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Sistemas de Produção - Ebook

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Prévia do material em texto

SISTEMAS DE PRODUÇÃO
André Lunardi Steiner
SUMÁRIO
Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-
PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-
ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os 
direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É 
proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETOR DE ENSINO A DISTÂNCIA (EAD) 
Rafael Giovanella
Desenvolvido pela equipe de Criações para o Ensino a Distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Thaís Munhoz 
Revisora
Camila da Silva Portela
O QUE É PRODUÇÃO 4
PRODUTIVIDADE E O PARADIGMA DOS CUSTOS 14
DIMENSÕES DO MERCADO 16
OBJETIVOS DO PRODUTO 21
SISTEMAS DE PRODUÇÃO 28
SÍNTESE 30
FUNÇÃO PRODUÇÃO 32
LÓGICA DE PROCESSOS E SISTEMAS 34
CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS PRODUTIVOS 36
RECURSOS E ARRANJOS PRODUTIVOS 49
CAPACIDADES E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 55
O MECANISMO DA FUNÇÃO PRODUÇÃO 59
SÍNTESE 64
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO 66
PRODUÇÃO ARTESANAL 67
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - INDUSTRIALIZAÇÃO 69
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA 71
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – MANUFATURA ENXUTA 74
QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – INDÚSTRIA 4.0 78
SISTEMA FORD DE PRODUÇÃO 80
SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO 86
SÍNTESE 92
METODOLOGIAS DA MANUFATURA ENXUTA 94
ESTABILIDADE OPERACIONAL 96
JUST-IN-TIME 104
JIDOKA 116
KAIZEN 121
ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL 122
SÍNTESE 126
3SISTEMAS DE PRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO
A ideia de produzir se confunde com a própria ideia da evolução da humani-
dade. Desde os primórdios, o ser humano realiza atividades e desenvolve artefatos 
para conseguir realizar tarefas que sua capacidade não permite, seja em função da 
força, da precisão ou da velocidade necessária. O ato de produzir está, portanto, em 
praticamente tudo que nos cerca. Podemos analisar sob a ótica da produção as mais 
diversas situações, que vão desde simples tarefas do nosso cotidiano até as mais 
complexas operações industriais.
Apesar disso tudo, como ciência, podemos dizer que o estudo dos fenômenos 
produtivos, a teorização destes fenômenos, o entendimento de como arranjar e dis-
por recursos para que produzam melhores resultados é algo relativamente novo, 
pois data de pouco mais de cem anos. No entanto, nesta centena de anos a evolução 
das questões produtivas foi certamente muito maior do que toda a evolução neste 
mesmo sentido na história anterior da humanidade, não só os artefatos evoluíram 
tecnologicamente, mas desenvolveu-se tecnologia para melhor organizar, prever e 
controlar grande parte destes fenômenos. Não obstante, essa evolução continua, de 
maneira que não prever com exatidão o que ainda está por vir, contudo, podemos 
afirmar que existirão melhores formas de executar cada tipo de atividade.
Este material tem o intuito de explicar alguns destes conceitos produtivos, sua ligação 
com o atendimento das necessidades humanas, a evolução dos meios e conceitos de produção, 
a descrição de alguns modelos produtivos que foram revolucionários e a demonstração de al-
gumas metodologias bastante aplicadas na nossa atualidade que visam a melhoria dos proces-
sos, produtos e serviços. 
Importante observar que, em muitos momentos, estaremos tratando sobre tecnologias, de 
questões mercadológicas ou falaremos de situações ligadas à qualidade, custos ou relacionadas ao 
próprio ser humano e suas atitudes. Produção engloba tudo isso, pois não é algo isolado, mas sim a 
junção de muitos fatores. Assunto que não se esgota e, portanto, não temos a pretensão de que esse 
material seja algo definitivo, existem muitos estudos que podem ser realizados a partir dele, ao 
mesmo passo que, certamente, tratará das questões mais gerais e fundamentais a respeito de pro-
dução. Procuraremos explicar as situações sob a ótica da prática da produção industrial, fazendo 
menção aos serviços e buscando a comparação com situações do nosso cotidiano. Isso não significa 
que não será necessária atenção e esforço do leitor para a compreensão do material, a concatenação 
do que veremos com as situações que o cercam ajudam em muito o desenvolvimento do assunto.
Bons estudos!
4
O QUE É PRODUÇÃO
Definições gerais e estratégicas para compreensão deste conceito. 
5SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Se você procurar pela definição da palavra produção na internet, em um dicionário ou 
em qualquer outro meio de busca, verá que existem os mais diversos conceitos para as mais 
diversas aplicações dele, pois é uma palavra tanto de origem quanto de significados amplos. 
Se pensarmos de maneira geral, existem situações em que há produção em quase tudo.
Então, aqui começa um primeiro entendimento. Produção não é somente algo que 
acontece em uma atividade industrial, na verdade, é algo que acontece ao nosso redor du-
rante todo o tempo e em todo lugar. Claro que a grande maioria dos livros e dos materiais 
que tratam de produção acabam retratando que esse fenômeno acontece apenas nas indús-
trias, pois elas são o contexto da maioria destes estudos. No entanto, neste material, vamos 
procurar, além de explicar o assunto, tratar de desmistificar os conceitos, suas aplicações 
para assim conseguirmos entender um pouco mais sobre o assunto.
De maneira bem ampla, podemos dizer que, normalmente, esta atividade de produzir 
acaba por se caracterizar pela realização de algum produto ou serviço para “alguém”, que 
tem uma determinada “necessidade”. Note aqui este ponto de grande importância, não quer 
dizer que produzir seja somente realizar um produto físico, algo que você possa tocar ou 
manipular e enxergar de forma muito clara, mas também podemos entender como produção 
a realização de um serviço, tal como um corte de cabelo, um atendimento comercial, uma 
consulta média e assim por diante. Entendido isso, vamos procurar então resumir, de forma 
rápida, que produção é toda e qualquer atividade realizada de forma a “transformar” algo.
O que significa transformar algo?
6SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Vamos falar de outro assunto que costuma confundir. O termo “transformar” é também 
amplamente utilizado para diversas finalidades e com inúmeras interpretações. Desta forma, 
vamos deixar aqui definido que, no âmbito do nosso estudo, transformar é toda a atividade 
realizada, seja por uma pessoa ou por uma máquina. Desta forma, se aconteceu alguma ativi-
dade, podemos entender que houve algum tipo de transformação e, se houve transformação, 
então isso é uma atividade de produção! Notou o quanto isso pode ser amplo?
Agora que já tratamos desta questão bastante genérica, vamos começar a inserir al-
guns elementos neste estudo. Se estamos produzindo, pelo menos duas questões adicionais 
devem, primordialmente, serem realizadas:
O que produzir?
Para responder essa questão, precisamos mais uma vez recorrer a um conceito, que 
é o conceito de necessidade. Dentre várias explicações, podemos pensar que necessidade é 
algo que alguém precisa. Com isso, podemos imaginar que alguém precisa de algo (produto 
ou serviço) para satisfazer alguma necessidade, seja física, biológica, financeira, de status, 
enfim, qualquer coisa que se possa entender como necessidade. 
Então, algo é produzido para satisfazer as necessidades de alguém. Neste momento, 
ampliando este entendimento, podemos pensar que existem diferentes e inúmeras pessoas 
produzindo produtos ou serviços para atender diferentes e inúmeras necessidades de di-
ferentes e inúmeras outras pessoas. Olhando desta forma, fica mais clara a ideia do porquê 
podemos entender que existe produção em todo e qualquer lugar que nos rodeie, pois,even-
tualmente, nós produzimos algo que vai satisfazer a necessidade de alguém que pode estar 
produzindo outro algo para satisfazer a necessidade de um outro alguém que, por ventura, 
também estará produzindo algo para satisfazer a necessidade de alguém, no qual algum 
destes “alguém” podem ser nós mesmos.
7SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Mais uma vez, ampliando o entendimento, também podemos pensar que existe mais de 
uma pessoa produzindo algo interessado em atender a necessidade de uma mesma pessoa. Sen-
do assim, uma vez que existem, para uma certa necessidade, inúmeros produtos ou serviços 
possuem inúmeras características. Certamente um certo alguém vai optar por um deste em fun-
ção daquele que tiver a melhor relação dessas características para atender suas necessidades.
Então, tentando responder à questão do que produzir, podemos imaginar que dificil-
mente atenderemos toda e qualquer necessidade, portanto, iremos produzir uma quantida-
de finita de produtos ou serviços que atenderão uma certa necessidade de um certo público. 
A questão toda está em identificar qual (ou quais) a necessidade (ou necessidades) a ser 
atendida (ou serem atendidas) para quem (ou para que público).
Para quem produzir?
Já que falamos de diferentes necessidades de diferentes pessoas é de se pressupor que 
já deve estar compreendido que cada pessoa (ou público, de maneira mais geral), tem um 
conjunto de necessidades a serem atendidas, portanto, os produtos e serviços devem pos-
suir determinadas características que melhor vão se adequar a elas.
Se bem entendidas as situações comentadas, devemos perceber que, antes de qualquer 
coisa, precisamos saber como identificar esse alguém para então descobrirmos suas neces-
sidades. Assim, transformarmos essa necessidade em características de produto ou de pro-
cesso, para então definirmos qual será a melhor maneira de produzirmos, ou seja, com que 
recursos vamos produzir, em que quantidade vamos produzir e assim por diante.
8SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Por mais estranho que possa parecer, para real-
mente conseguirmos compreender produção, precisa-
mos ter uma noção de mercado, ou seja, precisamos de 
alguns conceitos de marketing.
