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ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE

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UNIVERSIDADE CEUMA – CAMPUS ANIL
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
DIREITO ELEITORAL E PARTIDÁRIO 
ALICE SILVA 
ANA KAROLINA SILVA MENDES 
FELLIPE HENRIQUE NOGUEIRA REIS
LEONARDO RIBEIRO 
PAULO DE TASSO RODRIGUES MACEDO 
ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE 
São Luis - MA 
2022
ALICE SILVA - R.A.:002577 
ANA KAROLINA SILVA MENDES - R.A.:003123
FELLIPE HENRIQUE NOGUEIRA REIS - R.A.:006460
LEONARDO RIBEIRO ARAÚJO - R.A.: 010378
PAULO DE TASSO RODRIGUES MACEDO - R.A.: 013416
VITOR FERNANDO SILVA BOTÃO - R.A.: 016075
ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE
Trabalho apresentado a disciplina de Direito Eleitoral e Partidário no curso de Graduação em Direito da Universidade Ceuma para obtenção parcial de nota.
São Luis - MA
2022
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 05
2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE AUTÔNOMAS, CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE HETERÔNOMAS E INELEGIBILIDADES ......................................... 06
2.1 Condições de elegibilidade autônoma ............................................................................... 06
2.2 Nacionalidade .................................................................................................................... 06
2.3 Alistamento ........................................................................................................................ 06
2.4 Domicílio eleitoral na circunscrição .................................................................................. 07
2.5 Filiação partidária .............................................................................................................. 07
2.6 Condições de elegibilidade autônomas implícitas ou impróprias ....................................... 08
2.7 Analfabetismo .................................................................................................................... 09
2.8 Condições especiais para registro de candidatura de militares ........................................... 10
2.9 Desincompatibilização ....................................................................................................... 11
2.10 Moralidade e vida pregressa ........................................................................................... 12
3. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE HETERÔNOMA ................................................... 12
3.1 Idade mínima ..................................................................................................................... 13
3.2 Indicação em conversão partidária .................................................................................... 13
3.3 Hetero desincompatibilização ............................................................................................ 15
4. ILEGIBILIDADE ............................................................................................................... 15
4.1 Plenitude dos direitos políticos ........................................................................................... 15
4.2 Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado .................................. 15
4.3 Condenação transitada em julgado ..................................................................................... 16
4.4 Improbidade administrativa ............................................................................................... 17
4.5 Lei n. 64/90 e LC n. 135/10 ............................................................................................... 18
4.6 Inatividade ou reprovação das contas ................................................................................. 20
4.7 Inelegibilidade por condenação parlamentar ...................................................................... 20
4.8 Inelegibilidade reflexa ........................................................................................................ 19
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 21
6. Referencias .......................................................................................................................... 23
INTRODUÇÃO
Os direitos políticos do cidadão, como se sabe, implicam não só o direito de votar, decorrente da capacidade eleitoral ativa, mas também de ser votado, conhecido como capacidade eleitoral passiva. Pelo sistema constitucional brasileiro, como veremos a seguir, não há como se confundir condições de elegibilidade com hipóteses de inelegibilidade inata, eis que os Tribunais Superiores já assentaram que a nossa Lei Fundamental separou os dois institutos (elegibilidade e inelegibilidade). O presente estudo busca analisar a filtragem do ingresso para ocupação de cargos eletivos, conhecendo as condições de elegibilidade e inelegibilidade em relação a todos os requisitos.
A elegibilidade e a aptidão plena decorrente do preenchimento das condições impostas pela Constituição Federal para receber votos, ou seja, para participar de um certame eleitoral e de ser escolhido. Entretanto, não basta apenas o preenchimento das condições de elegibilidade requisitos positivos para que o cidadão adquira o direito subjetivo público de ser elegível, de ter reconhecida a sua elegibilidade deve também preencher os requisitos negativos, ou seja, não pode ser inelegível não pode ser alcançado por qualquer das hipóteses de inelegibilidade descritas na Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais.
É fato de que a maioria das obras nacionais enfocar muito mais as situações de inelegibilidade. Entretanto, não há como deixar de se entender isso, na medida em que as controvérsias quanto as condições de elegibilidade são em menor grau, eis que se encontram melhor definidas na Constituição Federal e na legislação eleitoral. Em contrapartida a elegibilidade, ou seja, o direito de ser elegível, passa a existir com o preenchimento das condições de elegibilidade (condições positivas) pelo cidadão e a ausência de hipótese de inelegibilidade (condições negativas). Por isso, faz-se necessário o debate em torno da compreensão através de uma filtragem das condições para a ocupação dos cargos eletivos.
A pesquisa elaborada traz em seu início considerações breves em torno do esclarecimento de quem é o eleitor segundo a Constituição Federal, apresentando ainda as principais características. Na sequência se discute acerca da elegibilidade e seus fatores jurídicos a luz da Constituição Federal. Dando continuidade as discussões, ressaltando considerações jurídicas da inelegibilidade segundo a Constituição Por fim, o trabalho ressalta uma discussão acerca de todos os requisitos positivos e negativos para ter esse direito de votar e ser votado.
