Buscar

PMSUS 6 - ISTs

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 PMSUS 5 
1- Definir a etiologia, fatores de risco, modos de transmissão e epidemiologia das 
doenças citadas (hepatites, HIV, cancro mole, sífilis, uretrites) 
HEPATITES 
Tipos 
Os diferentes tipos de hepatite são: A, B, C, D, E, F, G, hepatite autoimune, hepatite 
medicamentosa e hepatite crônica. 
Hepatite A 
É uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV), também conhecida como 
“hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter 
benigno; contudo, o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade. 
Etiologia 
A hepatite A é causada por um vírus RNA de fita simples positiva, que pertence à 
família Picornaviridae, denominado vírus da hepatite A (HAV), que se replica no 
fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na transmissão pela via 
fecal-oral. O HAV interfere na função hepática, desencadeando uma resposta imune 
que leva à inflamação no fígado. 
Fatores de risco 
• Viajar para regiões com altos índices de contaminação por hepatite A 
• Ingerir água não filtrada 
• Comer frutos do mar crus ou mal cozidos 
• Ser HIV positivo com sistema imunológico comprometido. 
Modo de transmissão 
A transmissão da hepatite A é fecal-oral (contato de fezes com a boca). A doença tem 
grande relação com alimentos ou água não seguros, baixos níveis de saneamento 
básico e de higiene pessoal (OMS, 2019). Outras formas de transmissão são os 
contatos pessoais próximos (intradomiciliares, pessoas em situação de rua ou entre 
crianças em creches) e os contatos sexuais (especialmente em homens que fazem 
sexo com homens – HSH). A estabilidade do HAV no meio ambiente e a grande 
quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados contribuem para a 
transmissão. Crianças podem manter a eliminação viral até cinco meses após a 
resolução clínica da doença. No Brasil e no mundo, há também relatos de casos e 
surtos que ocorrem em populações com prática sexual anal, principalmente a que 
propicia o contato fecal-oral (sexo oral-anal). 
Epidemiologia 
Em países de renda média, com a economia em transição e condições sanitárias 
variáveis – situação atual do Brasil –, há uma redução no número de pessoas que 
têm contato com o vírus da hepatite A na infância e, consequentemente, um 
aumento no número de pessoas que estão sujeitas a terem a infecção mais tarde. A 
ausência de contato com o vírus na infância pode levar a um aumento da 
possibilidade de surtos na comunidade (OMS, 2018; LEMON et al., 2018). No Brasil, 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hiv
 
2 PMSUS 5 
os casos de hepatite A concentram-se, em sua maioria, nas regiões Norte e Nordeste, 
que juntas reúnem 55,7% de todos os casos confirmados no período de 1999 a 
2018. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 17,7%, 15,4% e 11,2% dos 
casos do país, respectivamente. 
Hepatite B 
É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite 
(HBV). O HBV está presente no sangue e secreções, e a hepatite B é também 
classificada como uma infecção sexualmente transmissível. Inicialmente, ocorre 
uma infecção aguda e, na maior parte dos casos, a infecção se resolve 
espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas, sendo considerada 
de curta duração. Essa resolução é evidenciada pela presença de anticorpos 
chamados anti-Hbs. 
Contudo, algumas infecções permanecem após esse período, mantendo a presença 
do marcador HBsAg no sangue. Nesses casos, a infecção é considerada crônica. O 
risco de a infeção tornar-se crônica depende da idade do indivíduo. As crianças, por 
exemplo, têm maior chance de desenvolver a forma crônica. Naquelas com menos 
de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. 
Por essa razão, é extremamente importante realizar a testagem de gestantes 
durante o pré-natal e, caso necessário, realizar a profilaxia para a prevenção da 
transmissão vertical. Em adultos, cerca de 20% a 30% das pessoas adultas 
infectadas cronicamente pelo vírus B da hepatite desenvolverão cirrose e/ou câncer 
de fígado. 
Etiologia 
A hepatite viral B é causada por um vírus pertencente à família Hepadnaviridae, o 
vírus da hepatite B (HBV). É um DNA-vírus envelopado, com fita de DNA dupla 
incompleta e replicação do genoma viral por enzima transcriptase reversa. 
Fatores de risco 
• Ter relações sexuais desprotegidas com vários parceiros, pois tem maior 
chance de algum ser portador do vírus sem saber 
• Ter sido diagnosticado com outra doença sexualmente transmissível, 
como gonorreia e clamídia 
• Compartilhar seringas durante aplicação de drogas injetáveis 
• Trabalhar em áreas de saúde, com exposição a sangue 
• Viajar para regiões em que há altos índices de infecção por HBV, como África, 
sudoeste e região central da Ásia e Leste Europeu 
Modo de transmissão 
A epidemiologia da hepatite B não é homogênea no cenário nacional (LOPES; 
SCHINORI, 2011). Essa infecção apresenta uma concentração dos casos na região 
Amazônica, e em alguns pontos da região Sul. Além disso, alguns grupos são 
considerados mais vulneráveis à infecção pelo aumento de sua exposição ao vírus, 
a saber: trabalhadores do sexo, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de 
liberdade e pessoas em situação de rua. No período de 1999 a 2018, foram 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/gonorreia
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/clamidia
 
3 PMSUS 5 
notificados 233.027 casos confirmados de hepatite B no Brasil, período com poucas 
variações na taxa de detecção, atingindo 6,7 casos para cada 100 mil habitantes no 
país em 2018. As taxas de detecção das regiões Sul e Norte têm se mostrado 
superiores à taxa nacional. 
Epidemiologia 
O HBV pode sobreviver por períodos prolongados fora do corpo (BOND et al., 1981), 
e tem maior potencial de infecção que os vírus da hepatite C (HCV) e da 
imunodeficiência humana (HIV), em indivíduos suscetíveis. As principais formas de 
transmissão são: 
• Relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; 
• Da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; 
• Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, 
cachimbos); 
• Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e 
depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou 
cortam); 
• Na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos 
odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; 
• Por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas 
e soluções de continuidade); 
• Transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993). 
Hepatite C 
É um processo infeccioso e inflamatório, causado pelo vírus C da hepatite (HCV) e 
que pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a forma 
mais comum. A hepatite crônica pelo HCV é uma doença de caráter silencioso, que 
evolui sorrateiramente e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no 
fígado. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tronam crônicos e, em média, 
20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. Uma vez estabelecido o diagnóstico 
de cirrose hepática, o risco anual para o surgimento de carcinoma hepatocelular 
(CHC) é de 1% a 5% (WESTBROOK; DUSHEIKO, 2014). O risco anual de 
descompensação hepática é de 3% a 6%. Após um primeiro episódio de 
descompensação hepática, o risco de óbito, nos 12 meses seguintes, é de 15% a 
20% (WESTBROOK; DUSHEIKO, 2014). 
Etiologia 
O vírus da hepatite C (HCV) pertence ao gênero Hepacivirus, família Flaviviridae. É 
um RNA vírus, de fita simples e polaridade positiva. 
Fatores de risco 
• Estar em diálise renal por muito tempo 
• Ter contato regular com sangue (profissionais da área de saúde, por exemplo) 
• Compartilhar seringas, lâminas, agulhas e outros objetos suscetíveis à 
contaminação de sangue de alguém que tenha hepatite C 
• Receber transfusão de sangueantes de julho de 199 
 