Autores renomados tanto no Brasil quanto no mun-
do, como nos casos de Limeira (2007) e Kotler (1988) 
afirmam o que o Marketing é a função empresarial que 
gera vantagem competitiva para a empresa por meio 
da gestão estratégica das variáveis controláveis, dentre 
elas, o produto que atenderá um determinado público-
-alvo. Essa geração de vantagem competitiva se dá pelo 
estudo dos bens (produtos) e serviços com a finalidade 
de criar trocas que satisfaçam aos objetivos individuais 
e organizacionais, ou seja, dirigido para a satisfação das 
necessidades e desejos de alguém, através de processos 
de troca. Usualmente, podemos entender que trocamos 
trabalho por dinheiro, dinheiro por bens e produtos, que 
são realizados por trabalho, que é trocado por dinheiro, 
e assim por diante, em um ciclo praticamente infinito.
9SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Então, quando falamos de marketing não estamos tratando de propaganda, assim como 
somos geralmente levados a crer sobre o significado de marketing. Marketing tem, portanto, 
diversas funções, entre elas, por exemplo, a propaganda, mas, o que nos interessa então é o en-
tendimento do mercado que pretendemos atender, que produto ou serviço vai satisfazer as ne-
cessidades deste mercado ou público-alvo. Esse estudo que citamos, de maneira geral, não é algo 
que realizamos uma só vez quando a empresa vai iniciar suas atividades ou quando quer fazer 
um grande processo de melhoria, pois, na verdade, este estudo é algo que está continuamente 
acontecendo, ou seja, a compreensão do mercado de uma empresa ou negócio está em constante 
modificação. Claro que, as vezes, de maneira mais lenta, aos poucos e, em alguns ramos de ati-
vidades, de maneiras mais veloz e abrupta, isso tudo está ligado ao mercado no qual um deter-
minado negócio está inserido. Sendo assim, algumas situações que precisam estar entendidas 
sobre o mercado atual no qual estamos todos inseridos:
• Existem, atualmente, mais ofertas de produtos vindas de diferentes fontes e cada vez me-
nos diferenças substanciais que esses produtos possuem em relação aos seus concorren-
tes, sendo assim, cada vez menos podemos dizer que determinada empresa produz algo 
totalmente diferente dos seus concorrentes diretos;
• Para alguns segmentos de mercado, uma parte do grupo de competidores é global e menos 
local, ou seja, existem grandes possibilidades de estar competindo com concorrentes de 
outras partes do mundo, e não somente das áreas ao nosso redor, dentro do nosso estado, 
dentro do nosso país;
• Apesar de existirem muito mais competidores no mercado, existe também mui-
to mais possibilidades de estabelecimento de parcerias com outras empresas, 
ou seja, existe também muito mais situações em que um produto é resultado do 
trabalho conjunto de diversas pessoas e negócios;
• As características que definem a escolha de um produto ou serviço por um 
cliente não se resumem, dentre os fatores de produção, somente a caracterís-
ticas diretamente relacionadas ao produto, mas também relacionadas ao seu 
preço, confiança no produto e na marca, velocidade de atendimento, realiza-
ção e entrega. Todas estas situações precisam ser entendidas para a correta 
definição da maneira de produzir;
• Não é somente a rapidez com que a informação acontece e se propaga atualmen-
te que precisa ser levada em conta, e sim a rapidez com que as necessidades do 
mercado vão acontecendo, vão mudando, a rapidez com que se necessita de um 
produto ou serviço, a rapidez com que é necessário atualizar este produto ou ser-
viço, enfim, mudanças em diferentes âmbitos acontecem o tempo todo e de forma 
muito rápida, é necessário, portanto, identificar quais destas mudanças impac-
tam e de que forma impactam a maneira de uma determinada empresa produzir.
Postas todas as questões de mercado e suas diferentes necessidades, vamos usar 
algumas imagens de produtos para procurar traduzir o que tratamos até então:
10SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Nesta primeira imagem, podemos ver três automóveis distintos, não somente por sua cor, mas por ou-
tras diferentes características que vão desde uso pretendido, durabilidade, disponibilidade, preço e, portanto, 
mercados diferentes. Note que o nosso exemplo procura demonstrar, de forma genérica, que o automóvel azul 
é um veículo para uma família, para um uso constante em situações do dia a dia, que necessita ser bastante du-
rável e resistente em função deste uso, facilmente encontrado à venda por diferentes marcas, o qual se procura 
que tenha um preço que uma boa parcela da população possa adquirir. O veículo amarelo do nosso exemplo já é 
destinado somente a dois ocupantes, para um uso esporádico de diversão. Em função disso, não tem uma lon-
gevidade tão grande, fabricado por um número restrito de marcas e, portanto, pouco disponível à venda e com 
preço mais alto, destinado a um público específico que pode ter um veículo de luxo para se divertir. Já o veículo 
vermelho do nosso exemplo é destinado a somente um ocupante, usado para competições de corrida, fabricado 
com exclusividade, com uma durabilidade bastante limitada, não disponível para venda ao público em geral e de 
preço altíssimo, destinado ao uso em esportes a motor de alto nível.
Olhando as imagens e lendo as explicações deve ter ficado claro 
as diferenças entre produtos relativamente semelhantes, mas com 
características muito distintas e para públicos bastante distintos. 
Então podemos pressupor que, mesmo se tratando de automóveis, 
em função destas características, a forma de produzir cada um de-
les é totalmente distinta, a ponto de podermos praticamente afirmar 
que, de maneira geral, um não pode ser realizado no mesmo proces-
so de produção do que o outro.Obviamente não somente automóveis possuem estas diferenças, 
porque podemos identificar esse fenômeno em praticamente todos os 
produtos ou serviços. Veja mais um exemplo:
11SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
A cabana da esquerda é feita de madeira, tem capacidade para poucas pessoas, localizada em uma área rural; já a casa do meio é construída em alvenaria, com maior capacidade e es-
paço, localizada em um bairro residencial e, por último, o edifício da direita é construído com uma série de diferentes materiais, com capacidade para muito mais pessoas e localizado em 
um grande centro urbano. Certamente, tomando como verdade os pressupostos comentados, é de se esperar que fica claro que, em certas condições, o tempo, a quantidade de materiais, de 
mão-de-obra e de recursos necessários para a execução de cada uma destas edificações é bastante distinta, portando, a maneira de produzir cada uma é totalmente diferente.
12SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
O mesmo tipo de exemplo poderia ser expandido para muitos e muitos produtos, e também para serviços. Imagine que existe bastante diferença entre a maneira de produzir um prato 
de comida em casa, para uma família, da maneira de produzir comida para abastecer um buffet de um restaurante de comida a quilo que recebe centenas de pessoas todos os dias, e também 
a maneira de produzir um prato especial em um restaurante de comida requintada que recebe um certo número de clientes todos os dias.
A maneira de produzir é sempre a mesma?
A resposta para a questão é não, assim como conseguimos constatar nas explicações sobre as figuras. Mesmo com semelhanças notórias entre alguns dos produtos, os materiais em-
pregados, a quantidade a ser produzida, o nível de qualidade requerido, a diversidade entre os modelos, enfim, as necessidades específicas dos clientes ou do público-alvo (mercado) desses 
produtos acabam por modificar, em muito, os aspectos de produção destes.
13SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Uma abordagem para a compreensão das diferentes maneiras de produzir pode ser a da com-
preensão dos seus aspectos relacionados ao mercado divididos em Dimensões e compreensão dos 
aspectos referentes ao produto oferecido dividido em Objetivos. É fato que, de maneira geral, o 
cliente busca o melhor produto ao menor preço, maximizando o resultado da sua compra e do seu 
gasto; a empresa busca vender pelo melhor valor com o menor custo possível, maximizando o re-
sultado do seu esforço produtivo. A estratégia mais bem montada é aquela que consegue realizar 
produtos ou serviços que agradem ao público (ou seja, que sejam comprados) e que traga o melhor 
resultado financeiro para a empresa. Essa estratégia está, portanto, baseada no correto entendi-
mento e definição das Dimensões que seu mercado necessita concatenada com o correto entendi-
mento e definições dos Objetivos do produto ou serviço que esta empresa irá realizar para atender 
estas necessidades de mercado. Hoje, as empresas tendem a buscar a maximização dos seus recur-
sos produtivos, ou seja, produzir o máximo minimizando os recursos associados a essa produção.
O que são recursos produtivos?
Em uma explicação rápida, podemos entender recurso produtivo como tudo aquilo que nós 
utilizamos para a realização de um determinado produto ou serviço. Tais questões serão abordadas 
de forma mais aprofundada quando falarmos do Mecanismo da Função Produção mas, por hora, po-
de-se entender que é possível considerar como recurso produtivo desde a matéria-prima (materiais, 
ingredientes necessários para compor o produto), máquinas (todo e qualquer equipamento que uti-
lizamos para tornar possível a realização de uma operação), fontes de energia (que possibilitam usar 
ou ativar tais máquinas e equipamentos), as facilidades de produção (o local onde é realizada a pro-
dução, tais como prédios, a estrutura da empresa e seus sistemas) e também a mão-de-obra.
14SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Sendo assim, é possível afirmar que só existe a produção de um produto ou serviço 
quando todos os recursos produtivos estejam minimamente disponíveis, sendo que a falta 
de um deles incorre a não realização da produção, ou seja, não basta ter uma parte dos re-
cursos disponíveis para produção em um dado momento, todos precisam estar disponíveis 
para que haja a situação de produzir. 
PRODUTIVIDADE E O PARADIGMA DOS CUSTOS
Assim como citamos, toda e qualquer empresa busca maximizar seus resultados, ou 
seja, vender o produto ao maior preço possível e produzir seus produtos com o menor custo 
possível, essa é, de maneira usual, uma regra geral para toda e qualquer empresa que con-
corra e, portanto, esteja sujeita ao mercado comum regido pelo capitalismo.