2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE AUTÔNOMAS, CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE HETERÔNOMAS E INELEGIBILIDADES
2.1 Condições de elegibilidade autônoma
As condições de elegibilidade são elementos ontológicos da capacidade eleitoral passiva são requisitos que devem ser atendidos para que o cidadão participe de um processo eleitoral e, se eleito, exerça o cargo. Como tais exigências necessárias, no direito brasileiro, encontram-se positivadas na Carta Política e regulamentadas por lei ordinária. No entanto, a Constituição Federal faz referências às condições de elegibilidade no art. 14, § 3º, porém ficam evidenciadas outras condições de elegibilidade que não se encontram elencadas no dispositivo, tem as condições de elegibilidade impróprias ou implícitas, Inclusive algumas condições de elegibilidade são consideradas erroneamente pela Carta Política como inelegibilidades, narra que também há condições de elegibilidade inserta naquele artigo que, em sua essência, não são pré-requisitos de elegibilidade, como no caso da idade mínima. Portanto, o rol das condições de elegibilidade de que trata o § 3º do art. 14 da CF, há natureza exemplificativa e não taxativo. Assim, divergindo de parte da doutrina, deve-se considerar as condiçõesde elegibilidade como uma espécie onde os direitos políticos negativos é o gênero, conforme será comprovado.
2.2 Nacionalidade 
A nacionalidade brasileira abre o rol das condições de elegibilidades explícitas inclusas no art. 14, § 3º, I da Lei fundamental. Começando pela conceituação de nacionalidade, como sendo a qualidade de nacional e está vinculada à ideia de nação, de vínculo comum, de afinidade e homogeneidade, fazendo a pessoa ingressar no elemento humano estatal, ou seja, surge o povo. A vista disso, o vínculo da origem do indivíduo, através de critérios territoriais, sanguíneos ou mistos. Enquanto, a nacionalidade secundária ou adquirida é a aquisição, por vontade própria, após o nascimento, pois o indivíduo viabiliza o processo de naturalização, submetendo a escolha à aprovação ou não do Poder Judiciário, no entanto, este é uma manifestação de discricionariedade da esta aprovação ou não do Poder Judiciário, logo, esta é uma manifestação de discricionariedade do Estado.
2.3 Alistamento 
O alistamento eleitoral encontra-se previsto no inciso III do § 3º do art. 14 da Constituição da República, como um ato jurídico pelo qual a Justiça Eleitoral, observado o cumprimento dos requisitos constitucionais e infraconstitucionais necessários, providencia a inscrição do cidadão, mediante pedido voluntário, no cadastro dos eleitores. Refere-se a um procedimento administrativo de jurisdição voluntária que compreende duas fases: a qualificação e a inscrição (art. 42 do CE) que, obedecidas as prerrogativas da lei, cria aos nacionais o seu direito subjetivo público de votar sendo vedada a inscrição dos estrangeiros e os conscritos durante o intervalo de tempo militar obrigatório. Conforme o Código Eleitoral, inclusive preceitua a obrigatoriedade do alistamento no art. 6º, apresentando algumas ressalvas utilizando de critérios da capacidade do nacional, o critério cronológico e o critério geográfico. Portanto, o art. 8º do Código Eleitoral, propõe a sanção pecuniária para aqueles que não se alistarem no prazo e idade prevista.
2.4 Domicílio eleitoral na circunscrição
O domicílio eleitoral na circunscrição, há duas conceituações, a primeira é o domicílio eleitoral que identifica um liame do candidato, qual seja a fixação de residência, moradia, vínculo patrimonial ou afetivo com a circunscrição que deseja firmar; o segundo conceito é o da própria circunscrição como o limite político-geográfico em que ocorre a eleição, alternando de acordo com o cargo em disputa. Contudo, cumpre recordar a exigência legal de um prazo mínimo, a Lei nº 9.504/97 em seu art. 9° fixou o prazo de 01 (um) ano antes do pleito para que o eleitor providencie a sua matrícula efetuada na circunscrição em que deseja candidatar-se.
Deste modo, vindo a atenção para amplitude do conceito de domicílio eleitoral, basta ao eleitor, na fixação do seu domicílio eleitoral, cuidar em criar o vínculo (residência, moradia, interesse patrimonial ou afetividade) com a localidade que desejar. Desta forma, a fixação do domicílio eleitoral dar-se-á por mero desiderato do eleitor. Concluindo-se que estamos em frente de uma condição de elegibilidade autônoma.
2.5 Filiação partidária 
O partido político se constitui em pessoa jurídica de direito privado (art. 17, § 2º da CF c/c art. 1º da LPP) que tem a finalidade de possibilitar e evoluir o sistema representativo nos regimes democráticos e a defesa dos direitos fundamentais constitucionais. Portanto, a exigência da filiação partidária é a nítida expressão da impossibilidade de candidaturas avulsas no sistema eleitoral brasileiro, diferentemente de outros países em que o eleitor poderá ter deferido o seu registro de candidatura sem vincular-se à agremiação partidária.
Dessa maneira, a legislação pátria flexibilizou a regulamentação e formalidades do ato da filiação partidária que se procederá em conformidade com os dispositivos do estatuto do partido, sem maiores interferências da lei eleitoral. Pois, tratar-se da filiação partidária além da exigência constitucional do art. 14, § 3º, III, ora em análise, há também a exigência infraconstitucional prevista no art. 9º da lei das eleições, em que será apenas deferido o registro de candidatura, se o cidadão estiver filiado a um único partido político (vedada a dupla filiação), observando, todavia, o prazo de mínimo de um ano anterior à eleição e no local do domicílio eleitoral.
