes do processo de remanufatura reversa e os resíduos industriais passam a partir da sua reintegração até o processo produtivo.
3. Canais de Distribuição Reversos dos bens de pós- consumo
3.1. Ciclos reversos de reciclagem abertos e fechados
Nesta fase da LR, parte dos produtos de pós-consumo será reintegrada ao processo produtivo. Esses bens passam pelos canais reversos de reciclagem com o objetivo de revalorizar os materiais desses produtos, e podem ser reinseridos na produção de um bem com características similares do produto que lhe deu origem, ou podem ser usados num produto distinto. Essas duas possibilidades de uso dos materiais de reciclagem dão origem a duas categorias de ciclos reversos de retorno ao ciclo produtivo: canais de distribuição reversos de ciclo aberto e de ciclo fechado.
De acordo com Leite (2017), os canais de distribuição reversos de ciclo aberto, são compostos das diversas etapas de retorno dos materiais que fazem parte dos diferentes produtos de pós-consumo, com a finalidade de reaproveitamento no processo de produção como substitutos de matérias-primas novas na fabricação de vários tipos de produtos, os metais, plásticos, vidros e papéis são exemplos de materiais de ciclo aberto.
A Figura 8 ajuda a ilustrar como os materiais são retornados através do ciclo aberto. O ferro e aço são materiais muito característicos de ciclo aberto, sendo remanufaturados em produtos como automóveis, navios, latas, embalagens, eletrodomésticos, resíduos industriais de metalúrgicas, sucatas de máquinas etc., e reinseridos como matériasprimas secundárias no processo de produção de chapas de aço, barras de ferro, vigas, dentre outros itens. 
O foco nos canais de ciclo aberto está voltado na matéria-prima que constitui os produtos dos pós-consumo, sem distinguir sua origem. Por outro lado, os canais de distribuição reversos de ciclo fechado são formados por etapas de retorno de produtos de pós-consumo nas quais os componentes do produto descartado, no final de sua vida útil, são selecionados para a fabricação de um produto similar ao de origem.
O Quadro 3 mostra exemplos de canais reversos de ciclo fechado, nesse processo, os canais da cadeia produtiva reversa são pensados para a revalorização do material constituinte de determinado produto, por interesses tecnológicos, econômicos, logísticos ou outros. Uma das principais características dos canais reversos fechados é a alta eficiência apresentada pelo fluxo reverso por causa do retorno financeiro dos seus componentes. 
Leite (2017) exemplifica o caso das baterias de veículos como um bom exemplo de canal reverso, composta principalmente pela liga de chumbo que constitui o principal custo, assim como o princípio de funcionamento químico do produto, outro componente que pode ser reaproveitado é a carcaça de plástico. O ciclo fechado se caracteriza quando os materiais são extraídos das baterias usadas, através dos processos de remanufatura reversa, e reintegrados como matérias-primas secundárias na linha de produçãode novas baterias.
3. Canais de Distribuição Reversos dos bens de pós- consumo
3.2. Tipologia dos canais reversos de bens de pós-consumo
Os canais reversos de pós-consumo apresentam diferenças quando se trata do destino de bens duráveis e semiduráveis, descartáveis ou quando maneja resíduos industriais. A seguir, será estudada separadamente a tipologia de cada classe: 
- Canais reversos de pós-consumo de bens duráveis e semiduráveis
Os produtos duráveis e semiduráveis guardam diversas possibilidades de retorno ao ciclo produtivo, assim como seus próprios componentes. A produção de um bem durável é realizada com materiais de diferentes limites de duração, esses componentes podem ser substituídos ao longo da vida útil do produto e irão fazer parte dos canais reversos, é o caso por exemplo de cartuchos de impressoras. 
O descarte dos bens duráveis e semiduráveis no fim de sua vida útil ocorre por diversos motivos, mas existindo condições de uso, a venda no mercado de segunda mão é uma das formas de revalorização, esse canal de distribuição reverso de reuso é realizado normalmente em bens como automóveis, computadores ou celulares. Outra opção de canal de distribuição reverso é o de remanufatura, esse canal reverso guarda uma enorme possibilidade de economia de recursos e aumento de produtividade, mas poderia ser ainda mais utilizado.
