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apostila sistemas de produção

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SISTEMAS DE PRODUÇÃO
André Lunardi Steiner 
2SISTEMAS DE PRODUÇÃO
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a 
Distância (NEAD)
Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Darlan Scheid, Igor Zattera 
Revisora
Ana Clara Garcia
GESTÃO ESTRATÉGICA DA PRODUÇÃO 4
Qual é o Público Alvo? 6
A maneira de produzir esses itens é a mesma? 11
FUNÇÃO PRODUÇÃO 25
CONCEITOS ASSOCIADOS 32
CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS PRODUTIVOS 37
O MECANISMO DA FUNÇÃO PRODUÇÃO 42
MODELOS DE PRODUÇÃO 49
SISTEMA FORD DE PRODUÇÃO 50
SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO 55
SISTEMA VOLVO DE PRODUÇÃO 60
SISTEMA HYUNDAI DE PRODUÇÃO 63
METODOLOGIAS DA MANUFATURA ENXUTA 67
ESTABILIDADE OPERACIONAL 68
Heijunka 76
JUST-IN-TIME 77
Troca Rápida de Ferramentas 79
Fluxo de Uma Peça 83
Controle de Qualidade Zero Defeito 83
Kanban 86
ANDON 88
Resumo do Just-in-Time 88
JIDOKA 89
Poka-Yoke 89
Nagara 91
KAIZEN 92
“UM” SISTEMA 92
ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL 95
AUTOMAÇÃO DA MANUFATURA 101
3SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Introdução
Nesta nossa apostila vamos desenvolver um estudo sobre 
várias questões ligadas aos sistemas de produção, que é um 
vasto universo de estudos ligados à interligação de diferentes 
elementos de diversas áreas, os quais, juntos, vão compor um 
resultado, que basicamente é o produto gerado por este sistema. 
A melhor combinação entre os diversos elementos disponíveis 
deverá gerar melhores resultados. Para este estudo, vamos abor-
dar diferentes conceitos que, após, serão interligados, a fim de 
que consigamos poder observar os resultados obtidos pelo uso 
dos mesmos.
Para desenvolver o conteúdo sobre Sistemas de Produção, 
vamos dividir este estudo em algumas etapas, as etapas 1 e 2 
serão conceitos mais gerais, as etapas 3 e 4 vão explicar alguns 
modelos conhecidos de sistemas produtivos e suas sistemáticas, 
enquanto as etapas 5 e 6 vão discutir alguns controles e avanços 
no conteúdo visto, até então, de maneira mais aplicada.
4SISTEMAS DE PRODUÇÃO
GESTÃO 
ESTRATÉGICA DA 
PRODUÇÃO
Como definir o que produzir? Como 
entender de que maneira produzir?
Se você procurar pela definição da palavra produção 
na internet, em um dicionário ou em qualquer outro meio 
de busca, verá que existem os mais diversos conceitos para 
as mais diversas aplicações do mesmo, pois é uma palavra, 
tanto de origem, quanto de significados, muito amplos. Mas 
antes mesmo de entendermos o que quer dizer Produzir, pre-
cisamos entender questões um pouco mais fundamentais, até 
porque, normalmente esta Produção acaba por realizar algum 
produto ou serviço para “alguém”, que tem uma determinada 
“necessidade”. Pensando desse modo, primordialmente, para 
entendermos as questões de produção acabamos tendo que 
responder as seguintes questões:
5SISTEMAS DE PRODUÇÃO
O que vou produzir?
Uma vez que existem, para uma cer-
ta necessidade, inúmeros produtos ou ser-
viços, com uma centena de características, 
certamente o melhor deles será o que tiver 
a melhor relação dessas características.
Para quem vou produzir?
Exatamente essas características que 
comentamos anteriormente são a tradução 
das necessidades de alguém.
Se bem entendidas as questões aci-
ma, devemos estar percebendo que, antes 
de qualquer coisa, precisamos saber como 
identificar esse alguém para então desco-
brirmos suas necessidades. Assim, trans-
formarmos essa necessidade em caracte-
rísticas de produto ou processo, para então 
definirmos qual será a melhor maneira de 
produzirmos, com que recursos, em que 
quantidade, etc. Para isso, precisamos re-
capitular alguns conceitos de Marketing.
Autores renomados tanto no Bra-
sil quanto no resto do mundo, como nos 
casos de Limeira (2007) e Kotler (1988) 
afirmam o seguinte sobre Marketing:
• Marketing é a função empresarial 
que cria valor para o cliente e gera 
vantagem competitiva para a em-
presa, por meio da gestão estraté-
gica das variáveis controláveis de 
marketing, a saber: produto, preço, 
promoção e ponto de distribuição;
• Processo de planejamento e execu-
ção da concepção, fixação de preço, 
promoção e distribuição de ideias, 
bens e serviços com a finalidade de 
criar trocas que satisfaçam aos obje-
tivos individuais e organizacionais;
• Atividade humana, dirigida para a 
satisfação das necessidades e desejos, 
através de processos de troca.
Marketing é uma 
função estratégica da 
empresa.
6SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Independentemente da empresa 
ou do negócio, usualmente, a função do 
Marketing existe, em muitos casos, ainda 
não é extremamente formalizada, com um 
setor específico, uma pessoa ou grupo de 
pessoas específico, mas efetivamente, a 
função existe e, em certos momentos, não 
parece tão claro, pois a interpretação usu-
al da palavra Marketing, principalmente 
para nós, brasileiros, acaba sendo direcio-
nada para algum tipo de anúncio, como 
a Propaganda ou algo do gênero, porém 
o sentido mais correto da concepção de 
Marketing, ou ainda, a melhor tradução 
para o contexto que estamos estudando 
nesse momento seja: Comercializar.
Quando tratamos dessa comerciali-
zação, estamos querendo entender qual o 
contexto usado pela empresa ou negócio 
em questão, quanto a “Como esta empresa 
vai se relacionar com seu cliente (ou seu 
público) ”. E, mais uma vez, vamos en-
tender que este modo de se relacionar não 
significa, diretamente, a maneira como 
vamos tratar o público, se vamos ser mais 
cordial, se vamos ir até o cliente, ou se 
o cliente virá até nós, e sim, temos que 
entender esse relacionamento de forma 
mais ampla, principalmente buscando a 
questão:
Qual é o Público Alvo?
Dessa forma, o Marketing atua no 
caso de querer compreender como ele in-
f luencia o sistema produtivo da empresa, 
como um direcionador dos esforços de 
relação com o mercado com o qual uma 
dada empresa quer se relacionar.
A função do Marketing, desde a dé-
cada de 50, é ser um pilar do pensamento 
sistêmico da empresa, uma função estraté-
gica que permeia toda a organização, com 
o intuito de que os mais diversos setores 
ou funções, dentro da mesma instituição, 
estejam concatenados, de modo que os 
mesmos utilizarão os esforços e recursos 
essenciais para atender as necessidades do 
público definido. Então, podemos enten-
der que as principais funções do marke-
ting, nesse caso, são:
• Definição do público;
• Avaliação das necessidades do pú-
blico alvo;
• Compreensão das melhores formas 
de “Agregar Valor” a esse público 
através dos produtos ou serviços da 
organização.
O marketing vem sofrendo, mes-
mo que tendo o mesmo intuito, imensas 
modificações no modo e na utilização de 
meios de exercer essa relação, isso acontece 
pelas constantes mudanças dos diferentes 
mercados e da maneira que tal mercado 
espera ser suprido de produtos e serviços. 
Dentre as modificações, podemos citar:
• Existem mais ofertas de produtos 
vindos de diferentes fontes, e cada 
vez menos diferenças substanciais 
que esses produtos possuem em re-
lação aos seus concorrentes;
• Para alguns segmentos de mercado, 
uma parte do grupo de competido-
res é global e menos local, ou seja, 
existem grandes possibilidades de 
estar competindo com concorrentes 
7SISTEMAS DE PRODUÇÃO
de outras partes do mundo, e não 
somente das áreas ao nosso redor, 
dentro do nosso estado, dentro do 
nosso país;
• Apesar de existirem muito mais 
competidores, existe também mui-
to mais possibilidade de estabele-
cimento de parcerias com outras 
empresas;
• A maneira de se relacionar com o 
cliente, para certos produtos e mer-
cado, é um diferencial, sendo assim, 
o que importa na grande maioria 
das vezes, não é somente o produ-
to, mas toda uma série de situações 
que vão desde prazo, atendimento, 
condições, confiança, etc., que aca-bam por se somar e pesar a favor ou 
contra uma empresa, pois são todos 
componentes do chamado “Valor 
Agregado”;
• As empresas, hoje, analisam muito 
mais as situações para entender as 
necessidades dos clientes e então 
lançarem ou disponibilizarem seus 
produtos e serviços do que, simples-
mente, fazer um produto ou serviço 
e esperar a sua aceitação ou não;
• O cliente acaba, por vezes, prefe-
rindo um pacote formado de um 
determinado produto, associado a 
um dado serviço (chamados Pro-
diços) do que os dois de maneira 
desvinculada;
• Em virtude de globalização e da 
superexposição e facilidade de busca 
de informações, hoje acabam por 
deixar os clientes muito mais facil-
mente a par dos valores dos produ-
tos. Desse modo, o público acaba se 
relacionando muito mais com aquele 
que oferece uma melhor relação de 
custo X benefício. Assim, podemos 
entender que, atualmente, o cliente 
acaba por participar das definições 
dos preços dos produtos;
• Cada vez menos os moldes de publi-
cidade tradicional surtem os efeitos 
almejados, visto a facilidade de se 
propagar boas ou más informações 
sobre um determinado produto ou 
empresa pelos meios eletrônicos, 
mídias sociais, etc.
Veja as imagens a seguir e as expli-
cações junto às mesmas:
8SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Veja estas três imagens, todas 
representam aviões, que até 
tem alguma semelhança entre 
si, mas possuem características, 
especificações e preços totalmente 
distintos em virtude da aplicação e 
público alvo a que se destinam.
9SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Do mesmo modo que as imagens 
anteriores, os carros aqui 
representados possuem uso 
pretendido, valores, durabilidade e 
possibilidades de acesso aos mesmos, 
totalmente diferente, no entanto, 
todos são carros e, em virtude disso, 
possuem certas características 
semelhantes.
10SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Outros tantos artigos que podemos 
encontrar em nossa casa, em 
nosso trabalho, na rua, entre 
outros, também têm características 
semelhantes e até uso básico 
pretendido e semelhantes, porém 
tipos de público, capacidade e 
funções agregadas, que acabam por 
diferenciar, em muito, os mesmos.
11SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Se bem entendidas as imagens e as 
devidas explicações que estavam junto às 
mesmas, fica agora mais uma questão:
A maneira de produzir esses 
itens é a mesma?
A resposta para a questão é: não. 
Visto que, mesmo com as semelhanças 
notórias entre alguns dos produtos, os 
materiais empregados, a quantidade a ser 
produzida, o nível de qualidade requerido, 
a diversidade entre os modelos, enfim, as 
necessidades específicas dos clientes ou 
do público alvo desses produtos acabam 
por modificar, em muito, os aspectos de 
produção dos mesmos.
Estrategicamente falando, o Sistema 
Produtivo de uma empresa pode ser enten-
dido, dividindo seus aspectos de mercado 
em Dimensões e seus aspectos referentes 
ao produto oferecido em objetivos. É fato 
que, de maneira geral, o cliente busca o 
melhor produto ao menor preço, maxi-
mizando o resultado da sua compra e do 
seu gasto, já a empresa, busca vender pelo 
melhor valor com o menor custo possível, 
maximizando o resultado do seu esforço 
produtivo. A estratégia mais bem montada 
é aquela que consegue realizar produtos ou 
serviços que agradem ao público (ou seja, 
que sejam comprados) e que traga o melhor 
resultado financeiro para a empresa. 
Podemos entender que, princi-
palmente ao modo de hoje, as empresas 
tendem a buscar a maximização dos seus 
recursos produtivos (produzir mais), mi-
nimizando os custos associados a essa 
produção (enxugar gastos). Sendo assim, 
o começo de um bom entendimento estra-
tégico do negócio começa com a correta 
identificação das características associadas 
ao mercado e produto da empresa.
As Dimensões buscam o entendi-
mento, de maneira que o mercado alvo ou 
público alvo da empresa venha requer o 
produto, ou seja, buscam o entendimento 
dos aspectos mercadológicos, sendo estes:
• Volume: busca o entendimento de 
qual o volume requerido do produto 
da empresa. Essa dimensão deve 
ser entendida em comparação com 
produtos semelhantes para conse-
guir realizar uma comparação como, 
por exemplo, podemos dizer que, 
pelos moldes atuais, uma empresa 
que produz automóveis em um vo-
lume de cerca de 1000 unidades por 
dia, é considerada uma produção de 
alto volume e uma que produz 50 
unidades por dia, pode ser conside-
rada de baixo para médio volume. 
Se no mesmo caso, uma empresa 
do ramo de botões para vestuário 
produzir 1.000 unidades por dia é 
considerada de baixo volume ante 
uma que produz cerca de mais de 
1.000.000 de unidades por dia, e 
assim por diante. Entendendo que, 
quanto maior o volume produzido, 
menores são os custos de produção, 
pois os custos de produção tendem 
a ser mais facilmente diluídos.
• Variedade: a variedade está relacio-
nada à quantidade de itens ou pro-
dutos diferentes que são produzidos 
pela mesma empresa, entendendo 
que, quanto maior a diversidade, 
12SISTEMAS DE PRODUÇÃO
maiores são os custos de produção, 
associados à complexidade de se pro-
duzir e administrar itens diferentes 
em um sistema;
• Variação da Demanda: está relacio-
nada ao quão constante é a demanda 
do mercado pelos produtos produ-
zidos pela empresa em questão. Por 
exemplo, uma empresa que produz 
itens sazonais, tais como uma estufa 
para condicionamento térmico de 
ambientes, em um determinado pe-
ríodo do ano, possui um acréscimo 
na demanda a ser produzida e, em 
outro período, a necessidade pelo 
produto no mercado que estamos 
analisando se reduz bastante. Dessa 
maneira, quanto maior for essa va-
riação (quanto menos constante for 
a demanda), maiores serão os cus-
tos associados à administração das 
necessidades de produtos a serem 
produzidas, à compra de materiais, 
à eventual necessidade de contração 
ou diminuição do quadro funcional, 
etc;
• Visibilidade: esta dimensão está relacio-
nada à necessidade que um determina-
do mercado tem quanto à realização do 
produto ou do serviço de maneira mais 
próxima ou, mais “aos de quem compra”. 
Por exemplo, é de se esperar que em um 
restaurante que serve à lá carte, produza o 
prato solicitado na hora que foi pedido e a 
tolerância de espera pelo mesmo é relativa-
mente pequena, assim, existe um custo alto 
associado a disponibilidade de recursos 
de prontidão para atender o público que, 
fatalmente, poderá não comparecer em 
dada ocasião. De modo contrário, quando 
a pessoa opta por comprar um determi-
nado prato de comida congelada, esse foi 
produzido em um determinado tempo e 
com quantidades de recursos oportunas, o 
que acaba por reduzir os custos associados 
à produção. 
O quadro a seguir demonstra um compa-
rativo das implicações das imposições feitas aos 
negócios pelos mercados que se propõe a atender. 
Todo o negócio está sujeito aos quatro fatores ao 
mesmo tempo. Dessa forma, o mercado de uma 
empresa é composto por uma dada combinação 
desses mercados.
13SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Implicações quando BAIXO Dimensão Implicações quando ALTO
• Baixa repetição
• Funcionário multitarefa
• Menor sistematização
• Alto custo unitário
VOLUME • Alta repetitividade
• Especialização
• Capital intensivo
• Baixo custo unitário
• Bem definida
• Rotineira
• Padronizada
• Regular
• Baixo custo unitário
VARIEDADE • Flexível
• Completo
• Atende necessidades dos consumidores
• Alto custo unitário
• Estável
• Rotineira
• Previsível
• Alta Utilização
• Baixo custo unitário
VARIAÇÃO DA 
DEMANDA
• Capacidade mutante
• Antecipação
• Flexibilização
• Ajustado com a demanda
• Alto custo unitário
• Tempo entre contrução e consumo
• Padronização
• Pouca habilidade de contato
• Alta utilização de funcionários
• Centralização
• Baixo custo unitário
VISIBILIDADE
contato com o 
cliente
• Tolerância de espera limitada
• Satisfação definida pela percepção do consumidor
• Necessidade de habilidade de contato com o consumidor
• Variedade recebida é alta
• Alto custo unitário
Entendido que as dimensões relacionam,de maneira geral, o comportamento 
das necessidades do mercado a ser atendido por uma empresa, os objetivos definem 
o que esse mercado, em específico, espera do produto em questão. Os produtos, 
como vimos anteriormente, possuem variações, principalmente, quanto ao seu uso 
pretendido, ou seja, o mercado que está sendo atendido com demanda para certas 
“necessidades” aos produtos que lhe são oferecidos.
Sendo assim, estrategicamente falando, o melhor produto é aquele que melhor 
consegue entender e equilibrar as necessidades do mercado, pois, certamente, elas 
nunca são totalmente supridas ou atendidas. Do entendimento desse conceito, pode-
mos pressupor que esta é uma prerrogati-
va para haver evolução tecnológica, pois 
existe alguma necessidade que não seja 
plenamente atendida e a evolução busca, 
incessantemente, corrigir essa falha, mas 
as necessidades também vão evoluindo, 
gerando requisitos aos produtos, diferentes 
daqueles até então existentes.
Os objetivos quanto aos produtos 
podem ser divididos e entendidos sob 5 
diferentes aspectos. São eles: 
• Qualidade: esse objetivo está re-
lacionado às especificações de di-
ferentes características (em inglês, 
features) requeridas de um produto, 
ou seja, descreve as “qualidades” re-
queridas do produto em questão. 
Vamos tomar como exemplo um 
automóvel qualquer, o público que 
adquire aquele produto deseja que o 
mesmo tenha um determinado nível 
de desempenho, conforto, economia. 
Esse automóvel pode estar extrema-
mente adequado a um determinado 
tipo de público, mas longe de ser 
aceito sob a ótica de outro público ou 
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
14SISTEMAS DE PRODUÇÃO
mercado que admite, por exemplo, 
um nível de desempenho menor, 
desde que o conforto seja mantido 
e com nível de economia maior. O 
mesmo pode ocorrer com outro tipo 
de produto, por exemplo, o telefone 
celular que, para um dado público, 
basta ter uma boa autonomia de ba-
teria, bom nível de sinal e realizar 
facilmente as ligações que estará to-
talmente adequado, no entanto, não 
serve para atender as necessidades 
de um público que se contenta com 
uma autonomia menor, mas deseja, 
também, acesso à internet, câmara 
fotográfica, etc. Portanto, o Objeti-
vo Qualidade mede as características 
básicas exigidas do produto pelo pú-
blico alvo, ou seja, este público alvo 
“paga” por um produto que tenha 
uma determinada gama de caracte-
rísticas, quanto mais alta a necessi-
dade de características, usualmente, 
mais caro é o produto. O quadro 
a seguir mostra exemplos do que 
pode ser entendido pelo Objetivo de 
Qualidade em diferentes situações.
• Rapidez: está relacionado ao prazo de entrega do produto ou do serviço, ou seja, 
o quão rápido após o pedido, o produto é entregue ou o serviço é executado. 
Como forma de exemplo, um determinado documento precisa ser entregue em 
um prazo muito curto à um destinatário de um outro estado, nesse momento, 
mesmo em detrimento de um preço maior, o consumidor opta por um serviço 
de entrega expressa, que costumeiramente tem preço maior, mas a necessidade 
é de uma entrega rápida que, provavelmente, será realizada da mesma maneira 
que a entrega em tempo normal (ou seja, não tem características diferenciadas), 
mas acontece em um tempo menor. Outro exemplo que podemos citar são 
Objetivo de Qualidade
Hospital
• Pacientes recebem tratamento adequado
• Tratamento é conduzido de maneira correta
• Pacientes são consultados e mantidos 
informados
• Funcionários corteses, amigáveis e solícitos
• O produto é atraente e sem defeitos
Fábrica de Automóveis
• Todos os componentes são fabricados 
conforme as especificações
• A montagem atende às especificações
• O produto é confiável
Transporte Coletivo
• Os ônibus são limpos e arrumados
• Os ônibus são silenciosos e não emitem 
gases poluentes
• O horário é rigoroso e atende as 
necessidades dos usuários
• Funcionários corteses, amigáveis e solícitos
Supermercado
• Produtos estão em boas condições
• Loja limpa e organizada
• Decoração adequada e atraente
• Funcionários corteses, amigáveis e solícitos
Fo
nt
e:
 A
da
pt
ad
o 
de
 S
la
ck
 (2
00
9)
15SISTEMAS DE PRODUÇÃO
as compras de produtos realizadas 
pela internet, versus as compras dos 
mesmos produtos realizadas em uma 
loja de um shopping center, onde, 
geralmente, o produto costuma ser 
mais caro, mas a pessoa acaba levan-
do o mesmo, por ser mais rápido. 