Para melhor compreendermos estas situações, faz-se importante termos claro os con-
ceitos de Produtividade e o Paradigma dos Custos, pois o bom entendimento destes concei-
tos nos levará a entender a questão da busca pela maximização dos resultados.
• Produtividade: ao contrário do entendimento geral, a produtividade não tem a ver com 
o volume ou quantidade de produtos produzidos. Produtividade é uma relação entre 
sim, a quantidade de produtos produzidos, no entanto, em função ao uso de um de-
terminado recurso produtivo. Então, para entender, para podermos afirmar que a ma-
neira de produzir um produto é melhor do que outra, devemos primeiramente definir 
uma base comparativa entre tais maneiras de produzir pois, lembrando, não existem 
maneiras únicas de se produzir. 
Sendo assim, vê-se necessário o estabelecimento de um parâmetro de comparação para 
equalizarmos a comparação e tornarmos ela coerente. Como exemplo, não adianta dizer que 
determinada empresa que produz 30.000 pães por mês é melhor do que uma outra que produz 
5.400 pães por mês. Essa empresa é melhor em relação ao quê? A quantidade produzida é que 
15SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
determina qual a melhor empresa? Na verdade, podemos entender que a melhor empresa é 
que a realiza o melhor resultado em relação a um dado recurso utilizado. Então uma empresa 
pode ser melhor que a outra em alguns aspectos e pior em outros. Usando o mesmo exemplo 
da empresa de pães, poderíamos ter, que uma das empresas possui 20 pessoas para produzir 
30.000 pães (o que seria o equivalente a produção de 1.500 pães por pessoa) contra a outra que 
produz 5.400 pães se utilizando de 3 pessoas (o que seria equivalente a produção de 1.800 pães 
por pessoa), sendo assim a produtividade em relação à mão-de-obra da segunda empresa é 
melhor do que a primeira. Da mesma forma, a empresa que produz 30.000 pães tem um con-
sumo energético de 600 kW por mês em função dos equipamentos que tem instalados na sua 
estrutura (o que é equivalente a produção de 50 pães por kW), já a segunda empresa tem um 
consumo energético de 135 kW por mês (o que equivale a uma produção de 40 pães por kW), 
então em função da produtividade em relação à energia, a primeira empresa é mais produtiva.
Estes comparativos permitem que consigamos relacionar o que um processo produtivo 
consegue realizar de forma melhor (mais produtiva) em relação a um outro mesmo não ten-
do o mesmo porte. Os custos destes processos vão estar ligados ao valor de venda dos seus 
produtos relacionados ao custo que estes processos possuem em função dos seus recursos 
produtivos, ou seja, pensando no nosso exemplo, o valor de venda dos pães no mercado, o 
valor da mão-de-obra e do kW da energia.
Empresas competem o tempo todo entre si pelos mais diferentes mercados, sobrevi-
vem aquelas que conseguem se manter melhor produtivas, ou seja, tem melhores resultados 
em relação ao uso dos seus recursos. Desta forma, a busca por melhores índices de produti-
vidade é uma constante em todo e qualquer tipo de negócio que bem avalie seus processos. 
• Paradigma dos Custos: há um bom tempo, os preços de venda de um produto eram cal-
culados, de maneira geral, como sendo a soma do custo de produção deste produto como lucro pretendido para tal produto. Matematicamente, isso está correto e assim funcio-
nou durante muitos e muitos anos (essa era a época denominada de contabilidade dos 
custos, ou seja, o preço é a resultante do cálculo). Os mercados foram sendo modificados, 
novas linhas de pensamento começaram a ensinar que, com a competitividade entre as 
empresas, os preços dos produtos não são mais diretamente definidos como os calcula-
dos pelas empresas, são sim definidos pelo mercado. Isso se explica entendendo que, se 
um produto for muito mais caro que outro e não tiver diferencial nenhum em relação a 
este, então o mercado deixa de comprar esse produto. Desse modo, a maneira de pensar 
na equação dos preços foi modificada, tendo o preço de um produto definido pelo merca-
16SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
do, a equação passa a ser de que então o lucro resultante da empresa é o valor do 
seu preço de venda do produto subtraído do custo de realização destes produtos 
(isso era denominado controle dos custos, o lucro é o resultado da equação). 
Esta relação está matematicamente correta e totalmente coerente com a linha 
de pensamento anterior, no entanto, as linhas de pensamento mais modernas 
já compreendem que o lucro de uma empresa é a razão dela existir, ou seja, ou 
existe o lucro pretendido ou não existe a empresa, desta forma, o lucro não pode 
ser um resultado e sim um componente neste cálculo. Tendo isso posto, a ma-
neira atual de pensar é que o custo de um produto deve ser o resultado do preço 
prática por este produto no mercado subtraído do lucro pretendido pela em-
presa para tal produto (denominado de gerenciamento dos custos, onde justa-
mente o custo é o resultante da equação). Tal relação novamente está matema-
ticamente correta e coerente com as duas maneiras anteriores de cálculo, mas 
a linha de pensamento é que muda. Entendendo que, se o preço é estabelecido 
pelo mercado e o lucro é a razão de existir de uma empresa, então a decisão de 
produzir um produto ou não está justamente em ser possível conseguir realizar 
a produção deste produto com o custo menor ou igual ao resultante na equação. 
DIMENSÕES DO MERCADO
Como já comentamos, o mercado e, portanto, os aspectos mercadológicos de um produto, são 
baseados na compreensão de alguns aspectos chamados Dimensões de Mercado. Estas Dimensões 
procuram retratar a maneira que o público-alvo da empresa (mercado) demanda a empresa sob es-
tas questões mercadológicas. O bom entendimento destas questões ajuda a compreender diversos 
aspectos das questões de produção de uma empresa. São quatro as Dimensões do mercado.
• Volume: a dimensão denominada de Volume busca o entendimento de qual a quantidade re-
querida pelo mercado de um determinado produto ou serviço. Essa dimensão deve ser enten-
dida em comparação com produtos ou serviços semelhantes para conseguir realizar uma com-
paração coerente como, por exemplo, podemos dizer que, pelos moldes atuais, uma empresa 
que produz automóveis em um volume de cerca de 1000 unidades por dia, pode ser conside-
rada uma empresa com produção de alto volume e uma que produz 1 unidade por dia, pode ser 
considerada uma empresa com produção de baixo volume. Se no mesmo caso, uma empresa 
do ramo de botões para vestuário produzir 1.000 unidades por dia, esta pode ser considerada 
como uma empresa de produção de baixo volume se comparada a uma que produz cerca de 
mais de 1.000.000 de unidades por dia e assim por diante. Em um outro exemplo, uma empresa 
que consegue produzir 1 casa em dois anos talvez possa ser considerada como uma empresa de 
baixo volume de produção em comparação a uma empresa que tem capacidade para produzir 1 
casa em uma semana, o que pode ser considerada uma produção de alto volume.Paradigma dos custos - adaptado de Antunes (2008)
17SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
O aspecto do volume é importante compreender pois isso implica em 
algumas situações bastante impactantes em termos de produção. Podemos 
entender que, quanto maior o volume produzido, menores são os custos de 
produção de um produto unitário, pois mais facilmente consegue-se apro-
veitar o uso e, portanto, diluir os custos, de cada recurso produtivo utiliza-
do, pois geralmente estamos tratando de uma alta repetitividade de produ-
tos, o que vai demandar, por exemplo, de mão-de-obra específica para uma 
determinada tarefa bastante simples (chamado de especialização da mão de 
obra, o que costuma ser mais barato). É coerente também imaginar que um 
processo de produção de produção que realiza um alto volume acaba reque-
rendo o uso de equipamentos velozes e de alta capacidade (chamado de uso 
intensivo de capital), no entanto, em função justamente deste volume pro-
dutivo estes equipamentos são altamente utilizados e, portanto, facilmente 
tendo seus custos diluídos pelos produtos.
O contrário é também verdade, uma empresa que produz um baixo 
volume acarreta, de maneira geral, em uma baixa repetição de produtos, 
sendo assim, acaba se utilizando de mão-de-obra multitarefa, que tem co-
nhecimento na realização em diversas atividades (o que costuma ser mais 
caro), acaba usando equipamentos de produção mais genéricos e, portanto, 
de baixa velocidade e capacidade (menor sistematização), acarretando em 
uma menor diluição dos custos em cada produto unitário, o que incorre, fa-
talmente, em altos custos de produção.
18SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Variedade: a dimensão de variedade está relacionada à quantidade de diferentes produtos ou ser-
viços que são realizados pela mesma empresa. Aqui, precisamos entender que, quanto maior a 
diversidade de produtos e serviços realizados, maiores são os custos de produção, pois usual-
mente, para produzir diferentes itens são usados diferentes recursos produtivos que, em função 
desta grande diversidade de produtos ou serviços produzidos, não são utilizados cada um na sua 
plenitude. Também pode-se entender que uma grande variedade vai acarretar no eventual uso de 
recursos produtivos mais genéricos, ou seja, de menor capacidade e velocidade, mas que aceitem 
realizar diferentes tarefas. Estes fatores são associados também à complexidade de administrar 
itens diferentes em um sistema, perdas de tempo em função de modificação dos itens a serem 
realizados e assim por diante. Imagine, por exemplo, uma costureira, se ela compra uma deter-
minada peça de tecido para fazer uma única roupa, vai ter uma determinada quantidade de apro-
veitamento deste tecido, mas, se no entanto, ela compra um mesmo tecido com o qual faz várias 
roupas, pode fazer um aproveitamento melhor deste tecido.