2.6 Condições de elegibilidade autônomas implícitas ou impróprias
As condições de elegibilidade são descritas como implícitas e impróprias. As implícitas são: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, registro eleitoral, local de votação, filiação partidária e idade mínima. Impróprias são: alfabetizados, incompatíveis, desincompatibilização, especiais para militares e indicação partidária.
Como regra geral, pode-se dizer que as condições de elegibilidade são: a) nacionalidade brasileira; b) pleno exercício dos direitos políticos; c) recenseamento eleitoral; d) o local de votação do círculo eleitoral; e) ligações partidárias; f) a idade mínima para determinados cargos (por exemplo, trinta e cinco anos para Presidente, Vice-Presidente da República e Senador).
A primeira regra básica de elegibilidade é tornar-se eleitor, depois como identificar a própria CF, que pretende ser brasileiro, para exercer plenamente seus direitos políticos (ou seja, não ser cassado ou condenado), além de ser filiado a um partido político, tem local de votação adequado e é alfabetizado. A CF, refere-se, também, ao alistamento eleitoral, mas isto é a mesma coisa de ser eleitor.
Verificada esta primeira condição, outras haverão de ser cogitadas, notadamente às relativas à idade do candidato, já que a CF estabelece a idade mínima de 35 anos de idade para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, além do cargo de Senador; de 30 anos, para os cargos de Governador e Vice-governador; de 21 anos para os cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual, Prefeito e Vice-prefeito, além do cargo de Juiz de Paz e, por último, a idade de 18 anos para o cargo de Vereador.
Ademais, o pretendente deve estar desimpedido de disputar o cargo pretendido por restrições de parentesco, vez que a Constituição Federal veda a eleição, no território de jurisdição do titular, do cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau, ou por adoção, do Presidente da República, do Governador do Estado e do Prefeito ou de quem os haja substituído nos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. A redação do § 7.º, do art. 1, da CF é um pouco confusa e imprecisa, do ponto de vista terminológico, confundindo até o conceito de jurisdição com o de administração, posto que o Presidente da República, o Governador do Estado e o Prefeito não exercem jurisdição, tendo em suas funções típicas a administração do ente federativo do qual estejam à frente. Pois bem, a interpretação que se pode tirar deste texto é a seguinte:
Não podem suceder ao Presidente da República, Governador e Prefeito, nem seus respectivos cônjuges, nem filhos, seus irmãos, pais, avós, genros, e netos, há os filhos adotivos, padrasto, madrasta. Além disso, de acordo com a lei do parentesco, enteados e enteados do titular não podem. Para o morador ou companheiro, não há dúvidas sobre essa limitação, até mesmo para a própria CF, em seu art. 226, consideram a chamada união estável uma família. No entanto, se o genitor desejar concorrer a cargo que já ocupa, reeleição, não haverá impedimento, nem concorrência para cargo diverso do genitor indicado.
Domicílio eleitoral adequado é o fato de que, nas eleições para prefeito e vice-prefeito, o representante que pretenda concorrer a essas funções deve ter local de votação na respectiva cidade, ou seja, ser eleitor na cidade. Hoje, o conceito de local de votação é bastante elástico e não pode ser confundido com residência civil, de modo que pode significar o registro de eleitores em uma cidade, e não apenas aqueles que ali residem, tal status é concedidoa pessoas que exerçam atividades comerciais ou industriais. atividades ou interesses financeiros naquele local, bem como os que sejam proprietários de imóveis na Cidade ou aí nascidos.
Brasileiros naturalizados não podem se candidatar aos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, o que constitui outra restrição de elegibilidade (§ 3º, art. 12, da CF).
2.7 Analfabetismo
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, traz no § 4º do art. 14, que os analfabetos são inelegíveis: “§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos”, a corroborar com isso, a Lei de Inelegibilidade, LC n. 64/90, em seu art. 1º, I, a, a mesma vedação: “Art. 1º São inelegíveis: I – para qualquer cargo: a) os inalistáveis e os analfabetos”. 
O Glossário Eleitoral do TSE, traz a definição do que: 
Para efeitos de registro de candidatura, é analfabeto aquele que, requerendo seu registro de candidato, e não tendo feito acompanhar o Requerimento de Registro de Candidatura de seu comprovante de escolaridade, submete-se a um "teste de alfabetização", não sendo nele aprovado. Em não sendo aprovado e, em todas as instâncias recursivas, tiver confirmada a validade do teste é, para este efeito, considerado inelegível, de acordo com o art. 14, § 4º da Constituição Federal de 1988.
O analfabetismo não possui uma forma definida, podendo ser traduzido em vários graus. Há aqueles que não conseguem realizar leituras básicas nem escritas mínimas, os que sabem ler e escrever seus nomes, os que sabem ler seu nome, porém não os escrever etc., como o Glossário Eleitoral do TSE prevê:
Não existe um conceito unívoco de alfabetismo, de modo a seguramente ser aplicado no Direito Eleitoral. Há gradações de analfabetismo, desde aquele que implica a impossibilidade de realização de mínima leitura, até aquele que implica a impossibilidade de mínima escrita. Ler e escrever são potenciais que comportam gradações: há os que soletram com dificuldade; há os que lêem (sic) razoavelmente, embora com limites de compreensão do texto lido; e há aqueles que lêem (sic) e entendem a extensão e sentido do que foi lido. Doutra banda, há aqueles que escrevem o nome, apenas; os que escrevem mal e com dificuldade gramatical; e os que escrevem bem, atendendo às regras ortográficas e reduzindo com clareza suas idéias (sic) por escrito. E, dentro desses casos, há ainda outras tantas gradações, que ocorreram na riqueza da vida e trazem implicações no cotidiano do período eleitoral.