4 PMSUS 5 
• Receberam sangue ou órgãos de um doador que tem hepatite C. 
Modo de transmissão 
A transmissão do HCV pode acontecer por: 
• Contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, 
seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos); 
• Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou 
odontológicos; 
• Falha de esterilização de equipamentos de manicure; 
• Reutilização de material para realização de tatuagem; 
• Procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, transfusão) sem os 
devidos cuidados de biossegurança; 
• Uso de sangue e seus derivados contaminados; 
• Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum); 
• Transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum). 
A hepatite C não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual, 
como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa 
infectada. 
Epidemiologia 
A hepatite C é considerada uma epidemia mundial. No Brasil, um modelo matemático 
desenvolvido em 2016 estimava que cerca de 657 mil pessoas tinham infecção ativa 
pelo HCV e, portanto, indicação de tratamento. Entre os anos de 1999 a 2018, foram 
notificados 359.673 casos de hepatite C no Brasil. A maior parte dos indivíduos 
infectados pelo HCV desconhece seu diagnóstico. 
A maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 
anos, sendo mais frequentemente encontrada nas regiões Sul e Sudeste do país. 
Pessoas submetidas a hemodiálise, privados de liberdade, usuários de drogas e 
pessoas vivendo com HIV são exemplos de populações mais vulneráveis à infecção 
pelo HCV. Atualmente, são conhecidos seis genótipos do vírus C da hepatite. O 
genótipo 1 é o mais prevalente no mundo, sendo responsável por 46% de todas as 
infecções pelo HCV, seguido pelo genótipo 3 (30%) (MESSINA et al., 2015; OMS, 
2016). O mesmo se observa no Brasil, com pequenas variações na proporção de 
prevalência desses genótipos. 
Hepatite D 
É uma infecção causada pelo vírus D da hepatite (HDV). A hepatite D, também 
chamada de Delta, está associada com a presença do vírus B da hepatite (HBV) para 
causar a infecção e inflamação das células do fígado. Existem duas formas de 
infecção pelo HDV: coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção pelo HDV em 
um indivíduo com infecção crônica pelo HBV. A hepatite D crônica é considerada a 
forma mais grave de hepatite viral crônica, com progressão mais rápida para cirrose 
e um risco aumentado para descompensação, carcinoma hepatocelular (CHC) e 
morte (FATTOVICH et al., 2000; MALLET et al., 2017). 
 
5 PMSUS 5 
Etiologia 
O vírus da hepatite D (HDV) é um RNA subvírus pequeno, esférico e incompleto, que 
precisa do antígeno de superfície HBsAg para se replicar, sendo o causador da 
hepatite D ou Delta. 
Fatores de risco 
Para que aconteça a infecção pelo vírus da hepatite D, o paciente tem que possuir 
hepatite B. Estima-se que aproximadamente 5% dos pacientes com hepatite B, 
possuem também infecção pelo vírus D. A transmissão não é visível, e se dá através 
das mucosas e contato. A transmissão entre membros da mesma família é comum, 
e é facilitada pela falta de higiene. Países em desenvolvimento e com níveis 
socioeconômicos mais baixos são mais afetados. Também é transmitida da mesma 
forma que o vírus da hepatite B, ou seja, durante sexo sem camisinha, durante o 
parto, em compartilhamento de seringas ou por sangue não tratado em transfusões. 
Modo de transmissão 
As formas de transmissão são idênticas às da hepatite B, sendo: 
• Por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; 
• Da mãe infectada para o filho, durante a gestação e parto; 
• Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, 
cachimbos); 
• Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e 
depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou 
cortam); 
• Na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos 
odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; 
• Por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas 
e soluções de continuidade); 
• Transfusões de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993). 
Epidemiologia 
Estima-se que 15 a 20 milhões de pessoas no mundo sejam acometidas pelo HDV 
(CIANCIO; RIZZETTO, 2014). No Brasil, a hepatite D (Delta) apresenta taxas de 
prevalência elevadas na Bacia Amazônica (BRAGA et al., 2013). Atualmente, 41% e 
27% dos casos notificados concentram-se nos estados do Amazonas e Acre, 
respectivamente. Entre 1999 e 2018, foram notificados 3.984 casos confirmados 
de hepatite D no Brasil. A maior ocorrência se deu na região Norte, com 74,9% dos 
casos notificados. As regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste abrangeram 
10,3%, 5,9%, 5,5% e 3,4% dos casos, respectivamente. Em 2018, foram notificados 
145 casos no país, sendo 104 (71,7%) na região Norte. 
Hepatite E 
A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E da hepatite (HEV). O vírus causa 
hepatite aguda de curta duração e autolimitada. Na maioria dos casos, é uma doença 
 
6 PMSUS 5 
de caráter benigno. Porém, a hepatite E pode ser grave na gestante e, raramente, 
causar infecções crônicas em pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência. 
Etiologia 
O vírus da hepatite E (HEV) pertence ao gênero Hepevirus, família Hepeviridae. O HEV 
é um vírus pequeno, não envelopado, formado por uma fita simples de RNA positiva. 
Fatores de risco 
Esta doença geralmente ocorre em surtos devido à má higiene ou falta de 
saneamento básico. 
Modo de transmissão 
O vírus da hepatite E é transmitido principalmente pela via fecal-oral e pelo consumo 
de água contaminada, em locais com infraestrutura sanitária deficiente. Outras 
formas de transmissão incluem: ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados 
de animais infectados (por exemplo, fígado de porco); transfusão de produtos 
sanguíneos infectados; e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê. 
Epidemiologia 
Estima-se que ocorram cerca de 20 milhões de casos anuais pelo HEV no mundo, 
com 3,3 milhões de casos sintomáticos (REIN et al., 2012). A hepatite E não tem 
dados de prevalência significativos no Brasil, mas é muito comum na Ásia e África. A 
transmissão fecal-oral favorece a disseminação da infecção nos países em 
desenvolvimento, nos quais a contaminação dos reservatórios de água mantém a 
cadeia de transmissão da doença. Os genótipos 1 e 2 do vírus acometem apenas 
humanos, com transmissão fecal-oral via água contaminada e casos em locais com 
infraestrutura sanitária frágil. Os genótipos 3 e 4 do HEV causam zoonose, que tem 
como hospedeiro primário o porco. Esses genótipos predominam em países 
desenvolvidos e em alguns países em desenvolvimento, como os da América do Sul 
(genótipo 3). 
Hepatite F e G 
São considerados subgrupos da hepatite C, identificados no início de 1996. 
São raras. 
Hepatite Autoimune 
A hepatite autoimune é uma doença que causa inflamação crônica no fígado que 
acontece devido a alterações do sistema imunológico, que em o sistema 
imune passa a reconhecer as suas próprias células como estranhas e as ataca, 
provocando diminuição do funcionamento do fígado e levando ao aparecimento de 
sintomas como dor abdominal, pele amarelada e fortes náuseas. 
Etiologia 
De acordo com o resultado dos exames de anticorpos, a hepatite autoimune pode 
ser classificada em alguns grupos principais, como: 
 
