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POLÍTICA SOCIAL II
PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA 
NO BRASIL
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1. Conhecer o histórico dos programas de transferência de renda no Brasil;
2. Conhecer os principais programas de transferência de renda em vigor atualmente, com ênfase para o
Programa Bolsa Família (PBF).
1 Programas de transferência de renda
Os programas de transferência de renda, conhecidos anteriormente como programas de renda mínima, tiveram
sua expansão no Brasil a partir da década de 1990, a partir do Projeto de Lei n°80/1991, de autoria do senador
Eduardo Suplicy (PT/SP), propondo o Programa de Garantia de Renda Mínima para todo brasileiro a partir de 25
anos de idade, o qual foi aprovado no Senado, permanecendo com parecer favorável para aprovação na Câmara
Federal (SILVA E SILVA, 2010).
Esses programas foram sendo criados e/ou expandidos de forma a abranger diversos segmentos da população,
porém de forma dicotomizada, tais como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), o Programa
Bolsa Escola (PBE), o Programa Bolsa Alimentação, o Programa Auxílio Gás, entre outros. Trata-se de uma
transferência monetária realizada diretamente para os beneficiários dos programas, mediante o cumprimento
de algumas condicionalidades.
Transferência de renda – definição
De acordo como SILVA E SILVA(OP.CIT, P. 21):
Transferência de renda é [...] uma transferência monetária direta a indivíduos ou a famílias. No caso brasileiro e
de várias experiências na América Latina, são programas focalizados em segmentos pobres da população e têm
sua prestação condicionada a determinadas exigências que devem ser cumpridas pelos indivíduos ou pela
família, principalmente no campo da educação, da saúde e do trabalho.
Entre as condicionalidades que devem ser cumpridas pelos beneficiários dos programas de transferência de
renda, está a matrícula e a frequência escolar mínima para as crianças (estabelecida de acordo com a idade) e o
acompanhamento na área de saúde, como pré-natal e a vacinação das crianças.
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Principais programas
Os principais programas de transferência de renda, que posteriormente foram unificados no PBF, são:
• Programa nacional de acesso à alimentação (Cartão Alimentação – PNAA)
Criado pela Lei n° 10689/2003, estava vinculado às ações dirigidas ao combate à fome e à promoção da
segurança alimentar e nutricional, destinado à garantia de uma alimentação diária, em quantidade
suficiente e qualidade necessária para as famílias. 
A sua concessão estava condicionada a renda per capita inferior a ½ salário mínimo e as famílias
beneficiárias poderiam também ser atendidas por outros programas de transferência de renda (e esses
valores não seriam computados para o cálculo da renda per capita).
• Programa nacional de renda mínima vinculada à educação (Programa Bolsa Escola – PBE)
Criado pela Lei n°10.219/2001, o PBE consistia numa transferência de renda no valor de R$15,00 (valor
máximo de R$ 45,00), para famílias que possuíssem crianças e/ou na faixa etária de 6 a 15 anos, desde
que estas tivessem frequência escolar de no mínimo 85%;
• Programa Auxílio Gás
Criado pelo Decreto n° 4102/2002, era destinado a subsidiar o valor do gás liquefeito, como forma de
compensação da retirada de subsídio do gás de cozinha, para famílias de baixa renda. 
Para ter acesso ao benefício, no valor de R$ 7,50 mensal, as famílias deveriam possuir renda per capita
de até ½ salário mínimo, além de cumulativamente ser cadastrada no CadÚnico e ser beneficiária do PBE
ou do Bolsa Alimentação.
• Programa nacional de renda mínima vinculada à saúde (Bolsa Alimentação)
Saiba mais
No Brasil, para ter acesso aos programas de transferência de renda, as famílias devem ser
cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) – regulamentado pelo
Decreto n° 6.135/07 – destinado a identificar e caracterizar as famílias com renda per capita
de até ½ salário mínimo ou renda familiar total de até três salários mínimos. Esse cadastro tem
como finalidade possibilitar uma análise sócio-econômica dessas famílias, com vistas a inseri-
las em programas sociais do Governo Federal, tal como o PBF.
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Criado pela Medida Provisória n° 2206-1/2001, buscava a promoção das condições de saúde e nutrição
de gestantes, nutrizes e crianças de 06 meses a 06 anos e 11 meses, mediante a complementação de
renda familiar para a melhoria da alimentação, no valor que variava entre R$ 15,00 e R$ 45,00;
Principais programas
O que estes programas de transferência de renda têm um comum, entre outros fatores, são as condicionalidades
– não existe nenhum programa de transferência de renda em que os beneficiários estejam livres de algum tipo de
contrapartida – e a centralidade nas famílias.