Por fim, se considera alfabetizado aquele que possa ler e escrever de forma razoável, tendo sentido sua leitura e escrita. O Glossário Eleitoral do TSE, conceitua: 
É alfabetizado quem sabe ler e escrever razoavelmente. Escrever com sentido e concatenação das idéias (sic), ainda que com embaraços de gramática; ler com compreensão do texto, do seu sentido, ainda que de modo obnubilado e turvo. É analfabeto, ao revés, aquele que não sabe ler nem escrever com um mínimo de sentido ou com total impossibilidade de externar pensamentos.
2.8 Condições especiais para registro de candidatura de militares
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no § 8º do art. 14, traz as condições para a candidatura de militares, que deve se afastar das atividades se contar com menos de dez anos de serviço ou tornar-se inativo, ato da diplomação, se contar com mais de dez anos de serviço.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Outro posicionamento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é a proibição expressa de militares da ativa se filiar a qualquer partido político, estando essa proibição no art. 142, § 3º, III, que diz: 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos.
No caso de candidatura para o cargo de Presidente ou Vice-Presidente da República, o militar deve estar afastado por pelo menos seis meses de seus cargos e funções, conforme LC n. 64/90: 
Art. 1º São inelegíveis:
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência da República;
No caso de candidatura para o cargo de Governador e Vice-Governador de Estado ou do Distrito Federal, os até seis meses após o afastamento de forma definitiva de seus cargos e funções o chefe do gabinete militar do Governador do Estado ou do Distrito Federal e os comandantes da região militar, conforme a LC n. 64/90
Art. 1º São inelegíveis:
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Estado ou do Distrito Federal;
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea.
No caso de candidatura para o cargo de Prefeito e Vice-Prefeito, é vedada a candidatura a aqueles que tiverem exercidos suas funções no município nos quatro meses anteriores ao pleito, como discorre no art. 1º, IV, c da LC n. 64/90:
Art. 1º São inelegíveis:
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito.
2.9 Desincompatibilização;
A desincompatibilização está sempre vinculada ao exercício do cargo, emprego ou função seja ela de natureza pública ou privada. Caso definido pela lei o qual alguns candidatos a cargos eletivos devem cumprir requisitos que a legislação traz a seu respeito para ter garantida sua capacidade de ser eleito, evitando que se opere a inelegibilidade em função do cargo exercido pelo interessado com a sua candidatura. 
Desincompatibilização eleitoral, portanto, é a liberação legal para que a cidadã ou o cidadão possa se candidatar e concorrer em uma eleição. Para isso, o pré-candidato deverá observar, caso a caso, os prazos constantes da Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/90) e da jurisprudência eleitoral. 
2.10 Moralidade e vida pregressa
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no uso de suas atribuições, prevê medidas para a inelegibilidade de interessados aos cargos políticos, mesmo assim, abre procedência a outras medidas buscando uma eleição limpa e justa, para tal são utilizadas Leis Complementares, como bem-disposto no art. 14, § 9º, que esclarece: 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Com fundamento nesse dispositivo, foi sancionada a Lei Complementar n. 135/10, denominada de Lei da Ficha Limpa, que traz diversas outras presunções de inelegibilidade visando sempre a proteção da probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato, como bem mostra em seu preâmbulo:
Altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.
3. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE HETERÔNOMAPode-se considerar não elegível, todo nacional que se encontra impedido de participar do pleito eleitoral e que tal obstáculo não dependa diretamente do seu livre arbítrio, mas encontra-se na dependência da vontade de terceiros ou mesmo da decorrência de fato natural ou cronológico. Também é necessário que o pretenso candidato não tenha sido condenado em decisão judicial que possa implicar na perda ou suspensão dos seus direitos políticos, caso contrário incidiria em inelegibilidade. Portanto, as condições de elegibilidade heterônomas são espécies de zona mista entre as condições de elegibilidade autônomas e a inelegibilidade. 
Analogicamente, considerando o livre arbítrio ou autonomia da vontade do eleitor, podem-se situar as condições de elegibilidade heterônomas na teoria do direito civil como um negócio jurídico, ou seja, é o ato em exige a manifestação da vontade das partes envolvidas, não sendo apenas um simples acontecimento fático, mas uma declaração de vontade privadas com o fito de produzirem efeitos jurídicos. Nota-se que a condições de elegibilidade heterônomas trata-se um negócio jurídico bilateral ou mesmo plurilaterais que dependem da manifestação de duas ou mais vontades.
No caso do direito eleitoral, além da escolha em convenção partidária (vontade externa) em alguns casos, de haver ainda a hetero desincompatibilização (como negócio jurídico pessoal que se liga às disposições de família) de algum parente que exerce cargo público, isto é, a associação de diversas vontades para que se possa viabilizar a candidatura ou a elegibilidade do nacional.