7 PMSUS 5 
• Hepatite autoimune tipo 1: mais comum entre os 16 e os 30 anos, sendo 
caracterizada pela presença de anticorpos FAN e AML no exame de sangue, 
e pode estar associada ao surgimento de outras doenças autoimunes, como 
tireoidite, doença celíaca, sinovite e colite ulcerativa; 
• Hepatite autoimune tipo 2: surge normalmente em crianças com idade entre 
os 2 e os 14anos, o anticorpo característico é o Anti-LKM1, e pode surgir em 
conjunto com diabetes tipo 1, vitiligo e tireoidite autoimune; 
• Hepatite autoimune tipo 3: parecida com a hepatite autoimune do tipo 1, com 
anticorpo anti-SLA/LP positivo, porém possivelmente mais grave que a tipo 1. 
Fatores de risco 
• Sexo feminino: embora homens também possam desenvolver hepatite 
autoimune, a doença é mais comum em mulheres. 
• Relato de infecções pregressas do tipo: sarampo, herpes simples, vírus 
Epstein-Barr, hepatite A, B ou C. 
• Hereditariedade: Pode ocorrer predisposição genética para hepatite 
autoimune. 
• Associação com outra doença autoimune, como a doença celíaca, artrite 
reumatóide ou hipertiroidismo (doença de Graves ou tireoidite de Hashimoto) 
não é incomum. 
Epidemiologia 
Hepatite autoimune pode ser diagnosticada em pacientes de todas as idades e em 
ambos os sexos, esta é cada vez mais reconhecida como uma doença global. A 
incidência anual média na Europa varia de 1,5 a 2 casos a cada 1000.000 pessoas, 
com uma prevalência pontual de 16,9 casos a cada 100.000 pessoas. Os primeiros 
relatórios sugerem que a hepatite autoimune tem uma distribuição etária bimodal, 
com o primeiro pico entre as idades de 10 e 30 anos, e um segundo entre 40 e 50 
anos; no entanto a proporção do sexo feminino para masculino é de 4/1 na hepatite 
autoimune tipo 1 e 10/1 na tipo 2. No entanto, pacientes do sexo masculino podem 
ter uma chance maior de sobrevivência, apesar de ter um início da doença mais 
precoce que em mulheres. As manifestações clínicas, gravidade e desfechos variam 
substancialmente de acordo com a região e origem étnica. A cirrose é identificada 
com mais frequência na apresentação inicial em negros em comparação com 
caucasianos. Um estudo brasileiro mostrou que em nossa população a evolução 
parecia ser pior e a resposta ao tratamento menor em comparação com a população 
norte-americana. 
Hepatite Medicamentosa 
Etiologia 
Estas hepatites podem ser provocadas por dois mecanismos: toxicidade ou 
idiossincrasia. No primeiro caso, o produto ingerido lesa directamente as células 
hepáticas, pelo que qualquer indivíduo exposto contrai hepatite, de maior ou menor 
gravidade consoante a dose ingerida (é o caso de alguns solventes, como o 
tetracloreto de carbono e de medicamentos como o paracetamol, quando tomado 
 
8 PMSUS 5 
em doses excessivas). Na idiossincrasia a lesão 
depende do próprio indivíduo, só acontecendo em 
pessoas susceptíveis e não depende da quantidade de 
medicamento tomada (é o caso da maioria das 
hepatites medicamentosas). Por vezes a idiossincrasia 
traduz-se por hipersensibilidade (reacção de tipo 
alérgico), podendo a hepatite acompanhar-se doutras 
manifestações, por exemplo cutâneas. 
Fatores de risco 
Pessoas com idade avançada são as mais propensas a desenvolverem a hepatite 
medicamentosa por, na maioria das vezes, fazerem uso de outras medicações, 
ingerirem álcool, além da possível existência de doença hepática prévia. Gravidez, 
consumo de álcool e obesidade também são considerados fatores de risco para o 
desenvolvimento da doença. 
Epidemiologia 
Os dados epidemiológicos de hepatopatia medicamentosa são certamente 
subestimados uma vez que a maioria dos casos é assintomático e não necessita de 
tratamento. Estima-se que lesões mais significativas correspondem a menos de 10% 
dos casos. Por exemplo, na Inglaterra se observa cerca de 22 casos por 1 milhão de 
habitantes, com maior prevalência no sexo feminino. Há poucos dados disponíveis 
em países menos desenvolvidos. 
Hepatite Crônica 
As causas mais comuns da hepatite crônica são 
• Vírus da hepatite B 
• Vírus da hepatite C 
• Esteatose hepática não alcoólica (ENA) 
• Doença hepática alcoólica 
O HBV e o HCV são causas comuns de hepatite crônica; 5 a 10% dos casos de HBV 
com ou sem coinfecção por hepatite D (HDV) e cerca de 75% dos casos de HCV 
tornam-se crônicos. As taxas de desenvolvimento de infecção crônica por HBV são 
mais altas em crianças (p. ex., até 90% dos recém-nascidos infectados e 25 a 50% 
das crianças pequenas). Apesar de o mecanismo de cronificação ser incerto, o dano 
ao tecido hepático é causado principalmente pela reação imunitária do paciente à 
infecção. 
Raramente, o genótipo 3 do vírus da hepatite E foi envolvido na hepatite crônica. O 
vírus da hepatite A não causa hepatite crônica. 
A esteatose hepática não alcoólica é mais frequente em pacientes com pelo menos 
um dos seguintes fatores de risco: 
• Obesidade 
• Dislipidemia 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/hepatite-b-cr%C3%B4nica
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/hepatite-c-cr%C3%B4nica
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/abordagem-ao-paciente-com-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/esteato-hepatite-n%C3%A3o-alco%C3%B3lica
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/hepatite-d
 
9 PMSUS 5 
• Resistência à insulina 
A esteato-hepatite não alcoólica é a forma progressiva da esteatose hepática não 
alcoólica que causa hepatite crônica. Doença hepática alcoólica (uma combinação 
de esteatose hepática, inflamação hepática difusa e necrose hepática) resulta do 
consumo excessivo de álcool. 
Causas menos comuns 
A hepatite autoimune (lesão hepatocelular de mediação imunitária) responde por 
uma alta proporção de hepatite não causada por vírus ou esteatose hepática; as 
características da hepatite autoimune são: 
• A presença de marcadores sorológicos autoimunes (p. ex., anticorpos 
antinucleares, anticorpos antimúsculo liso, anticorpos microssomais 
hepatorrenais) 
• A associação com haplótipos de histocompatibilidade comum nas doenças 
autoimunes (p. ex., HLA-B1, HLA-B8, HLA-DR3, HLA-DR4) 
• Predominância de linfócitos T e células plasmáticas nas lesões histológicas 
hepáticas 
• Defeitos complexos in vitro de imunidade celular e de funções 
imunorregulatórias. 
• A associação com outras doenças autoimunes (p. ex., artrite reumatoide, 
anemia hemolítica autoimune, glomerulonefrite proliferativa) 
• A resposta ao tratamento com corticoides ou imunossupressores. 
Colangite biliar primária (anteriormente chamada de cirrose biliar primária) é um 
processo imunomediado que resulta em lesão do ducto colédoco. Em geral, os 
pacientes apresentam teste positivo para anticorpos antimitocondriais (AMA) e 
elevação da fosfatase alcalina. A maioria dos pacientes com colangite biliar primária 
é do sexo feminino. Os sintomas incluem fadiga, dor articular e prurido. 
Algumas vezes, a hepatite crônica apresenta características tanto de hepatite 
autoimune como de outra doença hepática crônica imunomediada (p. ex., colangite 
biliar primária, colangite esclerosante primária). Essas condições são chamadas de 
síndromes de sobreposição. 
Muitos fármacos, incluindo isoniazida, metotrexato, metildopa, nitrofurantoína, 
tamoxifeno, amiodarona e, raramente, o paracetamol, podem causar hepatopatia 
crônica. O mecanismo varia de acordo com o fármaco e pode envolver respostas 
imunes alteradas, desenvolvimento de esteatose hepática, metabólitos 
intermediários citotóxicos ou defeitos metabólicos geneticamente determinados. 
De forma menos frequente, a hepatite crônica pode resultar da deficiência de alfa-
1-antitripsina, doença celíaca, distúrbio da tireoide, hemocromatose 
hereditária ou doença de Wilson. 
HIV 
Etiologia 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/fibrose-e-cirrose/colangite-biliar-prim%C3%A1ria-cbp
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/defici%C3%AAncia-de-alfa-1-antitripsina
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/doen%C3%A7a-cel%C3%ADacahttps://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/sobrecarga-de-ferro/hemocromatose-heredit%C3%A1ria
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/sobrecarga-de-ferro/hemocromatose-heredit%C3%A1ria
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-nutricionais/defici%C3%AAncia-e-toxicidade-minerais/doen%C3%A7a-de-wilson
 