Em relação aos custos unitários, aqui o contrário também é verdadei-
ro, pois como vimos no recém citado exemplo, quanto menor a diversidade de 
produtos produzida, maior será a otimização no uso de equipamentos, maté-
rias-primas, mão-de-obra, utilização do tempo e assim por diante, portando, 
gerando um baixo custo unitário.
• Variação da Demanda: esta dimensão está relacionada ao quão cons-
tante ou não é a necessidade (demanda) do mercado pelos produtos 
ou serviços produzidos pela empresa em questão. Por exemplo, uma 
empresa que produz itens de necessidade sazonal, tal como uma es-
tufa para aquecimento de ambientes, em um determinado período do 
ano (por exemplo, no inverno) vai ter um acréscimo na demanda a ser 
produzida deste produto, utilizando melhor e de forma mais otimiza-
da seus equipamentos, matérias-primas, mão-de-obra, tempo, entre 
outros, o que, como já comentamos, acarreta em um decréscimo nos 
custos de produção. Já em um outro período (por exemplo, no verão), 
a necessidade do produto pelo mercado que estamos analisando se re-
duz bastante, com isso, uma utilização menos otimizada dos recursos 
produtivos. Um outro ponto, tendo uma demanda constante, a empresa 
pode ter um processo mais estável, não necessita contratar e diminuir 
seguidamente sua mão-de-obra, realiza a compra dematéria-prima 
de forma mais constante, e assim por diante.
19SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Como um outro exemplo desta situação, imagine um restaurante aberto 
durante à noite, no qual precisa existir matéria-prima (ingredientes para cozi-
nhar), mão-de-obra (cozinheiro, garçons, caixa), luzes acesas, equipamentos à 
disposição, etc. Se a quantidade de clientes atendidos for boa, mais facilmente os 
custos com estes recursos é diluído, no entanto, imagine se em um determinado 
dia não recebem nenhum cliente, os custos continuam existindo, mas não houve 
demanda pelo produto. Dessa maneira, quanto maior for essa variação (quanto 
menos constante for a demanda), maiores serão os custos associados à adminis-
tração das necessidades de produtos a serem produzidas, à compra de materiais, 
à eventual necessidade de contração ou diminuição do quadro funcional e etc.
• Visibilidade: esta dimensão está relacionada à necessidade que um determinado processo de rea-
lização de produto ou serviço tem de estar de maneira mais próxima a seu público-alvo. Tomando 
novamente como exemplo um restaurante que sirva conforme a escolha do prato feita pelo cliente, 
é de se esperar que a tolerância de tempo entre o momento do pedido e o momento em que o prato 
é servido, é relativamente pequena, assim, existe um custo alto associado a disponibilidade de re-
cursos de prontidão para atender o público. Além disso, é claro que, usualmente, o ponto comercial 
é localizado em um local apropriado para tal, ou seja, perto do público, além de estar sujeito aos 
horários em que as pessoas o acessam, o que acarreta em custos altos para a produção. A situação é 
diferente para uma empresa de comida congelada, pois tende a escolher o local mais em conta para 
realizar sua produção, o momento e o tempo mais adequados para sua realização, além do fato de 
poder otimizar seus recursos produtivos (não necessitam estar de prontidão) e não está sujeita ao 
momento da entrada do cliente no estabelecimento, o que incorre em menores custos de produção.
20SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Deste modo, podemos entender que a necessidade de estar mais próximo ao 
cliente (mais visível) acaba incorrendo usualmente em custos produtivos mais altos.
Tendo em vista as explicações das quatro dimensões de mercado, podemos con-
cluir que, em relação aos custos de produção, a situação que produz a relação mais 
interessante é a de haver alto volume, com baixa variedade, baixa variação de de-
manda e baixa visibilidade. Do contrário, o baixo volume, a alta variedade, a alta va-
riação de demanda e a alta visibilidade costumam gerar uma relação de maior custo 
unitário de produção. Aqui podemos fazer um comparativo com situações do nosso 
cotidiano, por exemplo, pense em um item bem comum e que muitos clientes com-
pram em um supermercado, tal como uma barra comum de sabão. Imagine que este 
produto possui uma demanda de volume elevado (muitos clientes compram em todos 
os supermercados), é um produto de baixa variedade (não tem variações, é sempre 
o mesmo), possui baixa variação de demanda (não é um produto de consumo sazo-
nal) e a empresa que realiza tal produção executa seu processo em local, dia, tempo 
e quantidade que acredita ser otimizada em relação à execução do seu processo, pro-
ximidade com fornecedores, clientes, enfim, uma relação otimizada de localização 
(baixa visibilidade). É, portando, de se esperar que este seja um item de baixo custo, o 
que seria totalmente contrário em um item altamente customizado, que requer baixo 
volume, alta variedade, alta variação de demanda e alta visibilidade.
O quadro a seguir demonstra um comparativo das implicações das imposições 
feitas aos negócios pelos mercados que se propõe a atender:
Implicações quando BAIXO Dimensão Implicações quando ALTO
• Baixa repetição
• Funcionário multitarefa
• Menor sistematização
• Alto custo unitário
VOLUME
• Alta repetitividade
• Especialização
• Capital intensivo
• Baixo custo unitário
• Bem definida
• Rotineira
• Padronizada
• Regular
• Baixo custo unitário
VARIEDADE
• Flexível
• Completo
• Atende necessidades dos 
consumidores
• Alto custo unitário
• Estável
• Rotineira
• Previsível
• Alta utilização
• Baixo custo unitário
VARIAÇÃO DA 
DEMANDA
• Capacidade mutante
• Antecipação
• Flexibilização
• Ajustado com a demanda
• Alto custo unitário
• Tempo entre construção e 
consumo
• Padronização
• Pouca habilidade de contato
• Alta utilização de funcionários
• Centralização
• Baixo custo unitário
VISIBILIDADE
contato com o 
cliente
• Tolerância de espera limitada
• Satisfação definida pela 
percepção do consumidor
• Necessidade de habilidade de 
contato com o consumidor
• Variedade recebida é alta
• Alto custo unitário
Comparativo das Dimensões de Mercado - adaptado de Slack (2009)
Importante salientar dois pontos fundamentais, o primeiro de que toda e qualquer empresa, 
que realize produto ou serviço está sujeita às quatro dimensões ao mesmo tempo, dessa forma, o 
mercado de uma empresa é sempre composto por uma dada combinação dessas dimensões.
21SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
O segundo ponto, é ressaltar o fato de o comentário sobre os custos ser tão incisivo 
nestas explicações pois, vamos lembrar, comentamos que todo e qualquer negócio ou em-
presa sempre tende a buscar a maximização dos seus recursos (chamado de Produtividade) 
para obter um maior resultado financeiro possível (Paradigma de Custos).
Algo que pode ser encontrado na literatura que trata das questões produtivas corri-
queiramente é a relação entre as dimensões do mercado no que tange aos custos de pro-
dução. A relação mais usualmente comentada e compreendida é a que existe de forma mais 
direta entre as dimensões de Volume e Variedade. A explicação e, digamos, a dificuldade de 
decisão de uma empresa está em encontrar a melhor relação entre estas duas dimensões. O 
fato é que, já comentamos que quanto maior o volume, menores os custos de produção, a 
literatura nos traz, inclusive que, cada vez que dobramos o volume de produção de um item, 
seus custos reduzem entre 15 e 25%, dependendo do produto. Uma forma interessante de 
pensar seria a de que vários problemas relacionados ao custo dos produtos são simplesmen-
te resolvidos dobrando-se o volume, o que não é, portanto, errado de se pensar. No entanto, 
um fato interessante é que o mercado requer cada vez mais produtos diferenciados (até cus-
tomizados em alguns casos), o que obriga às empresas a aumentar a variedade de produtos 
oferecida, no entanto, a mesma literatura nos dá conta de que, cada vez que a variedade de 
produtos é dobrada em um processo produtivo, existe um aumento nos custos de produ-
ção entre 20 e 25%. Ou seja, para reduzir custos um dos caminhos é aumentar o volume de 
produção, no entanto, para aumentar tal volume o mercado requer produtos diferentes, eis 
então a questão da dificuldade em lidar com as Dimensões do mercado, reiterando o fato de 
que precisam ser bem entendidas para que se obtenha resultados melhores dos processos.
OBJETIVOS DO PRODUTO
Entendido que as dimensões relacionam, de maneira geral, o comportamento das ne-
cessidades do mercado a ser atendido por uma empresa, partimos agora para os objetivos 
relacionados ao produto. Os Objetivos definem o que esse mercado, em específico, espera 
do produto em questão, portanto, como a empresa vai desenvolver seu produto ou serviço 
para que este atinjo o mercado que está esperando. Os produtos, como vimos anteriormen-
te, possuem variações, principalmente, quanto ao seu uso pretendido, ou seja, o mercado 
que está sendo atendido possui uma demanda para certas “necessidades” que os produtos 
que lhe são oferecidos devem atender.
Sendo assim, estrategicamente falando, o melhor produto é aquele que melhor conse-
gue atender e equilibrar as necessidades do mercado pois, certamente, elas nunca são total-
mente supridas ou atendidas.Do entendimento desse conceito, podemos pressupor que esta 
é uma prerrogativa para haver evolução tecnológica, pois sempre vai existir alguma neces-
sidade que não seja plenamente atendida. Neste momento, a evolução dos produtos e ser-
Volume versus Variedade - adaptado de Slack (2009)
22SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
viços busca, incessantemente, corrigir essa falha ou situação, mas as necessidades também 
vão evoluindo, gerando requisitos aos produtos, diferentes daqueles até então existentes. 