3.1 Idade mínima;
A análise da idade mínima exigível é uma fixação cronológica da maturidade ou desenvolvimento psíquico-social do pretenso candidato, avaliada pela sua idade e responsabilidade e dimensão do cargo em disputa, como diz Adriano Soares da Costa, o princípio do quantitativo pelo qualitativo ou sub rogação aproximativa. Três correntes doutrinárias debruçam-se sobre a fixação do momento da aferição da idade mínima, onde a primeira encampada por Pedro Henrique Távora Niess, entende que o momento da conferência da idade mínima dá-se na data da eleição, pois se trata de condições de elegibilidade e não de registro.
Já Adriano Soares da Costa, entende que o exercício da elegibilidade não se dá somente no dia da eleição, mas durante a campanha eleitoral, e, observando que a elegibilidade tem sua gênesis com o deferimento do registro, logo o momento para a estimativa da idade mínima é data do registro.
Já Adriano Soares da Costa, entende que o exercício da elegibilidade não se dá somente no dia da eleição, mas durante a campanha eleitoral, e, observando que a elegibilidade tem sua gênesis com o deferimento do registro, logo o momento para a estimativa da idade mínima é data do registro.
Contudo, o critério da idade mínima, não depende do livre arbítrio do nacional, logo, não se trata de uma condição de elegibilidade autônoma e tampouco, o fato de a idade ser inferior à previsão legal, não decreta a perda ou suspensão dos direitos políticos do pré-candidato, aliás, é possível que este possua idade para a disputa de um cargo político e não possua para outro, demonstrando a sua relatividade, neste caso, ele não está formalmente inelegível, daí, tratar-se apenas de uma condição de elegibilidade heterônoma.
3.2 Indicação em conversão partidária
Partindo do princípio de que as condições de elegibilidade autônomas devem levar em conta a vontade preliminar do eleitor em aceitá-las ou refutá-las para ter o seu ingresso como candidato registrado, e, consequentemente, entrar na disputa por uma vaga de representante popular, a indicação em convenção partidária é a mais importante barreira a ser ultrapassada para que se possa exercer o jus honorum, pois não mais depende da atuação volitiva ou do desiderato do pretenso candidato, mas de uma vontade partidária que poderá restringir os direitos políticos do cidadão.
Pedro Roberto Decomain também admite que, somente, os partidos políticos podem indicar os candidatos, porém a indicação na convenção deve ser aliada ou decorrente de outra condição de elegibilidade, à filiação partidária, afirma o autor:
É portanto, também condição constitucional de elegibilidade – ratificada, além disso, também pela legislação ordinária – decorrente diretamente da exigência da filiação partidária, que os candidatos sejam escolhidos e apresentados pelos partidos. Desta sorte, a pessoa, mesmo sendo filiada a partido político, não pode pleitear candidatura a mandato eletivo, sem que tenha sido escolhida como candidata, em convenção partidária.
 
Os partidos políticos exercem e detém o monopólio das candidaturas uma vez que o nosso sistema eleitoral não admite candidaturas avulsas ou extrapartidárias, diferentemente de outros países como Estados Unidos e Colômbia. Pois bem, não há como excluir das condições de elegibilidade, as condições para o registro da candidatura, ou seja, os trâmites processuais exigidos pela legislação para que se torne apta a candidatura. Contudo, para se registrar a candidatura, é necessário observar diversas condições pessoais do aspirante a candidato, conforme já foram classificadas como condições de elegibilidades próprias ou explícitas.
Então, não há como excluir das condições de elegibilidade, as condições para o registro da candidatura, ou seja, os trâmites processuais exigidos pela legislação para que se torne apta a candidatura. Contudo, para se registrar a candidatura, é necessário observar diversas condições pessoais do aspirante a candidato, conforme já foram classificadas como condições de elegibilidades próprias ou explícitas.
Com relação a não indicação do nacional em convenção partidária, trata-se de uma inelegibilidade, é lúcido esclarecer que, se partir do pressuposto de que antes do registro da candidatura todos são inelegíveis, o que não altera tanto o conteúdo conceitual de inelegibilidade nata. Porém, se considerar que o Brasil adotou como modelo político o Estado Democrático de Direito, onde todos são considerados elegíveis, observadas as condições legais, a não indicação do candidato em convenção partidária torna-se um estorvo à elegibilidade.
Com relação a não indicação do nacional em convenção partidária, trata-se de uma inelegibilidade, é lúcido esclarecer que, se partir do pressuposto de que antes do registro da candidatura todos são inelegíveis, o que não altera tanto o conteúdo conceitual de inelegibilidade nata. Porém, se considerar que o Brasil adotou como modelo político o Estado Democrático de Direito, onde todos são considerados elegíveis, observadas as condições legais, a não indicação do candidato em convenção partidária torna-se um estorvo à elegibilidade.
Por fim, a indicação do nome do pré-candidato em convenção partidária como uma condição de elegibilidade heterônoma, sob a ótica da exigência da vontade pessoal do cidadão postulante a candidato, trata-se de uma espécie de exceção da exceção, ou melhor, uma condição de elegibilidade indireta, pois não depende da vontade exclusiva do filiado, mas de seus correligionários de agremiação, inclusive são ponderados pelos partidos políticos, quando da escolha de seus candidatos, diversos fatores e circunstâncias políticas e legais que transcendem ao controle e aspirações dos pré-candidatos.