10 PMSUS 5 
Vírus RNA. Retrovírus atualmente denominado como Vírus da Imunodeficiência 
Humana (HIV), com 2 tipos conhecidos: o HIV-1 e o HIV-2. Antes de 1986, era 
denominado como HTLV-III/LAV. 
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. O HIV é um retrovírus, 
classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas 
propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos 
sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e 
supressão do sistema imune. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, 
responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os 
linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. 
Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a 
infecção. 
Fatores de risco 
Os fatores de risco para o HIV mais prevalentes entre Homens que fazem Sexo com 
Homens são: múltiplos parceiros sexuais, relação sexual desprotegida, sífilis, uso de 
álcool e outras drogas, e sexo anal receptivo. 
Modo de transmissão 
• Sexo vaginal sem camisinha; 
• Sexo anal sem camisinha; 
• Sexo oral sem camisinha; 
• Uso de seringa por mais de uma pessoa; 
• Transfusão de sangue contaminado; 
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na 
amamentação; 
• Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. 
Assim não pega: 
• Sexo desde que se use corretamente a camisinha; 
• Masturbação a dois; 
• Beijo no rosto ou na boca; 
• Suor e lágrima; 
• Picada de inseto; 
• Aperto de mão ou abraço; 
• Sabonete/toalha/lençóis; 
• Talheres/copos; 
• Assento de ônibus; 
• Piscina; 
• Banheiro; 
• Doação de sangue; 
• Pelo ar. 
Epidemiologia 
 
11 PMSUS 5 
No Brasil, o número de casos registrados supera os 700.000, sendo 65% sexo 
masculino e 35% feminino, porém a epidemia vem se estabilizando com o tempo. A 
maioria dos casos está entre 25 a 39 anos, mais vista na região Sudeste. A incidência 
e taxa de mortalidade vem caindo na última década, mas isso representa uma média 
nacional, já que nas regiões Norte e Nordeste a mortalidade continuou aumentando, 
e esse aumento é visto, atualmente, principalmente no sexo masculino na faixa 
etária de 15 a 19 anos, ressaltando a importância de uma contínua estratégia de 
educação em saúde, informando sobre a necessidade das relações sexuais de forma 
segura, evitar compartilhamento de agulhas, entre outros. 
Dos pacientes brasileiros, estima-se que 83% dos portadores de HIV estejam 
diagnosticados e 52% recebem terapia antirretroviral (TARV). Vale ressaltar que a 
notificação de infecção pelo HIV é compulsória no Brasil, mesmo que não haja 
manifestação clínica da AIDS. No cenário mundial, o HIV está presente em cerca de 
33,3 milhões de pessoas e mais de 95% dos acometidos residem em áreas de média 
e baixa renda, e 2/3 estão na África Subsaariana, onde a incidência é maior em 
mulheres. Mesmo com um cenário ainda negativo, existe uma tendência mundial à 
queda da mortalidade, principalmente com as estratégias preventivas e terapêuticas 
bem-sucedidas, além da atenção global sobre o tema, que ganhou ajuda de diversas 
instituições humanitárias. 
CANCRO MOLE 
Etiologia 
É causado pela bactéria Haemophilus ducreyi, bastonete gram negativo. 
Fatores de risco 
• Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas. 
• Estar infectado com o vírus do HIV, causador da Aids. 
Modo de transmissão 
Transmite-se pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso 
da camisinha masculina ou feminina. 
Epidemiologia 
Ocorre principalmente nas regiões tropicais, em comunidades com hábitos precários 
de higiene. 
SÍFILES 
Etiologia 
É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, 
causada pela bactéria Treponema pallidum. 
Fatores de risco 
• Início precoce da atividade sexual. 
• Utilização não adequada dos métodos de barreira. 
• Ter múltiplos parceiros sexuais. 
 
12 PMSUS 5 
Modo de transmissão 
A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa 
infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto. 
Epidemiologia 
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis, em 2019 foram notificados 
152.915 casos de sífilis adquirida em todo o país, com taxa de detecção de 72,8 
casos por 100 mil habitantes. A maior parte das notificações ocorreu em indivíduos 
entre 20 e 29 anos (36,2%). Houve redução de 4,5% na taxa de detecção nacional 
em relação a 2018, que apresentou taxa de 76,2 por 100 mil habitantes. Em 
gestantes, foram 61.127 casos em 2019, com redução de 3,3% em relação ao ano 
anterior (63.182 casos). Em 2019 foram registrados 24.130 casos de sífilis 
congênita, quando a gestante passa a doença para o bebê. 
No Brasil, em geral, nos últimos 10 anos, houve um progressivo aumento na taxa de 
incidência de sífilis congênita: em 2009, a taxa era de 2,1 casos/1.000 nascidos 
vivos e em 2018 chegou a 9,0 casos/1.000 nascidos vivos, reduzindo para 8,2 
casos/1.000 nascidos vivos em 2019. A identificação da doença nos três primeiros 
meses da gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da sífilis da 
mãe para o bebê. Quanto aos óbitos, em 2019 foram registradas 173 notificações 
por sífilis congênita (em menores de um ano). No Brasil, nos últimos 10 anos, houve 
aumento no coeficiente de mortalidade infantil por sífilis que passou de 2,2 por 100 
mil nascidos vivos em 2009, para 5,9 por 100 mil nascidos vivos em 2019. Em 2018, 
o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis foi de 8,9 por 100 mil nascidos vivos. 
URETERITES 
Etiologia 
São divididas entre causadoras de UG e UNG. 
• UG: N. gonorrhoeae. 
• UNG: C. trachomatis (15 a 50%), Mycoplasma genitalium (6 a 20%), T. 
vaginalis, leveduras, HSV, adenovírus, outras bactérias (estreptococos, 
micobactérias e anaeróbios). 
Fatores de risco 
• Fortes: idade entre 15 e 24 anos, sexo feminino, homens homossexuais, 
condições socioeconômicas precárias, IST prévia ou atual, uso irregular de 
preservativo. 
• Fracos: circuncisão. 
Modo de transmissão 
A uretrite não é uma IST, mas pode ser causada por agentes transmitidos via contato 
sexual (vaginal, anal e oral). 
Epidemiologia 
 
13 PMSUS 5 
É doença comum. Estima-se que, no mundo, há cerca de 78 milhões de casos por 
gonorreia e 131 milhões de casos por clamídia ao ano, apresentando-se comumente 
como uretrite nos homens e cervicite nas mulheres. A UNG decorrente de clamídia é 
3 vezes mais frequente que UG. 
2- Entender o funcionamento da linha de cuidado para ISTS na ATB? (seguimento 
terapêutico) 
 
 
 
 
14 PMSUS 5 
 
 
 
3- Explanar o diagnóstico, seu quadro clinico e rastreio das ISTS? (sífilis, hepatites 
sexualmente transmissíveis e HIV) 
SÍFILIS 
Quadro clínico 
A sífilis é dividida em estágios que orientam o tratamento e monitoramento: 
• Sífilis recente (primária, secundária e latente recente): até um ano de evolução; 
• Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de um ano de evolução. 
Sífilis primária: o tempo de incubação é de dez a 90 dias (média de três semanas). 
A primeira manifestação é caracterizada por uma úlcera rica em treponemas, 
geralmente única e indolor, com borda bem definida e regular, base endurecida e 
fundo limpo, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo 
uterino, ânus, boca, ou outros locais do tegumento), sendo denominada “cancro 
duro”. A lesão primária é acompanhada de linfadenopatiaregional (acometendo 
linfonodos localizados próximos ao cancro duro). Sua duração pode variar muito, em 
 