Até pelo motivo de que na compra 
pela internet o consumidor terá que 
esperar alguns dias até o mesmo ser 
entregue. Dessa maneira, o Objetivo 
Rapidez mede o tempo de entrega 
requerido do produto pelo públi-
co alvo, ou seja, este público alvo 
“paga” pelo produto que tem pra-
zo de entrega mais curto (ou está 
imediatamente disponível), quanto 
mais alta a necessidade tempo cur-
to (imediatismo), usualmente, mais 
caro é o produto. O quadro a seguir 
mostra exemplos do que pode ser 
entendido pelo objetivo de Rapidez 
em diferentes situações:
Objetivo de Rapidez
Hospital
• Tempo entre solicitação de tratamento e 
realização é mínimo
• Tempo para resultado dos exames é 
mínimo
Fábrica de Automóveis
• Tempo entre pedido de um carro específico 
por um revendedor e sua entrega ao 
consumidor é mínimo
• Tempo de espera pela assistência técnica é 
mínimo
Transporte Coletivo
• Tempo total da jornada para usuário atingir 
seu objetivo é mínimo
Supermercado
• Tempo envolvido na transação total, desde 
a chegada à loja, realização das compras e 
retorno do consumidor à sua casa é mínimo
• Imediata disponibilidade de bens
• Confiabilidade: Diferentemente e facilmente confundido com o objetivo de 
Qualidade, a confiabilidade acaba sendo a certeza do funcionamento ou dispo-
nibilidade de um produto, independentemente da quantidade de características 
contidas no mesmo, ou seja, em certos casos é preferível um produto mais simples 
e que tenha confiabilidade pelo tipo do uso pretendido do mesmo. Como por 
exemplo, um dado consumidor que costuma viajar bastante, mesmo diante de 
um automóvel com menor preço e com mais características acaba optando por 
um mais simples e mais caro, devido ao nível de garantia e disponibilidade de 
assistências técnicas que a marca em questão oferece. Sendo assim, o Objetivo 
Confiabilidade mede o grau de certeza de funcionamento correto do produto 
pelo público alvo, ou seja, este público alvo “paga” pelo produto que tem uma 
Fo
nt
e:
 A
da
pt
ad
o 
de
 S
la
ck
 (2
00
9)
16SISTEMAS DE PRODUÇÃO
maior garantia funcional, ou que tenha boa reputação no mercado, quanto mais 
alta a necessidade de confiabilidade e disponibilidade, geralmente, mais caro é 
o produto. O quadro a seguir mostra exemplos do que pode ser entendido pelo 
objetivo de Confiabilidade em diferentes situações:
Objetivo de Confiabilidade
Hospital
• Proporção de consultas canceladas é 
mínima
• Consultas são realizadas no horário 
programado
• Resultados dos exames entregues como 
prometido previsto
Fábrica de Automóveis
• Entrega veiculos aos revendedores no 
tempo previsto
• Entrega peças de reposição aos centros de 
serviços no tempo
Transporte Coletivo
• Cumpre o horário fixado em todos os 
pontos de trajeto
• mantém assentos disponíveis para 
passageiros
Supermercado
• Previsibilidade do horário de 
funcionamento
• Proporção de bens em falta é mínima
• Tempo em fila é mínimo
• Disponibilidade de vagas de estacionamento
• Flexibilidade: o objetivo de f lexi-
bilidade acaba definindo o quanto 
um produto é vendido de maneira 
padronizada ou o quão customizá-
vel é esse produto, ou seja, como o 
cliente pode modificar ou optar por 
diferentes versões de produto. En-
tendendo que, quanto mais padrão 
for o produto, menor seu custo de 
produção, pois se repete sempre a 
mesma coisa com o mesmo processo, 
do contrário, quando mais opções 
tem um produto, mais chances o 
mesmo tem de atender a um maior 
público possível. Como exemplo, 
podemos citar o comparativo de 
comprar uma roupa em uma loja 
popular ou então pedirpara um al-
faiate ou costureira fazer uma roupa 
igual, porém totalmente ajustada ao 
tamanho da pessoa, biótipo, tom 
exato de cor que gosta, tipo do te-
cido que gosta e assim por diante. 
Sendo assim, o Objetivo Flexibilida-
de mede o grau de customização do 
produto pelo público alvo, ou seja, 
este público alvo “paga” pelo produto 
que tem uma maior diferenciação, Fonte: Adaptado de Slack (2009)
17SISTEMAS DE PRODUÇÃO
quanto mais alta a necessidade de diferenciação e exclusividade, usualmente 
mais caro é o produto. O quadro a seguir apresenta exemplos do que pode ser 
entendido pelo objetivo de Flexibilidade em diferentes situações:
Objetivo de Flexibilidade
Hospital
• produto/serviço - novos tipos de 
tratamentos
• composto (mix) - variedade de tratamentos
• volume - ajuste ao número de pacientes 
atendidos
• entrega - habilidade de reprogramar 
consultas
Fábrica de Automóveis
• produto/serviço - introdução de novos 
modelos
• composto (mix) - variedade de opções 
disponíveis
• volume - ajuste ao número de veículos 
fabricados
• entrega - habilidade de reprogramar 
prioridades produção
Transporte Coletivo
• produto/serviço - novas rotas ou excursões
• composto (mix) - grande número de locais 
servidos
• volume - ajuste a frequência dos serviços
• entrega - habilidade de reprogramar 
viagens
Supermercado
• produto/serviço - novos bens e promoções
• composto (mix) - variedade de bens 
estocados
• volume - ajuste ao número de 
consumidores atendidos
• entrega - habilidade de repor estoques/
itens em falta
• Custo: visto que existem produtos 
que se diferenciam por diferentes 
maneiras de atender seu público 
alvo, uma delas também é o cus-
to, ou seja, independentemente de 
durabilidade, características, prazo 
de entrega, customização, existe o 
público alvo que visa pagar o menor 
valor possível por um determinado 
item. Por exemplo, ao se deparar 
com a necessidade da compra de sa-
bão em pó, um determinado cliente 
busca aquele que acredita ter a me-
lhor performance, enquanto outro 
cliente verifica simplesmente o que 
é mais barato, independentemente 
do que oferece de diferencial. Sendo 
assim, o Objetivo Custo mede o grau 
de valor cobrado pelo produto pelo 
público alvo, ou seja, este público 
alvo “paga” o mínimo pelo produto, 
independentemente do que oferece. 
O quadro que sucede mostra exem-
plos do que pode ser entendido pelo 
objetivo de Flexibilidade em dife-
rentes situações:
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
18SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Objetivo de Custo
Hospital
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
Fábrica de Automóveis
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
Transporte Coletivo
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
Supermercado
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
• OBS: Atentar ao fato de "Quanto do meu orçamento total eu destino a cada uma destas 
contas
Do mesmo modo que nas Dimensões, todo o produto de toda a empresa está 
sujeito a se enquadrar dentro desses objetivos, a empresa define em que grau de en-
quadramento dentro de cada um destes objetivos seu produto estará. Dessa forma, 
todo o produto atende aos 5 objetivos, em maior ou em menor grau, cada um deles. 
As definições dos objetivos do produto, assim como as dimensões, tendem a modificar 
drasticamente o Sistema Produtivo, que executará o mesmo, pois é muito diferente 
produzir um produto de alto nível de qualidade e um produto de baixo custo, ou de 
alta necessidade de rapidez.
Deve ser notório que as possibilidades de configuração entre os diferentes 
graus de necessidade das Dimensões de 
Mercado, versus as combinações entre os 
diferentes enquadramentos dos Objetivos 
do Produto geram infinitas maneiras da 
empresa se posicionar, junto ao seu público 
alvo. Visto tal situação , é possível afirmar 
que não existem dois processos de produ-
ção, ou melhor, dois Sistemas Produtivos 
idênticos, pois por mínimo que seja, um 
vai se diferenciar do outro perante algum 
dos Objetivos ou Características.
Do mesmo modo, devemos entender 
que a estratégia de mercado e produto pode 
ir mudando com o passar do tempo, afim 
de adequar o produto às novas necessida-
des, ou ainda, buscar uma sobrevida para 
o mesmo. Produtos maiores, mais com-
plexos, mais tradicionais, seguem ciclos de 
vida mais longos, enquanto, do contrário, 
produtos tecnológicos tendem a cada vez 
mais terem ciclos de vida curtos, mas de 
todo modo, a linha do tempo, representa-
da pelo infográfico que segue, demonstra 
as diferenças estratégicas do produto em 
relação ao mercado com o passar do tempo 
dentro do ciclo de vida previsto para o 
produto em questão.
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
19SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
FASE Produto acaba de ser 
lançado no mercado
Produto ou serviço ganha 
aceitação no mercado
Necessidades do mercado 
começam a ser atendidas
Necessidades do mercado 
amplamente atendidas
VOLUME Crescimento lento das 
vendas
Crescimento rápido do volume 
de vendas
Redução das vendas, atingindo 
um patamar estável
Declínio das vendas
CONSUMIDORES Inovadores Adotantes pioneiros Grande fatia do mercado Retardatários
CONCORRENTES Poucos/nenhum Número crescente Número estável Números em declínio
VARIEDADE DE 
PROJETOS, PRODUTOS 
E SERVIÇOS
Possível customização alta 
ou frequentes mudanças no 
projeto
Cada vez mais padronizado Surgimento de tipos 
dominantes
Possível movimento para 
a padronização
PROVÁVEIS 
GANHADORES DE 
PEDIDO
Características do produto/
serviço, desempenho ou 
novidade
Disponibilidade de produtos ou 
serviço de qualidade
Preço baixo
Fornecimento confiável
Preço baixo
PROVÁVEIS 
QUALIFICADORES
Qualidade
Gama de produtos ou 
serviços
Preço
Gama de produtos ou serviços
Gama de produtos ou serviços
Qualidade
Fornecimento confiável
PRINCIPAIS OBJETIVOS 
DE DESEMPENHO DAS 
OPERAÇÕES
Flexibilidade
Qualidade
Rapidez
Confiabilidade
Qualidade
Custo
Confiabilidade
Custo
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
20SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Outro detalhe que vem a ajudar a 
diferenciar os sistemas produtivos entre 
uma empresa e outra, é a maneira com que 
os recursos produtivos são ajustados em 
relação à realização do produto, sendo que, 
para esse ajuste, dá-se o nome de leiaute 
ou arranjo produtivo. Existem alguns ar-
ranjos produtivos clássicos que estaremos 
demonstrando a seguir, cada qual produz 
efeitos diferentes quanto à velocidade de 
produção e seu consequente volume e, 
principalmente, quanto à variedade de 
produtos que podem ser produzidos:
• Arranjo Posicional: também co-
nhecido como dock assembly, o ob-
jeto que está sendo transformado 
não se move e sim os recursos trans-
formadores à sua volta sim, ou seja, 
o produto fica parado de maneira 
e em local conveniente ao mesmo, 
bem como os recursos, tais como: 
máquina, operadores, matéria pri-
ma, etc. é que vão até o objeto. Esse 
arranjo proporciona, de maneira ge-
ral, um baixo volume de produção, 
mas em contrapartida, proporcio-
nam também a maior variedade ou 
diversidade de produção possível. Esse é um caso típico da produção de grandes 
embarcações, mineração, construção civil e restaurantes finos, onde qualquer 
processo pode ser praticamente executado a qualquer momento, desde que se 
desloque até o objeto.