Assim sendo, a indicação em convenção partidária apresenta-se como a mais importante condição de elegibilidade por excluir a vontade própria do filiado no pleito da candidatura, o que seria a regra comum ora defendida nesta pesquisa. Não obstante, a indicação em convenção partidária por fugir à regra do livre arbítrio e não se tratar de uma decisão judicial que decreta a perda ou suspensão dos direitos políticos do eleitor, embora impeça, momentaneamente, o registro da candidatura, deve ser entendida como condições de elegibilidade heterônomas.
3.3 Hetero desincompatibilização
Após os esclarecimentos preliminares, existe ainda a espécie da hetero desincompatibilização, ou seja, é necessário que uma terceira pessoa, geralmente vinculadapor parentesco próximo, que não seja o candidato, afaste-se das funções cargo ou emprego para que possa viabilizar a candidatura, em outras palavras, ele é desincompatibilizado por um ato alheio à sua vontade.
Nota-se que o ordenamento jurídico ao estabelecer a incompatibilidade como uma restrição à capacidade eleitoral passiva, tenciona evitar que se cause o desequilíbrio no pleito, seja, diretamente, por ato do próprio candidato ou mesmo de terceiro vinculado a ele.
Seguindo os parâmetros propostos em considerar o livre arbítrio do candidato como critério para classificar a capacidade eleitoral passiva, isto é, a possibilidade de ser votado, não resta dúvida que a hetero desincompatibilização está caracterizada como uma das condições de elegibilidade heterônomas, uma vez que a validade do registro da candidatura depende do desiderato alheio à pessoa do candidato, independentemente, de decisão judicial que o torne inelegível.
4. ILEGIBILIDADE
4.1 Plenitude dos direitos políticos
Plenitude dos direitos políticos ou direitos de cidadania por ser definidos como um contíguo de direitos atribuídos aos cidadãos possibilitando-os, através do voto, a exercer cargos públicos ou a utilizar de outros instrumentos legais e constitucionais e possibilita a efetiva participação nas atividades de governo, além de influenciar nessas atividades.
O pleno gozo dos direitos políticos quer dizer estar habilitado para alistar-se concorrer as eleições e/ou a cargos eletivos e a receber nomeações a certos cargos públicos não eletivos. Possibilita também a exercer o direito de voto em eleições, plebiscitos e referendos, a fazer apresentações de projetos de lei através da iniciativa popular além de poder propor ação popular. 
4.2 Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado
Essa possibilidade está prevista no art. 15, I, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que diz “Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado”. A restrição imposta atinge tanto a capacidade eleitoral ativa, que é o direito a votar, quando a capacidade eleitoral passiva, que é o direito a ser votado. 
O caput do art. 15 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, expressa de forma indubitável que a cassação é vedada, sendo possível somente a perda ou suspenção. A impossibilidade de cassação tem peso histórico, como bem diz Letícia Souza (2020):
A Constituição atual não difere, como fazia a pretérita, as hipóteses de perda e de suspensão. Prevalece na doutrina o entendimento de que somente é perda a previsão do art. 15, 1, de natureza mais definitiva; as demais alíneas são exemplos de suspensão, diante de seu caráter temporário.
4.3 Condenação transitada em julgado
Suspendem-se os direitos políticos por "condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos, diz o Art. 15, III, da Constituição Federal.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
[...]
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
A pendência de pagamento da pena de multa, ou sua cominação isolada nas sentenças criminais transitadas em julgado, tem o condão de manter/ensejar a suspensão dos direitos políticos prevista pelo art. 15, III, da Constituição Federal. O registro inserido na base de perda e suspensão de direitos políticos somente será desativado quando cessados os motivos da suspensão, o que deverá ser comprovado pelo interessado ou comunicado pelo órgão competente. Nos termos do art. 1º, i, e, da LC nº 64/90.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
[...]
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;
8. de redução à condição análoga à de escravo;
9. contra a vida e a dignidade sexual; e
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;
 O prazo de inelegibilidade, hipótese que abrange somente os condenados pelos crimes previstos no mencionado dispositivo, projeta-se por oito anos após o cumprimento da pena imposta, seja ela privativa de liberdade, restritiva de direito ou multa. Necessidade de reiteração às corregedorias regionais eleitorais da orientação adotada por corte superior em relação ao tema.
4.4 Improbidade administrativa 
O art. 1º, inciso I, alínea l, da Lei Complementar nº 64/1990, dispõe que são inelegíveis para qualquer cargo:
[...] os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena.
A condenação nesse sentido é, portanto, causa de inabilitação, cabendo à Justiça Eleitoral verificar, em momento oportuno do processo (por exemplo, no registro de candidatura), se a decisão condenatória do processo administrativo sobre o qual a ação é improvável: a) tenha transitado em julgado ou tenha sido declarado pelo órgão colegiado; b) o resultado de um ato doloso; c) Condenar o responsável pelo ato de lesar bens públicos e enriquecimento ilícito.
A aplicação do terceiro requisito gerou controvérsia doutrinária e jurídica, que foi dirimida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou que, para a incidência dessa causa de inelegibilidade, é necessário que a condenação pela prática de ato doloso de improbidade administrativa implique, cumulativamente, lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito.
