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1 
 
Introdução 
Este trabalho tem como objetivo analisar o Programa Bolsa Família, com base no artigo “ 
Programa Bolsa Família: nova inconstitucionalidade no campo da política social”. O programa 
foi implantado em 2003 pelo Governo Federal, e tinha como intuito o combate a fome e pobreza 
no país e de alguma forma modificar o modo como as políticas sociais são implantadas. A 
análise foi realizada a partir dos seguintes eixos: focalização e condições de acesso, 
condicionalidades, descentralização, intersetorialidade e controle social. Nos baseando por eles, 
foi possível caracterizar alguns aspectos de um programa que em alguma medida figurou como 
inovação no campo das políticas sociais. 
Focalização e condições de acesso 
O programa bolsa família está vinculado ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate 
a Fome. O Governo Federal em 2003 com esse programa reúne quatro programas de 
transferência de renda no programa bolsa família para melhorar a gestão com os municípios e 
estados. Com objetivo de combater a fome e a pobreza. A seleção para adquirir o benefício é 
realizada através do cadastro único do governo federal. Entretanto, o valor da renda é um 
critério único de seleção para participar do programa bolsa família é determinado pela linha da 
pobreza, porém não possui uma referência de acordo com o salário mínimo estabelecido. 
O artigo informa que o programa prioriza a família concedida somente as famílias em situação 
de extrema pobreza ou pobreza, a partir de renda familiar no máximo R$120,00. O primeiro 
grupo beneficiado pela renda por pessoa abaixo de R$60,00 benefício fixo de R$50,00 pode ser 
acrescentado o valor de R$15,00 por gestante, mulheres amamentando, criança e adolescente 
no máximo por R$45,00. O segundo grupo renda por pessoa entre R$60,00 a R$120,00. Esses 
valores podem ser completados pelos estados, DF e municípios. 
O programa é de certa forma excludente, pois há diversas famílias pauperizadas que precisam 
do programa bolsa família, porém os valores tão baixos do corte de renda excluem usuários que 
também precisam do acesso. Por mais que o valor da renda da família seja um pouco acima do 
valor previsto a situação de pobreza permanece. 
 
2 
 
Uma das críticas abordadas no artigo com referência de Towsend é sobre o valor 
socioeconômico que somente esse aspecto não é suficiente para classificar a pobreza. Contudo 
o ideal é observar outros aspectos sociais como a importância da saúde, educação, saneamento 
para tornar área com condições adequadas de vida para uma população e acesso e bens e 
serviços públicos. O programa não considera o desemprego estrutural que afeta as famílias na 
reprodução social. Se for um direito social não deveria ter que cumprir tantas e exigências 
estabelecidas. 
Condicionalidades 
O Programa Bolsa Família tem como ponto central de seu desenho o eixo das 
condicionalidades, que é o eixo que determina comprimento de contrapartidas por parte dos 
beneficiários do programa como fundamentais para continuidade do recebimento do benefício, 
e o cumprimento dessas contrapartidas tem como objetivo interferir no ciclo de reprodução da 
pobreza e estimular o acesso da população em serviços sociais de atenção básica. O programa 
exige contrapartidas nos campos da saúde e educação, essas contrapartidas que no campo da 
saúde consiste na determinação que, gestantes, nutrizes e crianças de 0 a 6 anos tenham 
acompanhamento nutricional e vacinação em dia, as gestantes devem participar de consultas 
pré natais e mães de crianças de 0 a 6 anos devem participar de atividades educativas sobre 
saúde e nutrição. Já no campo da educação há a exigência de 85% de frequência escolar de 
crianças e adolescentes de 6 a 15 anos. 
Em relação a saúde há um ponto negativo pois as condicionalidades se restringem a 
abranger somente crianças e algumas mulheres, assim ficando de fora outros membros da 
família como os pais dessas famílias, já em relação as condicionalidades da educação tem 
contribuído para diminuição da evasão escolar. 
A legislação em relação as condicionalidades é de 2007 e toda construção das 
regulamentações e da cobrança de contrapartidas foram feitas após uma cobrança midiática, 
pois as mídias noticiavam que o programa estava sendo usado de forma indevida. A regulação 
das condicionalidades é uma tarefa dos municípios e as secretarias de saúde, educação e 
assistência tem uma problemática séria neste caso, porque dependendo da capacidade financeira 
e de gestão dos municípios a regulação é prejudicada e assim prejudicando a atualização dos 
dados dos beneficiários que são fundamentais para a continuidade dessas famílias no programa. 
Outra problemática é que mesmo que a implementação das condicionalidades seja de 
responsabilidade das três esferas do governo garantida na legislação, a maior carga de 
 