Objeto
Processo
Processo
Processo
Processo
Processo
Processo
• Arranjo por Processo: também conhecido como arranjo convencional, neste 
tipo de arranjo o objeto que está sendo processado, ou seja, o produto, é que se 
desloca em relação aos recursos produtivos que são alocados de maneira con-
veniente e local apropriado para os mesmos, tais como similaridade, facilidade 
de operação, espaço físico, etc. Esse é o arranjo mais utilizado nas empresas do 
ramo metalmecânico (exemplo, existe o setor de prensas, o setor de usinagem,o 
Fonte: Autor
21SISTEMAS DE PRODUÇÃO
setor de montagem) e nos supermercados em geral (área dos laticínios, açougue, 
padaria, enlatados). Esse arranjo proporciona, de maneira geral, um bom volume 
de produção e uma certa variedade, pois os objetos se movem para os processos 
necessários na ordem necessária, não havendo obrigatoriedade de sequência.
• Arranjo Celular: neste tipo de arranjo um grupo específico de objetos se move 
em relação à um grupo específico de recursos transformadores, ou seja, não é 
qualquer produto que pode ser realizado, pois o mesmo fica limitado a uma 
certa sequência de recursos transformadores, que foram convenientemente es-
colhidos e alocados, de maneira a melhor processar “aquele” grupo específico 
de produtos, sendo que a sequência de produção é quase obrigatória (existe 
uma certa liberdade). Nesse caso, a versatilidade ou variedade é diminuída, 
mas o volume produzido e a velocidade têm incrementos significativos. Caso 
típico utilizado na indústria de autopeças e na maternidade de um hospital 
(independentemente do tipo de parto ou da criança, as mesmas seguem uma 
certa sequência de situações por onde devem passar).
Processo
Processo Processo
Processo
Objetivo
Fonte: Autor
22SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Arranjo por Produto: também co-
nhecido como leiaute em linha ou 
f low shop, este arranjo produtivo é 
literalmente montado, de manei-
ra que, o produto específico, seja 
processado da forma e na sequência 
mais conveniente, para o melhor 
resultado em termos de velocidade 
e volume produzido. Nesse caso, a 
sequência de processos é obrigatória 
e a versatilidade ou variedade de 
produtos, possíveis de serem pro-
duzidos é mínima, pois é o arranjo 
feito, dedicado para a realização “da-
quele” produto. Nesse caso, deve 
ficar claro, que esse arranjo é ado-
tado somente para produtos onde 
existe uma necessidade de volume 
de produção muito grande, e onde a 
variedade não é uma necessidade tão 
grande do mercado. Desse modo, é o 
leiaute mais adotado para a produção 
de produtos, onde se requer baixo 
custo produtivo, caso típico das li-
nhas de montagem de automóveis, 
processos de produção de produtos 
enlatados, restaurante self-service, 
etc.
Dessa maneira, podemos entender 
que, dos fatores apresentados como Di-
mensões de Mercado, as mais inf luentes 
são a relação entre Volume necessário a 
ser produzido e variedade requerida. Esses 
fatores estratégicos vão modificar, dras-
ticamente, os conceitos táticos da orga-
nização, à nível de realização do produto 
(tais como seu arranjo físico) e os demais 
vão inf luenciar outros fatores, tais como, 
a localização (no caso da Visibilidade) e 
tipo de mão de obra e gama de produtos 
a ser produzidos (Variação da Demanda).
Objetivo Objetivo
Processo
Processo Processo
Processo
Objetivo
Processo
Processo Processo
Processo
Fo
nt
e:
 A
ut
or
Fo
nt
e:
 A
ut
or
Agora, vamos a um 
Autoestudo!
1. Quais são as dimensões de merca-
do e quais suas implicações quan-
to aos Sistemas de Produção?
2. Quais são os objetivos de produto 
e quais suas implicações quanto 
aos Sistemas de Produção?
3. De que maneira os arranjos dos 
recursos produtivos são influen-
ciados pelas Dimensões de Mer-
cado?
4. Você consegue identificar estas 
dimensões e objetivos no âmbito 
do seu trabalho? 
O mercado, ou público alvo, de uma 
organização, define: Volume, Variedade, Va-
riação de Demanda e Visibilidade em relação 
às decisões da organização.
De posse desses fatores, deve ser defi-
nido qual o grau de atendimento do produto 
realizado em relação aos objetivos de Quali-
dade, Rapidez, Confiabilidade, Versatilidade 
e Custo.
O conjunto dessas decisões, associados 
aos arranjos dos recursos produtivos vão de-
finir o Sistema de Produção da empresa em 
questão, sendo inúmeras as possibilidades 
de decisões.
Não existem dois Sistemas Produtivos 
idênticos e nem existe um Sistema melhor 
ou pior, e sim, mais ou menos adequado às 
necessidades dos mercados e produtos.
REVISANDO!!! 
25SISTEMAS DE PRODUÇÃO
FUNÇÃO 
PRODUÇÃO
O que é produzir? Como evoluíram os 
conceitos de produção? 
Vamos conhecê-los? 
Os conceitos e as maneiras de produzir, de forma ge-
ral, no mundo, foram sendo modificadas com os anos que se 
passaram, sendo que, a grande maioria dessas modificações 
só acabou ocorrendo em menos de 200 anos de história da 
humanidade. O que se entende, é que grandes mudanças, nessa 
maneira de produzir, ainda estão ocorrendo. No entanto, cada 
vez mais rápido e em taxas exponencialmente mais altas do 
que se modificavam até cerca de um século e meio atrás. Para 
melhor compreender estas mudanças gerais, segue um breve 
histórico das questões e fatores produtivos, de acordo com o 
tempo que foi passando:
O nosso mundo mudou e, de 
acordo com estas mudanças, 
aconteceram mudanças na 
maneira de produzir e de 
pensar a produção, houve 
elevação de volumes, de 
resultados, de adequação às 
necessidades dos consumidores.
26SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Produção Artesanal: desde os pri-
mórdios o homem “Produz”, enten-
dendo por produção a transformação 
de certos materiais em produtos para 
seu uso e consumo. Desse modo, 
podemos entender como produção 
desde o plantio de algo e sua colheita 
para consumo, como também o fato 
de fazer uma ferramenta para usar 
em alguma atividade. Obviamente 
que, tanto os produtos, como a ma-
neira de produzir os mesmos foram 
evoluindo muito desde os primór-
dios dos homens das cavernas até o 
período que estamos agora, anali-
sando que é o início do século XIX. 
Contudo, mesmo assim, em se tra-
tando de sistemas de produção, essa 
evolução foi bastante pequena nesse 
meio tempo, pois, independente-
mente do produto ou da técnica de 
manufatura utilizada, o homem 
produzia estes objetos de maneira 
artesanal, ou seja, os conhecimen-
tos eram praticamente passados dos 
pais para filhos (eventualmente de 
mestre para aprendiz) e o artesão 
fazia toda a manufatura do produto. 
Assim, desde a escolha e compra da 
matéria prima, realização do pro-
duto como um todo e em todas as 
suas fases, venda, etc. De maneira 
geral, como o homem sempre viveu 
em comunidades, dentro de cada 
comunidade havia uma pessoa ou 
um pequeno grupo de pessoas que 
se responsabilizava por cada função, 
isto é, havia o padeiro, o costurei-
ro, os agricultores, os criadores de 
gado, o ferreiro, o sapateiro e assim 
por diante. A questão da evolução 
acontece quando, por exemplo, al-
gum desses “artesões”, de uma dada 
comunidade, acaba por descobrir 
um meio melhor de fazer um de-
terminado produto e as pessoas de 
outra comunidade acabam sabendo 
e acabam por buscar tal produto em 
outra comunidade que não a sua, 
com isso, o negócio do artesão em 
questão, acaba crescendo e começam 
a surgir as primeiras empresas, que 
são, de maneira geral, um grande 
conglomerado de artesões que fazem 
o mesmo produto.
O artesão realizava o produto 
específico que era sua especialidade, 
praticamente sozinho, do início ao 
fim. O trabalho era ensinado de 
mestre para aprendiz.
27SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Revolução Industrial: em mea-
dos do século XIX, na Inglaterra, 
acontece o efeito que a literatura 
descreve como a primeira revolu-
ção industrial, que não teve uma 
data específica, mas foi sim um fe-
nômeno que foi gerado devido ao 
fato do crescimento das empresas e a 
criação de um elemento tecnológico, 
inicialmente aplicado na fabricação 
de tecidos.
• Com o crescimento das empre-
sas, os até então artesões acabam 
por entender que o volume e a 
velocidade daquilo que podiam 
produzir é bastante aplicado com 
a divisão das tarefas de produção. 
Ou seja, o artesão não faz mais 
o produto do início ao fim, mas 
sim uma parte do seu processo, 
então, começa-se a notar que 
certas tarefas rendem mais ou 
menos do que outras e acabam 
necessitando, para equilíbrio da 
quantidade a ser produzida, de-
mandando mais ou menos mão 
de obra e recursos para serem 
realizadas. Dessa forma, come-
çam a surgiros especialistas em 
realizar determinada parte do 
processo, diferentemente dos es-
pecialistas em realizar o produto 
como um todo, isso acaba por 
aumentar, substancialmente, o 
volume daquilo que estava sen-
do produzido, e em tendo um 
especialista em cada tarefa, um 
eventual acréscimo na qualidade 
do produto final. Esse fenômeno 
da divisão do produto em tarefa e 
da especialização da tarefe acaba 
por receber o nome de Manu-
fatura.
