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Prefeitura Municipal de Fortaleza Instituto Dr. José Frota Centro de Tratamentos Queimados Unidade de Nutrição e Dietética SUPORTE NUTRICIONAL NO QUEIMADO Ricardo Vasconcelos de Oliveira, MSc ricardo.fortaleza@hotmail.com Objetivos 1. Relacionar a etiologia e a fisiopatologia com as alterações metabolicas decorrentes do trauma térmico; 2. Relacionar as alterações metabólicas com a dietoterapia da queimadura; 1. Definição; 2. Epidemiologia; 3. Etiologia; 4. Fisiopatologia; 5. Metabolismo; 6. Assistência nutricional: - Terapia nutriciona; - Imunomodulação; SUPORTE NUTRICIONAL NO QUEIMADO Queimaduras Feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Queimaduras Atuam nos tecidos de revestimento do corpo, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. 2/3 DOS ACIDENTES OCORREM DENTRO DO AMBIENTE DOMICILIAR; 33% DAS VÍTIMAS SÃO CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS; O PRINCIPAL AGENTE CAUSAL É LÍQUIDO/ALIMENTO SUPER AQUECIDO (37%); Epidemiologia (MS, SBQ) Causas de Queimaduras (etiologia) Causas de Queimaduras Causas de Queimaduras Extensão Profundidade Gravidade Quanto ao agente causal Classificação Classificação: Agente Causal Físicos: a) Temperatura: (CALOR) vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, (FRIO); b) Eletricidade: corrente elétrica, raio, etc; c) Radiação: sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas, nucleares, etc. Químicos a) Ácidos; b) Bases; c) Combustíveis; d) Solventes orgânicos; Classificação: Agente Causal Biológicos: a) Animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc; b) Vegetais: o látex de certas plantas, urtiga, etc. Classificação: Agente Causal Classificação: Profundidade Pele Normal Classificação: Profundidade Queimadura de 1o Grau Classificação: Profundidade Classificação: Profundidade Queimadura de 2o Grau: Surperfial Profunda Classificação: Profundidade Queimadura de 2o Grau: Surperfial Profunda Classificação: Profundidade Queimadura de 3o grau Classificação: Profundidade Queimadura de 2o grau Classificação: Profundidade Classificação: Profundidade Extensão: Lund Browder Pequeno queimado: 1° e 2º em até 10% da SCQ Médio queimado: 1° e 2o entre 10% e 25% de SCQ, ou de 3° com até 10% da SCQ, ou lesões de mão e/ou de pé GRANDE QUEIMADO: 1° e 2° maior que 26% da SCQ, ou de 3° com mais de 10% da SCQ, ou lesões de períneo Classificação: Gravidade Lesão inalatória, politrauma, TCE, trauma elétrico, choque, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática, distúrbios de hemostasia, embolia pulmonar, IAM, infecção grave, síndrome comportamental e doenças consuptivas. MS, 2000 Fisiopatologia Fisiopatologia Fisiopatologia Agressão do tecido Vaso Pele Exposição do Colágeno Liberação de Substâncias Vasoativas Fisiopatologia Extravasamento de Plasma (Eletrólitos , Proteínas e etc) Fisiopatologia Fisiopatologia (1) AGRESSÃO AO TECIDO Mastócitos Exposição de Colágeno Histamina APC Sist. Calicreína Cininas Fosfolipase Ac. Araquidônico PGE outros 2º Risco Perda De Eletrólitos (2) PERDA DA BARREIRA MECÂNICA Alterações no Sistema Imune Invasão de Bactérias 3º Risco Sepse/ Ch Séptico (3) RESPOSTA METABÓLICA Aumento do Catabolismo Liberação de Hormônios Uso das reservas energéticas 4º Risco Acidose Metabólica 1º Risco Ch Hipovolêmico Fisiopatologia Fisiopatologia Fisiopatologia FISIOPATOLOGIA: Alterações