A centralidade nas famílias é algo presente nas políticas de proteção social instituídas pelo governo Lula. Pereira
(2004) aponta que desde a crise mundial de 1970, a família vem exercendo um importante papel enquanto
agente privado de proteção social, com diferentes agendas governamentais apresentando medidas de apoio
familiar.
Todavia, a autora trata da dificuldade em se conceber a família como locus principal de proteção social, como o
fato, por exemplo, da constatação de que existem diferentes arranjos familiares.
O retrato da família atual
O papel que a mulher assume contemporaneamente como “chefe de família” e a sua entrada e consolidação no
mercado de trabalho, famílias compostas por casais homoafetivos, entre outros fatores, faz parte das novas
configurações familiares. Além disso, a autora considerada que a família apresenta um caráter contraditório, que
deve ser levado em consideração:
[...] a família, como toda e qualquer instituição social, deve ser encarada como uma unidade simultaneamente
forte e fraca. Forte, porque ela é de fato um locus privilegiado de solidariedades, na qual os indivíduos podem
encontrar refúgio contra o desamparo e a insegurança da existência. Forte, ainda, porque é nela que se dá, de
regra, a reprodução humana, a socialização das crianças e a transmissão ensinamentos que perduram pela vida
Saiba mais
Outro programa de transferência de renda significativo é o Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil – PETI, ainda em vigor, vinculado ao Programa Bolsa Família. O PETI destina-
se a famílias que possuam crianças e adolescentes com idade até 16 anos que estejam na
prática de trabalho infantil (com exceção dos que estejam na função de aprendiz, a partir de 14
anos), através da articulação de um conjunto de ações destinadas a superação desta prática.
Para ter acesso ao PETI, as famílias devem estar cadastradas no CadÚnico.
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inteira das pessoas. Mas ela também é frágil, “pelo fato de não estar livre de despotismos, violências,
confinamentos, desencontros e rupturas. Tais rupturas, por sua vez, podem gerar inseguranças, mas também
podem abrir portas para a emancipação e bem-estar de indivíduos historicamente oprimidos no seio da família,
como mulheres, crianças, jovem, idosos”.
Pereira-Pereira, Potyara. “Desafios contemporâneos para a sociedade e a família” in Revista Serviço Social e
Sociedade, n°48, Ano XVI. SP: Cortez, ago/1995.
Leia mais sobre o Perfil da Família atual: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon279/docs
/14PSII_aula10_doc01.pdf
Intervenção do Estado
No entanto, eleger a família como foco prioritário das ações de assistência social não é o suficiente para romper
com a ideia de que a família é a instituição responsável pelo bem-estar de seus membros – e que só no caso de
“falhas” é que o Estado deve intervir.
Como o Estado deveria intervir?
É necessário que Estado perceba a necessidade de formular políticas de enfrentamento das desigualdades
sociais, fruto do desenvolvimento do modo de produção capitalista vigente, oferecendo um sólido sistema de
proteção social para as famílias e seus membros, suprindo com suas necessidades nas mais diferentes áreas
(alimentação, saúde, educação) e rompendo coma responsabilização exclusiva da família em prover seu bem-
estar.
Programa Bolsa Família – Criação
Criado através da Medida Provisória n° 132/2003, sancionado pela Lei n° 10.836/2004 e regulamentado pelo
Decreto n° 5.209/2004, o Programa Bolsa Família (PBF) é o programa de transferência de renda mais
significativo em vigor no Brasil, ao lado do BPC. Composto pelos chamados programas remanescentes (Bolsa
Escola, Cartão Alimentação, Bolsa Alimentação e Auxílio Gás), articulou as ações realizadas nos diferentes
ministérios – Gás e Energia, Saúde, Educação – tendo sua gestão no Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate à Fome.
De acordo com Weissheimer (2006), os programas remanescentes eram uma espécie de “sistema espalhado” e
sua unificação através do PBF exigiu o recadastramento e a unificação das listas de beneficiários, assim como a
redefinição dos critérios de acesso.