• Um invento, chamado máqui-
na a vapor (mais tarde conhe-
cido como motor a vapor), que 
foi criado em meados do século 
XVII, acaba evoluindo, sendo 
melhorado e, no início do século 
XIX acaba por ganhar popula-
ridade. Esse invento permite a 
realização de força muito maior 
do que o ser humano é capaz so-
zinho, apesar dessa função já ser 
O fenômeno da manufatura 
com o adendo do motor à vapor 
proporcionou o efeito da Revolução 
Industrial no século XIX.
28SISTEMAS DE PRODUÇÃO
feita pelos moinhos de vento, ro-
das d’água e sistemas movidos à 
tração animal, possui uma dife-
rença substancial, o mesmo não 
depende de haver um fenômeno 
natural (vento, água corrente) e 
nem da força e presença de um 
animal. O motor à vapor pode 
ser instalado em praticamente 
qualquer lugar e acaba por tomar 
um espaço substancialmente me-
nor do que um moinho ou algo 
parecido, isso proporciona o uso 
do mesmo em escala industrial, 
pois as empresas agora podiam 
se instalar onde lhes fosse mais 
conveniente.
Sendo assim, a união do efeito da 
Manufatura aliada ao uso do Mo-
tor à Vapor proporcionou o surgi-
mento de grandes conglomerados 
de empresas, em diversas partes da 
Inglaterra, denominando isso como 
Revolução Industrial. O que muda 
drasticamente a forma de trabalhar 
e produzir do homem, o mesmo não 
mais precisa saber fazer um produto 
específico e se responsabilizar por 
todo o mesmo, mas sim, acaba se 
tornando um especialista na rea-
lização de determinada tarefa, au-
mentando seu potencial de trabalho 
e não restringindo seu talento, força 
e habilidade a um só produto, con-
sequentemente, o volume de produ-
tos produzidos sofre um acréscimo 
substancial.
• Produção em larga escala: também 
conhecido como fenômeno da pro-
dução em massa ou ainda tido como 
a Segunda Revolução Industrial foi 
o efeito de uma nova maneira de 
pensar e organizar os recursos pro-
dutivos, idealizado e aplicado pelo 
industrial americano Henry Ford 
no início do século XX. Ford perce-
beu, em dado momento, que deve-
ria poder produzir um produto com 
baixo preço e, assim, proporcionar 
que o mesmo fosse comprado por 
uma grande quantidade de pessoas 
que estariam dispostas a trabalhar 
para juntar recursos e poder possuir 
os consumir os produtos que seus 
A padronização do produto e a 
padronização do seu processo de 
produção proporcionaram o efeito 
da produção em larga escala de 
produtos acessíveis.
29SISTEMAS DE PRODUÇÃO
salários pudessem proporcionar a 
compra. Sendo assim, a indústria 
obteria grande lucro com a venda 
de produtos em grande quantidade, 
que seriam comprados pelos pró-
prios trabalhadores que trabalhavam 
nessas indústrias, uma vez que que, 
teriam recursos para poderem con-
sumir esses produtos, desde que re-
cebessem salário justo e tais produtos 
fossem possíveis de serem adquiridos 
com esse salário. Para viabilizar essa 
percepção, Ford chegou à conclusão 
que a divisão do produto em tarefas, 
tão somente não era suficiente, mas 
que seria necessário padronizar este 
produto para que as tarefas fossem 
padronizadas e assim se buscasse a 
forma mais produtiva de executar 
as mesmas, isso acabaria por gerar 
um produto “Padrão”, sempre igual, 
mas, em compensação, esse produto 
poderia ter um processo dedicado 
somente à execução dele, criando 
assim, o efeito de redução drástica 
do seu custo de produção.
• Primeira e Segunda Guerra Mun-
dial: a primeira Guerra Mundial 
(1914 até 1918) e a segunda Guerra 
Mundial (1939 até 1945) produzi-
ram o efeito de grande desenvol-
vimento tecnológico e produtivo. 
Apesar de todo o efeito negativo que 
uma guerra proporciona, com suas 
mortes, grandes somas de dinheiro 
gasto, destruição e etc., essas duas 
guerras em específico, pela propor-
ção que tomaram e número de pa-
íses e pessoas evolvidas acabaram 
por gerar um efeito sobre as ques-
tões de produção um tanto curioso. 
Com o advento da guerra, os paí-
ses participantes se veem, de uma 
hora para outra, obrigados a gerar 
recursos bélicos, tais como armas, 
uniformes, mantimentos, munição, 
etc. Dessa forma, o consumo desses 
itens cresce de maneira vertiginosa, 
rapidamente. Soma-se esse fato ao 
que, de certa forma, é uma grande 
vantagem competitiva na guerra, 
o país que tiver os recursos bélicos 
mais avançados, sendo assim, nes-
te período de guerras os governos 
Muitas indústrias tiveram alto grau 
de desenvolvimento de produtos e 
processos motivados pelas Primeira e 
Segunda Guerras Mundiais.
30SISTEMAS DE PRODUÇÃO
mundiais subsidiaram o desenvol-
vimento tecnológico em termos de 
produtos e de processos para diversas 
empresas que, ao final da guerra, 
não mais produziam recursos béli-
cos, mas acabaram utilizando esses 
desenvolvimentos tecnológicos em 
prol da produção de produtos mais 
avançados e de maior nível de qua-
lidade, em um volume maior e com 
custos menores.
• Manufatura Enxuta: as crises fi-
nanceiras mundiais que acabaram 
gerando as quedas das bolsas e crises 
do petróleo (1973 e 1979), acabaram 
por surtir um efeito, em termos de 
pensamento dos sistemas produti-
vos, um tanto quanto diferentes. 
Acontece que, com tais crises, a dis-
ponibilidade de dinheiro circulante 
no mercado acaba por ser escassa, 
fazendo com que a prioridade de 
consumo passe a ser, em itens mais 
básicos, ou então, em itens de menor 
valor. Fato que causou um efeito de 
colapso em grandes empresas ao re-
dor do mundo, todavia, nesse meio 
tempo, acaba por se ouvir falar de 
empresas japonesas, mais especifica-
mente, a Toyota, que mesmo com o 
advento da crise acaba por não sofrer 
todo o efeito devastador da mesma. 
Sendo assim, após a crise de 1979 
os olhos de grandes conglomerados 
americanos se voltam para buscar o 
entendimento de uma nova maneira 
de pensar as questões de produção, 
uma maneira que visa a produção 
mais racional de bens, com menos 
desperdícios materiais, de mão de 
obra e de recursos produtivos. Este 
novo paradigma de produção recebe 
o nome de Manufatura Enxuta ou 
ainda Terceira Revolução Industrial.
• Abertura no Mercado Nacional: de 
maneira mais específica, as indús-
trias brasileiras se veem na obrigação 
de repensar seus produtos e, fatal-
mente, seus métodos de produção, 
devido a abertura de mercado que 
foi realizada durante a presidência 
de Fernando Collor, na década de 
1990. Quando houve uma grande 
redução nas taxas de importação 
Os conceitos de manufatura enxuta 
acabam por modificar, severamente, 
a maneira de pensar produção a 
nível Mundial.
31SISTEMAS DE PRODUÇÃO
de produtos prontos para o Brasil. 
O que proporcionou a entrada, no 
nosso mercado, de produtos tec-
nologicamente mais avançados e 
com preços muito competitivos em 
reação aos produtos nacionais, ou 
seja, nosso mercado foi invadido, 
principalmente, por eletrônicos e 
automóveis vindos de outras partes 
do mundo, o que acabou por obrigar 
a indústria nacional, como forma 
de sobrevivência, a melhorar tan-
to a tecnologia embarcada em seus 
produtos, como rever seus processos 
produtivos, bem como, de modo a 
serem mais competitivos.
Visto o que acabamos de verificar 
em termos históricos, temos como efeito 
o entendimento que a capacidade pro-
dutiva versus a demanda por produtos 
inverte, pois onde, até então, o mundo 
era carente por produtos (baixa oferta e 
alta demanda), cria-se um efeito em que 
acaba por existir alta oferta de produtos e 
uma demanda decrescente pelos produtos 
ofertados. Nesse sentido, as empresas se 
veem obrigadas a diversificar sua manei-
ra de pensar produção, uma vez que,os 
produtos padronizados não mais são tão 
bem aceitos no mercado, que já requer 
certa customização, afim de satisfazer suas 
necessidades. A indústria mundial se vê 
com a necessidade de ajustar seus produtos 
conforme necessidades da demanda, então 
acontece a competição por objetivos.
Se entendemos corretamente o que 
vimos até aqui, produtos padronizados são 
produzidos em altos volumes, reduzindo 
seus preços. Do contrário, o mercado acaba 
por exigir diferenciação do mesmo, mas 
isso tenderia a aumentar os custos produti-
vos, ou seja, sai-se da Produção em Massa 
para a Customização em Massa. Junta-se 
a esse fato o efeito da globalização, onde 
as empresas acabam competindo com seus 
produtos com produtos vindos de todas as 
partes do globo.
Então, aluno, para ref letirmos, fica 
a seguinte questão:
Como aliar diversidade de produ-
ção com baixos custos produtivos?