Imunológicas Perda da Barreira Mecânica Alterações no Sistema Imune Invasão de Bactérias ação Fagocítica e da atividade Bactericidados Neutrófilos Diminuição das Ig Aumento do número de cel. Ts 3º Risco Sepse – Ch. Séptico RESPOSTA METABÓLICA Resposta Metabólica 1º Fase Hipometabolismo do DC do consumo de O2 Liberação de subs. Vasoativas ( IL, Prostaglandinas, TNF-, Leucotrienos) 2º Fase Hipermetabolismo do Catabolismo Liberação de Hormônios Uso das reservas energéticas Resposta Metabólica PERFIL DOS MEDIADORES FISIOPATOLOGIA CARACTERÍSTICAS DAS FASES METABÓLICAS QUE OCORREM APÓS A LESÃO RESPOSTA DA FASE INICIAL (EBB): Choque HIPOVOLÊMICO ↓ Perfusão tecidual ↓ Taxa metabólica ↓ Consumo de oxigênio ↓ Pressão sanguínea ↓ Temperatura corporal FASE DE FLUXO (FLOW): RESPOSTA AGUDA Predomina o CATABOLISMO ↑ Glicocorticóides ↑ Glucagon ↑ Catecolaminas ↑ Taxa metabólica ↑ Consumo de oxigênio RESPOSTA ADAPTATIVA Predomina o ANABOLISMO ↓ Glicocorticóides ↓ Glucagon ↓ Catecolaminas ↓ Taxa metabólica ↑ Consumo de oxigênio Resposta Metabólica Resposta Metabólica Resposta Metabólica Resposta Metabólica Assistência Nutricional (Res CFN n. 380/2005) Assistência Nutricional 1. Diagnóstico Nutricional; 2. Objetivos do tratamento; 3. Necessidades Nutricionais; 4. Tratamento Dietoterápico 5. Acompanhamento Nutricional 6. Alta em Nutrição Diagnóstico Nutricional Ex. Clinico Ex. Dietético REC24h Frequência Alimentar Antropometria Exames laboratoriais Proteínas plasmáticas Linfocitometria e PSC Balanço nitrogenado Índice de creatinina / altura DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Exame Clínico: - Anamnese clínica - Ex. Físico DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Exame Clínico DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Exame Clínico: Anamnese •Identificação; •Queixa Principal; •História da doença atual; •História da Doença Pregressa; •História Social; •Avaliação do Estado Mental •Funcionamentos de órgãos e sistemas; História Clinica DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Exame Clínico:Ex.Físico Tecido adiposo Tecido muscular Hidratação Peristalse Comorbidades Funcionamentos de órgãos e sistemas Exame físico DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL • Consumo Alimentar: • Energia; • Proteína; • Carboidratos; • Lipídios; • Micronutrientes; • Hábitos dietéticos; Exame. Dietético DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL Exame Antropométrico: Estatura; Peso Corporal; Sexo; Idade; IMC; Dobras cutâneas; Circunferências; Antropometria DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Exame Laboratorial: Proteína Total; Albumina / globulina; Transf./pré-albumina; Hemograma/leucograma; Nitrogênio ureico; Creatinina urinária; ICA; Minimizar os efeitos deletérios causados pelo trauma térmico, prevenir a infecção, acelerar a cicatrização da ferida e a retenção do enxerto, reduzir o número de intervenções cirúrgicas e o tempo de permanência hospitalar. Objetivo Objetivos Minimizar a resposta metabólica; Restaurar o equilíbrio dos líquidos e eletrólitos; Evitara perda de peso; Prevenir a úlcera de Curling e a translocação bacteriana; Atingir as necessidades nutricionais de energia, proteínas, micronutrientes e de fibra dietética; Necessidades Nutricionais Energia; Proteína; Carboidratos; Lipídios; Vitaminas / minerais; Fibra dietética (?) Modulação (?) Tratamento Nutricional Tratamento: Via