15 PMSUS 5 
geral de três a oito semanas, e seu desaparecimento independe de tratamento. Pode 
não ser notada ou não ser valorizada pelo paciente. Embora menos frequente, em 
alguns casos a lesão primária pode ser múltipla. 
Sífilis secundária: ocorre em média entre seis semanas a seis meses após a 
cicatrização do cancro, ainda que manifestações iniciais, recorrentes ou 
subentrantes do secundarismo possam ocorrer em um período de até um ano. 
Excepcionalmente, as lesões podem ocorrer em concomitância com a manifestação 
primária. As manifestações são muito variáveis, mas tendem a seguir uma cronologia 
própria. 
Inicialmente, apresenta-se uma erupção macular eritematosa pouco visível (roséola), 
principalmente no tronco e raiz dos membros. Nessa fase, são comuns as placas 
mucosas, assim como lesões acinzentadas e pouco visíveis nas mucosas. As lesões 
cutâneas progridem para lesões mais evidentes, papulosas eritematoacastanhadas, 
que podem atingir todo o tegumento, sendo frequentes nos genitais. Habitualmente, 
atingem a região plantar e palmar, com um colarinho de escamação característico, 
em geral não pruriginosa. Mais adiante, podem ser identificados condilomas planos 
nas dobras mucosas, especialmente na área anogenital. Estas são lesões úmidas e 
vegetantes que frequentemente são confundidas com as verrugas anogenitais 
causadas pelo HPV. Alopecia em clareiras e madarose são achados eventuais. O 
secundarismo é acompanhado de micropoliadenopatia, sendo característica a 
identificação dos gânglios epitrocleares. São comuns sintomas inespecíficos como 
febre baixa, mal-estar, cefaleia e adinamia. A sintomatologia desaparece em 
algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão 
de cura. Atualmente, têm-se tornado mais frequentes os quadros oculares, 
especialmente uveítes. A neurossífilis meningovascular, com acometimento dos 
pares cranianos, quadros meníngeos e isquêmicos, pode acompanhar essa fase, 
contrariando a ideia de que a doença neurológica é exclusiva de sífilis tardia. Há que 
se considerar esse diagnóstico especialmente, mas não exclusivamente, em 
pacientes com imunodepressão. 
Sífilis latente: período em que não se observa nenhum sinal ou sintoma. O 
diagnóstico faz-se exclusivamente pela reatividade dos testes treponêmicos e não 
treponêmicos. A maioria dos diagnósticos ocorre nesse estágio. A sífilis latente é 
dividida em latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um 
ano de infecção). Aproximadamente 25% dos pacientes não tratados intercalam 
lesões de secundarismo com os períodos de latência. 
Sífilis terciária: ocorre aproximadamente em 15% a 25% das infecções não tratadas, 
após um período variável de latência, podendo surgir entre 1 e 40 anos depois do 
início da infecção. A inflamação causada pela sífilis nesse estágio provoca destruição 
tecidual. É comum o acometimento do sistema nervoso e do sistema cardiovascular. 
Além disso, verifica-se a formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência a 
liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido. As lesões podem causar 
desfiguração, incapacidade e até morte. 
 
16 PMSUS 5 
 
Diagnóstico 
Exames diretos de sífilis 
Os exames diretos são aqueles em que se realiza a pesquisa ou detecção do T. 
pallidum em amostras coletadas diretamente das lesões. 
 
Testes imunológicos 
 
17 PMSUS 5 
Os testes imunológicos são, certamente, os mais utilizados na prática clínica. 
Caracterizam-se pela realização de pesquisa de anticorpos em amostras de sangue 
total, soro ou plasma. Esses testes são subdivididos em duas classes, os 
treponêmicos e os não treponêmicos (Quadro 13). Testes treponêmicos: são testes 
que detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos de T. pallidum. 
São os primeiros a se tornarem reagentes, podendo ser utilizados como primeiro 
teste ou teste complementar. Em 85% dos casos, permanecem reagentes por toda 
vida, mesmo após o tratamento e, por isso, não são indicados para o monitoramento 
da resposta ao tratamento. 
Existem vários tipos de testes treponêmicos: 
• Os testes rápidos (TR) utilizam principalmente a metodologia de 
imunocromatografia de fluxo lateral ou de plataforma de duplo percurso (DPP). 
São distribuídos pelo Ministério da Saúde para estados e Distrito Federal, sendo 
os mais indicados para início de diagnóstico; 
• Testes de hemaglutinação (TPHA, do inglês T. Pallidum Haemagglutination Test) 
e de aglutinação de partículas (TPPA, do inglês T. Pallidum Particle Agglutination 
Assay); ensaios de micro-hemaglutinação (MHA-TP, do inglês Micro-
Haemagglutination Assay); 
• Teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs, do inglês Fluorescent Treponemal 
Antibody-Absorption); 
• Ensaios imunoenzimáticos (como os testes ELISA, do inglês EnzymeLinked 
Immunossorbent Assay) e suas variações, como os ensaios de 
quimiluminescência (CMIA). A vantagem desses ensaios é sua elevada 
sensibilidade e capacidade de automação. 
Testes não treponêmicos: esses testes detectam anticorpos anticardiolipina não 
específicos para os antígenos do T. pallidum. Permitem a análise qualitativa e 
quantitativa. Sempre que um teste não treponêmico é realizado, é imprescindível 
analisar a amostra pura e diluída, em virtude do fenômeno prozona2 . Uma vez 
observada reatividade no teste, a amostra deve ser diluída em um fator dois de 
diluição, até a última diluição em que não haja mais reatividade no teste. O resultado 
final dos testes reagentes, portanto, deve ser expresso em títulos (1:2, 1:4, 1:8, etc.). 
Os testes não treponêmicos são utilizados para o diagnóstico (como primeiro teste 
ou teste complementar) e também para o monitoramento da resposta ao tratamento 
e controle de cura. A queda adequada dos títulos é o indicativo de sucesso do 
tratamento. Os testes não treponêmicos mais comumente utilizados no Brasil são o 
VDRL (do inglês Venereal Disease Research Laboratory), o RPR (do inglês Rapid 
Plasma Reagin) e o USR (do inglês Unheated-Serum Reagin). Resultados falso-
reagentes, ainda que raros, podem ocorrer. Anticorpos anticardiolipinas podem estar 
presentes em outras doenças. Por isso, é sempre importante realizar testes 
treponêmicos e não treponêmicos para a definição laboratorial do diagnóstico. Os 
testes não treponêmicos tornam-se reagentes cerca de uma a três semanas após o 
aparecimento do cancro duro. Se a infecção for detectada nas fases tardias da 
doença, são esperados títulos baixos nesses testes. Títulos baixos (</= 1:4) podem 
persistir por meses ou anos. Pessoas com títulos baixos em testes não treponêmicos, 
 
18 PMSUS 5 
sem registro de tratamento e sem data de infecção conhecida, são consideradas 
como portadoras de sífilis latente tardia, devendo ser tratadas. 
 
O diagnóstico de sífilis exige uma correlação entre dados clínicos, resultados de 
testes laboratoriais, histórico de infecções passadas e investigação de exposição 
recente. Apenas o conjunto de todas essas informações permitirá a correta avaliação 
diagnóstica de cada caso e, consequentemente, o tratamento adequado. A presença 
de sinais e sintomas compatíveis com sífilis (primária, secundária e terciária) 
favorecem a suspeição clínica. Entretanto, não há sinal ou sintoma patognomônico 
da doença. Portanto, para a confirmação do diagnóstico é necessária a solicitação 
de testes diagnósticos. Nas fases sintomáticas, é possível a realização de exames 
diretos, enquanto os testes imunológicos podem ser utilizados tanto na fase 
sintomática quanto na fase de latência. 
Considerando a sensibilidade dos fluxos diagnósticos, recomenda-se, sempre que 
possível, iniciar a investigação por um teste treponêmico, preferencialmente o teste 
rápido. A combinação de testes sequenciais tem por objetivo aumentar o valor 
preditivo positivo(VPP) de um resultado reagente no teste inicial. O fluxograma em 
série é custoefetivo e está apresentado na Figura 4. 
 