Inversão da capacidade produtiva
Relação entreàerta e demanda
Competitividalde por Objetivos
(Custos, Qualidade, Tempo, Flexibilidade e Inovação)
“Produção em Massa” para
”Customização em Massa”
Mercado Global
Fonte: Autor
32SISTEMAS DE PRODUÇÃO
CONCEITOS ASSOCIADOS
Para compreendermos os conceitos 
dos novos paradigmas produtos, temos 
que, primeiramente, formatar alguns con-
ceitos importantes:
• Produtividade: ao contrário do en-
tendimento geral, a produtividade 
não tem a ver com o volume de pro-
dutos produzidos, mas sim, a quan-
tidade de produtos produzidos em 
relação ao uso de um determinado 
recurso produtivo. Então, para en-
tender, se um Sistema de Produção 
é melhor do que outro (ou seja, é 
mais produtivo do que outro) de-
vemos primeiramente definir uma 
base comparativa entre os mesmos, 
pois, lembrando, não existem sis-
temas iguais. Sendo assim, vê-se 
necessário o estabelecimento de um 
parâmetro de comparação. Como 
exemplo, não adianta dizer que de-
terminada empresa de frutas produz 
5.000 frutas por mês e outra produz 
30.000, a melhor empresa é que a 
realiza o melhor resultado em re-
lação ao recurso utilizado. Usando 
o mesmo exemplo, poderíamos ter, 
consecutivamente, os seguintes re-
sultados comparando quantas frutas 
por hectare plantado entre as duas 
empresas, logo a primeira poderia 
produzir 1.000 frutas por hectare e 
a segunda somente 800 frutas, ou 
seja, mesmo produzindo mais, a se-
gunda empresa não é melhor, pois 
a primeira possui um rendimento 
melhor, relacionado aos seus recur-
sos produtivos. Costumeiramente, 
o recurso produtivo comparado é 
modificado em relação ao tipo de 
empresa, convenientemente àquele 
recurso produtivo que é mais custoso 
em virtude do tipo de produto, no 
nosso exemplo, usamos para frutas 
a hectare plantado, na construção 
civil poderíamos estar comparando 
metros quadrados construídos em 
relação à quantidade de funcioná-
rios utilizados ou, ainda assim, a 
base mais comum de comparação 
é a quantidade de produtos médios 
realizados por hora.
• Novo Paradigma de Custos: usu-
almente, os preços de venda de um 
produto eram calculados, de manei-
ra geral, sendo a soma do custo de 
produção com o lucro pretendido, 
matematicamente, isso está correto 
(contabilidade dos custos). Novas 
linhas de pensamento começaram a 
ensinar que, com a competitividade, 
os preços dos produtos não mais são 
calculados pelas empresas, são sim 
definidos pelo mercado (se um pro-
duto for muito mais caro que outro 
e não tiver diferencial nenhum em 
relação ao mesmo, então o merca-
do deixa de comprar esse produto). 
Desse modo, a maneira de pensar 
foi modificada para que o lucro da 
empresa fosse o resultado do preço 
praticado, menos os custos de pro-
dução, isso também está matema-
ticamente correto e coerente com 
a fórmula anterior (controle dos 
custos). As linhas de pensamento 
mais modernas já compreendem que 
Produtividade:
Quantidade produzida
Unidade ou Tempo
33SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Inovação: tipicamente, o entendimento geral de inovação é o produto mais 
moderno, com maior número de características e possibilidades, com design 
mais inovador. Esse conceito é totalmente correto, mas está alicerçado na ideia 
de inovação de produto. Pensando dessa maneira, nos vêm à cabeça que po-
demos inovar, também usando máquinas mais modernas, recursos produtivos 
mais rápidos e, além disso, esse conceito é correto, mas está alicerçado na ideia 
de inovação de processos. Quando tratamos de Sistemas Produtivos, em vários 
momentos vamos nos deparar com a necessidade de Inovar Produtos e Inovar 
Processos, pois eles fazem parte de uma ideia muito maior, a qual acaba nos 
remetendo à Inovações de Mercado (buscar mercados diferentes para produtos 
o lucro de uma empresa é a razão 
da mesma existir, ou seja, ou exis-
te o lucro ou não existe a empresa. 
Assim, a maneira atual de pensar 
é que o custo de um produto deve 
ser o resultado do valor praticado 
pelo mesmo, junto ao mercado me-
nos o lucro requerido pela empresa, 
novamente, está matematicamen-
te correto e coerente com as duas 
maneiras anteriores, mas a linha 
de pensamento é que muda. Nesse 
caso, se o preço é estabelecido pelo 
mercado e o lucro é a razão de existir 
de uma empresa, então a decisão de 
produzir um produto ou não, está 
em ser possível conseguir realizar 
o produto com o custo resultante 
(gerenciamento de custos). Aqui 
tornamos a lembrar duma questão 
interessante, quanto mais padrão 
for o produto, menor seu custo, do 
contrário, quanto maior variedade 
de produtos, maior o mercado po-
tencial da empresa e possibilidade de 
vendas do mesmo, ou seja, existe a 
necessidade de achar um meio termo 
entre quantidade e variedade, afim 
de que o custo seja atendido.
Estudos demonstram que, ao 
dobrar o volume de produção 
de um produto, seus custos 
caem de 15 a 25%, do mesmo 
modo que, ao dobrar a 
variedade produzida, os custos 
aumentam de 20 a 25%.
34SISTEMAS DE PRODUÇÃO
acionistas (interesse no lucro que a empresa pode gerar) e a comunidade em 
geral (interesse nos empregos e prosperidade que a empresa pode gerar no seu 
redor). Sempre que uma inovação é realizada, todas essas partes interessadas 
são atingidas, às vezes em maior ou às vezes em menor grau, às vezes positiva, 
às vezes negativamente, mas sempre sofrem as consequências da inovação. O 
importante aqui é entender quem representa essas partes interessadas e saber 
verificar os possíveis efeitos e tomar as melhores definições acerca da inovação 
proposta ao Sistema.
• Lógica de Processos e Sistemas: um processo é uma operação de transformação, 
basicamente, se utilizada das entradas (inputs) que podem ser matéria prima, 
insumos, máquinas, pessoas, instruções e devolvendo as saídas (outputs), que 
podem ser o serviço, produto, sobras de material, rejeitos, etc. Nesse processo 
de se utilizar das entradas e, ao realizar a operação, transformar a junção das 
mesmas em saídas, obrigatoriamente existe um gasto (custo) e agregação de valor 
(lucro), por isso, não existe agregação de valor sem transformação, do mesmo 
modo que não se pode chamar de processo uma operação que não agregue valor. 
Um sistema tão somente é a ligação de diversos processos, em outras palavras, 
as saídas de um processo serão as entradas do processo subsequente.
já existentes), Inovações de Mate-
riais (matéria prima alternativa para 
substituir as atualmente utilizadas)
e, de maneira mais ampla, busca-
-se a Inovação de Gestão, ou seja, 
arranjar e ajustar a interação entre 
os diversos recursos produtivos, de 
modo a gerar um efeito que tende a 
tornar o Sistema Produtivo melhor, 
produzindo um produto melhor, de 
maneira mais rápida e com custo 
menor.
• Partes Interessadas: também co-
nhecido na literatura com o nome 
de Stakeholders, o entendimento de 
partes interessadas está em compre-
ender que, quando uma inovação é 
realizada, ela afeta positiva ou ne-
gativamente um ou mais elementos 
das partes interessadas. Sendo muito 
diferentes os “públicos” que são aten-
didos por uma empresa, composto 
dos clientes (interesse no produtorealizado), funcionários (interesse 
nos benefícios e salários recebidos), 
fornecedores (interesse no consu-
mo de seus produtos pela empresa), 
Fonte: Autor
35SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Um processo pode se utilizar como objeto principal de trabalho, tanto Matérias 
Primas (normalmente processos industriais), Informações (tipicamente processos 
sem uma saída tangível) ou Pessoas (serviços realizados ao consumidor).
Materiais Informações Consumidores
Manufatura
Mineração e extração
Operações de varejo
Armazéns
Serviços postais
Transporte
Contadores
Matriz de Banco
Pesquisa e Marketing
Analistas Financeiros
Serviço de notícias
Institutos de Pesquisa
Telecomunicaçõe
Cabeleireiros
Hotéis
Transporte de pessoas
Teatro/Cinema
Parques
Dentista/ Médicos
A grande complicação está em reconhecer os processos, suas entradas e suas 
saídas, para tanto, o quadro a seguir faz a comparação de diferentes processos, 
suas operações, suas entradas e saídas.
Operaçao Entradas Processo Saídas
Indústria
Matéria prima
Colaboradores
Maquinário/recursos
Usinagem
Caldeiraria
Solda
Produto pronto
Companhia aérea
Avião
Equipe de terra
Tripulação
Passageiros e carga
Transportar
passageiros e cargas
Passageiros e carga
transportados
Estabelecimento
comercial
Produtos à venda
Equipe (vendas/staff)
Registros
Clientes
Dispor os bens
Aconselhar compra
Vender produtos
Produto vendido ao
consumidor
Polícia
Oficiais de polícia
Sistema/informações
Público (criminosos)
Prevenir crimes
Solucionar crimes
Prender criminosos
Sociedade justa
Sentimento de
segurança
De posse dos conhecimentos dos 
conceitos apresentados até aqui, podemos, 
agora, partir para o entendimento do que 
é um sistema de produção, o qual é, ba-
sicamente, a união dos diversos Subpro-
cessos dentro de uma empresa, que têm 
como objetivo comum, realizar operações 
de transformação em torno de um obje-
to e, assim, agregar valor ao mesmo. O 
entendimento dos sistemas de produção 
está baseado na compreensão dos diversos 
processos necessários para compreender 
como o objeto é transformado. Se quiser-
mos entender a empresa como um todo, 
formando um grande processo, isto é to-
talmente possível, do mesmo modo que, 
se quisermos compreender a operação de 
uma única máquina como um processo, 
isso também é possível. O importante está 
em definir qual a abrangência necessária 
e o grau de precisão que vamos necessi-
tar para poder analisar um determinado 
processo ou sistema. Se a análise for algo 
venha generalizar, então, podemos enten-
der a empresa como um grande processo 
com a entrada da matéria prima e a saída 
de um produto acabado, como exemplo, 
mas fatalmente o processo de melhoria 
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
36SISTEMAS DE PRODUÇÃO
perde em nível de precisão e oportunida-
des de verificação. Já, se a análise for algo 
extremamente minucioso, podemos então 
entender a operação de uma máquina como 
processo, porém estaremos incorrendo no 
erro de não enxergar as interligações que 
este processo tem com os demais. Então, 
podemos ainda, incorreremos por falta de 
informação para nosso processo de me-
lhoria. O mais correto é ir analisando de 
maneira genérica, compreendendo o “Sis-
tema”, com isso poderemos compreender 
as interações entre os diversos “Processos” 
e assim conseguir compreender quais são 
os “Subprocessos” que realmente precisam 
de uma análise mais minuciosa, afim do 
apontamento de possíveis melhorias.
Em uma visão particular, Shingo 
(1996) trata os sistemas de produção e seus 
processos de forma evolutiva, partindo 
do princípio, conforme comentamos no 
entendimento da Revolução Industrial, 
anteriormente.