Em suma, sempre haverá evolução dos produtos para suprirem necessidades do mercado 
que, por sua vez, também vão sendo modificadas e evoluídas à medida que vão sendo supri-
das, criando um ciclo praticamente infinito. Se prestarmos atenção, esse efeito é facilmente 
observável realizando uma busca rápida, procure olhar como eram os equipamentos de te-
levisão na década de 1950, e na década de 1970, e nos anos 2000, e na atualidade? A evolução 
é perceptível? E os automóveis, como eram na década de 1920? E na década de 1940? E na 
década de 1970? E 5 anos atrás? Com um pouco de atenção, as mudanças devem ser bastante 
notórias e você pode fazer busca semelhante para qualquer produto e para qualquer servi-
ço. Agora vem mais uma questão, será que a maneira de produzir estes produtos que foram 
evoluindo se manteve a mesma desde o começo? Sem nos preocuparmos muito com qual 
produto estamos falando, podemos afirmar quase que certamente que a maneira de pro-
duzir não é a mesma, pois os materiais vão sendo modificados, os equipamentos vão sendo 
modificados e a própria mão-de-obra também vai sendo.
Tratando mais especificamente de forma teórica, os Objetivos quanto aos produtos 
podem ser divididos e entendidos sob 5 diferentes aspectos, sendo estes: 
• Qualidade: esse objetivo está relacionado às especificações de diferentes característi-
cas (em inglês, é chamado de features) requeridas de um produto, ou seja, descreve as 
“qualidades” requeridas do produto em questão. Chamamos de qualidade justamente 
porque este Objetivo é, na verdade, bastante subjetivo. Vamos tomar como exemplo um 
automóvel qualquer, o público que adquire aquele produto deseja que o mesmo tenha 
um determinado nível de desempenho, conforto, economia, etc. Esse automóvel pode 
estar extremamente adequado a um determinado tipo de público (ou uma parcela dele), 
mas longe de ser aceito sob a ótica de outro público ou mercado que admite, por exem-
plo, um nível de desempenho menor, desde que o conforto seja mantido e com um nível 
de economia maior. Agora imagine o que você considera um bom nível de desempenho 
pode ser totalmente diferente do que outra pessoa considere um bom nível de desempe-
nho. Fica claro o porquê existe tantos modelos de automóveis, de tantas marcas, cores, 
potência, equipamento e portes diferentes? O mesmo pode ocorrer com outro tipo de 
produto, por exemplo, o telefone celular que, para um dado público, basta ter uma boa 
autonomia de bateria, bom nível de sinal e realizar facilmente as ligações, o qual estará 
totalmente adequado, no entanto, não serve para atender as necessidades de um públi-
co que se contenta com uma autonomia menor de bateria, mas deseja, também, acesso 
à internet, câmera fotográfica, etc. Isso vale para o entendimento do que uma pessoa 
entende por uma boa autonomia de bateria e o que uma outra entende sob o mesmo as-
pecto. Portanto, o Objetivo Qualidade procura deixar clara quais são as características 
básicas exigidas do produto pelo público-alvo, ou seja, este público-alvo “paga” por 
um produto que tenha uma determinada gama de características. Quanto mais alta a 
necessidade de características, usualmente, mais caro é o produto. Agora vamos a mais 
um raciocínio observando os exemplos que citamos, será que a maneira de produzir um 
produto com uma série de características é a mesma de produzir um produto bem sim-
ples? O quadro a seguir mostra exemplos do que pode ser entendido pelo Objetivo de 
Qualidade em diferentes situações.
23SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Rapidez: este Objetivo está relacionado, basicamente, ao prazo de entrega do produto ou 
do serviço aceitável pelo público-alvo, ou seja, o quão rápido após o pedido, o produto 
é entregue ou o serviço é executado. Como forma de exemplo, imagine um determinado 
documento que precisa ser entregue em um prazo muito curto a um destinatário bastan-
te distante. Nesse momento, mesmo em detrimento de um preço maior, o consumidor 
opta por um serviço de entrega expressa, que costumeiramente tem preço maior, mas a 
necessidade daquele serviço naquele dado momento é de uma entrega rápida. Esta en-
trega, provavelmente, será realizada da mesma forma que a entrega em tempo normal, 
só que eu um prazo muito curto (ou seja, não tem características diferenciadas, somen-
te a rapidez). Outro exemplo que podemos citar são as compras de produtos realizadas 
Objetivo de Qualidade
Hospital
• Pacientes recebem tratamento adequado
• Tratamento é conduzido de maneira correta
• Pacientes são consultados e mantidos informados
• Funcionários corteses, amigáveis e solícitos
Fábrica de Automóveis 
• Todos os componentes são fabricados conforme 
as especificações
• A montagem atende às especificações
• O produto é confiável
• O produto é atraente e sem defeitos
Transporte Coletivo
• Os ônibus são limpos e arrumados
• Os ônibus são silenciosos e não emitem gases 
poluentes
• O horário é rigoroso e atende as necessidades dos 
usuários
• Funcionários corteses, amigáveis e solícitos
Supermercado
• Produtos estão em boas condições
• Loja limpa e organizada
• Decoração adequada e atraente
• Funcionários corteses, amigáveis e solícitos
Objetivo de Qualidade adaptado de Slack (2009)
24SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
pela internet, versus as compras dos mesmos produtos realizadas em uma loja de um 
shopping center. Geralmente, um mesmo produto costuma ser vendido mais caro em 
um Shopping Center, mas a pessoa acaba pagando esta diferença de preço pois quer ele 
naquele momento, não pode ou não quer esperar. Observe que o produto e suas carac-
terísticas são as mesmas, o que muda é o tempo entre o pedido e o recebimento. Dessa 
maneira, o Objetivo Rapidez procura demonstrar o tempo de entrega requerido do pro-
duto pelo público-alvo, ou seja, este público alvo “paga” pelo produto que tem prazo de 
entrega mais curto (ou está imediatamente disponível). De maneira geral, quanto mais 
alta a necessidade de um tempo curto (imediatismo), usualmente, mais caro é o produ-
to. O quadro a seguir mostra exemplos do que pode ser entendido pelo objetivo de Rapi-
dez em diferentes situações:
• Confiabilidade: Diferentemente e facilmente confundido com o objetivo de Qualidade, 
a confiabilidade não expressa uma característica que pode ser subjetiva em relação ao 
produto, mas acaba sendo a certeza do funcionamento ou disponibilidade de um produto 
ou serviço, ou seja, um objetivo mais técnico. Sendo assim, em certos casos é preferível 
um produto mais simples (com menos características, ou seja, de menores Qualidades) 
mas que se tenha certeza de que irá funcionar (ou seja, que tem uma maior Confiabilida-
de). Colocando um exemplo, imagine um dado consumidor que costuma viajar bastante 
à trabalho, mesmo diante de um automóvel com menor preço e com mais característi-
cas este consumidor acaba optando por um veículo talvez mais simples e algumas vezes 
mais caro em função do nível de garantia e disponibilidade de assistências técnicas que 
Objetivo de Rapidez
Hospital
• Tempo entre solicitação de tratamento e 
realização é mínimo
• Tempo para resultado dos exames é 
mínimo
Fábrica de Automóveis 
• Tempo entre pedido de um carro 
específico por um revendedor e sua 
entrega ao consumidor é mínimo
• Tempo de espera pela assistência técnica 
é mínimo
Transporte Coletivo
• Tempo total da jornada para usuário atingir 
seu objetivo é mínimo
Supermercado
• Tempoenvolvido na transação total, 
desde a chegada à loja, realização das 
compras e retorno do consumidor à sua 
casa é mínimo
• Imediata disponibilidade de bens
Objetivo de Rapidez adaptado de Slack (2009)
25SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
a marca em questão oferece, pois para este consumidor, isso é uma necessidade, de es-
tar seguro de que terá facilmente opções de atendimento onde quer que esteja. Um outro 
exemplo, imagine uma furadeira, existem aquelas consideradas “residenciais” que são 
para uso esporádico, tarefas caseiras e relativamente leves, ao mesmo passo que exis-
tem aquelas de uso “profissional”, mais robustas, que são usadas por longos períodos 
e de maneira corriqueira. Olhando os dois produtos, talvez visualmente sejam pratica-
mente os mesmos, mas são bastante diferentes em relação aos seus componentes inter-
nos e a durabilidade destes. Sendo assim, o Objetivo Confiabilidade procura descrever 
o grau de certeza de funcionamento correto do produto pelo público-alvo, ou seja, este 
público-alvo “paga” pelo produto que tem uma maior garantia funcional, ou que tenha 
boa reputação no mercado. Quanto mais alta a necessidade de confiabilidade e disponi-
bilidade, geralmente, mais caro é o produto. O quadro a seguir mostra exemplos do que 
pode ser entendido pelo objetivo de Confiabilidade em diferentes situações: 
• Flexibilidade: o objetivo de flexibilidade acaba definindo o quanto um produto é ven-
dido de maneira padronizada ou o quão customizável é esse produto, ou seja, como o 
cliente pode modificar ou optar por diferentes versões de produto. Entendendo que, 
quanto mais padrão for o produto, menor seu custo de produção, pois se repete sem-
pre a mesma coisa com a mesma forma de produzir. Do contrário, quando mais opções 
têm um produto, mais chances o mesmo tem de atender a um maior público possível, 
no entanto, a grande disponibilidade de opções e versões de um produto tem um custo 
mais elevado. Como exemplo, podemos citar o comparativo de comprar uma roupa em 
uma loja popular ou então pedir para um alfaiate ou costureira fazer uma roupa igual, 
porém totalmente ajustada ao tamanho da pessoa, biótipo, tom exato de cor que gosta, 
Objetivo de Confiabilidade
Hospital
• Proporção de consultas canceladas é 
mínima
• Consultas são realizadas no horário 
programado
• Resultados dos exames entregues como 
prometido
Fábrica de Automóveis 
• Entrega veículos aos revendedores no 
tempo previsto
• Entrega peças de reposição aos centros 
de serviços no tempo previsto
Transporte Coletivo
• Cumpre o horário fixado em todos os 
pontos de trajeto
• Mantém assentos disponíveis para 
passageiros
Supermercado
• Previsibilidade do horário de 
funcionamento
• Proporção de bens em falta é mínima
• Tempo em fila é mínimo
• Disponibilidade de vagas de 
estacionamento
Objetivo de Confiabilidade adaptado de Slack (2009)
26SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
tipo do tecido que gosta e assim por diante. Certamente a maneira de produzir pelo 
alfaiate é mais cara, no entanto, é totalmente personalizada para o cliente. Sendo 
assim, o Objetivo Flexibilidade mede o grau de customização do produto exigido 
pelo público-alvo, ou seja, este público-alvo “paga” pelo produto que tem uma 
maior diferenciação. Quanto mais alta a necessidade de diferenciação e exclusivi-
dade, usualmente, mais caro é o produto. O quadro a seguir apresenta exemplos do 
que pode ser entendido pelo objetivo de Flexibilidade em diferentes situações: 
• Custo: visto que existem produtos que se diferenciam por diferentes maneiras de atender 
seu público-alvo, seja por Qualidade, por Rapidez, por Confiabilidade ou por Flexibilidade, 
uma das maneiras de também se diferenciar é o custo. Ou seja, independentemente de dura-
bilidade, características, prazo de entrega, customização, existe um público que visa pagar 
o menor valor possível por um determinado item em detrimento de qualquer outra questão. 