 
HEPATITES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (B e C) 
 
19 PMSUS 5 
Quadro clínico da B 
A história natural da infecção é marcada por evolução silenciosa, geralmente com 
diagnóstico após décadas da infecção. Os sinais e sintomas, quando presentes, são 
comuns às demais doenças crônicas do fígado e costumam manifestar-se apenas 
em fases mais avançadas da doença, na forma de cansaço, tontura, enjoo e/ou 
vômitos, febre e dor abdominal. A ocorrência de pele e olhos amarelados é observada 
em menos de um terço dos pacientes com hepatite B. 
Quadro clínico da C 
O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C é muito raro; cerca de 80% 
delas não apresentam qualquer manifestação. Por isso, a testagem espontânea da 
população prioritária é muito importante no combate a esse agravo. 
Diagnóstico da B 
A presença do HBsAg na amostra de sangue do paciente estabelece o diagnóstico 
de hepatite B. A infecção crônica é definida pela presença do HBsAg reagente por 
pelo menos seis meses. O Ministério da Saúde distribui testes rápidos (TR) na rede 
pública de saúde desde 2011. Todas as pessoas não vacinadas adequadamente e 
com idade superior a 20 anos devem procurar uma unidade básica de saúde para 
fazer o teste rápido para hepatite B. 
 
Esse fluxograma é indicado para uso em serviços de saúde e assistência, permitindo 
a investigação inicial da infecção pelo HBV. 
 
20 PMSUS 5 
 
O Fluxograma 2 deve ser utilizado quando houver uma solicitação para “sorologia da 
hepatite B” ou “diagnóstico de HBV”, ou mesmo “sorologia de hepatite”. 
 
O Fluxograma 3 deve ser utilizado quando houver uma solicitação para “sorologia da 
hepatite B” ou “diagnóstico de HBV”, ou mesmo “sorologia de hepatite” 
Diagnóstico da C 
Em geral, a hepatite C é descoberta em sua fase crônica. Normalmente, o diagnóstico 
ocorre após teste rápido de rotina ou por doação de sangue. Esse fato reitera a 
importância da realização dos testes rápidos ou sorológicos, que apontam a 
presença dos anticorpos anti-HCV. Se o teste de anti-HCV for positivo, é necessário 
 
21 PMSUS 5 
realizar um exame de carga viral (HCV-RNA) para confirmar a infecção ativa pelo 
vírus. Após esses exames, o paciente poderá ser encaminhado para o tratamento, 
ofertado gratuitamente pelo SUS, com medicamentos capazes de curar a infecção e 
impedir a progressão da doença. 
 
Esse fluxograma é indicado para uso em serviços de saúde e assistência, permitindo 
a investigação inicial da infecção pelo HCV. 
 
 
22 PMSUS 5 
O Fluxograma 5 deve ser utilizado quando houver uma solicitação para “sorologia da 
hepatite C” ou “diagnóstico de HCV”, ou mesmo “sorologia de hepatite” 
HIV 
Quadro clínico 
Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-
estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida; Depois disso a pessoa 
infectada pelo vírus pode permanecer sem sintomas, e mais uma vez deixa a 
infecção passar sem perceber; Na fase seguinte aparecem sintomas como: febre, 
diarreia, suores noturnos e emagrecimento; Logo após um tempo começam a 
aparecer doenças associadas ao enfraquecimento do organismo pela infecção. Esse 
estágio dá-se o nome de AIDS. Hepatites virais, tuberculose, pneumonia, 
toxoplasmose e alguns tipos de câncer são algumas das doenças que podem 
aparecer nesse período. 
Diagnóstico 
Os testes para detecção da infecção pelo HIV são principalmente empregados em 
três situações: para triagem sorológica do sangue doado e garantia da segurança 
transfusional, dos hemoderivados e dos órgãos para transplante; para os estudos de 
vigilância epidemiológica; e para realizar o diagnóstico da infecção pelo HIV. 
Imunoensaio 
Logo após a descoberta do HIV, foram desenvolvidos imunoensaios (IE) para o 
diagnóstico da infecção. Nas últimas décadas, sucederam-se quatro gerações de IE. 
O ensaio de primeira geração tem o formato indireto, ou seja, a presença de 
anticorpos específicos é detectada por um conjugado constituído por um anticorpo 
anti-IgG humana. Na fase sólida, os antígenos são originados de um lisado viral de 
HIV. O ensaio de segunda geração também tem formato indireto; porém, utiliza 
antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados de proteínas do HIV. A 
utilização de antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos no diagnóstico da 
infecção pelo HIV decorre do conhecimento de que existem regiões antigênicas em 
determinadas proteínas do HIV – epítopos imunodominantes – que são alvos 
preferenciais da resposta imune humoral. Quanto maior a quantidade de epítopos 
imunodominantes no ensaio, mais sensível esse ensaio se torna. O ensaio de terceira 
geração tem o formato “sanduíche” (ou imunométrico). A característica desse ensaio 
é utilizar antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos tanto na fase sólida 
quanto sob a forma de conjugado. Esse formato permite a detecção simultânea de 
anticorpos anti-HIV IgM e IgG. O ensaio de quarta geração detecta simultaneamente 
o antígeno p24 e anticorpos específicos anti-HIV. O componente de detecção de 
anticorpo tem o formato de “sanduíche”; portanto, detecta todas as classes de 
imunoglobulinas contra proteínas recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados 
das glicoproteínas gp41 e gp120/160. 
Testes rápidos (TR) 
Os testes rápidosG (TR) são imunoensaios (IE) simples, com resultados em até 30 
minutos, realizados preferencialmente de forma presencial (teste realizado na 
 
23 PMSUS 5 
presença do indivíduo ou presencialG) em ambiente não laboratorial com amostra 
de sangue total obtida por punção digital ou amostra de fluido oralG. Por essas 
características, serão tratados neste manual pela denominação de testes rápidos. 
Como consequência do desenvolvimento e da disponibilidade de TR, a testagem para 
a infecção pelo HIV atualmente pode ser realizada em ambientes laboratoriais e não 
laboratoriais, permitindo ampliar o acesso ao diagnóstico. Existem vários formatos 
de TR, e os mais frequentemente utilizados são: dispositivos (ou tiras) de 
imunocromatografia de fluxo lateral, imunocromatografia de duplo percurso (DPP) e 
imunoconcentração. 
Tendo em vista que os TR são desenvolvidos para detectar anticorpos anti-HIV em 
até 30 minutos, em comparação com os IE utilizados em laboratórios, cujo resultado 
pode levar até quatro horas, os dispositivos são otimizados para acelerar a interação 
antígeno/anticorpo. 
Outros TR foram desenvolvidos utilizando como amostra o fluido oral (FO) coletado 
por meio de um dispositivo específico. O FO contém menor quantidade de anticorpos 
do que amostras de sangue total, soro ou plasma, mas ainda em quantidade 
suficiente para permitir o diagnóstico seguro da infecção pelo HIV, excetuando-se os 
casos de exposição recente. 
Com o intuito de ampliar as possibilidades de testagem, de acordo com a política 
pública de acesso ao diagnóstico para toda a população, os testes rápidos devem, 
prioritariamente, ser utilizados fora do ambiente laboratorial, ou seja, em serviços de 
saúde. Estão disponíveis testes rápidos que empregam amostras de fluido crevicular 
gengival – mais conhecido como fluido oral (FO) – soro, plasma ou sangue total (ST). 
Esse último permite o uso de amostras obtidas por punção digital. 
Os testes rápidos de punção digital devem ser realizados, preferencialmente, no 
âmbito dos serviços de saúde, sejam eles da Atenção Básica, Maternidades, Rede 
de Urgência e Emergência ou de outras unidades que compõem a Rede de Atenção 
à Saúde identificadas como prioritárias para essa oferta. 
Já os testes rápidos com amostra de fluido oral não são invasivos e devem ser 
utilizados fora do ambiente do serviço de saúde. Esse tipo de teste é um importante 
recurso para as abordagens e cuidados passíveis de realização por Agentes 
Comunitários de Saúde, redutores de danos, educadoressociais e demais 
trabalhadores que atuam em ações extramuros para a identificação de possíveis 
casos de HIV de forma oportuna, voluntária, sigilosa e gratuita nos espaços de 
sociabilidade das populações-chave e prioritárias. Esse processo de testagem é 
considerado como triagem. Portanto, há a necessidade de encaminhar os indivíduos 
com resultado reagente aos serviços de saúde para conclusão do diagnóstico e 
inserção no cuidado contínuo. 
Os autotestes também são testes rápidos, que podem ser realizados por punção 
digital ou com amostras de fluido oral, pelo próprio indivíduo a ser testado. Esse teste 
é considerado como triagem e, portanto, há a necessidade de o indivíduo com 
resultado reagente procurar um serviço de saúde para conclusão do diagnóstico e 
inserção no cuidado contínuo. 
 