As operações artesanais foram divi-
didas (Divisão do Trabalho) em operações 
individuais, isso acarretou no aumento de 
mão-de-obra, proporcionalmente, atri-
buída ao produto (Aumento da Função 
das Mãos). Essa divisão de operações 
possibilitou a medição e estudo das mes-
mas (Ciência do Trabalho), de forma a 
buscar melhorias nos métodos de traba-
lho. Posteriormente, houve estudos que 
mostraram que, mesmo inseridas dentro 
dos processos produtivos, as pessoas que 
dele participam possuem necessidades a 
serem atendidas (Necessidades Humanas) 
e, como são pessoas, naturalmente produ-
zem variação. Essa variação é prejudicial 
ao processo, existe sim a necessidade de 
haver certo controle sobre as operações e 
também sobre as pessoas que as realizam, 
mas este controle, quando realizado de 
maneira opressora, tende a gerar resulta-
dos inconstantes, pois fica extremamente 
dependente da relação chefe-empregado. 
Dessa forma, é que Shingo acaba ressal-
tando que o Sistema só atinge o patamar 
de Manufatura Enxuta (produção com 
estoque zero) quando compreende esse 
processo como evolutivo e cria maneiras 
para que o “Sistema” faça o controle sob 
sua própria variação, e não que este con-
trole dependa única e exclusivamente das 
pessoas que comandam o sistema, pois 
essas também variam em sua operação.
lº - Divisão do Trabalho
2º - Aumento da Função das Mãos
(mecanização e motorização)
3º - Ciência do Trabalho
4º - Necessidades Humanas 
(Hawthorne)
5º - Produção com Estoque Zero
Fonte: Adaptado de Shingo (1996)
37SISTEMAS DE PRODUÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS 
PRODUTIVOS
A fim de proporcionar um melhor 
entendimento ou compreensão dos siste-
mas produtivos, a literatura acaba por criar 
uma classificação entre os mesmos. Claro 
que um sistema não pode e nem deve ser 
analisado diretamente de acordo com esta 
classificação. Entretanto, esta é sim, uma 
maneira de compreender, de forma geral, 
os fenômenos gerais produzidos por tais 
processos, compreendendo que um Sistema 
Produtivo é tão somente a forma como 
organizam-se os recursos para a produção 
de produtos e serviços.
Os sistemas produtivos são, primei-
ramente, divididos pela sua função, ou seja, 
de maneira geral pela missão primordial 
que se prestam a cumprir e, novamente, 
deve-se entender que o sistema não faz, 
usualmente, uma só função, mas aqui tra-
tamos da função primária do mesmo:
• Manufatura: sistemas que tem 
como função principal a produção 
de bens de consumo ou que serão 
utilizados para consumo em ou-
tros produtos, tais como a indústria 
metal mecânica, beneficiamento de 
alimentos, fábricas de automóveis;
• Serviços: produtos intangíveis, que 
não podem ser tocados, mas que são 
realizados de forma a satisfazer uma 
necessidade específica, tais como 
instituições financeiras, serviços de 
telefonia, etc.;
• Transportes: o produto desse tipo 
de sistema é o deslocamento de car-
gas ou pessoas, tais como compa-
nhias aéreas, companhia de trans-
porte rodoviário, etc.; 
• Suprimento: basicamente está na 
aproximação de bens entre a ma-
nufatura e o consumidor, tais como 
centros de distribuição, supermer-
cados, lojas de comércio, etc.;
• Extração: como o próprio nome 
sugere, sistemas que tem como 
função a extração de material base 
da natureza, onde originalmente se 
encontram, tais como companhias 
mineradoras, companhias petrolí-
feras, etc.;
• Cultivo: parecido com a extração, 
mas difere-se pelo fato de que, nesse 
tipo de sistema, o local para exe-
cução da extração é escolhido de 
maneira conveniente aos produtos, 
tais como a agricultura e a pecuária.
Já, de acordo com a representativi-
dade econômica dos mesmos, podem ser 
divididos da seguinte forma:
• Setor Primário: sistemas produtivos 
de base, usualmente trabalham com 
produtos padronizados, de grande 
volume, e relativamente baixos va-
lores agregados, muitos dos produ-
tos desses processos são controlados 
pelos governos através de padrões 
de valor de venda, a ênfase está nas 
relações do governo com empresas 
ou ainda de empresas com empre-
sas, tipicamente estão as atividades 
de Cultivo e Extração nesse grupo;
38SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Setor Secundário: sistemas pro-
dutivos de transformação e benefi-
ciamento de produtos, tipicamente 
atividades de Manufatura. Usual-
mente, trabalha-se com produtosde 
volumes médios para altos e valor 
agregado mediano, sendo a ênfase 
na relação de empresas para em-
presas, com alguma relação com o 
consumidor final;
• Setor Terciário: sistemas produ-
tivos, com ênfase no consumidor 
final, o valor agregado está baseado 
na aproximação do cliente, ou ainda, 
na facilidade de aquisição, tipica-
mente as empresas de Suprimentos, 
Transportes e Serviços.
Os sistemas produtivos também 
podem ser classificados de acordo com a 
forma que interagem com seus clientes, 
onde basicamente podemos entender para 
o caso de produção de bens materiais:
• Fabricação para Estoque (MTS-
-make to stock): a empresa realiza 
seu produto de acordo com suas pró-
prias especificações e então disponi-
biliza os mesmos para o mercado, tí-
pico caso da indústria de eletrônicos, 
eletrodomésticos e bens de consumo, 
quase não há customização possível, 
produção de altíssimos volumes;
• Montagem sob Encomenda 
(ATO-assembly to order): a em-
presa fabrica produtos pré-definidos 
e realiza a configuração final desse 
produto de acordo com a demanda, 
caso típico das montadoras automo-
tivas, certo nível de customização 
controlada em pacotes pré-defini-
dos, produção de grandes volumes;
• Produção sob Encomenda (MTO-
-make to order): e empresa realiza 
seu produto de acordo com as es-
pecificações do cliente, típico caso 
das indústrias de autopeças, que 
produzem de acordo com as espe-
cificações das montadoras, grandes 
níveis de customização possíveis, de 
acordo com predefinições, produção 
de médios para grandes volumes;
• Projeto sob Encomenda (PTO-
-project to order): a empresa realiza 
tanto o projeto quanto a execução, de 
acordo com a demanda do mercado, 
caso típico da construção civil, que 
tem que realizar um novo projeto a 
cada novo produto, altos níveis de 
customização possíveis, produção 
de baixos volumes.
Nos casos dos serviços a classifica-
ção tem pequenas modificações:
• Serviço em Massa: serviço padro-
nizado, de baixo custo relativo, não 
customizado e de altos volumes, caso 
das companhias de luz, telefônicas, 
etc.;
• Loja de Serviço: serviço de relativa 
padronização, certo nível de custo-
mização e de médios volumes, caso 
das assistências técnicas e revende-
dores autorizados;
• Serviço Profissional: serviço alta-
mente customizado, baixo volume 
produzido e altos custos relativos 
39SISTEMAS DE PRODUÇÃO
associados, caso dos profissionais 
liberais, tais como mecânicos, ele-
tricistas, encanadores, pedreiros, etc.
A classificação mais importante no 
âmbito do estudo dos sistemas produtivos 
se dá pelo tipo de processo que a empresa 
utiliza, basicamente, pode-se entender os 
sistemas de produção sob duas óticas:
• Sistemas Contínuos: sistemas com 
f luxo contínuo de produção, altos 
volumes de produção e baixas va-
riedades;
• Sistemas Discretos: sistemas com 
fluxo intermitente, onde o tempo de 
setup (preparação e ajuste do pro-
cesso) é grande em relação ao tempo 
de operação.
Com o passar do tempo, essa clas-
sificação foi evoluindo, essencialmente, 
refinando o entendimento sobre os siste-
mas de produção discretos, sendo assim, 
ficamos com as seguintes classificações:
• Processo por Projeto: estes tipos 
de sistemas de produção são carac-
terizados por produzirem produtos 
altamente customizados e com tem-
po de produção longos, mas, apesar 
disso, costumeiramente possuem 
início e f im de produção muito 
bem definidos. Isto é, sendo pre-
visto um começo e um encerramento 
da atividade. Por causa do nível de 
customização, requerem recursos 
produtivos, altamente f lexíveis, e 
é notório o fato que estes recur-
sos passam por grandes períodos 
de ociosidade, geralmente. Esses 
recursos transformadores, quando 
estão executando o produto, são 
extremamente dedicados e acabam 
por, usualmente, serem arranjados. 
Assim, diferentemente, de maneira 
mais conveniente para cada produto, 
sendo o posicional, tipo de leiaute 
mais utilizado. Tipicamente, esse 
tipo de processo é usado em esta-
leiros, construção civil, fabricação 
de aeronaves.
40SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Processo do tipo Jobbing: costuma 
ser utilizado na produção de pro-
dutos com grande grau de custo-
mização, porém onde pode haver 
certo grau de repetição. Os recursos 
transformadores, muitas vezes, são 
f lexíveis e podem ser compartilha-
dos com mais do que um produto 
por vez. Por vezes, utiliza-se de ar-
ranjos por processo ou, em alguns 
casos, arranjos físicos posicionais, 
sendo esse o caso típico da produção 
de moldes e matrizes (Matrizarias) 
e também de Alfaiatarias;
• Processo do tipo Batch: caracte-
rizado pela produção de produtos 
em lotes (ou bateladas) onde, após 
a produção desse lote (que pode ser 
caracterizado pelo modelo de um 
ano específ ico, modelo sazonal, 
linha de produtos do ano, etc) o 
mesmo não mais se repetirá. Nesse 
momento, podemos observar que 
existe repetição, mas a mesma será 
por um tempo finito e planejado 
(usualmente um ano, uma estação ou 
6 meses), ou seja, temos uma quanti-
41SISTEMAS DE PRODUÇÃO
dade limitada de produto e um ciclo 
de vida relativamente curto, em que 
se utilizam de arranjos celulares ou, 
em algumas vezes, arranjos físicos 
por processo. Esse é o caso típico da 
indústria calçadista e da fabricação 
de eletrodomésticos;
• Processo de produção em Mas-
sa: caracterizado pela produção de 
produtos com alto grau de padro-
nização, altos volumes e com ciclo 
de vida longo. Nesse caso são ad-
mitidas algumas variações, mas es-
sas não podem afetar o processo de 
produção básico, pois utiliza-se de 
recursos transformadores dedicados 
e, usualmente, busca-se a automa-
tização como forma de aumento 
de produtividade. Normalmente, o 
arranjo produtivo está entre os do 
tipo celular e os arranjos por produto 
(linha de produção), é o caso típico 
da produção de produtos enlatados, 
produtos de limpeza, produção de 
automóveis, etc.