Por exemplo, ao se deparar com a necessidade da compra de sabão em pó, um determinado 
cliente busca aquele que acredita ter a melhor performance (maior Qualidade, características 
Objetivo de Flexibilidade
Hospital
• produto/serviço – novos tipos de tratamentos
• composto (mix) – variedade de tratamentos
• volume – ajuste ao número de pacientes 
atendidos
• entrega – habilidade de reprogramar consultas
Fábrica de Automóveis 
• produto/serviço – introdução de novos 
modelos
• composto (mix) – variedade de opções 
disponíveis
• volume – ajuste ao número de veículos 
fabricados
• entrega – habilidade de reprogramar 
prioridades produção
Transporte Coletivo
• produto/serviço – novas rotas ou excursões
• composto (mix) – grande número de locais 
servidos
• volume – ajuste à frequência dos serviços
• entrega – habilidade de reprogramar viagens
Supermercado
• produto/serviço – novos bens e promoções
• composto (mix) – variedade de bens 
estocados
• volume – ajuste ao número de 
consumidores atendidos
• entrega – habilidade de repor estoques/
itens em falta
Objetivo de Flexibilidade adaptado de Slack (2009)
27SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
diferenciadas), enquanto outro cliente verifica simplesmente o que é mais barato, in-
dependentemente do que oferece. Sendo assim, o Objetivo Custo, talvez o mais simples 
de ser entendido, mede o grau de valor cobrado pelo produto pelo público-alvo, ou seja, 
este público alvo “paga” o mínimo pelo produto, independentemente do que oferece, 
sempre vai procurar o mais barato. O quadro que sucede mostra exemplos do que pode 
ser entendido pelo objetivo de Flexibilidade em diferentes situações:
Do mesmo modo que no caso das Dimensões, todo o produto de toda a empresa está 
sujeito a se enquadrar dentro desses Objetivos citados. A empresa define em que grau 
de enquadramento dentro de cada um destes objetivos seu produto estará. Dessa forma, 
todo o produto atende aos 5 objetivos, em maior ou em menor grau, no entanto, usual-
mente alguns ficam em maior evidência. As definições dos Objetivos do produto, assim 
como as Dimensões de mercado, tendem a modificar drasticamente a maneira de produzir 
um produto ou serviço. Deve ficar ter ficado evidente que é muito diferente produzir um 
produto de alto nível de qualidade, de forma extremamente rápida, altamente confiável, 
bastante customizado e de baixo custo, realmente são situações bastante antagônicas, ou 
seja, não combinam totalmente.
Objetivo de Custo
Hospital
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
Fábrica de Automóveis 
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
Transporte Coletivo
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
Supermercado
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
• Tecnologia empregada e instalações
• Compra de materiais e serviços
• Custo de funcionários
OBS: Atentar ao fato de “Quanto do meu orçamento total eu destino a cada uma destas contas (%)
Objetivo Custo adaptado de Slack (2009)
28SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Deve ser notório que as possibilidades de configuração e cruzamento entre os 
diferentes graus de necessidade das Dimensões de Mercado, versus as combinações 
entre os diferentes enquadramentos dos Objetivos do Produto, geram infinitas ma-
neiras da empresa se posicionar junto ao seu público-alvo. Da mesma forma, é pos-
sível afirmar que não existem duas empresas que produzam da mesma maneira, ou 
seja, não existem dois Sistemas Produtivos idênticos, por mínimo que seja, um vai se 
diferenciar do outro perante algum dos Objetivos ou Características dentre as citadas.
Podemos também entender que todas estas são questões de estratégia de uma 
empresa a qual também pode ser modificada com o passar dos tempos, visto que o 
mercado e a necessidade de produtos e serviçosrequerida também vão sendo modi-
ficadas. A empresa pode optar por sempre estar inovando, posicionando-se sempre 
como a mais moderna, a de melhor produto e etc. ou, eventualmente, buscar uma 
sobrevida para um determinado produto ou serviço, tornando este mais acessível, 
enfim, são muitas e diversas as possibilidades.
De maneira geral, produtos maiores ou serviços de grande volume, mais com-
plexos, mais tradicionais, seguem ciclos de vida mais longos, enquanto, do contrá-
rio, produtos mais tecnológicos tendem a cada vez mais terem ciclos de vida curtos. 
De todo modo, a linha do tempo, representada pelo infográfico que segue, demons-
tra as diferenças de estratégicas de produto em relação ao mercado com o passar do 
tempo dentro do ciclo de vida previsto para um dado produto.
29SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
FASE
Produto acaba de ser 
lançado no mercado
Produto ou serviço ganha 
aceitação no mercado
Necessidades do mercado 
começam a ser atendidas
Necessidades do mercado 
amplamente atendidas
VOLUME
Crescimento lento das 
vendas
Crescimento rápido do 
volume de vendas
Redução das vendas, 
atingindo um patamar 
estável
Declínio das vendas
CONSUMIDORES Inovadores Adotantes pioneiros
Grande fatia do 
mercado
Retardatários
CONCORRENTES Poucos/nenhum Número crescente Número estável Números em declínio
VARIEDADE DE 
PROJETOS, PRODUTOS 
E SERVIÇOS
Possível customização 
alta ou frequentes mu-
danças no projeto
Cada vez mais 
padronizado
Surgimento de tipos 
dominantes
Possível movimento 
para padronização
PROVÁVEIS 
GANHADORES DE 
PEDIDO
Características do pro-
duto/serviço, desem-
penho ou novidade
Disponibilidade de 
produtos ou serviço de 
qualidade
Preço baixo
Fornecimento confiável
Preço baixo
PROVÁVEIS 
QUALIFICADORES
Qualidade
Gama de produtos ou 
serviços
Preço
Gama de produtos ou 
serviços
Gama de produtos ou 
serviços
Qualidade
Fornecimento 
confiável
PRINCIPAIS OBJETIVOS 
DE DESEMPENHO DAS 
OPERAÇÕES
Flexibilidade
Qualidade
Rapidez
Confiabilidade
Qualidade
Custo
Confiabilidade
Custo
 Infográfico do Ciclo de Vida Estratégico do Produto adaptado de Slack (2009)
Falamos bastante sobre o que é produzir. Produção é basicamente uma questão de realização com vistas a atender a 
necessidade de um determinado mercado e procuramos entender as questões mais estratégicas, mas fica a seguinte questão:
O que é um Sistema de Produção?
30SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Um sistema, de maneira geral, é caracterizado 
por uma união de fatores interligados, então, podemos 
pressupor e então definir que um Sistema de Produção 
é justamente a união do entendimento dos diversos fa-
tores produtivos, sendo eles o Mercado onde ele atua, o 
Produto ou Serviço realizado, os Recursos produtivos e 
a Maneira como ajustamos, arranjamos e utilizamos e 
juntamos todos estes fatores.
Nos próximos capítulos, vamos entender como a 
produção evoluiu ao longo da história e os modelos mais 
significativos. Depois, de forma mais específica, vamos 
verificar alguns detalhes de como funciona então o ato 
de produzir propriamente dito, para então, finalmen-
te, tratarmos de algumas ferramentas ou metodologias 
aplicadas nestas situações de produção.
SÍNTESE
Neste capítulo, vimos que produção acontece em todo e qualquer lugar, seja na execução de um produto, de um serviço, 
enfim, sempre estamos atendendo a uma determinada necessidade.
O mercado ou público-alvo de uma organização define: Volume, Variedade, Variação de Demanda e Visibilidade em re-
lação às decisões da organização.
De posse desses fatores, deve ser definido qual o grau de atendimento do produto realizado em relação aos objetivos de 
Qualidade, Rapidez, Confiabilidade, Versatilidade e Custo.
O conjunto dessas decisões, associados aos arranjos dos recursos produtivos vão definir o Sistema de Produção da em-
presa em questão, sendo inúmeras as possibilidades de decisões.