de acesso Dieta Oral TNE (grande queimado, queimado crítico) Gástrica ou pós-pilórica? ESPEN, 2006 / 2013: “Não há diferença na eficácia da alimentação gástrica X jejunal” FERREIRA, 2007: “Pós-pilórica reduz os casos de regurgitação, pneumonia aspirativa e melhora a quantidade de NE ingerida” MASTERS and WOOD, 2008: “Pós-pilórica minimiza distúrbios gastrointestinais” Oferta de Energia: Estimativa CALORIMETRIA INDIRETA CURRERI DAVIES E LILIJEDAHL HARRIS BENEDICT IRETON-JONES / SCHOFIELD TORONTO SOBOTKA, 2008; LIMA JÚNIOR, 2008; MONTEIRO, 2007; MASTERS & WOOD, 2008 CURRERI 3g/kg ALEXANDER 22 – 25% da energia diária DAVIES E LILIJEDAHL: Adulto: 1g/kg peso/dia + 3g x % SCQ Criança: 3g/kg peso/dia + 1g x % SCQ MOLNAR 2,5g/kg CUNNINGHAN E COLS 2,5-3,0/kg de peso 20 – 25% do total de energia Estimativa de Proteína LIMA JÚNIOR, 2008; MONTEIRO, 2007; WAITZBERG, 2004; SCOTT-STUMP, 2007 Proteínas da Dieta Percentual de Carboidratos Até 60% do VCT (LIMA JÚNIOR, 2008) 60-65% do VCT (KNOBEL,2005) 60% do VCT (WAITZBERG, 2004) Percentual de Carboidratos Percentual de Lipídeos 15% - 20% do VCT (KNOBEL, 2005) Até 30% do VCT (LIMA JÚNIOR, 2008) 20% - 30% do VCT (WAITZBERG, 2004) 10% AGPI: 7% W-6/ 3% W-3 10% a 15% AGMI 8% a 10% AGS (LIMA JÚNIOR, 2008) IMUNOMODULAÇÃO Arginina Glutamina AGPI Vitaminas Minerais ARGININA Retenção nitrogenada. (knobel, 2005) Funcionalidade de linfócitos T e das cels. NK e a síntese de N. (CYNNOBER & MOORE, 2003) Poliaminas,AN,AA,Tec.conectivo e NO. (TIRAPEGUI, 2006) Secretagogo de insulina, prolactina e GH (TIRAPEGUI, 2006) GLUTAMINA Glutationa, purinas, nucleotídeos e amino- açúcares; Combustível para enterócitos, colonócitos e cels. do sist. imune e para amoniagênese renal; Integridade estrutural e funcional da mucosa intestinal; Função imune (imunidade mediada por células); 58% em grandes queimados. TIRAPEGUI, 2006; LIMA JÚNIOR, 2008 ÁCIDOS GRAXOS -3 Antagoniza a síntese de eicosanóides inflamatórios derivados do ác. Araquidônico; Precursor de família de eicosanóides que apresentam efeitos biológicos fracos; estímulo à cicatrização na fase inflamatória citocinas inflamatórias. CURY e col, 2002; THOMPSON, 2003 Modulação da Resposta Inflamatória Cicatrização VITAMINAS Vitamina E Prevenção da oxidação dos fosfolipídeos das membranas; Antioxidante. MEYER, 1994 Vitamina C Atuação na função dos macrófagos e neutrófilos; Antioxidante; Hidroxilação do colágeno; Vitamina A inflamação local, da epitelização, da síntese de colágeno, da fibroplasia e da angiogênese; Síntese de glicoproteínas e proteoglicans; IMUNOMODULAÇÃO Imunonutrientes Recomendação Glutamina 0,57g/kg/dia (WINDLE, 2006) Arginina 2 a 3% VET / 17g /dia em idosos (LIMA JÚNIOR, 2008) 4% VET (TIRAPEGUI, 2006) FIBRA DIETÉTICA 25g/dia ou 12,5g/1000 Kcal (LIMA JÚNIOR, 2008) AGPI w-6/w-3 = 5:1 (LIMA JÚNIOR, 2008) Crianças < 3anos Crianças > 3anos Adolescentes/ Adultos SCQ<20% Complexo multivitamínico (Vitaminas D, B1,B2) Complexo multivitamínico (Vitaminas D, B1,B2) SCQ>20% Vitamina C: 500mg Vitamina A: 5000UI Sulfato de Zinco:100mg Vitamina C :1 a 3g Vitamina A: 10000UI Sulfato de Zinco: 220 - 600mg Selênio: 200µg Vitamina E , Cobre SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA E MINERAL LIMA JÚNIOR, 2008 Conclusão: “Os dias prósperos não vêm por acaso, nascem de muita fadiga e persistência” (Henry Ford) Obrigado
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