 A Lei nº 8.429/1992 regulamentou o § 4º do art. 37 da Constituição Federal de 1988. Prevê essa lei três ordens de atos de improbidade: a) os que importam em enriquecimento ilícito do agente (art. 9º); b) os que causam lesão ao patrimônio público/dano ao erário (art. 10º); e c) os que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11). A cada uma das espécies foram atribuídas penalidades/sanções próprias, conforme seu art. 12.
 As sanções no Direito Administrativo estão adstritas aos princípios da legalidade e da tipicidade, como consectários das garantias constitucionais. As condutas e penalidades da Lei nº 8.429/1992 são prescrições dotadas de tipicidade semelhante ao princípio da tipicidade do Direito Penal.
 Portanto, o pressuposto para a consideração da causa de inelegibilidade é que tenha havido condenação pela Justiça Comum, pois a Justiça Eleitoral não é competente para condenar por ato de improbidade administrativa, sob pena de violar os limites objetivos da lide (CPC, art. 468 – quando ainda não transitado em julgado o título judicial) ou da coisa julgada (CPC, arts. 467 e 469) e usurpar a competência do órgão judiciário comum. Além disso, se não houve condenação no dispositivo do título judicial, a Justiça Eleitoral estaria processando e julgando novamente pelos mesmos fatos, o que é vedado, inclusive pelo art. 474 do CPC, que trata da eficácia preclusiva da coisa julgada.
 Nesse contexto, parece incabível que a Justiça Eleitoral faça um novo exame da causa julgada pela Justiça Comum para ampliar a condenação com base apenas na fundamentação do acórdão, sem quetenha constado a conduta típica (de forma cumulativa) e a sanção no dispositivo, julgando novamente os fatos e valorando as provas, com o objetivo de afirmar que o réu na ação de improbidade administrativa também praticou conduta da Lei nº 8.429/1992, que não consta do dispositivo, a fim de reconhecer a causa de inelegibilidade prevista no artigo 1º, I, alínea l, da Lei Complementar nº 64/1990.
4.5 Lei n. 64/90 e LC n. 135/10 
 Doutrinariamente, o conceito de inelegibilidade está diretamente ao dever de impedimento ao exercício do direito da capacidade de praticar a cidadania passiva, sendo a este modo, a impossibilidade que todo cidadão nacional sofre de ocupar cargo político-eletivo, podendo ser considerado, assim como está descrita em várias obras, o fator negativo e impeditivo de um indivíduo tem de ocupar e exercer a capacidade eleitoral passiva do nacional, permanecendo este como inapto para receber votos e exercer qualquer mandato representativo público, tratando-se de uma barreira intransponível. Porém, apesar de não poder ser votado (exercer a cidadania passiva) poderá votar (exercer a cidadania ativa), então todo aquele que não puder votar não pode ser votado, mas nem todos que votam podem ser votados. Esse impedimento, tanto está previsto constitucionalmente, como infra constitucionalmente ou legais. As hipóteses de impedição a elegibilidade constitucionais estão previstas no artigo 14, nos parágrafos 4º ao 7º da Lei Maior, quanto que as infraconstitucionais ou legais perfazem a Lei Complementar nº 64.
Objetivando proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício de mandatos eletivos, foi aprovada, em 2010, a Lei Complementar 135, a qual teve por escopo alterar a LC 64/90, com novas hipóteses de inelegibilidades. Resultado de forte mobilização popular, a LC 135, também chamada de “Lei da Ficha Limpa”, arrecadou mais de 1,3 milhões de assinaturas de cidadãos brasileiros para que fosse possível a apresentação do projeto de lei perante o Congresso.
 Uma das alterações mais relevantes foi a ampliação, de três para oito anos, do prazo de inelegibilidade para o condenado por abuso de poder político ou econômico. Dessa maneira, o texto do artigo 1º, I, “d”, assim passou a vigorar: “os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso de poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarão nos 8 anos seguintes”.
 O aumento do período de inelegibilidade também alterou o artigo 22, XIV: “Julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, combinando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos oito anos da eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para a instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar”.
 No caso hipotético de um político condenado, em 2009, por abuso do poder econômico, seu prazo de inelegibilidade seria de três anos. Nas eleições de 2014, acreditando estar apto ao pleito de prefeito de sua cidade, após apresentar o registro de sua candidatura, descobriu que o Ministério Público Eleitoral ajuizou contra ele Ação de Impugnação de Candidatura, alegando que ainda que a Lei da Ficha Limpa tenha entrado em vigor após os atos causadores de sua condenação, a LC 135/10 teria efeito retroativo, atingindo fatos pretéritos. Desta feita, o período de inelegibilidade que antes se imaginava findar em 2012, passaria para 2017. 
4.6 Inatividade ou reprovação das contas 
Inatividade ou reprovação das contas, ocorre através da prestação de contas de campanha que é exigida de todos os candidatos que participaram do pleito eleitoral, ainda que tenham renunciado ao longo do período. A finalidade principal da prestação de contas é verificar a regularidade na arrecadação e aplicação dos recursos de campanha feitas ao longo do período eleitoral, com o intuito de preservar a transparência das transações financeiras dos candidatos. No que diz respeito à análise das prestações de contas, a Justiça Eleitoral pode decidir pela aprovação, pela aprovação com ressalvas, pela desaprovação ou pela não prestação.