Não existem dois Sistemas Produtivos idênticos e nem existe um Sistema melhor ou pior, e sim, mais ou menos adequa-
do às necessidades dos mercados e produtos....
31SISTEMAS DE PRODUÇÃO
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Por que a produção está ligada com o entendimento do 
mercado?
2. Quais são as dimensões de mercado e quais suas impli-
cações quanto aos Sistemas de Produção?
3. Quais são os objetivos de produto e quais suas implica-
ções quanto aos Sistemas de Produção?
4. O que acontece quando diminuímos o volume produti-
vo e aumentamos a variedade de produtos executados?
5. Você consegue identificar estas dimensões e objetivos, 
mesmo que de forma generalista, no âmbito da sua ati-
vidade cotidiana?
32
FUNÇÃO PRODUÇÃO 
Como os diversos fatores de produção funcionam e são arranjados. 
33SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Compreender produção não é uma tarefa fácil. São muitos os fatores que se mis-
turam e acontecem ao mesmo tempo, portanto, não existe uma única abordagem para 
entender todas estas questões. Uma grande prova disso é que não existe um “manual” 
que possamos simplesmente seguir do início ao fim e isso resolve todas as situações 
que podemos encontrar e, se isso fosse verdade, teríamos todos os Sistemas de Produ-
ção funcionando de uma única forma, algo bastante distante da realidade.
A humanidade já realiza o ato de produzir desde seus primórdios, vamos, inclu-
sive, ver como foi essa evolução no próximo capítulo, mas a ideia de produzir, estuda-
da de maneira técnica, é atribuída a Frederic Winston Taylor, somente ao final da dé-
cada de 1890. Taylor era um Engenheiro e foi consultor de empresas, especializou-se 
nas questões de sistemáticas de produção, principalmente, na produção do Aço. Suas 
ideias acabaram por formar o que chamamos de Ciência do Trabalho, sendo que essas 
ideias acabaram sendo descritas em um livro chamado “Os Princípios da Administra-
ção Científica somente em 1911.
A ideia de Taylor era sempre estabelecer a melhor, mais produtiva e menos fati-
gante forma de executar cada tipo de operação, estabelecendo padrões com instruções, 
sistemáticas e tabelas. Algumas tabelas e seus conceitos e ideias são utilizadas até os 
dias de hoje juntamente com outros estudos complementares executados pelo casal 
Gilbreth. A união dos estudos de Taylor e de Gilbreth forma aquilo que hoje é conheci-
do como o Estudo dos Tempos e dos Movimentos, princípios utilizados fundamental-
mente nos estudos da Engenharia de Processos.
34SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Taylor defendia que toda e qualquer operação necessitava, antes de qualquer coisa, de um es-
tudo para avaliar a melhor forma de ser executada e acreditava que toda a operação deveria ser ab-
solutamente controlada. Esse controle é a forma de eliminar a variabilidade, principalmente do ser 
humano, e assim obter os resultados planejados e evitar todo e qualquer desperdício, seja de recur-
sos, seja de tempo ou de material. Em contrapartida ao controle, promovia a ideia que deveria existir 
coparticipação entre capital e trabalho, ou seja, indivíduos mais produtivos ou que conseguiam fa-
zer mais tarefas do que outros deveriam receber mais. A base fundamental de pagamento de salários 
na indústria americana continua seguindo muitos desses conceitos.
Os princípios de Taylor norteiam os estudos relacionados à produção, o entendimento que 
produzir não está baseado única e exclusivamente na realização de uma operação, mas sim na 
junção e entendimento de todos os fatores que a cercam. Essa é a ideia que forma o conceito de 
um Sistema de Produção, a união dos diversos fatores que formam as atividades e a compreensão 
dos seus resultados.
LÓGICA DE PROCESSOS E SISTEMAS
Um processo pode ser entendido como uma operação ou uma sequência de operações ou ativi-
dades de transformação. Toda a atividade, basicamente, se utilizada de entradas (inputs) que podem 
ser matéria prima, insumos, máquinas, equipamentos, mão de obra, instruções, fonte de energia e 
etc, sendoque essas entradas podem ser entendidas como recursos produtivos. Da mesma forma, 
após a realização da atividade, ou seja, da união dos recursos produtivos, toda a atividade produz 
uma saída (outputs), que podem ser o produto ou serviço gerado, sobras de material, rejeitos etc. 
Para realizar a junção dos recursos produtivos e transformar estes em um 
produto, ou seja, para transformar entradas em saídas obrigatoriamente existe 
um gasto (custo) e existe a agregação de valor (lucro), a isso se dá o nome téc-
nico de trabalho. Desta forma, podemos afirmar que não existe valor agregado 
sem transformação, do mesmo modo que não existe transformação sem haver 
um gasto ou custo.
Quando temos uma sequência de processos (ou de operações), a saída de um 
processo é a entrada para o processo seguinte, dizemos que temos então em Sis-
tema. Sendo assim, um Sistema de Produção é a união entre os diversos processos 
produtivos que o formam, os quais sempre serão únicos, pois não existe forma de 
haver exatamente a mesma união de processos em dois lugares diferentes. Note 
que, olhando com bastante cuidado, pelo menos o local onde se executa o processo 
e a mão-de-obra que executam este processo serão, no mínimo, diferentes. Se o 
local e a mão-de-obra são entendidos como recursos produtivos, então os recur-
sos produtivos foram modificados, sendo assim, não teremos processos idênticos. 
Claro que aqui estamos apresentando um exemplo e sendo bastante minuciosos 
no que estamos afirmando, mas é uma forma de explicar o porquê não existem 
duas empresas que produzam de forma igual.
Demonstração esquemática de um processo (O Autor)
35SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
Já que falamos de transformação, a maneira mais simples de explicar isso é o entendi-
mento que um objeto que entra em um processo de uma maneira receberá uma quantidade 
de trabalho e sairá de outra maneira. Já vimos, no entanto, que o que entra no processo pode 
ser uma série de fatores (recursos produtivos), desta forma, precisamos olhar sob outra óti-
ca para facilitar a compreensão, a de que alguns destes recursos produtivos estão estáticos 
no processo, ou seja, “parados” no processo, e outros recursos produtivos (Objetos) estão 
em movimento, ou seja, “passam” pelo processo. O processo (ou transformação), é o ato de 
transformar o Objeto em Resultado (produto ou serviço) se utilizando dos Recursos.
Demonstração esquemática de um sistema (O Autor)
Tipos de objetos e processos (O Autor)
Demonstração esquemática de um sistema (O Autor)
Então, o entendimento inicial da operação de produção passa pela compreensão do 
que é o Objeto, quais são os Recursos, qual é o Processo e qual é o Resultado daquela opera-
ção em específico. Toda e qualquer atividade pode e precisa ser compreendida dessa forma, 
o entendimento do sistema de produção depende primordialmente disso. Sendo assim, al-
guns processos vão ter como Objetos a serem transformados matérias primas ou Materiais 
físicos/tangíveis, esse é o típico caso dos processos industriais que transformam materiais 
em produtos de consumo. Alguns outros processos vão ter como Objetos algo não tangível, 
basicamente vão transformar Informações, caso típico de um serviço jornal, que vão juntar 
fatos para transformar em notícias. Já, alguns processos vão ter como objeto as próprias 
pessoas, caso típico de um cabelereiro, quando entra o cliente que recebe o tratamento e 
tem como saída o próprio cliente, mas com o cabelo cortado.
Materiais Informações Consumidores
• Manufatura
• Mineração e extração
• Operações de varejo
• Armazéns
• Serviços postais
• Transporte
• Contadores
• Matriz de Banco
• Pesquisa e Marketing
• Analistas Financeiros
• Serviço de notícias
• Institutos de Pesquisa
• Telecomunicações
• Cabeleireiros
• Hotéis
• Transporte de pessoas
• Teatro/Cinema
• Parques
• Dentista/Médicos
Como comentamos, então cada tipo de sistema terá diferentes processos, cada qual com 
suas entradas e saídas, sendo necessário então reconhecer tais processos para tanto, o quadro 
a seguir faz a comparação de diferentes processos, suas operações, suas entradas e saídas com 
exemplos diversos, tanto de situações onde são processados materiais, informações e pessoas.
36SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
De posse dos conhecimentos dos conceitos apresentados até aqui, podemos, agora, ampliar 
o entendimento do que é um Sistema de Produção de uma empresa, o qual pode ser observado sob 
diversas óticas. Se quisermos entender a empresa como um todo, formando um grande processo, 
isto é totalmente possível, do mesmo modo que, se quisermos compreender a operação de uma 
única máquina como um processo, isso também é possível. O importante está em definir qual a 
abrangência necessária e o grau de precisão que vamos necessitar para poder analisar um deter-
minado processo ou sistema. 