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon279/docs/14PSII_aula10_doc01.pdf
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon279/docs/14PSII_aula10_doc01.pdf
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Programa Bolsa Família – Beneficiários
Para ter acesso aos benefícios do PBF, as famílias devem ser cadastradas no CadÚnico, dirigindo-se ao CRAS mais
próximo de sua residência. A partir de uma análise de renda, as famílias devem ser consideradas pobres ou
extremamente pobres para serem selecionadas. Para Silva e Silva (2010), o critério de renda para acesso ao PBF
não abarca o caráter multimensional da pobreza, excluindo famílias com dificuldades de sobrevivência.
A autora, em parceria com Lima, aponta alguns aspectos relevantes em relação à unificação dos programas
remanescentes e critérios de elegibilidade para o acesso ao PBF Para elas, o processo de unificação dos
chamados programas remanescentes que deram origem ao PBF deixou de fora outros programas de
transferência de renda; além disso, critérios tornaram-se mais restritivos, à medida que programas municipais e
estaduais foram integrados ao PBF. A intenção também era a de evitar a duplicidade de benefícios por uma
mesma família. Um exemplo desse fato refere-se, no caso do RJ, à extinção do Programa Cheque Cidadão, em
2007, quando famílias eram beneficiárias do programa em questão, de âmbito estadual, e também do PBF, de
âmbito federal, passaram a ser beneficiadas apenas pelo PBF, o que provocou uma redução no valor total dos
benefícios recebidos por algumas famílias.
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Classificação das famílias
Classificar as famílias em pobres e extremamente pobres limita a análise da pobreza ao aspecto exclusivo de
renda, não levando em consideração a acesso a bens e serviços pela população mais pauperizada. Além disso,
existe a dificuldade em comprovação de renda quando o usuário não possui emprego formal.
Nos CRAS, o acompanhamento às famílias é realizado por assistentes sociais e psicólogos, através de entrevistas
e reuniões mensais e, dependendo do município, com a realização de visitas domiciliares.
Saiba mais
Rodeado por polêmicas, o Programa Cheque Cidadão foi criado em 1999, no governo de
Anthony Garotinho, na época governador do Estado do Rio de Janeiro, que consistia na
distribuição de cheques no valor de R$ 100,00 para cada família beneficiária (que tivesse
renda per capita de até 1/3 do salário mínimo) – ver texto de Oliveira (2008). Uma das
polêmicas existentes era refrente a distribuição do cheque, realizada por entidades religiosas,
principalmente evangélicas.
Saiba mais
Além disso, esses profissionais procuram estabelecer parcerias como a rede socioassistencial
do entorno. Como nem sempre os municípios possuem um número de profissionais suficiente
para dar conta da demanda de atendimentos, é uma prática comum a contratação temporária
de assistentes sociais para compor a equipe técnica do CRAS; por vezes, como dito
anteriormente, profissionais também são remanejados de outras áreas (como saúde) para
compor essas equipes.
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Pontos importantes
Outra questão importante é que um dos objetivos do PBF é fazer com que as famílias beneficiárias possam
“superar” tal condição de vulnerabilidade, através de programas complementares de geração de trabalho e
renda e outras ações ligadas às áreas de educação (resgatando a teoria do capital humano de Shultz) e saúde,
num retorno à responsabilização da família como instituição mantenedora do bem-estar de seus membros. Os
assistentes sociais e psicólogos que trabalham no CRAS também são responsáveis por coordenar os grupos de
geração de trabalho e renda (GTR), grupos responsáveis pelo possível emancipação dos usuários.
Importante salientar que esses grupos de GTR têm como fundamento a possibilidade de emancipação dessas
famílias – e o assistente social compõe essa equipe que trabalha na disseminação dessa emancipação. A questão
é que nem sempre os governos municipais conseguem assegurar para essas famílias nem mesmo o material para
realização dos cursos. É a crença no próprio slogan do CRAS, de que este é a porta de entrada para os serviços
assistenciais, fazendo com essas famílias consigam encontrar a porta de saída.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• conheceu um breve histórico dos programas de transferência de renda no Brasil;
• conheceu os principais programas de transferência de renda em vigor atualmente, com ênfase para o 
Programa Bolsa Família (PBF).
•
•
	Olá!
	1 Programas de transferência de renda
	Programa nacional de acesso à alimentação (Cartão Alimentação – PNAA)
	Programa nacional de renda mínima vinculada à educação (Programa Bolsa Escola – PBE)
	Programa Auxílio Gás
	Programa nacional de renda mínima vinculada à saúde (Bolsa Alimentação)
	CONCLUSÃO