A empresa de copiadoras Xerox é um exemplo de destaque na área de remanufatura, nessa companhia esse processo iniciou-se já na década de 60 através da desmontagem dos produtos, seleção dos destinos e reutilização em seus produtos em linhas novas. O reaproveitamento garantido pelos fluxos reversos dos componentes usados, a revalorização econômica e tecnológica por meio do reuso de seus componentes reduz o impacto dos seus produtos no meio ambiente, essas ações fortalecem a imagem da empresa perante a sociedade. 
Ao encerrar a possibilidade de reuso, o bem é enviado para o processo de manufatura reversa e sucata. Os materiais restantes que não forem possíveis de serem extraídos serão encaminhados à disposição final como resíduos em aterros ou incinerados, nesse caso esse processo pode ser usado para a obtenção de energia.
- Canais reversos de pós-consumo de bens descartáveis
O fluxo reverso dos bens descartáveis inicia-se por três tipos de coleta utilizadas após o descarte do produto: a coleta do lixo urbana, a coleta seletiva e a coleta informal. Os produtos de pós-consumo são originários dos domicílios urbanos, empresas comerciais e industriais. Na coleta de lixo urbana são disponibilizados, para os canais reversos de pós-consumo, uma variedade de produtos descartáveis como embalagens de diversos materiais, papéis, resíduos e componentes de uso industrial.
Como já observado, a intensificação do consumo e a introdução de consumo de produtos com ciclo de vida cada vez mais curto leva um nível de obsolescência nunca visto na história humana, além de aumentar significativamente a produção e a necessidade de coleta do lixo. Quando não existe outro sistema de captação de descartados, o principal destino desses materiais, misturados e descartados, é o lixo urbano.
Quando não há canais reversos formais estruturados, como por exemplo a coleta seletiva, tanto os materiais orgânicos como os recicláveis são descartados juntos e acumulam-se em aterros urbanos ou em locais menos adequados como lixões. O aterro sanitário é um sistema projetado para a disposição final do lixo, contudo, mesmo com o estabelecimento da extinção dos lixões pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), grande parte do lixo gerado ainda é destinada aos lixões.
Para a recuperação do material descartado sem nenhuma triagem, o catador representa um elo importante dessa cadeia logística reversa de materiais como papel, vidro, plástico, metal etc., contudo, trata-se muitas vezes de um trabalho informal e realizado em condições desfavoráveis para as pessoas que ali trabalham. 
 A coleta seletiva é um instrumento interessante tanto para dar a destinação adequada ao lixo, como para melhorar as condições de trabalho das pessoas responsáveis e essenciais para o processo de retorno desses materiais. 
A coleta seletiva é a operação que compreende a coleta de produtos que tenham uma prévia seleção. A coleta seletiva compreende tanto domicílios particulares e comerciais, assim, os produtos orgânicos e não orgânicos não seriam misturados na coleta de lixo urbano, não sobrecarregando a coleta de lixo, economizando trabalho e melhorando a qualidade da revalorização desses resíduos. 
A adoção da coleta não traz apenas como benefício a redução do lixo urbano, mas também uma excelente opção para a captação de materiais destinados a reciclagem, como por exemplo, o plástico e o vidro, o que resulta em condições mais favoráveis e melhores ganhos na relação preço/peso. 
A coleta informal é outro tipo de coleta após o descarte dos bens de pós-consumo, esse processo tem como característica a captação manual dos bens de pós-consumo e em pequenas quantidades, focada nos materiais de maior retorno financeiro e repassado para o sucateiro que representa o elo seguinte dessa cadeia. 
- Canais reversos de pós-consumo de resíduos industriais 
As indústrias geram materiais residuais por conta dos seus processos produtivos, esses materiais são compostos de sobras não reutilizadas em reciclagem interna, materiais sem utilidade considerados como sucatas, além de produtos secundários. Leite (2017) destaca a importância da reciclagem interna no setor industrial de ferro no Brasil, estima-se que entre 40% e 50% de matéria-prima secundária na produção total do ferro, dessa porcentagem, apenas metade é originária de sucata interna e a outra metade é de compra externa no mercado de reciclados.