24 PMSUS 5 
Os testes complementares 
Utilizam diferentes formatos e princípios. Estão incluídos nessa categoria: western 
blot (WB), imunoblot (IB) ou imunoensaios em linha (LIA, do inglês line 
immunoassay), incluindo o imunoblot rápido (IBR) e imunofluorescência indireta (IFI). 
Mais recentemente, os testes moleculares (TM) também foram incluídos como testes 
complementares, uma vez que auxiliam no esclarecimento dos resultados da infeção 
aguda pelo HIV, como nos casos de reatividade no teste de 4ª geração por detecção 
do antígeno (p24) e ausência de anticorpos circulantes. 
Diagnóstico por detecção direta do HIV 
A infecção pelo HIV pode ser diagnosticada por meio da detecção direta de 
componentes do vírus, como o antígeno p24, ou com testes moleculares (TM) que 
detectam RNA ou DNA pró-viral. A detecção do antígeno p24 do HIV-1, de RNA ou 
DNA, desempenha um papel importante quando a detecção de anticorpos não é 
possível. Esses testes são especialmente úteis para o diagnóstico em crianças com 
idade inferior a 18 meses e na infecção aguda em adultos. É importante ressaltar 
que a maioria das pessoas com infecção aguda apresenta carga viral elevada e, 
consequentemente, maior risco de transmitir a infecção aos seus parceiros. Outra 
aplicação importante para os TM é o diagnóstico precoce da infecção pelo HIV em 
crianças com exposição perinatal. Crianças nascidas de mães soropositivas 
adquirem anticorpos anti-HIV passivamente e, dessa forma, ensaios baseados em 
anticorpos não podem ser utilizados para confirmar ou descartar a infecção pelo HIV 
em crianças com idade inferior a 18 meses. 
Diagnóstico utilizando amostras de sangue seco em papel-filtro 
As amostras de sangue seco em papel-filtro (DBS; do inglês dried blood spots) 
oferecem mais uma alternativa para a obtenção e transporte de amostras para o 
diagnóstico da infecção pelo HIV em locais em que a coleta por punção digital ou 
venosa ou a cadeia de frio para conservação e transporte de amostras não estiverem 
disponíveis. 
 
O fluxograma 1 possui população alvo e indicações de utilização para testes rápidos. 
O fluxograma 3 é o que representa hoje a melhor utilização de ferramentas 
diagnósticas no laboratório, porque os testes moleculares auxiliam no diagnóstico da 
fase aguda e evitam o resultado indeterminado do WB. O fluxograma 5 não traz 
ganhos adicionais, no entanto pode ser complementado com os testes moleculares 
 
25 PMSUS 5 
em todas as situações indeterminadas. Na fase crônica, a maioria dos casos pode 
ser diagnosticada com ensaios de 3º ou 4º geração e testes do tipo IB ou WB. 
Algumas diretrizes para os laudos são: o limite mínimo de 5.000 cópias/mL nos 
ensaios moleculares para definição de reagente, a necessidade do blot na suspeita 
do HIV 1, os critérios de bandas e descrição das mesmas para reportar laudos como 
“Amostra Reagente para HIV”. Resultados falso positivos com testes moleculares 
podem ocorrer quando o número de cópias é limítrofe. 
Sobre os fluxogramas é importante lembrar que resultados indeterminados ou 
inconclusivos, falso-positivos ou falso-negativos, ocorrem em qualquer método e 
dependem também da resposta sorológica. 
Rastreio de ISTs 
O rastreamento é a realização de testes diagnósticos em pessoas assintomáticas a 
fim de estabelecer o diagnóstico precoce (prevenção secundária), com o objetivo de 
reduzir a morbimortalidade do agravo. Diferentemente de outros rastreamentos, 
como a mamografia para câncer de mama, o rastreamento das IST não identifica 
apenas uma pessoa; ao contrário, estará sempre ligado a uma rede de transmissão. 
Quando não identificado e tratado o agravo na(s) parceria(s), este se perpetua na 
comunidade e expõe o indivíduo à reinfecção, caso não se estabeleça a adesão ao 
uso de preservativos. O Quadro 5 descreve o rastreamento de IST recomendado por 
subgrupo populacional, respeitando o limite estabelecido pela prevenção 
quaternária. Os dois principais fatores de risco para IST são práticas sexuais sem uso 
de preservativos e idade mais baixa. Em relação à sífilis, por exemplo, as notificações 
no Brasil vêm apresentando tendência de aumento na população mais jovem, de 13 
a 29 anos. Por esse motivo, foram incluídas no rastreamento anual as pessoas de 
até 30 anos de idade com vida sexualmente ativa. Caso a pessoa de 30 anos ou 
mais pertença a algum outro subgrupo populacional, deve-se optar pelo que for mais 
representativo. Para o restante da população, a testagem para sífilis e demais IST 
não inclusa no Quadro 5 dependerá da avaliação de risco, devendo fazer parte da 
abordagem de gerenciamento de risco. 
 
 
26 PMSUS 5 
 
 
4- Conhecer a prevenção primária e secundária das ISTS 
A Prevenção Combinada associa diferentes métodos (ações) de prevenção ao HIV, 
mostrando a importância da prevenção das IST e das hepatites virais tanto para a 
prevenção do HIV, quanto para a saúde integral das pessoas. Essas ações podem 
estar combinadas de acordo com as características individuais e o momento de vida 
de cada pessoa. Entre os métodos (ações) que podem ser combinados(as), estão: a 
 
27 PMSUS 5 
testagem regular para o HIV, que pode ser realizada gratuitamente no Sistema Único 
de Saúde (SUS); a prevenção da transmissão vertical (quando a gestante é 
soropositiva e pode haver a transmissão do vírus para o bebê); o tratamento das 
infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais; a imunização para as 
hepatites A e B; a redução de danos para usuários de álcool e outras drogas; a 
profilaxia pré-exposição (PrEP); a profilaxia pós-exposição (PEP); e o tratamento para 
todas as pessoas que já vivem com HIV. 
É bom lembrar que uma pessoa com boa adesão ao tratamento atinge níveis de 
carga viral tão baixos que é praticamente nula a chance de transmitir o vírus. Além 
disso, quem toma o medicamento corretamente não adoece e garante a sua 
qualidade de vida. Todos esses métodos podem ser utilizados pela pessoa 
isoladamente ou combinados. 
 
O método mais eficaz para evitar a transmissão das IST é uso da camisinha 
(masculina ou feminina) durante relações sexuais. Ela pode ser retirada 
gratuitamente nas unidades de saúde. Valer-se da prevenção combinada aumenta a 
eficácia preventiva, porque abrange o uso da camisinha masculina ou feminina, 
ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e 
hepatites virais B e C, profilaxia pósexposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite 
B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento 
antirretroviral para todas as PVHIV, redução de danos, entre outros. Há diferentes 
abordagens voltadas para a redução do risco de expsição e exemplos incluem a 
Profilaxia Pós-Exposição – PEP; e a Profilaxia Pré-Exposição – PrEP, que são 
intervenções biomédicas baseadas no uso de antirretrovirais (ARV). 
 