Sistema Entradas Processo Saídas
Indústria
• Matéria prima
• Colaboradores
• Maquinário/recursos
• Usinagem
• Caldeiraria
• Solda
• Produto pronto
Companhia 
aérea
• Avião
• Equipe de terra
• Tripulação
• Passageiros e carga
• Transportar 
passageiros e 
cargas
• Passageiros e carga 
transportados
Estabelecimento 
comercial
• Produtos à venda
• Equipe (vendas/staff)
• Registros
• Clientes
• Dispor os bens
• Aconselhar compra
• Vender produtos
• Produto vendido 
ao consumidor
Polícia
• Oficiais de polícia
• Sistema/informações
• Público (criminosos)
• Prevenir crimes
• Solucionar crimes
• Prender criminosos
• Sociedade justa
• Sentimento de 
segurança
Exemplos de processos (O Autor)
Se quisermos fazer uma análise mais generalista então podemos entender a em-
presa como um grande processo com a entrada da matéria prima e a saída de um pro-
duto acabado, por exemplo, entra aço na indústria e saem talheres prontos, entram 
pessoas doentes em um hospital e saem pessoas curadas, entram informações de um 
processo para um juizado e saem pessoas sentenciadas, e assim por diante. Já, se a 
análise for algo extremamente minucioso, podemos então entender, no caso da in-
dústria, a operação de uma máquina em específico como processo, em que entra uma 
chapa de aço e essa chapa é cortada, a qual vai para uma outra máquina onde entra um 
pedaço da chapa cortada e sai essa peça dobrada, e assim por diante. No caso de um 
hospital, a pessoa passaria por uma triagem, depois seria diagnosticada pelo médico, 
passaria pelo tratamento e depois seria liberada com alta. No caso do juizado, entram 
as informações ocorridas, são transformadas em processos, que são avaliados pelo 
juiz e então definidas as sentenças. A ideia é sempre ir aprofundando a análise para 
melhor compreender as situações e reconhecermos oportunidades para melhoria.
CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS PRODUTIVOS
A fim de proporcionar um melhor entendimento ou compreensão dos sistemas 
produtivos, a literatura acaba por nos indicar uma classificação entre os diversos tipos 
de sistemas. São diversas formas de enxergar e classificar sistemas produtivos, cada 
tipo de classificação leva em conta um fator em específico, portanto, se bem com-
preendida, a classificação de um sistema produtivo se dá por diversas designações. A 
classificação de um sistema produtivo se dá pela compreensão de como os seus fatores 
37SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
produtivos são arranjados, como é sua interação com o cliente final deste sistema, 
que tipo de produto realiza e assim por diante. Todas estas características compre-
endidas vão os ajudar a entender o funcionamento de um sistema, o porquê ele rea-
liza algo de uma forma e não de outra, enfim, são a base para seu estudo. Um ponto 
que precisa estar muito claro é que um sistema não pode e nem deve ser analisado 
diretamente de acordo com esta classificação, pois essa apenas norteia algumas 
características gerais, mas certamente não vai descrever todo seu funcionamento.
• Função: Os sistemas produtivos são, primeiramente,divididos pela sua fun-
ção, ou seja, de maneira geral, qual a missão primordial que se prestam a cum-
prir, qual seu produto final. Com certeza, existem processos internos destes 
sistemas produtivos que realizam outras funções, desta forma, esta classifi-
cação se dá observando a função primária deste sistema, ou seja, para que ele 
efetivamente existe. Com isso, em relação à função, podemos classificar os 
sistemas produtivos em:
• Manufatura: sistemas que tem como função principal a produção de bens de 
consumo tangíveis, produtos físicos, que serão utilizados tanto pelo público 
final ou para fins de serem acoplados com outros produtos para formarem 
um produto maior e mais complexo, tais como partes de um todo. Este é o 
caso típico da indústria metal mecânica, da indústria de beneficiamento de 
alimentos, fábricas de automóveis, indústrias de vestuário, calçados, ele-
trodomésticos, etc.;
38SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Serviços: sistemas que tem como função a realização de produtos intangíveis, que não 
podem ser tocados, mas que são realizados de forma a satisfazer uma necessidade es-
pecífica. Este é o caso típico de instituições financeiras, serviços de telefonia e comuni-
cação, emissoras de televisão, instituições de ensino, etc.;
• Transportes: o produto desse tipo de sistema não é algo tangível, na verdade é caracte-
rizado por um serviço também, mas, neste caso, uma situação particular de serviço, que 
é o deslocamento de cargas ou pessoas, ou seja, é um serviço que movimenta bens tan-
gíveis. Este é o caso típico de companhias aéreas, companhia de transporte rodoviário e 
ferroviário, transportadoras de carga, etc.;
39SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Suprimento: de maneira similar ao anterior, este tipo de sistema também é uma espécie 
de serviço, mas basicamente de guarda e disponibilização de bens, ou seja, de aproxi-
mação de bens entre a manufatura e o consumidor final. Este é o caso típico de centros 
de distribuição, supermercados, lojas de comércio, etc.;
• Extração: como o próprio nome sugere, estes sistemas têm como função a extração de 
materiais-base da natureza, em que originalmente se encontram em seu estado natu-
ral. Note que uma característica importante é deslocar os recursos produtivos (pesso-
as, máquinas, equipamentos, etc) até onde o produto a ser extraído está, naturalmente. 
Este é o caso típico de companhias mineradoras, plataformas petrolíferas, etc.;
40SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Cultivo: de forma muito similar aos sistemas de extração. Estes também tratam de mate-
riais base, mas, neste caso, difere-se pelo fato de que se escolhe o local onde vai ser execu-
tada a atividade da maneira mais conveniente. Este é o caso típico das atividades de agri-
cultura (plantio e colheita) e a pecuária (criação de gado e outros animais).
Representatividade econômica: Essa é uma classificação que acaba sendo caracte-
rizada pelo nível de valor agregado ao produto, sendo assim, de acordo com a represen-
tatividade econômica os sistemas produtivos podem ser divididos da seguinte forma:
• Setor Primário: sistemas produtivos de base. Usualmente, trabalham com pro-
dutos padronizados, de grande volume e relativamente baixo valor agregado. 
Muitos dos produtos desses sistemas são controlados pelos governos e sistema 
financeiro mundial através de padrões de valor de venda. A ênfase destes sis-
temas está na produção de produtos que, de maneira geral, serão utilizados ou 
transformados por outros sistemas produtivos. Note que este é o caso típico de 
atividades de Cultivo e Extração que citamos anteriormente. Imagine uma mine-
radora que extrai milhares de toneladas de minério de ferro;
• Setor Secundário: sistemas produtivos de transformação e beneficiamento de pro-
dutos. Usualmente trabalha-se com produtos que, comparados com os do setor pri-
mário, são realizados em volumes médios, com um bom número de variedades e um 
valor agregado maior. A ênfase destes produtos normalmente está na relação de em-
presas para empresas (alguma relação com o consumidor final). Este é o caso típico 
das atividades de Manufatura e de algumas atividades de transporte e suprimentos 
(entre empresas). Imagine uma siderúrgica que vai se utilizar do minério de ferro 
para produzir diversos tipos de aços diferentes que serão usados em diferentes pro-
dutos, como eletrodomésticos, relativamente padronizados;
41SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Setor Terciário: sistemas produtivos com ênfase no atendimento do consumidor final, 
desta forma, estamos falando de sistemas produtivos que produzem unitariamente 
baixo volume de altas variedades, no entanto, com um valor agregado muito alto. Este 
é o caso típico das empresas de Serviço e da grande maioria das empresas de Supri-
mentos e Transporte. Imagine então que um cliente vai a uma loja que possui diferen-
tes produtos e compra um eletrodoméstico fabricado por uma empresa, outro fabrica-
do por outra e assim por diante.
Interação com o cliente: Essa classificação procura entender, basicamente, como o siste-
ma produtivo disponibiliza seus produtos para o seu cliente. Aqui cabe salientar que o cliente de 
um sistema produtivo não necessariamente é o consumidor final, mas sim pode ser uma outra 
empresa. Existe uma pequena diferença na nomenclatura desta classificação e modo de entender 
quando falamos de bens materiais ou de serviços. No caso da interação com o cliente de empre-
sas que manipulam bens materiais, podemos classificar os sistemas como:
• Fabricação para Estoque (na sigla em inglês MTS ou make to stock): são sistemas que 
primeiramente realizam sua produção e somente depois da produção pronta disponi-
bilizam seus produtos para venda, ou seja, produzem, estocam seus produtos e então 
vendem estes produtos, normalmente para outras empresas. Este é o caso típico da in-
dústria de produção de eletrônicos, eletrodomésticos e bens de consumo geral. Impor-
tante entender é que este tipo de interação acontece e só é viável onde há pouca ou ne-
nhuma customização (baixa variedade) e a realização de altíssimos volumes, gerando 
produtos de baixo custo;
• Montagem sob Encomenda (na sigla em inglês ATO ou assembly to order): a em-
presa fabrica ou compra produtos pré-definidos (peças, por exemplo) e estoca. De 
acordo com a necessidade do cliente, a empresa junta estas peças em um produto 
com diferentes configurações e então entrega para seu cliente conforme a necessi-
dade do mercado. Este é o caso típico das montadoras automotivas, cujo produto na 
atualidade tem um certo nível de customização controlada em pacotes pré-defini-
dos (existe variedade). Isso proporciona a produção de grandes volumes, no entan-
to, com a existência de um bom nível de estoque intermediário que é necessário para 
que se atenda diferentes formas de consumo de um mesmo produto pelo mercado 
(por exemplo, existem carros com e sem ar-condicionado, de diferentes cores, com 
opcionais diferentes, em versões de motorização diferentes), o que gera produtos, 
portanto, de médio custo;
• Produção sob Encomenda (da sigla em inglês MTO ou make to order): neste caso, 
a empresa realiza seu produto de acordo com as especificações do cliente, ou seja, 
possui somente estoque de matéria-prima e, quando o cliente solicita o produto, 
transforma a matéria prima e entrega ao cliente o produto pronto, de maneira ge-
ral, praticamente não há estoque de produto final ou intermediário. Este é típico 
caso das indústrias de autopeças que produzem de acordo com as especificações das 
montadoras ou de empresas que forneçam peças que são exclusivas para uma ou-
tra determinada empresa. Neste caso, bons níveis de customização de produto são 
possíveis, e considera-se a produção de médios volumes, sendo assim, produtos de 
custo relativamente altos;
42SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 SUMÁRIO
• Projeto sob Encomenda (da sigla em inglês PTO ou project to order): neste caso 
a empresa realiza

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