No caso específico dos resíduos industriais, há uma particularidade em relação aos outros bens de pós-consumo: a melhor qualidade dos materiais provenientes desse processo e em quantidades relativamente constantes. Essa constância permite uma maior confiabilidade em relação sua utilização como fonte de matéria-prima secundária, essa constância é uma característica não observada em outros canais reversos, mas essencial para operacionalizar e tornar rentáveis os negócios na economia reversa.
3. Canais de Distribuição Reversos dos bens de pós- consumo
3.3. Direcionadores da Logística Reversa de pós-consumo
Os produtos que fazem parte do processo da logística reversa diferem na organização e quantidade nos canais reversos, alguns componentes apresentam alta porcentagem de fluxos reversos, outros não, mediante essas características quais seriam as razões de competitividade para a implantação de programas de Logística Reversa? 
Rogers e Tibben-Lembke (1999) argumentam que há alguns motivadores para a implantação de um programa de logística reversa, dentre eles estão: razões competitivas (para atender aos consumidores); mudanças de política de retorno; cidadania corporativa; renovação de estoques; obrigações legais; recuperação de valor e de ativos, ou proteger as margens de lucro. Contudo, para o processo de LR ser atrativo alguns fatores de influência devem ser levados em consideração. 
Para satisfazer às condições de eficiência e de organização da cadeia reversa devem atuar fatores como impulsionadores ou inibidores dos fluxos reversos, são eles:
- Fatores econômicos – são as condições que permitem a obtenção do retorno financeiro necessário à reintegração das matérias-primas secundárias ao ciclo produtivo. Representam o valor pecuniário necessário à manutenção dos agentes da cadeia produtiva reversa; 
- Fatores tecnológicos – para ter a possibilidade do tratamento rentável dos resíduos em seu descarte, na manufatura reversa e na reciclagem dos resíduos em matérias-primas recicladas e reintegradas no processo produtivo, é necessário ter tecnologia disponível que viabilize todo o processo reverso;
- Fatores logísticos – estão relacionados à existência de condições logísticas para realizar os fluxos reversos, estão inclusos nesses fatores as condições de organização,localização e sistemas de transporte entre os elos da cadeia de distribuição reversa: fontes primárias de captação, centro de processamento e reciclagem dos materiais. O fator logístico é essencial para a estruturação e eficiência no processo reverso. Além dos fatores que influenciam no impulsionamento ou inibição dos fluxos reversos, há aqueles que modificam a organização do canal de distribuição reverso. Os fatores denominados de modificadores alteram as condições naturais de mercado. A rentabilidade é fundamental para a existência da cadeia reversa em sua forma plena, caso contrário os fluxos reversos não atingirão seu potencial e ficarão restritos a poucas quantidades e ao espaço geográfico regional. Para induzir os efeitos pretendidos algumas ações devem ser tomadas, levando em consideração os seguintes fatores:
- Fatores ecológicos – condições que modificam a cadeia de suprimentos reversa e que são motivadas pela sensibilidade ecológica e de sustentabilidade de agentes econômicos, governo, sociedade ou empresas. Nessa categoria estão iniciativas do próprio governo, as pressões sociais que fazem o governo agir, a consciência ecológica da sociedade no consumo de bens, e a responsabilidade ambiental das empresas que modifica a forma como serão realizado os fluxos reversos; 
- Fatores de imagem corporativa ou de marca – estão relacionados à crescente preocupação das organizações com a manutenção com reputação de suas marcas no mercado. Os custos intangíveis decorrentes da piora da imagem corporativa tornaram-se mais evidentes recentemente, hoje com o grande fluxo de informações, é relativamente fácil para a empresa ter sua imagem comprometida;
- Fatores legislativos – esses fatores estão relacionados à intervenção governamental, visam à regulamentação, promoção, educação e o incentivo à melhoria dos retornos dos materiais ao processo produtivo. A existência de legislação adequada, ou seja, o nível de intervenção ou omissão dos governos influi diretamente na organização dos canais reversos, no Brasil a PNRS trouxe impactos nas condições de mercado e na viabilização de diversas cadeias reversas.

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