28 PMSUS 5 
 
5- Elencar as políticas públicas de combate as ISTS 
Criado em 1986, o Departamento de HIV/Aids e Sexualmente Transmissíveis 
(DIHV/AIDS) tornou-se referência mundial no tratamento e atenção à aids e outras 
infecções sexualmente transmissíveis.Destaca-se a publicação, no ano de 2015, do primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes 
Terapêuticas (PCDT) para Atenção Integral às Pessoas com IST, aprovado pela 
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde 
(Conitec). 
Entre 2015 e 2016, a parceria do Ministério da Saúde com a Universidade Federal 
de Santa Catarina e sítios sentinelas, para o desenvolvimento de estudo sobre 
resistência do gonococo (Projeto SenGono), viabilizou o primeiro programa nacional 
de vigilância de susceptibilidade do gonococo aos antimicrobianos 
Considerando-se o desabastecimento mundial e nacional de penicilina e a 
dificuldade para sua aquisição pelos estados e municípios no período entre 2014 e 
2016, a publicação da ‘Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis no 
Brasil’ em 2016. 
A partir da incorporação da vacinação contra o HPV no SUS, observou-se a 
necessidade de monitorar o impacto dessa imunização na população específica. 
A partir do Decreto nº 9795, de 17 de maio de 2019, que aprova a Estrutura 
Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de 
Confiança do Ministério da Saúde e dá outras providências, o Departamento de 
DST/HIV/Aids e Hepatites virais (DIHV) passa a integrar outros agravos tais como, 
Tuberculose e Hanseníase e a ser reconhecido como Departamento de Doenças de 
Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis-DCCI. 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) - Projeto EDUCA CIM é uma publicação 
mensal do CIM/UFPB. 
6- Aprender os direitos voltados para PVHIV 
Direitos das PVHIV 
Pela Constituição brasileira, as pessoas vivendo com HIV, assim como todo e qualquer 
cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos; entre eles, estão a dignidade 
humana e o acesso à saúde pública e, por isso, são amparadas pela lei. O Brasil possui 
legislação específica quanto aos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, 
 
29 PMSUS 5 
como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas 
infecciosas e de deficiência. 
Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids 
Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do 
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, 
a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids. O documento 
foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com Aids (ENONG), em Porto 
Alegre (RS): 
I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids. 
II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição. 
III - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem 
qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida. 
IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de 
discriminação. 
V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único 
motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, 
sexo ou orientação sexual. 
VI - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida 
social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/aids um emprego, um 
alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação 
em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser 
punida por lei. 
VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos 
que tenham sido rigorosamente testados para o HIV. 
VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao 
resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida. A 
privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e 
assistenciais. 
IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os 
testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, controle de 
transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de 
pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser 
informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente. 
X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado 
de saúde e o resultado dos seus testes. 
XI - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual 
e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania. 
Lei antidiscriminação 
Em 2014, foi publicada a Lei nº 12.984, de 2 de junho de 2014, que define o crime de 
discriminação aos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de aids. 
Legislação: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12984.htm 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12984.htm
 
30 PMSUS 5 
AUXÍLIO DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
A Lei nº 7.670/1988, estende aos portadores da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – 
SIDA/AIDS benefícios previdenciários, estabelecendo a concessão de auxílio-doença 
ou aposentadoria, independentemente do período de carência, para o segurado que, após 
filiação à Previdência Social, vier a manifestá-la, bem como a pensão por morte aos seus 
dependentes e o levantamento dos valores correspondentes ao Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço - FGTS, independentemente de rescisão do contrato individual de trabalho 
ou de qualquer outro tipo de pecúlio a que o paciente tenha direito. 
- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7670.htm 
O direito ao auxílio doença e a aposentadoria por invalidez também estão previstos 
na Instrução Normativa INSS/PRES nº 45, de 6 de agosto de 2010, revogada pela Instrução 
Normativa INSS Nº 77 DE 21/01/2015, que foi alterada pela Instrução Normativa INSS nº 
117/2021. 
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015: Estabelece rotinas para agilizar 
e uniformizar o reconhecimento de direitos dos segurados e beneficiários da Previdência 
Social, com observância dos princípios estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal de 
1988. https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/... 
Auxílio-doença 
Esse benefício é concedido a qualquer cidadão brasileiro que seja segurado (pague o seguro 
em dia) e que não possa trabalhar em razão de doença ou acidente por mais de 15 dias 
consecutivos. A pessoa que vive com Aids ou com hepatopatia grave terá direito ao benefício 
sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de contribuição e desde que tenha qualidade 
de segurado, conforme o artigo 26, II, e artigo 151, ambos da lei 8.213/91 e Instrução 
Normativa INSS/PRES nº 45, de 6 de agosto de 2010, revogada pela Instrução Normativa 
INSS Nº 77 DE 21/01/2015, sendo esta alterada pela Instrução Normativa INSS nº 
117/2021. - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm 
Todo o procedimento administrativo relativo ao benefício está regulado pelos artigos 300 a 
317 da Instrução Normativa INSS Nº 77 DE 21/01/2015, alterada pela Instrução Normativa 
INSS nº 117/2021 
Aposentadoria por invalidez 
As pessoas que vivem com HIV/aids têm direito a aposentadoria por invalidez. A Lei de 
Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91) permite que o segurado aposentado por 
invalidez seja convocado para avaliação das condições que motivaram a aposentadoria, 
concedida judicial ou administrativamente. Porém, a Lei nº Lei nº 13.847, de 19 de junho de 
2019, dispensa de reavaliação pericial a pessoa com HIV/aids aposentada por invalidez, 
alterando a Lei nº Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. 
- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13847.htm 
Sigilo no trabalho e Sigilo médico: 
A pessoa vivendo com HIV tem odireito de manter em sigilo a sua condição sorológica no 
ambiente de trabalho. Isso inclui testes de admissão, testes periódicos ou de demissão. O 
médico tem a obrigação de somente averiguar a capacidade laborativa do trabalhador nos 
exames legais (Art.168 da CLT), sem referência a seu estado sorológico. Em caso de 
violação, deve-se registrar o ocorrido na Delegacia do Trabalho mais próxima. 
Testagem obrigatória na relação de emprego: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7670.htm
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32120879/do1-2015-01-22-instrucao-normativa-n-77-de-21-de-janeiro-de-2015-32120750
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13847.htm
 
31 PMSUS 5 
A testagem obrigatória é vedada por meio de dispositivos infraconstitucionais, trabalhistas, 
administrativos e éticos profissionais, além de instrumentos internacionais da Organização 
Mundial de Saúde e da Organização Internacional do Trabalho. 
A Portaria nº 1.246/2010 do então Ministério do Trabalho e Emprego, hoje Secretaria do 
Trabalho, em seu art. 2º estabelece: “Não será permitida, de forma direta ou indireta, nos 
exames médicos por ocasião da admissão, mudança de função, avaliação periódica, retorno, 
demissão ou outros ligados à relação de emprego, a testagem do trabalhador quanto ao 
HIV. http://acesso.mte.gov.br/legislacao/2010.htm 
Imposto de Renda: 
Pessoas com HIV têm assegurado o direito à isenção do Imposto de Renda e, inclusive, o 
ressarcimento de valores retroativos a 5 anos a partir da comprovação da infecção. Tal 
previsão está prevista no artigo 6º, inciso XIV, da Lei n° 
7.713/88. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7713.htm 
Benefício de Prestação Continuada 
É a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa incapacitada para a vida 
independente e para o trabalho, bem como ao idoso com 65 anos ou mais, que comprove 
não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Esse 
benefício independe de contribuições para a Previdência Social. Para recebê-lo, a pessoa 
deve dirigir-se ao posto do INSS mais próximo e comprovar sua situação. Essa comprovação 
pode ser feita com apresentação de Laudo de Avaliação (perícia médica do INSS ou equipe 
multiprofissional do Sistema Único de Saúde). A renda familiar e o não exercício de atividade 
remunerada deverão ser declarados pela pessoa que requer o benefício. 
 
http://acesso.mte.gov.br/legislacao/2010.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7713.htm

Outros materiais