Relativo à aprovação das contas, seja com ou sem ressalvas, não haverá repercussão negativa na esfera do candidato. Já em relação à não prestação de contas, ao candidato que não as apresentar será negada a certidão de quitação eleitoral (comprovante de que está regular perante a Justiça Eleitoral) pelo prazo do mandato ao qual concorreu e, ultrapassado esse prazo, até que as contas sejam apresentadas.
4.7 Inelegibilidade por condenação parlamentar.
O parágrafo 9º do artigo 14 da Constituição da República reservou à Lei Complementar a possibilidade e considerar outras causas de inelegibilidade, além daquelas indicadas no próprio texto constitucional. A estipulação dessas outras causas de inelegibilidade, a que tivessem por escopo proteger a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e resguardar a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
O artigo 1° alínea e, da Lei Complementar 135/2010 delimita que: 
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: 
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 
8. de redução à condição análoga à de escravo; 
9. contra a vida e a dignidade sexual; e 
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;
A inelegibilidade aqui transcrita constitui um plus em relação à suspensão dos direitos políticos, imposta pelo artigo 15, III, da Constituição da República, a todo aquele que sofre condenação criminal, enquanto durarem os respectivos efeitos, qualquer que tenha sido a infração penal cometida. Não se pode perder de vista que os direitos políticos compreendem, de um lado, o direito de votar e, de outro, o de ser votado. 
4.8 Inelegibilidade reflexa
A Inelegibilidade reflexa esta da prevista no art. 14, §5º e 7º da Constituição federal e no art. 1.º, §1.º, da Lei Complementar 64/90, também chamada inelegibilidade reflexa por parentesco. O referido parágrafo 7º do art. 14, dispõe expressamente que: 
§7º “são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de estado ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
Podemos afirmar, portanto, que essa hipótese de inelegibilidade pretende evitar que o titular do mandato, visando favorecer cônjuge, companheiro ouparente, utilize a máquina pública em favor da candidatura pretendida, mantendo o grupo familiar à frente do Poder Executivo, violando o princípio republicano, que é marcado justamente pela alternância no poder. Em virtude da consequência do reconhecimento de qualquer hipótese de inelegibilidade, afastando o candidato da disputa e muitas vezes repercutindo até mesmo na escolha popular, as inelegibilidades devem ser interpretadas restritivamente, a fim de garantir a máxima efetividade ao direito fundamental à elegibilidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Por tudo isso, o presente trabalho busca de forma simplificada e de fácil entendimento apresentar as principias conceitos e diferenças acerca das condições de elegibilidade autônomas, condições de elegibilidade heterônomas e inelegibilidades que fazem parte do âmbito jurídico eleitoral. Condições essas que visam a tornar o sistema eleitoral, justo e integro, já que ele contribui diretamente em diversos setores do país como a economia, a administração pública, o patrimônio público, o mercado financeiro, crimes e tantas outras vertentes do âmbito nacional.
Desta maneira, é possível filtrar previamente os indivíduos com direito a ter acesso a cargo eletivo, possibilitando corrigir uma falha do sistema eleitoral, causada pela informação imperfeita sobre as características dos candidatos, pelos interesses diversos dos eleitores e pela incredibilidade das promessas eleitorais. Tendo o objetivo de conter os atos de corrupção na gestão da coisa pública e de evitar a infiltração do crime organizado nas instituições públicas. Além disso constituir um complemento ao cenário político, que, por meio de alterações no processo eleitoral, pretende reduzir os incentivos ao uso da corrupção como instrumento de barganha política.
REFERENCIAS 
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BRASIL. Constituição Da República Federativa Do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 25 de maio 2022.
BRASIL. Glossário Eleitoral. Disponível em: <https://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/termos-iniciados-com-a-letra-a>. Acesso em: 25 mai. 2022.
BRASIL. LEI COMPLEMENTAR Nº 64, DE 18 DE MAIO DE 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp64.htm>. Acesso em: 25 de maio 2022.
BRASIL. Lei complementar nº 64/90, art. 1º, I, e, 1 a 10. Disponível em: <Art. 1 lei de Inelegibilidade - LC 64/90 (jusbrasil.com.br)>. Acesso em: 05 de maio de 2022.
BRASIL. Lei nº 8.429/1992, arts. 9º, 10º e 12. Disponível em: <Improbidade administrativa culposa - Jus.com.br | Jus Navigandi >. Acesso em: 20 de maio de 2022.
COSTA, Adriano Soares da. Instituições de Direito Eleitoral. 8 ed. rev. e ampl., atual. Rio de Janeiro: Lúmen Júris. 2009. 
DECOMAIN, Pedro Roberto. Elegibilidades e inelegibilidades. 2. ed. São Paulo: Dialética, 2004.
DI PRIETO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OSÓRIO, Fábio Medina Osório. Direito Administrativo sancionador, RT, 2000. e STJ. Resp. 879360. DJU 11.9.2008.
 SOUZA, Letícia. Art. 15 da CF/88 [COMENTADO]. DICAS CONCURSOS. Disponível em: <https://www.dicasconcursos.com/art-15-da-cf-88-comentado/>. Acesso em: 25 maio de 2022.

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