3 
 
responsabilidade de implementação decai sobre os municípios que ficam sobrecarregados e 
muitas vezes têm falha em ofertar tais serviços. Caso haja descumprimento das 
condicionalidades por parte dos beneficiários é aplicado punição que vai de advertências à 
perda do benefício, já as falhas governamentais em relação a atualização de dados dos 
beneficiários e ofertas dos serviços cobrados pelas condicionalidades não há nenhum tipo de 
punição, acabando que somente os beneficiários são responsabilizados pelo comprimento das 
contrapartidas. 
No Programa Bolsa Família o cumprimento das condicionalidades é considerado uma 
“porta de saída” do programa e por isso além das condicionalidades relacionada a saúde e 
educação há uma articulação do programa com programas complementares, como programas 
de geração de emprego e renda, microcrédito etc, porém esses programas complementares não 
são contrapartidas, e também não há uma grande oferta desses serviços, assim praticamente 
somente as áreas de saúde e educação ficam encarregados de agir com caráter de “porta de 
saída”, de interromper no ciclo da pobreza. 
O Programa Bolsa Família é extremamente focalizado, os serviços básicos para a família 
é restrito, não abrange todos os membros das famílias, são focalizados aos membros que 
precisam atender as contrapartidas, existem falhas no acompanhamento de serviços de saúde e 
também de educação pra membros que não necessitam atender as contrapartidas, pois não 
existem pontos específicos na legislação. As condicionalidades é um ponto positivo do 
programa apesar de ser pouco abrangente, pois influência para uma maior inserção em serviços, 
básicas, porém o problema nas condicionalidades é a cobrança das contrapartidas como 
fundamental para o recebimento do benefício e as punições caso não sejam cumpridas, e 
também a agenda de compromissos das contrapartidas que tem que ser cumpridas que são 
inviáveis para algumas famílias. Há a necessidade de expansão dos programas complementares 
para se ter uma real “porta de saída” do programa, pois ele atualmente funciona mais como um 
complemento de renda. O Bolsa Família é um programa que não é garantido na Constituição e 
isso cria uma instabilidade para a sua continuidade. 
Descentralização 
Em relação a implementação do Programa Bolsa Família podemos destacar que foi preciso uma 
gestão descentralizada em que o governo federal, Estados e Municípios trabalham em conjunto 
 
4 
 
se articulando para se alcançar em maior escala famílias que se encaixavam nos pré requisitos 
para serem beneficiadas. 
Conforme o artigo estudado aponta, esse tipo de gestão descentralizada é um mecanismo 
recente à respeito de reforma das políticas sociais no Brasil. E essa decisão foi tomada pois os 
programas sociais de distribuição de renda que eram centralizados nos municípios, não foram 
experiências perduráveis por conta dos baixos orçamentos dos municípios ; porém essas 
experiências serviram para se saber o impacto positivo ou negativo na vida dos usuários. A 
partir dessas experiências chegou-sea conclusão que o governo federal tinha que assumir esse 
programa (PBF) pois a maioria dos municípios brasileiros tem subsídio pequeno e não estavam 
dando conta da demanda de usuários. 
Com isso cada esfera do governo tem sua responsabilidade, Estado tem a responsabilidade de 
coordenar, e a maior responsabilidade acaba ficando com os municípios que ficam com o 
trabalho de acompanhar as condicionalidades, cadastrar e acompanhar os beneficiários. E 
também com o artigo estudado foi posto que as desigualdades sociais presentes no Brasil são 
as respostas para grandes diferenças em relação a estrutura financeira, política e administrativa 
de um Estado e Município para outros, fazendo com que Estados e Municípios mais deficientes 
dessas estruturas não consigam dar melhores respostas às questões sociais que lhes são 
apresentadas. E Estados e Municípios podiam complementar o valor dos benefícios que seriam 
transferidos para as famílias usuárias desde que seus desempenhos nos Rankings do Índice de 
Gestão Descentralizada( IDG) fosse positivo em relação a eficiência de implementação do 
programa em níveis locais. Esse (IDG) é uma forma de pressionar e induzir os municípios a se 
estruturarem a acompanhar os beneficiários , assim como já foi dito, os melhores resultados 
conseguiam mais incentivos financeiros para suas prefeituras . Porém , esse mecanismo de 
indução não supera a lógica de intergovernabilidade competitiva que idealmente tinha que ser 
cooperativa. 
 
Intersetorialidade 
O Ministério de Desenvolvimento Social criou o Programa Bolsa Família (PBF) com um intuito 
de combater a pobreza e a fome no país (Proteção Social), mas quando descobriram que não 
somente a renda é capaz de explicar a esse fenômeno "pobreza", que na verdade pobreza 
engloba outras dimensões de vulnerabilidade social, saúde, esperança de vida educação, 
 