• Processo de Produção Contínuo: 
neste momento, estamos falando 
de processos de produtos altamente 
padronizados, produzidos por es-
paços de tempo muito longos, que 
permitem pouquíssima ou nenhu-
ma variedade, cujos investimentos 
no processo produtivo demandam 
de altos investimentos, assim são 
produzidos produtos de custo re-
lativamente baixos. Utilização de 
arranjos por produto (linha de pro-
dução) onde, em certos momentos, 
o processo é literalmente contínuo, 
ou seja, não para. Caso típico da 
indústria petrolífera e geradoras de 
energia elétrica.
Visto o que acabamos de compreen-
der entre os diversos processos, o gráfico 
a seguir nos demonstra uma escala entre 
as possibilidades de variedade, as quais 
podem ser proporcionadas por cada um 
destes tipos de processos versus os volumes 
de produção.
42SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Projeto Jobbing Batch Massa Contínuo
Tempo de setup/tempo de operação Alto Baixo
volume Baixo Alto
Variedade Alto Baixo
Grau de padronização do produto Baixo Alto
Ciclo de vida do produto Curto Longo
Flexibilidade dos recursos Alto Baixo
Dedicação dos recursos Alto Baixo
Do mesmo modo, o quadro comparativo, que sucede essa breve explicação, 
demonstra as principais características dos processos em comparação com os demais 
apresentados.
O MECANISMO DA FUNÇÃO 
PRODUÇÃO
Tendo compreendido o material até 
aqui, agora, estamos aptos a compreender 
o Mecanismo da Função produção, ou 
seja, de que maneira funciona a função ou 
fato de produzir. Basicamente, dividimos 
a função produção em dois momentos, a 
Função Processo e a Função Operação, 
sendo que todo e qualquer processo, im-
pendentemente do produto ou serviço que 
está se realizando, pode ser compreendido 
dessa forma.
• Função Processo: esta é a função 
que observa o f luxo do “objeto” 
que está sendo processado dentro 
do processo e, consequentemente, 
dentro do sistema produtivo. Nesse 
momento é importante entender a 
sequência de etapas que o objeto 
que está sendo processado sofre, em 
outras palavras, o que mais importa 
é de onde vem e para onde vai o 
objeto que estásendo processado. 
Não importando, nesse momento, 
Fonte: Autor
Fonte: Adaptado de Slack (2009)
43SISTEMAS DE PRODUÇÃO
qual é o tipo de operação que está 
sendo realizada, e sim, compreender 
que, para chegar ao final do processo 
em questão, o objeto necessita re-
alizar esta operação. Sendo assim, 
observe no exemplo que segue, pro-
cure observar o f luxo do objeto de 
trabalho (seja ele material, pessoas, 
informação) no tempo e no espaço;
• Função Operação: esta é a fun-
ção que observa o objeto proces-
sado dentro da operação, ou seja, 
o que acontece com este objeto na 
operação que está sendo realizada. 
Importante entender, que sempre 
que realizarmos uma melhoria qual-
quer, a mesma será feita na função 
Operação, ou seja, a melhoria se 
dá, pontualmente, em cada opera-
ção do processo. Dessa forma, no 
exemplo a seguir, procure observar 
o f luxo do sujeito de trabalho (o que 
as máquinas, pessoas, recursos pro-
EXEMPLO: Nesse processo, o objeto passa 
pela operação A, que consegue realizar 
uma taxa de produção de 10 peças em uma 
hora, depois passa para a operação B, que 
consegue realizar uma taxa de produção 
de 5 peças por hora e, finalmente, passa 
por uma operação C, que realiza uma taxa 
de produção de 8 peças por hora. Diante 
desse processo que, conforme informado, 
tem uma demanda de 10 peças por hora. 
Agora, reflita, procure ver se compreendeu 
as questões que seguem:
1-O processo consegue realizar a demanda 
necessária?
Resposta: Não consegue, pois se é 
necessário passar pela sequência de 
operações e a operação B só atinge 5 
peças/h, então já é possível compreender 
que o processo em questão não atende à 
demanda necessária.
2-Qual é a taxa de produção total do 
processo?
Resposta: O processo tão somente 
consegue executar uma taxa de 5 peças/h 
no total. Nesse ponto, é importante notar 
que a operação A consegue produzir 10 
peças /h, quando estas peças chegam na 
operação B, esta só consegue executar 
5 peças/h, ou seja, metade dos objetos 
que estão sendo processados ficam 
parados na operação B. Após isso, tais 
peças passam para a operação C, que tem 
capacidade de 8 peças/h, no entanto, só 
chegam 5 oriundas da operação anterior, 
e independentemente da taxa de produção 
de cada recurso, o Sistema como um todo 
está limitado à menor delas.
3- Trocar a máquina A por uma de melhor 
performance (15pç/h), melhora o processo 
ou a operação?
Resposta: neste caso, haverá uma melhoria 
na operação A, mas ela não vai refletir 
melhoria no processo como um todo, pois 
o mesmo continua sendo limitado pela 
operação B. Sendo assim, precisamos 
compreender a função operação, que é 
o caminho por onde o objeto passa, não 
haverá melhoria se não houver melhora no 
caminho como um todo.
Fonte: Autor
44SISTEMAS DE PRODUÇÃO
dutivos está realizando) no tempo e 
no espaço;
Importante compreender que sempre serão realizadas melhorias na função 
operação, mas estas sempre terão de ser subordinadas à função processo, pois esta é 
a função que representa o f luxo de produtos que o sistema está processando. Ou seja, 
as melhorias devem ser realizadas no processo, que será avaliado e onde será notada 
qual a operação contribui para o resultado indesejado do mesmo, nesse momento, a 
operação apontada em questão deverá ser ajustada.
Diversos tipos de processos podem ser retratados, analisados e estudados e as 
formas de demonstrar isso variam de pessoa para pessoa ou de organização para or-
ganização. A literatura também traz diversas formas de realizar esta demonstração, a 
isso se dá o nome de diagrama de f luxo de processo, sendo que sua função é entender 
o processo de manufatura e identificar oportunidades de melhorias com a elimina-
ção dos desperdícios (estes serão tratados em específico no capítulo sobre perdas). 
Shingo (1996) define uma forma de tratar e descrever processo, padronizando uma 
nomenclatura a tipos de operações, conforme segue:
EXEMPLO: Nesse processo, a operação 
em questão é o transporte de objeto de 
massa equivalente a 500 kg por uma 
distância de 1 km entre os pontos A e B. 
Diante desse processo, onde foi realizada 
uma modificação, sendo a operação de 
transporte modificada de manual para 
mecanizada, responda:
1-Trocar o sistema de transporte de 
manual para mecanizado melhora o 
processo ou a operação?
Resposta: Sendo a distância e a carga 
inalteradas e não havendo dados sobre, 
por exemplo, o tempo ou o custo que esta 
operação tem, não é possível dizer se 
houve melhoria na operação. Do mesmo 
modo que, se não houve melhoria na 
operação, não há como ter havido melhoria 
no processo.
Fonte: Autor
Fonte: Shingo (1996)
45SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Processamento: mudança na forma, 
mudança nas propriedades, mon-
tagem ou desmontagem, operação 
onde há real agregação de valor ao 
objeto;
• Inspeção: comparação com um pa-
drão que não agrega valor, medição, 
verificação dos resultados de opera-
ções anteriores;
• Transporte: mudança de posição 
que não agrega valor, deslocamento 
entre operações. Não confundir com 
o produto Transporte;
• Espera ou Estocagem: passagem de 
tempo sem a execução de qualquer 
outro tipo de operação. A espera 
pode ser classificada em quatro ca-
tegorias:
* Espera ou estocagem de maté-
ria-prima: esperas anteriores ao 
início do processo;
* Espera do processo: aguardo do 
término da operação que está 
sendo executada no lote anterior, 
até que a máquina, dispositivo e/
ou operador estejam disponíveis 
para o início da operação (pro-
cessamento, inspeção ou trans-
porte);
* Esperando lote: é a espera a que 
cada peça componente de um lote 
é submetida, até que todas as pe-
ças do lote tenham sido proces-
sadas para, então, seguir para o 
próximo passo ou operação;
* Espera ou estocagem dos produ-
tos acabados.
Sendo a simbologia aplicada a se-
guinte:
Também é importante compreender 
os conceitos de como são tratados os tem-
pos necessários para mapear um processo:
• Lead Time: tempo total transcor-
rido entre a entrada do produto em 
produção dentro do processo e a saí-
da do produto ao final desse mesmo 
processo, também conhecido como 
tempo de atravessamento. De ma-
neira prática, usualmente é o tempo 
total do processo.
• Tempo de Ciclo: tempo “transcor-
rido” (executado) entre a repetição 
de um mesmo evento (saída de um 
produto até a saída do próximo pro-
duto), ou seja, o intervalo entre a 
saída de dois produtos de dentro 
do processo produtivo. Usualmente, 
Fonte: Autor
46SISTEMAS DE PRODUÇÃO
depende dos tempos unitários de 
processamento em cada operação 
(tempo padrão) e do número de tra-
balhadores alocados no processo.
• Takt Time: tempo “requerido” (te-
órico) entre a saída de um produto 
pronto e a saída do próximo produto 
pronto do processo. Normalmente, 
deve ser regulado a partir da de-
manda necessária de produtos, ou 
seja, a quantidade de produto a ser 
fabricado e o tempo de entrega es-
perado para a produção do mesmo. 
Geralmente, determina o “ritmo da 
produção”.
Agora, vamos a um 
Autoestudo!
1. Qual o efeito que o aumento de 
volume e o aumento de variedade 
criam nos Sistemas Produtivos?
2. O que é e como se caracteriza um 
processo?
3. Que diferenças podemos com-
preender entre as Funções Pro-
cesso e Operação no Mecanismo 
da Função Produção?
4. É possível identificar o Lead Time, 
O Tempo de Ciclo e o Takt Time 
dos processos no âmbito do seu 
trabalho?
5. Você consegue identificar as en-
tradas, operações e saídas no seu 
âmbito de trabalho? 
A organização e a maneira de produzir 
foram modificadas com o tempo, em virtu-
de de fatores históricos e da demanda por 
produtos.
Sistemas Produtivos são avaliados con-
forme sua eficácia, ou seja, uso de recursos 
para o fim desejado.
As melhorias fundamentais dos siste-
mas produtivos visam, atualmente, a redução 
dos custos associados à produção.
O acréscimo de volume e o acréscimo 
de variedade são, taticamente, os dois ele-
mentos que mais criam variações sistêmicas 
de custos

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