5 
 
saneamento e acesso a bens e serviço públicos, que vão além da privação de bens materiais. O 
Foco do PBF é a família, mas famílias em extrema pobreza e sem filhos também são 
beneficiadas; pensa no indivíduo, no ser humano, que também está representado no programa. 
A intersetorialidade no PBF funde-se com a descentralização que enfatiza a dispersão da 
autoridade e das atribuições do poder central entre os setores que compõem a estrutura de um 
determinado órgão, no caso do Programa Bolsa Família, essa descentralização ocorre com a 
independência dos municípios e estados. Mas essa mesma independência, mostrou uma grande 
diferença nas condições financeiras, políticas e administrativas de cada município e estado, 
dificultando assim a prática no funcionamento das políticas do programa. Na intersetorialidade 
falta um dialógo político entre todos os órgãos responsáveis pelas políticas públicas; saúde, 
educação e assistência. A integração é a papel central da intersetorialidade pela circunstância 
da realidade territorial, ou seja, cada estado e município não funcionam bem trabalhando 
exclusivamente para a sua população, precisa haver uma iniciativa do nível local. A 
intersetorialidade é complexa e dita como uma implementação difícil pois a questão de 
intervenção muda, vai além de questões meramente setoriais, passa para um ponto de atuação, 
um trabalho social de profunda reflexão da questão social. 
O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) implantou o Sistema único 
de Assistência Social (SUAS) que passou a articular meios, esforços e recursos para a execução 
dos programas, serviços e benefícios socioassistenciais. Essas dificuldades se tornaram muita 
mais expressivas nos municípios e estados onde não existiam equipes e equipamentos 
necessários para se fazer o acompanhamento das famílias beneficiadas pelo programa. A 
proposta do SUAS foi aprimorar uma gestão no âmbito da consolidação da nova política de 
Assistência Social, na perspectiva do Sistema Único de Assistência Social. 
Controle Social 
As autoras caracterizam o controle social como sendo um dos eixos mais frágeis do BPF 
(Programa Bolsa Família), tendo vista que houve um espaço de tempo expressivo, entre a 
implantação do programa e a implantação da normalização das ações voltadas ao controle 
social, além dos desafios colocados no que se refere a participação da sociedade civil. 
 
6 
 
Tendo em vista que a legislação e instâncias responsáveis referente ao controle social só foram 
definidas em 2004, ou seja, um ano após a implantação do programa, entende-se que havia 
dificuldade por parte dos profissionais na sua aplicação do programa. 
De acordo com a Lei nº 10.836 de 09/01/04, o controle social deve ser realizado em âmbito 
local, por Conselho constituído ou pode ser realizado por instância já existente. Além disso, 
deve ser garantida a participação social e paridade entre governo e sociedade civil. O Conselho 
deveria ter caráter deliberativo e intersetorial e deveria ter atribuições como acompanhar, 
avaliar e fiscalizar no âmbito municipal. 
Nesse primeiro momento, o MDS atribuiu a responsabilidade aos comitês gestores do programa 
Fome Zero e os Conselhos Municipais de Assistência Social, os últimos mencionados, possuem 
representação até hoje em alguns municípios. 
Só em 2005, através da PORTARIA 246/MDS, que se torna obrigatória a criação ou designação 
por parte dos municípios que haja uma instância de controle social. Destaca-se a Instrução 
Normativa n°1 do mesmo ano, em que são divulgadas orientações, funções das partes 
constituintes do Conselho, surge uma nova preocupação no que se refere a formação dos 
conselheiros para o cumprimento das atribuições. Uma vez que, para o cumprimento havia a 
necessidade de um amplo conhecimento por parte dos conselheiros acerca de diversos aspectos 
no que se refere ao acesso ao programa. 
Vale ressaltar neste contexto, a necessidade de se capacitar os Conselheiros, através de cursos 
de formação, não só referente ao programa mas a outros políticas públicas tendo em vista as 
dificuldades existentes em relação participação da sociedade civil na tomada de decisões. 
Conclusão 
Concluímos que, mesmo como as limitações já problematizadas tal como o critério único de 
renda, foco em determinado perfil de usuário, o programa bolsa família possibilitou aos 
segmentos mais pauperizados da sociedade, mais especificamente as famílias que hoje possuem 
uma renda per capita mensal de até R$ 154, o acesso as políticas sociais básicas tais como saúde 
e educação e a uma renda que minimamente supra as necessidades básicas tal como acesso a 
comida. Nessa perspectiva, percebemos a necessidade de serem revistos aspectos como as 
condições de acesso, para que mais pessoas em situação de vulneralidade social possam acessar 
 
7 
 
ao benefício, maior investimento por parte do poder público a fim de propiciar o acesso a 
população a outras políticas que os propiciem melhores condições de vida. 
Referência Bibliográfica: 
SENNA, Mônica & MONNERAT, Giselle et alli. Programa Bolsa Família: nova 
institucionalidade no campo da política social brasileira? Revista Katálysis vol.10. n.1, editora 
UFSC- Florianópolis, 2007. 
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, Ministério da Saúde. Controle Social no Programa 
Bolsa Família. Disponível em: http://www.ipc-
undp.org/doc_africa_brazil/10.SENARC_Controle_Social_PBF_Camile_Mesquita.pdf. 
Acesso em: 25 Jun.2017 
 
 
 
 
http://www.ipc-undp.org/doc_africa_brazil/10.SENARC_Controle_Social_PBF_Camile_Mesquita.pdf
http://www.ipc-undp.org/doc_africa_brazil/10.SENARC_Controle_Social_PBF_Camile_Mesquita.pdf

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